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05 maio 2008

Rir é o melhor remédio

Cartoons da New Yorker dessa semana

"Primeira regra: o que acontece na contabilidade, fica na contabilidade"



"Você não tem nova mensagem"

Preço e contabilidade

A questão do preço é crucial para a contabilidade. No momento em que a contabilidade tem sido chamada a usar estimativas de valor justo para determinação dos montantes que deverão constar nas demonstrações contábeis, entender o mecanismo de formação de preço passa a ser crucial. Três textos, no blog de hoje, sobre esse assunto. O primeiro, o preço da fotografia de celebridades. Esse é um exemplo interessante, que pode ser usado para ilustrar a análise custo-volume-lucro.

O segundo é sobre preço no mercado de artes, referente a uma pesquisa sobre obras da América Latina.

Finalmente, o estudo do preço sob a ótica das finanças comportamentais tenta entender a razão das empresas cobrarem 1,99 e não 2,00 por um produto.

Preço em fotografia

As revistas de celebridades estão pagando milhões por fotos exclusivas de bebês. Em março, a revista People pagou 5 milhões de dólares pelas primeiras fotos dos gêmeos de Jennifer Lopez e Marc Anthony. Em vários casos, o preço é para direitos exclusivos de fotos por uma semana ou duas.

Mas será que o preço vale a pena? Fotos exclusivas podem aumentar as vendas em banca das revistas, mas provavelmente não justifica um pagamento de 1 milhão ou mais. Os especialistas acreditam que uma revista a mais vendida irá gerar $2 dólares de lucro adicional. Vendendo 500 mil exemplares adicionais geraria um lucro de 1 milhão. Mas nesse cálculo não conta o aumento do número de pessoas que irão consultar o sítio da revista e a venda das fotos para o mercado mundial.

Preço no Mercado de Artes

Segundo Nauro Campos, autor do texto, existem quatro puzzles ainda não esclarecidos:

Quais os determinantes do preço em leilão de um quadro?
Por que nem todas as obras são vendidas?
Masterpieces são um bom investimento?
Os preços caem no decorrer do leilão?

Campos afirma que a reputação do artista e a origem do trabalho são mais importantes na determinação do preço do quadro que outros determinantes geralmente estudados como tamanho, tema e meio.Prever quais obras serão vendidas não é uma tarefa fácil, segundo Campos. Uma variável muito utilizada para tal tarefa, a opinião de especialistas, tem poder de previsão limitado.Masterpieces não são um bom investimento, segundo Campos. No período entre 1995 e 2002, o retorno anual médio foi de -1,92%, enquanto não Masterpieces apresentaram um retorno de 5,63%.Há evidências de que o preço caia no decorrer do leilão.


Fonte: Aqui e aqui

Preço de 1,99

Qual a razão para um preço de 1,99? Uma possível explicação está na contabilidade mental, segundo pesquisa e relato da Scientific American Aqui. Além de fazer a pesquisa através de questionário, os cientistas (Precision of the Anchor Influences the Amount of Adjustment, Chris Janiszewski e Dan Uy) encontraram que isso aplicava na prática. Usando dados das vendas de imóveis, aqueles ativos cujo preço era colocado em termos mais precisos (495.000 em lugar de 500.000) tinham mais chances de obter o preço pedido.

Implantação da IFRS no Brasil

Uso do modelo ainda desperta dúvidas
Gazeta Mercantil - 5/5/2008

5 de Maio de 2008 - O processo de adaptação do modelo contábil brasileiro ao IFRS ainda levanta muitas dúvidas nos principais executivos das empresas. Essa é a principal conclusão a que chegou um levantamento da empresa de auditoria KPMG , realizada há cerca de um mês. Um dos ítens do levantamento - questionava de que forma a adoção do novo sistema impactará as empresas - é um exemplo disso. Para 36% desses executivos, o lucro das companhias em que atuam aumentará. Apenas 7% acha que os resultados sofrerão impactos negativos. Uma das curiosidades é que 48% dos executivos disse não saber a que tipo de impactos podem ocorrer. "O que importa, em minha visão, é que aspectos como maior comparabilidade entre as empresas e mais transparência para acionistas e investidores, foram citados como de positivos pelas empresas", explica um dos sócios de auditoria da KPMG, Ramon Jubels.
De acordo com o especialista, possíveis efeitos fiscais e tributários da lei também despertam dúvidas dos empresários. "Uma interpretação que temos é de que a aplicação propriamente dita da conversão contábil não trará impactos. Mas é bastante possível que eles surjam de operações de fusão e aquisição das empresas", exemplifica Jubels.
Segundo a pesquisa da KPMG, há clareza no que diz respeito às áreas que serão mais afetadas para adequar-se às novas regras. Em primeiro lugar - com 68% das preocupações - ficou TI (tecnologia da informação). Para o levantamento, 62% dos entrevistados se preocupam também com a capacitação de pessoas. "O treinamento de pessoas e o desenvolvimento de sistemas adequados às novas demandas são nossas maiores preocupações", diz, Álvaro Azevedo, do HSBC.
Companhias fechadas
Além das companhias abertas, cujas ações são negociadas na Bovespa ou em bolsas internacionais, a lei 11.638 também inclui aquelas consideradas de grande porte. São qualificadas dessa maneira companhias cujos ativos totais superem R$ 240 milhões ou cuja receita bruta anual ultrapasse R$ 300 milhões. Essa empresa também têm até o final de 2010 para divulgar balanços consolidados baseados na nova lei. No entanto, as principais empresas de auditoria não perceberam movimentos dessas instituições para adequar-se à lei. "A 11.638 contempla organizações tão distintas como multinacionais com atuação no País, cooperativas sem fins lucrativos e organizações não governamentais. Algumas delas administram bilhões e têm grande impacto na economia local. Todo esse conjunto de instituições terá de correr atrás da conversão em algum momento", explica o presidente da BDO Trevisan, Antoninho Marmo Trevisan.
A lei obriga as empresas de grande porte a contratar o serviço de auditoria independente. Elas, no entanto, não precisarão publicar seus balanços, como acontece com as empresas de capital aberto. "As empresas fechadas não deverão modificar essa tendência. Seus públicos são outros e há a questão de abrir dados para a concorrência", exemplifica o diretor-técnico do escritório Tozzini Freire , Renato Berger. Entretanto, como muitas dessas empresas podem acessar o mercado de capitais futuramente, algumas podem optar em publicar os balanços. "Essa publicidade pode acontecer de diversas formas. Não há dúvidas de que um documento publicado em jornal de grande circulação do País tem um alcance muito maior do que na página da empresa na internet", avalia o sócio de auditoria da Deloitte, Edimar Facco.
(Gazeta Mercantil/Finanças & Mercados - Pág. 3)(L.F.)

