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17 dezembro 2011

Retrospectiva pessoal

No clima de fim de ano, escrevo ouvindo uma ótima música de Natal (Baby, It’s Cold Outside).





O ano está em seus últimos suspiros e não há momento mais oportuno para que façamos um balanço de tudo! Eu vou começar com uma postagem com um bocado de viés: algumas das minhas postagens preferidas.

Fluxo de Caixa
Claro que a primeira vai ser a que participei a primeira vez aqui no blog, em março de 2007: um poema sobre o fluxo de caixa publicado originalmente em 1975 pela Publishers Weekly. Aqui.

Eu sempre pensava que era bom ter um lucro positivo,
Mas o banqueiro disse com voz ressoante: "Não.
Suas contas a receber são elevadas, crescendo cada vez mais em direção ao céu;
Suas perdas crescem. O que importa é o fluxo de caixa."
Ele repetiu: "Cuidado com o fluxo de caixa."


Melhore o seu potencial
A minha segunda preferida é a postagem do dia em que comecei oficialmente como colaboradora do blog. Eu avisei do viés! ;) Essa eu escrevi com base no blog de um professor muito comentado por aqui, o David Albrecht e as dicas que ele acumulou, ao longo da carreira, para que alunos de contabilidade melhorem o desempenho nas disciplinas do curso. Aqui.

8. Procure padrões: Após fazer boas anotações e ler o livro de forma crítica, você está em uma ótima posição para identificar padrões-chave. Comece enumerando os passos utilizados nas resoluções de problemas. Em seguida, utilize essa lista como guia e inicie a resolução de novas questões. Se você não conseguir completar o exercício com precisão com base nessa lista inicial, acrescente alguma mensagem explicativa ou pontos adicionais.


[E como essa acabou virando uma retrospectiva sobre mim, vou escolher mais duas das minhas postagens preferidas. Depois prometo uma lista sem viés, respaldada pelas estatísticas do blog e tudo mais].

Apontamentos com estilo
Não acho essa uma das minhas melhores postagens, mas curiosamente é a mais acessada. O interessante é que eu até voltei nela pra pegar um link para comprar uns itens pra minha irmã (isso mesmo sis, já imagine o que te espera no Natal). Eu também acabo comprando muitos caderninhos porque eu perco, canso, estraga... Mas há de chegar um dia em que descartarei um bloco de apontamentos simplesmente por tê-lo preenchido.

“Eu tive um professor que nos ensinou que deveríamos deixar um caderninho sempre a mão. Às vezes acordamos no meio da noite com uma ideia genial para a nossa dissertação! E então, na manhã seguinte, já não nos lembramos de nada. O professor pegou, à vista disso, o costume de anotar ideias a todo o momento. E isso pode acontecer quando você está conversando com alguém ou assistindo a um filme. O descanso é essencial, mas sabemos que nosso subconsciente continua trabalhando, aí vem lampejos de criatividade ou respostas tão procuradas, mas não temos como parar tudo e ir para o computador escrever.”.


Correlação entre hidratação dos cabelos e qualidade das pesquisas
Essa foi a postagem que mais me diverti escrevendo e a que mais comentam comigo pelos corredores da UnB. Acho ótimo quando me cobram outras na mesma linha! Ainda pretendo fazer uma para homens, mas a consultoria (a.k.a. meu amigo Luiz Fernando) está enrolada nesse fim de ano. Aguardemos.

“Deve existir correlação positiva entre a qualidade dos nossos cabelos e da nossa pesquisa. Mesmo que seja espúria.”.


E quanto ao seu divertimento e aprendizado? Qual a postagem do Contabilidade Financeira preferida por vocês?

