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11 fevereiro 2008

Adaptação

A palavra "adaptação" é muito conhecida de todos nós. Um texto de 1978, “Lottery winners and accident victims: Is happiness relative?”, de Brickman et al, mostrou que pessoas paraplégicas não são menos felizes de outros grupos. Agora, quatro autores (Andrew Clark, Ed Diener, Yannis Georgellis e Richard Lucas) fizeram uma pesquisa observando seis eventos na vida de uma indivíduo, como o casamento. O interessante é que os autores fizeram uma espécie de série histórica, mostrando como as pessoas evoluíram em termos de satisfação. Observe o gráfico abaixo mostrando a satisfação do homem antes e depois do desemprego e do casamento (nesta ordem).



O gráfico seguinte mostra a situação do divórcio e casamento para uma mulher.



Observe que em ambos os casos, o nível de felicidade com o casamento (segundo gráfico) aumenta para depois voltar ao normal.

Cartões corporativos numa empresa

Empresas privadas têm controle rigoroso
O Globo - 9/2/2008

Funcionários têm de comprovar gastos e podem ser punidos se usarem cartões indevidamente

Nice de Paula*

O uso de cartões de crédito corporativos é comum nas grandes empresas, mas há regras e controle rigoroso dos gastos. A primeira regra, segundo o executivo de uma grande companhia de energia, é que o funcionário não pode usar o cartão para saque de dinheiro.

— O empregado recebe a senha do cartão, mas não pode usar para sacar em caixa automático — conta o executivo, que também já teve cartões em empresas de outras áreas e preferiu não se identificar.

Segundo ele, sua empresa atual não permite o uso do cartão em postos de gasolina. O objetivo principal é o uso como verba de representação: por exemplo, para almoço ou jantar com algum convidado. Além da cópia da boleta do cartão, é preciso entregar cópia da nota fiscal do estabelecimento onde foi feita a despesa e uma justificativa para o gasto.

Os valores disponíveis variam de acordo com a empresa e o cargo do executivo, mas a maioria impõe um limite mensal de gastos para o cartão. Numa empresa de telefonia, os limites do cartão corporativo variam de R$5 mil a R$20 mil nos níveis de gerente e diretoria, e há cartões sem limites para alguns executivos. Numa multinacional do setor químico, o cartão é dado a funcionários dos mais variados cargos e não apenas a diretores ou gerentes que possuem o benefício.

— Depende muito da função. Se ele faz muito serviço externo, tem gastos com almoços e transporte, terá um cartão — diz um executivo.

“O gasto tem que ser compatível com a função que a pessoa ocupa”

O principal na multinacional é a fiscalização. Para cada gasto, o funcionário tem que apresentar os recibos com nota fiscal. Os documentos são entregues, com uma justificativa formal, a seu superior, que o analisa e decide se aprova. Em seguida, os recibos são enviados para o setor de contabilidade, que faz nova verificação.

— O gasto tem que ser compatível com a função que a pessoa ocupa. Não faz sentido um funcionário de um setor técnico de manutenção pagar almoço para cliente. Já alguém que trabalha em atendimento certamente terá este tipo de gasto — explica um funcionário, que tem o cartão e também preferiu não se identificar.

Na empresa dele, até gastos com presentes para clientes são permitidos, desde que justificados. O funcionário de relações públicas pode comprar vários brindes para clientes. Mas há um orçamento que deve ser cumprido, com limite de gastos para cada setor. A cada quatro meses, uma auditoria externa analisa as despesas.

— Como temos ações negociadas em várias bolsas, qualquer deslize pode virar um escândalo e mexer com os papéis no mercado. A política de gastos do cartão corporativo está disponível na intranet e todos os funcionários, até aqueles que não têm o benefício, podem consultá-la — diz o executivo.

No caso de viagens, algumas empresas dão ao funcionário a opção de pegar a verba de adiantamento ou usar o cartão, e vetam o uso simultâneo dos dois, exceto em caso de emergências. O executivo da empresa de energia conta que, por uma falha da agência de viagens, sua reserva de vôo não foi confirmada. Como ele precisava ir uma reunião, comprou a passagem com o cartão e depois justificou o gasto na empresa, anexando carta da agência assumindo a falha.

Junto com o cartão corporativo, os funcionários de empresas privadas recebem as normas de utilização e as punições para descumprimento das regras. A mais básica delas é a obrigação de ressarcir a empresa em caso de gastos indevidos. Em geral, na primeira ocorrência de uso indevido do cartão, além de devolver o dinheiro, o funcionário recebe uma advertência e uma nova cópia das regras. A partir da segunda vez, as punições ficam mais graves, indo da perda do cartão corporativo até a demissão.

* Do O Globo Online

Controle e Cartões Corporativos

A questão dos cartões corporativos é interessante como um ponto de partida para discutir sobre CONTROLE em diferentes situações.

Este parece ser um caso onde o instrumento é interessante, mas que foi mal usado. Uma entrevista na Folha de S. Paulo ("No exterior, regras claras inibem abuso com cartões", 11/2/2008) com Marcos Fernandes Gonçalves (por Fernando Barros de Mello) mostra que o instrumento cartão corporativo é bom por facilitar os pagamentos menores. Gonçalves chega a afirmar que


O cartão corporativo não é culpado pela fraude, ele é a solução para combater esse tipo de corrupção, porque gera automaticamente a transparência e acaba com essa história de nota, recibo etc. Todo mundo sabe que é fácil pegar, por exemplo, um recibo superfaturado em um táxi, uma prática imoral. Se é cartão de crédito, aparece onde gastou e o valor exato. Ao surgir uma conta estranha, fiscaliza-se. Não por acaso, o escândalo só veio à tona porque os gastos ficaram registrados. Mostrou a importância de um instrumento como o Portal da Transparência. Mas há confusão sobre o que é um escândalo e o que não é.


Já o jornal O Globo (Nas contas tipo B, controle era pequeno, 10/2/2008) mostra que o problema estava em alguns tipos de contas, onde o controle é mínimo.

O principal é que se estabeleça regras mais rígidas de controle. É o que pensa o professor José Marias Pereira, especialista em administração pública da Universidade de Brasília (UnB):

— O que se constatou com os cartões é que a falta de controle e a frágil auditoria levaram de maneira natural aos abusos. O cartão é um cheque em branco na mão do funcionário.


Já o Ministro Hage (GASTOS SEM CONTROLE: Ministro diz que transparência e controle aumentaram, O Globo, 10/2/2008, Chico de Gois, Luiza Damé e Gustavo Paul), os abusos não significam que o cartão seja ruim:

Uma servidora da Presidência gastou R$40 na Feira do Paraguai, de produtos falsificados. Ficou muito fácil utilizar o cartão?

HAGE: De forma alguma. Essa mesmíssima facilidade sempre existiu, porque é suprimento de fundos. Era muito pior porque não ficavam sabendo, pois era retirado em dinheiro e depositado numa conta em nome do funcionário, que emitia cheques, sacava em dinheiro e ia comprar na Feira do Paraguai. Nunca ficaram sabendo nem bateram nos governos anteriores, porque nenhum lhes deu a oportunidade de mostrar isso na internet.

Links

1. O impacto da nova lei e a tributação

2. Chavez, Exxon e a ameaça aos produtores de leite

3. Pesquisar remédios, preços e genéricos

4. SEC irá adotar o IFRS

5. Produtos estranhos

Regra contábil e IPO

O The Wall Street Journal de 11/2/2008 (Why Foreign Firms May Stay Overseas --- Experts Have Doubts If Accounting Shift Will Lure More IPOs, Lynn Cowan, c6) afirma que a mudança na exigência contábil de utilização obrigatória do US GAAP para ter ações negociadas nos Estados Unidos pode ser importante para aumentar o número de novas empresas abertas, mas talvez não seja suficiente.

"It can reduce time to market and clearly reduces the costs of obtaining and maintaining a listing, but standing alone, the GAAP reconciliation requirement probably does not drive the decision not to access the U.S. public market," says Mr. Goodman, who works with foreign companies considering listings in the U.S. "I think foreign companies still have the perception that the U.S. has a more stringent and expensive regulatory regime, including as a result of Sarbanes-Oxley, and that the U.S. is a more litigious environment."

The U.S., once considered a central hub for stock listings globally, has seen a decline in its world-wide share of new foreign listings in recent years. Some have laid most of the blame for the downturn on Sarbanes-Oxley rules, which require companies to add procedures to catch financial misstatements and fraud, and make executives more accountable for fraud that does occur.

But others say it isn't just a negative perception of regulations in the U.S. that is keeping foreign listings away; there are also changes abroad, including increased liquidity in markets from Hong Kong to Brazil that have led to fewer international listings in the U.S. (...)


Clique aqui também.

Deu no NYT

O New York Times (10/02/2008, Brazil Is Site Of New Resort By Beckham, por Hilary Howard) informa que o jogador David Beckham está construindo um resort de luxo em Cabo São Roque, perto de Natal. O resort seria um centro de treinamento com oito campos de futebol e estádio para 10 mil pessoas. O resort terá 3 hoteis, 1350 residências, spa e outras facilidades. Espera-se abrir em 2010.

09 fevereiro 2008

O Verde é Moda

Segundo o sítio CJR, dedicado a cobrir o que a imprensa está fazendo, o "verde" está na moda. Nunca, como agora, a imprensa falou tanto em sustentabilidade e meio-ambiente. Mas será que este interesse é de longo prazo?, pergunta Russ Juskalian. As histórias sobre o assunto continuarão mantendo a atenção do público? Aparentemente sim.

