02 agosto 2022
Empresas Chinesas na bolsa dos EUA: impasse ainda persiste
As muitas maneiras de avaliar o meio-ambiente
Existem mais de 50 maneiras de valorizar o meio ambiente, mas a maioria das pesquisas e políticas se concentra em apenas alguns métodos. Isso inclui contar espécies e avaliar o custo da substituição de um serviço prestado por natureza. No entanto, avaliar a natureza em termos puramente monetários também pode ser prejudicial às pessoas e ao meio ambiente (1), de acordo com a maior avaliação mundial da avaliação ambiental.
“A formulação de políticas desconsidera amplamente as múltiplas maneiras pelas quais a natureza é importante para as pessoas”, especialmente os indígenas e as comunidades de baixa renda, diz o relatório do Painel Intergovernamental de Políticas Científicas sobre Serviços de Biodiversidade e Ecossistemas (IPBES).
Por exemplo, em propostas de barragens hidrelétricas, as necessidades das comunidades afetadas são frequentemente vistas como secundárias (2) às dos consumidores urbanos - especialmente se as comunidades precisam ser deslocadas, resultando em pessoas perdendo meios de subsistência e sendo obrigadas a mudar seu modo de vida, o relatório encontra.
A falha mundial em avaliar adequadamente a biodiversidade causou um declínio a longo prazo em uma variedade de serviços que o meio ambiente fornece, disse Anne Larigauderie, ecologista que lidera o secretariado do IPBES em Bonn, Alemanha, no lançamento do relatório em 11 de julho. "A capacidade de polinizar as culturas ou regular a água está em declínio há 50 anos", disse ela.
Há fortes evidências de que avaliar a natureza com base nos preços de mercado está contribuindo para a atual crise da biodiversidade, disse Unai Pascual, economista do Centro Basco de Mudanças Climáticas em Leioa, Espanha, no lançamento em Bonn. "Muitos outros valores são ignorados em favor do lucro e do crescimento econômico a curto prazo", acrescentou Pascual, que co-presidiu a avaliação.
Um resumo para os formuladores de políticas foi aprovado por 139 governos em 8 de julho. Espera-se que o relatório completo de avaliação seja divulgado antes da Conferência das Partes da Convenção das Nações Unidas sobre Diversidade Biológica, que ocorre em Montreal, Canadá, em dezembro. Espera-se que os delegados desta reunião cheguem a acordo sobre um novo conjunto de metas e indicadores para a conservação da biodiversidade.
Estudos da natureza
Oitenta e dois pesquisadores de todo o mundo, com áreas de especialização em ciências, ciências sociais e humanas, identificaram 79.000 estudos em avaliação ambiental e descobriram que seu número vem aumentando 10% ao ano há 4 décadas. Mas poucos desses estudos são adotados pelos formuladores de políticas. Os pesquisadores selecionaram 1.163 dos estudos para uma revisão aprofundada e descobriram que apenas 5% desses casos eram recomendações adotadas pelos tomadores de decisão.
Metade dos estudos selecionados para uma revisão aprofundada utilizou indicadores biofísicos, como número de espécies ou quantidade de biomassa florestal. Outros 26% usavam indicadores monetários, como quanto custaria se a polinização precisasse ser realizada por seres humanos ou os valores que os governos pagam aos agricultores para conservar a biodiversidade em terras agrícolas.
Apenas um quinto dos estudos valorizou a biodiversidade de acordo com critérios socioculturais. Aqueles que incluíram estudos sobre a importância para as pessoas de um local sagrado e pesquisas sobre o valor que alguém atribui ao local onde cresceram. Os valores socioculturais não têm necessariamente uma quantidade numérica ou preço. O valor dos locais sagrados não precisa ser transformado em dólares, ou euros, disse o co-autor do IPBES, Sander Jacobs, ecologista do Instituto de Pesquisa da Natureza e Florestas de Bruxelas, no lançamento do relatório.
Os autores do relatório descobriram que a maioria dos estudos não considera vários valores, mesmo quando as evidências mostram que isso leva a melhores resultados para o meio ambiente. A equipe descobriu que poucos cientistas consultam ou envolvem as pessoas que vivem e trabalham em regiões de alta biodiversidade. Apenas 2% dos estudos revisados em profundidade relataram ter feito isso. E apenas 1% envolveu pessoas em todas as etapas, desde a criação de um estudo até a publicação. "O envolvimento das partes interessadas é principalmente básico, incluindo as partes interessadas como provedores de dados e informações", diz o relatório.