16 dezembro 2011

Rir é o melhor remédio

O segredo da física

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Links

Contabilidade Pública

Ibama gasta mais do que arrecada nas multas

Mato Grosso deverá ser o primeiro a adotar a competência no setor público

Educação e Pesquisa

Super professores estão chegando e irão revolucionar o ensino

Aumenta o número de interessados em estudar física por conta do The Big Bang Theory

Professores não gostam de alunos criativos

Faltam doutores para pesquisa no Brasil

Normas Contábeis


FASB e IASB acham que é necessário um novo modelo de convergência

Fasb irá simplificar as normas do Goodwill

AICPA defende prioridade no Framework

CVM estende prazo de entrega das informações trimestrais

Auditoria

Walmart está investigando prática de corrupção no exterior (pode ser na Argentina)

KPMG do Brasil cresceu 22%

A propaganda que acabou com a Andersen

Estudo mostra que os auditores usam pouco as ferramentas de alta tecnologia na detecção de fraudes

Empresa Sino-Forest admite default

Desenho: Quando crescer

Teste 534

Ao transcrever os saldos existentes nos razonetes para o balancete de verificação notou-se que a soma dos débitos não correspondia a soma dos créditos. O balancete é o seguinte:


Você seria capaz de encontrar a diferença somente com estas informações? Sabe-se que existe somente um erro no balancete.

Resposta do Anterior: a) não considerou que existem as despesas para extrair o petróleo e que os valores são futuros e precisam ser trazidos a valor presente; b) 67 bi x 3% = 2 bilhões, que parece ser um valor mais razoável; c) 1,2 bilhões de reais ou 600 milhões de dólares (câmbio de 1,8)

Repetindo o erro

O gráfico abaixo é do New York Times (via aqui). Mostra os “problemas” (violações) das instituições financeiras no tempo.

Por exemplo, o Citigroup cometeu uma violação a uma lei de 1933 (fraude) no ano de 2000. Este problema se repetiu mais quatro vezes nos anos seguintes. (clique na imagem para ver melhor)


Novas Normas

A CVM aprovou novas normas para concessão e alterações no CPC 00 e CPC 26, sobre a estrutura conceitual e a apresentação das demonstrações contábeis.

Ouro da Venezuela

Em postagem anterior mostramos que a Venezuela pretendia transportar sua reserva de ouro existente no exterior para o país. A decisão de Chavez é um pouco irracional em razão dos riscos da operação e do seu custo elevado.

Um aspecto aventado pelo The Telegraph  que não tinha atentado: trazer o ouro para Venezuela pode ser interessante para aquele país caso seu governante esteja pensando em decretar a moratória. Em situações como esta, os emprestadores tentam obter a guarda, na justiça, de bens do país. Chavez estaria colocando a reserva de ouro do seu país longe das mãos dos emprestadores. Pelo que conhecemos deste governante, é possível.

Rodízio

Segundo notícia do Valor Econômico, o AICPA é contra o rodízio. Veja a notícia:

O conselho federal de contabilidade dos Estados Unidos (AICPA, na sigla em inglês) se posicionou contra o rodízio obrigatório de firmas de auditoria durante a atual audiência pública sobre o tema.


Em carta encaminhada ontem ao órgão americano que regula as auditorias (PCAOB, na sigla em inglês), o AICPA disse que a rotação tem mais potencial de prejudicar a qualidade da auditoria do que de melhorá-la, além de ser alternativa muito cara para as firmas.


“Parece que a justificativa da diretoria [do PCAOB] para rodízio é baseado numa suposição infundada de que o resultado das inspeções [do PCAOB nas firmas] são fruto de uma falta de objetividade e ceticismo profissional do auditor, e que isso poderia ser resolvido com o rodízio obrigatório”, escreveu o AICPA.


A rotação de auditorias também está em discussão na Comunidade Europeia (CE). No Brasil, a audiência pública sobre o tema foi encerrada no mês passado, com a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) exigindo a volta do rodízio obrigatório a partir do ano que vem.

Manipulação nas ações do Panamericano

A CVM identificou movimentações atípicas das ações do PanAmericano a partir de agosto de 2009, quando as negociações para o acordo estavam avançadas.


O que mais chamou a atenção das autoridades foi o súbito aumento do volume de negócios em agosto de 2009, três meses antes de a Caixa bater o martelo.