Um outro aspecto interessante mostrado por Juskalian é o fato de que o próprio presidente Bush, pouco amigável ao meio-ambiente, aumentou o orçamento para área. Uma boa notícia. Leia aqui

08 fevereiro 2008

Rir é o melhor remédio


Com tanto escândalo, o cartoon mostra uma reunião da diretoria de uma empresa. Fonte, aqui

Auditando o Caixa

Um texto (Corporate Auditors Focusing on Cash and Securities) publicado no NT Times (aqui) de 8 de fevereiro de 2008 e no International Herald Tribune (aqui) mostra que as empresas de auditoria estão se preocupando com o caixa.

Segundo Floyd Norris, os auditores estão gastando mais tempo do que nunca para o mais "mundano e facilmente verificável ativo de qualquer balanço patrimonial de uma empresa: caixa e aplicações financeiras"

Esta verificação não diz respeito a somente constatar o que uma empresa possui na sua conta corrente. Os auditores precisam também verificar o valor de mercado de ativos financeiros. Os problemas são maiores quando o ativo não possui liquidez suficiente, o que termina por exigir julgamentos subjetivos na avaliação.

O assunto tornou-se mais problemático com a baixa contábil de créditos de qualidade duvidosa. Isto ocorreu, por exemplo, na Bristol-Myers Squibb, empresa farmacêutica, que registrou 275 milhões de dólares de baixa. Para complicar, o número de empresas com problemas aumentou.

A rapidez da tecnologia



A figura mostra a rapidez com que uma tecnologia foi totalmente adotada no mundo. (fonte: aqui). Enquanto a ferrovia demorou 125 anos, o telefone levou 100 anos. Já o PC foi adotado em meros 25 anos. O telefone celular foi mais rápido ainda.

Links

Na última edição da The Economist:

1. O proposta da Microsoft

2. Mais sobre a Microsoft x Google

3. A Bolsa Família

Quem é melhor investidor: Homem ou Mulher?

Pesquisas mostraram que existem diferenças entre a forma como o homem e a mulher investem. A mulher é mais conservadora e concentra seus investimentos em títulos. Os homens são superconfiantes e assumem mais riscos. Em termos de racionalidade, a mulher tem um melhor resultado. O homem tende a fazer mais aplicações e resgates.

Clique aqui, aqui e aqui

Dois escândalos na Ásia

A The Economist da semana (07/02/2008) apresenta dois escândalos.

O primeiro deles diz respeito a uma questão de insider information. Neste caso, uma pessoa conhecia uma informação e usou esta para benefício próprio. Em Too well connected relata-se o caso de um empresário chinês (Senhor Leung) que soube com antecedência da oferta da News Corporation pela Dow Jones e seu cunhado comprou ações da Dow Jones. A SEC está investigando o assunto em cooperação com a Merrill Lynch, a corretora.

O segundo texto, Losing its shine - Samsung, trata da crise na grande empresa sul coreana. A crise na empresa envolve dinheiro para subornar políticos, juízes e imprensa. As vendas da empresa correspondem a 20% da PIB da Coréia do Sul, o que mostra o seu poder. As denúncias aparentemente não afetariam a empresa. Em dezembro, no entanto, um desastre ambiental com uma das empresas do grupo prejudicou ainda mais a estratégia do grupo.

O emocional no investimento

O círculo de competência e a tranqüilidade do aplicador
Rui Tabakov Rebouças - 07/02/2008

Um princípio extremamente importante para o investidor em ações é o de operar dentro do seu círculo de competência. "Apostadores profissionais não disputam vários jogos - eles não passeiam pelo cassino e jogam um pouco de vinte e um, um pouco de dados e passam um tempo no caça-níqueis", observa Michael Mauboussin, professor da Columbia University e estrategista-chefe da Legg Mason Capital Management. "Eles se concentram em um determinado jogo e aprendem os detalhes. De forma semelhante, a maioria dos investidores deve definir um círculo de competência - áreas de conhecimento específico."

As duas principais vantagens para o investidor que forma sua carteira com empresas cujas atividades lhe sejam intimamente conhecidas são a possibilidade de lucrar mais com a volatilidade inerente ao mercado e a tranqüilidade para atravessar períodos em que suas teses de investimento não vingam. O investidor que conhece bem cada uma das empresas que escolhe, seus respectivos mercados, as peculiaridades de seus modelos de negócio (quando comparados aos das concorrentes), seus produtos e seus consumidores, consegue dormir sem preocupações.

Lembremos: na maior parte do tempo, o mercado é eficiente e dá preço às empresas numa faixa de valores intrínsecos estimados (do mais conservador ao mais otimista), todos plausíveis na realidade momentânea. Podemos chamar essa faixa de valores de "percepção de consenso". Para consistentemente ganhar dinheiro no mercado, o investidor precisa daquilo que Michael Steinhardt, em sua autobiografia "No Bull", chamou de "percepção variante", definida como "uma opinião bem fundamentada que seja significativamente diferente do consenso do mercado". Assim, investimento requer certo nível de atrevimento. Mas, também requer um alto nível de cuidado, pois o investidor, a menos que seja inexperiente, sabe que é difícil formar a percepção variante. Afinal, o mercado é composto de profissionais inteligentes, bem preparados e bem munidos de recursos.

Como muitos em Wall Street têm reaprendido, cedo ou tarde, todo investidor tem aplicações perdendo parte significativa da quantia original. Contudo, se a tese de investimento foi e continua correta, o aumento da posição é ainda mais acertado - quanto mais o preço move no sentido adverso, maior o lucro quando a tese funcionar. Só que aumentar a posição fica emocionalmente cada vez mais difícil, pois o investidor precisa sustentar sua opinião variante enquanto o mercado estampa o consenso. Apenas os que operam dentro do seu círculo de competência têm a autoconfiança necessária para tomar a decisão correta. Como disse o ex-gestor Peter Lynch: "Quando a ação cai, se você não compreende o que a empresa faz, não sabe se deve aumentar sua posição, tirar um cara ou coroa ou dar uma volta no quarteirão".

O investidor que não se certifica, antecipadamente, de que suas aplicações estão dentro do seu círculo de competência, tende a entrar em pânico e vender o bom investimento na pior hora, a de baixa, quando deveria estar comprando mais. Vende porque não sabe direito o que tem e quanto vale. Não sabe onde é o fundo do poço e não tem a tranqüilidade emocional necessária para suportar o mau desempenho. Falta-lhe conhecimento suficiente para ter a coragem de discordar do mercado.

Outra utilidade de se ter um círculo de competência bem definido é o tempo que o investidor economiza para se concentrar nas idéias que têm maior possibilidade de bons retornos, justamente por estarem em seu círculo. O trabalho de análise pode facilmente tornar-se esmagador: são centenas (ou milhares) de oportunidades de investimento e cada uma pode consumir dias (ou meses) de pesquisas. Eliminar rapidamente as alternativas que, nas horas críticas, mais demandam (e menos oferecem, pela falta de convicção) é muito eficiente.

Warren Buffett soluciona esse problema da seguinte forma: sempre que ele se depara com qualquer idéia fora do seu círculo, arquiva-a em uma pilha intitulada "muito difícil". Ele admite que nem considera grande parte das alternativas, da mesma forma que um mestre de xadrez elimina 99% das possibilidades sem mesmo pensar sobre elas.

Claro, como ninguém nasce sabendo, o investidor forma seu círculo de competência durante sua vida. Assim, ele pode (e deve) aumentá-lo, por meio de estudo prévio, de experiências com posições pequenas, da introspecção, da exploração de seus pontos fortes e da conscientização sobre suas fraquezas. Pessoas diferentes compreendem diferentes atividades.

Rui Tabakov Rebouças é sócio da Tabakov Capital LLC, gestora de recursos financeiros em Nova York
Valor Econômico - Enviado por Ricardo Viana

Simón Bolívar

Segundo a The Economist (Time to liberate the Liberator, 7 de fevereiro de 2008), o presidente Hugo Chávez criou uma comissão, composta pelo vice-presidente e dez ministros, entre outros, para estudar e esclarecer dúvidas importantes sobre a morte de Simón Bolivar. Para Chávez, Bolivar pode ter sido morto por envenenamento por oponentes colombianos.

A história mostra que Bolívar era um grande líder militar, mas também um grande aristocrata, dono de terras e minas. Leitor de Adm Smith, admirador dos Estaods Unidos. Mas até hoje ninguém (ou melhor, nenhum historiador sério) tinha cogitado que Bolívar foi envenenado.

Note que o verbete da Wikipedia adverte que o mesmo talvez não seja imparcial.

Foto


Recebi o seguinte e-mail:

Há aqui em Guarapuava um local maravilhoso: o Parque do Lago. É lá que faço minhas caminhadas de final de tarde. Muitas vezes somos brindados com um pôr-de-sol magnífico, deslumbrante. Uma pena que a atribulação da vida nos torne cegos e insensíveis para os espetáculos da natureza. Talvez o período de férias dê oportunidade para desfrutar momentos que normalmente passariam despercebidos. E para que um destes momentos em que o sol muito vermelho fazia desenhos em seu ocaso, valendo-se das núvens como tela. Captei o espetáculo com minha lente e gostaria de compartilhar com os amigos essa obra prima de nosso Criador.

