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16 julho 2012

CVM

Sobre a gestão de Maria Helena Santana, presidente da Comissão de Valores Mobiliários (CVM):

Segundo ele, mais do que ter ajudado a aumentar o número de investidores, ela conseguiu enfrentar os empecilhos que surgiram durante sua gestão. “Um deles, sem sombra de dúvidas, foi dar ao País um padrão de contabilidade internacional,” afirmou, sobre o IFRS (sigla em inglês para International Financial Reporting Standards). “Ainda que não seja uma realidade, melhorou muito em agilidade às ofertas públicas,” completou.

Cruzeiro do Sul

O Cruzeiro do Sul tem um rombo de pelo menos R$ 2,5 bilhões - o dobro do que o Banco Central (BC) imaginava quando decretou intervenção na instituição, no dia 4 de junho. A conta pode aumentar porque a apuração do buraco ainda não terminou. O trabalho está sendo feito pelo próprio BC, pelo Fundo Garantidor de Créditos (FGC) e pela empresa de auditoria PricewaterhouseCoopers.

Essa situação pode inviabilizar uma solução de mercado para o Cruzeiro do Sul. A intenção do BC e do FGC é recuperar o banco e achar um comprador para evitar a liquidação. A expectativa era de que, encerrado o pente-fino nas contas do banco, o buraco chegasse a R$ 1,8 bilhão. Inicialmente, o BC estimou o rombo em R$ 1,25 bilhão, resultado da descoberta de fraudes contábeis concentradas em empréstimos consignados falsos.

O BC tinha detectado 300 mil operações como essas. O número cresceu e a conta já alcança cerca de R$ 1,6 bilhão. Os R$ 900 milhões restantes (para totalizar os R$ 2,5 bilhões) são consequência de ativos super avaliados, passivos tributários e provisões contra perdas de crédito inferiores às regras do BC, entre outros problemas.


Fonte: Aqui

Kama Sutra Macroeconômico

No artigo abaixo, o economista e professor Edmar Bacha reconta a trajetória econômica de décadas numa fábula erótica

Há tempos, vem a oferta (S) cruzando com a procura (D) nos compêndios de economia. No final do século XIX, o sábio AM lhes havia recomendado a posição da tesoura, com as hastes semiabertas, na busca de um equilíbrio natural entre a dor da verticalidade (P) e o prazer da horizontalidade (Q):

Nos anos 30, sofrendo de Grande Depressão, saíram a oferta e a procura em busca de posições mais estimulantes. Sugeriu-lhes, então, o doutor MK que a oferta se deitasse passivamente na horizontal, deixando à procura, revigorada por pílulas governamentais, assumir o papel ativo de estimular a atividade:

Por muitos anos viveram felizes assim, até que, nos anos 1970, padecendo com o Choque do Petróleo, a oferta se rebelou e assumiu a posição vertical. A prescrição de MK para obter maior Q-prazer através de estímulos da demanda tornou-se então fonte de pura P-dor:

Os doutores das águas salgadas seguidores de MK recomendaram então maiores controles do governo para diminuir a P-dor. Ressabiadas, a oferta e a procura saíram interior adentro, em busca de alternativas que mantivessem sua liberdade de movimentos.
Encontraram-se com o guru das águas doces, MF, que lhes deu uma receita diretamente oposta à de MK: devia a procura assumir uma posição horizontal passiva, mantendo assim a P-dor sob controle. A oferta ficaria na posição vertical, crescendo à taxa natural, sem amarras do governo:

Deu-se então a Grande Moderação, com a P-dor sob controle e o Q-prazer expandindo-se sob a égide dos cassinos financeiros desregulamentados.
Final feliz, entretanto, só nos contos de fadas. Desde o início do século XXI, a expansão da procura passou a depender cada vez mais do crédito facilitado pelos cassinos. Sobreveio a Crise Financeira em 2008. Sobrecarregada de dívidas, a procura encolheu-se, não mais conseguindo responder aos estímulos creditícios. Também endividados, os governos não conseguiram mais estimulá-la com suas pílulas. A procura verticalizou-se, encolhida como estava, deixando um vácuo entre sua posição e a da oferta:

Descasadas, a procura e a oferta padecem agora de uma Q-dor que não sentiam desde os anos 1930. Prazer com a queda de P também não têm, pois ela apenas aumenta o peso das dívidas acumuladas. Estão agora a lamentar não ter dado mais atenção a HM, o profeta esquecido, que há tempos lhes advertira sobre os perigos dos cassinos financeiros.

Como fazer para acasalar novamente procura e oferta? Velhos receituários retornam em tempos de crise. Ultra-Ks só desejam mais estímulos, acreditando que a oferta vai atrás da procura onde ela for. Ultra-Fs só querem saber de menos controles, pois acreditam, ao contrário, que a oferta gera sua própria procura.

Melhor deixar os ultras com suas manias de lado e retornar ao ponto de partida do sábio AM. Reconhecer as individualidades da oferta e da procura, sabendo que uma não vive sem a outra, e almejam cruzar-se harmonicamente como se hastes fossem de uma mesma tesoura. Posições extremas são excitantes de tempos em tempos, mas somente o Caminho do Meio unifica e transcende a dualidade.

Glossário para não iniciados

ÁGUAS DOCES: Região dos Grandes Lagos, onde estão as universidades dos EUA cujos economistas são próximos ao monetarismo.

ÁGUAS SALGADAS: Costas leste e oeste dos EUA, onde estão as universidades cujos economistas se aproximam do keynesianismo.

AM: Alfred Marshall, economista inglês, autor de “Principles of Economics” (1890), considerada a bíblia da economia até a Segunda Guerra Mundial.

D: Símbolo (de: demand) para a curva de procura por bens e serviços da economia. Ao longo da curva de demanda, quanto maior o preço (P), menor em geral a quantidade demandada (Q).

MK: John Maynard Keynes, economista inglês, autor de “Teoria Geral do Emprego, dos Juros e da Moeda” (1936), considerado o pai da macroeconomia moderna.

HM: Hyman Minsky, economista americano, autor de “John Maynard Keynes” (1975), considerado o grande teórico das crises financeiras.

MF: Milton Friedman, economista americano, co-autor de “A Monetary History of the United States, 1867-1960” (1963), considerado o pai do monetarismo.

P: Nível dos preços (ou taxa de inflação) da economia. Medido no eixo vertical das figuras no texto.

Q: PIB (ou nível de emprego) da economia. Medido no eixo horizontal das figuras no texto.

S: Símbolo (de: supply) para a curva de oferta de bens e serviços da economia. Ao longo da curva de oferta, quanto maior o preço (P), maior em geral a quantidade ofertada (Q).

Ultra-Fs: Ultra-monetaristas (ou chamados “neoliberais”).

Ultra-Ks: Ultra-keynesianos (ou também chamados “desenvolvimentistas”).

15 julho 2012

Rir é o melhor remédio


Ele estava em coma e já fazia algum tempo.
Sua esposa nunca se afastou da cabeceira da cama; noite e dia ela passou fazendo-lhe companhia; até que o homem acordou um dia; ao ver a mulher, fez-lhe um sinal para se aproximar e sussurrou-lhe no ouvido:
- Durante todos esses anos você esteve ao meu lado.
- Quando me licenciei você ficou comigo.
- Quando a minha empresa faliu, você continuou ao meu lado e me apoiou.
- Quando perdemos a casa, você não me abandonou, ficou perto de mim.
- Quando perdemos o carro, você também estava comigo.
- Agora são meus problemas de saúde, e desde o início você nunca me abandonou.
- Sabe de uma coisa?
A mulher ouviu tudo calada, depois, emocionada e com os olhos rasos d’água, murmurou:
- Diz, amor...

- Acho que você me dá azar!!!

(Encaminhado por Matias, grato)

Barbeiragem

O texto a seguir mostra como o mal uso dos recursos do contribuintes:

A Petrobrás deve amargar prejuízo milionário com a venda da refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos. Esse é um dos ativos que a estatal pretende ofertar ao mercado, no programa de desinvestimento que vai ajudar a financiar investimentos no pré-sal. Após anos de batalha judicial com sua sócia, uma trading belga, a petroleira brasileira fechou há duas semanas um acordo para aquisição de 100% da refinaria.

Ao todo, a Petrobrás pagou US$ 1,18 bilhão, em duas etapas, para comprar uma refinaria que, há sete anos, custou US$ 42,5 milhões à sua agora ex-sócia - quase 28 vezes menos.

Fontes que acompanharam a operação em diferentes estágios asseguram que o valor de mercado hoje da refinaria texana, de baixa complexidade, é muito menor do que o valor gasto pela Petrobrás para a obtenção do controle. Poderia chegar a um décimo do que foi pago. (...)

A empresa belga comprou 100% da refinaria em janeiro de 2005 por US$ 42,5 milhões, segundo relatório financeiro enviado à bolsa europeia. Onze meses depois, em 16 de novembro de 2005, foi fechado memorando de entendimento para vender metade da refinaria à Petrobrás por mais de US$ 300 milhões.