“Precisamos construir coalizões de cientistas de diferentes disciplinas. Mas a ciência também precisa de aliados ”, diz Pascual. “Os cientistas precisam ser humildes e convidar aqueles que representam outras maneiras de conhecer. Essa coalizão poderia fornecer uma abordagem orientada a soluções para a biodiversidade e as crises climáticas."
Fonte: Nature
(1) grifo do blog. Parece importante e contradiz o senso comum que devemos mensurar para gerenciar.
(2) aqui parece que o problema não está no método, mas na forma como é empregado. O negrito a seguir é do blog
Twitter e Musk
O gráfico da Statista conta a história recente do processo de aquisição do Twitter por parte de Elon Musk
Desde que o principal acionista da Tesla anunciou que pretendia comprar e fechar o capital do Twitter, as ações da Tesla e do Twitter sofreram variações com as notícias. Quando o bilionário fez uma pausa na aquisição, as ações caíram. Isto foi em maio. A aprovação do processo não fez recuperar o preço.Meta longe do valor máximo
Eis a evolução das ações da empresa Meta (ou Facebook). De um valor de 380 por ação, em 2021, a ação chegou a 160, o mesmo valor de 2020. Em termos de valor de mercado total, a empresa viu desaparecer 650 bilhões de valor em dez meses.
Na sexta a empresa deixou de estar entre as dez maiores por valor de mercado dos Estados Unidos:
Desonestos, seleção e persistência da corrupção
A questão da desonestidade é cara no setor público. Diversos estudos mostraram que isto também pode estar vinculado a chance de ser funcionário público. Em países como a Dinamarca, ser funcionário público é destinado as pessoas honestas. Eis a ideia:
La noción de que se pueden generar círculos viciosos o virtuosos es consistente con evidencia empírica que muestra que hay una relación inversa entre el nivel de corrupción en el sector público de un país y la integridad de quienes se interesan por la función pública. En India, donde existe la percepción de que la corrupción es un fenómeno extendido, estudiantes universitarios más deshonestos muestran mayor interés en ser funcionarios públicos (Hanna y Wang, 2017). En Dinamarca, país caracterizado por la baja percepción de corrupción, son los individuos más íntegros los que manifiestan una mayor preferencia por un empleo en el sector público (Barfort, Harmon, Hjorth y Olsen, 2019).
La idea de que las rentas de la corrupción pueden atraer a la función pública a individuos más proclives a incurrir en actos corruptos no es nueva (Besley, 2005), pero la evidencia empírica escasea por la dificultad de hacer una estimación causal de esta relación. Esta estimación requiere i) tener una medida de integridad a nivel individual y ii) contar con una variación exógena en la disponibilidad de puestos de trabajo con y sin oportunidades de extracción de rentas.
A grande questão é que o processo seletivo dever levar em consideração a luta contra a corrupção. A melhoria da contratação passa por levar em consideração o passado de honestidade de uma pessoa:
Los resultados también son relevantes para las políticas de lucha contra la corrupción, pues sugieren que i) es importante tener en cuenta los posibles efectos sobre la selección a la hora de diseñar normas e incentivos en una organización (como se advierte aquí), y ii) la mejora de las prácticas de contratación del sector público (como las analizadas aquí y aquí) debería ser un foco central de la reforma en los lugares donde se percibe que la corrupción es frecuente.
Congresso de História em Portugal
Irá realizar-se em Coimbra (26 Novembro, 2022 - Sábado) em regime híbrido uma jornada de história da contabilidade organizada pela Associação Portuguesa de Técnicos de Contabilidade (APOTEC) e pelo ISCAC-Coimbra Business School. Este congresso ocorre no âmbito das comemorações do 45.º aniversário da APOTEC.
A submissão de trabalhos está aberta, conforme o seguinte documento: https://www.apotec.pt/fotos/editor2/45_anos/programa_pt.pdf
Miguel Gonçalves, ISCAC | Coimbra Business School.