Um caloroso abraço

Prof. Valdir Michels

07 fevereiro 2008

Rir é o melhor remédio


A imagem do Controle Interno, em tempos de Societe Generale

Links

1. A questão do preço de transferência

2. Quem são estes?

3. Relembrando Time-Warner + AOL: um fracasso

A questao do reconhecimento da receita

Uma pesquisa realizada pela BDO Seidman entre 100 CFOs mostrou algumas questões interessantes sobre o reconhecimento da receita em empresas de tecnologia (The Revenue-Recognition Rules Paradox, Technology-company CFOs see GAAP rules as more logical than those of IFRS — even if using the U.S. standards puts them at a competitive disadvantage, por Sarah Johnson, CFO, 5 de fevereiro de 2008). Ao mesmo tempo que estes executivos consideram que as regras contábeis norte-americanas (US GAAP) são superiores as normas do IASB no que diz respeito ao reconhecimento da receita, os CFOs consideram que as empresas estrangeiras possuem uma vantagem exatamente por usar as normas do Iasb.

Pelo IFRS (normas do Iasb), a receita de empresas de tecnologia pode ser reconhecida mais rapidamente. A questão do reconhecimento da receita torna-se importante para estas empresas já que os montantes são usados como uma aproximação do valor.

Impostos e crença no Mercado


A figura foi extraída do texto "Groupthink and Ideology", de Roland Benabou (). Mostra a relação existente entre no sistema de livre mercado e a participação dos impostos na economia. Países que acreditam mais no livre mercado possuem um governo que arrecada menos tributo. O gráfico inclui o Brasil (BRA na figura, no centro).

Diante do crescente (e sempre crescente) aumento nos tributos no Brasil, uma possível justificativa "talvez" seja a descrença que temos no livre mercado.

Impostos e Finanças comportamentais

A teoria de finanças comportamentais pode ser usada para discutir a melhor forma de taxação. Um artigo de 31 de janeiro de 2008, do New York Times, que discute este ponto.

Rebate Psychology
By NICHOLAS EPLEY

THE House of Representatives passed a bill on Tuesday that would try to stimulate the economy, in part, by sending “tax rebates” to more than 100 million families. The logic of a tax rebate is that people will spend more money if they have more to spend. Unfortunately, psychology may interfere with that logic.

Research on decision-making demonstrates that describing a financial windfall as a “rebate” — instead of something equally accurate — increases the likelihood that people will save it. If Congress and President Bush want to increase consumer spending, they should have pitched these $600 and $1,200 checks as “tax bonuses” instead.

Changing the way that identical income is described can significantly affect how people spend it. In an experiment I conducted at Harvard with my colleagues Dennis Mak and Lorraine Chen Idson, participants were given a $50 check. They were told that this money came from a faculty member’s research budget, financed indirectly through tuition dollars. Roughly half of the participants had this money described as a “rebate,” whereas the others had it described as a “bonus.” When unexpectedly contacted one week later, participants who got a “rebate” reported spending less than half of what those who got a “bonus” reported spending ($9.55 versus $22.04, respectively).

We observed this same pattern in other experiments when participants were asked to keep a written record of their spending, as well as in experiments in which the participants were allowed to purchase items in the lab. “Rebates” are understood to be returns from money already spent. A rebate, psychologically speaking, is the return of a loss of one’s own money rather than a pure gain provided by someone else, so it is unlikely to be seen as extra spending money.

Getting a rebate is more like being reimbursed for travel expenses than like getting a year-end bonus. Reimbursements send people on trips to the bank. Bonuses send people on trips to the Bahamas.

This is more than merely a matter of political spin. Decisions depend very heavily on how people’s options are described.

People are more willing to treat 600 people infected with a deadly virus when they are told the treatment will save 200 of those lives, than when they are told that it will kill 400 of them. People are more likely to donate to a charity when the cost is described in terms of pennies per day instead of dollars per year. And more people say they could live on 80 percent of their income than say that they could save 20 percent of their income.

Descriptions are the psychological equivalent of a camera lens. Psychologists use the term “framing effects” to describe their influence. An investment banker who is delighted by saving $5 on a pair of shoes but disgusted by receiving $1,000 for a year-end bonus has experienced the power of framing effects.

If the current proposal for tax rebates sounds familiar, it’s because we have indeed been here before. In 2001, Congress and President Bush returned $38 billion to taxpayers in the form of $300 to $600 tax rebates, with the hope that Americans would stimulate the economy by spending them. But research conducted by two University of Michigan economists, Matthew Shapiro and Joel Slemrod, found that only 28 percent of the people in a national survey reported that they spent most of their rebate checks soon after receiving them. In a country where the personal savings rate has become negative by some accounts, people seem remarkably able to save at the very time their government needs them to spend.

In another experiment my colleagues and I conducted, taxpayers asked to recall the 2001 tax rebate reported that it seemed more like “extra income” when researchers described it as a tax bonus but more like “returned income” when it was described as a tax rebate.

This is exactly the kind of difference in perceptions that would increase spending of bonuses relative to rebates. Describing the checks as rebates highlights that this is simply one’s own money being returned. A bonus, however, is extra cash to be spent.

Under the House plan, the checks that would arrive in people’s mailboxes would go to those who pay the least income taxes, or even pay no income tax at all. Saying the checks are bonuses — or anything else that would call to mind thoughts of receiving a gift rather than getting a reimbursement — may not only be a more effective description for this stimulus package, but it may also be more accurate.

A hamburger can be described as 10 percent fat, but you had better call it 90 percent lean if you want your dinner guests to eat it. Politicians are thought to be expert spin doctors, able to choose the right words to fit any occasion, but they do not seem to be paying attention to how to sell the stimulus package so that consumers spend with patriotic abandon.

Nicholas Epley is a professor of behavioral science at the University of Chicago Graduate School of Business.

Custos do Jogos Olímpicos

Tenho postado diversas reportagens comentando do elevado custo de uma olimpíadas (ou até mesmo jogos pan-americanos). Abaixo, numa entrevista, um outro ponto de vista:

Especialista faz defesa de custo bilionário de Jogos
Folha de São Paulo - 6/2/2008

Holger Preuss defende aumento de custos de Londres-12 e diz que maior legado de Pequim será em imagem da China

Alemão, autoridade em megaeventos, diz que gasto é fartamente compensado por exposição gratuita de país e nova infra-estrutura

Adalberto Leister Filho

Os aumentos dos custos são estratosféricos. Os gastos atingem os bilhões. O evento dura pouco mais de duas semanas. Vale a pena investir tantos recursos na Olimpíada? Os Jogos geram boa herança às sedes?

Uma das principais autoridades sobre megaeventos esportivos, Holger Preuss, professor da Universidade de Mainz, responde sim a ambas as questões. O alemão defende os aumentos de gastos dos Jogos de Londres-12. E declara que o maior legado de Pequim-08 não serão em arenas, mas em imagem.

FOLHA - Qual é a importância, para as cidades, de receber a Olimpíada?

HOLGER PREUSS - Além do impacto econômico, vamos citar dois aspectos: significado e mudança de agentes locais. Por significado, entendo que megaeventos são mostrados no mundo todo. A sede ganha exposição gratuita. E as mudanças locais podem ser obtidas se houver obras de infra-estrutura. Isso atrai negócios que não estão diretamente relacionados aos Jogos. As cidades-sedes recebem mais turistas e congressos nos anos seguintes ao evento.

FOLHA - Mas como controlar o gigantismo dos Jogos?

PREUSS - Os problemas são políticos. São muitos os interessados na Olimpíada. Todas as federações querem que seu esporte seja olímpico e que tenham muitos atletas. Isso aumenta o número de competidores e esportes e, portanto, arenas e apartamentos na Vila Olímpica. Jacques Rogge [presidente do COI] limitou esse crescimento: 10.500 atletas e no máximo 28 esportes [hoje são 26] podem tomar parte nos Jogos. Mas as federações lutam, porque há muito dinheiro de TV envolvido. O gigantismo é fruto do interesse humano e financeiro na Olimpíada. Seu controle será uma das principais tarefas do COI no futuro.

FOLHA - Isso torna impraticável para países com menos recursos, como o Brasil, organizarem os Jogos?

PREUSS - É difícil responder. Há grandes custos e muitos cuidados a serem observados sobre se as instalações dos Jogos são sustentáveis. Por outro lado, há benefícios, como a conquista de uma nova imagem. É só examinarmos os casos [dos Jogos] de Tóquio-64, Seul-88 e Pequim-08. A indústria japonesa apareceu para o mundo, as fábricas sul-coreanas se tornaram viáveis, e a indústria chinesa será vista de outra forma. Mas, em países pobres, é preciso considerar mais os prós e contras para evitar polarização social.

FOLHA - Pequim-08 estima gastos de mais de US$ 37 bilhões...

PREUSS - Os Jogos de Pequim custarão o mesmo que os outros: cerca de US$ 2 bilhões para organizar e de US$ 1 bilhão a US$ 3 bilhões para construção e reforma de instalações. O resto são projetos que são somados ao evento, mas que provavelmente seriam feitos sem os Jogos, como o plantio de árvores, sistema de esgoto etc.

FOLHA - Como a China trabalha com a questão do legado?

PREUSS - O legado esportivo não é tão importante, para eles, em relação aos benefícios de uma imensa promoção do país. Isso deve fazer do caso chinês especial. Eles constroem símbolos para mostrar ao mundo a glória dos Jogos e da China.

FOLHA - Londres-12 anunciou vários aumentos de custo. É impossível ter uma previsão realista de gastos?