CVM apura vazamento na venda do PanAmericano para a Caixa

Marfrig

O clima ficou tenso durante reunião anual realizada pelo frigorífico Marfrig, dono da marca Seara, com analistas de investimentos, promovida na segunda-feira à tarde pela Apimec (Associação dos Analistas e Profissionais de Investimento do Mercado de Capitais).


O analista e sócio da casa de análise de investimentos Empiricus, Rodolfo Amstalden, questionou os gestores do Marfrig presentes ao encontro, incluindo o presidente do grupo, Marcos Antonio Molina dos Santos, sobre a contabilidade da empresa. A Empiricus já havia levantado dúvidas sobre o balanço apresentado pela companhia no fim de novembro.(...)


“Nós recomendávamos, sim, a compra de ações do Marfrig, mas isso até o terceiro trimestre. O balanço do terceiro trimestre foi o gatilho para que passássemos a investigar a empresa de perto”, disse Amstalden, para quem é natural que os analistas mudem de opinião. “Nós avaliamos as empresas com base nas informações que estão disponíveis”.


(...) Os gestores do Marfrig responderam que as suspeitas da Empiricus deviam-se, na verdade, à forma como a variação cambial é contabilizada no balanço das empresas no exterior, e que o impacto cambial explica as mudanças no patrimônio líquido das subsidiárias do grupo fora do País e nos estoques. O dólar se valorizou 19% em relação ao real entre o segundo e o terceiro trimestre.


Amstalden acredita que os executivos do Marfrig tentaram desmerecê-lo ao sugerir, enquanto respondiam às suas perguntas, que ele não "entendia" muito bem os conceitos de contabilidade. Um dos pontos que chamaram a atenção da Empiricus e a levaram a duvidar dos números apresentados são os estoques da Marfrig, que, na avaliação da casa de análise, estariam “inflados”.


O número de abates não é condizente com as vendas, alega Amstalden. O total de cabeças abatidas é muito inferior ao que seria necessário, acrescenta. A contabilização dos números para o IFRS, sistema de normas internacionais, também é colocada em xeque. Segundo Amstalden, o IRFS pode ser usado como uma desculpa.


Aquisição de ações


Felipe Miranda, analista da Gradius, com a qual a Empiricus mantém boas relações, uniu-se a Amstalden e, além de questionar a Marfrig sobre os critérios contábeis utilizados pela companhia, também levantou suspeitas sobre as constantes aquisições de ações feitas pela corretora Umuarama, que atua em nome do frigorífico, coincidentemente nos 10 minutos finais do pregão. Essas aquisições, segundo o analista, são realizadas com o objetivo de elevar os preços do papel no fechamento.


“Já não compramos ações há um tempo. A última aquisição de ações que fizemos foi no dia 24 de novembro”, disse Marcos Antonio Molina dos Santos, presidente do Marfrig. Segundo ele, todas as informações sobre a compra de ações, incluindo o dia em que a operação foi feita e a quantidade, foram informadas às autoridades e ao mercado, de forma transparente.


De forma geral, os investidores costumam gostar quando os controladores ou as tesouraria de suas empresas compram ações, o que demonstra que eles estão dispostos a correr riscos. O problema seria se eles vendessem.

Queda de braço com analista marca reunião do Marfrig, dono da Seara

15 dezembro 2011

Rir é o melhor remédio



Fonte: Aqui

Agências de rating




A tabela abaixo foi retirada da carta aos invetidores da Hayman Capital Management. Na segunda coluna, econtram-se as notas dada por uma das 3 agências de rating, Moody's, para o risco de calote de cada país.É bom ressaltar, que apesar das notas dadas variarem muito pouco entre as agências, diferentes critérios são utilizados na mensuração de credit rating.Por exemplo, a S&P calcula a probabilidade de default (calote), enquanto a Moody's calcula a expectativa (possibilidade)de perda para o investidor. A terceira coluna, mostra a precificação do risco de calote de acordo com os credit default swaps(CDS), que são derivativos que conectam bancos do mundo inteiro.Esses instrumentos financeiros protegem os credores no caso dos países não pagarem a dívida soberana. A última coluna mostra a diferença entre ,as notas da 2ª e 3ª coluna, de acordo com as escalas utilizadas pelas agências de classificação de risco. Desse modo, por exemplo, o mercado prefica o risco de default da Espanha equivalente a de um país com rating 7 graus menor (ex: El Salvador).



