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31 dezembro 2011

Apesar de avanços, Brasil continua em baixa em índices globais

Em 2011, o Brasil melhorou sua posição na maioria dos rankings internacionais que medem diferentes aspectos do desenvolvimento, mas, por trás de pequenos avanços, o país ainda tem desempenho fraco quando comparado a nações do chamado mundo desenvolvido.

A BBC Brasil reuniu 10 indicadores, divulgados ao longo de 2011, que vão além do Produto Interno Bruto (PIB) e inserem o Brasil em um contexto global em áreas como renda, desigualdade, corrupção, competitividade e educação.

O Brasil, que pode se tornar a 6ª maior economia do mundo ultrapassando a Grã-Bretanha se projeções recentes forem confirmadas, já despenca dezenas de posições quando se considera a renda per capita, resultado da divisão do PIB pela população.

Nessa média, o brasileiro ganha, por ano, o equivalente a US$ 10.710 (contra US$ 8.615 em 2009). Segundo os últimos dados do Banco Mundial, 44 países têm renda per capita superior à do Brasil, entre eles a própria Grã-Bretanha.

A renda dos britânicos, US$ 36.144, é três vezes maior do que a dos brasileiros. Essa diferença, no entanto, vem caindo. Além disso, a renda média do brasileiro continua superior à de seus colegas dos Brics, a Rússia (US$ 10.440), a Índia (US$ 1.475), a China (US$ 4.428) e a África do Sul (US$ 7.275).

Para ler na íntegra, clique aqui.

Dubai



Além da crise da zona do euro, os mercados financeiros poderão sofrer turbulências em 2012 com outro país altamente endividado: Dubai, emirado no golfo Pérsico e antes visto como um dos mais ricos do mundo.

Bancos estrangeiros se mostram de novo inquietos com os riscos de companhias vinculadas ao governo, como Dubai Holding Commercial Operations Group, Jebel Ali Free Zone e DIFC Investments, não poderem rolar suas dívidas no ano que vem, após os problemas enfrentados no auge da crise financeira.

De acordo com o Instituto Internacional de Finanças (IIF), que representa os maiores bancos do mundo, o governo do emirado e suas empresas precisam pagar US$ 13,4 bilhões de títulos de dívida que vencem em 2012, em um cenário de crise global e aperto de crédito.

Para honrar esses compromissos, equivalentes a 12% do PIB de Dubai, o governo pode procurar uma combinação de refinanciamento e liquidação de algumas dívidas, conforme o IIF. Só que o cenário é especialmente complicado para isso, notam analistas.

O emirado acumulou uma dívida pública de US$ 110 bilhões, equivalente a 100% do PIB do país. Os bancos locais estão sob risco, depois de terem emprestado US$ 25 bilhões a empresas estatais, o que equivale a 9% de seus financiamentos.

Dubai atraiu a atenção global com seus gastos gigantescos desde 2002 no desenvolvimento de sua industria imobiliária e projetos de se transformar no paraíso do turismo, do comércio e de serviços financeiros na região.

Os planos de Dubai sofreram um duro golpe com a crise global de 2008-2009, quando várias companhias controladas pelo governo não puderam pagar seus compromissos no rastro da queda dos preços de imóveis e congelamento de créditos.

O emirado chegou à beira do calote e causou turbulências nos mercados globais em 2009, e só se recuperou após uma injeção de US$ 20 bilhões por parte do banco central da União dos Emirados Árabes e do governo e bancos de Abu Dhabi. A estatal Dubai World continua negociando a restruturação de US$ 23,9 bilhões.

Agravando esse cenário, o grosso da renda de Dubai não vem de petróleo, como seus vizinhos, e sim de cobrança de taxas sobre serviços. O país não cobra imposto de renda nem imposto sobre valor agregado.

O pior do endividamento virá entre 2014-2016, daí a importância de se atenuar o problema da divida desde já. No entanto, o presidente do Comitê Fiscal Supremo de Dubai, xeque Ahmed bin Saeed Al Maktoum, divulgou comunicado neste mês insistindo que não tem intenção de reestruturar as dividas das companhias estatais em 2012.