01 agosto 2022
Shakira e o fisco
Shakira, a cantora colombiana, está sendo processada por conta de uma dívida de 14,5 milhões. Este valor refere-se a imposto no período entre 2012 e 2014. A cantora recusou um acordo e por isto a dívida aumentou, de 14,5 para 24 milhões. Ela nega a irregularidade e seus representantes dizem que a cantora está tendo seus "direitos violados" (sic).
O problema é que a justiça espanhola afirma que no período Shakira morou na Espanha e deve impostos. Mas a cantora nega, mesmo diante da evidência que comprou uma casa em Barcelona. Sua fortuna é estimada em 300 milhões, então o valor da multa não é tão elevada assim. (Foto: aqui)
Educação Financeira no Brasil
O resumo é bem confuso:
Em 2011, foi realizada a análise de impacto de um programa de educação financeira abrangente para o ensino médio por meio de um RCT (randomized control trial) com 892 escolas em seis estados brasileiros. Usando dados administrativos, este artigo acompanha aproximadamente 16,000 [16 mil] estudantes ao longo dos nove anos seguintes ao programa. Os resultados de curto prazo indicavam que os alunos o [do] grupo tratamento utilizavam crédito caro e atrasavam pagamentos. Entretanto, nos resultados de longo prazo, esses alunos tiveram menor probabilidade que os alunos do grupo de controle de tomar créditos com juros altos e de apresentarem atrasos. Os alunos do grupo tratamento também tiveram maior probabilidade de serem microempreendedores individuais e menor probabilidade de estarem formalmente empregados.Relevância do TCU nos anos recentes
Esta pesquisa teve por objetivo investigar a transformação no Tribunal de Contas da União (TCU), um órgão que, após mais de 100 anos exercendo um papel secundário, tornou-se determinante para as políticas públicas no século XXI. A pergunta central da pesquisa é: que mecanismos causais explicam os processos de mudança institucional observados no TCU – e, subsidiariamente, no subsistema da política de controle – entre 1988 e 2018? (...) A principal fonte de dados empíricos foram os Relatórios e Pareceres Prévios do TCU sobre as contas do presidente da República, documentos virtualmente inexplorados em trabalhos de ciência política. Foram usados também os Relatórios Anuais de Atividades do TCU. Juntos, esses documentos somam mais de 14 mil páginas. (...) Os resultados do primeiro e do segundo ensaios apontaram indícios relevantes da incidência dos mecanismos de aprendizado político, consequência funcional, dependência da trajetória e feedback positivo. Quanto a mudanças graduais, houve fortes indícios da presença dos mecanismos de conversão e de sobreposição. Outros dois fenômenos detectados foram isomorfismo e viés de accountability. y. Já o terceiro ensaio sugere que os determinantes da explosão de auditoria propostos na teoria estavam presentes no Brasil, porém em formas, tempos e intensidades bem diferentes do Reino Unido e dos Estados Unidos. Sugere ainda um importante ponto de divergência: a centralidade da corrupção, no caso brasileiro, para o processo de expansão do controle – algo que não está presente na teoria. Mais do que investigar os tipos de mecanismos por trás da transformação no TCU e no subsistema da política de controle, o estudo da mudança institucional empreendido nesta tese ajuda a desvendar processos políticos (de disputa por poder e autoridade) envolvendo agentes (individuais e coletivos) e estruturas. (...)
Da tese de doutorado de Patrícia Vieira . Acho que os aspectos mais relevantes estão no final do trabalho:
Com o passar do tempo há indícios de aumento das capacidades do TCU, que passou a produzir Relatórios e Pareceres Prévios mais críticos no período FHC (1995-2002). O Tribunal começou a trazer recomendações de outras fiscalizações para dentro dos Relatórios e Pareceres Prévios, e a levar recomendações desses últimos para outras fiscalizações, entrelaçando seus instrumentos e tornando todos mais impositivos. Além e fazer recomendações com status de determinações, o TCU começou a fazer recomendações em auditorias de desempenho, e a ampliar seu rol de controlados – tudo isso viabilizado por mecanismos graduais de conversão (nos primeiros dois casos) e sobreposição (no terceiro caso).