Será que o mercado ainda se importa com as agências de classificação de risco?



Não. Vide o recente rebaixamento da nota dos EUA.


Presentes e Renda Per Capita

O gráfico a seguir foi publicado na The Economist (via aqui). Apresenta a relação entre renda per capita (eixo x) e volume de gasto com presente de natal (eixo y).


A relação é forte, mas é interessante observar os casos fora do padrão normal (os “outliers”). Observe a Holanda (Netherlands, no gráfico), que possui elevada renda per capita, mas seus habitantes gastam pouco com os presentes. No outro extremo, a Irlanda se destaca. Países latinos (Portugal, Espanha e Itália) parecem que são mais consumistas. Estes quatro países citados anteriormente fazem parte dos PIGGS, países europeus com dificuldades financeiras.

Avaliação de Blogs

Aqui uma interessante postagem sobre avaliação de blogs dos Estados Unidos. Aplicou-se um método onde considera algumas variáveis que podem interferir no seu valor (os direcionadores de valor). Neste caso, o valor do blog refere-se ao preço potencial que pode ser obtido num processo de negociação.

Parece coisa pequena, mas é bom lembrar que recentemente o blog The Huffington Post foi adquirido pela AOL por 300 milhões.

As variáveis consideradas no processo de avaliação foram as seguintes:

a) Receita e lucro – um blog com elevado valor deve atrair receita de propaganda, por exemplo. Ou receita de produtos derivados (camisetas, assinaturas especiais etc). De qualquer forma, realmente a receita é uma variável fundamental no processo de valoração do blog. Além disto, é importante considerar que em alguns blogs o custo de operação pode ser elevado; nestes casos, a informação de lucro é mais importante;

b) Competição – existe competidor na mídia tradicional para o blog? Naturalmente que a existência de competição reduz o valor potencial do blog.

c) Risco do fundador – alguns blogs estão associados a fama do seu criador. O blog de Greg Mankiw está vinculado ao economista do mesmo nome. Isto reduz o valor, já que a aquisição de um blog como este poderá significar que seu criador irá se afastar, perdendo valor.

d) Tradição – apesar da atividade de blogar ser nova, alguns blogs já existem há mais de 15 anos. Em geral os blogs mais conhecidos são relativamente “velhos”.

e) Número de visitantes – consequência natural da receita e das outras variáveis.

Usando estes direcionadores, o WSJ determinou múltiplos de receita e, em alguns casos, do lucro operacional.
Eis a lista dos blogs mais valiosos:

1. Gawker = $318 milhões
2. Drudge = 93 milhões
3. PopSugar Media Network = 64 milhões
4. SBNation = 56 milhões
5. Macrumors = 52 milhões
6. Business Insider = 45 milhões
7. Seeking Alpha = 45 milhões
8. Cheezburger Network = 41 milhões

Mitos da economia chinesa




Ainda bem que existem indivíduos que enxergam o óbvio, um deles é Luis Stuhberger, que discorre sobre alguns mitos da economia chinesa. Como diria Nelson Rodrigues:"Só os profetas enxergam o óbvio."



A China, apesar de ser o maior comprador das exportações do Brasil, configura hoje um dos principais riscos estruturais para a economia brasileira, avalia o analista Luis Stuhberguer, da Credit Suisse Hedging Griffo. Em relatório intitulado “It´s the end of the world as we know it. And I feel fine!” (É o fim do mundo como o conhecemos. E eu me sinto bem!”, em referência à música de mesmo nome da banda REM, ele destaca os principais pontos de preocupação para o País, os problemas das economias europeias e comenta que os Estados Unidos, por sua vez, estão em recuperação.

