Comprem ações. Eu compro
Warren Buffett *
O Estado de São Paulo - 18/10/2008
O universo financeiro está um caos, tanto nos Estados Unidos quanto no resto do mundo. Além disso, seus problemas contagiaram a economia em geral e o gotejamento agora virou uma torrente. No curto prazo, o desemprego aumentará, a atividade das empresas declinará e as manchetes continuarão assustadoras.
Por isso, resolvi comprar papéis americanos. Estou falando da minha conta pessoal, na qual antes só tinha títulos do governo dos Estados Unidos. (Estou excluindo minhas ações na Berkshire Hathaway, todas comprometidas com instituições filantrópicas).
Se os preços continuarem atraentes, meu patrimônio líquido, com exceção do que está na Berkshire, logo será 100% formado por ações americanas.
E por que motivo? Costumo seguir uma regra simples nas minhas compras: tenha medo da ganância dos outros e seja ganancioso quando os outros se mostrarem temerosos. Certamente, agora, o medo é geral e toma conta até de investidores experimentados.
A bem da verdade, eles têm razão de se mostrarem cautelosos com entidades extremamente alavancadas ou com empresas que não têm boas condições de competitividade. Mas não faz sentido temer pela prosperidade, a longo prazo, de muitas empresas saudáveis deste país. De fato, essas empresas terão ganhos oscilantes, como sempre ocorre. Mas a maioria das grandes companhias acabará estabelecendo novos recordes de lucro, daqui a cinco, 10 e 20 anos.
Devo esclarecer um ponto: não tenho como prever os movimentos das bolsas no curto prazo. Nem como prever se as ações subirão ou baixarão daqui a um mês ou a um ano. Entretanto, é provável que o mercado registre altas maiores, talvez substanciais, bem antes de os sentimentos ou a economia se recuperarem. Portanto, se se esperar muito, as oportunidades poderão passar.
Gostaria de lembrar aqui uma pequena história: durante a Grande Depressão, a Dow atingiu sua maior baixa, 41 pontos, no dia 8 de julho de 1932. Entretanto, as condições econômicas continuaram se agravando até a posse de Franklin D. Roosevelt, em março de 1933. Naquela altura, o mercado já havia avançado 30%.
Lembremos ainda dos primeiros dias da Segunda Guerra Mundial, quando as coisas iam mal para os EUA, na Europa e no Pacífico. O mercado atingiu o fundo do poço em abril de 1942, muito antes de a sorte se voltar para os aliados.
No início da década de 80, a melhor época para comprar ações foi quando a inflação arrasou a economia, lançando-a na crise mais profunda. Em suma, as más notícias são as melhores amigas do investidor: elas permitem comprar uma fatia do futuro dos Estados Unidos a preços de liquidação.
No longo prazo, as notícias da bolsa melhorarão. No século 20, os EUA enfrentaram duas guerras mundiais e outros conflitos militares traumáticos e dispendiosos; a Grande Depressão; várias recessões e pânicos financeiros; choques petrolíferos; uma epidemia de gripe; e a demissão de um presidente que caiu em desgraça. E no entanto a Dow Jones subiu de 66 para 11.497.
Poderia se achar impossível que um investidor perdesse dinheiro em um século marcado por ganhos tão extraordinários. Mas alguns investidores perderam. Os desafortunados compraram ações somente quando se sentiram confortáveis para fazê-lo, e depois as venderam quando as manchetes dos jornais fizeram com que se sentissem enjoados.
Hoje, as pessoas que têm equivalentes de dinheiro se sentem confortáveis. Pois não deveriam. Elas optaram por um ativo terrível a longo prazo, que praticamente não paga nada e cujo valor, com certeza, se deprecia.
Na realidade, a política que o governo adotará em suas iniciativas para aliviar a crise atual provavelmente será inflacionária e portanto acelerará o declínio do valor real das contas em dinheiro.
As ações quase certamente superarão o rendimento do dinheiro na próxima década, e provavelmente em um grau considerável. Os investidores que guardam seu dinheiro, apostam que saberão quando chegará o momento certo para dar-lhe outro destino. À espera de uma boa notícia, eles ignoram o conselho de Wayne Gretzky: “Eu vou para onde o disco vai estar, e não para onde ele estava.”
Não gosto de opinar em matéria de bolsa, e volto a enfatizar que não tenho a menor idéia de como o mercado se comportará no curto prazo.
Entretanto, pretendo seguir o exemplo de um restaurante que abriu em um banco vazio e depois anunciou: “Ponha a boca onde estava seu dinheiro”.
Hoje, meu dinheiro e minha boca estão em ações.
*Warren E. Buffett é diretor executivo da Berkshire Hathaway, uma holding diversificada.
19 outubro 2008
Colômbia e IFRS
Contabilidad: la norma global es clave
Nancy Rocio Velandia Ardila
Portafolio - 18/10/2008
Colombia tiene otro reto frente a la mejoría de su competitividad: a adoptar los estándares internacionales de la contabilidad.
Aunque se trata de un asunto estrictamente técnico, limitado al proceso de cómo pasar desde sistemas de contabilidad basados en normas nacionales (Pcga) al sistema Ifrs (International Financial Reporting Standards), aplicarlo cobra cada vez mayor importancia.
Está claro que hay una tendencia global de tomar como marco de referencia contable las Ifrs y que mantenerse apartado frente a esta tendencia global con las experiencias ya vividas por muchos países sería desaprovechar tal experiencia y correr el riesgo de no tener información financiera comparable, transparente y de la más alta calidad frente a esta tendencia global
pero ¿qué ventajas puede traer la adopción de las normas internacionales de contabilidad?
El objetivo es tener un conjunto único de estándares mundiales de información financiera que permita información comparable, transparente y de la más alta calidad, contenida en estados financieros preparados con base en esos parámetros.
Para lograr ese objetivo, el principal (pero no único) obstáculo es la diversidad de los sistemas y de las normas nacionales. La diversidad de los sistemas se ha solucionado vía los avances en las tecnologías de la información y las comunicaciones (bases de datos relacionales, enterprise resource planning (ERPs) y XBRL, principalmente). La diversidad de las normas se ha solucionado por medio de la armonización de tales normas.
Lograr la armonización de las normas implica que haya entendimiento tanto en las normas como en los emisores de las normas. Para ello se dispone de diversas experiencias:
a)Adopción de los estándares internacionales: La autoridad (por ejemplo: la European Commission) incorpora en su derecho interno (los hace obligatorios) los IFRS (información financiera) y los ISA (estándares internacionales de auditoría y aseguramiento) vía un proceso específico (comisiones y endoso)
b)Convergencia entre los US-GAAP (United States Generally Accepted Accounting Principles) y los IFRS: Los emisores (en este caso, US-FASB e IASB) acuerdan un proceso ('mapa de ruta') para eliminar las diferencias entre sus estándares (US-GAAP e IFRS). Similares procesos se están dando entre el emisor internacional y los emisores de estándares de Japón y China.
c)Adopción con ajustes: los emisores nacionales (por ejemplo: Australia, Nueva Zelanda) adoptan los IFRS con algunas excepciones menores.
Desde el punto de vista técnico, la adopción es el paso desde sistemas de contabilidad basados en reglas al sistema internacional IFRS, basado enprincipios. La adopción, entonces, es un método técnico ventajoso que facilita el tránsito desde el sistema de contabilidad local hacia el sistema internacional (IFRS) permitiendo mostrar las diferencias (en utilidad/pérdida, en patrimonio, en impuestos, etc.) de ese cambio.
FACTOR DE COMPETITIVIDAD
La competitividad de un país depende de un conjunto de diversos factores.
Tener un solo sistema de contabilidad (IFRS) es reconocido como un elemento que favorece la competitividad porque elimina barreras (de carácter legal, profesional, tecnológico), disminuye costos y facilita el acceso a fuentes de financiación o capital. Todas las diferencias en relación con el sistema internacional constituyen costos adicionales (tener que preparar varios tipos de información y adicionalmente hacer conciliaciones; tener que pagar mayores costos de capital; dificultades para acceder a los mercados en igualdad de condiciones) y mayores riesgos (riesgo de tomar decisiones equivocadas a causa de no tener una base comparable en la información).
La adopción de los estándares internacionales (IFRS, pero también de auditoría/aseguramiento de información, control interno y gobierno corporativo) ayuda a tener ventajas competitivas. O en otras palabras, no tener el mismo sistema equivale a darles las ventajas competitivas a los competidores.
EMPLEO PARA CONTADORES
Con los estándares internacionales los contadores tienen que ajustarse a las nuevas condiciones.
Ya no se acepta (como tampoco se acepta que sea el Estado) que los contadores sean los que creen los institutos profesionales, señalen los códigos de conducta profesional y determinen las normas técnicas profesionales, vigilen el ejercicio y tengan aprovechamiento económico de la aplicación.
Hoy a nivel internacional se requieren roles diferentes (emisores de estándares, reguladores, supervisores, analistas, preparadores, auditores, etc.) cada uno de ellos trabajando de manera independiente.
Los contadores, como personas, pueden participar en cualquiera de esos roles y ello implica que sus posibilidades de trabajo, en lugar de disminuir se incrementan. Lo que no pueden es simultáneamente ejercer varios de esos roles.
- Usted podrá escuchar a los expertos en globalización contable y estándares de información financiera en el foro que realizarán PORTAFOLIO, Deloitte y el Grupo Planeta el lunes 10 de noviembre en el Club El Nogal de Bogotá. 353 5354 ó 018000 110 301.
No tener el mismo sistema equivale a darles las ventajas a los principales competidores del mercado".
En Colombia hay sectores de contadores que critican la adopción, mientras que otros la aceptan. Sin embargo, en el país hay empresas que están usando los IFRS como su sistema de información, así sea con el sobrecosto de dos modelos de contabilidad. Todas las entidades que o bien son subsidiarias de matrices que consolidan su información financiera bajo IFRS o son compañías colombianas que realizan negocios con empresas europeas, con banca multilateral y con inversionistas extranjeros, y por lo tanto deben reportar con base en IFRS.
¿EN QUÉ VAMOS?
Nancy Rocio Velandia Ardila
Portafolio - 18/10/2008
Colombia tiene otro reto frente a la mejoría de su competitividad: a adoptar los estándares internacionales de la contabilidad.
Aunque se trata de un asunto estrictamente técnico, limitado al proceso de cómo pasar desde sistemas de contabilidad basados en normas nacionales (Pcga) al sistema Ifrs (International Financial Reporting Standards), aplicarlo cobra cada vez mayor importancia.
Está claro que hay una tendencia global de tomar como marco de referencia contable las Ifrs y que mantenerse apartado frente a esta tendencia global con las experiencias ya vividas por muchos países sería desaprovechar tal experiencia y correr el riesgo de no tener información financiera comparable, transparente y de la más alta calidad frente a esta tendencia global
pero ¿qué ventajas puede traer la adopción de las normas internacionales de contabilidad?
El objetivo es tener un conjunto único de estándares mundiales de información financiera que permita información comparable, transparente y de la más alta calidad, contenida en estados financieros preparados con base en esos parámetros.
Para lograr ese objetivo, el principal (pero no único) obstáculo es la diversidad de los sistemas y de las normas nacionales. La diversidad de los sistemas se ha solucionado vía los avances en las tecnologías de la información y las comunicaciones (bases de datos relacionales, enterprise resource planning (ERPs) y XBRL, principalmente). La diversidad de las normas se ha solucionado por medio de la armonización de tales normas.
Lograr la armonización de las normas implica que haya entendimiento tanto en las normas como en los emisores de las normas. Para ello se dispone de diversas experiencias:
a)Adopción de los estándares internacionales: La autoridad (por ejemplo: la European Commission) incorpora en su derecho interno (los hace obligatorios) los IFRS (información financiera) y los ISA (estándares internacionales de auditoría y aseguramiento) vía un proceso específico (comisiones y endoso)
b)Convergencia entre los US-GAAP (United States Generally Accepted Accounting Principles) y los IFRS: Los emisores (en este caso, US-FASB e IASB) acuerdan un proceso ('mapa de ruta') para eliminar las diferencias entre sus estándares (US-GAAP e IFRS). Similares procesos se están dando entre el emisor internacional y los emisores de estándares de Japón y China.
c)Adopción con ajustes: los emisores nacionales (por ejemplo: Australia, Nueva Zelanda) adoptan los IFRS con algunas excepciones menores.
Desde el punto de vista técnico, la adopción es el paso desde sistemas de contabilidad basados en reglas al sistema internacional IFRS, basado enprincipios. La adopción, entonces, es un método técnico ventajoso que facilita el tránsito desde el sistema de contabilidad local hacia el sistema internacional (IFRS) permitiendo mostrar las diferencias (en utilidad/pérdida, en patrimonio, en impuestos, etc.) de ese cambio.
FACTOR DE COMPETITIVIDAD
La competitividad de un país depende de un conjunto de diversos factores.