Em setembro de 2006 foi oficializada a aquisição por cerca de US$ 360 milhões, um negócio que o controlador belga descreveu em seu balanço como "um sucesso financeiro acima de qualquer expectativa razoável". O negócio foi aprovado em conselho de administração. Participaram da coletiva de imprensa nos EUA os ocupantes, na época, da presidência da Petrobrás, José Sergio Gabrielli, da diretoria de Abastecimento, Paulo Roberto Costa, e da diretoria Internacional, Nestor Cerveró. O negócio foi fechado em um momento de pico das margens de refino no mercado, que depois caíram. Antes e depois do acordo a refinaria passou meses parada para manutenção ou por causa da passagem do furacão Rita. Em 29 de junho deste ano, a Petrobrás anunciou o pagamento de mais US$ 820,5 milhões para encerrar processos na Justiça e comprar os 50% restantes da refinaria.


Incompetência? Ou ...

Produtividade Agrícola

A produtividade da agricultura brasileira cresceu o dobro da média mundial na ultima década, ou cerca de 4% ao ano, segundo levantamento da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) que ilustra a potência do setor no país. O rendimento de culturas como milho, arroz e trigo aumentou bem mais do que em países produtores tradicionais, como Estados Unidos, Canadá, Japão e Rússia.

Conforme a OCDE, o aumento da produtividade na agricultura tem convergido entre as principais regiões do mundo para cerca de 2% ao ano depois da Segunda Guerra mundial. No entanto, alguns grandes países como Brasil, China, Indonésia, Rússia e Ucrânia conseguiram taxas muito mais altas, entre 3% e 5% ao ano. O crescimento da produtividade brasileira passou de 0,9% ao ano, em média, entre 1961 e 1970, para 4,04% entre 2001 e 2009. Rússia e Ucrânia, que saíram de níveis baixíssimos, conseguiram altas de 4,29% e 5,35% ao ano, respectivamente, na última década.

No caso dos EUA, um dos maiores produtores mundiais, o ganho médio de produtividade aumentou de 1,21% para 2,26% ao ano na última década. Mas houve um declínio em vários membros da ODCE, como Austrália, Canadá, Coreia do Sul e México. Isso se explicaria pelas mudanças no clima e nas políticas agrícolas, aumento das exigências ambientais e falta de investimento em inovações. A Austrália, por exemplo, diminuiu gastos com pesquisas e desenvolvimento.

A produtividade do trabalho agrícola cresceu mais rapidamente do que a da terra em vários países da OCDE. Já na América Latina e na China, o crescimento foi forte em ambos os casos, com cerca de 4,5% ao ano na China entre 1990 e 2005, e 3% na América Latina. Os índices contrastam com o restante da Ásia e da Africa, que tiveram expansão de apenas 1% ao ano.
O rendimento das principais culturas dobrou ou triplicou no mundo entre 1961 e 2010. A produção por hectare continua aumentando, mas ela não se reflete em alguns cereais que, por sinal, tiveram médias mais baixas nas duas últimas décadas do que as registradas no pós-guerra. Desde 1980, o crescimento no rendimento do trigo e do milho recuou de 2,4% para 1%. O milho subiu ligeiramente para 2% ao ano, mas a soja caiu de 1,6% em 1970 para menos de 1% na década passada no mundo.

Em relação ao Brasil, a produção por hectare de arroz cresceu 3,7% ao ano entre 2000 e 2010. Na Rússia, a alta de 4,8%, nos EUA de 1,2% e no Japão e no México, de apenas 0,3%, no mesmo período. A produtividade do milho cresceu 3,3% ao ano no Brasil, pouco se comparado aos 6% da África do Sul, mas superior aos aumentos dos EUA (1,6%) e do México (2,7%). O trigo registrou aumento na produtividade de 3,2% por ano no Brasil, quase o dobro em relação à década anterior, e acima de Canadá (2,1%), EUA (1,8%) e Rússia (2,5%).

Nas últimas décadas, o uso de terra em agricultura cresceu nas nações em desenvolvimento, mas diminuiu nos países ricos; globalmente, a agricultura representa 70% do uso de água fresca. Nos países da OCDE, a taxa cai para 45%.

Poem Of Love Accounting


In the journal paper of my heart,
I have written a journal entry.
Debiting your love and your affection.

Darling you write the narration,
Your first love, I had already adjusted
On the ledger-folio column,
Any way our relations are true assets

On double-entry system In addition,
Our love is true real and tangible
You debit-what comes in,
I credit-what goes out.

Your beauty is the capital of business.
My eyes are stock in trade.
Let us enter into transaction,
You secretly give me a trade discount,
I openly give you a cash discount
And thus my partner, Our trading and
Profit-loss account will show super profit

My dear let us re-concile,
All our errors and total the
Trial balance of our affairs
Arithmetically without maintaining
Any suspense account.

In the balance sheet of our
Life Our children will be our
True assets and liabilities!

If they are boys, they will be our sundry debtors
If they are girls, they will be our sundry creditors

But if we have a boy and a girl,
Our balance sheet will tally automatically!

Fonte: Aqui

Boson de Higgs? Os resultados são preliminares

O mundo celebrou a descoberta do "Boson de Higgs". A discussão, agora, envolve comprovar a veracidade (ou não) dessa descoberta.

Anunciou-se que:
- Foram encontrados eventos nas colisões de partículas que apontam para dois tipos de decaimentos que o bóson de Higgs apresentaria;
- A análise estatística aponta que há 5 sigmas de certeza de que se trata de uma nova partícula, e não de ruído de fundo, e que esta pode ser o bóson de Higgs.

Notaram o “pode ser”? Pois é, está lá na página do CERN também. A confirmação do resultado só vai sair depois de uma extensa análise dos dados. A descoberta pode se tratar de outras partículas, mas, aparentemente, a que melhor encaixa nos dados ainda é o bóson de Higgs.

Cientistas estão quebrando a cabeça para ver se a busca pela partícula, que já leva trinta anos e custou cerca de US$ 9 bilhões (R$18 bilhões) chegou mesmo ao fim. De qualquer forma, descobrimos uma nova partícula, ela é um bóson e é o mais pesado já visto.

Artigo da Universidade Cornell:
Have We Observed the Higgs (Imposter)?
Ian Low, Joseph Lykken, Gabe Shaughnessy
We interpret the new particle at the Large Hadron Collider as a CP-even scalar and investigate its electroweak quantum number. Assuming an unbroken custodial invariance as suggested by precision electroweak measurements, only four possibilities are allowed if the scalar decays to pairs of gauge bosons, as exemplified by a dilaton/radion, a non-dilatonic electroweak singlet scalar, an electroweak doublet scalar, and electroweak triplet scalars. We show that current LHC data already strongly disfavor both the dilatonic and non-dilatonic singlet imposters. On the other hand, a generic Higgs doublet and a triplet imposter give equally good fits to the measured event rates of the newly observed scalar resonance, although a Standard Model Higgs boson gives a slightly better overall fit. The global fit indicates the enhancement in the diphoton channel could be attributed to an enhanced partial decay width, while the production rates are consistent with the Standard Model expectations. We emphasize that more precise measurements of the ratio of event rates in the WW over ZZ channels, as well as the event rates in bb and tau tau channels, are needed to distinguish the Higgs doublet from the triplet imposter.

14 julho 2012

Rir é o melhor remédio

Fato da Semana


Fato da Semana – Divulgação dos salários no setor público

Qual a importância disto? – Pela primeira vez é possível saber dos salários dos diferentes órgãos públicos. Tim Harford, em Adapt, lembra um caso ocorrido em Uganda. Neste país da África, uma pesquisa sobre o dinheiro repassado as escolas por parte do governo revelou que 80% dos valores eram desviados. O governo central decidiu publicar em jornal cada valor repassado para cada escola, em cada mês. Em seis anos, a percentagem de desvio caiu para 20%, principalmente naqueles locais onde os pais tinham acesso aos jornais. A evidenciação dos salários permitirá corrigir problemas, como um garagista recebendo o salário acima de 20 mil reais. Estes casos esdrúxulos serão objeto de indignação e a falta de controle com a folha de pagamento, um problema antigo na administração pública, será visível para o contribuinte.

Positivo ou negativo? – Para o contribuinte será positivo. Saberemos onde está indo 34% do dinheiro da economia, que é o valor arrecadado pelo governo sob a forma de diferentes tipos de tributos. O volume gasto com pessoal é excessivo; já se sabia que o setor público é um ótimo patrão, mas o que a medida está revelando é que existem algumas distorções. Obviamente que para quem recebe estes valores será negativo.

Desdobramentos – Haverá muita pressão para evitar esta divulgação. Argumentos como “risco de sequestro” serão usados para reverter a decisão. O contribuinte deve insistir para que a medida persista. 

Carmen Reinhart


Um pouco da história de Carmen Reinhart:

Born in Havana as Carmen Castellanos, she is quick-witted and favors bright, boldly printed blouses and blazers. As a girl, she memorized the lore of pirates and their trade routes, which she says was her first exposure to the idea that economic fortunes — and state revenue in particular — “can suddenly disappear without warning.”

She also lived with more personal financial and social instability. After her family fled Havana for the United States with just three suitcases when she was 10, her father traded a comfortable living as an accountant for long, less lucrative hours as a carpenter. Her mother, who had never worked outside the home before, became a seamstress.

“Most kids don’t grow up with that kind of real economic shock,” she says. “But I learned the value of scarcity, and even the sort of tensions between East and West. And at a very early age that had an imprint on me.”

With a passion for art and literature — even today, her academic papers pun on the writings of Gabriel García Márquez — she enrolled in a two-year college in Miami, intending to study fashion merchandising. Then, on a whim, she took an economics course and got hooked.

When she went to Florida International University to study economics, she met Peter Montiel, an M.I.T. graduate who was teaching there. Recognizing her talent, he helped her apply to a top-tier graduate program in economics, at Columbia University.