PREUSS - Sim. Há razões complexas para isso, como tempo das obras, mudança e aumento dos projetos, novidades tecnológicas, especulação etc.

FOLHA - O que o sr. acha de o Estádio Olímpico reduzir capacidade de 80 mil para 25 mil após os Jogos-12?

PREUSS - É um bom modo de assegurar um legado positivo e também de preencher os requisitos do COI, assim como ocorreu em Sydney, que reduziu o local para 30 mil assentos.

FOLHA - A arena custará 712 milhões. Não é muito cara?

PREUSS - Sim. Mas o custo com operários na Inglaterra é alto. Uma comparação é difícil. E o estádio também é um sinal de prestígio dos Jogos, seu ícone.

FOLHA - É viável manter a arena só para atletismo, como a de Londres?

PREUSS - Ela também servirá para outros eventos, como shows. E o país precisa de um estádio de atletismo. A maioria das arenas é feita para futebol.

Colaboração intelectual

Em Intellectual Collaboration, David N. Laband (Auburn University) e Robert D. Tollison (University of Mississippi) (Journal of Political Economy, 2000, vol. 108, no. 3) fazem um levantamento histórico da publicação de pesquisas econômicas e biológicas. Laband e Tollison percebem que cada vez mais os artigos publicados na área contam com a participação de mais autores. Ou seja, a colaboração intelectual seria uma marca do nosso tempo.

O gráfico a seguir foi retirado do trabalho destes autores e mostra a percentagem de artigos com co-autoria (mais de um autor) ao longo do tempo nas duas áreas. A série histórica é longa (a partir de 1950) e claramente aponta que artigos individuais são exceção nos últimos anos (a linha de cima é biologia; de baixo, economia).



A figura seguinte também é interessante pois mostra o número de co-autores por artigo. Novamente a tendência crescente é clara, sendo comum artigos com 2 autores, por exemplo.



A próxima figura mostra o número de colaboradores informais. Estes colaboradores são aqueles que apresentaram algum tipo de contribuição para o artigo. Novamente, existe uma tendência crescente neste gráfico.



Estas figuras mostram claramente que é cada vez mais difícil fazer pesquisa individual. Hoje a pesquisa é realizada por um grupo de cientistas. E isto também ocorre na área de ciências contábeis.

Qual a razão disto? Uma possível explicação é a especialização na área de conhecimento. Os artigos em co-autoria é uma necessidade diante da complexidade cada vez maior das áreas.

Tenho uma outra possível explicação, mais cínica. O aumento da co-autoria é uma forma que os pesquisadores encontraram para responder a pressão para publicação. Existiria uma troca entre autores para colocar o nome do artigo do outro, aumentando a chance de publicação.

Aqui outro ponto de vista sobre o assunto

06 fevereiro 2008

Rir é o melhor remédio


Junção da Hillary com o Bill Clinton

Fumantes e Obesos custam menos ao Estado

Ao contrário do que se pensa, os fumantes e os obesos representam uma economia para a saúde pública e os gastos públicos nesta área. É o que afirma um estudo realizado na Holanda (Aqui). Por terem uma vida mais curta, os fumantes e os obesos irão consumir menores recursos na área de saúde.

Durante muito tempo tem-se justificado uma taxação maior no cigarro e nos produtos alimentícios de alta caloria pelo fato deles representarem um gasto público maior para os governos. Mas conforme o estudo, uma pessoa normal na Holanda representa um custo de 210 mil libras, enquanto o fumante tem um custo de 165 mil libras e um obeso 187 mil.

Liberdade


A figura mostra o progresso da liberdade no mundo, ao comparar 1982 com 2007. Em 1982 o Brasil era um país parcialmente livre. A liberdade era privilégio da Europa, Estados Unidos, Austrália, India, Japão, Venezuela, Colômbia, Equador, Peru e Bolívia. Em 2007 alguns dos países da América Latina deixaram de ser livres (Colômbia, Venezuela, Equador e Bolívia), mas liberdade avançou para Brasil, Argentina, Uruguai, México, África do Sul e leste europeu.
Fonte: The Economist

Os maiores empregadores

Amostra de empresas com ações negociadas em bolsa

1. McDonalds = 465 mil empregados
2. Petrochina = 463 mil
3. Siemens = 400 mil
4. Target = 350 mil
5. Sears = 350 mil
6. Hitachi = 350 mil
7. China Petro & Chemical
8. Arcelor
9. Kroger
10. Matsushita

Fonte Aqui

Beleza Russa

A revista Slate pergunta: de onde vieram estas belezas russas? No comunismo, a URSS não era conhecida como um local de mulheres bonitas. Hoje, as russas são consideradas uma das mulheres mais lindas do mundo (Sharapova, lembre-se, é russa). Aqui , uma provável explicação para esta incoerência: no comunismo, a beleza feminina não tinha "mercado" (revista, por exemplo).

Cauda Longa no You Tube

No primeiro mês no You Tube:

* 70% dos vídeos são vistos menos de 20 vezes
* 50% 100 vezes
* Menos de 20% recebem mais de 500 visitas
* Menos de 10% mais 1.500
* 3% mais de 25 mil
* E somente 1% mais de 500 mil


Estes dados fazem lembrar o livro Cauda Longa, onde existe uma grande discussão sobre a existência de "nichos" que as grandes empresas precisam/deveriam atender. Fonte: Aqui

SG, os Cartões de Crédito do Governo Lula e as Finanças Comportamentais

Os problemas de controle interno no Societe Generale foram analisados sob diversas formas. Uma forma interessante de ver o que ocorreu neste banco é através das finanças comportamentais. Um estudo realizado nos Estados Unidos com estudantes que deveriam resolver uma lista de questões de matemática, mostrou algo interessante sobre a questão ética da desonestidade e a presença do dinheiro (moeda). Para o grupo de controle (1/3 dos alunos) a média de resolução das questões foi de 3,5 questões (o tempo era muito curto para resolver todas as questões). No segundo grupo, onde os pesquisadores permitiram que os alunos fossem desonestos e receberiam em dinheiro por sua desonestidade, a média de respostas corretas foi de 6,2 questões. Esta diferença mostra que estes alunos desonestos eram capazes de fazer trapaças para ganhar mais. Ao terceiro grupo, os pesquisadores permitiram também a trapaça, mas o "prêmio" não era em dinheiro, mas um substituto. Neste grupo os alunos responderam 9,4 questões.

Ou seja, com dinheiro, o aumento na desonestidade foi significativo. Mas com um ganho através de itens não monetários o aumento foi ainda maior.

Isto poderia ajudar a explicar o comportamento de pessoas que geralmente não acham desonesto tomar uma caneta emprestada e esquecer de devolver, mas consideram reprováveis atitudes como pegar dinheiro emprestado e não devolver.

O funcionário do Societe Generale talvez se enquadre nesta situação. O ministro de Estado que paga suas contas com o cartão corporativo do governo talvez não ache isto reprovável.

Aqui esta discussão é mais detalhada. Mais: aqui .

Mas destaco um trecho relevante sobre as conclusões da pesquisa:

"quando lidamos com uma moeda mais abstrata nossa moralidade é menos capaz de proteger-nos contra a desonestidade (...)"


Economizando com Auditoria

Um estudo recente (Big Four Stems Exodus to Smaller Auditors, Alix Stuart, para CFO) mostrou que a substituição de uma das quatro grandes empresas de auditoria pode representa uma significativa economia para as empresas. Apesar disto, o número de empresas que escolhem esta opção ainda é reduzido. Além disto, existem sinais de que nos próximos anos o predomínio das grandes empresas irão permanecer. Provavelmente o movimento de convergência das demonstrações poderá favorecer estas grandes empresas.

Clique aqui também para ler mais

Links

1. A Exxon teve um bom lucro (aqui, postagem anterior), mas paga muito imposto)
2. Função da produção em escola e prisão
3. Como a imprensa norte-americana se comportou na crise
4. O que mudou para geração Google
5. Faça uma apresentação como Jobs

03 fevereiro 2008

A crise do Subprime e as Notas Explicativas

Muito interessante esta informação: comparou-se quantas vezes a questão do subprime foi citada nas notas explicativas de algumas instituições financeiras no ano de 2007 em relação a 2006. O resultado é impressionante:

1. Morgan Stanley: 83, em 2007 e 1 em 2006
2. Lehman 37 e 3, nesta mesma ordem
3. Bear Stearns 22 e 1
4. Goldman 14 e 2

Fonte: Aqui

02 fevereiro 2008

Microsoft e Yahoo

Sobre o anúncio da proposta da Microsoft para Yahoo! fiz um apanhado de comentários interessantes.

O blog Finance Professor faz uma interessante comparação como a notícia pode ser divulgada de forma diferente por dois órgãos de imprensa. A revista Forbes, no seu sítio, divulgou tudo de forma técnica (preço da ação, valor da oferta etc):

"Microsoft, the world's biggest software company, is set to grow even bigger: it has offered to buy search engine Yahoo! for $44.6 billion, in a bid to rival Google and take a bigger slice of the online services market.

Microsoft (nasdaq: MSFT - news - people ) is offering $31 for every Yahoo! (nasdaq: YHOO - news - people ) share, or a whopping 62% premium to the search engine's closing price on January 31. Shares in Yahoo! shot up 58.5%, or $11.22, to $30.40, in pre-market trading on Friday."