Na era Lula (2003-2010), o TCU demonstrou maior nível de maturidade e organização na apreciação das contas residenciais, com posturas ainda mais críticas. Aumentou o entrelaçamento entre os instrumentos do Tribunal. Foram ampliadas a quantidade de auditorias operacionais, e as áreas de políticas públicas cobertas. Foi nesse período que o TCU deu início à edição de instruções normativas que ampliavam o alcance de seu controle, via mecanismo de sobreposição. Os mecanismos graduais do estágio anterior se mantiveram funcionando.
No governo Dilma (2011-2016), os mecanismos de mudança gradual presentes nos estágios anteriores também se fizeram presentes. Naquele momento, o TCU parecia sentir-se à vontade na ativação desses mecanismos. E também apresentava muito mais desenvoltura nos seus Relatórios e Pareceres Prévios sobre as contas presidenciais. Ao rejeitar as contas de 2014, mostrou destreza no uso de regras, práticas e narrativas para justificar sua decisão.
No governo Temer (2017-2018), a despeito de aparentemente continuarem incidindo todos os mecanismos de conversão e de sobreposição dos estágios anteriores, o TCU sofreu alguns revezes. Viu falhar (em parte) sua tentativa de criar atribuições para si mesmo nos acordos de leniência por sobreposição. A CGU acionou o STF contra a instrução normativa que o Tribunal havia sobreposto à Lei Anticorrupção para ter mais poderes sobre os acordos de leniência. E o Supremo concedeu liminar favorável à AGU.
Esse episódio realça algumas das disfunções do subsistema, como a competição exagerada entre controladores e, principalmente, a sobreposição de atribuições entre os órgãos de controle. Para completar, apesar da oposição do TCU, foi aprovada a nova LINDB, que retirou algumas das amarras impostas pelos controladores à atuação dos gestores públicos.
O mais interessante vem agora:
Ao longo de todos os cinco estágios descritos acima, o TCU difundiu narrativas sobre a importância do combate à corrupção e do bom uso dos recursos públicos, colocando o Tribunal como a organização capaz de garantir ambos (e o Poder Executivo muitas vezes como, no mínimo, incompetente). Com o passar do tempo, essas narrativas foram complementadas por outras sobre a eficiência do próprio TCU, e sobre seu papel no aprimoramento das políticas públicas, inclusive em processos decisórios. Tais narrativas apareceram nos documentos analisados não só em forma de texto, mas também de imagens que destacam a organização, a eficiência e o status do TCU e de seus membros.
Uma das maiores curiosidades do primeiro ensaio foi mostrar o TCU se comportou tanto como agente oportunista quanto como agente subversivo
Política e Mídia Social
O trabalho foi realizado no Brasil e focou na expansão da mídia social. O abstract:
We study the relationship between the spread of social media platforms and the communication and responsiveness of politicians towards voters, in the context of the expansion of Facebook in Brazil. We use self-collected data on the universe of Facebook activities by federal legislators and the variation in access induced by the spread of the 3G mobile phone network to establish three sets of findings: (i) Politicians use social media extensively to communicate with constituents, finely targeting localities while addressing policy-relevant topics; (ii) They increase their online engagement, especially with places where they have a large pre-existing vote share; but (iii) They shift their offline engagement (measured by speeches and earmarked transfers) away from connected municipalities within their base of support. Our results suggest that, rather than increasing responsiveness, social media may enable politicians to solidify their position with core supporters using communication strategies, while shifting resources away towards localities that lag in social media presence.
O último parágrafo da conclusão é desanimador:
With those caveats in mind, our evidence provides additional reasons to be skeptical of positive effects of social media on political accountability, even leaving aside concerns with “fake news” or misinformation that have become widespread in recent years. Social media can empower politicians relative to voters, and make them overall less responsive as a result.
Risco de Default
A Bloomberg classificou o Brasil como o 11o. em termos de risco de default. A figura acima é um extrato, mostrando que estamos melhor que Ucrânia, Argentina, El Salvador (maior risco e que adotou Bitcoin no passado). Mas pior do que Costa Rica, Equador, Turquia entre outros.
Mas é estranho, pois a taxa de juros interna não é alta, o seguro da dívida está abaixo de 300 pontos (a média dos países com melhor classificação que o Brasil é de 757 pontos). O que pesa contra: despesa financeira em relação ao PIB e a dívida do governo.