Os principais riscos para a economia brasileira, na avaliação de Stulhberguer, estão relacionados a “mitos” da economia chinesa. Enquanto costuma-se prever que a China terá 1 bilhão de consumidores em 2030, o que significaria um gigantesco mercado consumidor não apenas para o Brasil, mas para todo o mundo, ele diz que, na verdade, o crescimento demográfico está se tornando negativo no país. No mesmo sentido, enquanto se previa que o país asiático passaria por uma mudança para uma economia de consumo, com redução da poupança, o que se observa é o aumento da poupança de empresas e a continuidade da dependência do comércio internacional e do investimento.

Outro mito citado por ele é o dos investimentos em infraestrutura. Se antes era comum ouvir que os recursos chineses são bem direcionados, a realidade é que o país está construindo “elefantes brancos” e fazendo uma má alocação de recursos, diz o analista. Ele cita ainda o mito das “forças das reservas internacionais” chinesas, afirmando que o excesso de reservas é, na realidade, um sinal dos “desequilíbrios globais”. Como é um grande comprador de commodities brasileiras, qualquer sinal de deterioração das estruturas econômicas da China acaba sendo uma notícia negativa para o Brasil.

O analista também diz que há um aumento excessivo do crédito e um super investimento no setor imobiliário chinês e rebate a tese de que as ações de empresas vão se beneficiar do forte crescimento da economia, afirmando que “o retorno das ações e o crescimento do PIB não são positivamente correlacionados.”

O analista pondera, entretanto, que “apesar dos temores, [a China] ainda tem uma história positiva,” o que pode favorecer o Brasil, ainda que não seja o suficiente para eliminar os riscos. Segundo ele, é difícil imaginar que o retorno do investimento chinês seja negativo a ponto de não "ser pago". Ele diz ainda que a urbanização ainda é um fator estrutural favorável, uma vez que apenas cerca de 45% da população chinesa vive em cidades. Além disso, Stuhlberger diz que o apetite chinês por commodities deve “se manter voraz”, com o país em crescimento. Ele destaca que 47,7% da demanda global por minério de ferro – um dos principais itens exportados pelo Brasil – é da China.


Fonte: aqui

Breve retrato do STJ








O Superior Tribunal de Justiça (STJ) é formado por 33 ministros. Foi criado pela Constituição de 1988. Poucos conhecem ou acompanham sua atuação, pois as atenções nacionais estão concentradas no Supremo Tribunal Federal. No site oficial está escrito que é o tribunal da cidadania. Será?

Um simples passeio pelo site permite obter algumas informações preocupantes.

O tribunal tem 160 veículos, dos quais 112 são automóveis e os restantes 48 são vans, furgões e ônibus. É difícil entender as razões de tantos veículos para um simples tribunal. Mais estranho é o número de funcionários. São 2.741 efetivos.

Muitos, é inegável. Mas o número total é maior ainda. Os terceirizados representam 1.018. Desta forma, um simples tribunal tem 3.759 funcionários, com a média aproximada de mais de uma centena de trabalhadores por ministro!! Mesmo assim, em um só contrato, sem licitação, foram destinados quase R$2 milhões para serviço de secretariado.

Não é por falta de recursos que os processos demoram tantos anos para serem julgados. Dinheiro sobra. Em 2010, a dotação orçamentária foi de R$940 milhões. O dinheiro foi mal gasto. Só para comunicação e divulgação institucional foram reservados R$11 milhões, para assistência médica a dotação foi de R$47 milhões e mais 45 milhões de auxílio-alimentação. Os funcionários devem viver com muita sede, pois foram destinados para compra de água mineral R$170 mil. E para reformar uma cozinha foram gastos R$114 mil. Em um acesso digno de Oswaldo Cruz, o STJ consumiu R$225 mil em vacinas. À conservação dos jardins — que, presumo, devem estar muito bem conservados — o tribunal reservou para um simples sistema de irrigação a módica quantia de R$286 mil.



Para ler na íntegra, clique aqui.

Olympus

A Olympus divulgou os números da companhia depois de 13 anos de fraudes e revelou uma redução de ativos de US$ 1,1 bilhão no balanço patrimonial, levantando especulações de que precisará fazer fusão, vender ativos ou levantar capital para reparar as finanças.

