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18 junho 2010

Petrobras e nota de risco

O diretor da agência de classificação de risco Fitch, José Luis Villanueva, disse ontem que "é mais provável" a Petrobras ter um rebaixamento de sua nota de risco após a aprovação das novas regras para exploração de petróleo e por conta do aumento da dívida da companhia.

(...)Uma das principais preocupações da Petrobras ao lançar seu plano de capitalização foi justamente evitar o rebaixamento de sua nota de risco, hoje em nível de investimento -o que abre espaço para uma gama maior de investidores comprarem ações e títulos de dívida.

Isso porque o endividamento da companhia como proporção de seu valor de mercado está perto do teto de 35% definido pelas agências de classificação de risco para empresas grau de investimento. A relação bateu em 32% no primeiro trimestre. O endividamento total da companhia foi a R$ 61 bilhões.

Com a aprovação do Congresso, a estatal espera obter entre US$ 50 bilhões e US$ 60 bilhões no mercado -já com a fatia aportada pela União, por meio das reservas inexploradas do pré-sal.

Outro receio do mercado é a imposição do novo marco legal para o pré-sal -de que a Petrobras seja detentora de, pelo menos, 30% de todos os blocos-, o que aumentará muito a necessidade de captação de recursos para investimento e poderá afetar os indicadores de solvência da companhia.

Agência ameaça baixar nota da Petrobras - Folha de São Paulo - 18/6/2010 - Pedro Soares

Contabilidade de entidades imobiliárias

(...) Mais recentemente, o CFC, por meio da Resolução 1.171/09, retificou o entendimento já estabelecido pela Resolução 963/03 sobre o reconhecimento dos contratos de construção, ficando em linha com o Pronunciamento CPC 17. De acordo com a referida Resolução, as receitas, custos e despesas devem ser reconhecidos mensalmente, respeitando-se, em especial, os Princípios da Oportunidade e da Competência. Dessa forma, a principal diferença na contabilização é a receita, que é reconhecida pelo regime de caixa (recebimento) segundo o critério fiscal é pelo regime de competência (andamento da obra) no aspecto societário.

As pequenas e médias entidades imobiliárias não se enquadram nos padrões em que são exigidas as mudanças trazidas pela Lei 11.638/07, por não serem consideradas entidades de grande porte. No entanto, é importante lembrar que tais empresas estão submetidas às normas do CFC e, dessa forma, deveriam seguir as normas estabelecidas nas referidas Resoluções. No entanto, tais mudanças não pedem ter reflexos fiscais. (...)


Transparência tem resultado positivo para empresa - Por José Santiago da Luz - Conjur

17 junho 2010

Rir é o melhor remédio


Fonte: aqui

Links

Futebol:

De Rossi encena falta contra o Paraguai

A campanha para salvar o Galvao Birds

A audiência de Inglaterra e Estados Unidos, nos EUA foi de 13 milhões de pessoas, quinta maior audiência de Copa do Mundo, melhor que as primeiras quatro finais da NBA

Correlação entre mercado acionário e Copa do Mundo

Contabilidade:

Testes de stress dos bancos espanhóis

Moody´s eleva rating do Chile

Mais um encargo: o RAT (sem a letra "o")

Ernst & Young pode perder licença de funcionar na Inglaterra por causa da Lehman

O problema do Golfo do México não chegou ao Brasil

Teste #297

Considere as implicações orçamentais de longo prazo para os Estados Unidos no gasto de US $ 1 trilhão de dólares em incentivos no instante em que a economia está sofrendo problemas graves de desemprego.
Isso soa como um monte de dinheiro. Mas o Tesouro dos EUA atualmente pode emitir títulos de longo prazo com uma taxa de juros de 1,75%.Portanto, o custo a longo prazo é de R $ 17,5 bilhões, ou cerca de 0,13 por cento do PIB. (Paul Krugman)

Tá certo, foi o Krugman que disse isto. E ele ganhou o Nobel de Economia. Mas não é infalível. Qual o erro na análise de Krugman?


Resposta do Anterior: aumentam/amentou/diminuiu/ qualidade e valores cobrados. Fontes: Na ordem:
(1) Canorodriguez et al. Big Auditors, Private Firms and Accounting Conservatism: Spanish Evidence. European Accounting Review, 2010;19(1):131-159.
(2) Feldmann, D. A. Auditor Conservatism after Enron. Auditing - a Journal of Practice & Theory, 2010;29(1):267-278.
(3) Choi et al. Audit Office Size, Audit Quality, and Audit Pricing. Auditing - a Journal of Practice & Theory, 2010;29(1):73-97.
(4) A Field Experiment Comparing the Outcomes of Three Fraud Brainstorming Procedures: Nominal Group, Round Robin, and Open Discussion. Accounting Review, 2010;85(3):911-935).

SPED

A Junta Comercial do Estado de São Paulo lançou oficialmente, na terça-feira (15/6), seu Manual de Autenticação dos Livros Digitais-Sped Contábil. A íntegra já está disponível para consulta e download gratuitamente no site do órgão. "Nosso desejo e objetivo é que o Manual atenda ao maior número de pessoas, tornando muito mais fácil também a vida dos empresários e contabilistas", disse Valdir Saviolli, presidente do órgão, durante a 44ª Sessão Plenária.


Mais, aqui. Dica de Caio Tibúrcio, grato

16 junho 2010

Economia e Futebol


Recentemente um comentarista fez uma “brilhante” comparação entre o futebol alemão e o futebol inglês, diante do resultado da primeira rodada da Copa do Mundo. Para o especialista, o futebol alemão apresentava renovação por não ter muitos estrangeiros, enquanto no futebol inglês, e sua Liga, predominavam a presença de estrangeiros. O comentário também foi feito por Franz Beckenbauer, que também afirmou que o futebol inglês tinha muitos estrangeiros.

Infelizmente ambos estão enganados, talvez por não tiverem tido a oportunidade de estudar uma disciplina de Introdução à Economia. Um dos princípios fundamentais da economia é que a competição cria incentivos para que os jogadores locais possam dedicar-se mais. Assim, a rigor, a presença de estrangeiros no futebol inglês pode ser benéfica, ao contrário do que acredita estes ex-jogadores.

Para entender mais, leia Beckenbauer´s lack of Economics. Leia também Soccernomics, de Stefan Szymanski & Simon Kuper. Fonte da foto: aqui

Rir é o melhor remédio



Fonte: aqui. Aqui um vídeo de uma campanha para salvar Galvão Birds (sic).

A volta do Exame de Suficiência

A notícia era quente e resolvi postar no blog as 7:52: o exame de suficiência estava de volta. Já sabia, pela professora Diana Lima, que isto iria acontecer a qualquer momento.

Entretanto, as observações que li após isto foram ou reproduzindo a lei ou reproduzindo o texto do próprio Conselho. Tentarei fazer aqui uma breve análise sobre o assunto.