Escrita científica piorou?
A linguagem científica deveria ter pouco adjetivo e advérbio. Mas parece que isto não aconteceu, entre 1969 a 2019. Writing in a clear and simple language is critical for scientific communications. Previous studies argued that the use of adjectives and adverbs cluttered writing and made scientific text less readable. The present study aims to investigate if the articles in life sciences have become more cluttered and less readable across the past 50 years in terms of the use of adjectives and adverbs. The data that were used in the study were a large dataset of 775,456 scientific texts published between 1969 and 2019 in 123 scientific journals. Results showed that an increasing number of adjectives and adverbs were used and the readability of scientific texts have decreased in the examined years. More importantly, the use of emotion adjectives and adverbs also demonstrated an upward trend while that of nonemotion adjectives and adverbs did not increase. To our knowledge, this is probably the first large scale diachronic study on the use of adjectives and adverbs in scientific writing. Possible explanations to these findings were discussed.
Transformação digital
The increasing digitalization of economies has highlighted the importance of digital transformation and how it can help businesses stay competitive in the market. However, disruptive changes not only occur at the company level; they also have environmental, societal, and institutional implications. This is the reason why during the past two decades the research on digital transformation has received growing attention, with a wide range of topics investigated in the literature. The following aims to provide insight regarding the current state of the literature on digital transformation (DT) by conducting a systematic literature review. An analysis of co-occurrence using the software VOSviewer was conducted to graphically visualize the literature’s node network. Approached this way, the systematic literature review displays major research avenues of digital transformation that consider technology as the main driver of these changes. This paper qualitatively classifies the literature on digital business transformation into three different clusters based on technological, business, and societal impacts. Several research gaps identified in the literature on DT are proposed as futures lines of research which could provide useful insights to the government and private sectors in order to adapt to the disruptive changes found in business as a result of this phenomenon, as well as to reduce its negative impacts on society and the environment.
Religiosidade e Gerenciamento de Resultado
eis uma pesquisa muito interessante: religiosidade e gerenciamento de resultado.
A literatura internacional aponta evidências da relação entre religiosidade e os tipos de gerenciamento de resultados em países não adotantes das International Financial Reporting Standards. Diante disso, o objetivo do estudo é investigar a associação entre a religiosidade e o gerenciamento de resultados, em um país adotante das normas internacionais. O gerenciamento de resultados foi estimado por meio dos accruals e das atividades reais para uma amostra de 122 companhias listadas na Brasil, Bolsa, Balcão no período de 2010 a 2017. A religiosidade correspondeu ao percentual de pessoas que declararam possuir religião no município da sede da empresa. Por meio de regressão pelo método Ordinary Least Squares, com dados em painel, verificou se que a religiosidade está negativamente associada ao gerenciamento de resultados por meio dos accruals e positivamente associada ao gerenciamento de resultados por meio das atividades reais. Esse resultado pode ser explicado pela aversão ao risco, norma social utilizada na literatura para caracterizar os religiosos. Em ambientes religiosos, portanto com maior aversão ao risco segundo essa literatura, o gestor tenderia a utilizar mais o gerenciamento de resultados por meio das atividades reais e menos gerenciamento de resultados por meio dos accruals em função do risco de detecção por auditores e órgãos reguladores. A pesquisa contribui com a expansão do entendimento dos aspectos delineadores da qualidade da informação contábil, sob a vertente do gerenciamento de resultados, bem como incrementa as pesquisas sobre gerenciamento de resultados, ao indicar a religiosidade como variável adicional nos modelos. A medida de religiosidade é uma limitação do estudo, pois a declaração dos respondentes pode diferir da prática e a medida também está sujeita a variações por bairro ou regiões, em empresas localizadas em municípios maiores.