Desenvolvimento é bom pra todos?

Desenvolvimento econômico nem sempre é bom pra todos:

Development in most places in most of history has basically been a process of violence and coercion, either by your own elites or invading ones. When historical events are “good for growth” they are often very bad for the generation that experienced them, in Africa or elsewhere. So “good for growth” does not necessarily mean “good”.

13 julho 2012

Rir é o melhor remédio

Feliz Sexta-feira 13 atrasado: Onde está Jason?
Fonte: Aqui

Rir é o melhor remédio

Fonte: aqui

Clicker no ensino da Contabilidade




Talvez o leitor já tenha visto nos programas dominicais o uso de clickers. São pequenos aparelhos que acionados como se fossem um controle remoto permite que a plateia dê sua nota para uma atração do programa. A nota é depois processada e o candidato com maior nota é declarado, pelo apresentador, o vencedor. A fotografia mostra o uso de clickers.

Estes aparelhos também possuem uma função mais nobre: podem ser usados em sala de aula. Neste caso o professor pode passar uma transparência e os alunos, com seus clickers, dão sua opinião sobre o assunto. A tecnologia dos aparelhos permite individualizar as escolhas de cada aluno.

Um uso interessante dos aparelhos é nos testes de verificação de aprendizagem. Neste caso, o professor passa uma questão num retroprojetor e cada aluno deve marcar a resposta que considera correta. Ao final da maratona de perguntas, é possível saber a nota de cada um dos estudantes.

Mais do que um modismo na área de educação, o uso de clickers parece que melhora o desempenho dos alunos. Pelo menos é a conclusão obtida por três docentes da Universidade de Montana. Usando os aparelhos, os alunos tiveram uma nota média de 458,93 num curso de contabilidade introdutória; sem os aparelhos, a nota média foi de 440,6, para um máximo de 600. A diferença parece pequena, mas pode ser considerada significativa em termos estatísticos. Em termos de notas, de 94 alunos que usaram clickers, 24 foram reprovados, com notas D e E. Já numa outra turma, também com 94 alunos, o número de reprovação foi maior: 29.

Além do desempenho, parece que os alunos gostaram da experiência. É o que foi dito numa pesquisa de opinião realizada após o curso. É natural que devemos considerar este resultado com cautela, já que se trata de um experimento limitado a uma disciplina numa universidade específica. Mas é sempre interessante saber que a tecnologia que permite que um auditório escolha uma atração no domingo também pode ser usado para algo mais útil.

Para ler Mais;
PREMUROSO, R; TONG, L; BEED, T.  Does using clickers in the classroom matter to student performance and satisfaction when taking the Introductory Financial Accounting course? Issues in Accounting Education. Vol 26, n. 4, 2011.

Esther Duflo


Nova York - A francesa Esther Duflo nunca se interessou por tecnologia além dos comandos básicos de um celular ou computador, não gosta de falar de negócios e passou toda a sua carreira na universidade.

Mesmo assim, ela encontrou mais afinidades do que diferenças em sua primeira conversa com o empresário Bill Gates, criador da Microsoft e o segundo homem mais rico do mundo, em 2009. Foi um breve encontro após uma palestra realizada por ela na Califórnia, sobre seu trabalho à frente do Poverty Lab, laboratório de estudos de combate à pobreza ligado ao Mas­sachusetts Institute of Technology (MIT).

Ela contou como criou do zero uma rede de dezenas de pesquisadores que vão a campo descobrir estatisticamente o que funciona quando o assunto é investimento social. É tudo o que Gates, que já dedicou mais de 20 bilhões de dólares a causas desse tipo, queria ouvir.

Por meio da Fundação Bill e Melinda Gates, o empresário se tornou um dos maiores investidores do que é hoje a maior rede global de pesquisa sobre o assunto, com 65 pesquisadores em 52 países.

Aos 39 anos, Duflo, por sua vez, virou uma conselheira cada vez mais requisitada não só por Gates, mas por dezenas de investidores e organizações pelo mundo. “O laboratório produz evidência científica que ajuda a tornar o esforço de combate à pobreza mais eficiente”, afirmou Gates recentemente em seu blog.

Por trás da evidência científica está uma abordagem nada convencional de pesquisa acadêmica — até pouco tempo atrás vista pela maioria dos economistas como custosa demais para ser adotada em larga escala. O método conhecido como randômico é a base do laboratório, criado em 2003 por Duflo e o indiano Abhijit Banerjee, também economista no MIT.

Com fundamentos emprestados dos testes clínicos da medicina, consiste basicamente em separar duas amostras da mesma população aleatoriamente. Uma delas é submetida a uma solução contra um problema específico, como um método para aumentar a taxa de vacinação entre crianças.

A outra parcela não recebe nada. O contraste entre as duas indica se o programa social teve o efeito desejado. “O método joga luz numa discussão em geral mais emocional e retórica do que prática”, disse Duflo a EXAME.

Após se formar em economia pela École Normale Supérieure, em Paris, em 1994, Duflo se mudou para os Estados Unidos para obter o título de Ph.D. pelo MIT. Nessa época, aproximou-se do indiano Banerjee.

Logo os dois amadureceram a ideia de iniciar uma empreitada, digamos, aventureira — deixar o campus, nas redondezas de Boston, para visitar cidades onde boa parte dos habitantes vive com menos de 1 dólar por dia. Eles não foram os primeiros.

Nos anos 90, o economista Michael Kremer, também egresso do MIT, realizou um teste no Quênia, no qual demonstrou que a distribuição gratuita de livros didáticos em escolas rurais não havia melhorado a nota dos alunos. “O mérito de Duflo foi ter multiplicado o método numa escala inédita”, diz Kremer, atualmente professor de economia na Universidade Harvard.

De lá para cá, o time coordenado por Duflo e Banerjee já analisou 335 projetos em todos os continentes e seu orçamento cresceu mais de 30 vezes, para 10 milhões de dólares atualmente. Em 2010, a pesquisadora recebeu sua distinção acadêmica mais expressiva — a medalha John Bates Clark, concedida a economistas promissores com menos de 40 anos e considerada um passo para o prêmio Nobel.

Para Duflo, é preciso conhecer de perto o comportamento das pessoas para chegar a políticas sociais eficientes. Na Índia, por exemplo, os pesquisadores descobriram que, mesmo com uma campanha gratuita, as mães não levavam seus filhos para vacinar. A frequência aumentou drasticamente com um incentivo simples — a oferta de um pacote de lentilha por criança vacinada.

O microcrédito, bandeira do indiano Muhammad Yunus, vencedor do Nobel da Paz em 2006, também foi alvo de estudos. Duflo — que interrompeu temporariamente a intensa rotina de viagens neste ano, com o nascimento de seu primeiro filho — constatou que a oferta de crédito para famílias muito pobres em geral só ajuda a endividá-las ainda mais e não necessariamente estimula o empreendedorismo.

Essas e outras histórias estão no livro Poor Economics (“A economia dos pobres”, sem versão para o português), escrito em parceria com Banerjee e eleito pelo jornal Financial Times a melhor obra de economia do ano.

Assim como Jeffrey Sachs, economista da Universidade Columbia, Duflo acredita que investimentos a fundo perdido de países ricos podem aliviar a pobreza mundial (críticos como William Esterly, professor da Universidade de Nova York, defendem o contrário).

Mas, segundo ela, a grande questão hoje não é investir mais, e sim investir melhor. “Não existe uma fórmula única”, diz. “Mas queremos desvendar esse caminho passo a passo.”


Spread Bancário e Retorno sobre Capital


(...)O Relatório de Estabilidade Financeira (REF) do BC é também uma leitura aborrecida. Ao contrário do Relatório de Inflação que, longe de ser um thriller, ainda pode oferecer algumas emoções no que diz respeito à trajetória esperada da inflação e da taxa de juros, o REF lida com temas como testes de estresse, sistema de pagamentos e outros capazes de por para dormir os economistas mais disciplinados. Talvez por isso, da mesma forma que ocorre com o livro dos Números, quase ninguém lê o REF, o que é uma pena, pois há lá uma riqueza de informação, disponível no sítio do BC.

Dentre eles, o que mais me chamou a atenção é sua medida do spread bancário. Conhecia, como todos, as estimativas do spread bancário publicadas mensalmente na nota à imprensa referente à política monetária e operações de crédito, cuja edição mais recente indica que o spread teria caído a 24,7% em maio, enquanto em dezembro de 2011 estaria em 26,9%. São estes dados que alimentam a visão sobre os ganhos do sistema bancário.

O que raramente é dito, porém, é que tais estimativas são baseadas numa amostra relativamente reduzida tanto das operações de crédito como das fontes de financiamento dos bancos. Baseiam-se, ademais, nas novas concessões: se determinado banco concedeu um crédito de 2 anos para uma empresa e um valor equivalente em empréstimos de um mês para consumidores, o spread, naquele momento, será a média dos dois tipos de operações; no mês seguinte, apenas as operações de um mês serão contabilizadas, apesar dos recursos emprestados para a empresa continuarem gerando o mesmo fluxo de receitas.

Os dados do REF contornam estes problemas. Por um lado, englobam todo o universo de crédito bancário, incluindo, entre outros, o imobiliário e os repasses de recursos do BNDES. Da mesma forma, capturam todas as formas de financiamento do setor, de depósitos a linhas do BNDES, tomando o cuidado de excluir os principais efeitos da variação cambial sobre ativos e passivos do sistema.