Implantação da IFRS

Empresas aceleram implantação do IFRS
Gazeta Mercantil - 5/5/2008
São Paulo, 5 de Maio de 2008 - As empresas brasileiras começam a acelerar sua transição entre o atual modelo contábil e o IFRS (International Financial Reporting Standards), norma adotada em mais de 100 países e da qual o País terá de aproximar-se com a aprovação, em dezembro pelo Senado, da Lei 11.638.
Algumas companhias, entretanto, foram além: providenciaram a adaptação completa do modelo. Como o IFRS ainda não está regulado no País, essas empresas optaram por adotar o texto literal do IASB (International Accounting Standard Boards), órgão que publica e atualiza os princípios contábeis globais. Foi o caso da Gerdau e , mais recentemente, da Romi , que produz máquinas e equipamentos, e optou por adiantar-se no processo de convergência às novas regras. Os dois principais impactos gerados em seu balanço ocorreram no patrimônio líquido e na reserva de avaliação da companhia. No primeiro caso, os resultados da Romi foram alterados de forma positiva. Isso aconteceu devido ao IPO (Oferta Pública Inicial de ações, na sigla em inglês), realizado em abril do ano passado, e por meio do qual foram captados mais de R$ 480 milhões. Com a adoção do IFRS, o patrimônio líquido foi acrescido em R$ 12,9 milhões. "Nossa opção foi preparar todo o conteúdo na norma internacional, incluindo o detalhamento das notas explicativas. O balanço tem quase 70 páginas e é um instrumento importante, principalmente para que investidores estrangeiros tenham parâmetros mais adequados dos números das empresas", afirma o gerente de relações com investidores da Romi, Luiz Cassiano Rosolen.
Como esses investidores adquirem cerca de 75% dos IPOs do País, a possibilidade de comparar com uma mesma métrica os balanços deverá ser benéfica. Ela tornará possível mostrar as diferenças das empresas.
Alguns setores com histórico recente na bolsa, por exemplo, querem aproveitar a migração contábil para melhorar o desempenho de suas ações no pregão. Empresas ligadas aos segmentos de construção civil estão enquadradas nesse caso. Com mais de 20 papéis negociados na Bovespa, a avaliação é a de que o setor é analisado como um todo e não levando em conta as particularidades de cada companhia. "Como o IFRS nivela os balanços, as empresas passarão a ser consideradas por sua estratégia e desempenho individuais, o que pode alterar o valor das ações", exemplifica o diretor-financeiro da Klabin Segall Ernane Abrahão.
A companhia não projeta muitos impactos quando tiver completado o processo de implementação do IFRS. A Klabin Segall já tem alguns critérios em fase adiantada de adequação. "Reconhecemos o financiamento à produção como custo do empreendimento, enquanto a maioria ainda o qualifica como despesa financeira dentro de seus balanços", afirma Abrahão.
Segundo o executivo, porém, as companhias do ramo de construção civil preocupam-se com pelo menos um dos aspectos da lei. "O IFRS diz que as receitas só podem ser reconhecidas após a entrega das chaves do imóvel. Isso fará com que haja um buraco nas receitas. Esse descasamento de contas acontecerá porque estamos habituados a reconhecer receitas de acordo com a curva de custos e entradas de recursos nas obras", afirma. Atualmente, as companhias do setor reconhecem sua receita à medida que ocorrem as vendas de unidades.
Outra empresa do setor imobiliário que está acelerando sua adequação à nova lei é a Lopes. "A fase de diagnóstico, em que estamos, dura de seis a oito meses. Logo depois, virá o estágio de capacitação, que envolverá um trabalho integrado dos departamentos de controladoria, financeiro e de RI (relações com investidores)", detalha o coordenador de RI da empresa, Diego Barreto.
A Lopes estabeleceu um cronograma para implantar o IFRS, cujo próximo passo será fornecer ao mercado e a investidores o maior número possível de informações sobre o processo. Esse comunicado deve conter os principais efeitos que o novo modelo trará às suas contas.
Para o HSBC , o ajuste às normas contábeis não deve causar grandes dificuldades. Afinal, desde 2005, a operação brasileira do banco já reporta dados adaptados à sua matriz, em Londres. Bastará, para completar a transição, publicar os balanços brasileiros seguindo a nova sistemática. "Nós adotávamos o modelo britânico, bastante próximo do IFRS, e que tornou menos doloroso nosso ajuste fino", diz o diretor-executivo de finanças do banco, Álvaro Azevedo. No início de 2005, o HSBC adotou uma versão menos complexa do IFRS, com os capítulos considerados menos complexos da contabilidade. Em junho daquele ano, todos os outros foram agregados aos demonstrativos, inclusive os que se referem à mensuração e reconhecimento de instrumentos financeiros.
(Gazeta Mercantil/Finanças & Mercados - Pág. 3)(Luciano Feltrin)

Mercado Brasileiro

O primeiro gráfico mostra a evolução do Ibovespa nos últimos anos.



O segundo, o câmbio com o dólar.

Fonte: Aqui

Microsoft e Yahoo!

A proposta a Microsoft para compra da Yahoo! ainda é notícia. No sábado, a Microsoft divulgou que estaria abandonando as negociações, já que não existiu um acordo. Neste endereço, o Wall Street Journal faz uma interpretação da carta de Ballmer para a imprensa. Muito interessante a leitura. Aqui, nesse texto, mostra como não negociar uma aquisição.

Mentiu no currículo

O (ex-) presidente da Herbalife (empresa que atua também no Brasil, com vendas de produtos para emagrecimento) Gregory Probert mentiu na sua biografia que foi enviada para a SEC, afirmando possuir um MBA (fonte: aqui). Essa mentira é relevante? Afetaria do destino da empresa? Aparentemente sim. Aqui a notícia que Probert pediu demissão e a empresa aceitou.

Entretanto, a empresa apresentou aumento nas vendas de 19%, conforme notícia da Business Wire (Herbalife Ltd. anuncia resultados récord para el primer trimestre de 2008, 4/5/2008) (No Brasil o crescimento foi de 7,1%)

Thaler comenta seu novo livro


Aqui, Thaler (foto) comenta seu novo livro. Aqui a transcrição da gravação

Bem, você sabe, os economistas são muito importantes no estabelecimento de políticas. A maior parte dos modelos econômicos são baseadas em uma espécie de ficção que as pessoas tomam decisões como robôs, que eles podem calcular como um computador mais rápido, que eles nunca cometer erros (...)

Então o que nós economistas comportamentais fazemos é olhar para os erros que as pessoas fazem (...)

Duas deficiências do Valor Justo

Para Katz, em Two Fatal Flaws in Fair Value (CFO Magazine, 30/4/2008), a crise do subprime expôs as duas deficiências do valor justo: o mito de que todo título possui um mercado e a tendência a negligenciar os riscos.

Teoria da Contabilidade

Recebi algumas manifestações de apoio sobre o livro de Teoria da Contabilidade, inclusive no blog do Alexandre Alcantara

Comentários

Recebi o seguinte comentário sobre a postagem Petróleo e Democracia:

Segundo minha visão cordelista o Brasil um país tão rico em recursos minerais, tem uma política voltada para a era da lenha quando nem fogão gás existia. Por isto PD,abre uma discussão em torno dos meios energéticos Brasileiros, acrescentando o caso democracia.


Sobre contabilidade padronizada nas juntas o sempre atento Alexandre Alcantara (grato)

Caro César

O dileto parlamentar talvez não saiba que já está em vigor o Sistema Público de escrituração Digital (SPED), o qual contempla a Escrituração Contábil Digital (ECD).

A contabilidade integral das empresas deve ser transmitida para o Sistema SPED que remeterá às Juntas Comerciais de cada UF para o devido registro.

Em uma primeira etapa esta previsto a obrigatoriedade para as empresas do Lucro Real.

As empresas manterão o seu plano de contas original para uso interno e exportará para o SPED o seu livro diário, BP e DRE dentro de um plano de contas referencial, de forma a uniformizar as escriturações contábeis "depositadas" no Sistema.

Além disto o Sistema SPED Contábil, prevê uma "Central de Balanços" nacional a exemplo do que já existe na Europa e na SEC.

Sites sugeridos:

a)http://www.alcantara.pro.br/sped
b)http://www1.receita.fazenda.gov.br/Sped/contabil.aspx

Sobre central de balanços da SEC:

http://analisedebalanco.blogspot.com/2008/03/demonstraes-contbeis-em-xbrl-nos-eua.html

Sobre a questão do GECON versus ABC recebi um comentário interessante de Siddney Tome (grato)

Existe um trabalho acadêmico sobre a implantação do custeio ABC no Banco Central (Raquel Gonçalves de Moraes - Custeio Baseado em Atividades no Banco Central do Brasil - Instituto de Pós-Graduação e Pesquisa em Administração - COPPEAD -Universidade Federal do Rio de Janeiro
) que está publicado em seu site (http://www4.bcb.gov.br/NXT/gateway.dll?f=templates&fn=default.htm&vid=nmsDepesTeses:idvDepesTeses) que é muito esclarecedor sobre a escolha da metodologia e os problemas e dificuldades existentes em uma implantação desta metodologia.
um abraço. Siddney Tome


A questão da centralização versus descentralização recebeu o seguinte comentário de Kátia Francisco:

Interessante esse pensamento.
Sempre escutamos o discurso da descentralização e não pensamos duas vezes antes de implantar.


Postem comentários. É um retorno importante para esse autor.

03 maio 2008

Rir é o melhor remédio


Fonte: Aqui

Argentina Default?

O Brasil teve uma melhoria na sua nota essa semana. O mercado especula que a Argentina poderá tornar-se default na sua sovereign debt. (Fonte, aqui)

Futebol

Segundo a Forbes, via Associeted Press, o Manchester United é a equipe de futebol mais valiosa do futebol. O Real Madrid permanece em segundo e o Arsenal em terceiro. O Liverpool também faz parte da lista dos dez maiores (quarto), seguido pelo AC Milan, Barcelona, Chelsea, Juventus e Schalke.