Santos, S. M., Lemes, S., & Almeida, N. S. (2022). Evidências do impacto da religiosidade no gerenciamento de resultados no Brasil. Revista de Contabilidade e Organizações, 16:e186587. DOI: http://dx.doi. org/10.11606/issn.1982-6486.rco.2022.186587
Trecho da tabela 4, com os principais resultados, estão a seguir:
26 julho 2022
Nudge não é efetivo
Resumo:
Thaler and Sunstein’s “nudge” (1) has spawned a revolution in behavioral science research. Despite its popularity, the “nudge approach” has been criticized for having a “limited evidence base” (e.g., ref. 2). Mertens et al. (3) seek to address that limitation with a timely and comprehensive metaanalysis. Mertens et al.’s headline finding is that “choice architecture [nudging] is an effective and widely applicable behavior change tool” (p. 8). We propose their finding of “moderate publication bias” (p. 1) is the real headline; when this publication bias is appropriately corrected for, no evidence for the effectiveness of nudges remains (Fig. 1)
Fonte: aqui
16 julho 2022
Dia Mundial do Emoji
Parece que temos o Dia Mundial do Emoji. Dia 17 de julho. E o Consórcio responsável por regular os "emojis" - existe esta entidade, denominado Unicode - está decidindo que novas figuras serão lançadas em 2023 nos celulares. Com as figuras já existentes, o número deve chegar perto dos 3.500. O destaque será o coração da cor rosa.
Será que algum dia veremos as figuras nas demonstrações contábeis?14 julho 2022
Dez conselhos ruins em finanças pessoais
Gostei deste artigo, do El Blog Salmon. Fiz algumas leves adaptações. A maioria das pessoas não tem um euro miserável economizado, entre outras razões, porque faz as coisas ao contrário. A péssima educação financeira neste país é parcialmente responsável por isso.
De certa forma, hoje vou falar sobre ela. Eu vou analisar dez conselhos financeiros socialmente aceitos que, na minha humilde opinião, não têm pés nem cabeça.
Garanto-lhe que, se você os seguir à risca, mais cedo ou mais tarde, acabará tendo problemas financeiros.
1 "Economize 10% do seu salário."
O sistema público de pensões está matematicamente quebrado.
Você pode gostar mais ou menos, mas é um fato: sua pensão e a minha serão simbólicas, um cocô de vaca.
E não espere que alguém venha resolver o problema. O plano B subtrai votos e nenhum político ousará executá-lo.
Como problemas adicionados: todos os anos há mais e mais impostos; a expectativa de vida está aumentando; e a inflação pode ficar conosco por várias décadas.
Então eis que aparece um "ser de luz que anda nas águas" e, a partir de seu púlpito do guru financeiro, ele recomenda "economizar 10% do seu salário todos os meses.".
Apenas 10%? Está brincando? Com isso você está a caminho da ruína; as contas não batem. Você tem que se esforçar mais; você tem que economizar mais.
E se você quiser obtê-lo sem vender sua alma ao agiota, você terá que se concentrar em ganhar mais dinheiro.
Não há teto e lembre-se: ganhe o que puder agora, tente ganhar um pouco mais.
2 "Apenas sua paixão"
Para ganhar mais dinheiro, alguns decidem seguir sua paixão.
Ter paixões injeta um molho picante na vida. Todos devem ter pelo menos uma paixão.
Agora, tentar monetizar sua paixão obsessivamente até que ela se torne o epicentro financeiro de sua vida parece um erro para mim.
Quando eles lhe dizem que "estude o que você gosta" ou "trabalhe no que você ama até que seus sonhos se tornem realidade", respire fundo e engula saliva.
Se sua paixão não estiver alinhada com os interesses do mercado, você corre o risco de colocar jogar fora vários anos da sua vida.
Não persiga sua paixão, o que você precisa perseguir é dinheiro.
3 "Saia da sua zona de conforto."
Esta pequena frase se espalhou mais rápido que a foto "de você sabe quem" do Whatsapp e causou muitos danos à cabeça.
Se você está mais ou menos bem estruturado e chegou a um ponto em que desfruta de uma boa qualidade de vida, deixar sua zona de conforto é completamente ridículo. Não faz sentido.
Meu conselho é esse tente melhorar gradualmente sua zona de conforto (que é infinitamente mais fácil do que criar uma nova zona de conforto) até transformá-la em um nirvana de conforto.
Mas, por favor, não pule de uma zona de conforto para outra zona de conforto como se estivesse com em um parquinho. Você vai ficar tonto, mais do que qualquer outra coisa.