Adicionalmente, ao invés de se limitar às concessões, o REF estima receitas sobre o estoque de créditos, assim como os custos de captação sobre o estoque de financiamento do setor.

Desta forma, tais dados mostram uma estimativa do spread bancário mais compatível com a rentabilidade efetiva das operações de crédito, assim como o custo real de captação dos bancos (notando, por exemplo, que recursos do BNDES ou do SFH custam tipicamente menos do que um depósito a prazo). Os resultados são mostrados no gráfico (“spread total”), revelando uma realidade bastante distinta daquela sugerida pelas estimativas da nota à imprensa (“spread parcial”).




Com efeito, segundo o REF, o spread total teria ficado ao redor de 10% em 2011 (o último dado disponível), enquanto o spread parcial (acumulado em 12 meses, para fins de comparação) no mesmo período atingiu pouco mais de 27%, uma diferença da ordem de 17%. Entre junho de 2002 e dezembro de 2011 a diferença média entre as duas medidas de spread bancário foi pouco inferior a 14% ao ano.

Além disto, se é difícil discernir uma tendência clara do spread parcial (há momentos de queda assim como de elevação), a tendência do spread total desde o final de 2002 é inequívoca: redução persistente de pouco mais de 18% em 2002 para o supracitado 10% em 2011. Já o retorno dos bancos, segundo o REF, foi da ordem de 16,5% no ano passado, em linha com o observado nos anos anteriores e inferior os níveis que prevaleciam antes da crise. É bom, mas nada excepcional nos termos do setor corporativo brasileiro, principalmente se levarmos em conta que a alavancagem bancária costuma ser maior.

A imagem que emerge dos números é, pois, bem distinta (e mais entediante) do que a sugerida pela mitologia. Os spreads bancários não são tão gordos, nem crescentes, e o retorno dos bancos não é muito distinto do que se observa no restante da economia.

(...)Se queremos entender o setor bancário, também temos que nos ater ao que os números dizem, mesmo que eles não digam aquilo que gostaríamos de ouvir.

STJ autoriza capitalização de juros


A 2ª Seção do Superior Tribunal de Justiça (STJ) colocou um ponto final nos questionamentos sobre a cobrança dos juros compostos nos empréstimos bancários, no encerramento dos julgamentos do primeiro semestre. Depois de anos de discussão no Judiciário, os ministros decidiram que é legal a chamada capitalização mensal nos contratos inferiores a um ano a partir da autorização pela Medida Provisória nº 2.170, de 2000. "O Judiciário poderá, contudo, analisar se há ou não abusividade [das taxas] ", afirmou a ministra Isabel Galotti, que retomou na quarta-feira o julgamento interrompido em abril. Como o processo do Banco Sudameris contra um cliente gaúcho foi analisado como recurso repetitivo, a decisão servirá de orientação aos tribunais do país.

Segundo o julgamento, não será necessário que a capitalização esteja prevista em cláusula específica no contrato, os bancos poderão apenas estipular no documento os juros cobrados dos clientes. A informação de que a taxa de juro é superior a 12% ao ano seria suficiente, de acordo com entendimento da ministra Isabel Galotti. A forma de previsão, entretanto, levou a um intenso e longo debate com o ministro Luis Felipe Salomão - relator do caso. Assim como os ministros Paulo de Tarso Sanseverino e Nancy Andrigui, ele entendeu que o consumidor tem o direito de saber expressamente o que foi acordado. "O contrato tem que ser transparente, claro", afirmou.

Para o Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec), "a flexibilização é completamente absurda". O consumidor leigo, segundo a entidade, não saberá reconhecer, dessa forma, a diferença entre juros simples e compostos. "É evidente a incompreensão da realidade brasileira", diz Maria Elisa Novais, gerente jurídica do Idec. "O nível de educação não pode ser item discriminatório do acesso ao serviço."

O Banco Central (BC) e a Federação Nacional de Bancos (Febraban), que participaram com o Idec como interessados no processo, divergem sobre o real impacto do reconhecimento do STJ sobre a legalidade dos juros sobre juros. "A decisão leva segurança jurídica às partes que fizeram negócio com base em uma norma, não em praxe bancária" afirma o procurador-geral do Banco Central (BC), Isaac Sidney Menezes Ferreira.

Sem ter cálculos exatos, o procurador afirma que uma decisão contrária do STJ causaria impacto "imensurável" ao sistema financeiro a partir da revisão de milhares de contratos celebrados durante o período do boom da concessão de crédito no Brasil. Segundo dados do BC, o crédito passou de 25% do PIB em 2001 para 49% em abril de 2012. Ferreira avalia ainda que haveria um "descasamento" entre as taxas práticas na concessão de empréstimos e da remuneração aos investidores. "Onde isso iria parar? No spread ou na inadimplência", afirma o procurador.

Para a Febraban, porém, o impacto do julgamento será pequeno, pois os empréstimos têm sido liberados a partir de cédulas de crédito bancário que, pela lei, permite a capitalização. "Os contratos de crédito são residuais", afirma o diretor jurídico da Febraban, Antonio de Toledo Negrão.

O uso das cédulas - regulamentada pela Lei nº 10.931, de 2004 - teria sido intensificado como uma forma de garantir segurança em meio a um entrave jurídico em relação à capitalização. Embora a medida provisória de 2000 a permitisse para contratos inferiores a um ano, o Código Civil de 2002 teria proibido a prática a partir do artigo nº 591, que prevê expressamente apenas a capitalização anual. Entretanto, para os ministros, uma norma específica (a medida provisória) não seria revogada por norma geral (o código).

Apesar da definição do STJ, o Supremo Tribunal Federal (STF) ainda deverá analisar a questão. Já há recurso na Corte que questiona a constitucionalidade da medida provisória. A alegação é de que a cobrança de juros compostos não seria tema relevante e urgente para ser tratado em medida provisória.

O consumidor gaúcho que perdeu a causa no STJ contra o Banco Sudameris também vai recorrer ao Supremo com os mesmos argumentos. No caso, o cliente contratou empréstimos com juros de 3,16% ao mês e 45,25664% ao ano. "Entendemos que capitalização jamais será motivo de urgência", afirma o advogado do cliente, Daniel Demartini, que cuida de outros 1.200 processos sobre o mesmo tema. Procurada pelo Valor, a defesa do Banco Sudameris não deu retorno até o fechamento da edição.

Trilema Europeu

Euro Zone Nations Wrestle With a 'Trilemma'
By STEPHEN CASTLE
The New York Times, July 6, 2012


LONDON — So, let’s say you have mastered the euro zone concept of “financial contagion.” Maybe you even know a thing or two about the euro “doom loop,” in which sickly banks and indebted governments threaten to drag each other down a death spiral.
Time now to learn a new buzzword, one that captures the anxieties of those seeking long-term stability for the euro currency union: “trilemma.”

The term, coined a dozen years ago by a Harvard University economist writing about the global economy, has come to encapsulate the awkward political options confronting the 17 euro zone countries. To make the currency union work for the long haul, euro countries’ heads of state have generally concluded that they must more fully integrate their economies. But within their own countries, the political leaders have only shallow support for that idea, if not outright resistance, from voters.

According to the trilemma theory, drawn in part from studies of the economic crises of 1930s and 1940s, it is possible to have two of three things: deep economic integration, democratic politics and autonomous nation-states. But under the theory, it is not possible to have all three.
“To remain in the euro zone under current conditions, countries like Greece, Italy and Spain are increasingly being forced to give up decision-making authority to rules imposed by Germany,” said Dani Rodrik, the father of the trilemma theory.

“This is creating democratic stresses at home,” he said. “Ultimately, externally imposed austerity becomes incompatible with democracy at home.” Mr. Rodrik, professor of international political economy at the John F. Kennedy School of Government at Harvard, first wrote about the trilemma idea in 2000, well before the euro zone debt crisis began. But he said the euro problems presented a perfect illustration of his theory.

It is much more than an obscure academic debate. Almost everyone now accepts that much closer economic integration is needed to save the euro. But that raises the prospect of a reduced role for each nation-state within the currency bloc, and the creation of something closer to a federal structure for Europe, of the type that many of the original architects of the euro always expected to evolve.

...So how does Mr. Rodrik, the Harvard economist, propose that Europe resolve its trilemma?
A solution, in his view, might involve giving Greek, Spanish and Italian voters a greater say over euro zone decisions through a transnational system of democracy.
“This would be something like the U.S. federal system,” he wrote in an e-mail, “in which the federal government doesn’t bail out state governments but looks after residents of Florida, California, etc. directly because they are represented through their congressmen and senators.”
An alternative, Mr. Rodrik suggested, might be for those countries to leave the euro union, sacrificing greater economic and financial integration to regain sovereignty and democratic space.


“This is in essence the trilemma as it works out for the euro zone,” he wrote. “It says that economic union requires political union. The choice for Europe is either more political union, or less union — unless, that is, weaker countries are willing to give up on democracy.”
Another advocate of the theory, Nicholas Crafts, director of the Center for Competitive Advantage in the Global Economy at the University of Warwick, points to a historical parallel.
Under the 1944 Bretton Woods agreement, which proposed a system of convertible currencies and set up bodies including the International Monetary Fund, the side of the trilemma triangle that was sacrificed was economic integration, he said. Instead of merging economies, countries were permitted to limit the flow of capital across borders, giving them the freedom to pursue the economic paths they thought best.