Em primeiro lugar, a Lei 12.249, de 11 de junho de 2010, trata da conversão de uma Medida Provisória, neste caso, a 472, de 2009. Como a desorganização jurídica no nosso país é grande, isto significa que diversos assuntos são considerados na Medida Provisória e também na Lei 12.249: PROUCA (não é piada não), RECOMPE (idem), RETAERO (idem), PMCMV, CDFMM etc. Lá no meio, a alteração da Lei 9.295, de 27 de maio de 1946.

Segundo aspecto relevante é que o exercício da profissão será feito pelo bacharel em Ciências Contábeis, de curso reconhecido pelo MEC, aprovado no Exame de Suficiência e registrado no Conselho Regional de Contabilidade. Um ponto relevante é que diplomas emitidos no exterior não garantem o exercício da profissão, sendo necessária a validação. E os técnicos em contabilidade? A nova lei garante que os já registrados ou que sejam registrados até 1º de junho de 2015 poderão exercer a profissão. Subentende que desde que façam o exame de suficiência e sejam registrados.

O terceiro ponto, ausente no comunicado do CFC, trata da anuidade. O decreto chega ao detalhe de afirmar que: os profissionais registrados são obrigados a pagar a anuidade; que elas devem ser pagas até 31 de março, caso contrário haverá multa, juros de mora e atualização monetária; que os limites serão de R$380 para pessoas físicas e de R$950 para pessoas jurídicas; que os limites serão corrigidos pelo IPCA-IBGE. Observe que a lei detalhista fala em “limites”. Serão limites ou tetos praticados?

Outro aspecto é que a lei trata também das penalidades por infração ao exercício legal da profissão.

O quinto ponto aprovado trata da necessidade de prestação de contas do CFC e dos CRCs.

Finalmente, vetou-se a proposta de alteração do artigo 78. Eis a justificativa do veto:

Ressalte-se que não é possível concordar com a tese da existência de autarquia fora da administração pública. Ora, se a criação dos conselhos de classe é feita por lei, se sofrem controle estatal (STF, MS 22.643-9/SC. DJ 04.12.1998, ementário no 1.934-01), se exercem atividade típica do Estado (poder de fiscalização das profissões), envolvendo, ainda, competência tributária (STJ, Resp no 225301/RS, Rel. Min. Garcia Vieira, DJ 16.11.1999) e poder de punir, se têm imunidade constitucional, são autarquias e se inserem na administração pública federal.

Pelo que é possível perceber, a proposta era considerar do CFC como autarquia fora da administração pública, o que não concordou o Ministérios do Planejamento, Orçamento e Gestão, o Ministério da Justiça e a Advocacia- Geral da União.

15 junho 2010

Exame de Suficiência de volta

Lei 12.249, publicada no dia 14 de junho de 2010, marca a volta do Exame de Suficiência, ao alterar o Decreto-Lei 9.295, de 1946, mudando a redação do artigo sexto:

f) regular acerca dos princípios contábeis, do Exame de Suficiência, do cadastro de qualificação técnica e dos programas de educação continuada; e editar Normas Brasileiras de Contabilidade de natureza técnica e profissional.

Rir é o melhor remédio

Onde está a sogra?



(Enviada por Nelma, grato)

Teste #296

Complete:

Um conjunto de pesquisas sobre auditoria foi publicada em diversos periódicos de contabilidade recentemente. Usando o mercado espanhol, descobriu-se que as grandes empresas de auditorias ________ (aumentam/reduzem) o conservadorismo. Outra analisou os pareceres ao longo do tempo, constatando que a proporção de ressalvas de continuidade _______ (aumentou/diminuiu) entre 2002 e 2003, mas _______ (aumentou/diminuiu) depois, comprovando o efeito Enron. Um estudo coreano relacionou o tamanho do escritório da empresa de auditoria com a ________ (qualidade/valores cobrados). Finalmente, um experimento comparou os procedimentos com a qualidade do trabalho do auditor.

Resposta do Anterior: 1962. Fonte: Teoria da Contabilidade, Niyama e Silva, p. 118.

Links

Negociação na Bolsa baseada em algoritmos

CVM versus KPMG

Revista free de tatuagem em língua portuguesa

Música clássica de domínio público

Reginaldo de Oliveira: Sped (1 e 2)

Evolução das bolas de futebol


As bolas de futebol que foram usadas na Copa

Não ao valor justo

Os investidores preferem não utilizar o justo valor, ou mark-to-market, na contabilização de ativos financeiros de longo prazo, de acordo com uma pesquisa com os profissionais da indústria. (...) Os resultados da PwC, a maior das quatro grandes
empresas de contabilidade, foi logo após a publicação, no mês passado, pelo
o Financial Accounting Standards Board, de uma proposta para usar o valor justo para mensurar mais tipos de instrumentos financeiros.

Numa mudança radical, os bancos dos EUA teriam que avaliar não só os ativos financeiros, como derivativos, a preços de mercado a cada trimestre, mas também uma parcela maior dos seus empréstimos.

O FASB defendeu sua proposta (...) dizendo que os investidores dos EUA são favoráveis a uma maior utilização do justo valor porque fornece mais transparência sobre a saúde financeira de um banco.

No entanto, os resultados da PwC, (...) apresentam uma visão diferente.


Investors reject US move to mark-to-market valuations - Rachel Sanderson - Financial Times - 14 de junho de 2010

Pesquisa enviesada

Um estudo publicado no European Accounting Review (1) mostrou que os periódicos da Europa são mais diversificados em termos de conteúdo e origem das pesquisas, em relação as publicações dos EUA. Entretanto, mesmo assim, as pesquisas na Europa ainda estão concentradas mais que proporcionalmente nas pesquisas inglesas. Provavelmente existe uma desvantagem competitiva na corrida de publicação dos pesquisadores que não falam língua inglesa (2).

(1) Is European Accounting Research Fairly Reflected in Academic Journals? An Investigation of Possible Non-mainstream and Language Barrier Biases European Accounting Review, 2010;19(1):161-190
(2) Accounting Research; Data on accounting research published by researchers at University of Geneva - 11 June 2010 - Economics Week

14 junho 2010

Rir é o melhor remédio



Fonte: aqui

Teste #295

O conceito de ativo, como "futuro benefício, resultado de eventos passados, sob controle da entidade", tem sua origem:

Em 1962, no ARS #3 de Moonitz e Sprouse
Em 1973, com a criação do Fasb
Em 2002, com a Estrutura conceitual básica do Iasb

Resposta do Anterior: linha verde, Toyota. Azul, BP. Linha de baixo, Goldman Sachs. Fonte: aqui

Links


Fotografia conceitual

Gráfico sobre o resumo de cada país nas copas

Boas avaliações de alunos significa bons professores? aqui e aqui

Um prisioneiro de Guantanamo custa 2 milhões de dólares

Preço

Cobrar preço único não é bom para todas as empresas
Steven Pearlstein / THE WASHINGTON POST - O Estado de São Paulo - 14 jun 2010

Na noite anterior à formatura universitária de meu filho, no mês passado, nós fizemos planos para comemorar em um de seus restaurantes preferidos: o Fogo de Chão, uma daquelas churrascarias brasileiras onde eles servem rodízios com mais de uma dúzia de tipos de carne grelhada e se come tudo que conseguir. Meu filho Eli ficou um pouco em dúvida sobre a escolha do restaurante. Para ele, o preço único por tudo que se conseguir comer pareceu um grande negócio depois que ele se serviu pela terceira vez de uma suculenta alcatra e um contra-filé especial. Mas ele imaginou (corretamente, como se viu) que sua mãe e sua irmã jamais comeriam carne suficiente para justificar o alentado preço fixo que o restaurante cobra por cada refeição.