Ele insistiu que o governo tem uma “sólida política financeira”. E terminou o ano anunciando corte de 53% no orçamento público, em relação a 2011, tentando mostrar seriedade na redução da dívida estatal.

Fonte: Assis Moreira, Valor Economico

Nostalgia de fim de ano


Dias especiais, como o Natal e o Ano Novo, nos trazem memórias de tempos antigos, e talvez até de pessoas que amamos. A doce nostalgia nos ajuda a ter uma sensação de conexão, tanto nos dias de festa quanto nos comuns. E, para a psicóloga Krystine Batcho, a nostalgia pode trazer uma ideia de alívio para quem está vivendo tempos difíceis na vida.

A nostalgia já foi definida por vários teóricos. O termo foi originalmente cunhado em 1688, por um médico que queria categorizar a saudade que os soldados tinham de casa. Ele via o sentimento como uma doença física experimentada pelos jovens na guerra, longe de casa pela primeira vez. Naquela época, sem telefone ou internet, estar longe podia ser muito traumático. E daí vários sintomas surgiam, até anorexia, decorrente da falta de apetite.

Hoje, os teóricos fazem importantes distinções entre dois tipos diferentes de nostalgia, a histórica e a pessoal. Ambas são psicológicas e classificadas como estados emocionais.

O primeiro tipo tem relação com ter bons sentimentos ou se sentir atraído por tempos em que o individuo às vezes nem era nascido. Um exemplo é um de nós sentir nostalgia pelo período Vitoriano.

O segundo é o uso mais comum do termo nostalgia, e também o tipo mais estudado. Você já deve imaginar que são os momentos em que sentimos emoções por algo que já vivemos. É o tipo autobiográfico da nostalgia.

O que confunde os estudos é que algumas pessoas falam da nostalgia como um traço de personalidade (alguém mais ou menos nostálgico), e outros como um humor passageiro, por exemplo, “me sinto mais nostálgico no Natal”. E você pode definir o sentimento como achar melhor.

A nostalgia como um humor, quase todos concordam que é universal. Até crianças podem ser nostálgicas. Por exemplo, ela pode ficar nesse “estado de espírito” quando falar de brinquedos antigos.

Batcho, que estuda a nostalgia, afirma que a sensação é importante para manter um senso constante de quem você é. “Você pode se referir a isso como um senso ou consciência de identidade”.

Nesse sentido, em situações traumáticas, que mudem muito o estilo de vida ou a situação de uma pessoa, a nostalgia ajuda a lhe lembrar de quem você é.

Para a psicóloga, a idade que apresenta os picos de nostalgia é a jovem adulta. “Essa fase é muito importante psicologicamente e no desenvolvimento próprio, onde os indivíduos descobrem o que querem ser”.

E, para as datas especiais, como o Natal ou o aniversário, a coisa fica ainda mais emocionante. A publicidade coloca em nossas cabeças que essas datas comemorativas estão centradas nos relacionamentos.

Mas pense em quem não pode estar junto de quem quer, por motivo de morte ou distância, por exemplo. “A solidão é um catalisador de nostalgia. É interessante, porque o sentimento faz você se sentir conectado novamente. Ajuda a diminuir a sensação de estar sozinho. E as datas especiais são notórias para fazer as pessoas se sentirem sozinhas, mesmo que não estejam fisicamente sozinhas”.

Mas calma, no seu Natal e Ano Novo a nostalgia pode até ser boa. “Pode ser psicologicamente útil, porque lembra que seu valor não depende de dinheiro, emprego, saúde, ou outras coisas materiais, mas as pessoas que te amam, ou amaram”, afirma Batcho.

“Datas assim trazem aspectos culturais e até mitos, como o Papai Noel. E isso faz as pessoas se sentirem mais conectadas com o passado e com os outros, além de barreiras do tempo, culturais. É um fenômeno único, um fenômeno de união”, finaliza.


Fonte: Aqui


30 dezembro 2011

Rir é o melhor remédio



Tenho acompanhado há muito o Photoshop Disasters. É muito engraçado ver o uso do retoque de imagens. Esta fotografia acima é uma das melhores postagens que apareceu no ano de 2011.

