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23 agosto 2011

Rodízio

Sobre o rodízio dos auditores, Edward Wyatt (Accounting Board to Seek Comments on Rotating Auditors, 16 Agosto 2011)

“A razão para considerar o rodízio é que pode reduzir a pressão sobre o auditor no desenvolvimento e proteção de uma relação de longo prazo com o cliente, em detrimento do investidor e do mercado de capitais” diz James R. Doty, o Chairman de um comitê de contabilidade e advogado da idéia.

Mais adiante:

O relatório do GAO [General Accounting Office, agora Government Accounting Office], publicado em 2003, encontrou que a “obrigatoriedade de rotação de empresa de auditoria pode não ser o meio mais eficiente para assegurar a independência do auditor e a qualidade do auditor”. Empresas também encontraram que o custo do primeiro ano pode aumentar em 20 por cento pelo tempo gasto pelo novo auditor na empresa.

Ou seja, o custo da aprendizagem talvez não  torne interessante a adoção do rodízio. Entretanto, o texto ressalva que a proposta ainda está sendo considerada e é somente uma das três propostas. A segunda delas é a exigência de assinatura de um partner atestando as demonstrações contábeis.

No ponto de vista deste blogueiro, mais importante é a terceira proposta, que aumenta o escopo do parecer, e que já comentamos anteriormente aqui.

Livros Eletrônicos

A lei permitiu que as companhias abertas tivessem quase 100% de seus livros escriturados de forma eletrônica, o que facilitará não só a rotina da escrituração, mas também a análise em eventuais fiscalizações dos órgãos regulamentadores. 

Fonte: Jornal do Comércio – RS, via Informação Contábil

Economizando caixa

Em meio a reclamações de atrasos de pagamentos a funcionários e fornecedores, a Rede TV! está incomodando mais um parceiro comercial. A emissora não está pagando em dia a Espn pelos direitos de transmissão do campeonato inglês. Vale lembrar a filosofia de Amilcare Dallevo, exposta em entrevista para a Folha de S. Paulo na semana passada. Disse Amilcare sobre os atrasos de pagamentos na emissora: 


- Foi uma estratégia de caixa para comprar a parte do Marcelo (Marcelo Carvalho, sócio de Amilcare na Rede TV!).


Fonte: Aqui

Central de crédito (C3) estréia com R$ 80 bi

Após quatro meses de atraso, começa a funcionar na segunda-feira a tão esperada Central de Cessão de Crédito (C3), onde todas as operações de compra e venda de carteiras de crédito entre os bancos terão de ser registradas. A expectativa de governo e bancos é conferir maior transparência e, consequentemente, segurança às operações de cessão de carteira, fonte tradicional de captação de recursos de bancos pequenos e médios. Desde a descoberta do rombo bilionário no PanAmericano, a compra e venda de ativos de crédito entre bancos patina.

A C3 dá início aos trabalhos com 13,153 milhões de contratos de créditos já negociados em estoque, que contemplam 1 bilhão de parcelas e volume financeiro estimado em R$ 80 bilhões. Os bancos vinham alimentando o sistema desde março. Cerca de 60% dos ativos são créditos consignados em folha de pagamento e os 40% restantes, originados em financiamentos de veículos. No ano que vem, outras modalidades deverão ser incluídas no rol da C3, como créditos pessoal e imobiliário.





A expectativa da Federação Brasileira de Bancos (Febraban) é que o atual saldo de R$ 80 bilhões em operações de cessão de crédito possa, em seis meses, passar para R$ 130 bilhões. Tal patamar marcaria a volta à “normalidade” do mercado de cessões, como no período anterior a novembro de 2010, quando estourou o escândalo do PanAmericano.

A cifra pode até ser maior, caso a segurança a ser conferida pela C3 não só ajude a expandir o volume de operações como também traga de volta a esse mercado bancos, sobretudo estrangeiros, que haviam parado de comprar carteiras. Até o momento, 55 instituições financeiras participam da C3 – 41 como vendedoras (cedentes) e 14 como compradoras (cessionárias).