The euro zone, Mr. Crafts said, is putting an unbalanced emphasis on fiscal union through tough rules on debts and deficits meant to prevent a repetition of the crisis. “But we also need some compensating rules on the pooling of risks,” he said. “This would be a fiscal union that people want to belong to it; that has something to do with the federal level helping a state and not just disciplining it with a harsh straitjacket.” But Mr. Crafts said the political realities of the euro zone might make such a federal helping hand difficult to create. “If you can’t deliver the federalism as well as the economic straitjacket,” he said, “you might see the euro zone breaking up.”

12 julho 2012

Rir é o melhor remédio

Política

Educação e Finanças Comportamentais

Desde que surgiu, na década de setenta, as finanças comportamentais tem sido usada em diversos campos. Uma pesquisa recente, realizada nas escolas da cidade de Chicago, mostrou que é possível aplicar os conceitos desta área na questão dos incentivos aos estudantes.

Recentemente, algumas tentativas têm sido realizadas no sentido de dar incentivos financeiros para os alunos aprenderem. Os alunos que conseguem mostrar que conhecem o conteúdo são premiados com dinheiro. A pesquisa realizada leva o que nós conhecemos na área comportamental para a escola. Os estudiosos fizeram uma série de experimentos para saber qual tipo de incentivo funciona.

Usando testes aplicados a alunos, com duração entre 15 a 60 minutos, procurou-se saber se o dinheiro dado para os estudantes pelo seu desempenho ou a recompensa não monetária (um troféu) funciona. Para fazer sua pesquisa, os alunos ficaram sabendo do incentivo imediatamente antes do teste que eles teriam que responder. Isto garante que os alunos não se preparariam para a avaliação somente com a finalidade de ganhar o prêmio.

Para garantir a qualidade dos resultados, os alunos eram sorteados quanto ao tipo de incentivo: baixo incentivo financeiro (dez dólares), alto incentivo (vinte dólares) e incentivo não monetário. Os resultados encontrados são interessantes. Os pesquisadores encontraram que os incentivos monetários funcionam, incluindo aqui o tamanho: quem ganhou mais (vinte dólares) teve um desempenho superior a quem ganhou menos (dez dólares).  Além disto, os incentivos são mais poderosos quando parece envolver “perdas”. É o conceito de aversão à perda em funcionamento: sob a ameaça de perder dinheiro, o esforço, e o resultado, é melhor.

Mas os resultados mostram que a questão do incentivo, e seu funcionamento, é complicado, variando conforme o gênero, a idade e outras características do estudante. Por exemplo, os incentivos não financeiros têm efeitos sobre o desempenho, principalmente entre os mais jovens. Já nos alunos mais velhos a recompensa financeira funcionou melhor.

Um aspecto curioso da pesquisa: quando a recompensa é dada um a dois meses após o resultado – e não logo após - o desempenho do teste não apresenta melhoria. Em termos financeiros isto confirma uma desconfiança antiga dos pesquisadores sobre os jovens: eles possuem uma elevada taxa de desconto. (Quando a taxa de desconto é muito alta, o valor atual do prêmio é muito menor, tendo pouco efeito sobre o comportamento do aluno)

Para ler mais:
LEVITT, S; LIST, J; NECKERMANN, S; SADOFF, S. The Behavioralist goes to School: Leveraging Behavioral Economics to Improve Educational Perfomance. NBER, 18165

Evidenciação

Tenho tido a oportunidade de participar de alguns artigos muito interessantes. Agora a RBGN - um excelente periódico, por sinal - acaba de publicar um artigo onde sou co-autor. Veja o resumo:

Os gestores conhecem mais sobre o desempenho da organização do que os investidores, o que torna a divulgação de informações uma possível estratégia de diferenciação competitiva, minimizando a seleção adversa. Este trabalho tem como principal objetivo analisar se o nível de divulgação de informações de uma entidade pode impactar a percepção de risco dos indivíduos e o processo de avaliação de suas ações. A pesquisa foi realizada em um estudo experimental por meio de um mercado de capitais simulado com 456 participantes, sendo 353 no experimento principal e 103 no experimento modificado. Investigou-se a precificação das ações de duas empresas com diferentes níveis de divulgação de informação em quatros momentos distintos. A cada momento, informações adicionais sobre o desempenho eram apresentadas aos participantes. A análise dos resultados evidenciou que, mantendo outras variáveis constantes, o nível de divulgação de informações de uma entidade pode impactar as expectativas dos indivíduos e o processo de avaliação de suas ações. Maior nível de divulgação apresentado por uma entidade impactou tanto o valor de sua ação quanto o da outra empresa.


O trabalho de pesquisa mostra que os usuários não somente premiam as empresas que evidenciam como também punem aquelas que não divulgam quando suas concorrentes o fazem. Ou seja, para não sofrer um efeito no preço da sua ação, uma empresa deve sempre divulgar.

Pagamento

O governo deve enviar ao Congresso no segundo semestre um projeto de lei para regulamentar os pagamentos eletrônicos por meio de telefones celulares. De acordo com o ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, um grupo de trabalho estuda desde maio o projeto e deve concluir a proposta em agosto.

Governo finaliza projeto de pagamento por celular - Anne Warth

Já comentamos aqui: é uma péssima notícia.

Salários

Uma pesquisa nos EUA mostra as profissões com maior valores de salários durante a vida profissional. Em primeiro lugar, engenheiro de petróleo. Mas analista financeira ficou em sétimo e CPA (Contador Certificado) foi o 10o.

Os atletas mais bem pagos

Fonte: Aqui

Homem Comum


O homem comum não especula sobre os grandes problemas. Ampara-se na autoridade de outras pessoas, comporta-se 'como um sujeito decente deve comportar-se', como um cordeiro no rebanho. É precisamente esta inércia intelectual que caracteriza um homem como um homem comum. Entretanto, apesar disso, o homem comum efetivamente escolhe. Prefere adotar padrões tradicionais ou padrões adotados por outras pessoas porque está convencido de que este procedimento é o mais adequado para atingir o seu próprio bem-estar. E está apto a mudar sua ideologia e , consequentemente, o seu modo de ação, sempre que estiver convencido de que a mudança servirá melhor a seus interesses"

Fonte:Ludwig Von Mises, HUMAN ACTION: A TREATISE ON ECONOMICS, trad. Donald Stewart Jr, São Paulo, Instituto Liberal,3ª ed., 2010, pg.75

11 julho 2012

Rir é o melhor remédio

A DIFERENÇA ENTRE ORIGINAL E CÓPIA

Um jovem noviço chegou ao monastério e lhe deram a tarefa de ajudar os outros monges a transcrever os antigos cânones e regras da Igreja. Ele se surpreendeu ao ver que os monges faziam seu trabalho a partir de cópias e não dos manuscritos originais.

Foi falar com o abade e explicou que, se alguém cometesse um erro na primeira cópia, esse erro se propagaria em todas as cópias posteriores. O abade lhe respondeu que há séculos copiavam da cópia anterior, mas que achava bem procedente a observação do noviço.

Na manhã seguinte, o abade desceu até as profundezas da caverna no porão do monastério, onde eram conservados os manuscritos e pergaminhos originais, intocados havia muitos séculos.

Passou-se a manhã, a tarde e depois a noite, sem que o abade desse sinal de vida.

Preocupado, o jovem noviço decidiu descer e ver o que estava acontecendo. Encontrou o abade completamente descontrolado, com as vestes rasgadas, batendo a cabeça ensanguentada nos veneráveis muros do monastério

Espantadísimo, o jovem monge perguntou:

- Meu Deus !!! Abade, o que foi que aconteceu ???

- Aaaaaaaahhhhhhhhhh meu filho!!! CARIDADE ... CARIDADE !!! Eram votos de "CARIDADE" que tínhamos que fazer ... e não de "CASTIDADE"!!!

(Enviado por Alexandre Alcantara, grato)

Diferenças

Uma reportagem do Estado de São Paulo mostra a diferença entre a economia chilena e a brasileira:

Não é à toa que o departamento fiscal da TAM tem 45 pessoas e o da LAN, quatro. No Brasil, as companhias aéreas pagam de 12% a 25% de ICMS sobre o combustível usado no transporte aéreo doméstico. No Chile, a taxa é zero. Aqui, os encargos trabalhistas representam 40% do total da folha de pagamento. Lá, não passam de 5%. Sem contar que o número de horas voadas pelos tripulantes é limitado a 76 horas por mês no Brasil, enquanto no Chile, a média é de 90 horas.

E não é só com isso que os chilenos terão de se preocupar. Acostumados a trocar uma peça com defeito em menos de 24 horas, eles terão de esperar até uma semana no Brasil para fazer a mesma operação. Com os benefícios da chamada "linha azul" (um canal especial com a Receita Federal), as companhias aéreas no Chile conseguem enviar uma peça com problema para o fornecedor e receber a nova quase que imediatamente, numa simples operação de troca. Como as companhias brasileiras não têm esse canal especial, elas são obrigadas a exportar um motor que precisa de manutenção e depois importar o motor novo, num ciclo que esbarra em todas as burocracias aduaneiras que os empresários brasileiros conhecem bem.