Já o New York Times foi além. Comentou que a conferência da Microsoft não se falou no nome do concorrente (Google) e que o anúncio é uma demonstração que a empresa não está bem na área online.

"Microsoft’s $44.6 billion bid for Yahoo, pushed by Mr. Ballmer, was hostile. And during a conference call Friday with analysts and in a subsequent interview, he never once uttered the word “Google,” referring to the Internet search giant that has humbled Microsoft only as “the leader” in the online world....Microsoft’s bid for Yahoo is thus a tacit, and difficult, admission that the company did not get its online business right. The bid also represents a sharp departure from Microsoft’s well-thumbed playbook of building new businesses on its own."


Este comentário de Georges Yared afirma que a Google ganha com a proposta: seria um concorrente a menos. Além disto, com 76% do mercado, mesmo após a compra da Yahoo, a Google seria quatro vezes maior que a nova empresa. Lembra também que quando existe uma negociação de empresa ocorre também uma ruptura nas relações com clientes e empregados. Ou seja, a Google pode aumentar ainda mais a sua participação no mercado.

Jonathan Berr lembra que o acordo deverá aumentar a fortuna dos dois principais acionistas da Yahoo (Jerry Yang e David Filo) em 6 bilhões de dólares (além das opções).

Larry Dignam lembra que existem muitas áreas onde Yahoo e Microsoft possuem produtos iguais. A existência de duplicidade é um problema. Neste endereço você poderá encontrar também a carta de Ballmer ao conselho da Yahoo.

Duncan Riley acredita que a união poderá trazer um forte competidor para a Google.

Fred Wilson comenta que o premio oferecido pela Microsoft (70%) é sobre um preço de ação reduzido. Já Barry Ritholtz questiona este prêmio. Afirma que temos agora dois perdedores juntos e que a nova empresa terá uma missão difícil em agregar as tecnologias.

BigPicture lembra que a anuncio nesta data pode não ter sido uma coincidência. A Google acabou de anunciar seus resultados, que estavam aquém do esperado.

Erick Schonfeld faz um interessante exercício sobre a operação. Mostra a cotação das ações e a comparação entre a nova empresa e a Google.



Dennis K. Berman pergunta qual será o novo nome da empresa: MSN-Yahoo? Yahoo-MSN? Yahoo? MSN? Yahsoft? YMSN? Mas a parte mais interessante do seu comentário é que a proposta - Unsolicited bids – representa uma violência para uma empresa (Yahoo) baseada em capital humano. Além disto, em ofertas passadas, a Microsoft sempre superestimou suas aquisições.

Crossing Wall Street lembra a evolução do lucro por ação da Yahoo: 58 centavos para 52 centavos para 47 centavos. A Yahoo era uma empresa que no passado estava em perfeita condição para dominar o mercado e não conseguiu.

Neste endereço a discussão da diretoria da Microsoft com os analistas.

01 fevereiro 2008

Rir é o melhor remédio



"Depois de 6 anos, nós começamos a perceber um padrão aqui."

E o desenho do Afeganistão sob o formato de labirinto.

Artigo sobre a nova lei 2

Os impactos positivos da nova Lei das S.A.
Gazeta Mercantil - 24/01/2008

24 de Janeiro de 2008 - A aprovação, no final do ano passado, da nova Lei das Sociedades Anônimas (S.A.) no Congresso Nacional, com a respectiva sanção presidencial, em substituição à antiga Lei 6.404, de 1976, alinha as práticas contábeis do Brasil ao cenário internacional.

O estabelecimento de regras mais contemporâneas nesse campo tem impacto nas empresas e também no ensino da contabilidade no País.

Profissionais formados e os estudantes em fase de graduação na área precisam tomar conhecimento das mudanças. Os conteúdos desenvolvidos pelos professores nas disciplinas de educação profissional necessitam ser adequados rapidamente, para contextualizar os futuros contabilistas na nova realidade.

Há alterações significativas nas normas. Tais mudanças farão com que a elaboração de informações contábeis esteja de acordo com os padrões mundiais. Um aspecto importante da nova lei é a maior transparência e melhor compreensão pelos principais mercados de valores mobiliários no plano internacional.

Alguns efeitos positivos da ova lei: menor risco para o investidor; estímulo ao ingresso de capital estrangeiro no País; e mais facilidade de acesso de empresas brasileiras no mercado externo.

Alterações significativas são a substituição da Demonstração de Origens e Aplicações de Recursos (Doar) pela Demonstração do Fluxo de Caixa (DFC).

A Doar é considerada pelos especialistas uma demonstração mais rica em termos de informação, mas seus conceitos não são facilmente aprendidos.

A DFC possui linguagens e conceitos mais simples e melhor comunicação com a maioria dos usuários das demonstrações contábeis. Para as companhias abertas, há a introdução da Demonstração do Valor Adicionado (DVA), que expõe a riqueza gerada pela empresa e sua distribuição (empregados, financiadores, acionistas, governo, etc.) e a parcela não distribuída. Esta prática é muito utilizada no exterior e, inclusive, é um tipo de demonstração financeira recomendada pela Organização das Nações Unidas (ONU).

Quanto aos procedimentos contábeis, as disposições da lei tributária ou órgãos reguladores não eximem de escrituração contábil qualquer tipo de organização empresarial, sendo que as companhias abertas observarão as normas expedidas pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e serão, obrigatoriamente, auditadas por profissionais independentes registrados na mesmo comissão. Essas normas deverão ser elaboradas em consonância com os padrões internacionais de contabilidade, adotados nos principais mercados de valores mobiliários do mundo.

As companhias fechadas poderão optar por observar as normas sobre demonstrações financeiras expedidas pela CVM para as companhias abertas. Entretanto, os lançamentos de ajustes efetuados exclusivamente para harmonização de normas contábeis e as demonstrações e apurações com eles elaborados não poderão ser base de incidência de impostos e contribuições, nem ter quaisquer outros efeitos tributários.

Está previsto também na nova lei que organizações de grande porte - consideradas, para os fins exclusivos desta legislação, como a sociedade ou conjunto de sociedades, sob controle comum, que tiver no exercício social anterior ativo total superior a R$ 240 milhões ou receita bruta anual superior a R$ 300 milhões, mesmo que não constituída sob a forma de sociedade por ações - deverão submeter-se às demonstrações financeiras e à obrigatoriedade de auditoria independente, por profissional registrado na CVM.

Ainda está previsto que a CVM, o Banco Central e demais órgãos e agências reguladoras poderão celebrar convênio com entidade que tenha por objeto o estudo e a divulgação de princípios, normas e padrões de contabilidade e de auditoria, podendo, no exercício de suas atribuições regulamentares, adotar, no todo ou em parte, os pronunciamentos e demais orientações técnicas emitidas.

Não há dúvida de que a nova lei é um avanço e um significativo alinhamento do Brasil às normas contábeis internacionais. O que necessitamos de imediato é de um esforço de adequação das normas aos currículos escolares das escolas de ensino superior em contabilidade. São a partir delas que a aplicação e a conscientização da importância da nova lei se farão presentes mais rapidamente nas empresas.

(Gazeta Mercantil/Caderno A - Pág. 3) ADRIANA DIAS* - Coordenadora do Comitê de Conhecimento da Trevisan Outsourcing e professora da Trevisan Escola de Negócios)

Receita Líquida Orgânica

As vezes somos surpreendidos por novos conceitos.

Para 2008, a expectativa é de uma elevação na receita líquida orgânica (sem considerar aquisições) de ao menos 4%, melhor do que o previsto inicialmente. O lucro por ação deve ser de ao menos US$ 1,56, ou US$ 1,90 excluindo US$ 0,34 em custos relacionados com reestruturação.


Custos mais altos afetam desempenho global da Kraft Foods - Juliana Cardoso - Valor Online)

Críticas ao Banco Central

Uma reportagem do Valor Econômico (BC fala em rigor, mas mercado vê lentidão em normas, 29/1/2008) faz sérias críticas a fiscalização do Banco Central. Eis alguns trechos:

Ofuscadas pela prioridade dada nos últimos anos à política monetária, as áreas de fiscalização e normas do Banco Central mudaram expressivamente sua atuação durante a gestão de Henrique Meirelles. Muitos analistas que acompanham o BC há anos acreditam em enfraquecimento. (...)

Há algum tempo o BC deixou de fazer as tão temidas as Inspeções Gerais Consolidadas (IGC), criadas após a quebra do Banco Nacional, na década de 90. Os bancos recebiam visitas de missões com dezenas de fiscais do BC que procuravam avaliar as carteiras dos bancos como um todo. Agora o BC adotou um sistema baseado na estimativa do risco da instituição financeira, semelhante às notas atribuídas pelas empresas de rating, baseado em informações fornecidas pelos próprios bancos. A presença física de fiscais diminuiu. (...)

Mas alguns funcionários do departamento de fiscalização acham que a verificação in loco de documentos, tanto em crédito quanto em remessas, era uma parte relevante da supervisão que perdeu importância. "Não se verifica mais documentação de crédito, por exemplo", afirma um funcionário da fiscalização. (...)

Entre as estatísticas que chamam a atenção está a drástica redução de comunicação de crimes financeiros pelo Banco Central ao Ministério Público. Entre 1997 e 2000, as comunicações oscilavam entre 1.200 e 1.600 anuais. Começaram a cair a partir de 2001 e no ano passado atingiram um número mínimo: apenas 34 casos. A maior parte da redução é explicada pela mudança na legislação cambial e de operações de crédito rural. (...)