Tener un solo sistema de contabilidad (IFRS) es reconocido como un elemento que favorece la competitividad porque elimina barreras (de carácter legal, profesional, tecnológico), disminuye costos y facilita el acceso a fuentes de financiación o capital. Todas las diferencias en relación con el sistema internacional constituyen costos adicionales (tener que preparar varios tipos de información y adicionalmente hacer conciliaciones; tener que pagar mayores costos de capital; dificultades para acceder a los mercados en igualdad de condiciones) y mayores riesgos (riesgo de tomar decisiones equivocadas a causa de no tener una base comparable en la información).
La adopción de los estándares internacionales (IFRS, pero también de auditoría/aseguramiento de información, control interno y gobierno corporativo) ayuda a tener ventajas competitivas. O en otras palabras, no tener el mismo sistema equivale a darles las ventajas competitivas a los competidores.
EMPLEO PARA CONTADORES
Con los estándares internacionales los contadores tienen que ajustarse a las nuevas condiciones.
Ya no se acepta (como tampoco se acepta que sea el Estado) que los contadores sean los que creen los institutos profesionales, señalen los códigos de conducta profesional y determinen las normas técnicas profesionales, vigilen el ejercicio y tengan aprovechamiento económico de la aplicación.
Hoy a nivel internacional se requieren roles diferentes (emisores de estándares, reguladores, supervisores, analistas, preparadores, auditores, etc.) cada uno de ellos trabajando de manera independiente.
Los contadores, como personas, pueden participar en cualquiera de esos roles y ello implica que sus posibilidades de trabajo, en lugar de disminuir se incrementan. Lo que no pueden es simultáneamente ejercer varios de esos roles.
- Usted podrá escuchar a los expertos en globalización contable y estándares de información financiera en el foro que realizarán PORTAFOLIO, Deloitte y el Grupo Planeta el lunes 10 de noviembre en el Club El Nogal de Bogotá. 353 5354 ó 018000 110 301.
No tener el mismo sistema equivale a darles las ventajas a los principales competidores del mercado".
En Colombia hay sectores de contadores que critican la adopción, mientras que otros la aceptan. Sin embargo, en el país hay empresas que están usando los IFRS como su sistema de información, así sea con el sobrecosto de dos modelos de contabilidad. Todas las entidades que o bien son subsidiarias de matrices que consolidan su información financiera bajo IFRS o son compañías colombianas que realizan negocios con empresas europeas, con banca multilateral y con inversionistas extranjeros, y por lo tanto deben reportar con base en IFRS.
¿EN QUÉ VAMOS?
18 outubro 2008
Islândia e quem mais? 2
CVM e derivativos
CVM exige informações detalhadas sobre derivativos em balanços
AE Conjuntura e Finanças
A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) passou a exigir, nos balanços do terceiro trimestre deste ano, informações mais abrangentes e detalhadas sobre os instrumentos financeiros derivativos detidos pelas companhias abertas. A regra consta da Deliberação nº 550 da autarquia que completa a Instrução n.º 235/95, que regulamenta a apresentação de informações sobre esses instrumentos em nota explicativa às demonstrações financeiras.
Conforme a CVM, a Deliberação somente será aplicável ao balanço do trimestre encerrado em 30 de setembro deste ano, sendo que as companhias que já tiverem entregado o referido documento deverão reapresentá-lo com as adaptações exigidas até o dia 14 de novembro. As empresas que entregarem as informações trimestrais até o dia 24 de outubro também poderão reapresentá-lo, atendendo às novas exigências, até o dia 14 do mês que vem.
A CVM considera que, no geral, o conteúdo informativo das notas explicativas sobre instrumentos financeiros derivativos que vêm sendo produzidas pelas companhias poderia ser aperfeiçoado. Assim, promoverá, no processo de adequação das demonstrações aos padrões internacionais de contabilidade, a melhoria desse conteúdo. "Adicionalmente, em vista do atual cenário de volatilidade nos mercados nacional e internacional, considerou conveniente a adoção dessa medida já para o balanço do terceiro trimestre de 2008", diz o comunicado da autarquia.
Conforme a CVM, com esta medida, pretende-se garantir a disponibilização de informações mais objetivas e completas acerca da eventual exposição das companhias abertas, em 30 de setembro, em razão das posições em instrumentos financeiros derivativos detidos, bem como de impactos decorrentes dessa exposição no terceiro trimestre.
A Deliberação contém também, em seu artigo 4º, recomendação para que as companhias divulguem análises de sensibilidade de suas posições em instrumentos derivativos em relação a três cenários que são especificados, fornecendo assim aos seus acionistas e ao mercado referenciais concretos para a avaliação do risco trazido pelas posições assumidas pela companhia.
A autarquia diz ainda no comunicado que a nova regra inspira-se nos pronunciamentos do International Accounting Standards Board (IASB) que tratam da contabilização e da divulgação de informações sobre instrumentos financeiros, antecipando em parte o teor daqueles normativos. A CVM lembra que, junto com o Comitê de Pronunciamentos Contábeis - CPC, irá em breve e conforme calendário divulgado pelas entidades no início deste ano, colocar para audiência pública o pronunciamento contábil que trata do reconhecimento, mensuração e evidenciação de instrumentos financeiros, que será editado no âmbito da regulamentação da Lei 11.638/07.
A norma incorpora, ainda, partes das recomendações das áreas técnicas da CVM - de Relações com Empresas e de Normas Contábeis - feitas por meio do Ofício Circular/CVM/SNC/SEP nº 01, de 14 de fevereiro de 2007.
O Prejuízo da Aracruz
Derivativos levam Aracruz a prejuízo de R$ 1,57 bilhão
Cesar Bianconi
O Estado de São Paulo - 18/10/2008
Apenas com as operações cambiais de alto risco, empresa teve perda de R$ 2,1 bilhões
A Aracruz teve prejuízo líquido de R$ 1,569 bilhão no terceiro trimestre deste ano, ante lucro de R$ 260,506 milhões no mesmo período de 2007, pelo padrão brasileiro de contabilidade (BR Gaap). A receita líquida subiu de R$ 610,580 milhões para R$ 666,534 milhões na mesma comparação. O resultado financeiro foi R$ 1,548 bilhão negativo de julho a setembro. Um ano antes, foi de R$ 116,861milhões positivos.
A companhia, maior produtora mundial de celulose branqueada de eucalipto, teve uma despesa financeira consolidada de R$ 2,462 bilhões, incluindo variações monetárias e cambiais. Um ano antes, a cifra foi de R$ 141,3 milhões. O resultado recente foi fortemente influenciado pela contabilização de perdas de R$ 2,1 bilhões com derivativos, segundo a empresa.
Uma das operações com derivativos de câmbio da Aracruz estabelece que a empresa tenha uma perda equivalente a duas vezes a variação cambial, caso ela ocorra em direção distinta à aposta feita pela Tesouraria da companhia. Ou seja, a empresa se dispôs a correr o risco de pagar duas vezes a variação cambial em alguns contratos com derivativos que fez.
Ao divulgar o resultado, ontem, a empresa disse que sua posição de caixa no terceiro trimestre, sem derivativos, estava em R$ 1,1 bilhão. Em 25 de setembro, ela anunciou que a sua exposição a derivativos podia ter excedido os limites previstos na política financeira. No início deste mês, informou que o valor justo de seus contratos com derivativos estava negativo em R$ 1,95 bilhão em 30 de setembro.
Essa perda financeira levou o Grupo Aracruz a ter um prejuízo líquido consolidado (incluindo empresas coligadas e controladas) de R$ 1,657 bilhão no terceiro trimestre de 2008, ante lucro líquido de R$ 263,248 milhões de julho a setembro do ano passado.
A receita consolidada nos três meses até setembro foi de 801,6 milhões, queda de 8% na comparação com o mesmo intervalo de 2007. A geração de caixa medida pelo Ebitda ficou em R$ 323,7 milhões, com margem de 40%. Isso se compara a um Ebitda de R$ 394,4 milhões um ano antes, com margem de 45%. O volume de vendas de celulose no trimestre foi de 679 mil (-10%), enquanto a produção totalizou 810 mil toneladas (7% na comparação anual).
A Aracruz vai antecipar a parada para manutenção da fábrica em Barra do Riacho, no Espírito Santo, do primeiro trimestre de 2009 para o quarto trimestre deste ano. Segundo a empresa, isso vai representar uma redução de 64 mil toneladas na produção de celulose no período. Considerando outras paradas já realizadas ao longo do ano, a meta de produção para 2008 foi revisada, passando de 3,1 milhões a 3,2 milhões de toneladas, ante 3,3 milhões de toneladas anteriormente.
“Dada as condições de mercado, a companhia decidiu remarcar a parada para manutenção das linhas A e C da Unidade Barra do Riacho para o quarto trimestre de 2008. A parada para manutenção da Unidade Guaíba foi realizada no terceiro trimestre”, informou a empresa.
DEMANDA EM BAIXA
Segundo a Aracruz, ao longo do terceiro trimestre a redução do crescimento da economia global e as paradas sazonais na produção de papel na Europa reduziram a demanda do setor de papel e celulose, resultando em redução de preço da commodity em setembro para todas as regiões. Nesse cenário, as vendas de celulose da empresa ficaram em 679 mil toneladas de julho a setembro, volume 12% inferior ao do segundo trimestre e 10% menor que o do mesmo período de 2007.
A empresa também informou que está tomando medidas para reduzir os desembolsos e conservar o caixa. Adiou a expansão da fábrica de Guaíba (RS) em 1 ano e reduziu a compra de terras e formação de florestas para uma nova fábrica da Veracel, joint venture com a Stora Enso, na Bahia, além de suspender a aquisição de áreas com as mesmas finalidades para o projeto de uma unidade produtiva em Minas Gerais.
Na terça-feira, a Aracruz informou que resolveu cancelar o crédito e o pagamento de juros sobre capital próprio no valor de R$ 84 milhões, previsto para ocorrer a partir de 15 de outubro. A decisão decorreu dos problemas enfrentados com operações de derivativos e em meio ao “atual cenário nacional e internacional”.
A direção da empresa disse ainda que a liquidez tem “sido severamente” afetada pela restrição de crédito e pelo aumento da percepção de risco do mercado global.
A Aracruz ainda informou ter encerrado setembro com dívida líquida de R$ 2,676 bilhões, um aumento de 55% sobre a posição de junho. Isso decorre, principalmente, do impacto da variação cambial sobre os empréstimos em moeda estrangeira e aos investimentos no período. Houve uma despesa financeira líquida sobre a dívida de R$ 450,1 milhões, pela variação cambial sobre os empréstimos em moeda estrangeira.
Cesar Bianconi
O Estado de São Paulo - 18/10/2008
Apenas com as operações cambiais de alto risco, empresa teve perda de R$ 2,1 bilhões
A Aracruz teve prejuízo líquido de R$ 1,569 bilhão no terceiro trimestre deste ano, ante lucro de R$ 260,506 milhões no mesmo período de 2007, pelo padrão brasileiro de contabilidade (BR Gaap). A receita líquida subiu de R$ 610,580 milhões para R$ 666,534 milhões na mesma comparação. O resultado financeiro foi R$ 1,548 bilhão negativo de julho a setembro. Um ano antes, foi de R$ 116,861milhões positivos.
A companhia, maior produtora mundial de celulose branqueada de eucalipto, teve uma despesa financeira consolidada de R$ 2,462 bilhões, incluindo variações monetárias e cambiais. Um ano antes, a cifra foi de R$ 141,3 milhões. O resultado recente foi fortemente influenciado pela contabilização de perdas de R$ 2,1 bilhões com derivativos, segundo a empresa.
Uma das operações com derivativos de câmbio da Aracruz estabelece que a empresa tenha uma perda equivalente a duas vezes a variação cambial, caso ela ocorra em direção distinta à aposta feita pela Tesouraria da companhia. Ou seja, a empresa se dispôs a correr o risco de pagar duas vezes a variação cambial em alguns contratos com derivativos que fez.
Ao divulgar o resultado, ontem, a empresa disse que sua posição de caixa no terceiro trimestre, sem derivativos, estava em R$ 1,1 bilhão. Em 25 de setembro, ela anunciou que a sua exposição a derivativos podia ter excedido os limites previstos na política financeira. No início deste mês, informou que o valor justo de seus contratos com derivativos estava negativo em R$ 1,95 bilhão em 30 de setembro.
Essa perda financeira levou o Grupo Aracruz a ter um prejuízo líquido consolidado (incluindo empresas coligadas e controladas) de R$ 1,657 bilhão no terceiro trimestre de 2008, ante lucro líquido de R$ 263,248 milhões de julho a setembro do ano passado.
A receita consolidada nos três meses até setembro foi de 801,6 milhões, queda de 8% na comparação com o mesmo intervalo de 2007. A geração de caixa medida pelo Ebitda ficou em R$ 323,7 milhões, com margem de 40%. Isso se compara a um Ebitda de R$ 394,4 milhões um ano antes, com margem de 45%. O volume de vendas de celulose no trimestre foi de 679 mil (-10%), enquanto a produção totalizou 810 mil toneladas (7% na comparação anual).