Por conta disso, a TAM chega a ter mais de 30% de peças em estoque do que a LAN normalmente tem. Isso significa "capital de giro imobilizado", no jargão de contadores. "É dinheiro que poderia estar circulando, mas está parado no estoque", afirma Marco Antonio Bologna, presidente da TAM S.A. Ele faz questão de listar mais duas desvantagens do mercado brasileiro que mexem diretamente com a rentabilidade das empresas. "No Brasil as companhias têm de arcar com o custo de imprevistos que não foram causados por elas, como problemas meteorológicos", diz. "E nós temos um outro defeito que é a lei de direitos dos passageiros. No Chile, por exemplo, não existe lei do SAC."

Desilusão

Eis um comentário sobre o processo de convergência entre o Fasb e o Iasb:


[na conferência anual do IMA] Leslie [Seidman, presidente FASB] e Bob Herz [ex-presidente] falaram, não ao mesmo tempo. Cada uma delas tinha essencialmente a mesma mensagem. Convergência total está fora de cogitação. No máximo a SEC irá incentivar o FASB "endossar" as propostas do IASB, se elas fazem sentido no contexto dos relatórios financeiros dos EUA. Parece que o grande otimismo de anos atrás desapareceu sob o impacto da experiência real em trabalhar juntos.
Nada disse explicitamente, mas nas entrelinhas, o FASB está um pouco desiludido com o IASB e todo processo. 


Segundo Tom Selling, a saída de Kroeker da SEC é uma constatação disto: Kroeker defendia a convergência , mas não seria ele que anunciaria o fim do projeto conjunto. Esta é uma questão que Selling deixa em aberto: quem irá anunciar que o projeto conjunto fracassou? O Fasb ou o Iasb? Ou seja, quem irá assumir o ônus político do anúncio da possibilidade dos Estados Unidos um dia adotarem as normas internacionais?

Conflito de Interesses: Investidores x Brokers


A Fancy Financial Adviser Title Does Not Ensure High Standards
By TARA SIEGEL BERNARD
The New York Times
Published: July 6, 2012


Most investors don’t realize that when they walk into a bank or brokerage firm branch, the representatives there are essentially free to emblazon their business cards with whatever titles they please — financial consultants, advisers, wealth managers, to name a few. But if you’re looking for someone who is qualified to give smart advice about all aspects of your financial life while keeping costs down, you may not be in the right place.

The issue came up again earlier this week in an article by my colleagues at The New York Times, who quoted former JPMorgan Chase brokers as saying they were encouraged to promote the firm’s own funds to customers even when more competitive investments were available. Not only were the funds expensive, but the bank also exaggerated at least one investment portfolio’s returns.

This may be one of the more blatant examples of the possible pitfalls when working with a bank or brokerage firm. Investors can’t be blamed for failing to recognize the differences between a glorified salesman pushing a particular fund and a true investment adviser who is required to act in your best interest, but there are many.

Let us name a few. If two similar mutual funds are available, brokers can choose to put you in the one that lines their pocket at your expense as long as it’s considered “suitable” for your needs (that goes for brokers selling investments or insurance). They aren’t always required to disclose conflicts of interest that may influence what they ultimately decide to recommend, experts said. Nor are they always obliged to tell you how they are compensated or who is ultimately paying them. True investment advisers are supposed to do all of those things, by law.

Two years ago, the Dodd-Frank financial overhaul law gave the Securities and Exchange Commission the authority to write rules that would require brokers to adhere to the same standard as advisers — a standard known as “fiduciary duty” — but the law stopped short of requiring that the rules be written. Not surprisingly, the S.E.C. has yet to write the rules. While the insurance and financial industries initially pushed back against the rule, the most recent delay was reportedly tied to the commission’s efforts to study the costs and benefits of a rule so that it could withstand a court challenge. So its fate and timing are still uncertain.

Still, some experts might argue that even after a fiduciary rule is passed there will still be reasons to take extra care when working with a broker (in fact, some brokers are already subject to the fiduciary rules because they collect a fee or have discretionary control over their customers’ accounts). That’s not to say there aren’t many capable advisers who work at banks and brokerage firms — they just might be limited in the type of advice they can provide because they’re working within the confines of their firm’s longtime business model, one with a deep-rooted sales culture that can’t entirely change its spots.

Indeed, several former brokers quoted in my colleagues’ article echoed a point that I’ve also heard from former brokers in recent years: As much as their firms would like to recast brokers’ images as trusted advisers, it is still hard for them to fully shed the sales mentality.

“A fiduciary duty will help at the margins, raising the amount of due diligence brokers will have to do before recommending a security, but a fiduciary standard will not rewrite the history and culture of the brokerage services industry that has existed since before the Great Depression,” said Arthur Laby, a professor at Rutgers School of Law-Camden, and a former assistant general counsel at the S.E.C.

Brokers, for instance, aren’t typically paid for advice — that is, they aren’t paid for creating a financial plan, and they rarely charge by the hour (though there also aren’t enough independent advisers that operate this way). Instead, they make money after they sell you something. “The more they sell, the more they make,” said Alois Pirker, research director at the Aite Group, a financial research firm. He says that brokers might take a 45 percent cut of the commission they collect, or, if they collect an annual fee, they will be paid a portion of that (and typically the more business they bring in, the higher the percentage they will collect).

The average fee that brokerage firms charge customers for a managed account — or an account that includes a mix of investments like mutual funds — is 2.02 percent, according to Cerulli Associates, an asset management research firm. That includes a 1.1 percent management fee, while the remainder is for the underlying investments. Accounts with cheaper underlying investments like exchange-traded funds will cost slightly less, though that data wasn’t available. (The proprietary JPMorgan portfolio charged an annual fee of as much as 1.6 percent, plus the cost of the investments.)

Independent financial planners typically include an annual charge of 0.85 percent to 1.15 percent of your money, according to Cerulli, plus the investment costs. Alternatively, you can seek out a planner who will charge either a flat fee or by the hour. But the biggest difference between a broker and a financial planner is that the planner’s fee, more often than not, will include a holistic financial checkup — a detailed analysis of where your money goes, how to approach paying down debts, how much life insurance to buy and how to set up a saving and investment plan to reach your goals, whether that includes saving for a down payment on a house, college or your retirement. They’ll also go over your estate plan, among other things.

Brokers, on the other hand, may work for firms that encourage the kind of training that would allow them to offer similar advice, but you have to ask yourself if they will be willing to spend the time with you if they get paid only after they make a sale, particularly if that portfolio isn’t worth millions of dollars. On top of that, many brokers’ training is quite limited. (Only about 17 percent of the advisers at brokerage firms are certified financial planners, according to Cerulli.) “ ‘How much do I need to have to retire?’ is the sole focus of the majority of these investment planners,” said Scott Smith, an associate director at Cerulli, though he added that many larger firms had professionals on hand with broader experience if you requested that kind of help.

(...) Still, the biggest danger right now, experts say, goes back to the fact that most consumers don’t know who they are dealing with when they sit down with a broker. “The greatest risk the average investor runs is the risk of being misled into thinking that the broker is acting in the best interest of the client, as opposed to acting in the firm’s interest,” Professor Laby said.

Imposing a higher standard will go a long way to solving a large part of the problem, experts said, but it won’t necessarily eradicate it. “I do not believe a fiduciary standard would be a panacea by any means,” Professor Laby added. “It would, however, raise the industry standard, requiring the larger firms with good compliance programs to think very carefully about whether their brokers’ recommendations could be defended in court, or before the S.E.C., as consistent with a fiduciary standard.”

Mercer E. Bullard, an associate professor at the University of Mississippi School of Law who served on the commission’s Investor Advisory Committee, said that a fiduciary duty wouldn’t necessarily ensure that investors would always be told about the myriad ways the brokerage firm makes money, including revenue sharing, where mutual fund managers may share a portion of their revenue with the brokerage firm (which may cause the funds to land on its list of preferred funds). Some brokerage firms disclose this information on their Web site now, or at the point of sale, but good luck deciphering all of it.

Regardless of what the law says now or how it may change, you can always ask any adviser you are working with who is paying them. And then, ask the adviser to sign a fiduciary pledge, something you can find in a blog post I wrote in 2010, which is attached to the online version of this column.

Because with or without a stronger law, the burden will always be on the investor to find a conflict-free “financial planner,” in the purest sense of the title.

Veja um exemplo de "nota de compromisso":

The Fiduciary Pledge

I, the undersigned, pledge to exercise my best efforts to always act in good faith and in the best interests of my client, _______, and will act as a fiduciary. I will provide written disclosure, in advance, of any conflicts of interest, which could reasonably compromise the impartiality of my advice. Moreover, in advance, I will disclose any and all fees I will receive as a result of this transaction and I will disclose any and all fees I pay to others for referring this client transaction to me. This pledge covers all services provided.

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Futebol: o poder do dinheiro

A Forbes apresentou um gráfico interessante sobre dinheiro e futebol:
Em cima, a mediana das seis grandes equipes do futebol inglês em termos de salários e valor de transferência. Em baixo, o valor total. De azul, o Chelsea; preto é o Manchester United; vermelho, Liverpool; amarelo escuro, Arsenal; amarelo claro, Tottenham; cinza, Manchester City. Em todo o período, o Chelsea mostrou o clube mais rico e ganhou três campeonato inglês. Após, United, que venceu cinco campeonatos no período. Nos últimos anos, destaque para o crescimento do City, que venceu o último campeonato. Mas Liverpoll, Tottenham e Arsenal gastam menos e possuem somente um campeonato (do Arsenal, em 2003-2004)

Risco de Fraude

Uma empresa de consultoria, AGR, classifica as empresas dos Estados conforme o nível de risco de "fraude" contábil. Isto é bastante curioso, já que as consultorias geralmente olham aspectos como rentabilidade ou risco da ação. A classificação da AGR parece levar em consideração valores contábeis assim como características de governança. Empresas com notas baixas são mais propensas a ter eventos negativos - como litígios com acionistas, reapresentações de demonstrações contábeis, com influencia no retorno e na volatilidade das ações.