A fabricante de 92 anos de câmeras e equipamentos médicos publicou o equivalente a cinco anos de balanços revisados, além dos resultados do primeiro semestre fora do prazo, apenas algumas horas antes do prazo da Bolsa de Tóquio acabar e automaticamente a deslistar.

O mais recente balanço, para o fim de junho de 2011, mostrou uma diminuição de 84 bilhões de ienes (US$ 1,08 bilhão) em ativos líquidos. A Olympus acrescentou que no fim de setembro os ativos líquidos somavam 46 bilhões de ienes, contra os 225 bilhões de ienes em março de 2007.

Também revelou um prejuízo líquido de 32,33 bilhões de ienes nos seis meses até setembro, o que alimentou comentários de que precisará se mexer rapidamente para melhorar o balanço e afastar o risco de ser alvo de uma aquisição. (...)

Alguns investidores ficaram aliviados pelo menos porque a Olympus cumpriu o prazo para revisar os balanços, sem ter caído em insolvência técnica. A Olympus garantiu aos investidores que continuará a se financiar. (...)



Folha de S Paulo

Leia mais aqui e aqui

RBS


Financial traders spotted the dangerous risks inside Royal Bank of Scotland (RBS) long before politicians or regulators because they did not accept the figures reported in the bank's accounts, the critical report has found.A instituição financeira inglesa Royal Bank of Scotland (RBS) teve sua contabilidade questionada pela FSA (Financial Services Authority). Num texto do The Telegraph, a contabilidade foi considerada um “paraíso dos tolos” (fools paradise)

O problema estaria na contabilidade do valor justo. Mais especificamente, a norma do Iasb sobre o assunto.

The FSA report found that IFRS's "fair value accounting" allowed the market fears to exaggerate the losses in RBS's trading book: "Trading losses are recognised immediately under fair value accounting. As a result, major losses on credit securities are recognised even if the securities are not yet in actual default."

Aqui a posição é mais forte: a norma de valor justo, leia-se Iasb, foi responsável pelos problemas do RBS.

Impostos e Racionalidade


Uma história interessante postada no Marginal Revolution (aqui): na Ucrânia as pessoas que importam automóveis muitas vezes cortam em dois pedaços.

O ato é justificado pelo fato que no país a carga tributária para partes de um automóvel é menor que os impostos para o automóvel completo. Com isto, é vantajoso cortar o automóvel para depois juntá-lo.

Auditorias e Europa

Segundo o Financial Times (Reforma europeia ameaça crescimento das auditorias
Por Adam Jones | Financial Times, de Londres, publicado em 13 de dezembro no Valor Econômico) , do faturamento de 22,7 bilhões de dólares da KPMG (aumento de 10% em relação ao ano anterior), boa parte se deve a trabalhos de consultoria e impostos.

O braço de consultoria da KPMG foi a fonte do crescimento mais acelerado, com uma expansão dos honorários em moeda local de 11%, para US$ 7,5 bilhões. As operações tributárias geraram US$ 4,7 bilhões, um crescimento de 9%. Os honorários arrecadados por sua divisão de auditoria tiveram um crescimento mais modesto, de 2%, para US$ 10,5 bilhões.

As grandes firmas de contabilidade e auditoria se expandiram fortemente na área de consultoria nos últimos anos, por meio de investimentos internos e aquisições - como a compra, pela KPMG, da assessoria em terceirização Equa Terra, alguns meses atrás.
No entanto, os conflitos de interesse passíveis de surgir quando uma auditoria oferece serviços de consultoria ou na área de impostos a seus clientes de auditoria levaram a Comissão Europeia a pressionar pela adoção de restrições rígidas.

Para fortalecer a independência das auditorias, a comissão quer que as quatro maiores - a PricewaterhouseCoopers (PwC), a Deloitte Touche Tohmatsu, a Ernst & Young e a KPMG - desmembrem suas divisões de auditoria como empresas separadas na União Europeia.

A UE também pretende proibir o fornecimento da maioria dos serviços de "não auditoria" aos clientes de auditoria. As Quatro Grandes estão combatendo as propostas, que ainda poderão ser alteradas antes de serem sancionadas em lei.