A Aracruz vai antecipar a parada para manutenção da fábrica em Barra do Riacho, no Espírito Santo, do primeiro trimestre de 2009 para o quarto trimestre deste ano. Segundo a empresa, isso vai representar uma redução de 64 mil toneladas na produção de celulose no período. Considerando outras paradas já realizadas ao longo do ano, a meta de produção para 2008 foi revisada, passando de 3,1 milhões a 3,2 milhões de toneladas, ante 3,3 milhões de toneladas anteriormente.
“Dada as condições de mercado, a companhia decidiu remarcar a parada para manutenção das linhas A e C da Unidade Barra do Riacho para o quarto trimestre de 2008. A parada para manutenção da Unidade Guaíba foi realizada no terceiro trimestre”, informou a empresa.
DEMANDA EM BAIXA
Segundo a Aracruz, ao longo do terceiro trimestre a redução do crescimento da economia global e as paradas sazonais na produção de papel na Europa reduziram a demanda do setor de papel e celulose, resultando em redução de preço da commodity em setembro para todas as regiões. Nesse cenário, as vendas de celulose da empresa ficaram em 679 mil toneladas de julho a setembro, volume 12% inferior ao do segundo trimestre e 10% menor que o do mesmo período de 2007.
A empresa também informou que está tomando medidas para reduzir os desembolsos e conservar o caixa. Adiou a expansão da fábrica de Guaíba (RS) em 1 ano e reduziu a compra de terras e formação de florestas para uma nova fábrica da Veracel, joint venture com a Stora Enso, na Bahia, além de suspender a aquisição de áreas com as mesmas finalidades para o projeto de uma unidade produtiva em Minas Gerais.
Na terça-feira, a Aracruz informou que resolveu cancelar o crédito e o pagamento de juros sobre capital próprio no valor de R$ 84 milhões, previsto para ocorrer a partir de 15 de outubro. A decisão decorreu dos problemas enfrentados com operações de derivativos e em meio ao “atual cenário nacional e internacional”.
A direção da empresa disse ainda que a liquidez tem “sido severamente” afetada pela restrição de crédito e pelo aumento da percepção de risco do mercado global.
A Aracruz ainda informou ter encerrado setembro com dívida líquida de R$ 2,676 bilhões, um aumento de 55% sobre a posição de junho. Isso decorre, principalmente, do impacto da variação cambial sobre os empréstimos em moeda estrangeira e aos investimentos no período. Houve uma despesa financeira líquida sobre a dívida de R$ 450,1 milhões, pela variação cambial sobre os empréstimos em moeda estrangeira.
17 outubro 2008
O mercado não é bobo
Em 1986, o onibus especial Challenger explodiu no momento do seu lançamento em Cabo Canaveral. O desastre estava sendo televisionado e, naturalmente, foi repetido a exaustão. No momento que soube da notícia, o mercado acionário reagiu com uma queda nos preços das ações das empresas que tinham algum vínculo com o projeto de construção do ônibus espacial. A redução no preço chegou a 6% para algumas empresas alguns minutos após a tragédia.
Entretanto, as ações as empresas começaram a subir novamente ao final do dia, reduzindo a queda substancialmente. Neste momento, não era possível saber o que tinha provocado o problema no ônibus espacial, que foi conhecido somente meses depois.
A recuperação no preço das ações das empresas envolvidas na construção da Challenger ao final do dia só não ocorreu com as ações de uma empresa chamada Thiokol. Ao final do dia 28 de janeiro, data do incidente, o preço da ação desta empresa era de 12% a menos. No dia seguinte as ações da empresa continuavam num nível reduzido, apesar de não existir nenhuma pista sobre o que tinha ocorrido. Mas o mercado apontava, misteriosamente, para a empresa.
E o mercado estava certo. Com efeito, a comissão encarregada de estudar as causas do acidente, presidida pelo legendário físico Richard Feynman, mostrou que os anéis de vedação da Thiokol não eram resistentes.
O caso da Thiokol foi estudado por dois autores, Maloney e Mulherin, que não conseguiram descobrir a razão da premonição do mercado (Este caso está também relatado no início do livro A Sabedoria das Multidões, de James Surowiecki, p. 27 a 29).
O motivo para lembrar-se deste caso é para dizer algo importante no momento que se discute as mudanças das regras contábeis em razão da crise financeira: o mercado não é bobo. Ao mudar as regras, os órgãos reguladores cederam a pressão de bancos e políticos, mas a mensagem pode ter sido: não confie na contabilidade e nos seus reguladores.
Entretanto, as ações as empresas começaram a subir novamente ao final do dia, reduzindo a queda substancialmente. Neste momento, não era possível saber o que tinha provocado o problema no ônibus espacial, que foi conhecido somente meses depois.
A recuperação no preço das ações das empresas envolvidas na construção da Challenger ao final do dia só não ocorreu com as ações de uma empresa chamada Thiokol. Ao final do dia 28 de janeiro, data do incidente, o preço da ação desta empresa era de 12% a menos. No dia seguinte as ações da empresa continuavam num nível reduzido, apesar de não existir nenhuma pista sobre o que tinha ocorrido. Mas o mercado apontava, misteriosamente, para a empresa.
E o mercado estava certo. Com efeito, a comissão encarregada de estudar as causas do acidente, presidida pelo legendário físico Richard Feynman, mostrou que os anéis de vedação da Thiokol não eram resistentes.
O caso da Thiokol foi estudado por dois autores, Maloney e Mulherin, que não conseguiram descobrir a razão da premonição do mercado (Este caso está também relatado no início do livro A Sabedoria das Multidões, de James Surowiecki, p. 27 a 29).
O motivo para lembrar-se deste caso é para dizer algo importante no momento que se discute as mudanças das regras contábeis em razão da crise financeira: o mercado não é bobo. Ao mudar as regras, os órgãos reguladores cederam a pressão de bancos e políticos, mas a mensagem pode ter sido: não confie na contabilidade e nos seus reguladores.
E-mails
Em razão do blog, tenho recebido alguns e-mails, sempre interessantes e oportunos. Na medida do possível tento responder dentro de um prazo razoável. Perguntas de alunos, comentários de leitores e solicitações diversas são sempre agradáveis. Faz-nos sentir útil.
Este blog consome muito tempo pessoal. Geralmente tenho no Reader do Google (um agregador de notícias) mais de 600 postagens por dia. Além disto, sempre que possível, dou uma passada de olhos nos jornais brasileiros (em especial Valor, Gazeta e Estado) e estrangeiros (NY Times, Financial Times, Wall Street Journal, The Guardian, The Times e, Los Angeles Times), além de revistas semanais.
Em alguns casos uma notícia escapa, mas geralmente um leitor atento chama a atenção para o fato.
Apesar do trabalho, é uma tarefa que considero interessante e agradável. Num dia com grande fluxo de usuários, o número de leitores ultrapassa a 500. Considerando que um livro de contabilidade no Brasil vende em média 2 mil exemplares, este número de curiosos é um bom indicio de que o esforço vale a pena.
Obrigado a todos leitores.
Este blog consome muito tempo pessoal. Geralmente tenho no Reader do Google (um agregador de notícias) mais de 600 postagens por dia. Além disto, sempre que possível, dou uma passada de olhos nos jornais brasileiros (em especial Valor, Gazeta e Estado) e estrangeiros (NY Times, Financial Times, Wall Street Journal, The Guardian, The Times e, Los Angeles Times), além de revistas semanais.
Em alguns casos uma notícia escapa, mas geralmente um leitor atento chama a atenção para o fato.
Apesar do trabalho, é uma tarefa que considero interessante e agradável. Num dia com grande fluxo de usuários, o número de leitores ultrapassa a 500. Considerando que um livro de contabilidade no Brasil vende em média 2 mil exemplares, este número de curiosos é um bom indicio de que o esforço vale a pena.
Obrigado a todos leitores.
Situação exdrúxula
As partidas dobradas e o Brasil:
Como a Res. 3617, do CMN, definiu que os bens arrendados na forma de arrendamento mercantil, devem integrar o imobilizado das sociedades arrendadoras, corremos o risco de termos um mesmo bem refletido na arrendadora e na arrendatária (esta, seguindo os dispositivos da Lei 11638/07)
Jorge Katsumi Niyama
Mais mudanças
Segundo Norris (Changing the Rules), apesar do Iasb ter reconhecido a pressão dos bancos e dos políticos, a pressão política deve continuar pois os bancos consideram que as decisões do Iasb não são suficientes. E os bancos desejam que estas mudanças sejam feitas até o final do mês. Não está descartado a possibilidade de ignorar partes do Ias 39 pela Comunidade Européia.
Enquanto isto, Marie Leone, do CFO (Credit Crunch Team in the Works) informa que Iasb e Fasb criaram grupo para ajudar os órgãos a desenvolver resposta coordenada para a crise econômica.
Enquanto isto, Marie Leone, do CFO (Credit Crunch Team in the Works) informa que Iasb e Fasb criaram grupo para ajudar os órgãos a desenvolver resposta coordenada para a crise econômica.
Playboy e situação econômica

A situação economica pode afeta o padrão de mulher que aparece nas páginas da Playboy, revela um estudo. Segundo Catherine Rampell (Demand Curves: Playmate Economics), o estudo (aqui) realizado entre 1960 e 2000, que comparou as condições econômicas com o padrão de beleza (ou seja, as medidas físicas das Playmates) encontrou uma relação proporcional entre situações econômicas difíceis idade, peso e altura das mulheres.
Razões para você não ser rico

Este endereço apresenta algumas razões para você não ser rico. Fiz algumas adaptações na lista, que é a seguinte:
1) você se preocupa com o que seu vizinho pensa
2) você não é paciente
3) você tem maus hábitos
4) você não possui objetivos
5) você não está preparado
6) você tenta fazer riqueza rapidamente
7) Você deixa que outros cuidem do seu dinheiro
8) Você investe em coisas que não entende
9) Você tem medo financeiro
10) Você ignora suas finanças
11) Você cuida para que seu carro esteja sempre bonito
12) Você se sente garantido
13) Você esquece a diversificação
14) Você começa tarde
15) Você não faz o que gosta
16) Você não gosta de aprender
17) Você compra coisas que não usa
18) Você não entende o valor
19) Sua casa é muito grande
20) Você não toma vantagens das oportunidades
Risco e gene

Segundo esta notícia RISK-TAKING: IN THE GENES a nossa attitude perante o risco pode depender, parcialmente, da genética. Dois genes, que regulam a atividade do cérebro, afetam a proporção que uma pessoa investe seus ativos em investimentos de risco.
SEC e bancos
SEC permite mudança que pode adiar baixas contábeis dos bancos
Reuters Focus - 16/10/2008
NOVA YORK/WASHINGTON, 16 de outubro (Reuters) - A Securities and Exchange Commission, órgão regulador do mercado de capitais dos Estados Unidos, aceitou uma proposta dos bancos para permitir que eles adiem baixas contábeis de certos ativos que perderam valor devido à crise de crédito.
Em carta enviada na noite de terça-feira, o chefe de contabilidade da SEC disse ao presidente do Conselho de Padrões Contábeis Financeiros, Robert Herz, que os bancos podem, ao menos temporariamente, tratar os chamados ativos preferenciais perpétuos mais como ativos de dívida quando forem avaliá-los para prejuízos.
Ao explicar a decisão, o chefe de contabilidade da SEC, Conrad Hewitt, disse que tais ativos são "híbridos", com características de ações e de dívida, o que coloca um desafio para os bancos.
Hewitt acrescentou na carta que a SEC "não faz objeção" aos bancos tratarem os ativos preferenciais perpétuos como dívida até que o Conselho forneça uma orientação mais clara sobre como administrar as despesas com prejuízos desses ativos.
Os ativos preferenciais perpétuos são taxados de forma similar a uma dívida, mas são precificados como outros tipos de bônus de longo prazo, mas como os investidores não podem resgatá-los como resgatam dívidas, eles podem ser considerados mais como ações.
(Por Emily Chasan e Rachelle Younglai)
AIG decide rever sua política com os executivos
AIG recuperará pagos a ejecutivos y cambia sus prácticas
Joseph A. Giannone
Reuters - Noticias Latinoamericanas - 16/10/2008
NUEVA YORK, oct 16 (Reuters) - American International Group (AIG), el gigante de los seguros que recibió críticas por los pagos a ejecutivos y sus fiestas en tiempos de crisis, decidió cambiar sus prácticas.
AIG prometió recuperar pagos a ejecutivos y otras compensaciones, eliminar beneficios y otras reformas, un día después de que el fiscal general de Nueva York, Andrew Cuomo, amenazó con emprender acciones legales por sus controvertidos gastos.