O restaurante reconhece que parte de seu atrativo especial está em oferecer “comida sem culpa” - sabendo que o preço será o mesmo não importa o que, ou quanto, se coma. A boa notícia para o Fogo de Chão é que há gente suficiente por aí que valoriza tanto esse prazer que está disposta a pagar mais do que se eles servissem à la carte.

Muitas outras empresas usam estratégias de preço único. Muitas seguradoras de saúde cobram o mesmo por planos familiares, independentemente do número de filhos envolvidos. O mesmo acontece nos negócios de telecomunicações, onde ligações telefônicas, acesso à internet e mensagens de texto ilimitados tornaram-se a norma.

Mas nem sempre foi assim. Alguns de nós se lembram de quando as ligações telefônicas de longa distância eram reservadas para noites e fins de semana, quando as tarifas eram mais baixas, ou de quando os provedores de acesso à internet cobravam com base em quanto tempo se gastava conectado.

Bolha. Tudo isso mudou durante a bolha de tecnologia dos anos 1990, quando se investiu tanto dinheiro na criação de capacidade excessiva de rede que o custo de oferecer a um cliente outra ligação, ou outro minuto de acesso à web, chegou perto de zero. O preço único “por tudo que se conseguir comer” fez todo o sentido para companhias que estavam se afogando em banda larga não utilizada, e com isso a oferta criou sua própria demanda.

Agora, graças à engenhosidade das indústrias de tecnologia e de telecomunicações, há tantas pessoas pedindo tantos serviços novos que as redes têm dificuldade para atendê-las - e os custos da capacidade adicional estão em rápida escalada. É por isso que a Comcast e outras operadoras de cabo estão pedindo mais flexibilidade para gerenciar suas redes para dar menos prioridade a serviços que monopolizam grande quantidade de banda larga - ou, no mínimo, cobrar tarifas mais altas de consumidores que usam esses serviços. E é por isso que a AT&T anunciou, na semana passada que estava abandonando seu preço único para uso ilimitado de serviços de transmissão de dados e de internet em suas redes, preferindo o tipo de precificação “escalonada” que Eli apreciaria.

O perigo dos subsídios cruzados é que pode surgir um competidor e capturar os consumidores sobretaxados e altamente lucrativos oferecendo um valor melhor. Ao mesmo tempo, ninguém vai querer levar essa lógica ao ponto de cobrar de cada cliente um preço diferente.

Mas, em cada ramo de atividade, há geralmente um meio termo feliz entre os extremos de um preço à la carte e um de “coma quanto puder”. Embora esse ponto ótimo mude constantemente em resposta a mudanças de custos, tecnologia e competição, minha opinião é que ele em geral envolve alguma forma de precificação escalonada. Num mercado realmente competitivo, um regime de preços que esteja constantemente tentando forçar os consumidores a consumirem mais ou menos do que eles realmente querem provavelmente não prevalecerá. / TRADUÇÃO DE CELSO M. PACIORNIK

Obituário

O contador e as suas muitas horas produtivas
Folha de São Paulo - 14 jun 2010
ESTÊVÃO BERTONI- DE SÃO PAULO

Todos os dias, Antônio Lopes de Sá separava 16 horas para o trabalho. Isso explica como ele conseguiu escrever mais de 150 livros, 10 mil artigos e ainda atender, ao longo da carreira, 2.000 clientes.

Filho de pai português e mãe brasileira, ficou órfão de pai bem cedo e foi criado pela mãe, uma pintora, na periferia de Belo Horizonte (MG).

No começo, dividia-se entre os estudos e a ajuda ao tio, na funilaria. Como a família não tinha muitos recursos, usava os lápis até ficarem pequenos e não caberem mais nas mãos, de tão apontados.

Sem dinheiro para adquirir livros, pegava alguns emprestados. Mal sabia que, no futuro, teria uma biblioteca com cerca de 10 mil títulos.

Ainda jovem, trabalhou no setor administrativo de empresas como Mesbla e Esso.

Em 1946, formou-se em contabilidade e, 18 anos depois, doutorou-se em ciências contábeis, no Rio. Reconhecido internacionalmente por sua produção, acabaria se tornando um dos grandes nomes de sua área no Brasil.

Fundou algumas entidades em BH, como o Conselho Regional de Contabilidade.

Casou-se em 1949 com a primeira mulher, com quem teve três filhos. Seu segundo casamento veio em 1983.

Fora daquelas suas 16 horas, gostava de cozinhar receitas italianas e era um profundo conhecedor de vinhos.

Também foi um torcedor apaixonado pelo Cruzeiro.

Ultimamente, fazia trabalhos de perícia e auditoria. Pelo site que tinha, respondia gratuitamente as consultadas dos internautas.

Morreu na segunda, aos 83, de problemas cardíacos. Teve três filhos e seis netos.


Mais, aqui (Dica da Nelma Tibúrcio, grato)

Sustentabilidade e Redução de custo

No seu sentido mais pragmático, é principalmente sobre redução de custos - através da redução de resíduos, venda de componentes recicláveis e reaproveitamento subprodutos, como a borracha ou plástico para criar um novo produto. Para uma empresa grande, isso pode significar milhões de dólares em economias anuais.

"Quando estourou a sustentabilidade, ele estava na categoria de responsabilidade, algo que uma sociedade deve fazer porque era a coisa certa a fazer", disse Beth Lester, vice-presidente da Penn Schoen Berland Associates. Mas agora é também algo sobre como economizar dinheiro, afirmou.


O texto Products That Are Earth-and-Profit Friendly, do New York Times (Sindya Bhanoo, 11 de junho de 2010) traz alguns exemplos da Wal-Mart, Nike, entre outras empresas, que encontraram nos projetos ambientais, formas de reduzir custos.

12 junho 2010

Rir é o melhor remédio



Fonte: aqui (clique na imagem para ver melhor)

Copa do Mundo e Mercado


Fonte: aqui

O pior desempenho do mercado, durante as copas, ocorreu em 1950. Mas depois o mercado recuperou-se. Em 1974, o mercado caiu e o declínio persistiu nos três meses seguintes. Em 2002, um desempenho semelhante.