4 "A universidade é inútil"
Não vou enganá-lo, mesmo eu (que tenho um diploma universitário e pós-graduação) cometi o erro de dizer o seguinte:
"Li inivirsidid ni sirvi piri nidi"
Você vai ver.
Hoje, as universidades se tornaram máquinas de venda automática por diplomas. Eu acho que até aqui todos concordamos.
Você insere 4 anos de sua vida e alguns milhares de euros para o slot e, em troca, obtém um papel que justifica que você sabe muito sobre o seu.
Assinado: o rei.
Mas todos sabemos que o atual modelo universitário está desatualizado e que a maioria dos diplomas é pior do que negociar com 4 telas.
Contudo, a realidade nos dá duas dicas:
A taxa de desemprego para estudantes universitários é muito menor que a taxa de desemprego para estudantes não universitários. Com poucas exceções, o salário médio dos estudantes universitários é superior ao salário médio dos estudantes não universitários. A faculdade também serve a qualquer coisa? Ao contrário da minha opinião (e talvez a sua também), em geral, a resposta é sim.
5 "Leia todos os livros que puder."
Não me interpretem mal, mas a leitura excessiva pode ser absurda.
De vários livros lidos sobre um tópico, ler um pouco mais não adiciona nada. Só levará tempo para algo muito mais importante: agir.
Pense nisso.
Certamente, em algum momento de sua vida, você ficou obcecado em ler livros sobre finanças, investimentos, negócios, estilo de vida ... Você não terminou um e já está pensando em ler o próximo.
Livro, livro, livro, livro ... E colocando no Twitter que você tem 11 livros lidos em 7 meses.
Pare, cara, pare. Você lê para aprender a investir, mas não investe? Você lê para aprender a empreender, mas não se compromete? Você lê para se tornar o proprietário do seu tempo, mas passa quatro horas por dia na frente de um livro?
Talvez você devesse leia menos e faça mais. Lembre-se: Você não aprende sexo lendo o kamasutra.
6 "Investir é para especialistas"
Este foi pressionado até mim e que, como eu estava dizendo, tenho um artigo assinado pelo rei, no qual ele diz que sei muito sobre economia.
Antes da internet, investir era difícil ou muito difícil.
Você tinha que confiar no banco ou em um consultor financeiro para o seu inimigo. E, na maioria das vezes, você não tinha absolutamente nenhuma ideia de para onde estava indo seu dinheiro.
Felizmente, para você e eu, os tempos mudaram. Hoje qualquer um pode:
Aprenda o que é necessário; invista com bom senso no Princípio de Pareto: você não precisa aprender 100%, 20% é suficiente para você. Comece a investir com bom senso. Você só precisa perder o medo. Decida fazê-lo. O mais difícil é dar o primeiro passo.
"Investir é para especialistas" não é mais difícil, e eu vou girar com o próximo ponto.
7 "Investir é jogar"
Para ganhar 25% de rentabilidade anual, você deve apostar; para obter uma lucratividade semelhante à do mercado, você precisa investir.
Tenha cuidado, jogar (ou especular) não precisa ser ruim por si só se você o fizer conscientemente e conhecer os riscos.
Você deseja obter alta rentabilidade em pouco tempo? Então você não quer comprar um fundo indexado. Você tem que jogar e tem que apostar. Você pode fazê-lo na bolsa, no cassino, no bingo ou com cavalos. Você também pode roubar uma van.
É a sua aposta.
Isso pode dar certo ou pode dar errado. Mas não confunda jogo com investimento. São coisas diferentes. Ouso dizer que são antônimos.
8 "Cryptomonedas são o futuro"
Sobre investimentos, uma subseção.
Comprar a ideia de que as criptomoedas são o futuro e que você precisa investir nelas e pisar como se não houvesse amanhã parece um pouco imprudente para mim.
Milhares de jovens que não sabem diferenciar um blockchain de um pacote de Marlboro e falam de dinheiro fiduciário e políticas monetárias como se tivessem acabado de passar por um mestrado na Harvard Business School, quando a realidade é que eles não têm ideia.
Vamos enfrentá-lo não temos uma bola de cristal mágica. Portanto, nem você nem eu nem mais ninguém podemos ter certeza se as criptomoedas serão ou não o futuro.