Na área de normas, especialmente, há uma percepção do mercado de uma atuação mais lenta. A última regulamentação que provocou mudança expressiva na atuação dos bancos foi a limitação de posições cambiais, decretada em junho do ano passado e que forçou um ajuste. (...)

A questão da captação de depósitos também mostra alguma lentidão na reação do Banco Central à exploração de brechas legais pelos bancos. (...)

Na década de 90 era comum que o Banco Central, ao detectar esse tipo de manobra, baixasse resoluções tentando coibir operações desenhadas para aproveitar brechas. Mas isso não ocorreu neste caso, e bancos até vendem as operações compromissadas em agência afirmando que se houvesse algum problema, o BC já as teria proibido.


Observem a ironia da frase final:

Para o BC, o que houve foi uma "evolução" de áreas como a da fiscalização por conta da maior presença de sistemas eletrônicos que permitem monitorar os bancos à distância.


A resposta do Banco Central foi um pouco lenta (demorou dois dias para ser publicada):

Banco Central do Brasil"Em relação à matéria 'BC fala em rigor, mas mercado vê lentidão em normas', publicada em 29 de janeiro, o Banco Central refuta a tese de que as áreas de Fiscalização e Normas estariam enfraquecidas em detrimento da 'prioridade dada nos últimos anos à política monetária'. A maior prova do acerto das ações do BC é a solidez do sistema bancário brasileiro - flagrante em meio à crise internacional desencadeada em meados do ano passado pelas dificuldades do segmento de crédito imobiliário americano. Exatamente por causa desse acerto, fruto da adoção de medidas prudenciais adequadas e no tempo certo, o BC tem sido reconhecido internacionalmente e citado como exemplo em fóruns internacionais. As lições da crise do sistema bancário nos anos 1990 levaram a uma ampla modernização das práticas de Fiscalização do BC, que passou a focar sua ação no risco.

Portanto, a saúde do sistema financeiro brasileiro se dá como conseqüência, e não apesar, desse processo de modernização, que, nos últimos anos, incluiu investimentos em sistemas e a ampliação do time de profissionais dedicados à Fiscalização de 797 para 1.367 funcionários. O BC monitora diariamente a liquidez das instituições, através de dados disponibilizados pelo Sistema de Pagamentos Brasileiro; pelos sistemas Selic e Cetip de registros e custódia de títulos públicos e privados; pela Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F) que dispõe de 'clearings' de ativos, câmbio e derivativos; e pela Central de Riscos. O BC vem realizando também aperfeiçoamentos normativos de extrema relevância, com destaque para aqueles voltados para o aprimoramento da concorrência, a implementação de recomendações e normas prudenciais para adequação do sistema ao Acordo de Basiléia II e a convergência de regras contábeis e de auditoria aos padrões internacionais. Entre as medidas aprovadas em 2007, destacam-se os requisitos para o aprimoramento da gestão de riscos nas instituições financeiras e revisão das regras de requerimento de capital. Também merece particular destaque, pela natureza prudencial e capacidade do BC de adotar tempestivamente medidas que contribuam para a redução dos efeitos, no mercado doméstico, de desequilíbrios no mercado internacional, a edição, em meados de 2007, de norma sobre apuração do Patrimônio de Referência Exigido (PRE) e limite para a exposição cambial das instituições em ouro, moedas estrangeiras e em exposições sujeitas à variação cambial. Essas regras revelaram-se particularmente oportunas para reforçar a resistência do sistema bancário brasileiro à crise financeira internacional. " Alexandre Pinheiro - Assessoria de Imprensa - Banco Central do Brasil

Afinal, Kerviel era inteligente ou não?

Um detalhe que observei nas reportagens sobre o crise no Sociéte Générale foi uma certa contradição sobre a figura do operador que causou os problema (Kerviel). Em determinados momentos ele é um gênio, em outros, um idiota que não sabia o que estava fazendo.
Veja, por exemplo, este texto, enviado por Ricardo Viana e publicado no WSJ Americas (Como um operador causou perdas de US$ 7,2 bi ao Société Générale
David Gauthier-Villars, Carrick Mollenkamp e Alistair MacDonald, The Wall Street Journal, de Paris e Londres, 25/01/2008)

Os primeiros detalhes, relatos de executivos e as próprias informações divulgadas pelo banco desenham o retrato de um operador comum que usou métodos extraordinários para enganar o próprio sistema do banco e ocultar as suas transações. (...)

"Ele era psicologicamente frágil", disse Phillippe Citerne, diretor-presidente do banco. "Não faço idéia de por que ele fez isso."

Kerviel, que trabalhava no escritório "Delta One" do banco, no norte de Paris, por um salário anual de cerca de F 100.000, era um trader de nível básico, cuja tarefa era apostar no valor dos índices europeus de ações, segundo funcionários do Société Générale. (...)

Kerviel enganou habilidosamente os sistemas de controle, dizem funcionários do banco, em parte porque ele sabia como funcionava a retaguarda do banco, o lugar onde as operações são processadas e monitoradas. (...) [Um comentário meu: aqui temos um problema sério de separação de tarefas, princípio básico de controle financeiro]

"Ele tem de ser muito esperto, porque não apenas fazia isso com a perspectiva de um especialista em computadores, mas também através de um claro entendimento do modo como uma operação é realizada", diz Chris Tattersall, diretor-executivo da consultoria londrina Smart Business and Consulting U.K. Ltd., que trabalha com bancos. "No fim das contas, ele era melhor em informática do que em entender o mercado."




A reportagem continua de forma interessante e trata da transparência. Este é um exemplo muito interessante de como a transparência das informações, em certas situações, pode não ser adequada. Depois de descobrir os problemas, o banco esperou um tempo, enquanto resolvida os problemas criados pelo operador:

Executivos do Société Générale estavam preocupados com o efeito da divulgação da fraude nos já frágeis mercados mundiais. Embora o banco afirme que descobriu no sábado o que chamou de "posições fraudulentas maciças", ele esperou seis dias para divulgar os prejuízos. Isso permitiu que o banco se desfizesse das operações e evitasse prejuízos ainda maiores.

Mas um executivo do alto escalão do banco também disse que eles se mantiveram em silêncio para evitar vazamentos que poderiam atrapalhar os mercados.

Otimismo dos analistas

Crise no mercado traz a necessidade de buscar os culpados. A atenção se volta para os analistas, que são acusados de serem otimistas demais ou de se deixarem enganar por um clima de festa (veja sobre o efeito manada aqui) .

Um artigo de Rodolfo Cirne Amstalden (Por trás das projeções para resultados corporativos, pode haver muito viés) comenta a questão da existência de viés na projeção dos analistas (aqui). Destaco aqui, os três motivos para o otimismo dos analistas:

• Fomentando o trade
A renda dos analistas está intimamente associada à quantidade de operações que suas estimativas fomentam para as corretoras. Como há muito mais trade gerado por posições compradas que por vendidas, faz sentido estimular a entrada no mercado.
• Interesses institucionais
As divisões internas em um banco de investimentos não são tão eficientes quanto sustentam os códigos de ética. Assim, uma recomendação positiva por parte da equipe de análise freqüentemente ajuda a área comercial nos negócios com a empresa coberta.
• Insider
Ter postura otimista frente a resultados corporativos é um passo importante para ficar próximo da diretoria da empresa e obter informações privilegiadas.



P.S. Agradeço a Ricardo Viana, que chamou a atenção para este artigo

Crise e Finanças Comportamentais

Em tempos de crise, explicações são necessárias. Como isto pode ocorrer? A visão tradicional de finanças, baseada no comportamento racional do investidor, não ajuda muito a explicar os problemas do mercado de capitais. Voltamos para as Finanças Comportamentais, com seus conceitos de framing, aversão à perda e, principalmente, efeito manada.

Num artigo publicado no Valor Econômico de 23/1/2008 (O problema é que os investidores só querem boas notícias), Vera Rita Ferreira usa estes conceitos para comentar sobre a crise. Sobre o efeito manada, a psicanalista afirma:

Oscilações importantes do mercado são terreno fértil para a eclosão do conhecido comportamento de manada. Somos dotados de um profundo sentido de desamparo e, como tentativa (vã) de nos afastarmos desse sentimento, buscamos refúgio na companhia de nossos pares. O problema é fazermos isso independentemente da direção que tomarem e mesmo quando contrária ao que acreditamos ser a melhor alternativa. Identificar essa sensação de solidão ativa, medos e fantasmas mais profundos pode ser o primeiro antídoto ao impulso de juntar-se à multidão, para que seja possível, então, usar a própria cabeça para decidir o que é melhor naquele caso. Por outro lado, há de se ficar alerta com relação à atração pelo comportamento oposto, de auto-confiança excessiva, de acreditar que tudo sabe e tudo pode. Se olharmos com cuidado, veremos que, ainda que possam levar sinais opostos, ambas são manifestações da mesma dificuldade para tolerar a própria fragilidade, e podem sinalizar necessidade de assessoria técnica para serem enfrentadas.

Não deixa de ser uma interpretação interessante para a situação atual. Um outro artigo, da InterPress Service, de 30/01/2008, Adid Aslam (Explicação sobe ciclo de penúrias financeiras que afligem a economia mundial) usa novamente o termo efeito manada para tentar entender a crise:

As acentuadas altas e baixas dos mercados são com freqüência atribuídas ao "instinto de manada" dos operadores, que compram ou se desfazem em massa de um determinado bônus ou ação.