(...) Cuomo había objetado los "extravagantes" pagos realizados a ejecutivos que llevaron a la empresa hasta cerca del colapso, incluido un bono en efectivo por 5 millones de dólares y 15 millones de dólares en "paracaídas dorado" para Sullivan a comienzos de este año, así como bonos por 34 millones de dólares para Cassano, cuya unidad generó la mayor parte de las pérdidas de AIG.
Además, AIG no realizará pagos por la salida del presidente financiero, Steven Bensinger, que está pendiente del resultado de una investigación en marcha.
Cuomo dijo que la indemnización para Bensinger habría estado en un rango de 10 millones de dólares. AIG dijo el jueves que nombró a David Herzog como su nuevo presidente financiero.
AIG atrajo fuertes críticas el mes pasado, cuando se supo que había contratado un lujoso complejo hotelero en California para un fin de semana largo para los agentes de seguro de mejor desempeño, con un costo de 440.000 dólares.
AIG, que alguna vez fue la aseguradora más ponderosa del mundo, casi llega a la quiebra el mes pasado debido que su negocio de swaps por créditos incobrables provocó una hemorragia de dinero.
Funcionarios estadounidenses rescataron a AIG proporcionando préstamos de emergencia por 85.000 millones de dólares, los que se incrementaron más tarde a 123.000 millones de dólares.
"Hay una gerencia que obtuvo recompensas multimillonarias en bonos por buen desempeño. ¿Cómo se puede pagar tanto por buen desempeño cuando su desempeño fue nulo?," dijo Cuomo.
Islândia e quem mais?
David Gaffen, em After Iceland, Who Is Next?, levanta a questão de qual país será o próximo a ter problemas financeiros. Standard & Poor’s está pensando em rebaixar Hungria e Ucrania. A lista de outros países inclui Venezuela, Paquistão, Argentina e Cazaquistão. Gaffen lembra que este risco não é eminente, mas indica os países mais vulneráveis.
A presença da Venezuela, rica em petróleo, pode ser respondida no texto Oil Falls Near $70 a Barrel, 16-Month Low, Alarming OPEC, que mostra que o preço do petróleo caiu de 142 dólares o barril para menos de 70 dólares. Neste texto, informa-se que a Venezuela necessita de um preço de 95 dólares para ter um equilíbrio orçamentário.
E hoje, no NY Times, a notícia de que os bancos europeus estão socorrendo a Hungria
A presença da Venezuela, rica em petróleo, pode ser respondida no texto Oil Falls Near $70 a Barrel, 16-Month Low, Alarming OPEC, que mostra que o preço do petróleo caiu de 142 dólares o barril para menos de 70 dólares. Neste texto, informa-se que a Venezuela necessita de um preço de 95 dólares para ter um equilíbrio orçamentário.
E hoje, no NY Times, a notícia de que os bancos europeus estão socorrendo a Hungria
16 outubro 2008
Links
1) Sobre a reação do Iasb a crítica
2) Abertura de seleção do mestrado e doutorado em contábeis
3) Igualdade racial no Brasil será alcançada em 2029, segundo o Ipea
4) Nem todos gostaram do Nobel para Krugman
5) O que fazer com executivos que fizeram fortuna antes da empresa falir?
6) O Brasil e a crise, segundo o Financial Times
7) Pressão política faz o Iasb mudar
2) Abertura de seleção do mestrado e doutorado em contábeis
3) Igualdade racial no Brasil será alcançada em 2029, segundo o Ipea
4) Nem todos gostaram do Nobel para Krugman
5) O que fazer com executivos que fizeram fortuna antes da empresa falir?
6) O Brasil e a crise, segundo o Financial Times
7) Pressão política faz o Iasb mudar
Pressão a favor
David Katz, em Don't Suspend Fair Value, Cox Urged (CFO, 15/10/2008) informa que apesar da pressão da American Bankers Association, investidores, auditors e pessoas que acreditam no valor justo estão pedindo para não suspender sua aplicação.
Entre as entidades que apoiam o valor justo estão o Center for Audit Quality, o CFA Institute, o Consumer Federation of América e o Council of Institutional Investors. Para estas entidades, a ausência do valor justo nas demonstrações contábeis pode ser um deserviço ao mercado, aumentando a inconsistência, prejudicando a credibilidade e independência dos reguladores contábeis.
Clique aqui para ler mais
Quanto a posição do CFA, aqui Norris apresenta uma pesquisa que esta entidade fez com analistas financeiros certificados. Estes analistas recusaram a possibilidade da contabilidade ser a causa da crise.
Entre as entidades que apoiam o valor justo estão o Center for Audit Quality, o CFA Institute, o Consumer Federation of América e o Council of Institutional Investors. Para estas entidades, a ausência do valor justo nas demonstrações contábeis pode ser um deserviço ao mercado, aumentando a inconsistência, prejudicando a credibilidade e independência dos reguladores contábeis.
Clique aqui para ler mais
Quanto a posição do CFA, aqui Norris apresenta uma pesquisa que esta entidade fez com analistas financeiros certificados. Estes analistas recusaram a possibilidade da contabilidade ser a causa da crise.
Pressão política
As mudanças no Iasb foram decorrentes de intenso lobbying de alguns bancos europeus e uma crescente pressão política.
Leia texto completo aqui
Marcação a mercado
Um texto de Stammer, publicado no The Australian (Mark-to-market accounting exacerbates the crisis ou aqui) faz um interessante resumo da questão contábil na crise financeira mundial.
A contabilidade pela marcação a mercado não é a causa da crise de crédito - que reflete o empréstimo excessivo e uma negligência ao risco – mas exarcebou-a. E as mudanças nos padrões contábeis são prováveis de terem um pequeno papel em facilitar sua solução.
A contabilidade pela marcação a mercado não é a causa da crise de crédito - que reflete o empréstimo excessivo e uma negligência ao risco – mas exarcebou-a. E as mudanças nos padrões contábeis são prováveis de terem um pequeno papel em facilitar sua solução.
Críticos da Convergência

David Albrecht continua a saga para provar os problemas da convergência das normas dos Estados Unidos com o Iasb analisando textos de Charles Niemeier e Ray Ball.
Charles Niemeier é do PCAOB, entidade criada pela Sarbox para regular o mercado de auditoria. As críticas feitas por Niemeier são diversas e listarei aqui somente aquelas que eu julguei interessante.
Niemeier ataca a afirmação de que a IFRS é baseada em princípios e o US GAAP não. A abordagem conceitual do Fasb é tipicamente uma abordagem fundamentada nos princípios. Ele também não acredita que a adoção da IFRS aumente a comparabilidade dos relatórios financeiros em razão das dificuldades de implantação das normas nos diversos países.
Outro ataque de Niemeier (comprovado pela recente posição do Iasb) é que a normatização da IFRS está mais sujeita as pressões políticas que o GAAP. Veja, por exemplo, o link de hoje.
O texto é longo e você pode ter acesso aqui.
A análise mais interessante é da posição de Raymond Ball. Ball é um dos maiores da pesquisa contábil (seu paper de 1968 é um clássico e divisor de águas na pesquisa contábil). (A análise de Ball pode ser obtida aqui)
Ball cita três razões para não esperar uniformidade nas regras contábeis: (a) diferenças de usuários e necessidades de informações, diferenças nas empresas e setores, diferenças entre países e suas culturas mostram que é difícil imaginar um único padrão para todos os casos; (b) os padrões gerais existem em razão da complexidade do mundo e é difícil cobrir todos os aspectos; (c) as políticas de cada país e a forma de imposição das regras tornam difícil supor que seja possível otimizar o interesse público de todos os agentes.
“A despeito da indubitável integração que ocorreu, notavelmente no mercado de capitais e produtos, muitos mercados e forças políticas ainda são locais e irão permanecer assim por um futuro distante. Consequentemente, não está claro quanto da convergência na prática contábil irá (poderá) ocorrer”
Isto significa dizer que os incentivos dos atores envolvidos no processo de convergência ainda será principalmente local.
Vale e Caixa
Depois de captar recursos, que os analistas imaginavam que seria para uma grande aquisição, a Vale do Rio Doce anunciou que irá recomprar suas ações. Com isto, a empresa deverá gastar cerca de 5 bilhões de dólares. Fonte: Aqui http://seekingalpha.com/article/99988-vale-still-no-acquisition-but-flush-with-cash?source=feed. Ao lado, a cotação da ação da Vale.
Crise e contabilidade
Crise é o primeiro teste do padrão IFRS
Valor Econômico - 16/10/2008
A crise global é o primeiro grande teste do IFRS, o padrão contábil que caminha para ser a linguagem global dos balanços. A avaliação é de Henri Fortin, especialista financeiro sênior do Banco Mundial. "O IFRS nunca foi testado dessa forma. Não haverá surpresa se o resultado disso for muita discussão." (...) Aos poucos, começa haver um questionamento se o conceito de valor justo, essência do IFRS, sobreviverá à instabilidade. O conceito substitui a antiga referência de registro de ativos e passivos pelo custo, que está a prestes a se aposentar na nossa contabilidade.
A companhia deve avaliar qual o valor justo do bem e, para atender a isso, pode se basear nos preços de mercado, quando se tratar de ativos com liquidez, ou em metodologias matemáticas de precificação. Leonardo Ferreira, sócio da auditoria Deloitte & Touche, em Londres, e especialista em instrumentos financeiros, acredita que a sobrevivência do valor justo será a principal discussão que a crise deixará para a contabilidade. Nessa semana, o Comitê de Normas Internacionais de Contabilidade (Iasb), que desenvolve as normas para o IFRS, flexibilizou o uso desse conceito, cedendo a pressões políticas, depois que a Europa disse que não ficaria em desvantagem - já que nos Estados Unidos há mecanismos para que os bancos não registrem por valor de mercado alguns títulos. Para os técnicos em contabilidade, a decisão, embora compreendida em sua importância política do momento, abala a força do conceito. "Quebraram o termômetro do paciente que está com febre", avalia Alexsandro Broedel, professor da Fundação Instituto de Pesquisas Contábeis, Atuariais e Financeiras (Fipecafi). Nelson Carvalho, professor da Fipecafi e presidente do conselho consultivo do Iasb, explicou o objetivo da medida foi eliminar a assimetria entre os dois principais mercados de capitais do mundo. "É preciso entender as decisões em seu contexto histórico." Com a medida do Iasb, os bancos dos países que usam o IFRS poderão reclassificar alguns ativos antes marcados a mercado, por estarem disponíveis para a venda, para papéis que serão carregados até o vencimento. Dessa forma, não precisarão mais ser corrigidos pelos preços praticados no mercado. Poderão ser registrados pelo custo mais a remuneração.
A medida foi acompanhada de aumento das exigência de transparência. "O Iasb entendeu que a orientação anterior poderia conter um efeito perverso para o mercado." É importante explicar, porém, que ao optar pela reclassificação as instituições terão, de fato, de carregar os papéis até o vencimento. Caso decidam vender esses títulos depois, há punições contábeis. Para completar o debate sobre o futuro do IFRS, também sua subjetividade está na mira das discussões. O padrão é baseado em princípios gerais e não em normas engessadas. Por isso, é conhecido por representar a "essência sobre a forma". Os balanços traduzem as decisões e ponderações da administração, dos contadores e auditores. O atual cenário deixará ainda mais importantes as decisões desse grupo, que serão os verdadeiros fotógrafos da crise.
Amaro Luiz de Oliveira Gomes, chefe do departamento de normas do Banco Central, enfatiza que o aumento da responsabilidade dos produtores dos balanços - administradores e técnicos em contabilidade - já era o desafio da convergência para o IFRS no Brasil. Para ele, a crise acentua ainda mais esse cenário. "O tratamento adequado dos registros será a maior lição." Broedel, da Fipecafi, afirma que é essencial que auditores e contadores deixem muito bem documentadas o caminho e as análises que basearam as demonstrações contábeis. Ferreira, da Deloitte, contou que a comparação das explicações fornecidas nos balanços a respeito das metodologias de precificação adotadas aumentaram substancialmente entre 2006 e dezembro do ano passado, quando a crise já despontava. Apesar dos questionamentos que o valor justo vem sofrendo e ainda poderá ser alvo, os especialistas defendem que ele foi essencial para revelar a crise antes que fosse incontrolável.
Para eles, não há fundamento nas avaliações de que a marcação a mercado dos títulos e as baixas contábeis geradas por esses ajustes contribuíram para acentuar a instabilidade. Ao contrário, Ferreira pondera que sem isso a alavancagem poderia ter se sustentado - e crescido - por mais alguns anos até que o problema alcançasse proporções imprevisíveis. Mas sabe que a permanência desse conceito dependerá das ponderações pós-crise.