David Beckham é o jogador que mais recebeu (49 milhões), depois que transferiu para o Los Angeles Galaxy e Ronaldinho ficou em segundo, com 33.

02 maio 2008

Links

1. Prostitutas recebem para fazer sexo seguro na África

2. Iasb e Fasb discutem a crise do subprime e a contabilidade

3. Análise gráfica, coerência ou mito?

4. Os mais importantes do mundo, segundo a Time. Kaká e Morales na lista

5. Cocaina transportada por submarino

Insistência irracional


Insistência irracional é um conceito de finanças comportamentais e diz respeito ao fato dos tomadores de decisão insistirem no erro. Assim, quando um executivo toma uma decisão e mesmo diante de novos fatos não muda sua posição, estamos diante da situação de insistência irracional. O conceito está associado a falácia do custo perdido. (aqui, uma dissertação de mestrado sobre o tema).

A notícia a seguir, do Estado de São Paulo (1/5/2008), seria um exemplo de insistência irracional?

Varig já custou R$ 1 bi aos cofres da Gol
Mariana Barbosa

A Gol Linhas Aéreas Inteligentes, dona da Gol Transportes Aéreos (GTA) e da VRG Linhas Aéreas (Varig), divulgou ontem um prejuízo de R$ 74 milhões pelas regras de contabilidade brasileiras, ou R$ 3,5 milhões, pela contabilidade americana. De uma forma ou de outra, trata-se do terceiro prejuízo trimestral do grupo desde a incorporação da Varig, em 9 de abril do ano passado.

Com o resultado, em linha com as expectativas já pessimistas dos analistas, a conta da aquisição da Varig já chega a R$ 1 bilhão, admitiu ontem o presidente do grupo Gol, Constantino de Oliveira Junior. “Já investimos em torno de R$ 1 bilhão nessa operação e consideramos a aquisição um bom negócio”, afirmou Junior, durante teleconferência realizada ontem.

Ele prevê que, a partir do final de julho, a operação da Varig passará a contribuir positivamente para o balanço do grupo. Questionado se o grupo considera a possibilidade de vender a companhia caso não consiga atingir o equilíbrio financeiro em julho, ele respondeu: “Não está em nosso planejamento abrirmos mão da VRG.”

A Gol pagou R$ 558,7 milhões pela Varig há um ano, desembolsando R$ 194,1 milhões em dinheiro e o restante em ações. Os mais de R$ 400 milhões restantes equivalem ao prejuízo obtido pela VRG.

Só no primeiro trimestre deste ano, o prejuízo da Varig, pelo padrão de contabilidade americano, foi de R$ 203,6 milhões. No trimestre anterior, a empresa havia contribuído negativamente com R$ 114,2 milhões. O resultado de cada companhia em separado nos dois trimestres anteriores não foi divulgado. Entretanto, como a Gol não teve piora no desempenho, ao contrário, o prejuízo da Varig no segundo e terceiro trimestre do ano passado deve ter superado a casa dos R$ 100 milhões.

Considerando apenas a bandeira Gol, o lucro líquido no primeiro trimestre deste anos foi de R$ 200,1 milhões pela contabilidade americana, crescimento de 71,6% ante o mesmo período de 2007 (R$ 116,6 milhões), quando a Varig ainda não havia sido comprada. “A performance da GTA foi impressionante, com margem operacional de dois dígitos (15%), crescimento de receita e custos controlados, apesar da disparada no aumento dos combustíveis”, afirmou o banco Goldman Sachs em relatório para clientes. “Entretanto, toda a boa performance obtida pela GTA foi ofuscada pelo prejuízo e baixa performance operacional da VRG.”


(...)


E o mercado reage:

As ações da Gol despencaram com a divulgação do balanço, e lideraram as perdas do índice Bovespa na parte da manhã. Entretanto, a euforia que tomou conta da Bovespa após a obtenção do grau de investimento pelo Brasil contagiou até mesmo os papéis da companhia, que terminaram o pregão em alta de 1,5%. Nos últimos doze meses, as ações da Gol caíram 53,38%.

Contabilidade de partidos


PT e PSDB têm superávit nas contas de 2007, mas dinheiro pagará dívidas
O Globo - 1/5/2008

Contabilidade foi apresentada ao TSE, que vai checar origem dos recursos
Alan Gripp

BRASÍLIA. Depois de sucessivos prejuízos, PT e PSDB declararam ontem à Justiça Eleitoral que encerram o ano pré-eleitoral de 2007 com superávit de R$2,8 milhões e R$5,7 milhões, respectivamente. O resultado positivo, contudo, serve apenas para pagar uma pequena parte de dívidas acumuladas, que, somadas, representam um rombo de mais de R$50 milhões.

Há seis anos o PT não fechava o ano com resultado positivo, mas não tem muito a comemorar. Em 2007, o partido declarou ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) ter arrecadado R$40,2 milhões e gasto R$37,4 milhões. Mas a sobra de R$2,8 milhões representa apenas 7% da dívida total da legenda, que gira em torno de R$40 milhões. O rombo tem origem em compromissos não honrados em campanhas eleitorais e na dívida herdada do mensalão. Em 2008, ano de eleições municipais, o partido tem poucas esperanças de sair do vermelho.

— A tendência é termos mais dívidas, mas encerraremos compromissos importantes — disse o tesoureiro do PT, Paulo Ferreira. — O PT não parou, mas cortamos gastos com pessoal (cerca de 30%) e revisamos contratos.

Dívida tucana cresceu com campanha de Alckmin

O PSDB fechou 2007 com receitas de R$25,4 milhões e despesas de R$19,6 milhões. O resultado ajuda a tapar apenas um quarto do buraco nos cofres do partido, de R$13 milhões. A dívida tem origem principalmente na campanha derrotada de Geraldo Alckmin, em 2006. O partido assumiu todas as dívidas da campanha e fechou suas contas com déficit de R$17,7 milhões.

— Apertamos o cintos em todas as áreas, mas o superávit de 2007 é meramente contábil. Apenas economizamos para pagar dívida — afirmou o vice-presidente executivo Eduardo Jorge, tesoureiro do partido.

Dois dos 25 partidos registrados no TSE não entregaram a prestação de conta anual até às 18h de ontem, fim do prazo da Justiça Eleitoral. Os técnicos vão analisar as contas e verificar inclusive se os recursos arrecadados tiveram origem legal. Também vão checar se há irregularidades nos gastos. Em 2006, o PT usou recursos do fundo partidário (dinheiro público) para pagar bebidas e cigarros para a festa de seu aniversário, como mostrou O GLOBO, e, por isso, pode ter as contas rejeitadas.

O PT declarou ter gasto R$8 milhões só na rubrica “despesas com fins eleitorais”. Outros R$6 milhões foram gastos com o pagamento de salários. Chamou a atenção dos técnicos o gasto declarado de R$4,6 milhões com as “depreciações”, o que significa o valor perdido com a defasagem de parte do patrimônio. O maior gasto do PSDB foi com transferências aos diretórios estaduais: R$7,2 milhões. As despesas com fins eleitorais somaram R$5,7 milhões.


Grifo meu.

Economizando


Segundo a AP (Like Motorists, Airlines Are Reducing Their Speed to Save Fuel Costs, THE ASSOCIATED PRESS, 2/5/2008), as empresas aéreas estão adotando a mesma estratégia dos motoristas em estradas, quando querem economizar: reduzindo a velocidade para diminuir o consumo de combustível.

A Southwest Airlines deverá economizar $42 milhões de combustível esse ano aumentando o tempo de vôo de um a três minutos. Se uma viagem entre Paris a Minneapolis o avião fizer 532 milhas por hora em lugar de 542 milhas por hora irá economizar 162 galhões de combustível.

01 maio 2008

Morgan Stanley e o machismo


Texto do NY Magazine sobre Zoe Cruz é muito interessante. Zoe era uma executiva do Morgan Stanley e ccandidata a ocupar o cargo máximo da empresa (e pela primeira vez em Wall Street, uma mulher chegar ao topo). Mesmo assim, Zoe era considerada a mulher mais poderosa de Wall Street. Apesar de Zoe não ser uma feminista - pelo contrário, o reportagem mostra Zoe como uma espécie de Hillary Clinton - o fato de ser mulher pode ter sido importante na sua demissão. Afinal, Wall Street é dominada por homens e mesmo que num determinado ano Zoe tenha recebido 16 milhões de dólares de compensação, isso não elimina a acusão de machismo.