A Febraban trabalha com um número potencial de 116 bancos participantes. “Instituições financeiras que nunca haviam atuado no mercado de cessão de crédito já vieram nos sondar”, observa Ademiro Vian, diretor adjunto de produtos e financiamento da entidade.

A C3 é operada pela Câmara Interbancária de Pagamentos (CIP), ligada à Febraban. O sistema cruza os dados de carteiras vendidas e, na outra ponta, de portfólios comprados, checando as informações. O objetivo é evitar a duplicidade na venda de ativos, como aquelas detectadas no escândalo do PanAmericano, assegurando que o comprador do crédito está, de fato, levando um ativo que não foi cedido para outro banco.

Por enquanto, dinheiro não circula pela C3, só papel. Mas, a partir de 21 de novembro, a CIP passará também a liquidar as transações financeiras das operações de cessão de crédito. O banco comprador terá o valor do negócio debitado eletronicamente e transferido para o banco vendedor. A custódia dos títulos de crédito poderá ser feita tanto pela CIP como pela Cetip.

A CIP também trabalha na adaptação da C3 para que as garantias dos financiamentos possam ser incluídas nas operações de cessão ainda no primeiro semestre de 2012. No caso de um financiamento de automóvel, por exemplo, cuja garantia é o veículo, a alienação do carro poderá ser transferida do banco financiador (que liberou o empréstimo) para o banco que eventualmente for comprar a carteira. Hoje, essa alternativa não existe. “Por isso que grande parte das cessões é feita com coobrigação”, diz Vian. “Como a garantia não acompanha a cessão, o banco comprador do crédito prefere dividir o risco.”

Além das cessão de crédito entre bancos, a C3 vai intermediar a compra e venda de ativos entre fundos de investimentos em direitos creditórios (FIDCs). Esses fundos estão registrando participação na central de cessão aos poucos, por meio dos bancos que prestam serviço de custódia para eles. Boa parte da indústria – existem 334 FIDCs cadastrados na Comissão de Valores Mobiliários (CVM) com patrimônio total de R$ 60 bilhões – ainda não está com os sistemas adaptados para participar da C3, segundo Vian. Encontram-se registrados 2,9 milhões de contratos de FIDCs na central, com volume estimado em R$ 11,6 bilhões. “Dentro de 30 dias, a maioria dos fundos de recebíveis já deve estar apta.”

Por determinação do Conselho Monetário Nacional, todas as operações de cessão de crédito que envolvam empréstimos consignados e financiamentos de veículos, incluindo os ativos que estão em FIDCs, sejam registradas na C3.

Fonte: Aline Lima, Valor Economico

C3 encontra obstásculos

(...)Se por um lado a C3 vai dar mais transparência à cessão de crédito, evitando a duplicidade na venda de ativos, há, por outro lado, um conjunto de fatores que pode limitar o potencial de desenvolvimento desse mercado.

A investida mais forte de grandes bancos de varejo nos segmentos de crédito consignado e financiamento de veículos verificada do começo do ano para cá é um desses fatores. Aproveitando a brecha deixada pelas instituições pequenas e médias, que por conta da maior exigência de capital para empréstimos de longo prazo a pessoas físicas acabaram colocando o pé no freio nas concessões, alguns bancos como o Santander parecem ter mudado de estratégia, preferindo liberar crédito diretamente.

“Quando se compra crédito o cliente não está com você”, afirmou Marcial Portela, presidente do banco de capital espanhol, durante anúncio do resultado do segundo trimestre. Segundo o diretor de relações com investidores de um banco médio que preferiu não ser identificado, houve um deslocamento da compra de recebíveis para o Bradesco. “Só que ele [Bradesco] não vai conseguir suprir o mercado inteiro”, ressaltou.