Receita fiscaliza

A Receita Federal vai deflagrar em julho uma fiscalização especial em dez empresas que fizeram operações de lançamento de debêntures no mercado financeiro nos últimos anos. Juntas, essas empresas emitiram R$ 628,6 milhões.

Outra fiscalização, que será lançada no próximo mês, investigará 129 empresas lucrativas que foram incorporadas por companhias com prejuízo, uma prática conhecida no jargão tributário de “incorporação às avessas ou invertida”. Os fiscais identificaram fortes indícios de irregularidades nessas operações e agora vão intimar as empresas.

Em entrevista à Agência Estado, o secretário da Receita, Otacílio Cartaxo, disse que as duas ações de fiscalização são resultado do aprimoramento do sistema de cruzamento de dados utilizado para a seleção dos contribuintes.

Planejamento tributário. Nas operações com debêntures, os fiscais identificaram que os compradores do papel têm algum tipo de vínculo com a empresa. A Receita suspeita que, na prática, foram os sócios que compraram os papéis, fazendo planejamento tributário para pagar menos tributos. É que as despesas com o pagamento de juros das debêntures diminuem o lucro da empresa, o que reduz o valor do Imposto de Renda (IR) e da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) a ser pago.

Pelos cálculos da Receita, em média, nessas empresas, a despesa com o pagamento das debêntures foi equivalente a 70% do resultado operacional. Em uma delas, os fiscais descobriram que a despesa com os papéis correspondeu a praticamente todo o lucro.

“Normalmente a remuneração dessas debêntures é em valores muito mais altos do que as taxas de mercado”, destacou o coordenador-geral de processos estratégicos da Receita, Iágaro Jung Martins.

Incorporação às avessas. Na outra fiscalização, com empresas que fizeram incorporação às avessas, a Receita apurou que as companhias, para o cálculo do IR e da CSLL devidos, descontaram, no cálculo do lucro, prejuízos de anos anteriores acima do permitido por lei. Pela legislação, a empresa só pode abater anualmente até 30% dos prejuízos acumulados no passado.

“Essas empresas estavam compensando o prejuízo integralmente e extrapolaram o limite da lei. Elas têm de respeitar a trava de 30%”, disse Martins.

Segundo Martins, muitas dessas incorporações são feitas com empresas deficitárias do mesmo grupo empresarial. De acordo com os dados da Receita, as 129 empresas que foram alvo da investigação já compensaram R$ 9,44 bilhões de prejuízo graças às operações de incorporação.

O Supremo Tribunal Federal (STF), recentemente, deu uma decisão favorável ao Fisco contra operações de incorporação às avessas. O Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf), que julga recursos dos contribuintes contra autuações da Receita, decidiu que essas operações precisam respeitar o limite fixado por lei.

Casa e separa. Além dessas duas ações de fiscalização já programadas, o Fisco prepara outra contra empresas que fizeram operações conhecidas como “casa e separa”.

Nessas transações, para fugir da tributação sobre ganho de capital, a empresa que tem um ativo subavaliado na sua contabilidade se associa artificialmente a outra que quer comprar esse ativo. Meses depois há a separação.

“Essas operações são feitas para dissimular uma operação de ganho de capital societário”, disse Cartaxo. “Um sócio sai com o bem (a empresa), outro com o dinheiro, e ninguém paga o imposto. A operação só não acontece do ponto de vista tributário”, acrescentou.


Receita investiga operações com debêntures - Adriana Fernandes e Renata Veríssimo - O Estado de São Paulo - 12/6/2010

11 junho 2010

Rir é o melhor remédio

Distração no Futebol

Princípios de Contabilidade 2

(Continuação)

As principais alterações são as seguintes:

a) Transformação do termo “Princípios Fundamentais de Contabilidade (PFC)” em “Princípios de Contabilidade (PC)”. Ou seja, os Princípios deixaram de ser fundamentais.

b) Simplificação na redação dos princípios. O que é uma boa notícia. A confusa redação do Princípio da Continuidade deu lugar ao seguinte texto: “O Princípio da Continuidade pressupõe que a Entidade continuará em operaão no futuro e, portanto, a mensuração e a apresentação dos componentes do patrimônio levam em conta esta circunstância.”

c) Ampliação do conceito de “registro pelo valor original”. A resolução faz uma ginástica para incluir na base de mensuração outras formas além do custo histórico. Pelo novo texto, o Registro pelo Valor Original está dividido em Custo Histórico e Variação do Custo Histórico. Entre as variações do custo histórico listam: custo corrente, valor realizável, valor presente, valor justo e atualização monetária. A rigor, segundo a teoria contábil, valor presente, por exemplo, não pode ser considerada uma variação do custo histórico.

d) Eliminação da Atualização Monetária como Princípio. Quando a Resolução 750 foi elaborada, discutida e aprovada, existia um processo de elevada inflação no nosso país. Assim, naquele momento foi razoável imaginar um princípio que levasse em consideração os efeitos da inflação nos valores do balanço. A nova resolução eliminou este princípio.

Infelizmente faltou ousadia no Conselho, ao evitar propor a revogação da Resolução 750. As justificativas, no início da Resolução 1.282, não convencem. Infelizmente temos uma situação esdrúxula onde o mesmo órgão apóia duas estruturas conceituais, sendo que uma dela não é “fundamental”.

Valor Justo Para instrumentos financeiros

A revista The Economist discute, na sua edição de 10 de junho de 2010, o problema da normatização do valor justo para instrumentos financeiros (To Fasb or not to Fasb?). A figura desta página apresenta uma idéia geral do problema que isto significa. Para algumas instituições financeiras, na primeira coluna apresenta-se o valor dos empréstimos pelo custo histórico; na segunda coluna, pelo valor justo. Esta diferença, como percentagem do capital social ordinário, encontra-se na terceira coluna.

A diferença pode ser significativa para algumas instituições, como o KeyCorp, onde o registro a valor histórico dos empréstimos é de 53,5 bilhões de dólares, enquanto o valor justo reduz para 47,3 bilhões. Esses 6,2 bilhões de dólares de diferença representam 89% do valor das ações ordinárias da instituição.

No dia 26 de maio, o Fasb apresentou uma proposta de 214 páginas. A questão é que a proposta do Fasb difere do que pensa o Iasb sobre o assunto. Além disto, a aprovação da minuta no Fasb deu-se por uma margem mínima, três votos favor versus dois contra, indicando que não existe um consenso dentro do próprio Fasb.

Os bancos querem evitar que a proposta do Fasb seja aprovada; a oposição é que a contabilidade a valor justo da forma como quer o Fasb aumenta as chances de uma crise bancária. Uma pesquisa realizada pelo CFA, e citada pela revista, mostra que 52% dos investidores gostariam de ter a informação do valor justo. Nem entre os investidores, o principal usuário das informações contábeis no mercado dos Estados Unidos, o assunto apresenta um consenso.

Além disto, os políticos, alguns deles apoiados pelos lobistas das instituições financeiras, são contra a incerteza do valor justo. O que fazer?