P.S.: Aqui, mais sobre Cruz

Atividade


Steve Levitt solicitou a um economista octogenário fazer comentários num artigo seu e recebeu uma resposta pouco usual. O economista, ainda muito ativo, disse que somente poderia ler e analisar o texto em um ano, em virtude da agenda apertada.

Fonte: Aqui

Estupidez


"assim, puxar o número 33 mil milhões de barris a partir de um chapéu é simplesmente estúpido, estúpido e, especialmente, para os grandes analistas de Nova York que recomendaram a compra PBR com tais provas contestáveis." Fonte: aqui

30 abril 2008

Links


Links



1. Propaganda em búlgaro com o campeão de xadrez Topolov

2. Temas de fotografia

3. Campanha ecologista Foto

4. Um navio que estourou os custos

5. Algumas empresas estão fazendo hedge para proteger das mudanças climáticas

Frase


"All you need to know to cook the books you learn in your first semester of accounting," Pavlo tells the students." - Walter A. Pavlo Jr., ex-gestor da MCI, ex-presidiário por participar de uma "lavanderia" na empresa. Agora Pavlo ganha dinheiro com palestras sobre ética para MBAs. Aqui

Para evitar a destruição da marca, destruir o produto


A Mazda, subsidiária da Ford, decidiu destruir milhares de automóveis Mazda 3, para evitar prejuízos para a marca Mazda. Tudo começou quando o navio com uma carga de mais de quatro mil automóveis naufragou, mas parte da carga de veículos foi salva. O que fazer com o produto que sofreu os danos da água do mar? Vender mais barato para consumidores dispostos a correr riscos, deixar que Hollywood use o veículo em filmagens ou destruir. A empresa preferiu destruir os veículos. Aqui a reportagem completa do WS Journal. Aproveite para assistir o vídeo.

Valor Justo: ainda a discussão

Mas o que é a contabilidade verdadeira? Nunca é, e nunca pode ser, simplesmente os fatos. Trata-se de fatos tratados de acordo com alguma teoria para calcular o que a teoria define como seus resultados, por exemplo, a definição dos conceitos "lucro" e "capital".

Em outras palavras, não existe tal coisa como a contabilidade chegou a uma verdade de forma simples - só há fatos (e estimativas, projeções, suposições) que se transformou em resultados contábeis, tal como definido por alguma teoria.
(...)

Teoria contábeis são como os da política e filosofia: elas são debatidas durante anos sem uma clara demonstração de serem corretas (...) Isso as torna intelectualmente intrigante (pelo menos para alguns de nós) e aptas a inspirar ardente defesa e oposição, bem como deixá-los sob reserva de modismos. Por exemplo, a Securities and Exchange Commission exigiu a contabilização a custo histórico por várias décadas, mas agora a teoria da moda é o valor justo contábil. Quão boa uma teoria é?
Teorias podem ser julgadas sobre fundamentos conceituais e de política pública. Os opositores do valor justo salientam as suas muitas dificuldades práticas, tais como a incerteza do que pode ser um preço justo quando não existem traders nem ofertas. Mas, dada a prevalência das estimativas de contabilidade, esta não é uma objeção que impressiona os proponentes do valor justo.

Seguem-se três [falhas conceituais da teoria do valor justo]:
* O justo valor teórico trata de forma inadequada as empresas cuja atividade é gerar fluxos de caixa líquido ao longo do tempo como se fosse corretoras de valores mobiliários, cuja atividade diária é a compra e venda de valores mobiliários. (...)
* O valor justo significa que a deterioração da qualidade da dívida de uma empresa, que reduz o preço de mercado da dívida, seja comunicado ao público, bem como um aumento nos lucros e no capital da entidade. Por outro lado, uma melhoria na qualidade do crédito da empresa resulta numa dívida mais valiosa, que cria uma perda contábil e uma redução do capital. (...) é um absurdo. Quando um absurdo natural de uma teoria, temos que perguntarmos sobre a teoria.
* O valor justo contábil foi particularmente perverso nos resultados quando aplicado em meio a um mercado em pânico (...) Qual é o significado de um "preço de mercado" quando não há mercado? Mais ainda, os preços devem ser estimados ao projetar fluxos de caixa e pela aplicação de uma taxa de desconto. Sim, mas qual taxa de desconto?


Aqui o texto completo

Mais sobre o assunto, aqui

Sobre a reforma


Sobre a reforma trabalhista (aqui) e a proposta que os empregados tenham acesso a contabilidade das empresas:



A proposta de agenda mínima para promover mudanças no regime trabalhista, apresentada pelo ministro extraordinário de Assuntos Estratégicos, Roberto Mangabeira Unger, foi recebida com surpresa por instituições que representam as indústrias. Procuradas, a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) e a Confederação Nacional das Indústrias (CNI) informaram que não tinham conhecimento do documento. (...)

Para Coelho [Luiz Eduardo Moreira Coelho, do Coelho, Morello e Bradfield], as empresas devem resistir à abertura de sua contabilidade na hora de traçar os planos para a participação em lucros. "Muitas vezes estão em jogo dados estratégicos. As companhias sempre vão preferir atrelar esses pagamentos a metas que fogem dos lucros contábeis", acredita. Como exemplo, cita o aumento de unidades produzidas ou a redução na taxa de retrabalho. Cordeiro acha que a resistência poderá vir principalmente das empresas que pagam a participação como forma de driblar os encargos trabalhistas sobre a elevação de salários.

Indústria desconhecia propostas de reforma
Valor Econômico - 30/4/2008

Custo no setor público


A prefeitura abre licitações, contrata empreiteiras e inicia as obras, mas nem sempre consegue concluí-las no prazo previsto. O principal motivo para isso (50% dos casos) é a falta de recursos para prosseguir com os projetos, que acabam tendo que ser paralisados por vários meses, segundo relatórios recém-aprovados pelo Tribunal de Contas do Município (TCM). A conseqüência é o aumento de custos para reformar ou construir creches, postos de saúde e praças, entre outros projetos.

O conselheiro Nestor Rocha, que relatou uma das auditorias, criticou o município por deixar o planejamento financeiro em segundo plano: “Em se tratando de obra pública, a disponibilidade e suficiência dos recursos não são meros cuidados e deveres do administrador. São mandamentos legais e o devido planejamento do empreendimento torna-se imprescindível no cumprimento dos princípios da eficiência e da economicidade”.

(...) Depois da falta de verba, o principal motivo para os atrasos é a demora de concessionárias de serviços públicos (como Light e Cedae) para realocar cabos e tubulações.


Obras paradas custam mais - O Globo - 30/4/2008
Relatórios do TCM mostram que interrupção de contratos da prefeitura eleva custos
Luiz Ernesto Magalhães

Contabilidade de seguros


Segundo notícia da Reuters (IASB's Jones: Insurance accounting is broken, Emily Chasan, 29/4/2008) o vice-chairman do Iasb, Tom Jones, declarou que as regras contábeis para seguro estão "quebradas".

As regras atuais para as seguradoras são diferentes das outras empresas e "não tem mostrado a realidade econômica das empresas", afirmou Jones.

Ao contrário de outros setores, o Iasb está optando por usar o "current exit value" para contratos de seguros, em lugar do valor justo.

Tanto o Iasb quanto o Fasb possuem projetos para discutir as regras contábeis desse setor.

Falência da Arthur Andersen beneficiou as big four


Uma pesquisa que deverá ser publicada hoje conclui que a redução para quatro grandes empresas após o colapso da Arthur Andersen, em 2002, levou a uma média 2,4 por cento em aumento nas taxas pagas - excluindo o impacto de outros fatores, tais como mudanças na regulamentação.

(...) [A existência] uma ligação direta (...) é potencialmente explosiva dado o debate sobre os riscos de se ter tão poucas empresas responsáveis pela verificação das contas de todas as maiores empresas.

(...) O relatório foi patrocinado pela BDO Stoy Hayward, um rival para o Big Four, mas realizados de forma independente pela London School of Economics. (...)

Intrigante, a LSE estudo não encontrou provas de uma relação entre a concentração e honorários antes do colapso da Andersen.(...)