Governança e crise
Aposta em derivativos expõe falha de comunicação
Valor Econômico - 16/10/2008
Então você pensava que depois de tanta conversa sobre governança, controles internos, leis de nomes estranhos e regras internacionais de contabilidade não haveria mais espaço para "criatividade" dos gestores das companhias abertas, responsáveis pela aplicação do dinheiro dos investidores. A crise global provou o contrário, mas, além da quebra de instituições antes sólidas como rochas, a grande surpresa para os assustados atores do mercado de capitais brasileiro foi descobrir que alguns executivos financeiros estavam brincando com fogo na terra árida dos derivativos. Quando grupos notadamente conservadores publicam anúncios em jornais citando termos exóticos como "swap com verificação em dólar", coloque um pé atrás. E se estão tentando lhe tranqüilizar com indicadores do tipo dívida líquida/ebitda e precisam lembrar que o grupo é quase centenário, coloque o outro. O que aconteceu com as diretorias financeiras das empresas?
O que deu a elas essa repentina liberdade para arriscar o caixa em operações pouco ortodoxas? Proteção cambial, no sentido tradicional de tentar minimizar os efeitos da variações da moeda, não é o nome desse jogo, assegura um auditor de uma grande firma do setor. "Foi um efeito manada", arrisca Alfried Plöger, vice-presidente da Abrasca, a associação das companhias abertas. "Enquanto se estava ganhando, ninguém reclamava." Esses "produtos financeiros" foram oferecidos pelos bancos às empresas num momento em que todos aparentemente apostavam na manutenção da estabilidade cambial, apesar dos sinais que vinham dos Estados Unidos. "Risco não se evita", diz Luís Carlos Vaini, contador especializado em governança. "Mas ele precisa ser administrado." Para Wagner Aquino, da superintendência de normas contábeis da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), além de administrado, tem que ser comunicado.
"As empresas, no lugar de nos perguntar se estão atendendo as regras, como fazem com freqüência, deveriam se perguntar se estão atendendo à necessidade de informação dos investidores." Ele enfatiza que a produção de informação contábil de forma ampla e transparente beneficia todo o mercado, pois aumenta a confiança. Ele ressalta que, além das normas contábeis, as políticas de contabilidade e de risco são escolhas que os conselheiros e a administração fazem e que deveriam estar claras e transparentes para o público. "Esse é o dever de casa que as empresas deveriam fazer. Afinal, política de 'hedge' não é responsabilidade só do diretor financeiro." Informação mais detalhada pode até ajudar a evitar problemas. "Isso não impede que a operação seja feita, mas o simples fato de ter que informar faz o executivo pensar duas vezes antes de tomar o risco", afirma Henri Fortin, especialista em administração financeira do Banco Mundial. Comunicação parece mesmo ser o cerne da questão. Nelson Carvalho, presidente do comitê consultivo do Iasb, órgão responsável normas internacionais de contabilidade, acha que o risco não é o problema. "Afinal, quem toma decisão, toma risco." No entanto, as empresas deveriam ter reportado detalhadamente esses riscos, mesmo os aparentemente mais remotos. "Ao fazer isso, a administração deixa para o leitor dos números julgar se aquilo é adequado ou não. Faça, mas relate." No caso das operações com derivativos que foram feitas nos intervalos de publicação dos balanços, Carvalho afirma que seria saudável se as empresas tivessem divulgado isso aos investidores. "A comunicação não deveria estar condicionada a calendários gregorianos. É a escolha que se deve fazer: ter um mercado sadio ou formalista." Por isso, lembra Ana María Elorrieta, diretora de assuntos técnicos do Ibracon, o instituto dos auditores, as explicações sobre derivativos dos balanços do terceiro trimestre terão que ser especialmente importantes em duas funções: trazer boas estimativas da situação atual dos contratos e informações sobre o que pode acontecer com eles no futuro.
grifo meu
15 outubro 2008
Rir é o melhor remédio
Começou a disputa que deverá definir o campeão do mundo de xadrez: o indiano Anand ou o russo Kramik. A disputa está sendo na Alemanha e pode ser acompanhada ao vivo na internet. Para comemorar esta disputa, o Rir é o Melhor Remédio de hoje é sobre xadrez (clique na imagem para ver melhor). O primeiro tabuleiro, é o tabuleiro republicano: sem o rei e a rainha. O segundo é o tabuleiro ateu: sem os bispos. O terceiro, é o marxista: somente com os peões. O último é o xadrez desagregador.
Links
1. IFRS 07 – Instrumentos financeiros – divulgações de informações (ainda não regulamentado pelo cpc)
2. O sol (fotografias fantásticas desta estrela)
3. Esclarecendo o SFAS 157 para o próximo trimestre (dica do Alexandre Alcântara)
4. Fasb e Fundo de Pensão
5. O ser humano é capaz de construir uma defesa contra o HIV e os cientistas estão descobrindo como isso é feito
6. Iasb e a melhoria na evidenciação dos instrumentos financeiros
2. O sol (fotografias fantásticas desta estrela)
3. Esclarecendo o SFAS 157 para o próximo trimestre (dica do Alexandre Alcântara)
4. Fasb e Fundo de Pensão
5. O ser humano é capaz de construir uma defesa contra o HIV e os cientistas estão descobrindo como isso é feito
6. Iasb e a melhoria na evidenciação dos instrumentos financeiros
Programa de Compras de ações
EUA: Bank of New York Mellon fará contabilidade do pacote
14/10/2008 - Gazeta Mercantil News (Tempo Real)
SÃO PAULO, 14 de outubro de 2008 - O Departamento do Tesouro americano anunciou hoje ter escolhido o Bank of New York Mellon para fazer a contabilidade do plano elaborado pelo governo dos Estados Unidos de adquirir os ativos necessários para a compra dos papéis podres acumulados pelos bancos no país.
"O Bank of New York Mellon será o representante do Tesouro para pôr em prática o programa de compra de ativos com problemas autorizado pela lei de estabilização econômica de emergência" que entrou em vigor no dia 3 de outubro, anunciou o Tesouro em comunicado.
Como parte do plano, o Estado federal injetará US$ 250 bilhões no capital dos bancos que se integrarem ao projeto, convertendo-se em conseqüência em acionista dessas instituições.
"O governo federal vai usar uma parte das centenas de bilhões de dólares do plano de ajuda para injetar capital nos bancos, comprando ações", anunciou hoje o presidente Bush, lembrando que "este novo capital vai ajudar os bancos saudáveis a continuarem emprestando a empresas e consumidores; vai também ajudar os bancos que estão em dificuldades a preencherem a lacuna criada pelas perdas durante a crise financeira."
Em um breve pronunciamento, o presidente dos EUA também afirmou que o governo vai garantir temporariamente as dívidas de bancos para lidar com a atual incapacidade das instituições de emprestarem dinheiro.
Segundo o presidente, quando voltarem às suas condições normais, os bancos serão encorajados a readquirir as ações que foram compradas pelo governo.
(Redação com agências internacionais - InvestNews)
Malan e a defesa do Iasb
Malan faz parte do Iasb e apresentou sua opinião sobre as questões contábeis:
Para Malan, responsabilizar o valor justo é atribuir a culpa ao mensageiro
Valor Econômico - 15/10/2008
Sete meses foram o bastante para Pedro Malan aprender o suficiente sobre contabilidade. Em sua primeira apresentação no Brasil desde que assumiu, no fim de março, como um dos curadores do conselho que fica acima do Comitê de Normas Internacionais de Contabilidade (Iasb), o Iasc Foundation, o ex-ministro da Fazenda não podia mostrar afinação maior no assunto. Na época, ao ser convidado para o posto, Malan chegou a argumentar que não entendia do tema. "Culpar o valor justo é culpar o mensageiro", afirmou ele ontem, durante abertura de um seminário do Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC), realizado ontem em São Paulo, já demonstrando sua familiaridade com o mundo contábil. Durante sua exposição, falou sobre as lições da crise atual.
"Sou daqueles que entendem que as crises também se configuram como oportunidades." Para ele, um dos maiores aprendizados com a situação é como a contabilidade irá refletir o cenário, uma vez que a liquidez foi afetada ao ponto de prejudicar a confiança nos valores negociados pelo mercado. Ele lembrou que o Merrill Lynch vendeu por US$ 6,7 bilhões títulos de obrigações colaterais (CDO) antes registrados por US$ 30,6 bilhões. "Qual o valor efetivo desses papéis agora? Certamente não é US$ 6,7 bi. Mas também não são os US$ 30,6 bi pelos quais estavam registrados antes." Na avaliação de Malan, o cenário exigirá um enorme compromisso daqueles que produzem as demonstrações financeiras, em função da subjetividade que permeia o padrão internacional. Malan falou de como a crise internacional está afetando a rotina do Iasb. Enfatizou como a crise está exigindo novas posturas de todas as instituições. "Os bancos centrais, que costumavam ser os financiamentos de última instância, em alguns países, foram os de única instância." Não poderia, por tanto, deixar de afetar a rotina de trabalhos do comitê internacional. Segundo ele, alguns temas ganharam urgência no tratamento diante da gravidade da situação. Entre os assuntos que estão na linha de frente na lista de prioridades está a avaliação do conceito do valor justo, a questão dos ativos fora do balanço, e ainda como esses ativos devem ser tratados na consolidação que já está ocorrendo e que deverá se acentuar ainda mais. A despeito da flexibilização na regra do valor ajusto anunciada pelo Iasb na segunda-feira, o ex-ministro defendeu o conceito, fazendo coro à importância desse conceito junto com técnicos do assunto. "É importante que fique claro que os custos das instituições já foram incorridos. O que está se discutindo agora é apenas como serão registrados. A contabilidade não tem culpa de nada. Se não gostam do que vêem, não culpem seu espelho." Segundo ele, os bancos já fizeram sofreram baixas superiores a US$ 700 bilhões, enquanto a capitalização está abaixo de US$ 400 bilhões. O ex-ministro também destacou que o trabalho de convergência entre o Iasb e o Fasb (comitê americano de normas contábeis) é de grande prioridade. A idéia, segundo ele, é que os projetos possam estar completos até 2011.
Malan assumiu no fim de março o posto no órgão internacional, na vaga deixada por Roberto Teixeira da Costa, que completou dois mandatos de quatro anos, o máximo permitido pela entidade. O Iasc Foundation - que regula o Iasb em seu equilíbrio geográfico [sic. É isto mesmo que está no jornal.] - é constituído por 22 membros, sendo seis representantes da América do Norte, seis da Europa, seis da Ásia e Oceania e mais quatro de "outras partes do mundo ". O papel dos curadores do Iasc Foundation é discutir as diretrizes e estratégias principais do Iasb, além de aprovar e decidir as principais bases do orçamento do órgão. Não são esses representantes que fazem a letra da norma, mas são eles que pensam sobre o que é importante que a norma contenha e que trabalham pela adoção global do padrão IFRS - já adotado na União Européia, Ásia, Austrália, Canadá e África do Sul, entre outros.
Para Malan, responsabilizar o valor justo é atribuir a culpa ao mensageiro
Valor Econômico - 15/10/2008
Sete meses foram o bastante para Pedro Malan aprender o suficiente sobre contabilidade. Em sua primeira apresentação no Brasil desde que assumiu, no fim de março, como um dos curadores do conselho que fica acima do Comitê de Normas Internacionais de Contabilidade (Iasb), o Iasc Foundation, o ex-ministro da Fazenda não podia mostrar afinação maior no assunto. Na época, ao ser convidado para o posto, Malan chegou a argumentar que não entendia do tema. "Culpar o valor justo é culpar o mensageiro", afirmou ele ontem, durante abertura de um seminário do Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC), realizado ontem em São Paulo, já demonstrando sua familiaridade com o mundo contábil. Durante sua exposição, falou sobre as lições da crise atual.
"Sou daqueles que entendem que as crises também se configuram como oportunidades." Para ele, um dos maiores aprendizados com a situação é como a contabilidade irá refletir o cenário, uma vez que a liquidez foi afetada ao ponto de prejudicar a confiança nos valores negociados pelo mercado. Ele lembrou que o Merrill Lynch vendeu por US$ 6,7 bilhões títulos de obrigações colaterais (CDO) antes registrados por US$ 30,6 bilhões. "Qual o valor efetivo desses papéis agora? Certamente não é US$ 6,7 bi. Mas também não são os US$ 30,6 bi pelos quais estavam registrados antes." Na avaliação de Malan, o cenário exigirá um enorme compromisso daqueles que produzem as demonstrações financeiras, em função da subjetividade que permeia o padrão internacional. Malan falou de como a crise internacional está afetando a rotina do Iasb. Enfatizou como a crise está exigindo novas posturas de todas as instituições. "Os bancos centrais, que costumavam ser os financiamentos de última instância, em alguns países, foram os de única instância." Não poderia, por tanto, deixar de afetar a rotina de trabalhos do comitê internacional. Segundo ele, alguns temas ganharam urgência no tratamento diante da gravidade da situação. Entre os assuntos que estão na linha de frente na lista de prioridades está a avaliação do conceito do valor justo, a questão dos ativos fora do balanço, e ainda como esses ativos devem ser tratados na consolidação que já está ocorrendo e que deverá se acentuar ainda mais. A despeito da flexibilização na regra do valor ajusto anunciada pelo Iasb na segunda-feira, o ex-ministro defendeu o conceito, fazendo coro à importância desse conceito junto com técnicos do assunto. "É importante que fique claro que os custos das instituições já foram incorridos. O que está se discutindo agora é apenas como serão registrados. A contabilidade não tem culpa de nada. Se não gostam do que vêem, não culpem seu espelho." Segundo ele, os bancos já fizeram sofreram baixas superiores a US$ 700 bilhões, enquanto a capitalização está abaixo de US$ 400 bilhões. O ex-ministro também destacou que o trabalho de convergência entre o Iasb e o Fasb (comitê americano de normas contábeis) é de grande prioridade. A idéia, segundo ele, é que os projetos possam estar completos até 2011.