Links

Lei
Dodd-Frank ainda não foi implantada


Campanha para Kim Kardashian (foto) pagar mais imposto

Tempo para legalizar a cannabis

Mercado
Fazendas já produzem caviar

Como a Bélgica dominou o mercado de cervejas

Listas: Dez Mais
Os dez países que irão comandar o comércio exterior em 2050 (o Brasil não está entre eles)

As dez frases (ou palavras) irritantes de 2011 na área de administração

Contabilidade
Citibank e a SPE: balanço confiável?

Price pode pagar até 1 milhão de libras por auditoria no JP Morgan

Exame do CPA no Brasil

PCAOB descobriu falhas na E&Y

Livros mais vendidos em 2011


Livros mais vendidos no mundo – New York Times

O Céu é de Verdade
Autor: Todd Burpo e Lynn Vincent

Unbroken
Autor: Laura Hillenbrand

Água Para Elefantes
Autor: Sara Gruen

Vida Roubada
Autor: Jaycee Dugard

A Rainha do Castelo de Ar
Autor: Stieg Larsson

Os Homens que Não Amavam as Mulheres
Autor: Stieg Larsson

Tick Tock
Autor: James Patterson e Michael Ledwidge

Decision Points
Autor: George W. Bush

Steve Jobs: A biografia
Autor: Walter Isaacson


Livros mais vendidos no Brasil – Publish News

Ágape
Autor: Padre Marcelo

A Cabana
Autor: William P. Young

Querido John
Autor: Nicholas Sparks

A Guerra dos Tronos
Autor: George R. R. Martin

Guia Politicamente Incorreto da História do Brasil
Autor:Leonardo Narloch

1822
Autor: Laurentino Gomes

Água Para Elefantes
Autor: Sara Gruen

Diário de Uma Paixão
Autor: Nicholas Sparks

O Pequeno Príncipe
Autor: Antoine Saint-Exupéry

Por Que os Homens Amam as Mulheres Poderosas?
Autor: Sherry Argov / Andrea Holcbeg

Fonte: Aqui

Previsões para o Ibovespa em 2012

Ontem, o Ibovespa estava em 57.510 pontos. Veja as projeções feitas no início deste ano para o Ibovespa em 2011, à época, o índice estava com 69.300 pontos:

Veja as projeção feitas para 2012:


Como diria Winston Churchill:

"A arte da previsão consiste em antecipar o que acontecerá e depois explicar o porque não aconteceu."

Bernie

Em outubro postamos sobre o julgamento na Alemanha envolvendo o chefão da Fórmula 1, Bernie Ecclestone. A história nebulosa envolve o pagamento de 44 milhões de dólares para um ex-funcionário de um banco.

Agora Bernie reconheceu o pagamento do dinheiro - mas afirmou que não se tratava de suborno para compra de ações da F1, mas sim de pagamentos em razão de ameaças que o Sr. Gribokowsky fez de levar acusações contra ele, Bernie, ao fisco.

Ouro e Risco


O gráfico mostra duas variáveis: o índice de volatilidade da bolsa dos EUA (uma medida de risco) e a quantidade de pesquisa no Google para o termo "gold price". Observem a correlação próxima dos dois termos. Historicamente o ouro tem sido considerado uma reserva contra as crises financeiras. 

Fonte: The Economist, via aqui

Lego

O gráfico mostra a evolução do preço do Lego ao longo do tempo. O ponto máximo foi durante os anos oitenta, quando uma peça chegou a valer 0,40 US$.
Aqui fotos da fábrica na Dinamarca.

Mudanças à vista no FGC


O Fundo Garantidor de Créditos (FGC) vai passar por uma profunda mudança no ano que vem. Os atuais conselheiros da instituição, executivos oriundos dos grandes bancos do País, serão substituídos por profissionais independentes contratados no mercado financeiro. O presidente do Conselho, Gabriel Jorge Ferreira, deixará o comando quando a reforma do estatuto estiver concluída.

E as regras para o socorro de bancos em dificuldades ficarão mais rígidas, para evitar casos como o do Panamericano, que terminou com um prejuízo de R$ 3,8 bilhões para o FGC, criado em 1995 para garantir depósitos dos correntistas brasileiros até determinado limite. Atualmente, a cobertura é de até R$ 70 mil por CPF na mesma instituição financeira e vale para dinheiro em conta corrente, caderneta de poupança, CDBs, letras de câmbio, letras imobiliárias, letras hipotecárias e letras de crédito imobiliário.