O forte aumento dos honorários de auditoria desde 2002 tem sido, até agora, em grande parte atribuída aos efeitos da nova regulamentação, tais como a passagem para as normas internacionais de contabilidade e da introdução nos Estados Unidos da Sarbanes-Oxley.


Andersen's collapse results in a fee bonus for Big Four rivals - JENNIFER HUGHES -
29 April 2008 - Financial Times - London Ed1

29 abril 2008

Rir é o melhor remédio


Essa foto foi tirada quando a bola de beisebol estava perto de atingir o seu objetivo (veja se você consegue localizar. Aqui a foto em tamanho maior).

Musica e Contabilidade


Recebi um e-mail de uma estudante de Teresina sobre a possibilidade de fazer um trabalho de conclusão de curso sobre música e contabilidade. "Gostaria de saber se existe um ramo da contabilidade voltada as orquestras assim como existe contabilidade rural, ambiental..."

Aqui o link com as postagens sobre o assunto do blog .

Fiz uma rápida pesquisa em alguns jornais e não encontrei muita coisa. Meu conselho: aborde o assunto de uma orquestra que faz ensaios durante meses para apresentações e precisa contabilizar os custos.

Custos e Agronegócios

Saiu o novo número da revista Custos e @gronegócio, de janeiro/abril de 2008 (clique aqui). Os artigos são os seguintes:

1. Como as empresas classificadas no Índice de Sustentabilidade Empresarial evidenciam os custos e investimentos ambientais?
2. Custos ocultos e agronegócio
3. Custos de produção, expectativas de retorno e de risco do agronegócio mel no Planalto norte de Santa Catarina
4. Estudo dos fatores determinantes para a variação do curso dos insumos e do preço da soja no Estado do Rio Grande do Sul após o Plano Real
5. Uma análise da estrutura de custos do setor sucroalcooleiro brasileiro
6. Produção conjunta e decisões gerenciais: O caso de uma empresa de exportação de madeira tropical
7. Custos do cultivo do melão amarelo na safra 2006/2007: Um estudo de caso na empresa Santa Júlia Agro Comercial Exportadora de Frutas Tropicais Ltda

Impostos concentrados


Petróleo, energia elétrica e comunicações recolheram R$ 150 bilhões aos cofres de Estados e da União em 2007

Os setores de petróleo, energia elétrica e comunicações se transformaram no principal alvo das máquinas de arrecadação federal e estadual e recolheram em 2007 quase R$ 150 bilhões aos cofres públicos. Esse volume foi apurado pelo Estado com base em relatórios do Tesouro Nacional, da Receita Federal e do Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz) e já equivale a mais de 16% da carga tributária nacional.

Apelidados de blue chips da arrecadação, por seu potencial de gerar ganhos volumosos e fáceis para o Fisco, da mesma forma que na Bolsa de Valores, esses três setores carregam uma carga tributária em média duas vezes maior do que a maioria dos outros setores da economia. Para cada litro de gasolina, ao preço de R$ 2,50, o consumidor paga cerca de R$ 1,30 de imposto, ou seja, 60% do valor final. Isso sem contar tributos pagos pelas empresas sobre o lucro e, no caso da Petrobrás, pela produção do petróleo.

O mesmo ocorre com as contas de telefone e luz: de cada real pago para às operadoras e distribuidoras, quase metade é tributo. O mais famoso é o ICMS, arrecadado pelos governos estaduais. Não por acaso, a maior alíquota do ICMS, 25% (em alguns Estados, 30%), é cobrada sobre combustíveis, energia elétrica e telecomunicações.

Atualmente, 43% da arrecadação de ICMS provêm desses impostos blue chips. Há 11 anos, em 1997, a fatia dos três setores correspondia a 26%. A mudança, segundo técnicos, pode se explicar pela guerra fiscal (que isentou de tributo outras mercadorias) e pela decisão dos Fiscos estaduais de se especializar na tributação e combate à sonegação nesses segmentos.

O imposto sobre combustíveis é cobrado bem antes do consumidor abastecer seu carro. Os 25% do ICMS são calculados sobre um valor de tabela do Confaz e recolhidos pelas refinarias diretamente aos cofres estaduais. O mesmo ocorre com o PIS/Cofins e a Cide - nesse caso, tributos federais. “Petróleo e derivados já são tributados pesadamente no Brasil”, diz o economista José Roberto Afonso, contrapondo o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que, na semana passada, sugeriu aumento da taxação do petróleo.

Segundo ele, a tributação dos combustíveis era, pela Constituição de 1988, uma atribuição dos Estados. Tanto que o texto constitucional extinguiu os impostos únicos sobre combustíveis, energia elétrica, comunicações, minerais e transportes (cobrados pela União) e os transferiu para dentro do ICMS (antigo ICM).

Entretanto, na gestão de Fernando Henrique Cardoso, o governo federal aprovou uma emenda constitucional trocando a palavra “tributos” por “impostos”, que abriu a porta para a cobrança de contribuições sobre gasolina e álcool. Combustíveis passaram a ser tributados pela PIS/Cofins e, desde 2002, por uma contribuição especial, a Cide, criada para financiar infra-estrutura de transportes, mas que serviu mesmo para reduzir a dívida do governo.

Agora, a estratégia do governo é aumentar a tributação do setor petrolífero por outro canal, os royalties. Há dois tipos de royalties: o comum, de 10% sobre o volume de produção, e a participação especial, de até 40% sobre o lucro das empresas. Essa participação especial que pode aumentar, sob o argumento de que é baixa no Brasil.

Levantamento feito pelo secretário da Fazenda do Rio, Joaquim Levy, mostra que a fatia do valor da produção petrolífera apropriada pelo governo brasileiro por meio de royalties e tributos é de 47%, abaixo da média mundial, de 60%.

“A questão precisa ser analisada olhando-se não só para o petróleo, mas também para a cadeia produtiva”, avalia Afonso. Embora os tributos sobre o petróleo sejam mais baixos no Brasil, na comercialização do combustível se incorporam outros que pesam para o consumidor.


Três setores viram alvo da Receita
Sérgio Gobetti - Estado de São Paulo 28/4/2008


Implantação da lei


O diretor da CVM (Comissão de Valores Mobiliários), Eli Loria, disse nesta segunda-feira que o órgão e outras entidades correm contra o tempo para se adequar ao cronograma de implementação da nova lei contábil que regerá as empresas no país. Loria explicou que uma das principais dificuldades está na adaptação dos cerca de 400 mil contadores registrados às novas regras.

"É difícil, o cronograma está apertado, porque no final de 2008, os balanços têm que refletir a nova lei. Mas o Conselho Federal está engajado nesse processo educacional. São 400 mil registrados no Conselho. Temos um comitê de educação, focado no investidor. Pode haver também um esforço na formação de contadores, sempre em conjunto com o Conselho Federal de Contabilidade", afirmou, após participar de almoço na Amcham (Câmara de Comércio Americana), no Rio. (...)

CVM manifesta preocupação com cronograma de nova lei
Cirilo Junior - FolhaNews - 28/4/2008

Contabilidade e a crise: defesa do custo histórico

Después de la crisis de la deuda de 1982, la crisis de las sociedades de ahorro y préstamo de finales de los ochenta en Estados Unidos y la crisis financiera de Asia de 1997, la crisis de las hipotecas subprime es la cuarta crisis importante desde la Segunda Guerra Mundial y, por mucho, la mayor. (...)

¿Por qué suceden las crisis bancarias? ¿Acaso los banqueros son ignorantes? ¿Por qué aseguran riesgos que llevan a sus bancos al borde de la bancarrota? La respuesta está en una combinación de un sistema de contabilidad malo y varios efectos de riesgo moral que los sistemas normativos existentes no pudieron limitar.

El sistema de contabilidad malo son las Normas Internacionales de Información Financiera (NIIF) que actualmente utilizan las grandes empresas de todo el mundo. El defecto de las NIIF es que no mitigan el contagio sistémico que resulta de los movimientos de precios de los activos. Cuando los precios de los activos se mueven, las empresas propietarias de esos activos se ven obligadas a reevaluarlos en sus balances trimestre tras trimestre. La información oportuna de las ganancias y pérdidas no realizadas hace que las acciones de la compañía tenedora sean volátiles, lo que envía ondas de choque por todo el sistema financiero.