Embora tenha diminuído o ritmo de compras, o Bradesco promete continuar como uma das instituições financeiras ainda mais ativas no mercado de cessões. “Sempre fomos fortes e seguiremos comprando créditos de bancos com os quais costumamos trabalhar”, disse há duas semanas ao Valor Domingos Abreu, vice-presidente do banco. “É uma questão de oportunidade, simples assim”, completou. O saldo de créditos adquiridos pelo Bradesco encerrou junho em R$ 6,443 bilhões, crescimento de 0,4% na comparação com março e de 42% em relação a junho de 2010. As compras se concentram em crédito consignado para pensionistas e aposentados do INSS.

Francisco Ferreira, diretor financeiro do Bonsucesso, especializado em crédito consignado, diz que a maior limitação encontrada para ceder créditos ao longo deste ano foi o próprio volume de negócios produzido pelo banco, apesar de Itaú Unibanco e Santander terem deixado de comprar seus ativos desde o escândalo do PanAmericano. As parcerias estão concentradas, agora, em três bancos, mas Ferreira se mostra otimista com a C3.

“Os grandes bancos têm potencial e capacidade para absorver mais ativos do que aqueles que estarão originando”, diz Ferreira. O Bonsucesso tem registrado na C3 um estoque de R$ 1,366 bilhão. No primeiro semestre, o banco cedeu R$ 870 milhões.

A entrada em vigor da resolução 3.533 do Banco Central (BC), que vai proibir, a partir de janeiro de 2012, a antecipação de receitas obtidas com a cessão de créditos feita com coobrigação – modalidade mais usual, em que o risco de crédito é dividido entre comprador e vendedor – poderá ser outra restrição no caminho da C3.

A aposta de parte do mercado financeiro é que as cessões feitas sem coobrigação (nas quais o risco de crédito é totalmente transferido ao comprador) passem a ganhar mais espaço. Segundo Renato Oliva, presidente da Associação Brasileira de Bancos (ABBC), que reúne bancos pequenos e médios, a cessão sem coobrigação já deve representar cerca de 30% do mercado. “O que vai diferenciar uma da outra é preço”, conclui.

Com isso, espera-se maior transparência e segurança nesse mercado, capaz de evitar que uma mesma operação de crédito seja vendida mais de uma vez, como era prática comum no banco que pertencia ao empresário Silvio Santos.

A C3 estreia com um estoque de 13 milhões de contratos e R$ 80 bilhões em volume financeiro – 60% de crédito pessoal com desconto em folha de pagamento e 40% de financiamento de veículos. A Febraban espera que a central ajude a restabelecer a cessão, uma das principais fontes de financiamento dos bancos menores e que patina desde dezembro.

Fonte: Aline Lima, Valor Economico

Lucro e Valor


O lucro da Petrobrás no último trimestre foi de 7 bilhões de dólares, um pouco abaixo do lucro da Apple, de 7,3 bilhões. A Vale teve um lucro no período de 6,5 bilhões, superior ao da Microsoft, de 5,8 bilhões.

Quando se compara o resultado anual, o lucro da Petrobrás foi de 19,81 bilhões e o da Apple 23,61 bilhões de dólares. Já Vale teve um lucro de 25,23 bilhões, acima do lucro de 23,15 da Microsoft (Fonte: Wolfram Alpha). Apesar do lucro anual da Vale ser superior ao das estrelas de tecnologia, o valor de mercado é inferior: 134 bilhões versus 201 da Microsoft ou 330 da Apple. A Petrobras tem um valor de mercado de 177 bilhões (ainda segundo a Wolfram Alpha).

O que justifica esta diferença? Parte se deve ao fato de lucro não significar necessariamente valor. Mas a principal explicação diz respeito ao fato de que as empresas brasileiras possuem uma taxa de desconto superior a Apple e Microsoft. Isto pode ser decorrente de fatores inerentes as empresas ou ao ambiente onde estão inseridas. No primeiro caso, a gestão profissional, e não política, da Apple e Microsoft faz com que a segurança dos acionistas seja maiores que na Petrobras e Vale. No segundo caso, o risco país dos Estados Unidos é muito menor que o risco do Brasil. O risco país irá refletir na taxa de desconto de uma maneira muito simples: maior o risco do país -> maior a taxa de desconto -> menor o valor presente do fluxo de caixa -> menor o valor.