O Estado apurou que as mudanças estão sendo discutidas com o Banco Central (BC) e já receberam o aval dos banqueiros. A origem da reforma remonta a 2009, quando a autoridade monetária colocou para discussão pública alterações no FGC. Na ocasião, o BC alertou para alguns problemas no funcionamento do Fundo. Um exemplo é o fato de os conselheiros terem acesso a informações confidenciais de concorrentes em dificuldades. Hoje em dia, vários bancos procuram o FGC se precisam de ajuda.

Quando isso ocorre, busca-se uma solução que, em alguns casos, precisa ter a anuência dos conselheiros para ser implementada. Só que, desde que o FGC foi criado, só os maiores do setor têm assento no conselho. Hoje, são Banco do Brasil, Itaú Unibanco, Bradesco, Santander, Caixa Econômica Federal, Safra e Alfa (esses três últimos suplentes).

Como lembra uma fonte do setor, essa situação cria o que se chama de assimetria de informação. Em outras palavras, alguns bancos sabem quem são os concorrentes em dificuldades. Mas todos os outros do setor, não. Para evitar esse tipo de conflito de interesse, os conselheiros terão de ser independentes, sem vínculo algum com bancos.

O BC deve voltar à carga com o assunto no ano que vem. No entanto, os banqueiros decidiram antecipar-se à autoridade e já acertaram informalmente um novo estatuto, que será implementado nos primeiros meses de 2012. O objetivo é que tudo esteja pronto antes do fim de abril, quando está agendada a assembleia anual ordinária do Fundo. A partir daí é que as alterações práticas – como a saída de Ferreira – serão efetuadas.

O novo presidente do conselho ainda não foi escolhido. Hoje, o nome favorito é o do presidente da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), Murilo Portugal. Há, porém, ao menos dois empecilhos para que essa solução vingue. O primeiro deles é a resistência do próprio Portugal em assumir novas funções. O segundo é o fato de que, em algumas situações, FGC e Febraban têm posições opostas. A entidade que representa os bancos, por exemplo, faz pressão para diminuir o porcentual dos depósitos dos correntistas (dinheiro que, afinal de contas, compõe o patrimônio do Fundo, atualmente próximo de R$ 28 bilhões).

O FGC, em compensação, entende que, em alguns momentos, é preciso elevar o porcentual para que as garantias possam se manter no nível corrente ou até serem elevadas. A outra grande mudança no estatuto decorre do caso Panamericano. A partir de 2012, em operações de salvamento de bancos, o FGC vai exigir que o banqueiro em questão coloque todo o patrimônio pessoal como garantia do empréstimo. Além disso, as condições do financiamento serão as de mercado. Ou seja, sem nenhum vantagem para o tomador.

Fonte: LEANDRO MODÉ – O Estado de S.Paulo

A Era Pós-Ocidental

Separei alguns trechos da entrevista ao Valor Econômico do cientista político frânces, Dominique Moïsi, que considera que a centralidade ocidental, que durou 250 anos, não é mais a mesma. Moïsi é autor do livro "A Geopolítica das Emoções" (foto), dentre outros.

Valor: Do ponto de vista cultural, como será o mundo pós-ocidental? Critérios estéticos, fundamentos teóricos e valores ético-políticos de hoje são herdeiros de um período bem específico que foi a "modernidade ocidental".

Moïsi: Tenho grande paixão por essa questão. De tudo o que ela contém, o principal é a universalidade. Será que os chineses vão construir uma universalidade para sua forma de ser e pensar? Hoje, a China está centrada em suas questões e não olha o resto do mundo. Uma superpotência global pode se manter assim? E será que é possível se desenvolver sem democracia? Parece que sim, mas acho que não é possível sem o estado de direito. As teorias que relacionam democracia e capitalismo, vê-se agora, não necessariamente estão certas. Os asiáticos querem consumir como nós, mas será que vão querer ser governados como nós?

Valor: Mas, além da ascensão da China, os focos de irradiação cultural e poder político se multiplicam. Antes era só um, o ocidental.