Una alternativa sería un sistema de contabilidad cautelar, como el que las empresas alemanas utilizaban antes de que empezara la transición a las NIIF. En el sistema tradicional alemán, los activos de una empresa se evaluaban de acuerdo con el "principio del valor inferior": a efectos contables, se debía utilizar el precio histórico más bajo de un activo y su precio en el mercado en ese momento. Esto permitía a los banqueros buscar objetivos a más largo plazo y demostró ser efectivo para bloquear los efectos de contagio. En efecto, fue una de las razones principales de la estabilidad del sistema financiero alemán.(...)


Malas prácticas bancarias - Hans-Werner Sinn - Expansión - 29/4/2008

Contabilidade e Reforma Trabalhista


O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ministro extraordinário de Assuntos Estratégicos, Roberto Mangabeira Unger, bateram o martelo numa agenda mínima para promover "mudanças radicais" nas relações entre capital e trabalho no Brasil, após reunião de quase três horas, na noite de quinta-feira, com a participação dos dirigentes de seis centrais sindicais. (...)

Para isso, algumas das medidas propostas são: desonerar a folha de salários das empresas da contribuição patronal; tornar compulsória a participação dos empregados nos lucros e resultados, assegurando o acesso dos trabalhadores à contabilidade das empresas; e criar uma espécie de Consolidação das Leis do Trabalho para os trabalhadores temporários e terceirizados e instituir a representação sindical desses trabalhadores por meio dos empregados permanentes. (...)


Lula aprova novo modelo para reforma trabalhista
Valor Econômico - 29/4/2008 (Grifo meu)

A seguir, dois trechos do documento onde o termo contabilidade é citado:

Já a partir do topo da pirâmide salarial, a iniciativa recomendada é a efetivação do princípio constitucional de participação dos trabalhadores nos lucros ou resultados das empresas. Princípio que até hoje permanece letra morta. É natural começar a dar-lhe efetividade a partir dos níveis mais altos do assalariados, em círculos concêntricas que incluam parcelas cada vez mais amplas da força de trabalho. É entre os assalariados melhor remunerados que se entende e se abraça com mais facilidade a idéia de que empresa e empregado podem e devem ser, de alguma maneira, sócios. Os participantes nessas discussões preocuparam-se em não deixar que a participação nos lucros ou resultados servisse apenas para converter salário regular em remuneração variável. Indícios de tal conversão devem ser considerados sinais presuntivos de violação da lei. E insistiram que a integridade do princípio requer, como garantia indispensável, o acesso dos representantes dos trabalhadores à contabilidade das empresas. Tal acesso pode surtir benefícios adicionais ao servir para instigar padrões mais exigentes de " governança corporativa " nas grandes e médias empresas em que costumam trabalhar os assalariados mais bem remunerados.

A desoneração radical da folha de salários é reivindicação quase unânime dos empresários. Ela não deve ser instaurada, contudo, se não em troca de outras medidas a que muitos empresários tenderão a resistir, como a organização e representação dos trabalhadores terceirizados, a amplicação progressiva do princípio de participação nos lucros e resultados e o resguardo dessa participação por meio do acesso que precisam ter os sindicatos à contabilidade das empresas. Tratar a proposta alinhada nessa minuta como conjunto de ações separadas, sob o pretexto de espírito prático, seria, pelo contrário, afundar em pragmatismo antipragmático.

28 abril 2008

Links

1. Os grande momentos musicais da Vila Sesámo

2. As pessoas mais influentes do mundo

3. Desenhos racistas da Warner são "retirados" do You Tube

4. Mr. Bean ensina a paquerar

Executivos canadenses ignoram IFRS

O Canadá adotou o IFRS recentemente (janeiro de 2006. Vide p. 52 do livro de Teoria da Contabilidade, recém lançado pela Atlas). Entretanto, notícia do Financial Post (Canadians Not Ready For New Accounting; International Rules, Peter Brieger, 26/4/2008, FP7), muitas empresas ainda não estão prontas para adotar as regras internacionais em 2011.

Pesquisa (The IFRS Readiness: Executive Research feita pela Ernst & Young, Canadian Financial Executives Research Foundation e Financial Executives International Canada) com 510 executivos mostrou que poucos sabem as diferenças entre as novas regras e os Canadian accounting principles.

"a majority don't know what the new rules will cost them or whether their systems can easily adopt the new rules. (...)

While advocates of the new rules say it will cut costs for firms, executives surveyed in the Ernst & Young report cited costs and time constraints as two key concerns in adopting the new rules."

Intangíveis em audiência pública


Intangíveis estão em audiência pública
Gazeta Mercantil - 28/4/2008

São Paulo, 28 de Abril de 2008 - A CVM (Comissão de Valores Mobiliários) colocou em período de audiência pública o 4 pronunciamento para alinhar a contabilidade do País às normas previstas pelo IFRS (International Financial Reporting Standards).

O conteúdo do documento detalha o novo tratamento a que serão submetidos os ativos intangíveis no novo desenho que terão o balanços das empresas. A minuta ficará à disposição e poderá receber sugestões e eventuais alterações até o dia 26 de maio.

O documento, cuja divulgação integra uma série de futuros pronunciamentos em conjunto com o CPC (Comitê de Pronunciamentos Contábeis), traz algumas alterações em relação à maneira como as empresas brasileiras identificam os intangíveis.

Uma dessas mudanças é a que estabelece a centralização em uma conta própria desses ativos nos balanços. Integram os intangíveis marcas e valores gerados dentro ou fora das organizações.

Isso significa, por exemplo, que as empresas terão de reconhecer e identificar ativos desse tipo sempre que puderem mensurar, de forma segura, vanta

gens financeiras futuras com eles.O órgão regulador do mercado de capitais brasileiro optou agregar à redação do texto colocado em audiência pública, algumas questões que ultrapassam o conteúdo do IAS 38. À norma, editada pelo IASB (International Accounting Standards Board ) e cujo conteúdo trata de forma genérica o reconhecimento e classificação dos intangíveis, a autarquia brasileira somou outros temas considerados relevantes. O principal deles é o que se refere à apuração e à mensuração adequadas de ágios gerados em hipotéticos processos de aquisição de empresas.

Nesses casos, a mescla entre valores intangíveis gerados pelas companhias envolvidas formam o que as normas definem como "combinação de negócios".

"Achamos que seria adequado trazer à minuta, de forma específica, clara e bem definida, essa discussão", explica o analista da superintendência de normas contábeis da CVM, Paulo Roberto Gonçalves. "O texto, porém, está contemplado em outros capítulos do IFRS", afirma o executivo.

Empresas brasileiras cujos papéis são negociados em bolsa terão até 2010 para divulgar balanços consolidados em IFRS.

(Gazeta Mercantil/Finanças & Mercados - Pág. 4)(Luciano Feltrin)


Conforme Alexandre Alcantara:

A CVM e o CPC esperam receber comentários em geral sobre a minuta de pronunciamento, além de contribuições específicas sobre:

1.Conceituação de concentração (ou combinação) de atividades empresariais (Business Combinations)

2. Ágio pago por expectativa de rentabilidade futura (Goodwill)

3. Subvenções Governamentais

4. Custos relacionados ao início das operações

5. Reavaliação de ativos intangíveis

6. Ajustes decorrentes da aplicação inicial do Pronunciamento

7.Interpretação técnica sobre o tratamento contábil dos custos relacionados ao desenvolvimento de Websites.

A audiência é realizada em conjunto com o Comitê de Pronunciamentos Contábeis – CPC, nos termos da Deliberação CVM nº 520/07, e as sugestões e os comentários deverão ser encaminhados até 26 de maio de 2008.

27 abril 2008

Rir é o melhor remédio



"Sim, nós podemos ler o seu blog. Ou você pode simplesmente contar como foi seu dia na escola", diz o pai para seu filho.

Fonte: Aqui

26 abril 2008

Rir é o melhor remédio


O suicídio do peixinho

Petróleo e democracia

Para Thomas Friedman, colunista do NY Times, "o preço do petróleo e a liberdade movem em direções opostas". Zubin Jelveh, em seu blog publicado no Seeking Alpha, lembra essa idéia para enfatiza a idéia de que em países com recursos naturais abundante existe mais chance de se ter uma regime autoritário.

A discussão entre o petróleo e a democracia é controversa, mas vale a pena dar uma olhada no texto de Jelveh, em tempos de otimismo em razão das descobertas de petróleo no Brasil.