Mas a análise de Aslam também mostra o aspecto político da crise, onde a mudança nas normas encorajou que o sistema financeiro assumisse riscos desnecessários. Para Aslam, as questão das normas incentivou o aumento de “artimanhas do setor financeiro”. Ele completa afirmando:

O empurrão final ocorreu em 1998-1998, quando as companhias financeiras, seguradoras e imobiliárias investiram em lobby outros US$ 200 milhões e contribuíram com US$ 150 milhões adicionais com os fundos de campanha de diversos legisladores, muitos deles membros das comissões de Finanças das duas câmaras do Congresso.
O então secretário do Tesouro, Robert Rubin, deu a luz verde do governo do ex-presidente Bill Clinton (1993-2001) para revogar a Lei de Bancos de 1933. Poucos dias depois Rubin anunciou que deixava a vida pública para voltar atividade privada, para trabalhar no Citigroup, o maior banco do mundo, junto com Sanford Weill, que havia lançado a ofensiva final contra a lei "anacrônica".


P.S. Agradeço a Ricardo Viana por enviar o artigo do Valor Econômico.

Variação Cambial

CVM altera forma de contabilizar variação cambial
Valor Econômico - 1/2/2008

Como parte do processo de alinhamento das normas contábeis brasileiras com os padrões internacionais, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) determinou ontem mudanças na forma de contabilização de efeitos da variação cambial no resultado das unidades que uma companhia brasileira tem no exterior. Entre as alterações está o tratamento diferente dos ganhos e perdas gerados por filiais que são apenas um braço da matriz no Brasil e aquelas unidades que operam de forma realmente independente.

A CVM regulamentou também como deve ser feita a conversão cambial do resultado de um balanço em reais para dólares (e vice-versa), seja para contabilização da equivalência patrimonial, seja apenas para apresentação dos números a investidores de outros países. O entendimento consta do pronunciamento número dois do Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC) - formado por diversas entidades ligadas ao setor de contabilidade e auditoria - e pela própria CVM.

Nele, estão as diretrizes básicas da autarquia para adoção da nova lei contábil, a 11.638. Antes da publicação, o tema esteve em consulta pública até dia 25.

Segundo o regulador, as novas regras da contabilidade devem ser aplicadas para o balanço de fechamento do exercício de 2008. As novas regras só devem ser adotadas nas demonstrações trimestrais se a empresa atender a todas as mudanças trazidas pela nova lei.Com a nova regra divulgada hoje no CPC 02, o impacto das variações cambiais no balanço de filiais de empresas no exterior será distinto. Uma distribuidora de uma exportadora brasileira com sede no Reino Unido, por exemplo, será considerada uma empresa não independente, e tratada como qualquer filial no Brasil para fins contábeis. Já uma subsidiária com operação própria em outro país, cujas receitas e custos estejam atreladas à moeda do país onde está instalada, será considerada uma empresa investida independente.

No primeiro caso, as variações cambiais que afetem o resultado da filial deverão aparecer diretamente na conta de resultados da matriz brasileira, com impacto direto no resultado (lucro ou prejuízo). Já para as empresas independentes de fato, o impacto da variação cambial para a matriz brasileira será registrado em uma conta específica dentro do patrimônio líquido. O efeito só aparecerá no balanço, como receita ou despesa de equivalência patrimonial, no ato da liquidação do investimento pela matriz. Atualmente, segundo o Ibracon, as empresas brasileiras, na sua maioria, têm classificado qualquer filial no exterior como independente. Mas nem sempre pode ser assim. A norma traz critérios objetivos para identificar qual será a classificação da empresa e explicar porque enquadrou a unidade de uma maneira ou de outra. Entre os pontos que serão observados para esta classificação está o que a norma chama de "moeda funcional", que é aquela que mais importante para atividade da empresa, na qual estão baseadas seus custos e receitas, por exemplo.

Em relação à conversão do resultado de uma moeda para outra, a norma estabelece que as contas do ativo e do passivo devem ser contabilizadas pela taxa de câmbio da data do fechamento do balanço, mantendo-se as contas do patrimônio líquido inicial pelos mesmos valores convertidos no balanço do final do período anterior.Eventuais mutações no patrimônio líquido no exercício, como aumento de capital, ou pagamento de dividendos, devem ser convertidos pela taxa da data do evento. As contas do resultado, como receitas e despesas, poderão ser convertidas pela taxa cambial média do período, contanto que a distribuição seja distribuída de forma homogênea e que não haja oscilações significativa na taxa de câmbio. Quando não for assim, deve ser seguido o regime de competência.

Artigo sobre a nova lei

Um artigo bastante otimista sobre a nova lei. O seu autor é citado numa reportagem sobre os benefícios da lei para empresas de auditoria (clique aqui).

A Lei nº 11.638 e o mercado de capitais
Valor Econômico - 1/2/2008

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou, em 28 de dezembro de 2007, a Lei nº 11.638 - antigo Projeto de Lei nº 3.741, de 2000 -, que introduz mudanças fundamentais na Lei das Sociedades por Ações, especialmente no que se refere ao conteúdo e formato das demonstrações financeiras a serem elaboradas pelas empresas brasileiras.

Na forma como as empresas se comunicam com seus públicos, representa uma revolução só comparável à criação da própria Lei das S.A., em 1976.

Entre as mudanças, que passaram a vigorar em 1º de janeiro de 2008, destaca-se de imediato a possibilidade de que, em um futuro próximo, as empresas abertas elaborem demonstrações financeiras exclusivamente em International Financial Reporting Standards (IFRS) - as normas internacionais de contabilidade - inclusive para efeitos de pagamento de dividendos e atendimento às demais obrigações estatutárias.

A lei não define prazo para que esta mudança seja implementada e nem se refere, de forma explícita, às IFRS, ao determinar que as normas expedidas pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) para uso pelas empresas abertas deverão ser elaboradas em consonância com os padrões internacionais adotados nos principais mercados. No entanto, em vista do compromisso publicamente assumido pelo regulador, de convergência com as IFRS, é de se esperar que as normas a serem aplicadas pela CVM estejam completamente alinhadas ou sejam uma tradução das próprias IFRS.

Cabe referir que, atualmente, as empresas abertas já são obrigadas pela Instrução Normativa n° 457, de 2007, da própria CVM, a elaborar demonstrações financeiras consolidadas em IFRS até 2010 (comparativos em 2009). Como resultado desta mudança, no futuro estas companhias deixarão de elaborar demonstrações financeiras individuais segundo as práticas contábeis aplicadas no Brasil e utilizarão um único conjunto de normas contábeis para fins estatutários e para uso em processos de captação de recursos nos diversos mercados de capitais - do Brasil, Estados Unidos, Europa etc.

O segundo ponto importante na alteração da Lei das S.A. está na segregação entre a contabilidade elaborada para fins fiscais e a contabilidade empresarial, cujo objetivo primordial é prover informações sobre a posição financeira e a performance das empresas que sejam úteis à tomada de decisão de investimento. Isto permitirá que as empresas preparem suas demonstrações financeiras em IFRS sem que isto implique em um aumento dos custos com impostos.

E um terceiro destaque da Lei nº 11.638 é a possibilidade de que, em um futuro próximo, as empresas fechadas possam optar por preparar suas demonstrações financeiras exclusivamente em IFRS. E tal opção poderá converter-se em obrigação. Isto porque a legislação prevê que os órgãos e/ou agências que regulam tais empresas - como a Superintendência de Seguros Privados (Susep), a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), o Conselho Federal de Contabilidade (CFC) etc. - celebrem convênio com entidades que tenham por objeto o estudo e a divulgação de princípios, normas e padrões de contabilidade. Na prática, a entidade a que se refere a lei já está em plena atividade. O Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC) está em atuação desde 2005 e tem o compromisso firmado com a emissão de normas completamente alinhadas às IFRS.

Em um momento em que o Brasil tem sido internacionalmente reconhecido como o principal centro financeiro da América Latina, a Lei nº 11.638 promoverá uma inserção ainda maior do país nos mercados globais de capitais, na medida em que possibilitará que todas as empresas brasileiras, abertas ou não, preparem suas demonstrações financeiras exclusivamente em IFRS, padrões atualmente adotados nos principais mercados de valores mobiliários. Tais mudanças certamente contribuirão para o fortalecimento do mercado de capitais do Brasil e para a obtenção do desejado "investment grade".

Dezembro de 2007 marcou o fim de um ano excepcional para o mercado de capitais brasileiro, com mais um recorde de lançamentos iniciais de ações. Foram 64 IPOs durante o ano, número quase 2,5 vezes maior que o já recorde histórico de 26 lançamentos em 2006. Em vista da expectativa de que as atuais condições econômicas favoráveis sejam mantidas, a aprovação da Lei nº 11.638 traz perspectivas otimistas para 2008 e para os anos seguintes. Portanto, deve-se celebrar mais este importante passo para o desenvolvimento do mercado de capitais brasileiro.

É importante notar, no entanto, que a conversão para IFRS está longe de ser um exercício restrito à área técnica contábil das empresas, e reserva importantes desafios para os próximos anos. A experiência na Comunidade Européia, onde cerca de sete mil empresas listadas implementaram IFRS até 2005, revela que o processo de transição pode ser complexo, de longa duração e exigir recursos - tanto humanos quanto financeiros - significativos. As mudanças tendem a afetar praticamente todas as áreas das empresas. E alterações em processos e sistemas de informação serão inevitáveis.