Malan assumiu no fim de março o posto no órgão internacional, na vaga deixada por Roberto Teixeira da Costa, que completou dois mandatos de quatro anos, o máximo permitido pela entidade. O Iasc Foundation - que regula o Iasb em seu equilíbrio geográfico [sic. É isto mesmo que está no jornal.] - é constituído por 22 membros, sendo seis representantes da América do Norte, seis da Europa, seis da Ásia e Oceania e mais quatro de "outras partes do mundo ". O papel dos curadores do Iasc Foundation é discutir as diretrizes e estratégias principais do Iasb, além de aprovar e decidir as principais bases do orçamento do órgão. Não são esses representantes que fazem a letra da norma, mas são eles que pensam sobre o que é importante que a norma contenha e que trabalham pela adoção global do padrão IFRS - já adotado na União Européia, Ásia, Austrália, Canadá e África do Sul, entre outros.
Comunidade Européia e Normas
CE proporá revisão de normas contábeis
14/10/2008 - Agencia EFE - Serviço em português
Bruxelas, 14 out (EFE).- A Comissão Européia proporá amanhã aos 27 países da União Européia que revisem as normas contábeis vigentes na comunidade para evitar que os bancos precisem ajustar o valor de seus ativos em função de sua cotação da bolsa.
Fontes da UE informaram que Bruxelas apresentará ao Comitê de regulamentação contábil da UE - no qual estão representados todos os Estados-membros - a proposta da Junta de Normas Internacionais de Contabilidade (IASB) para eliminar essa obrigação.
As autoridades dos Estados Unidos já adotaram decisão similar, o que deixava às entidades européias, em meio às turbulências atuais, numa situação de desvantagem, explicaram as fontes.
Bruxelas acredita que a exigência de incluir em suas contas consolidadas a avaliação dos títulos de ações, bônus e derivados com seu valor de mercado gerou "problemas" aos bancos europeus, que tiveram que recortar em baixa muito rapidamente o valor de seus ativos em um contexto de mercados muito voláteis.
A Comissão defende que os bancos tenham permissão para consolidar esses ativos em seus livros contábeis, em vez de forçá-los a revisões contínuas.
Tendo o respaldo de todos os Estados-membros, como mostrou a reunião de ministros de Finanças de na semana passada, é previsível uma aprovação rápida da modificação, que deveria começar já na contabilidade do terceiro trimestre. EFE
O problema do reconhecimento da receita em empresas de biotecnologia
Em Revenue Recognition Rules Hamper Biotech Firms, Alan Rappeport, da CFO (14/10/2008) discute a questão do reconhecimento da receita em empresas de biotecnologia.
O problema com estas empresas é que existem redes de colaboração com outras empresas, o que complica o processo de reconhecimento. E que tipos similares de colaboração são contabilizados de formas diferentes, causando inconsistências e problemas de comparação.
Fonte: Aqui
O problema com estas empresas é que existem redes de colaboração com outras empresas, o que complica o processo de reconhecimento. E que tipos similares de colaboração são contabilizados de formas diferentes, causando inconsistências e problemas de comparação.
The challenge for Cubist is that, with many of its international distributor contracts, the revenue consists several elements: upfront payments, when an agreement is signed; milestones, which can be for product development or sales; and actual product revenues or sales. Since these revenues become spread through the life of a contract, Stack says, they don't reflect the company's actual receipt of cash.
Fonte: Aqui
Iasb e as Normas para Mercados Inativos
O Iasb decidiu seguir a posição do Fasb e não resistiu a pressão política da comunidade européia (isso só reforça a posição contrária à convergência, em razão da delegação das políticas contábeis para um organismo estrangeiro, sujeito a pressões políticas de certos países, conforme destacam os críticos a convergência).
Apesar disto, o comunicado do Iasb afirma que
Apesar disto, o comunicado do Iasb afirma que
O IASB reafirma a crença de que o valor justo sobre as IFRS e US GAAP é consistente. O Iasb e o Fasb continuirão a cooperar para assegurar a aplicação do valor justo em mercados inativos.
A Finalidade da Contabilidade
O Critério de Kaldor diz que
O principal objetivo da contabilidade consiste em expor, para os titulares do negócio, os resultados reais em termos comparáveis em relação aos resultados esperados. Em outros termos, tornar possível para os proprietários julgar se o negócio é um "sucesso" e preenche as expectativas à luz do que eles investiram no seu capital, e que só eles são, em última instância, capazes de decidir.
A contabilidade está cumprindo esta missão?
O principal objetivo da contabilidade consiste em expor, para os titulares do negócio, os resultados reais em termos comparáveis em relação aos resultados esperados. Em outros termos, tornar possível para os proprietários julgar se o negócio é um "sucesso" e preenche as expectativas à luz do que eles investiram no seu capital, e que só eles são, em última instância, capazes de decidir.
A contabilidade está cumprindo esta missão?
Krugman ganha outro prêmio
O prêmio Nobel de Economia para Krugman foi amplamente festejado na imprensa brasileira (veja aqui). Além deste prêmio, Krugman ganhou outro prêmio. Neste caso, não foi uma surpresa uma vez que desde 2002 Krugman ou é o vencedor ou obtem o segundo lugar.
Krugman foi escolhido como o Most Partisan Columnist in U.S.
Isto não é realmente uma honra. Pelo contrário, a presença de um viés partidário excessivo transforma o jornalismo numa propaganda, distorcida e pouco útil para o debate político.
A seguir os últimos premiados:
Final Rankings for Partisanship:
2002: #1 Paul Krugman
2003: #1 Ann Coulter, #2 Paul Krugman [COLOCAR LINK WIKIPEDIA]
2004: #1 Ann Coulter, #2 Paul Krugman
2005: #1 Paul Krugman
2007: #1 Ann Coluter, #2 Paul Krugman (tied with Joe Conason)
2008: #1 Paul Krugman
Fonte: Aqui
Krugman foi escolhido como o Most Partisan Columnist in U.S.
Isto não é realmente uma honra. Pelo contrário, a presença de um viés partidário excessivo transforma o jornalismo numa propaganda, distorcida e pouco útil para o debate político.
A seguir os últimos premiados:
Final Rankings for Partisanship:
2002: #1 Paul Krugman
2003: #1 Ann Coulter, #2 Paul Krugman [COLOCAR LINK WIKIPEDIA]
2004: #1 Ann Coulter, #2 Paul Krugman
2005: #1 Paul Krugman
2007: #1 Ann Coluter, #2 Paul Krugman (tied with Joe Conason)
2008: #1 Paul Krugman
Fonte: Aqui
Por que as bananas são baratas?
Este assunto já foi postado anteriormente aqui, mas é interessante voltar ao assunto.
1) Venda de somente uma variedade => economia de escala
2) Canal de distribuição
3) Trabalhadores não possuem alguns direitos => isto reduz o custo
4) Não possui competição com outras frutas (tradicionalmente é mais barata que maçã e laranja)
5) Não existem problemas de doenças nas plantações
1) Venda de somente uma variedade => economia de escala
2) Canal de distribuição
3) Trabalhadores não possuem alguns direitos => isto reduz o custo
4) Não possui competição com outras frutas (tradicionalmente é mais barata que maçã e laranja)
5) Não existem problemas de doenças nas plantações
Detalhamento do Socorro aos Bancos

A figura, do NY Times, mostra o investimento que os contribuintes fizeram em algumas instituições bancárias dos EUA. O valor foi de 250 bilhões de dólares sendo 25 bilhões para quatro instituições: Bank of América, Citigroup, JP Morgan e Wells Fargo.
Fonte: Aqui
O efeito da ajuda está em dois textos publicados pelo Valor Econômico: Entrada do governo acaba com era do deslumbramento em Wall Street e Tesouro concentra capital dos bancos
Revisão do SFAS 157
Apesar do Fasb estar revendo o SFAS 157, sobre a aplicação do valor justo, a American Bankers Association ainda não está satisfeita. Em carta a SEC, a ABA pede que a SEC use sua autoridade estatutária para impor sobre a decisão do Fasb. Segundo a ABA, o Fasb ainda recusa a reconhecer a realidade da situação atual, segundo noticiou a CFO
Veja também em Bank Group Asks S.E.C. To Override Guidelines, The New York Times – 14/10/2008 - Late Edition – Final – 8.
Veja também em Bank Group Asks S.E.C. To Override Guidelines, The New York Times – 14/10/2008 - Late Edition – Final – 8.
Efeito manada
O efeito manada é uma das pesquisas realizadas em finanças comportamentais. As pessoas agem conforme o que é feito pela manada.
Este viés ajuda a explicar o comportamento das pessoas em situações de crise. Uma forma de entender este efeito é através desta fotografia que encontrei na internet.
A fotografia mostra as pessoas num campo de futebol reagindo da mesma forma.
Este viés ajuda a explicar o comportamento das pessoas em situações de crise. Uma forma de entender este efeito é através desta fotografia que encontrei na internet.
A fotografia mostra as pessoas num campo de futebol reagindo da mesma forma.
14 outubro 2008
Frase
de contabilidade e controle - são estes os principais aspectos necessários para o bom e correto funcionamento da primeira fase do sociedade comunista
Lênin, 1917, citado em Rayman, Accounting Standards: True or False, London, Routledge, 2006, p. 19
Lênin, 1917, citado em Rayman, Accounting Standards: True or False, London, Routledge, 2006, p. 19
O Brasil é o melhor BRIC
“Os efeitos [da crise financeira] será muito mais benigna aqui do que no mundo desenvolvido”, disse o economista chege de um grande banco estrangeiro em São Paulo, segundo o Financial Times.
Mais aqui
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Iasb também flexibiliza
Contabilização de ativos a valor de mercado será mais flexível
Reuters Focus - 13/10/2008
BRUXELAS, 13 de outubro (Reuters) - A entidade responsável por definir padrões globais de contabilidade votou por flexibilizar as regras sobre contabilização de ativos a valor de mercado, disse um porta-voz nesta segunda-feira. As regras foram apontadas por críticos como um elemento que acabou exarcebando a crise financeira.
O International Accounting Standards Board (Iasb), que emite regras contábeis para mais de 100 países, incluindo as 27 nações da União Européia, teve uma reunião de Conselho nesta segunda-feira.
Os membros do Conselho discutiram se deveriam alinhar as regras do Iasb sobre contabilização a valor de mercado às medidas tomadas nos Estados Unidos, onde as autoridades já haviam decidido flexibilizar a regulamentação sobre o tema.
A Securities and Exchange Commission (SEC, órgão regulador dos mercados dos EUA) emitiu uma instrução, livrando os bancos nos Estados Unidos da obrigação de ter que aplicar um elevado desconto aos ativos que tenham grande dificuldade de ser avaliados.
"O Iasb votou pelo alinhamento", disse o porta-voz.
Contabilizar a valor de mercado diz respeito à obrigação que os bancos têm de atualizar os preços de seus ativos que são negociados com freqüência às cotações do mercado.
Os preços de diversos ativos despencaram recentemente, pressionando os bancos a reforçar o capital num momento em que o mercado de crédito está praticamente congelado.
O comitê executivo da União Européia deve revelar na quarta-feira uma medida que vai permitir que instituições financeiras listadas nos mercados europeus tenham regras mais flexíveis para contabilização de ativos a valor de mercado, nos casos em que as regras do Iasb forem insuficientes para tal.
Sobre o assunto, mais aqui. Aqui, o pronunciamento oficial.
Custo da Poluição
Poluição cria custo extra para a Saúde
Valor Econômico - 14/10/2008
A cidade de São Paulo gasta, por ano, US$ 208 milhões com os efeitos da poluição atmosférica. A estimativa considera apenas os custos diretos que a cidade tem com as doenças e mortes causadas pelo coquetel de gases que os paulistanos inalam toda vez que enchem os pulmões. Em dias em que há paralisação do metrô e consequente aumento na concentração de poluentes, ocorrem nove mortes a mais do que nos dias pós-greve. Quem vive em cidades poluídas como esta tem a vida abreviada em 2,5 anos. Uma série de exemplos assim, bem pouco animadores, foram citados ontem durante o seminário "Poluição atmosférica e seus efeitos sobre a saúde humana - o estado atual do conhecimento científico" organizado pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP). "O pior argumento que se pode ouvir é que a poluição do ar não tem efeito na saúde", diz o professor Paulo Saldiva, do departamento de patologia da FMUSP.