O relatório da AGR está restrito aos EUA, mas no mais recente apresentava as seguintes empresas, por ordem de risco:

1. Pfizer
2. Medtronic
3. Netflix
4. Kraft

Gran Misión Vivienda


Programa habitacional é a maior aposta de Chávez em ano eleitoral
Autor: Por Fabio Murakawa De Caracas
Valor Econômico - 23/05/2012


Vitaminado pelos dólares do petróleo, o principal programa social do governo venezuelano está fazendo bombar a economia do país e a popularidade o presidente Hugo Chávez, no ano em que ele tenta se reeleger para um novo mandato de seis anos.

Inspirado no brasileiro Minha Casa, Minha Vida, o "Gran Misión Vivienda" foi lançado em meados do ano passado com a meta de zerar, até 2018, o déficit habitacional da Venezuela. Desde o lançamento, o governo diz ter entregue 215 mil unidades. O objetivo é chegar a 350 mil até dezembro. A partir de então, pelo cronograma divulgado por Chávez, o programa deve se acelerar até alcançar a meta final, de 3 milhões de moradias, número a que o governo chegou após realizar um cadastramento na população. Só para os dois primeiros anos do programa, o governo diz ter destinado cerca de US$ 16,3 bilhões, valor próximo ao desembolsado pelo Brasil no Minha Casa, Minha Vida desde abril de 2009.

Com menos de 10% de seus objetivos já cumpridos, o "Gran Misión Vivienda" tem sido um dos pilares da popularidade de Chávez neste ano de eleição. Em meio às incertezas sobre a saúde do presidente - que luta contra um câncer sobre o qual muito se especula e pouco se sabe - o programa tem ajudado a manter a fidelidade dos setores mais pobres da população, alvo principal do programa.

Chávez tem se mantido à frente do candidato da oposição, Henrique Capriles, na maioria das pesquisas, e até ampliado a vantagem em algumas delas.

Na capital, Caracas, o impacto do programa é visível. Obras e prédios já concluídos se espalham por áreas centrais e também pela periferia da cidade. A prioridade é atender os mais de 150 mil desabrigados pelas chuvas de 2010, que agravaram ainda mais o déficit habitacional do país. Muitos deles aguardam a nova moradia em espaços improvisados em edifícios de órgãos públicos, cedidos por ordem do presidente.

A grande maioria dos cadastrados receberá o apartamento de graça. Para quem tem renda de menos de um salário mínimo (cerca de R$ 1.300 pelo câmbio oficial, ou metade disso no paralelo) tem 100% de subsídio. A partir daí, há cerca de 40 faixas de subsídio. O grosso do programa visa atender quem ganha de um salário mínimo a dois. Os recursos são todos advindos da receita do petróleo.

O Minha Casa, Minha Vida chavista já apresenta reflexos na economia. O Produto Interno Bruto (PIB) venezuelano subiu 5,6% no primeiro trimestre deste ano, em relação ao mesmo período do ano passado. Segundo o ministro do Planejamento, Jorge Giordani, o crescimento foi impulsionado principalmente pela construção civil, que teve alta de 29,6% no período - desempenho atribuído em boa parte ao programa habitacional. O setor petroleiro, responsável por 30% do PIB, 90% das exportações e metade da arrecadação fiscal do país, cresceu apenas 2,2% no trimestre.

"O impacto do "Gran Misión Vivienda" no PIB é grande, tendo em vista o tamanho da economia venezuelana", diz Pedro Silva Barros, titular da missão do brasileiro Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) na Venezuela. "É uma prioridade absoluta do governo, que envolveu todos os órgãos governamentais no programa."

Chávez escolheu um momento favorável para lançar o "Gran Misión Vivienda", em um período bem próximo às eleições e com o petróleo sempre acima de US$ 100 o barril. "Isso trouxe ao governo um alívio fiscal para que o programa de habitação tivesse um cumprimento de metas bastante adequado", afirma Barros.

Com os cofres cheios de petrodólares, Chávez criou o Órgão Superior de Vivienda ("moradia", em espanhol), presidido por ele próprio e gerenciado por Rafael Ramirez, presidente da estatal petrolífera PDVSA - que se tornou na era chavista uma espécie de superministério, com ingerência sobre quase todas as ações do governo. O organismo também reúne os Ministérios de Habitação, Justiça, Educação, Agricultura, Planejamento, Trabalho, Transporte, Meio Ambiente e Comunas, entre outros.

(...)Para o venezuelano Johnny Reis, que há 30 anos presta consultoria para empresas brasileiras querendo fazer negócios no país, o "Gran Misión Vivienda" tem metas bem mais ambiciosas do que o similar brasileiro. Ali, não se trata de um simples programa habitacional. "A importância do programa é bem maior que a do Minha Casa, Minha Vida. O governo aqui assumiu o programa de habitação como sua prioridade política, sua prioridade nacional hoje", explica ele. "Isso é muito evidente. Todos os dias aqui tem uma notícia de alguma entrega de habitação no país."

Críticos do presidente colocam em dúvida o cumprimento da meta de zerar o déficit habitacional - e sobretudo a continuidade do ritmo de obras após as eleições. Mas, com o sucesso nesta fase inicial, ficou difícil até para a oposição criticar os programas sociais do governo, as chamadas "missões".

Sped

Um levantamento realizado pela FISCOSoft, Prosoft e Systax com empresas de serviços contábeis revelou que Sped (Sistema Público de Escrituração Digital) não reduziu o custo com o cumprimento de obrigações necessárias. A afirmação foi apontada por 82%.


O estudo explica que a eliminação de redundâncias de informações prestadas está entre as premissas do sistema, o que, consequentemente, deveria ter reflexos nos custos para cumprimento das obrigações acessórias.


Além de não reduzir os custos, as empresas tiveram que fazer investimentos. Pelos dados, apenas 4,8% das empresas contábeis não tiveram que investir na troca do software, em soluções específicas para validação e auditoria ou treinamento para seus funcionários.


Erros e atraso
O estudo indicou ainda que 50% dos arquivos do SPED foram entregues no prazo, mas com erros, por isso terão que ser retificados. Apenas 12% dos arquivos não demandaram correções por parte das empresas contábeis.


Outro número preocupante é que 7% dos arquivos não foram entregues no prazo e já estariam sujeitos a penalidades pelo descumprimento dessas obrigações. No caso da EFD-Contribuições, por exemplo, a multa pela não entrega é de R$ 5 mil por mês.


Devido a estes problemas, quase a metade das empresas entrevistadas (48%) avalia o SPED como sendo uma ferramenta de alta complexidade. Nesse sentido, a EFD-Contribuições é o módulo do SPED que apresenta a maior dificuldade, conforme declarou 64% dos entrevistados. Em seguida vem o SPED Fiscal com apenas 28%


Fonte: aqui

Frase

O problema do Barclays não era que Bob Diamond é uma má pessoa - o fato de que ele é um fã Chelsea prova isso - mas sim que as pressões estruturais levou a desonestidade.

Fonte: Aqui

10 julho 2012

Rir é o melhor remédio



Fonte: Aqui

Governo & Fundo de Pensão 3

As duas postagens seguintes sobre governo e fundos de pensão mostram como a questão atuarial na área pública é relevante. Se pensarmos na previdência oficial em três grandes ramos (rural, pública e privada), a questão das aposentadorias do setor público é a mais grave de todas. A evidenciação de salários astronômicos, em especial no judiciário e legislativo, é um indicativo de que falta controle sobre a folha de pagamento na área pública. Isto, com certeza, será um peso gigantesco para nossos filhos, que irão pagar esta conta. Falta controle, auditoria e mensuração. Falta contabilidade.

Governo & Fundo de Pensão 2

Ainda sobre o GASB e a questão dos fundos de pensão, uma postagem do blog Grumpy Old Accountants  mostra os problemas decorrentes da contabilidade. O GASB 50 exige que o passivo de um fundo de pensão projetado para uma unidade governamental (cidade ou estado, por exemplo) deve ser divulgado. Mas não incluindo no balanço patrimonial.

Isto tem trazido um efeito perverso para a geração futura. Ao não incluir no balanço tal passivo, os políticos podem fingir que o problema não existe, conforme destaca o blog.

Os autores contam uma história de um condado onde um aumento nas obrigações com o fundo de pensão gerou uma discussão sobre o conceito de passivo. De um lado, os favorecidos afirmavam que o fato do GASB não exigir que este aumento fosse apresentado no balanço seria uma comprovação de que não seria um passivo. Por outro lado, alguns defendiam que a existência da obrigação atende a definição de passivo, mesmo não sendo reconhecido como tal no balanço.

A criação de uma obrigação ou o aumento desta diz respeito a um passivo. Mas as decisões judiciais do caso conduziram para o caminho oposto: não reconhecer o item como passivo.

Governo & Fundo de Pensão

O Gasb, sigla de Government Accounting Standards Board, é a entidade responsável pela emissão de normas contábeis para o setor público nos Estados Unidos. Assim como o Fasb, responsável pelas normas contábeis das empresas de capital aberto daquele país, o Gasb é uma entidade privada, não governamental. Suas normas contábeis são válidas desde 1984 para os governos locais e estaduais daquele país.