Além disso, as empresas precisarão comunicar aos diversos participantes do mercado (investidores, analistas e mídia), de forma clara, tempestiva e eficaz, as novas regras do jogo. Em especial, programas de treinamento precisarão desenvolver, nos profissionais das áreas contábil e financeira e de relacionamento com investidores, a capacitação necessária para o entendimento e aplicação das novas e sofisticadas normas. Com efeito, em face da complexidade envolvida e dos potenciais impactos, inclusive sobre a valorização das ações das empresas, trata-se de um tema que exigirá a atenção da alta administração das empresas.

Fábio Cajazeira Mendes é sócio da PricewaterhouseCoopers

Provisão

Cessão de carteira e provisão ganham mais transparência
Valor Econômico - 1/2/2008

Seguindo postura adotada pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM), o Conselho Monetário Nacional (CMN) aprovou ontem nova regulamentação para obrigar as instituições financeiras a, a partir de 30 de junho, prestarem informações mais detalhadas sobre provisões e contingências decorrentes de demandas judiciais, arbitragens, contratos e outras obrigações. A Norma e Procedimento de Contabilidade No. 22 (NPC 22), editada pelo Instituto dos Auditores Independentes do Brasil (Ibracon), passará a ser obrigatória no segundo semestre.

A NPC 22 procura evitar que uma instituição esconda seus passivos e replica o International Accounting Standard 37 (IAS 37) ao estabelecer três conceitos de probabilidade de ocorrência dos eventos. No caso da classificação "provável" (ocorrência maior), as demonstrações contábeis terão de incluir provisão no balanço. Quando é "possível" (ocorrência menor), bastam notas explicativas.

Para o conceito "remota" (chance substancialmente pequena), é dispensado o registro.O diretor de Normas do Banco Central (BC), Alexandre Tombini, explicou que essas novas regras não se referem às operações de crédito. "Vai aumentar a transparência nos balanços das instituições financeiras", garantiu.

Outros dois votos do CMN, aprovados ontem, também seguem o recomendado caminho da convergência com normas contábeis internacionais. Será autorizada a inclusão de bônus perpétuos com opção de recompra na composição do capital de nível 1 do patrimônio de referência. O conselho também tornou mais justas - a partir de 1º de janeiro de 2009 - as normas de registro dos riscos nas operações de venda e transferência de ativos financeiros, principalmente na cessão de direitos creditórios. No âmbito do patrimônio de referência das instituições, foi alterada a Resolução No. 3.444, de fevereiro de 2007, que proibia a opção de recompra dos instrumentos perpétuos. O objetivo foi dar competitividade às empresas nacionais porque, com a vedação, não podiam emitir no exterior. Se a expectativa é a de o Brasil obter o grau de investimento nas agências de classificação de risco, o custo de captação deve ser reduzido. O capital de nível 1 é o considerado mais perene, representado pelos ativos dos acionistas. O capital de nível 2 é o das captações de longo prazo para absorver prejuízos. O CMN estabeleceu três condições para admitir essa inclusão no capital de nível 1. A cláusula de opção de recompra depende de autorização do BC. Além disso, será necessário respeitar intervalo mínimo de dez anos entre a data de autorização para que o instrumento integre o patrimônio de referência e a primeira data de exercício da opção. A norma também estabelece limites para o reajuste dos encargos financeiros, que somente poderão ocorrer uma vez. As instituições terão até o final do ano para adaptarem-se às novas normas sobre o registro do risco na cessão de direitos creditórios, com reflexos nas demonstrações contábeis. A medida também segue a tendência internacional e dará mais competitividade às empresas nacionais. Atualmente, a cessão desses direitos é considerada venda definitiva e retira os ativos do balanço, mesmo sobrevivendo algum risco assumido. O principal conceito adotado é o do maior controle sobre a responsabilidade pela gestão das operações realizadas. São previstas duas situações básicas - transferência e retenção - dos riscos e benefícios e uma hipótese residual, quando é difícil o enquadramento.

O coordenador de Instituições Financeiras do Ibracon, Edison Arisa, afirmou que as novas normas de registro do risco na cessão de direitos creditórios vão, a partir do ano que vem, mudar a rotina das transações financeiras. "A evolução já tinha sido amplamente discutida na audiência pública realizada pelo Banco Central no ano passado", comentou. Quanto à NPC 22, ele aprovou a maior clareza promovida pelo CMN. Isso porque as instituições que não são companhias abertas não estão submetidos às normas de transparência, segurança e fortalecimento do sistema financeiro que já tinham sido absorvidas pela CVM.

Quem lucra com a mudança na legislação?

O texto a seguir, publicado na Gazeta Mercantil, é muito claro em mostrar quem lucrou com a recente mudança (incompleta) na lei das SAs.

Padronização deve inflar receita das gigantes de auditoria
Gazeta Mercantil - 1/2/2008

São Paulo, 1 de Fevereiro de 2008 - Entra ano, sai ano, com crise ou sem, o cenário para as firmas de auditoria independente não pára de melhorar no Brasil. Depois do advento da lei Sarbanes-Oxley - que sujeitou instituições financeiras e empresas com ações listadas nas bolsas americanas a implementar rigorosos controles internos - e da onda de IPO (ofertas iniciais de ações, na sigla em inglês), agora o alinhamento às práticas contábeis internacionais concorre para ser o novo eldorado das auditorias no País. "Contabilidade é a bola da vez", diz Fábio Cajazeira", sócio da área de mercado de capitais da Price.

Só com a lei 11.638, sancionada pelo presidente Lula na virada do ano, as grandes do setor prevêem um aumento médio de 15%. O texto prevê que grandes companhias de capital fechado - com faturamento anual a partir de R$ 300 milhões ou patrimônio líquido acima de R$ 240 milhões - serão obrigadas a auditar suas demonstrações financeiras já a partir do exercício de 2008. "Acreditamos que vamos conseguir de 60 a 90 clientes novos", estima Idésio Coelho, sócio da área de auditoria da Ernst & Young.

Mas o que está sendo visto por elas como a maior oportunidade de negócios é a adoção pelo Brasil das IFRS (International Financial Reporting Standards), padrão contábil internacional já adotado por mais de 100 nações e que será obrigatório para todas as companhias com ações negociadas na Bovespa a partir de 2010. Apostando que o processo de convergência contábil internacional chegaria ao Brasil mais cedo ou mais tarde, as chamadas Big Four (KPMG, Ernst & Young, Deloitte e PricewaterhouseCoopers) já vinham se preparando há pelo menos quatro anos, investindo pesado na montagem de equipes especializadas no assunto, esforço que incluiu a importação de funcionários de filiais na Europa e o envio de dezenas de brasileiros para universidades estrangeiras para cursos de MBA. A KPMG trouxe o holandês Jamon Jubels para tocar uma equipe de 30 especialistas em IFRS. A Ernst "importou" Paul Sutcliffe da Grã-Bretanha. A Deloitte calibrou um quinto dos 1,2 mil funcionários no País para atuar no setor. E a Price, que vem se especializado no assunto há dez anos, montou um batalhão de 300 pessoas especificamente para trabalhar com IFRS.

O tema também tem chamado a atenção das auditorias de médio porte. A Terco Grant Thornton, que vem crescendo a uma taxa anual de 50%, no rastro das aberturas de capital, formou uma equipe de 20 especialistas em harmonização contábil para não perder o novo vetor de expansão. Uma de suas tarefas será a de doutrinar representantes das empresas fechadas a migrar já para o padrão internacional, embora ainda não sejam obrigadas a isso, diz André Ferreira, sócio da área de auditoria da Terco. Na Trevisan, a demanda pelo tema tem sido tão forte que a instituição já cogita formar um curso de MBA específico em IFRS. A Boucinhas & Campos + Soteconti Auditores Independentes desde 2005 vem financiando cursos de especialização em IFRS de funcionários em universidades européias com duração de dois anos.

Colheita

Agora, a expectativa é de começar a colher os resultados dos investimentos. A KPMG espera que temas ligados a contabilidade ajudem a elevar em 30% suas receitas com a área de auditoria no País este ano. A Deloitte prevê um aumento de 10% a 15% do volume de trabalho no período, mas diz-se preparada para a demanda que vier. "Estamos prontos", afirma José Roberto Carneiro, sócio da área de auditoria. A Terco faz uma projeção conservadora de crescimento de 20% para este ano. "O IFRS vai ser um elemento importante para conseguirmos novos trabalhos de auditoria", diz Ferreira.

(Gazeta Mercantil/Finanças & Mercados - Pág. 2)(Aluísio Alves)

Dois Gráficos da The Economist

1. Mortalidade Infantil no Mundo

Observe, pelo gráfico, que a posição da América Latina e Caribe é razoavelmente boa. E nos últimos anos, esta região fez progressos interessantes. Fonte: Aqui




2. Reservas dos Países - A China e o Japão têm o dinheiro pelo superávit comercial. A Rússia em razão do petróleo. Fonte: Aqui

Links

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2. Uma visão da cabine do novo Airbus
3. Os aeroportos mais perigosos do mundo (Não tem nenhum brasileiro na lista!!)
4. Cofins pode ser reduzida
5. Como a The Economist analisou o problema do Société Générale e aqui e aqui
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7. Quem perderia caso não ocorra a festa do Oscar (estúdios, canais de TV, atores, lojas de grifes, festas, floriculturas, fotógrafos, limusines, seguranças, cabeleireiros, publicistas, e outras)