Moïsi: Isso é interessantíssimo e tento desenvolver o assunto no livro que estou escrevendo e provavelmente vai se chamar "O Ocidente na Era Pós-Ocidental". O objetivo é demonstrar aos ocidentais que eles perderam o monopólio dos modelos que detiveram por 250 anos. Isso tem consequências até raciais, porque, até recentemente, a superioridade do branco parecia mais ou menos evidente e nunca mais vai ser assim. É interessante pensar como mesmo no Brasil a questão é importante. Foi, afinal, o último grande país a abolir a escravidão. E embora tenha desenvolvido toda uma narrativa de miscigenação racial e sobretudo cultural, até hoje, quanto mais escura for a pele de uma pessoa, maior é sua chance de sofrer violência.

Valor: A expansão da classe média do mundo emergente suscita outra questão. Diz-se, não sem razão, que é impossível que sete bilhões de pessoas consumam tanto quanto os ocidentais. Mas quem haveria de renunciar ao consumo?

Moïsi: É verdade que seria insustentável. O que vejo de positivo é que, na arte japonesa, e na chinesa também, o homem é representado como parte da natureza, muito integrado. Em que pesem as indústrias altamente poluentes da China e o desastre nuclear no Japão, talvez esses países contribuam com uma mudança de mentalidade. Por sinal, essa questão também é uma oportunidade única para o Brasil: o aumento enorme no consumo de recursos naturais.

Valor: Mas pode-se imaginar a emergência de um capitalismo menos consumista?

Moïsi: Por enquanto, é improvável. Os asiáticos, apesar de tudo, querem poder consumir mais. Se 1 bilhão de chineses comerem tanta carne quanto 300 milhões de americanos, a natureza sofrerá. Eles sonham em consumir como os ocidentais e nosso pesadelo é trabalhar como eles. O que me incomoda é que, no último século, houve uma enorme evolução tecnológica, mas não uma evolução moral. Ganhamos 20 anos de expectativa de vida, mas o que vamos fazer com isso? Não vivemos melhor e o mundo parece mais incerto e instável, embora com instrumentos de governança melhores, mais acesso à informação e menos violência.

Fonte:A geopolítica das placas tectônicas - Por Diego Viana De São Paulo
Valor Econômico , 23/12/2011

29 dezembro 2011

Rir é o melhor remédio

Dizem que contador gosta de número. Abaixo, dois comerciais sobre números. O primeiro, sobre o significado de um número; o segundo, do desodorante Axe.



Zarico

Zarico é o autor do retrato que está no lado direito do blog. É ele que aparece na pintura acima, sendo consultado por seu afilhado, o médico Giovanni Roncalli.

Além de pintor, fazedor de queijo (dos melhores), artista de trabalhos manuais (suas toalhas bordadas são lindas), Zarico foi um dos primeiros alunos do curso técnico em contabilidade de sua cidade. Nesse ambiente, um de seus filhos acabou obrigado a participar realizando serviços contábeis nas férias, que incluía fichas de controle de estoques e uso de gelatina em livro diário.

No Natal, quando mencionei um livro que organizei, Zarico imediatamente comentou que era o sétimo. Vejam só! Nem eu sabia disto.

Desde que me tornei professor (e coordenador) de graduação do curso de Ciências Contábeis da Universidade de Brasília, há 20 anos, tenho me esforçado para ser um bom profissional na área contábil. Tenho tido alguns excelentes mestres, vários deles conhecidos pelos leitores deste blog. Zarico, todavia, é a imagem insuperável do profissional que eu gostaria de ser.

Zarico é o apelido de infância de Baltazar Guimarães Silva. Meu pai. Aquele que me obrigou a trabalhar nas férias escolares "fazendo escrita". Meu eterno e maior mestre. Àquele a quem dediquei o livro Contabilidade Básica.

Que você possa recuperar logo !

Teste 536

A empresa de auditoria PwC está sendo investigada por seu trabalho no banco inglês Barclays. Segundo informou o Financial Times, a razão é que o auditor não detectou que o banco “falhou em manter o dinheiro de clientes segregado”. Num período de oito anos, a área de investimento do Barclays “misturou rotineiramente fundos de clientes com seus próprios recursos”.