Assim, a comemoração de elevados lucros de empresas brasileiras ainda é tímida, pois não afeta, de forma mais expressiva, o valor das empresas.

22 agosto 2011

Rir é o melhor remédio

Musical Batman Forever

O custo de vida está cada vez mais maior?

Por Pedro Correia

Segundo o professor Steve Horwitz, um mito econômico contemporâneo é que o custo de vida para os americanos vem subindo de forma consistente desde o século passado.Em verdade, os preços são mais altos hoje do que eram há 100 anos. Não obstante, os preços de hoje foram impactados pela inflação. Uma forma de evitar distorções inflacionárias é observar a quantidade de horas de trabalho necessárias para comprar determinado bem ou serviço. Usando este critério, Horwitz mostra que a maioria dos bens e serviços nunca foram tão barato. A queda acentuada do custo de vida nos últimos 100 anos demonstra a força da competição nos mercados, pois as empresas são incentivadas a inovar, produzir com mais eficiência, reduzir custos etc.




Quanto custa o Iphone 4?

Por Pedro Correia


O Iphone é um dos produtos mais importantes para o faturamento da Apple. A empresa não fabrica qualquer um dos componentes e sequer faz a montagem do produto final - toda a produção é terceirizada,com a participação da Samsung, Foxconn, Micron, a Texas Instruments, AKM Semiconductor.

A figura abaixo mostra qual é o custo e origem de cada componente do Iphone.É interessante notar que, a Samsung, uma das maiores concorrentes da empresa de S.Jobs,é a que mais contribui para a construção do telefone. A atuação da Samsung como fornecedor de componentes para outras entidades, lhe proporciona uma eocnomia de escala ,e por consequência, a diminuição dos custos de produção de seus próprios produtos. Por outro lado, a estratégia da Apple é terceririzar a produção de componentes e montagem, pois isso a deixa livre para se concentrar nos seus pontos fortes: o design elegante, desenvolvimento de de hardware, software e serviços.

Segundo Nicholas Jackson,o preço médio de venda do iPhone 4 é de 560 dólares. Desse total, 7 dólares cobrem o custo de fabricação, $ 178 vai para os componentes,$ 7 fica com a Foxconn, e a Apple fica com 368 dólares. Esta análise é um tanto simplista, pois não considera outros gastos envolvidos na venda até o conumidor final, como: embalagem, transporte, publicidade, despesas gerais de varejo, os investimentos em pesquisa e processos de desenvolvimento de software do iPhone e os aplicativos da Apple.Estes são gastos adicionais significativos que precisam ser considerados antes da "fatia" da Apple.

Fonte: aqui

21 agosto 2011

Rir é o melhor remédio




Novas evidências de incetivos para a doação de sangue

Por Pedro Correia

A recompensa financeira para algumas pessoas doarem sangue, enquanto outros recebem apenas um superficial obrigado, é suficiente para afastar os doadores altruístas. Este artigo analisa dados de 15 países europeus e mostra que no caso de recompensas não-financeiras o resultado é diferente.Segue o resumo:

The issue of the nature of the altruism inherent in blood donation and the perverse effects of financial rewards for blood and/or organ donation has been recently revisited in the economic literature with limited consensus. As Titmuss (1970) famously pointed out, providing monetary incentives to blood donors may crowd out blood supply as purely altruistic donors may feel less inclined to donate if a reward is involved - in addition to having the effect of reducing blood quality. In this paper we take a different approach by focusing on the nature of the rewards. That is, we examine how favouring different types of incentives are related to the likelihood of donating blood by exploiting a large sample representative of 15 European countries in 2002. Our results show that donors are less likely to favour monetary rewards for blood donation but are more likely to favour non-monetary ones. This is consistent with the idea that while monetary rewards may crowd out blood donation, non-monetary rewards do not.

Curso


Estão abertas as inscrições para o Curso de pós-graduação Lato Sensu em Mercado Financeiro e Investimentos, a ser ministrado pelo Departamento de Ciências Contábeis e Atuariais da Universidade de Brasília.