"Equivale a dizer que a Terra é plana", prosseguiu Saldiva, um especialista no assunto. "Poluição faz mal e todo mundo sofre. Sofre mais quem já é doente ou mais carente e o custo de não se fazer nada a respeito é bastante grande." Dez pesquisadores apresentaram seus estudos sobre os efeitos do ozônio, dióxido de enxofre, monóxido de carbono ou material particulado na saúde das pessoas. Foi um festival de horrores. Estudos recentes apontam que 5% das internações por doenças respiratórias de crianças e 8% nas de adultos ocorrem em função da poluição do ar. O aumento nas concentrações de CO (monóxido de carbono), SO2 (dióxido de enxofre) e PM10 (material particulado) representou um crescimento na mortalidade por doenças respiratórias de 15%, 13% e 7% respectivamente, citou o professor Luiz Alberto Amador Pereira, da Universidade Católica de Santos. Bebês e crianças até 2 anos são mais suscetíveis aos dias mais poluídos assim como alguns adolescentes - "o que se explique, talvez, pelas alterações hormonais", sugeriu o professor. Só em 2008, pesquisadores do mundo todo já publicaram mais de 100 estudos sobre os efeitos dos poluentes em crianças. Está comprovado que ocorrem mais casos de crises de asma, declínio na função pulmonar, baixo peso ao nascer e abortos. Experimentos com ratos mostraram que os animais que respiram o mesmo ar dos paulistanos registram mais casos de infertilidade que ratos colocados em câmaras com ar filtrado. "Estamos falando da poluição da esquina", salientou Saldiva, lembrando que as câmaras foram colocadas no jardim da Faculdade de Medicina, entre a avenida Doutor Arnaldo e a rua Teodoro Sampaio. O seminário ocorreu a dois meses do prazo para que entre em vigor a resolução 315/2002 do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama), que determina a distribuição de diesel com menos enxofre a partir de 1º de janeiro de 2009. Atualmente o diesel vendido na cidade tem 500 partes por milhão de enxofre e a partir de janeiro tem que ter 50 ppm. O prazo para que se cumpra a resolução transformou-se em polêmica opondo, de um lado, a Petrobras, a Agência Nacional do Petróleo (ANP) e as montadoras, alegando que não conseguirão se adequar a tempo, e do outro, ONGs, técnicos, médicos e o governo municipal. A campanha pelo diesel mais limpo ganhou a opinião pública. "A questão hoje está na Justiça", lembrou o secretário municipal do Verde e do Meio Ambiente Eduardo Jorge. "Agora estamos vendo um jogo de empurra entre os atores", prosseguiu. "Não há justificativa para o silêncio do sistema de saúde municipal, estadual e federal sobre o impacto da poluição na mortalidade e morbidade da população", disse Jorge. "A resolução está valendo em São Paulo e quem não a cumprir vai se entender com a Justiça. Nós vamos atuar de acordo com a lei de crimes ambientais." Representantes da Petrobras e da Anfavea, a associação que reúne os fabricantes de veículos, eram aguardados no seminário, mas ninguém apareceu.
Valor Econômico - 14/10/2008
A cidade de São Paulo gasta, por ano, US$ 208 milhões com os efeitos da poluição atmosférica. A estimativa considera apenas os custos diretos que a cidade tem com as doenças e mortes causadas pelo coquetel de gases que os paulistanos inalam toda vez que enchem os pulmões. Em dias em que há paralisação do metrô e consequente aumento na concentração de poluentes, ocorrem nove mortes a mais do que nos dias pós-greve. Quem vive em cidades poluídas como esta tem a vida abreviada em 2,5 anos. Uma série de exemplos assim, bem pouco animadores, foram citados ontem durante o seminário "Poluição atmosférica e seus efeitos sobre a saúde humana - o estado atual do conhecimento científico" organizado pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP). "O pior argumento que se pode ouvir é que a poluição do ar não tem efeito na saúde", diz o professor Paulo Saldiva, do departamento de patologia da FMUSP.
"Equivale a dizer que a Terra é plana", prosseguiu Saldiva, um especialista no assunto. "Poluição faz mal e todo mundo sofre. Sofre mais quem já é doente ou mais carente e o custo de não se fazer nada a respeito é bastante grande." Dez pesquisadores apresentaram seus estudos sobre os efeitos do ozônio, dióxido de enxofre, monóxido de carbono ou material particulado na saúde das pessoas. Foi um festival de horrores. Estudos recentes apontam que 5% das internações por doenças respiratórias de crianças e 8% nas de adultos ocorrem em função da poluição do ar. O aumento nas concentrações de CO (monóxido de carbono), SO2 (dióxido de enxofre) e PM10 (material particulado) representou um crescimento na mortalidade por doenças respiratórias de 15%, 13% e 7% respectivamente, citou o professor Luiz Alberto Amador Pereira, da Universidade Católica de Santos. Bebês e crianças até 2 anos são mais suscetíveis aos dias mais poluídos assim como alguns adolescentes - "o que se explique, talvez, pelas alterações hormonais", sugeriu o professor. Só em 2008, pesquisadores do mundo todo já publicaram mais de 100 estudos sobre os efeitos dos poluentes em crianças. Está comprovado que ocorrem mais casos de crises de asma, declínio na função pulmonar, baixo peso ao nascer e abortos. Experimentos com ratos mostraram que os animais que respiram o mesmo ar dos paulistanos registram mais casos de infertilidade que ratos colocados em câmaras com ar filtrado. "Estamos falando da poluição da esquina", salientou Saldiva, lembrando que as câmaras foram colocadas no jardim da Faculdade de Medicina, entre a avenida Doutor Arnaldo e a rua Teodoro Sampaio. O seminário ocorreu a dois meses do prazo para que entre em vigor a resolução 315/2002 do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama), que determina a distribuição de diesel com menos enxofre a partir de 1º de janeiro de 2009. Atualmente o diesel vendido na cidade tem 500 partes por milhão de enxofre e a partir de janeiro tem que ter 50 ppm. O prazo para que se cumpra a resolução transformou-se em polêmica opondo, de um lado, a Petrobras, a Agência Nacional do Petróleo (ANP) e as montadoras, alegando que não conseguirão se adequar a tempo, e do outro, ONGs, técnicos, médicos e o governo municipal. A campanha pelo diesel mais limpo ganhou a opinião pública. "A questão hoje está na Justiça", lembrou o secretário municipal do Verde e do Meio Ambiente Eduardo Jorge. "Agora estamos vendo um jogo de empurra entre os atores", prosseguiu. "Não há justificativa para o silêncio do sistema de saúde municipal, estadual e federal sobre o impacto da poluição na mortalidade e morbidade da população", disse Jorge. "A resolução está valendo em São Paulo e quem não a cumprir vai se entender com a Justiça. Nós vamos atuar de acordo com a lei de crimes ambientais." Representantes da Petrobras e da Anfavea, a associação que reúne os fabricantes de veículos, eram aguardados no seminário, mas ninguém apareceu.
Problema Cambial
A assimetria do contrato é tão leonina que, provavelmente, não sobreviverá nos tribunais. Mas isso terá um custo "moral" (e financeiro!) para as empresas que procurarem a proteção do seu patrimônio em ações judiciais, cujas soluções levarão anos. Enquanto estas não forem resolvidas, terão de registrar o passivo contingente em seus balanços, com graves prejuízos para o seu crédito e o desenvolvimento de seus negócios. (...) O que se deve perguntar é como uma coisa tão absurda pôde acontecer? A resposta é que se trata de uma combinação trágica: 1) da fértil criação de inovações pelos bancos de investimento, o que, se por um lado, é fator de estímulo ao financiamento das atividades econômicas e à cobertura de riscos, o que acelera o desenvolvimento, por outro (quando libertos da regulação institucional e de obrigações morais) acaba criando crises sistêmicas que atingem o setor real ao qual deveriam estar a serviço; 2) da crença ingênua dos departamentos financeiros das empresas nas "previsões" do mercado. Isso é surpreendente, uma vez que eles mesmos (com meros palpites!) ajudam a formá-la e, depois, acreditam nelas quando as lêem no Boletim Focus do Banco Central. Como deveria ser evidente, são "previsões" incestuosas. Não prevêem: apenas vão se ajustando ao desenrolar dos fatos; e 3) ao imenso descuido da famosa "governança corporativa". Quando tudo parece estar "bombando", ela não vê a necessidade de ter responsável, competente e "on time" auditoria externa para fiscalizar a qualidade das operações de sua tesouraria.
Antonio Delfim Netto - Hedge tóxico - 14/10/2008 - Valor Econômico
Mais ainda:
Poucos dias após o Grupo Votorantim revelar perdas de R$ 2,2 bilhões no mercado financeiro, a subsidiária Votorantim Celulose e Papel (VCP), que tem o capital aberto e ações negociadas em bolsa, afirmou em nota que sua exposição a derivativos está "adequada à política interna e segue os procedimentos de controle de risco adotados pela companhia". De acordo com a empresa, suas operações em derivativos de câmbio, também chamados de "Target Forward", somavam US$ 174 milhões no último dia 30. O valor justo desses instrumentos, ainda segundo a VCP, resultou em uma perda financeira de US$ 145 milhões no terceiro trimestre, valor que considera a curva de juros e a taxa de câmbio no final do período. A companhia informou que não é obrigada a desembolsar a quantia, visto que o efeito caixa só se dará na data de vencimento das operações.
(Valor Econômico - 14/10/2008 - Perda cambial)
E ainda
Dois executivos de bancos brasileiros disseram ontem que pode chegar perto de US$ 30 bilhões o valor total da exposição das empresas que fizeram operações cambiais descuidadas nos últimos meses e agora correm o risco de sofrer perdas por causa da repentina desvalorização do real em relação ao dólar. "Não parece ser um grande problema do ponto de vista macroeconômico ou sistêmico", afirmou o diretor de pesquisa do BBM, Beny Parnes, durante uma conferência organizada em Washington pela Brazilian-American Chamber of Commerce, uma associação formada nos Estados Unidos por investidores com negócios nos dois países. (...)
Nas últimas duas semanas, três grandes empresas brasileiras anunciaram perdas com operações cambiais que pareciam lucrativas antes do aprofundamento da crise financeira internacional e da virada do câmbio. A Sadia perdeu R$ 760 milhões, a Aracruz reconheceu prejuízos de R$ 1,95 bilhão e a Votorantim, mais R$ 2,2 bilhões. Na última sexta-feira, o presidente de um dos maiores bancos brasileiros disse ao Valor que provavelmente surgirão problemas em outras empresas nos próximos dias, mas ele acredita que serão companhias menores que as três que já reconheceram seus prejuízos. "Haverá outros casos, mas nada tão espetacular", afirmou o banqueiro. Segundo ele, bancos estrangeiros foram os primeiros a oferecer esse tipo de operação às empresas brasileiras, mas em pouco tempo bancos nacionais também passaram a negociar os mesmos contratos. Na sua avaliação, os problemas identificados até agora revelam um descuido elementar na administração de risco das empresas que participaram dessas operações. "Ninguém é criança, são empresas grandes", disse o executivo. O banqueiro disse que não há risco de perdas com os efeitos da desvalorização cambial sobre esses contratos para os bancos, porque todos se protegeram contra esse perigo com outras operações no mercado de derivativos, ao contrário das empresas. O único risco que os bancos correm nesses contratos é o de crédito, porque as empresas que estão na outra ponta podem decidir não pagar sua parte agora que perderam a aposta. O problema foi mencionado com preocupação por um observador da conferência realizada em Washington ontem. "A crise atual chamou atenção para as dívidas do setor privado e o que aconteceu com essas empresas pode ser um sinal de que há mais setores vulneráveis", afirmou o economista Arturo Porzecanski, ex-diretor de pesquisas do ABN-Amro para mercados emergentes e hoje professor da Universidade Americana. A ameaça foi minimizada pelos analistas dos bancos brasileiros e pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, que repetiu ontem o que vem dizendo há dias sobre o assunto. "Algumas apostas deram errado, mas não chega a ser um problema sistêmico", disse Mantega durante a conferência.
Perda de empresas pode ir a US$ 30 bi - Valor Econômico - 14/10/2008
Frase
O mercado de derivativos hoje é de US$ 531 trilhões, comparado com seu valor em 2002, de US$ 106 trilhões. Com a finalidade, teórica, de limitar o risco e proteger de problemas financeiros, esses contratos, pelo contrário, atiçaram a incerteza e, de fato, propagaram o risco em meio à dúvida sobre como as empresas os avaliam. Para muitos economistas, se Greenspan tivesse agido de modo diferente como presidente do Fed, de 1987 a 2006, a atual crise poderia ter sido evitada ou contida.