Teste#293

O prêmio do mercado refere-se a relação entre o retorno do mercado e o retorno de um título sem risco. Esta informação é utilizada para determinar a taxa de desconto de fluxos de caixa futuros, incluindo, por exemplo, as situações de impairment. Uma pesquisa realizada entre os professores de diferentes países encontrou que este prêmio, no Brasil, seria de:

4,8%
6,8%
12,4%

(P.S.: quanto maior o prêmio, maior o risco. PS 2: as taxas acima são de Brasil, Argentina e Chile, não neste ordem. Ficou fácil agora).

Resposta do Anterior: a média é de 3,7%. O primeiro percentual é a arrecadação do Ibama, em relação a multa aplicada. 50% é a relação entre arrecadação e multa das agências. Fonte: aqui

Links


Futebol:

Corrupção na Copa do Mundo

Restaurante oferece chopp de graça toda vez que a Argentina tomar um gol

Mercado para jovens jogadores de futebol

Fotos de Bob Marley e Futebol

Uma figura com dados interessantes (e financeiros) sobre o futebol

Foto: aqui

Futebol: Origem do Dinheiro


O gráfico mostra as receitas das maiores ligas de futebol do mundo. As ligas européias tiveram receitas de quase 16 bilhões de euros, segundo estimativa da Deloitte.

10 junho 2010

Rir é o melhor remédio


Risco

Principios de Contabilidade

Com data de 28 de maio de 2010, o Conselho Federal de Contabilidade aprovou a Resolução 1.282/10. Esta Resolução modifica a Resolução 750, de 1993 e foi publicada no Diário Oficial no dia 2 de junho.

Existiam no Brasil três arcabouços teóricos: a estrutura do Ibracon/CVM, a Resolução 750 do Conselho Federal de Contabilidade e a Estrutura Básica de Contabilidade, do Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC).

A estrutura do Ibracon/CVM é baseada na hierarquia de postulados (dois), princípios e convenções. Sua origem remota a década de setenta, quando o professor Sérgio de Iudícibus adaptou a estrutura da escola estadunidense. Com a criação do CPC, a estrutura do Ibracon/CVM perdeu o sentido de ser.

A Resolução 750 do CFC, de 1993, era uma tentativa de fazer frente à estrutura do Ibracon/CVM. Apesar da influencia da escola européia, é importante notar que nunca foi preocupação desta escola elencar “princípios”. A Resolução 750 adotou algumas questões conjunturais, como a preocupação com a atualização monetária, e tinha uma influencia jurídica, expressa no princípio da entidade. Entretanto, pessoalmente sempre achei essa Resolução confusa.

A Estrutura do CPC não utiliza o termo “princípio”, mas sim parte de pressupostos (regime de competência e continuidade) e características qualitativas das informações contábeis. (Estes aspectos são discutidos no livro Teoria da Contabilidade, de Niyama e Silva, cap. 4). Essa estrutura também foi aprovada pelo CFC, através da Resolução 1.121 (2008).

Assim, tínhamos algo esdrúxulo: o Conselho Federal de Contabilidade aprovou os Princípios Fundamentais de Contabilidade (Resolução 950, de 1993) e o Pronunciamento Conceitual Básico (Resolução 1.121, de 2008). Mais recentemente, o CFC aprovou normas do setor público, sustentando-se nos Princípios Fundamentais de Contabilidade - Resolução 950. Ou seja, claramente o CFC não assumiu uma postura de adotar de vez a Estrutura do CPC.

O ideal seria do CFC simplesmente revogar a Resolução 950. Em lugar disto, aprova-se a Resolução 1.282.

Talvez, um pouco envergonhado, o CFC não faz muito alarde da Resolução. Quando se realiza uma consulta direta no sítio do Conselho, digitando-se 1282 ou 1.282, não se encontra nenhuma notícia sobre a mesma. As razões podem estar nas justificativas encontrada para a aprovação da Resolução:

a) Processo de convergência das normas internacionais de Contabilidade discute a aplicabilidade da resolução 950
b) Necessidade de manter a Resolução 950 pelo fato de ser “referência para outros organismos normativos e reguladores brasileiros”
c) A relevância do conteúdo doutrinário, sendo alicerce para julgamento profissional da aplicação das Normas Brasileiras de Contabilidade
d) Necessidade de harmonização da Resolução 750 e da NBC T 1
e) Necessidade de alterar o termo “Princípios Fundamentais de Contabilidade”

Analisando os “considerandos” da Resolução 1.282 percebemos a dificuldade para explicar a solução encontrada pelo Conselho.

(Continua)

Teste #292

Uma das formas que os reguladores, como Banco Central, TCU e Ibama, possuem de exercer o seu poder é através da aplicação de multas. Entretanto, um levantamento do TCU mostrou que somente uma parcela das multas aplicadas são pagas. Este percentual é de:

0,6%
3,7%
50%

Resposta do Anterior: 92 bilhões. Em 2008 foi de 340 bilhões de dólares. Fonte: aqui

Links

Banco Central Europeu e bancos europeus: balanço

Apenas 4% das multas aplicadas pelos reguladores são pagas

Preço da felicidade: 60 mil dólares

Julgamento do corretor francês acusado de fraude

Documentos fiscais na mídia eletrônica

Senado aprova capitalização da Petrobrás

Deloitte no Brasil apresenta falhas, segundo o PCAOB

Emoção até o último minuto


Jan van Ours e Martin Tuijl pesquisaram mais de 1.500 partidas de futebol da Bélgica, Brasil, Inglaterra, Alemanha, Itália e Holanda, desde a década de 60. E analisaram o que ocorreu ao longo dos noventa minutos do jogo. (Country-specificic Goal-Scoring in the “Dying Seconds” of International Football Matches”)

Antes de prosseguir, é importante destacar que existem diversas pesquisas que associam futebol com métodos quantitativos. Algumas destas pesquisas são citadas no artigo. E atualmente estou lendo um livro sobre o assunto, denominado Soccernomics.

Voltando a pesquisa de van Ours e Tuijl, nas partidas analisadas, 92 foram decididas no último minuto do jogo, sendo 63 a favor e 29 contra os países estudados. Assim, das 240 partidas analisadas da seleção brasileira, cinco foram decididas no derradeiro minuto a favor da nossa seleção e uma contra; ou seja, 2,5% dos jogos tiveram gols no último minuto. Nos últimos cinco minutos, 30 partidas tiveram gol a favor e 15 contra, totalizando 19% dos jogos. Quando se compara com outros países, percebe-se que o desempenho do Brasil não se altera de forma expressiva no término do jogo. Dos 344 jogos da Alemanha, quase 10% tiveram gols no último minuto, sendo 19 a favor e 15 contra. Considerando os últimos cinco minutos, 24% dos jogos da seleção alemã tiveram gols nesta etapa.