Links

1. Para o dia do Contabilista

2. Cartões de visita criativos

3. Crânio do novo filme de Indiana Jones é falso

4. Ator Snipes é condenado por burlar o fisco

25 abril 2008

Rir é o melhor remédio


Diferença entre LSD e álcool:


Fonte: Aqui

Escritórios e normas internacionais

Escritórios se preparam para mudanças no mercado contábil
Gazeta Mercantil

São Paulo, 23 de Abril de 2008 - Depois de passar dois anos em Londres, entre 1999 e 2001, o sócio da PricewaterhouseCoopers no Brasil, Fábio Cajazeira, voltou para o País determinado a disseminar as normas internacionais de contabilidade, conhecidas como IFRS (do inglês International Financial Reporting Standards) na empresa. Na Europa para um curso de especialização na central inglesa da Price, Cajazeira pôde estudar mais profundamente as normas editadas pelo órgão independente Iasb (International Accounting Standards Board), também localizado em Londres. "Naquela época a firma já entendia que a globalização do IFRS tinha uma probabilidade muito grande", conta o sócio. Logo com sua volta, em 2001, a empresa passou a promover cursos de aprimoramento para seus profissionais sobre as normas internacionais.

Hoje mantém um grupo especializado que chega a quase 300 pessoas, prontas para auxiliar a demanda já crescente de empresas com dúvidas quanto ao IFRS, padrão já utilizado por mais de cem países e que deverá ser usado por todas companhias brasileiras de capital aberto a partir de 2010.

Também tem colaborado para a movimentação a aprovação em dezembro da nova Lei das S.A., que padroniza as demonstrações financeiras das empresas de grande porte, já a partir de 2008, tendo em vista as normas internacionais. O assunto já rendeu três seminários organizados pela Price desde fevereiro em São Paulo, com mais de 400 participantes cada. Os eventos se repetiram em outras cidades onde a Price tem filial, como Rio , Porto Alegre e Salvador.

Na Deloitte Touche Tohmatsu, o ambiente para a chegada do IFRS no Brasil também vem sendo preparado há algum tempo. "Estes conceitos sempre estiveram na nossa carga de treinamento, mais massivamente nos últimos seis anos. Não adianta fazer um curso intensivo, em inglês. Isso tem que ser ensinados desde quando o profissional entra na empresa", conta o sócio Edimar Facco. "O que nós, auditores, entendemos é que, com as novas leis, nosso mercado aumenta. Mais informações precisam ser divulgadas e auditadas", diz.

Empresas buscam auxílio

Não são apenas os contadores e auditores que precisam se atualizar. "Os empresários estão com muitas dúvidas, o que traz até uma certa inatividade, já que eles não sabem como agir", conta Ramon Jobels, sócio da KPMG responsável pela recém-criada área de IFRS. Todos os dois mil funcionários da empresa vem recebendo treinamento básico para familiarização às normas padronizadas, enquanto os cerca de 300 gerentes, diretores e sócios têm cursos especiais.

"O esforço adicional que nossos clientes precisam é de tempo. Trata-se de um investimento de dinheiro e de horas", conta Jobels. "O que vamos ganhar só vai dar para saber no final do ano. Estimamos um crescimento de 30% para nosso escritório, e, pelo menos nesse primeiro ano, os custos vão acompanhar essa receita", estima o executivo quanto aos investimento em qualificação da equipe.

"Os contadores vão ter que se adaptar. Nós não estamos preparados para estas novas normas, as faculdades não ensinavam", explica o sócio da Baker Tilly Brasil, Paolo Giuseppe de Araújo. "Os auditores precisam continuar estudando. Pela lei, inclusive, temos que nos atualizar a cada três anos". Ele conta que entidades da classe, como a Federação Nacional das Empresas de Serviços Contábeis (Fenacon), já vêm realizando seminários para a formação dos profissionais nas mudanças recentes do mercado contábil brasileiro. Os preços, conta ele, variam entre R$ 300 e R$ 600, podendo chegar até R$ 1 mil.

(Gazeta Mercantil/Caderno A - Pág. 10)(Juliana Elias)
Enviado por Alexandre Alcântara (grato)

Links


1. O ex-vice-presidente sênior da Bristol-Myers Squibb foi indiciado por negociação de um acordo secreto entre a empresa e um fabricante de medicamento genérico

2. Governo português cria o Conselho Nacional de Supervisão da Auditoria

3. Como a Fiat deu a volta por cima

4. Como o ser humano comete erros

5. A comida da mãe pode influenciar o gênero do filho

Fotografia


Mais uma fotografia com produção do Photoshop. Observe as nuvens iguais. Fonte: Aqui

Ford e Custos


Ford avança em recuperação e prepara mais cortes de custos
Mike Spector, The Wall Street Journal, de Dearborn, EUA
The Wall Street Journal Americas - 24/4/2008

Há muito tempo considerada a mais doente das três grandes montadoras dos Estados Unidos, a Ford Motor Co. está mostrando sinais de uma surpreendente recuperação.

Quando Alan Mulally assumiu a presidência executiva, em 2006, a Ford rumava para o pior prejuízo anual — US$ 12,6 bilhões — em seus 105 anos de história. A debilitada economia americana e o alto preço da gasolina estavam dilacerando as vendas.

Mas ao longo dos últimos 12 meses Mulally, um ex-executivo da Boeing Co. sem experiência no setor automobilístico, melhorou os resultados trimestrais da empresa. Em 2007, a Ford surpreendeu a indústria ao divulgar um fluxo de caixa positivo de US$ 400 milhões, algo que as rivais General Motors Corp. e Chrysler LLC têm sido pressionadas a igualar.

Ao mesmo tempo, o índice de qualidade dos veículos da Ford aumentou muito e agora se aproxima dos elevados níveis da rival japonesa Toyota Motor Corp. Isso cortou US$ 1 bilhão dos seus custos com garantia no ano passado.

A empresa ainda não parou de cortar custos. Segundo pessoas próximas de Mulally, ele está analisando a venda da Volvo, apesar das repetidas afirmações da Ford de que pretende manter a marca. Da mesma forma, ele espera fechar a enferma marca Mercury.

Mais cortes de empregos podem estar por vir. Apenas cerca de 4.000 trabalhadores assinaram a mais recente proposta de demissão voluntária feita pela Ford, em torno da metade do número desejado, segundo uma pessoa familiarizada com a questão. É provável que Mulally faça uma nova rodada, podendo então recorrer às demissões forçadas, dizem pessoas familiarizadas com o assunto.

“É claro que temos muitos mecanismos para continuar eliminando custos fixos”, diz Mulally. Ele prefere não comentar a possibilidade de venda da Volvo e tem insistido que a Ford mantém compromisso com a Mercury.

Hoje, os resultados trimestrais da Ford vão dar novas pistas das chances de Mulally cumprir sua promessa de a empresa ser lucrativa até 2009, uma meta que muitos tinham como improvável um ano atrás. Executivos da Ford têm repetido que o objetivo deles continua o de obter resultados trimestrais melhores do que no exercício precedente.

Como a GM e a Chrysler, a Ford fez cortes grandes e pequenos nos custos. Nos últimos anos, ela eliminou mais de 46.000 empregos na América do Norte, o equivalente a um terço de sua força de trabalho. Também freou o nível de personalização de veículos, que aumentava os custos. Até há pouco tempo, o Lincoln Navigator, por exemplo, oferecia 128 opções apenas no seu painel.

“Você sabe qual é o fatorial de 128 — são muitas combinações”, brincou Mulally numa conferência recente, zombando do número de designs que teoricamente resultaria da mistura de opções. (Resposta: 3,85620482 x 10215.)

Diferentemente da Chrysler e da GM, a Ford também reduziu o número de marcas que oferece para poder se concentrar no principal da linha Ford. Mulally vendeu a Aston Martin, a Jaguar e a Land Rover — compradas nos últimos 20 anos — para canalizar investimento na própria Ford e acelerar a produção de novos carros pequenos, cujas vendas estão subindo. Vender a Volvo e a Mercury deixaria a Ford com apenas duas linhas, a Ford e a Lincoln, mais uma participação de controle na Mazda Motor Corp.

Em comparação, a GM está mantendo suas oito marcas. A Chrysler, uma empresa bem menor, ainda está decidindo como posicionar suas três.

“Este é um exemplo clássico de como se pode encolher para crescer”, diz Peter Nesvold, analista da Bear Stearns. Mulally “está tomando muitas decisões difíceis num ciclo de baixa, o que deve beneficiar a empresa quando eles entrarem na próxima fase de alta.”