Coordenador do Curso: Prof. Dr. Paulo Roberto Barbosa Lustosa

Inscrições até o dia  22 de agosto de 2011.

Telefones: (061) 3107-0795/96/97/98

20 agosto 2011

Rir é o melhor remédio


Fonte: aqui. Enviado por Ednilto, grato. 

Bloqueio de escritor

Por Isabel Sales

Nas últimas semanas conversamos sobre alguns problemas que criam o bloqueio de escritor: depressão, impaciência, perfeccionismo e procrastinação.

Eu terminei recentemente a minha dissertação e, infelizmente ou não, passei por todos os estágios descritos. Tive problemas pessoais, perdi uma pessoa importante, surtei, travei, chorei. Como ajuda de experiências pessoais acrescento aos relatos de Peg Boyle que:

-Se eu não tivesse me pronunciado e falado com alguém que eu estava com problemas, não teria recebido o apoio necessário para superar certas limitações que não caem bem com a pós-graduação.

- Se eu não tivesse marcado de estudar com uma amiga e ela não me desse bronca nos dias em que tentei faltar (é natural ficar cansado, mas a rotina é essencial), não teria produzido tanto. Então acredite no poder do parceiro de estudos, mesmo que o trabalho de vocês seja completamente diferente.

- Se eu não fizesse um relato praticamente diário para um bom amigo, que não entendia nada de contabilidade, mas sabia observar o meu progresso, também teria enrolado outras tantas vezes. Só de pensar em prestar contas eu apertava o passo.

- Se eu não conversasse com o meu orientador para que ele entendesse o que eu estava passando e assim pudesse me ajudar, meu trabalho seria desastroso. Comunicação sem ruídos é fundamental. Inclusive, cheguei até a marcar reunião com ele, de quem me tornei fã indiscutível, sem uma pauta específica, somente por saber que conversar sobre o trabalho iria me reanimar.

- Por fim, em outras circunstâncias eu negaria isso até a morte, mas vou confessar a vocês, meus queridos leitores, que colei frases de incentivo por todo o meu local de estudo (com direito a colagem e glitter). Também peguei o hábito de ir rascunhando os agradecimentos, epígrafe, qualquer pedacinho do trabalho porque às vezes isso me colocava no embalo para escrever as seções. Não deixem a revisão da escrita, das normas ABNT (ou as que se aplicarem à sua instituição) para a última hora. Utilize isso como fuga quando não conseguir escrever o referencial ou analisar os resultados.

Por fim espero que as postagens sobre bloqueio de escritor os ajudem. Tenham uma ótima produção científica!

Informação

Laplace e Poincaré reconheceram que, às vezes, a informação de que dispomos para aplicar as leis de probabilidade é pouca demais. Certa vez, em uma conferência de investimentos profissionais, um amigo passou-me uma nota com os seguintes dizeres:

A informação de que você dispõe não é a informação que você deseja.
A informação que você deseja não é a informação necessita.
A informação que você necessita não é a informação que você consegue obter.
A informação que você consegue obter custa mais do que você deseja pagar.

Podemos reunir grandes e pequenas porções de informação, mas nunca conseguimos juntar todas as peças. Nunca conhecemos ao certo a qualidade de nossa amostra. Essa incerteza é o que torna tão difícil chegar a julgamentos e tão arriscado agir baseados neles. Não podemos sequer ter 100% de certeza que o Sol nascerá amanhã de manhã: os antigos que previam esse evento trabalharam com uma mostra limitada da história do universo.

Fonte: Against the Gods: The Remarkable Story of Risk; pp.202.

Por que o engenheiro tem prestígio?

O que executivos de áreas tão distintas como Henrique Meirelles, do Bank-Boston, Paulo Zotollo, da Nívea, Fernando Terni, da Intelig, e Maurício Botelho, da Embraer, têm em comum? Além de terem alcançado o topo mais alto de suas carreiras, os quatro são engenheiros. Coincidência? Longe disso. Competência eles, sem dúvida, já mostraram que têm de sobra, mas a formação em engenharia os ajudou a chegar aonde eles estão e lhes deu habilidades que muitos administradores sonham ter. "Eles sabem resolver problemas como
ninguém", diz o headhunter Luis Carlos Cabrera, diretor da Panelli Mota Cabrera. "Na prática, isso quer dizer que não desistem de encontrar uma solução, não se contentam com os dados aparentes, têm uma ordem
lógica para trabalhar".