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Governança no Brasil

Brasil é eleito o país em desenvolvimento com a melhor governança corporativa
Raquel Landim, de O Estado de S. Paulo 10 jun 2010

SÃO PAULO - Alguns dos maiores fundos de investimento do mundo elegeram o Brasil a nação em desenvolvimento com a melhor governança corporativa para atração de recursos. Governança corporativa é um conjunto de procedimentos, políticas e leis que regulam a maneira como as empresas são dirigidas.

O País recebeu 71% dos votos de uma plateia de cerca de 350 investidores reunidos nesta quarta-feira, 9, em Toronto (Canadá) em um painel do encontro anual da Aliança Internacional de Governança Corporativa (ICGN, na sigla em inglês). O restante dos votos foram distribuídos entre China, com 15%, Índia, com 9%, e Coreia do Sul, com 5%.

O ICGN tem 480 membros em 45 países. Os investidores institucionais filiados a entidade administram cerca de US$ 9,5 trilhões em recursos. Entre os membros, está, por exemplo, o CalPERS - fundo de pensão dos funcionários públicos da Califórnia. É o maior fundo de pensão do mundo, com investimentos de US$ 55,2 bilhões em 2009.

(...) José Luiz Osório, ex-presidente da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) (...) atribui a melhora da percepção da governança corporativa do País às reformas microeconômicas realizadas, como as novas regulamentações da CVM, a instituição do Novo Mercado, e as reformas feitas pela Bovespa/BM&F. Segundo ele, as condições macroeconômicas também melhoraram e culminaram com a concessão do grau de investimento para o Brasil pelas agências de rating.

Convergência


Normas obrigatórias a partir de 2010 estão em revisão e podem mudar mais se houver convergência com os EUA.

Por Fernando Torres, de São Paulo
09/06/2010

As normas internacionais de contabilidade que serão adotadas obrigatoriamente pelas companhias abertas brasileiras nos balanços de 2010, conhecidas como IFRS, estão com o prazo de validade perto de vencer.

Enquanto contadores e auditores locais correm contra o tempo para deixar tudo pronto no prazo, os principais órgãos internacionais responsáveis pela emissão de normas contábeis tentam costurar um entendimento que pode resultar em mudanças significativas nas regras atuais.

Na prática, isso quer dizer que o modelo novo adotado pelas companhias aqui no Brasil pode se tornar velho em poucos anos.

Um exemplo é o caso das provisões para inadimplência dos empréstimos. Até o ano passado, os bancos brasileiros usavam o critério da perda esperada para calcular a provisão de devedores duvidosos. No balanço em IFRS referente a 2010, terão que usar o sistema de perda incorrida. Daqui a poucos anos, com a revisão da norma internacional, o mais provável é que voltem para o sistema antigo, embora com algumas diferenças no método de avaliação.

Além desse processo contínuo de aperfeiçoamento das normas IFRS, que já ocorre normalmente, isso deve se intensificar tendo em conta a busca por um padrão global de contabilidade que envolva também os Estados Unidos.

O Conselho de Normas Internacionais de Contabilidade (Iasb), que emite as IFRS, e o seu similar americano Fasb, responsável pelo padrão chamado de US Gaap, têm dito repetidamente que buscam uma convergência entre os dois sistemas de contabilidade.

De fato houve acordo entre os dois órgãos em diversos aspectos tratados até agora, mas numa das áreas mais importantes e polêmicas, relativa à classificação e mensuração de instrumentos financeiros, o que se viu foi um distanciamento de opiniões.

Seguindo o histórico de sua escola, o Fasb deixou claro há duas semanas, com a divulgação de uma minuta que entrou em audiência pública, que defende uma abordagem que aumenta a abrangência do registro dos instrumentos financeiros pelo valor de mercado (valor justo), enquanto o Iasb já emitiu uma nova norma, o IFRS 9, que admite com maior flexibilidade o uso do método do custo amortizado (marcação do papel pela curva), o que deve reduzir a volatilidade dos balanços em momentos de crise.

Os especialistas não consideram que essa divergência seja insolúvel, mas entendem que, se o objetivo for alcançar um único padrão contábil internacional de alta qualidade, algum dos lados terá que ceder, ou os dois.

Eventuais mudanças que o Fasb possa fazer no US Gaap não interferem no novo padrão de contabilidade brasileiro, que tem como base as IFRS, ressalta a presidente do Instituto dos Auditores Independentes do Brasil (Ibracon), Ana María Elorrieta.

No entanto, ela admite que tanto a minuta proposta pelo órgão americano, como os comentários recebidos durante a audiência pública, podem influenciar a regulamentação do Iasb.

O IFRS 9 foi emitido em agosto, com permissão para adoção antecipada, mas com o uso obrigatório previsto apenas para o exercício de 2013. Diante disso, uma mudança na regra até poderia ser feita, mas não seria algo trivial, uma vez que África do Sul, Austrália, Nova Zelândia e algumas empresas japonesas já estão usando o novo sistema.

Também não seria fácil para o Iasb simplesmente ignorar todo o processo de audiência pública conduzido para elaborar o IFRS 9 e dizer que mudou de ideia após ouvir a opinião do Fasb.

Nesse sentido, o Iasb pediu que todos os agentes envolvidos com o IFRS nos mais de 120 países que adotam mo modelo se manifestem na consulta feita pelo órgão americano. A esperança é que, ao perceber a reação do mercado à sua proposta, o Fasb possa rever o texto sugerido.

Segundo o professor Eliseu Martins, representante da Fipecafi no Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC), a minuta apresentada pelo Fasb expande o uso do valor justo para quase todos os instrumentos financeiros, como carteiras de recebíveis e de empréstimos, que nos sistemas contábeis usados até agora podiam ser marcados pela curva, caso fossem mantidos até o vencimento. "Parece que depois de toda essa discussão sobre valor justo, o Fasb concluiu não só que ele não foi responsável pela crise financeira, como quer expandir seu uso", diz o professor, que destaca que as diferenças em relação ao modelo proposto no IFRS "são grandes".

Se o Iasb for convencido a seguir pelo mesmo caminho do Fasb, isso mudaria bastante não só o balanço dos bancos, como das empresas não financeiras brasileiras, diz Eliseu.

Se o plano A de convergência total entre o IFRS e US Gaap não der certo, não está descartado um caminho de meio termo. O plano B teria como base aproximar a contabilidade em quase todos os pontos e apresentar uma breve reconciliação com as diferenças. Nesse cenário, há expectativa de que a Securities and Exchange Commission (SEC) poderia permitir a adoção do IFRS pelas empresas americanas mesmo sem a convergência total.


Valor Econômico (via Vladmir Almeida)

A própria Estrutura Conceitual está sendo discutida atualmente, com alterações sendo estudadas até na definição de Ativo.

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Aposta

A Copa do Mundo da África do Sul será o maior evento de apostas do mundo, destacaram nesta quarta-feira (9) as empresas britânicas do setor, que esperam receber um bilhão de libras (€ 1,2 bilhão).

"É enorme, esta semana é uma onda para os aficcionados do futebol com o Mundial", afirmou Darren Haines, porta-voz da casa de apostas Paddy Power, antes de ressaltar que se espera que sejam postos em jogo no Reino Unido "um bilhão de libras" durante o torneio.