Se você é esperto, já descobriu do que está sendo comentando aqui. O que é? Participe nos comentários.

Resposta do anterior: a) nenhuma influência; b) suponha que comprou $1 de dívida por $0,70, com juros de 10%. A empresa que comprou a dívida irá receber $0,10 de um valor de $0,70 ou uma rentabilidade de 14% (aproximadamente); c) livrar de um ativo que pode ser “duvidoso”; d) a dívida deverá ser considerada na contabilidade por 70% do valor original. Isso significa uma redução do passivo, com contrapartida no resultado.

Frase

You have to know accounting. It's the language of practical business life. It was a very useful thing to deliver to civilization. I've heard it came to civilization through Venice which of course was once the great commercial power in the Mediterranean. However, double entry bookkeeping was a hell of an invention.

Charlie Munger

Diminui percentual de conselheiro independente

Depois de repensar o conceito de conselheiro independente, as companhias decidiram assumir que nem sempre alguns membros são tão autônomos assim em relação à administração ou ao grupo controlador. Não é de se estranhar, portanto, que o percentual de conselheiros independentes nas empresas tenha caído sensivelmente na comparação entre 2011 e 2010.

No Novo Mercado, por exemplo, a fatia de conselheiros independentes nos conselhos de administração caiu de 33% para 28%. No segmento que engloba os Níveis 1 e 2, o percentual passou de 25,8% para 13%. Nas companhias tradicionais, a queda é ainda mais significativa: de 37% para 7%.

A medição consta do estudo anual de governança corporativa realizado pela empresa de auditoria e consultoria KPMG. O levantamento avaliou os Formulários de Referência de 230 companhias.

Apesar da queda do percentual de independentes, a fatia de profissionais indicados por acionistas minoritários subiu de 33% para 36% no Novo Mercado, de 13,4% para 19% nos demais níveis de governança e de 14% para 17% entre as companhias do mercado tradicional.

A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) pede a clara identificação dos independentes nos formulários e foi esse critério que a KPMG utilizou.

A pesquisa mostra que as companhias brasileiras estão distantes das recomendações de ter maioria do conselho de administração composta por membros independentes. No Novo Mercado é onde esses profissionais têm a maior participação: 28%.

Quando reformou o regulamento do Novo Mercado, a BM&FBovespa tentou ampliar a participação de independentes de 20% para 30% do conselho de administração. Contudo, a proposta foi rejeitada. Das 93 companhias que participaram das definições, 54 foram contrárias a essa sugestão. A revisão das cláusulas também tentou inserir o percentual mínimo de 20% independentes para as companhias do Nível 1 – dentre 28 empresas que participaram da definição, 18 foram contra.

O novo regulamento do Novo Mercado é válido desde maio do ano passado. As companhias, porém, têm até a assembleia geral ordinária de 2012, que aprovará as contas deste ano, para modificar seus estatutos sociais e adaptá-los à nova regulamentação. Há algumas exceções, como a separação entre os cargos de presidente do conselho de administração e presidente executivo, em que as empresas podem fazer a adaptação em três anos.

Levantamento realizado pelo Valor mostra que apenas 38 companhias dos Níveis 1 e 2 e do Novo Mercado já aprovaram a adequação do estatuto social aos novos regulamentos. A maioria das empresas, portanto, deixou a modificação para a corrida temporada de assembleias de 2012.


Comitê de auditoria atrai poucas adesões

Embraer, HRT e Iochpe-Maxion devem ser as únicas companhias a começar 2012 com um comitê de auditoria em funcionamento nos moldes propostos pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM). O modelo sugerido pelo regulador brasileiro requer previsão do órgão no estatuto social da companhia. Na prática, significa imputar responsabilidade administrativa aos seus membros. Em troca, a CVM permitirá que as empresas troquem de auditores independentes a cada dez anos, a partir do próximo ano – quando volta a valer a exigência da rotação de firmas a cada cinco anos, para empresas não financeiras sem comitê de auditoria estatutário.