Refazendo uma análise do legado de Greenspan - Peter S. Goodman - 12/10/2008 - O Estado de São Paulo - (Originalmente publicado no New York Times)
Refazendo uma análise do legado de Greenspan - Peter S. Goodman - 12/10/2008 - O Estado de São Paulo - (Originalmente publicado no New York Times)
13 outubro 2008
Críticas a substituição do US GAAP pelo IFRS
1. Não significa melhoria para a contabilidade dos EUA
2. O US GAAP apresenta menor custo de capital
3. O IFRS não representa a uniformidade dos padrões contábeis pois a implementação das normas é diferente
4. As normas do Iasb são menos testadas que o US GAAP
5. A flexibilidade do IFRS pode tornar difícil a comparação e o trabalho dos analistas
6. US GAAP é mais focada nos investidores
7. O investidor médio terá mais dificuldade de fazer investimentos
8. Delegar a um órgão estrangeiro as normas contábeis e talvez o aspecto político faça com que a pressão pela globalização seja menor do que se imagina
9. O IFRS é pior em termos do reconhecimento da receita, joint ventures e contabilidade para ativo fixo e intangíveis
David Merkel
2. O US GAAP apresenta menor custo de capital
3. O IFRS não representa a uniformidade dos padrões contábeis pois a implementação das normas é diferente
4. As normas do Iasb são menos testadas que o US GAAP
5. A flexibilidade do IFRS pode tornar difícil a comparação e o trabalho dos analistas
6. US GAAP é mais focada nos investidores
7. O investidor médio terá mais dificuldade de fazer investimentos
8. Delegar a um órgão estrangeiro as normas contábeis e talvez o aspecto político faça com que a pressão pela globalização seja menor do que se imagina
9. O IFRS é pior em termos do reconhecimento da receita, joint ventures e contabilidade para ativo fixo e intangíveis
David Merkel
Depois da ajuda...
Conforme postado anteriormente, a AIG, a empresa de seguros que já recebeu mais de 100 bilhões de ajuda do governo dos EUA, promoveu gastos com executivos considerados questionáveis. No Valor Econômico de hoje um texto sobre o assunto:
Revolta com festas regadas a verbas
Valor Econômico - 13/10/2008
A indecência de diretores de grupos financeiros salvos pelo dinheiro público provoca revolta de investidores e autoridades na Europa e nos Estados Unidos. A direção do grupo financeiro belga Fortis fez um banquete de US$ 200 mil para 50 corretores independentes na sexta-feira, alguns dias depois de o banco ter sido salvo da falência graças à intervenção pública. O rega-bofe ao custo de US$ 4 mil por convidado foi realizado num palácio gastronômico do principado de Monte Carlos. Somente um prato de 50 gramas de caviar real do Irã custou US$ 650. O restaurante abriga uma das melhores caves de vinhos do mundo. Para o Partido Socialista da Bélgica, foi um insulto a milhares de poupadores e ao Estado. "O mundo das finanças perdeu toda a decência e joga com somas superando a compreensão", criticou.
No começo da semana, foi revelado que a diretoria da seguradora americana AIG gastou US$ 370 mil num fim de semana num luxuoso hotel em uma praia na Califórnia, uma semana depois de o Tesouro americano ter salvo a companhia com um pacote de US$ 85 bilhões. A fatura foi exibida no Congresso americano, irritando ainda mais parlamentares que tinham hesitado em aprovar o pacote para socorrer o setor. Os executivos da AIG usaram o dinheiro da empresa para pagar quase US$ 200 mil pelos quartos, US$ 150 mil só de refeições e US$ 23 mil no "spa". Culpados, milionários e impunes. Foi como o jornal espanhol El Pais definiu a situação da casta "intocável" de diretores de bancos em meio a dramática crise financeira. O americano Stanley O'Neall é o campeão da lista: foi para casa com US$ 161 milhões como indenização quando deixou o Merrill Lynch com US$ 7,7 bilhões de perdas. Seu sucessor, John Thain, negociou habilmente um contrato de US$ 200 milhões para ele e dois executivos do Goldman Sachs. Richard S. Fuld ganhava US$ 17 mil por hora no Lehman Brothers. Uma comissão de investigação do Congresso americano descobriu que Fuld autorizou o pagamento de US$ 20 milhões a dois diretores do Lehman quatro dias antes de o banco declarar falência. (AM)
Revolta com festas regadas a verbas
Valor Econômico - 13/10/2008
Chrysler e GM: problemas
Sobre a notícia da GM e Chrysler, postada no sábado, um artigo no Estado de S. Paulo:
'Juntas, GM e Chrysler perderiam ainda mais'
Tom Krisher, Associated Press, Detroit
13/10/2008 - O Estado de São Paulo
Para a General Motors Corp. adquirir a sua rival Chrysler LLC, com todos os seus problemas, vai ter de conseguir dinheiro desesperadamente. E muito dinheiro, segundo analistas do setor. Como ambas as montadoras passam por dificuldades para sobreviver em meio à queda nas vendas, à desaceleração do mercado global e a uma crise sem precedentes do crédito, não está claro se o sócio majoritário da Chrysler, o fundo de private equity (compra de participações em empresas) Cerberus Capital Management LP, estaria disposto a um acordo ou se o governo federal poderia se envolver em uma ou ambas as empresas.
“A Chrysler teria de representar muito mais para a GM do que representa”, disse Erich Merkle, analista do setor automobilístico da Crowe Horwath LLP, empresa de contabilidade e consultoria. “Se as duas montadoras se juntarem, ambas com perdas monetárias e perdas no mercado de ações, então o que se vai ter será uma montadora perdendo ações com mais rapidez e perdendo mais dinheiro”, acrescentou.
(...) Embora uma fusão das empresas possa resultar em economias, com a combinação das áreas de gerenciamento, engenharia, manufatura e do pessoal administrativo, para os analistas a consolidação pode provocar mais gastos ainda e os lucros provavelmente só aparecerão depois de vários anos. O que já seria muito tarde para as duas montadoras.
A Chrysler perdeu pelo menos US$ 510 milhões no primeiro trimestre e US$ 1,6 bilhão no ano passado. Suas vendas caíram 25% este ano, o pior resultado já contabilizado por uma montadora do seu nível. A GM, por outro lado, vem perdendo mais de US$ 1 bilhão por mês em liquidez [sic].
Na semana passada, as ações da GM na Bolsa de Nova York chegaram a cair mais de 30% em um só dia, atingindo seu nível mais baixo desde 1950. Com o aprofundamento da crise no mercado automobilístico americano, a agência de classificação de risco Standard & Poor’s chegou a dizer, na sexta-feira, que havia o risco de GM, Ford e Chrysler terem de pedir concordata em um período não muito distante.
IFRS e auditores
Próximos passos na direção do IFRS
Gazeta Mercantil - 13/10/2008
A Lei número 11.638, aprovada no final do ano passado, é o primeiro e importante passo para o Brasil convergir com as Normas Internacionais de Contabilidade, denominadas IFRS, a partir de 2010. Essa decisão trará enormes ganhos para as empresas brasileiras, pois o Brasil se alinhará a vários países que usam as normas internacionais de contabilidade, fazendo com que qualquer investidor, seja da Europa, da Ásia ou dos Estados Unidos, que adotará o mesmo padrão a partir de 2014, possa entender as informações constantes das demonstrações contábeis das nossas companhias. Isso significa o favorecimento da entrada de mais capital estrangeiro.
A adoção do IFRS, no entanto, não vai exigir mudanças apenas nas empresas e nas suas demonstrações contábeis. As auditorias também deverão se adaptar. Serão necessários mais profissionais com conhecimento nesta área, pois, hoje, o Brasil ainda não tem especialistas suficientes. As auditorias, por sua vez, terão de aumentar os investimentos em cursos e treinamentos para manter seus auditores atualizados sobre o tema. No futuro, auditores e contabilistas deixarão de trabalhar apenas com o registro numérico para participar ativamente em decisões estratégicas das empresas.
A necessidade de profissionais bem treinados será ainda maior quando se sabe que pequenas e médias empresas, em especial as familiares, devem implementar melhorias em sua governança. Este é o passo mais importante para que estas empresas possam buscar capital, utilizando private equity, investment funds ou venture capital, e expandir seus negócios, atraindo investidores ou mesmo para oferecer aos sócios e herdeiros números mais confiáveis. As grandes empresas já estão se profissionalizando, seja para entrar na Bolsa ou no mercado globalizado. As menores entenderam que somente se seguirem os mesmos passos terão mais credibilidade, fortalecendo o seu crescimento e facilitando uma futura fusão, aquisição ou abertura de capital. Essas mudanças de comportamento das empresas estão modificando também os canais de comunicação com os investidores. Atualmente é preciso informar mais e definir, de fato, qual é o papel e responsabilidade do Conselho de Administração e de todos os escalões. Comitês de auditoria e de administração. A tendência para os próximos anos é que estes comitês tornem o canal de comunicação com os auditores cada vez mais abertos. Com isto, a responsabilidade do auditor estará cada vez mais evidente, pois, além da empresa que o contratou, ele também presta informações aos investidores, às instituições reguladoras e, conseqüentemente, à sociedade em geral. A uniformidade de normas de independência também é pauta para discussão mundial. Atualmente, temos diversos órgãos reguladores, cujas normas emitidas por eles podem ser similares; porém existem pontos conflitantes, que podem dificultar a análise. Outro tema importante é o caso do rodízio de auditorias, que ocorre após cinco anos de trabalho para cada instituição. No início de setembro, o BC extinguiu a necessidade de rodízio para as instituições financeiras. A Susep, por sua vez, emitiu um comunicado mantendo a exigência dele para as instituições securitárias. Já a CVM emitiu parecer suspendendo a necessidade de rodízio até 2011. O objetivo dessas decisões é regular o mercado com normas que reflitam as melhoras práticas internacionais. Mas elas podem dar início a discussões mais profundas sobre este tema.
É consenso que a decisão do BC, acabando com a necessidade do rodízio, alertando apenas para a necessidade de troca da equipe de auditoria a cada cinco anos, é a mais acertada. Obrigatório apenas no Brasil e na Itália, o rodízio não está em conformidade com a tendência mundial. Precisamos estar alinhados com o que é realizado na maioria dos países. Com o IFRS demos o primeiro passo, é fato. Agora precisamos caminhar na direção da tendência mundial.
Finanças & Mercados - Pág. 4 - Rogério Villa - Sócio da área de auditoria da Terco Grant Thornton
12 outubro 2008
Rir é o melhor remédio
O Blog GraphJam apresenta gráficos criativos sobre diferentes situações (obviamente, os gráficos não são baseados em dados reais). A seguir dois desses gráficos postados recentemente. O primeiro mostra o uso o iPhone. O principal uso é ver vídeos do YouTube e o menor uso é fazer ligações.

O segundo gráfico mostra como é distribuído o tempo de um programa de televisão denominado American Idol (uma espécie de programa de calouros). Segundo o gráfico, 78% são propagandas e 10% promoção de outros programas da Fox.

O segundo gráfico mostra como é distribuído o tempo de um programa de televisão denominado American Idol (uma espécie de programa de calouros). Segundo o gráfico, 78% são propagandas e 10% promoção de outros programas da Fox.
Antes da Chrysler, a Ford
Ontem postamos a notícia que a GM está tentando uma fusão com a Chrysler. O New York Times de hoje afirma que anteriormente a GM tentou o mesmo com a Ford e a empresa recusou a proposta.
Quem ganhou e quem perdeu com a crise

O gráfico mostra os investimentos que ganharam (ouro e dólar) e os que perderam com a crise. As ações (em especial das empresas européias e dos emergentes) sofreram perdas expressivas. Mas o preço do petróleo também caiu.
11 outubro 2008
Ginástica e Decepção

Hoje, um setor inteiro da economia norte-americana - filiação à ginástica - parece baseada na auto-decepção. Muitas pessoas superestimam quanto elas irão visitar uma academia de ginástica. (...) Um estudo com 7752 membros de academia de ginástica, feito com 3 clubes e 3 anos, confirmou como nós superestimamos nossa propensão ao exercício físico. Sob um contrato, o cliente paga um cliente paga uma taxa fixa mensal de 70 dólares. As pessoas com este acordo vão a academia cerca de 4,3 vezes ao mês, em média. Isto significa um preço médio por visita de $17.
Essa mesma pessoa poderia compra um passe com dez ingressos, que custaria exatamente $10 por visita, um preço muito menor. A despesa média seria $43 em lugar de $70 (existe também um ingresso único por $12, que seria mais barato ainda).
As pessoas gastam [mais] porque elas não estão dispostas a enfrentar as suas ilusões sobre o quanto - ou o pouco - elas adoram exercício. Ou elas podem pensar, erradamente, que a taxa fixa vai incentivá-las a ir a academia com mais freqüência. (...)
Este estudo produziu outro resultado. As pessoas que não visitam a academia tomam muito tempo para cancelar seus contratos. Elas não gostam de admitir que são lesmas preguiçosas.
Tyler Cowen, Discover your inner Economist, Dutton, 2007, p. 118-119, sobre pesquisa de Stefano DellaVigna e Ulrike Malmendier, Paying not to Go to the Gym, American Economic Review, June, 2006.
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