Ciaran O'Brien, da empresa Ladbrokers, disse por sua vez que a África do Sul será o "maior espetáculo de apostas da face da Terra". "O Mundial-2010 será a maior explosão de apostas", insistiu.

Segundo a Ladbrokes, na Inglaterra poderão ser registradas 100 apostas por segundo na primeira partida da seleção dos 'Três Leões' no Mundial, marcada para o sábado (12), contra os Estados Unidos, em Rustenburgo.(...)


Mundial será o maior evento de apostas, segundo setor britânico
Brasil Econômico - Por AFP
09/06/10

09 junho 2010

Rir é o melhor remédio


Fonte: aqui

Teste #291

Um estudo da KPMG, entre 1700 empresas com ações negociadas na bolsa dos Estados Unidos, mostrou que o montante de goodwill impairment, em 2009, foi de:

92 bilhões de dólares
340 bilhões de dólares
1 trilhão de dólar

Resposta do Anterior: Roosevelt. Fonte, aqui. É interessante notar que o primeiro presidente da SEC era o pai do presidente Kennedy.

Livro eletrônico

A escritora Karen McQuestion passou quase dez anos tentando convencer algum editor nova-iorquino a publicar seus livros. Aí, em julho, McQuestion, de 49 anos e mãe de três filhos, decidiu publicar por conta própria na internet.

Onze meses depois, McQuestion já vendeu 36.000 livros eletrônicos para o Kindle, o aparelho da Amazon.com Inc. para e-books, e tem uma opção para um filme com um produtor de Hollywood. Em agosto, a Amazon publicará uma versão impressa de bolso de “A Scattered Life”, seu primeiro romance, sobre três amigas numa cidadezinha do Estado americano de Wisconsin.

Autores como McQuestion estão na vanguarda de uma reviravolta tecnológica que está enfraquecendo o tradicional controle das editoras sobre o mercado literário — e aumentando o poder de empresas de tecnologia como a Amazon, que passaram a determinar quais livros e autores vão dar certo.

Do mesmo modo que os blogs roubaram leitores dos jornais e o YouTube roubou espectadores da TV, a auto-publicação digital está criando uma nova fronteira nos livros e ameaçando o setor inteiro. Antes ridicularizados pelas editoras como livros de “vaidade”, as edições independentes agora conseguem prosperar evitando o sistema institucionalizado das editoras.

“Se você é um autor e quer atingir muitos leitores, até pouco tempo atrás o melhor era vender o livro para uma editora, porque elas controlavam a impressão e a distribuição. Isso está começando a mudar”, diz Mark Coker, fundador da empresa iniciante Smashwords Inc., da Califórnia, que oferece serviços de publicação e distribuição de e- books.

Por trás dessa mudança está a popularidade crescente dos livros eletrônicos, que poucas pessoas estavam dispostas a ler até três anos atrás. O iPad, da Apple Inc., e aparelhos eletrônicos como o Kindle facilitaram a compra e leitura de obras digitais. As vendas americanas de livros caíram 1,8% no ano passado, para US$ 23,9 bilhões, mas as de e-books triplicaram, para US$ 313 milhões, segundo a Associação de Editores Americanos. Alguns analistas calculam que as vendas de livros eletrônicos podem chegar a compor entre 20% e 25% do mercado de livros em 2012.

Não se sabe qual é a verdadeira ameaça que a publicação independente em meio digital representa para as editoras, que ainda controlam os campeões de vendas, sejam em formato impresso ou eletrônico. Muitas grandes editoras minimizam os livros independentes, afirmando que a maioria não resiste ao tempo, em parte porque são mal editados e quase nunca ganham resenhas.

Mas alguns editores dizem que a publicação independente on-line e a chegada de novatos como a Amazon ao mercado podem promover uma mudança gigantesca na indústria editorial.

“Ela mostra aos autores famosos que eles mesmos podem contratar assessor de imprensa, especialista em marketing on-line, editor freelance e serviço de distribuição próprios”, disse Richard Nash, ex-publisher da Soft Skull Press que lançou recentemente a editora Cursor Inc.

A Amazon assumiu a dianteira desse processo, oferecendo ferramentas para o autor se auto-publicar e criando ano passado um selo para publicar autores promissores em meio impresso e digital.

Este mês, a Amazon vai incrementar ainda mais sua iniciativa aumentando a comissão do autor para 70% da receita, ante 30% para livros eletrônicos que custam entre US$ 2,99 e US$ 9,99. Um autor independente cujo livro eletrônico é vendido a US$ 9,99 na loja do Kindle receberá US$ 6,99 por livro vendido. A comissão do autor numa venda parecida, intermediada pela maioria das grandes editoras, seria US$ 1,75.

A nova fórmula torna a publicação independente em meio digital mais lucrativa para os autores. “Algumas pessoas ficarão tentadas pelo royalty de 70% da Amazon”, diz Nash. “Se já têm uma base de fãs, será que vão querer 70% de US$ 100.000 ou 15% de US$ 200.000 para publicar um livro de capa dura?”

As empresas de tecnologia e as tradicionais companhias do setor editorial estão apostando na publicação independente. A Apple anunciou semana passada um programa de publicação independente para o iPad que oferece até 70% dos royalties para os autores, uma fórmula parecida com a da Amazon. A rede de livrarias Barnes & Noble lançou no mês passado um serviço chamado PubIt!, que permite aos autores carregar e publicar livros na internet.

Ano passado, Jane Friedman, que já foi diretora-presidente da editora HarperCollins Publishers, da News Corp., empresa que também é dona do Wall Street Journal, fundou a Open Road Integrate Media LLC, voltada para e-books e autores que estão interessados em publicar digitalmente antes de tentar o meio impresso. Editoras tradicionais como a Thomas Nelson Inc., de Nashville, Tennessee, que publica obras religiosas, fecharam acordos com uma empresa chamada Author Solutions Inc. para publicação independente online e impressa.

E uma série de empresas iniciantes de tecnologia passou a oferecer serviços de publicação independente, como a Smashwords, a FastPencil Inc. e a Lulu Enterprises Inc. O site Scribd.com afirma que publica 290.000 livros independentes por ano, que os autores vendem a preços que eles mesmos determinam.

Um dos maiores arquivos de livros eletrônicos publicados independentemente é a Amazon Digital Text Platform. Steve Kessel, diretor sênior da Amazon, diz que a empresa lançou a Digital Text juntamente com o Kindle em 2007 para dar aos autores e pequenos editores ferramentas simples para carregar livros na loja do Kindle. Atualmente, a loja do Kindle responde por cerca de 70% do mercado americano de e-books.

A Amazon está usando sua forte presença no varejo para fechar acordos diretamente com autores famosos. Ela conseguiu acordos de exclusividade para escritores como Stephen King e Stephen Covey.