No caso da HRT, o órgão – espécie de órgão fiscalizador das atividades de auditores internos e externos – já estava pronto, antes de a CVM publicar a instrução 509, em novembro, com orientações sobre o comitê. A listagem das ações da companhia na bolsa do Canadá, em abril, exigiu que a empresa fizesse algumas adequações no seu modelo de comitê de auditoria em funcionamento até então.

Segundo Lourenço Bastos-Tigre, diretor financeiro e de relações com investidores da HRT, nenhuma nova alteração relevante precisará ser realizada no órgão para que fique de acordo com o da CVM. “São três membros, todos indicados pelo conselho de administração e todos especialistas em contabilidade”, explica Bastos-Tigre. Apenas a previsão de funcionamento permanente – uma exigência do regulador brasileiro – precisou ser colocada no regimento interno do comitê de auditoria. Mas o ponto fundamental, a inclusão no estatuto social, já estava feito.

Não é o caso da Embraer. A companhia convocou para o dia 10 de janeiro uma assembleia para deliberar sobre alteração no seu estatuto, de modo a acomodar o novo comitê. O órgão está constituído conforme instrução da CVM. Procurada, a Embraer não se pronunciou. Segundo comunicado, a companhia tem a aprovação do conselho para adaptar o comitê de riscos de forma caracterizá-lo como o comitê de auditoria nos moldes da 509.

Companhias brasileiras com registro na bolsa de Nova York, caso da Embraer, já dispõem de comitês de auditoria ou os chamados conselhos fiscais “turbinados”, em modelo bastante semelhante ao do comitê de auditoria da CVM. Mas a Securities and Exchange Commission (SEC), regulador das empresas negociadas nos Estados Unidos, não exige que o órgão seja estatutário.

Além da Embraer, nenhuma outra companhia brasileira listada na bolsa americana solicitou alterações para se adequar à 509, informa a CVM. Por opção das empresas, o comitê de auditoria ficou de fora do regulamento do Novo Mercado, na última reforma. O órgão não substitui, necessariamente, o conselho fiscal, embora os dois órgãos tenham atribuições parecidas.

Enquanto o comitê de auditoria é vinculado ao conselho de administração da empresa e exerce tarefas diárias, o conselho fiscal é autônomo e desempenha funções mais esporádicas, como a aprovação das demonstrações financeiras.

Segundo Bastos-Tigre, da HRT, a formação do seu primeiro conselho fiscal deve ser uma das prioridades da empresa para 2012, na área de governança.
Nascida da fusão entre as drogarias Raia e Drogasil, a Raia Drogasil constituiu, mês passado, um comitê de auditoria para, em princípio, substituir o antigo conselho fiscal da Drogasil.

A empresa ressalta, no entanto, que o conselho fiscal poderá ser instalado a pedido de qualquer acionista, conforme previsão constante na Lei das Sociedades por Ações. O comitê da companhia exibe um desenho próprio. Além de não estar previsto em estatuto, terá o futuro diretor-presidente da empresa, Cláudio Roberto Ely, como membro. Pelos padrões da CVM, nenhum integrante da diretoria da empresa poderia participar. Os outros integrantes serão Antônio Carlos Pipponzi, presidente do conselho de administração, Plínio Musetti e Jairo Eduardo Loureiro, ambos membros do conselho de administração.

Fonte: Marina Falcão, Valor Economico

Nomes valiosos na internet

O ano termina com algumas negociações de nomes de endereços na internet. Não foi quebrado o recorde histórico, mas os valores envolvidos em alguns sítios foram expressivos. Os cinco endereços mais caros, pelo valor de venda em 2011 (em dólares):

Answer.com = 550 mil
Runningshoes.com = 700 mil
Vu.com = 700 mil
Aktien.de = 725 mil
Domainname.com = 1 milhão
Social.com =2,6 milhões

Fonte: aqui

Presentes

Muitos dos meus amigos economistas têm um problema com troca de presentes. Eles vêem os feriados não como uma ocasião de alegria, mas como um festival de irracionalidade, uma orgia de destruição de riqueza.



Os economistas racionais atem-se a uma situação na qual, digamos, sua tia Bertha gasta US $ 50 em uma camisa para você e que você acaba usando uma única vez (quando ela o visita). O dinheiro suado de sua tia evaporou-se e você nem gostou do presente! Um estudo muito citado estimou que cerca de um terço do dinheiro gasto no Natal é desperdiçado, porque os presenteados atribuem um valor inferior ao preço de varejo para os regalos que recebem. Os economistas racionais, portanto, oferecem uma simples sugestão: dê dinheiro ou não dê nada.