Não é de hoje que os engenheiros estão fazendo carreira em grandes empresas. Trata-se de um fenômenoparcialmente explicado pelo fato de as faculdades de administração brasileiras serem relativamente recentes. "Por causa da disciplina e da visão de planejamento, eles sempre se saíram bem na alta cúpula das empresas", diz Paulo Helene, coordenador dos cursos de pós-graduação da Escola Politécnica de Engenharia, da Universidade de São Paulo. Dos 600 engenheiros formados todo ano pela Poli, uma das escolas mais conceituadas do país, quase metade vai trabalhar em áreas que, aparentemente, nada têm a
ver com que estudaram na faculdade. Não é difícil encontrá-los em consultorias ou em grandes bancos. O mesmo acontece com cerca de 40% dos formados de outra escola de primeira linha do país: o Instituto de
Tecnologia da Aeronáutica (ITA), em São Paulo. A Michel Page, uma empresa inglesa de recrutamento, ajudou a contratar, no ano passado*, 5000 desses profissionais para cargos de gerência no mundo todo. A procura tem sido tanta que a consultoria criou recentemente uma divisão especial para atender à demanda por engenheiros.

O que eles têm que os outros não têm? Mesmo com o prestígio que as escolas de administração ganharam nas últimas duas décadas, os formados em engenharia não saíram de cena. A partir dos anos 80, eles começaram a disputar espaço com os administradores, mas nem por isso perderam a força. "Em industrias que têm a engenharia como core business, eles sempre estiveram em alta", diz Oliver Lemaitre, diretor da Michel Page. Nos outros
segmentos, o espaço passou a ser mais disputado depois da ascensão dos administradores, mas o prestígio não. O mercado continua precisando de gente que raciocine de maneira estruturada - e isso os engenheiros fazem como ninguém. "Essa habilidade falta em muitos administradores, que geralmente
recorrem ao feeling", diz Carlos da Costa, diretor do Ibmec, em São Paulo. Que ninguém duvide que a intuição é uma arma poderosa na hora de tomar decisões. "Até hoje, a única pessoa que ganhou dinheiro unicamente com feeling foi o Morris Albert, que cantava aquela música Feelings", brinca Costa.


Algumas competências dos engenheiros são perfeitas para quem ocupa postos de comando:

*Exatidão - engenheiros não lidam com margem de erro, aquela possibilidade de dar tudo errado. Ao olhar um problema, identificam todas as variáveis e questionam os dados até achar a resposta certa. Com eles,chute não tem vez.

*Lógica - quantos táxis há em Nova York? Quantas bolinhas de pingue-pongue cabem em um Boeing 737? Um engenheiro dificilmente perde a cabeça diante de perguntas como essas, típicas de entrevistas de recrutamento. "Antes de chegar a alguma conclusão sobre o todo, você quebra em pedacinhos, analisa cada um e então monta tudo e resolve a questão", diz o headhunter Ricardo Rocco, diretor da Russell Reynolds.Ele sabe o que está falando: é formado em engenharia mecânica e aeronáutica.

*Raciocínio analítico - engenheiros aprendem a pensar de maneira estruturada e têm capacidade de abstrair e criar fórmulas para chegar a uma resposta, mesmo com informações incompletas.


*Autodidatismo - pergunte a um engenheiro formado em uma escola de primeira linha sobre apostilas que ele usou no curso. "Do que é que você está falando?", ele deve responder. Uma característica marcante das boas faculdades de engenharia, que aparece também em escolas de outras áreas, é que os alunos não recebem nada mastigado, condensado em apostilas. "Eles precisam correr atrás da matéria, conseguir as informações sozinhos. Essa é uma das maiores contribuições da faculdade, diz o professor Roberto Nasser, coordenador de orientação vocacional do Colégio Bandeirantes, em São Paulo.