Apesar das normas do Gasb serem avançadas, diante do que temos hoje no Brasil, alguns problemas sérios são encontrados nas mesmas. Um dos graves problemas são as normas para os passivos dos fundos de pensão. Neste caso, isto representa um grave problema na evidenciação destes passivos. Por uma norma do Gasb, os passivos são descontados pelo retorno esperado dos ativos. Isto vai contra a lógica da teoria de finanças, que defende que a taxa de desconto deva refletir o risco apropriado.

Dois pesquisadores analisaram 116 fundos estaduais para verificar qual o valor presente do passivo. Em lugar de usar a taxa recomendada pelo Gasb, os pesquisadores optaram por um valor que refletisse o risco sob a ótica do contribuinte. Usando o risco da dívida de cada estado, encontrou-se um passivo de 3,2 trilhões de dólares. Usando a taxa dos títulos do tesouro encontrou-se um valor de 4,43 trilhões. Os valores são muito mais elevados que aqueles que constam dos relatórios contábeis apresentados.

O trabalho foi publicado no prestigioso Journal of Finance, talvez a principal publicação da área de finanças, em agosto de 2011. Agora, o texto foi escolhido como o melhor trabalho do ano de 2011 (Smith Breeden Prize for 2011).

Leia mais em
Public Pension Promises: How Big Are They and What Are They Worth? Robert Novy-Marx & Joshua Rauh. Journal of Finance, vol LXVI, n. 4, ago 2011.

Executivo

Sobre a existência de executivos que fazem a diferença (tipo Steve Jobs) eis um trecho de Tudo é Óbvio (p. 212):

Assim como acontece com os influenciadores que discuti no capítulo 4, Khurana [sociólogo, autor de Searching for a Corporate Savior] conclui que explicações convencionais de sucesso invocam o poder de líderes inspiradores não porque as evidências sustentam essa conclusão, mas porque sem uma figura como essa não temos nenhuma compreensão intuitiva sobre como uma organização grande e complexa pode funcionar. Nossa necessidade de ver o sucesso de uma empresa pelas lentes de um único indivíduo poderoso, explica Khurana, é o resultado de uma combinação de pressupostos psicológicos e crenças culturais – particularmente em culturas como a dos Estados Unidos, onde conquistas individuais são muito celebradas. A mídia também prefere histórias simples e centradas em seres humanos a explicações abstratas baseadas em forças sociais, econômicas e políticas. Assim, tanto gravitamos quanto somos expostos de maneira desproporcional a explicações que enfatizam a influência de indivíduos especiais no direcionamento da trajetória de organizações e eventos incrivelmente complexos.

Watts, Duncan. Tudo é Óbvio. Paz & Terra, 2011 (Não recomendo o livro de Watts, mas este trecho realmente é especial)

Leis velhas

Já tínhamos publicando anteriormente sobre o assunto. Mas o absurdo é tão grande que vale voltar no assunto:

Ninguém mexe no queijo artesanal brasileiro, mas não é por falta de tentativa: o governo é que não deixa. Produtores que herdaram um saber centenário têm abandonado o fabrico de queijos de sabor único. A legislação impede a produção de queijo a partir de leite cru por questões sanitárias - como fazem os EUA, como não fazem os europeus.


O mel de abelhas nativas também sofre com regras velhas. Mais úmido que o mel da abelha europeia Apis mellifera, corre mais risco de fermentar ou virar vinagre. Para viajar, precisa de cuidados especiais, como pasteurização. Na falta desses processos, continua ilegal e não pode ser considerado mel. É no mínimo irônico: das 500 espécies de abelhas nativas da América Latina, 250 estão no Brasil.


Os entraves ao queijo e ao mel são resultado de uma legislação antiga que insiste em tratar microprodutores com o rigor dedicado à grande indústria. O evento levantou as questões em palestras com Jerônimo Villas-Bôas, produtor de mel, e João da Luz, técnico da Emater-RS.


A Anvisa reconheceu o atraso das normas e prometeu avançar a discussão com o Ministério da Agricultura, que tem poder de mudar a história desses dois patrimônios culturais e gastronômicos que estão ameaçados.

Patrimônio centenário, leis velhas - Paladar - Estado de São Paulo - 5 a 11 de julho - P7.

Propaganda Criativa

Fonte: Aqui

09 julho 2012

Rir é o melhor remédio


Mais do mesmo

Brasil perde 9 posições em ranking de inovação
O Estado de São Paulo, 3/07/2012


País é 58º da lista de países mais inovadores, atrás de Portugal, Chile e África do Sul. Crédito, ambiente de negócios e educação são entraves.
O Brasil desabou no ranking dos países mais inovadores do mundo. Uma classificação publicada hoje (3) pela Organização Mundial de Propriedade Intelectual e pelo instituto Insead, considerada como a mais completa temperatura do grau de inovação no mundo, aponta que o Brasil ocupa apenas a 58ª posição no ranking, uma queda de nove posições em relação a 2011.

Países como Portugal, Sérvia, Romênia, África do Sul e Bulgária estão melhores colocados que o Brasil. Os principais obstáculos no País: a qualidade do ensino superior e as condições para investir em ciência. O ranking é liderado pela Suíça, seguido pela Suécia, Cingapura e Finlândia. Os Estados Unidos estão na décima colocação.

O levantamento revela que o Brasil foi o país que mais caiu no ranking entre os Brics, sigla que agrupa China, Índia, Rússia e Brasil. Para os especialistas, o bloco todo precisa corrigir obstáculos institucionais para fomentar a inovação. China e Índia são citados como exemplos de países que conseguiram transformar bolsões de tecnologia em ganhos mais generalizados para a economia.

Mas, quanto ao Brasil, o levantamento revela que o País não é líder em inovação nem mesmo na América Latina. O Chile está na 39.ª posição. Já o restante da região está bem abaixo. Na 58ª posição, a situação do Brasil não é cômoda. "Particularmente preocupante é a posição do Brasil no que se refere ao ambiente para negócios (127ª posição de 141 países analisados), a educação superior (115º lugar), condições de crédito e comércio (108º lugar)", alertou o estudo.


O levantamento ainda indica que o peso das importações no PIB brasileiro é o menor do mundo. Em 2010, as importações representavam apenas 12% do PIB, o menor índice entre 141 países avaliados. O Brasil também tem uma baixa taxa de pesquisas publicadas em revistas científicas em comparação a seu PIB. O Brasil tem uma produção menor que Fiji, Irã ou Zimbábue, levando em conta o tamanho das economias.

Exportação - Com apenas 14% de suas exportações com valor agregado de alta tecnologia, o Brasil ocupa a 49.ª posição entre os países com uma pauta de exportação mais avançada. Tunísia, Indonésia e Cazaquistão estão em melhor posição. Outra constatação é de que empresas raramente contribuem com a inovação no Brasil, com menos de 5% das patentes registradas. Hoje, 24% das patentes são registradas por universidades.

Para onde vai o nosso dinheiro?



"Video de divulgação do site www.politicos.org.br, um site particular criado por dois professores e administradores de empresa. Não somos filiados a nenhum partido político ou grupo de interesse. Nosso objetivo é oferecer informação para ajudar de forma objetiva as pessoas a votarem melhor. Esse projeto é financiado 100% do nosso bolso. Não aceitamos contribuições nem doações de ninguém.

Nosso site criou um ranking dos políticos brasileiros, do pior para o menos pior. Sabemos que existe uma enorme quantidade de corruptos. No entanto, se votarmos em massa nos menos piores, estaremos incentivando uma melhoria no panorama político do Brasil.

Entre no site para conferir. Lá o visitante também pode baixar gratuitamente nosso livro 'Carregando o Elefante' sobre os problemas políticos brasileiros."

O ranking dos políticos criado pelos autores precisa ser mais transparentes, mas a ideia é interessante e o detalhamento dos impostos, esclarecedor.

Indicado por Marcelo Hermes-Lima, a quem agradecemos.

08 julho 2012

Rir é o melhor remédio

Muito ou pouco?

Roberto Rodrigues - Muito ou pouco?


(...)E a agricultura? A versão final do documento em inglês tem 24.163 palavras. E a palavra "agricultura" aparece somente seis vezes (uma delas na digitação por extenso do nome da FAO). Só seis vezes! E todas elas acompanhadas do adjetivo "sustentável".

É muito pouco para um dos setores mais importantes do mundo para tratar do combate à pobreza, para resolver a segurança alimentar, para preservar recursos naturais, para se preocupar com a água etc.
Muito pouco. A palavra "rural" aparece mais vezes, 20 no total, mas sempre se referindo a algo ligado ao campo: mulher rural, comunidade rural, área rural, infraestrutura rural, desenvolvimento rural, pobreza rural. Tudo em tese, nada concreto.

E uma novidade: a palavra cooperativa aparece três vezes, embora apenas uma vez como cooperativa agrícola.

Esse é o documento da ONU, a mesma instituição que nomeou 2012 como o "Ano Internacional do Cooperativismo"? Muito ou pouco?

Bem, isso é página virada. Agora, vamos trabalhar para valer na construção de um moderno Código Agroambiental. Aí teremos nossa própria estratégia de desenvolvimento sustentável, a Brasil 21.


ROBERTO RODRIGUES, 69, é embaixador especial da FAO para o cooperativismo, coordenador do Centro de Agronegócio da FGV e professor de Economia Rural da Unesp - Jaboticabal.