Mas a economia comportamental, que se baseia tanto em psicologia, como na teoria econômica, é muito mais sensível ao ato de presentear. A economia comportamental entende melhor por que as pessoas (com razão, em minha opinião) não querem abrir mão do mistério, da emoção e da alegria de presentear. Nesta visão, os presentes não são irracionais. Ocorre apenas que os economistas racionais falham ao explicar a sua utilidade social genuína. Então, vamos examinar as razões racionais e irracionais para dar presentes.

Alguns presentes, é claro, são basicamente simples intercâmbios econômicos. Este é o caso quando compramos para um sobrinho um pacote de meias porque sua mãe diz que ele precisa delas. É o tipo menos emocionante de doação, mas que qualquer economista consegue entender.

Um segundo tipo importante de presente é aquele que se utiliza para tentar criar ou reforçar uma ligação social. O exemplo clássico ocorre quando alguém nos convida para jantar e levamos algo para ele. Não se trata de eficiência econômica. É uma maneira de expressar nossa gratidão e criar um vínculo social com a pessoa.

Outra categoria de presente, que eu gosto muito, é o que eu chamo de presentes "paternalistas" - coisas que você acredita que mais alguém deveria ter. Eu gosto de um certo álbum do Green Day, ou de um romance de Julian Barnes, ou do livro "Previsivelmente Irracional", e eu acho que você deveria gostar também. Ou eu acho que aulas de canto ou de yoga irão expandir os seus horizontes - então compro-as para você.

Um presente paternalista ignora as preferências da pessoa que recebe o presente, o que tende a levar os economistas à loucura, mas pode realmente mudar essas preferências para o melhor. Claro, você pode mandar mal, dando um presente paternalista que alguém odeie, mas isso não significa que você não deva tentar.

Minha última categoria de presente é aquele que alguém realmente quer, mas se sente culpado em comprar para si. Essa categoria não deveria existir, visto que, de acordo com a teoria econômica padrão: Se você realmente gostou e pode pagar por isso, você irá comprá-lo.



Para mim, canetas atendem a essa descrição. Eu não uso muito canetas, mas eu ficaria contente de ganhar uma realmente bacana (um Porsche 911 também estaria bom). Quando meus alunos defendem suas dissertações, peço a todos da banca para assinar os formulários necessários com uma caneta cara e, em seguida, presenteio a caneta ao estudante. É um prototípico bom presente por algo que eles provavelmente se sentiriam culpados em comprar para si, ademais há associações positivas como uma lembrança daquele dia.

A economia comportamental tem uma lição a mais para os presenteadores: se o seu objetivo é maximizar uma conexão social, não dê um presente perecível, como flores ou chocolates. É verdade, as pessoas gostam deles, e você não quer se impor dando algo mais permanente. Mas o que você está tentando maximizar? Você tem como objetivo evitar uma imposição ou ser lembrado?

Para uma impressão durável, melhor dar um vaso ou uma pintura. Mesmo que seus amigos não gostem muito, eles irão pensar em você mais frequentemente (embora talvez não em termos mais positivos).

Melhor ainda, dê um presente que é usado de forma intermitente. Uma pintura muitas vezes apenas se desvanece. Uma batedeira, por sua vez, quando utilizada, é notada.

Eu gosto de comprar para as pessoas fones de ouvido hi-end. Os fones são sempre utilizados e, então, posso imaginar que sempre que é utilizado, sou lembrado. Além disso, são um luxo, o tipo de coisa que as pessoas têm dificuldade em comprar para si. O melhor de tudo, talvez, é que é algo íntimo: quando presenteio fones de ouvido para alguém, posso pensar em mim sussurrando em seus ouvidos.


E talvez, quando os fones de ouvido de ouvido forem utilizados, você será lembrado sussurrando-lhes, ou mesmo beijando-lhes as orelhas. Alguém já pensou em um beijo assim por causa de um presente em dinheiro?

Dan Ariely