*Familiaridade com números - com tantas informações e dados ao alcance de todos, a capacidade de lidar com matemática e com estatística tornou fundamental para um bom gestor. "E os cursos de administração
não oferecem esse conhecimento matemático avançado", diz Costa.

Além da engenharia

Como nada é perfeito e nenhum profissional é completo - ao menos quando sai da faculdade, engenheirostambém precisam preencher lacunas em sua formação. Para o professor Helene, a principal falha é a fraca base humanística. Por isso é que o profissional de que estamos falando não pode parar de estudar.
Administração, economia e psicologia são áreas recomendadas para quem quer ir além. Nesses cursos, é possível aprender técnicas de negociação, liderança e conhecimentos de marketing. Claro que características pessoais também estão em jogo. Uma pessoa tímida dificilmente vai mudar sua postura em
algumas aulas. Fica difícil para qualquer profissional, até para um engenheiro, chegar à cúpula de uma empresa sem vender bem seu próprio peixe ou conseguir conversar de igual para igual com quem está abaixo do organograma. Há quem diga que isso também se aprende. Mas os engenheiros já descobriram
que não é na faculdade.


Fonte: "O engenheiro que virou CEO" da revista VOCÊ S.A. de setembro de 2001.

Rodízio de auditoria nos EUA, provavelmente, será rejeitado

Se os reguladores dos Estados Unidos tivessem que decidir hoje pela adoção ou não do rodízio obrigatório de firma de auditorias, a medida seria rejeitada.

Essa é a leitura que o Instituto dos Auditores Independentes do Brasil (Ibracon) faz a partir dos comentários públicos feitos pelos membros do PCAOB (sigla em inglês para Conselho de Supervisão de Contabilidade de Companhias Abertas), ao colocar o tema em discussão na terça.

“Depois de ler os comentários e de conversar com várias empresas de auditoria aqui e no exterior, a nossa conclusão é de que, se tivesse uma votação para aprovar o rodízio hoje, isso não passaria”, diz Idésio Coelho, diretor técnico do Ibracon e sócio da Ernst & Young Terco.

Apesar de os cinco membros do PCAOB terem votado a favor da audiência pública sobre o rodízio obrigatório, é possível notar que o entusiasmo em torno da medida varia bastante.

Advogado e contador, Daniel Goelzer é o membro mais antigo do PCAOB e também o mais claro sobre sua posição atual. “Eu tenho sérias dúvidas se o rodízio obrigatório é uma maneira prática ou viável em termos de custo para fortalecer a independência do auditor”, diz ele no seu comentário, disponível na internet.

O contador Jay Hanson também sinaliza como encara o lançamento da audiência pública. “Eu vejo essa audiência mais como um meio de juntar informação e estimular a discussão do que como um passo para uma nova norma de auditoria”, diz ele.

Do outro lado, o principal patrocinador da medida parece ser o presidente do PCAOB, o advogado James Doty. Para ele, o fato de as inspeções do órgão nem sempre ligarem uma falha específica à falta de objetividade do auditor não significa que o trabalho não foi afetado pelo conflito de interesse gerado pela relação comercial entre as partes. “Ao contrário, nossa experiência ensina que essas pressões e incentivos são poderosos e persuasivos.”

Em relação aos argumentos de custo de troca de auditoria e também dos riscos de problemas de auditores novos conhecerem menos a empresa a ser auditada, Doty cita um dado, da consultoria Glass Lewis, de que mais de 6,5 mil empresas abertas dos EUA, equivalente a mais da metade delas, trocou de auditor voluntariamente entre 2003 e 2006. “Como os auditores dessas empresas lidaram com essas mudanças? A curva de aprendizado e o custo envolvido em trocas de auditor não podem ser tratados como mares não navegados.”