Isso significa que devemos ignorá-los como se fossem uma cerveja não alcoólica? Não, isso não significa isso. Isso significa que você precisa saber como medir riscos.
9 "Boa dívida será sua alavanca."
O argumento para uma boa dívida (entendida como a ajuda para comprar ativos com os quais obter renda) tem um rastro de cadáveres por trás.
Comprar um apartamento hipotecário e alocá-lo para alugar pode ser uma boa ideia se você fizer isso com a cabeça. Os inquilinos pagarão a hipoteca e as despesas e você receberá um benefício passivo todos os meses. Em 20 anos, o apartamento será pago e quase todo o aluguel se tornará um benefício.
Um negócio infernal que o banco pagou a você.
Agora repita a operação com 5 ou 10 andares e você terá 5 ou 10 rendas passivas. Uma boa dívida fará de você um milionário. Ou talvez não.
5 ou 10 hipotecas equivale a 5 ou 10 problemas potencialmente importantes que podem literalmente falir com você.
Meu conselho? Não exagere e tenha cabeça e tenha muito cuidado com dívidas.
10 - "Trabalhe duro e fique rico"
Se você deseja criar seu próprio império a partir do zero absoluto, terá que trabalhar muito por alguns anos de sua vida. Não serei eu quem dirá o contrário. Não há truques de mágica.
Agora, transformar o trabalho duro no motor da sua vida é uma besteira que não o levará a lugar algum. Só no hospital com um ataque de ansiedade. Ou, pior ainda, com um ataque cardíaco.
E não é isso que queremos.
Se você quiser ganhar macarrão de verdade você terá que parar de trocar tempo por dinheiro Trabalhar uma hora e cobrar uma hora não fará de você um milionário. Seu tempo é limitado.
Juros compostos não se aplicam apenas a investimentos. Aplica-se a tudo na vida, incluindo a renda gerada pelo trabalho.
Até então, um grande abraço. Nudista investidor
Grupos versus indivíduos
El 13 de marzo de 1964, Kitty Genovese fue apuñalada frente a su casa en Queens, Nueva York. Las autoridades estimaron que al menos 38 personas presenciaron el ataque desde sus ventanas y, sin embargo, ninguno de ellos llamó a la policía ni a una ambulancia (ver aquí otra versión de la historia). Kitty murió a causa de las heridas una hora más tarde. Mientras que los medios explicaban la falta de ayuda utilizando conceptos como “apatía”, “alienación” o incluso “indiferencia”, los psicólogos Darley y Latané argumentaron que probablemente nadie ayudó porque todos esperaban que otra persona lo hiciera. Utilizando dos experimentos, demostraron que la gente tiende a ayudar menos cuando creen que otra gente está presente. Definieron este fenómeno como el Bystander Effect (o efecto espectador).
Desde entonces, centenares de experimentos han replicado estos resultados, efectivamente demostrando que, en la mayoría de las situaciones, la gente es menos propensa a ayudar cuando hay otra gente presente que cuando están solos (aquí y aquí). Sin embargo, el hecho de que las personas ayuden menos cuando están en un grupo no significa que sea más probable recibir ayuda de una persona sola que de un grupo. Por ejemplo: si la gente ayuda con un 50% de probabilidad cuando están solos y con un 40% de probabilidad cuando están junto a otra persona, la probabilidad de que alguien te ayude es de un 50% cuando una sola persona puede ayudarte, pero de un 64% cuando dos personas te pueden ayudar (pues cada una de las personas ayuda con un 40% de probabilidad). Así pues, si necesitas ayuda, ¿deberías preferir que una persona te pueda ayudar, o que un grupo de personas pueda ayudarte? ¿Habría Kitty recibido ayuda si en vez de 38 espectadores hubiera habido solo uno?
Empíricamente los resultados no están claros. En el último metaanálisis sobre el Bystander Effect, el 40% de los estudios encuentra que las “víctimas” reciben más ayuda cuando solo hay una persona que cuando hay un grupo, y el 60% de los estudios encuentra lo contrario.
O caso de Genovese tornou-se um parâmetro da discussão. Rutger Bregman, em Humanidade, mostra que há diversas incoerências na narrativa. Bregman é otimista com o ser humano.



