A reestruturação da Ford ainda pode perder força. A alta do petróleo, os problemas do mercado de crédito em Wall Street e o declínio do setor imobiliário residencial dos Estados Unidos também estão prejudicando as vendas de veículos. Este ano, as vendas anuais podem chegar ao nível mais baixo em mais de dez anos, segundo a J.D. Power & Associates.

E embora a Ford esteja bem agora com o pequeno utilitário esportivo Edge, o sedã Fusion e o Focus, os compradores de carro podem ser volúveis. Poucos anos atrás, a Chrysler teve grande sucesso de vendas com o sedã 300, com um poderoso motor de oito cilindros, mas o charme do carro se esvaneceu à medida que o preço da gasolina passou dos US$ 0,79 por litro nos EUA, um valor bastante alto pelos padrões históricos.

Além disso, a Ford ainda precisa da cooperação do sindicato de metalúrgicos United Auto Workers para substituir empregados antigos por novos contratados com salários menores.

Mesmo assim, Mulally, de 62 anos, conseguiu melhorar os resultados durante o período de maior retração nas vendas de veículos nos EUA em mais de dez anos, ao mesmo tempo em que mudou o mix da Ford, reduzindo a importância de picapes e utilitários esportivos beberrões de combustível. Em 2004, 70% das vendas da empresa foram representadas por aqueles tipos de veículos; em março último, o número foi de 43%.

Mulally chegou à Ford vindo da Boeing, a fabricante de aviões, onde ele havia passado toda sua carreira. Por duas vezes a Boeing o preteriu para a presidência executiva, apesar do trabalho dele na reabilitação da divisão de aviões comerciais, tomando emprestado idéias de eficiência da Toyota.

No segundo semestre de 2006, os problemas da Ford estavam aumentando. William C. Ford Jr., o presidente então, decidiu que a montadora precisava de um novo diretor- presidente. Um dos membros do conselho da Ford sugeriu Mulally.

Um grande motivo do problema da Ford logo ficou claro para o novo diretor-presidente. A Ford, como a GM e a Chrysler, lucrou muito com caminhonetes nos anos 90, mas cedeu terreno às montadoras japonesas em carros de passeio. A Ford tinha apenas um carro menor, o Focus, em comparação com seis da Toyota.

Mulally também se espantou ao descobrir que as várias operações regionais da Ford atuavam independentemente uma da outra. Depois de uma análise de desenvolvimento de produto, ficou sabendo que a Ford monta dois Focus, com peças diferentes, dependendo do mercado — um esportivo, que vende bem na Europa, e uma versão mais barata e simples nos EUA.

Mulally acelerou o plano de reestruturação da Ford, reduzindo entre outras coisas as grandes vendas com baixas margens de lucro para frotas de locadoras. A medida era arriscada e faria a participação de mercado da montadora cair abaixo de 15%. Mas Mulally queria que a participação de mercado da Ford atingisse seu “nível natural” — o volume no qual os carros são vendidos sem grandes descontos. “Não me importa qual seja o nível da participação de mercado”, afirma Mulally. O objetivo é “voltar à rentabilidade”.

Exportadores


O gráfico mostra os maiores exportadores do mundo (Fonte: aqui). Em primeiro lugar, a Alemanha, com 9,5% do comércio mundial. Depois China, Estados Unidos e Japão.

Regras ou Princípios

Em Parsing Paulson, James Surowiecki (New Yorker, 28/04/2008) (autor de Sabedoria das Multidões, aqui postagem anterior) faz uma comparação interessante entre a filosofia baseada em regras (contabilidade norte-americana) e a baseada em princípios (contabilidade do Iasb). A contabilidade baseada em regras seria como o football, que possui muitas regras que limita o que os jogadores podem fazer ou não no campo. Já a contabilidade baseada em princípios corresponde ao soccer (nosso esporte bretão), onde existem poucas regras e o juiz tem autoridade para interpretar durante o jogo. Por exemplo, o juiz pode determinar, ao final do jogo, acréscimos no tempo baseado no seu julgamento.

"A experiência européia sugere que o sistema baseado em princípios tem virtudes reais. Ele pode tornar a vida mais fácil para empresas honestas, que não precisam gastar muito tempo estudando regras complexas, e também frustar os desonestos já que os reguladores irão gastas mais tempo olhando a substância, do que as minúcias do mau comportamento das empresas"

O autor conclui dizendo que

"O sistema baseado em princípios oferece potencial para regulação mais esperta - o tipo que ajuda o mercado a trabalhar mais eficientemente."

Plágio nas Revistas




Aqui mostra que a The Republic copiou a capa da Time, que por sua vez copiou da Newsweek, que inspirou em Pablo Picasso. Nada se cria, tudo se copia.

Passivo Atuarial de Furnas


Uma questão interessante sobre a contabilização do passivo atuarial

Aposentados contestam balanço de Furnas
Valor Econômico - 25/04/2008

A Associação dos Aposentados de Furnas (Após Furnas) entrou com ação na Justiça pedindo a reinclusão, no passivo de Furnas, de R$ 1 bilhão referente à dívida da empresa com o fundo de pensão dos funcionários, a Fundação Real Grandeza. O dinheiro que vinha sendo contabilizado como passivo até 2006 transformou-se em receita no ano passado. O valor vem de dois acertos de contas da patrocinadora com o fundo de pensão assinados em 2001 e 2003, com prazo para pagamento de 12 anos e que vêm sendo efetivados normalmente. (...)

A contabilização do dinheiro como receita foi providencial porque a estatal teve como resultado de serviços (venda de energia) um prejuízo de R$ 35,6 milhões em 2007, contra um ganho de R$ 748,8 milhões em 2006 nesta mesma rubrica.

O superintende de contabilidade e controle de Furnas, José Luiz Oliveira Aguiar, explicou que a medida foi adotada em 2007 porque foi quando a Fundação Real Grandeza apresentou ativo atuarial líquido positivo de R$ 24,3 milhões, contra um resultado negativo de R$ 149,5 milhões em 2006. "Levando-se em conta a Instrução 371 (2000) da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e as premissas atuariais da Real Grandeza, nós adequamos o balanço de Furnas dentro do que está estabelecido na regra e também ao que foi adotado pelo sistema Eletrobrás como um todo", informou Aguiar. "Para nós, isso está claro [no balanço]. A obrigação [de pagar] não sumiu, ela continua", frisou o superintendente de Furnas.

A regra da CVM dá duas opções às empresas: amortizar os ganhos ou perdas com fundo de pensão em diversas parcelas ou fazer o reconhecimento imediato. O mais comum é parcelar, já que evita a volatilidade no caso de oscilações muito expressivas nos déficits ou superávits.

"O reconhecimento dos resultados obtidos pelas 21 empresas investidas da Eletrobrás (...) impactou de forma positiva e determinante o resultado", diz uma nota que acompanha o balanço da empresa. O resultado, continua a nota, foi influenciado pelo reconhecimento do superávit das fundações patrocinadas pelas empresas do Sistema Eletrobrás, em cerca de R$ 1,2 bilhão, "com destaque para a Fundação Real Grandeza", que, isoladamente, contribuiu com R$ 1,1 bilhão. No passivo de curto prazo de Furnas aparecia, em 2006, o valor de R$ 137,6 milhões referentes a "entidade de previdência complementar" e no passivo de longo prazo a cifra era de R$ 942,3 milhões. Esses desaparecem do passivo em 2007, transformados em uma receita financeira de R$ 1 bilhão referente a "ajuste no passivo atuarial". Em nota explicativa do balanço, Furnas explica que aplicou a resolução da CVM. Mas os aposentados dizem que esse não é o caso, já que a dívida de R$ 1 bilhão seria um compromisso financeiro.

Para um aposentado que prefere não ser identificado, esse valor é resultado dos contratos com a Fundação Real Grandeza para pagamentos de dívidas não-atuariais, que originalmente eram cálculos atuariais e que, no momento em que foram calculados e estipulados, se transformaram em compromisso, uma dívida. Por isso, o valor não poderia ser enquadrado na regra da CVM. Para Tânia Vicente, a empresa não pode se apropriar de um patrimônio que pertence a 10 mil funcionários na ativa e aposentados. A Eletronuclear também fez a mesma leitura sobre seus passivos com a Real Grandeza.