Também membro do conselho, o advogado Steven Harris parece mais alinhado ao presidente. Em sua argumentação ele cita diversos casos em que as inspeções do PCAOB encontraram evidências de falta de ceticismo profissional e nota que esse problema foi manifestado por investidores e também por reguladores de países como Reino Unido, Austrália, Canadá e Alemanha.

O desempate, que hoje aparentemente seria contrário à rotação, vem do advogado Lewis Ferguson. Ele reconhece o problema de falta de ceticismo, mas cita os custos do rodízio e termina seu discurso com uma máxima de Hipócrates – “acima de tudo, não prejudicar” -, sugerindo que, se não há como resolver um problema, talvez seja melhor não criar novos.

Na visão de Coelho, do Ibracon, a discussão do PCAOB tem como meta encontrar maneiras para melhorar a objetividade, o ceticismo e a independência do auditor. Nesse sentido, ele acredita que haverá comentários no sentido de aperfeiçoar a atuação dos comitês de auditoria e os programas de educação continuada e também de limitar a contração de serviços que não de auditoria.

Sobre a discussão aberta no Brasil acerca da criação de comitês de auditoria e prazo de rodízio, a Associação de Investidores no Mercado de Capitais (Amec) se manifestou na audiência pública da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) pela manutenção do prazo de cinco anos para troca obrigatória, de forma contrária à proposta de estender o limite para dez anos para aquelas que criem comitê. “É importante evitar acomodação e que haja aprimoramento de metodologias e critérios”, diz Edison Garcia, presidente da Amec.

Fonte: Fernando Torres, Valor Economico

19 agosto 2011

Evento

O Departamento de Ciências Contábeis e Atuariais da Universidade de Brasília - UnB realizará o seminário, CONTABILIDADE & PREVIDÊNCIA: DESAFIOS E PERSPECTIVAS, com o intuito de dar boas vindas aos calouros do segundo semestre de 2011. O seminário em tela está pautado nas seguintes áreas: Contabilidade, Atuária e Previdência. No evento, serão proferidas palestras com pessoas renomadas e conhecedoras do tema, possibilitando que a comunidade acadêmica tenha a oportunidade de compreender melhor a importância da Contabilidade e da Atuária para a previdência social. O evento será realizado no dia 1 de setembro de 2011. A abertura oficial está marcada para as 19h. Público-Alvo: Contadores, Economistas, Administradores Públicos, Advogados, Alunos, Professores, Pesquisadores e pessoas interessadas em contabilidade, atuária e previdência. Local de Realização: Auditório Joaquim Nabuco - UnB/FACE/CCA Prédio da Face, Térreo Campus Darcy Ribeiro – Asa Norte Inscrições até 01.09.2011, na secretaria do CCA ( 300 vagas limitadas): Secretaria do Curso de Ciências Contábeis – CCA/FACE Prédio da Face - Campus Darcy Ribeiro – Asa Norte Brasília/DF CEP 70910-900 Tel. (61) 3107-0795 Obs.: Solicitamos para o dia do evento contribuição dos participantes com FRALDAS GERIÁTRICAS, que serão doadas para Instituições de Longa Permanência para Idosos. Responsáveis pela realização do seminário: Profa. Dr. Fátima de Souza Freire ffreire@unb.br (61) 3107-0809 Prof. Msc. Abimael de Jesus Barros Costa acosta@unb.br (61) 3107-0809

Rir é o melhor remédio

Fonte: aqui

Teste 516

Veja o seguinte texto de Ribamar de Oliveira (Valor 4 de Agosto):

O principal impacto sobre o Orçamento da União em 2012 será o provável aumento de 14% para o salário mínimo, a partir de janeiro. Esse percentual foi estimado com base em uma inflação de 6% este ano, medida pelo INPC, multiplicada pelo aumento real de 7,5% do Produto Interno Bruto (PIB) em2010. 


O valor do mínimo passaria dos atuais R$ 545 para R$ 621 - um aumento de R$ 76. 


Como ele chegou aos 14%? Está certo?

(P.S. Estou republicando pois faltou a pergunta)

Resposta do Anterior:  Inventou o Chiclete. Fonte: aqui