E em maio de 2009 a Amazon lançou seu próprio selo editorial, o Amazon Encore. Da enxurrada de livros independentes, a Amazon escolhe os mais promissores para editar e publicar online e em varejistas de livros impressos. Seu primeiro lançamento se chama “Legacy” e foi escrito por uma menina de 14 anos chamada Cayla Kluver. O selo já anunciou o lançamento de 19 livros.

O diretor-presidente da Amazon, Jeff Bezos, diz que a Amazon quer ser parceira e não ameaçar as editoras. “Acho que o verdadeiro risco é que existem muitas editoras. Algumas delas têm mais visão que as outras e realmente estão investindo nessa nova área dos e- books”, diz ele. “Se você não é uma dessas editoras, aí é preocupante.”

As editoras alegam que a maioria dos autores continuará trabalhando com o meio impresso. Mais de 90% das vendas ainda vêm dos livros impressos. Além do suporte de edição e marketing para os manuscritos, muitos escritores dependem dos adiantamentos que recebem das editoras. Para alguns, isso significa pagamentos na casa dos sete dígitos muito antes de suas obras chegarem às prateleiras. Os autores independentes só conseguem gerar receita quando seus livros são vendidos.

Mas à medida que milhares de autores se publicam, o controle das editoras sobre quais títulos são editados e vendidos enfraquece cada vez mais. Algumas editoras temem que uma das grandes empresas de tecnologia que agora distribuem e-books vá concorrer com elas pelos autores mais vendáveis, oferecendo vantagens numa tentativa de conquistar mais mercado. Alguns autores famosos escrevem vários livros por ano e podem sentir-se tentados a testar o mercado se tiverem um original que ainda não foi comprado por uma editora.

O mercado deve se organizar em torno de dois níveis, “de marca/de qualidade” e “barato/bom o suficiente”, prevê o escritor e palestrante Seth Godin. Faz muito tempo que as grandes editoras dependem das vendas de catálogo, ou seja, de livros publicados há um ano ou mais, para obter boa parte de seus lucros. Nos próximos anos, surgirão substitutos adequados para muitos desses livros a um quarto do preço atual, diz ele.

Livro eletrônico começa a mudar indústria
Geoffrey A. Fowler e Jeffrey A. Trachtenberg, The Wall Street Journal
The Wall Street Journal Americas - 8/6/2010

So for comprar, considere os parceiros do blog:
Submarino

08 junho 2010

Lopes de Sá

Faleceu Antônio Lopes de Sá (1927-2010), provavelmente o contador brasileiro mais conhecido fora do nosso país.

Rir é o melhor remédio

Preguiça:
















Teste #290

________, ao nomear o primeiro presidente _________, disse: um ladrão para pegar outros ladrões.

Franklin Roosevelt - SEC
Richard Nixon - Fasb
George Bush - PCAOB


Resposta do Anterior: C/D/A/C Fonte: aqui

Links

Madoff na prisão

O efeito das novas propostas para valor justo

Extendendo a fórmula DuPont para a produtividade

Equador adere as Normas internacionais de contabilidade

Madoff na prisão

"As minhas vítimas mereceram o que aconteceu", diz Madoff
Brasil Econômico - Por Eudora Ribeiro do Diário Económico (Portugal)
07/06/10 17:06

Bernard Madoff, condenado a 150 anos de prisão por fraude financeira, disse aos seus colegas de cela que as suas vítimas "mereceram o que aconteceu, justamente por serem ricas e gananciosas".

Segundo a rede americana CNBC, um presidiário perguntou a Madoff o que ele achava sobre as vítimas de sua fraude de US$ 65 bilhões.

Em resposta, o multimilionário afirmou: "Que se danem minhas vítimas. Aturei todos por vinte anos e agora cumpro 150 anos [de prisão]", disse ele, de acordo com um artigo publicado também na New York Magazine.

"As pessoas continuavam a me oferecer dinheiro", disse Madoff a um conselheiro da prisão, que deu recomendações a ele sobre como suportar a pena.

"Alguns clientes queriam investir e, caso eu dissesse que não, elas respondiam: 'Então, você não é suficientemente bom?'", declarou.

A reportagem da New York Magazine ainda revela que Shannon Hay, um traficante de drogas que estava preso na mesma cela de Madoff, contou que o multimilionário compartilhou com ele a sua versão dos fatos.

"Ele me contou a sua versão. Disse que tirava dinheiro de pessoas que eram ricas e gananciosas e que queriam ainda mais", disse Hay, que foi libertado em dezembro passado.

A publicação ainda diz que Madoff é admirado na prisão, tem fãs e é visto como uma pessoa bem sucedida.

Camiseta criativa



Fonte: aqui

Fraude

CVM vê fraude na compra da GVT por Vivendi
Graziella Valenti, de São Paulo
08/06/2010

A Vivendi está sendo acusada pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) por irregularidades cometidas na aquisição da GVT, realizada em novembro. A operação foi inovadora no mercado brasileiro e as brechas utilizadas pelo grupo francês para vencer a disputa com a Telefónica levaram a autarquia a rever a regulamentação sobre essas operações.

Após investigação internacional, a CVM concluiu que a transação foi fraudulenta. A Vivendi também é acusada por falha na comunicação aos investidores, que resultaram em manipulação do mercado. Procuradas, CVM e Vivendi não comentaram o assunto.

A questão ambiental

A notícia a seguir refere-se ao desastre de Bhopal. Somente 25 anos após a desastre, o julgamento.

Somente mais de 25 anos após a morte de milhares de pessoas na cidade de Bhopal, um tribunal indiano condenou sete ex-funcionários da subsidiária indiana da multinacional Union Carbide por negligência no vazamento de gás, num dos maiores desastres industriais já ocorridos no mundo. Sobreviventes do acidente que aguardavam do lado de fora do corte consideraram a sentença muito leve — dois anos de prisão — e muito atrasada. Estima-se que 100 mil pessoas ainda sofram os efeitos do gás. Os condenados saíram sob fiança e ainda podem recorrer da sentença.

— Essa punição não é suficiente. Eu perdi o meu filho, um irmão e meu pai. Eu ainda tenho pesadelos — contou Ram Prasad, de 75 anos.

O governo indiano calcula que 3.500 pessoas tenham morrido quando gás vazou de uma fábrica da Union Carbide em Bhopal, numa área próxima a favelas. Ativistas estimam em 25 mil o número de pessoas mortas imediatamente e nos anos seguintes, em decorrência do gás.

Os sete empregados — todos indianos e muitos já na faixa dos 70 anos — foram ainda multados em 100 mil rúpias (cerca de R$4 mil), enquanto a divisão indiana da empresa deverá pagar 500 mil rúpias (R$20 mil). Um oitavo funcionário morreu antes do julgamento. Organizações como a Anistia Internacional (AI) defendem que o governo indiano leve agora à Justiça a Union Carbide Corporation (UCC), que tem sede nos Estados Unidos.

“Estas são condenações históricas, mas muito pequenas e muito tardias. Vinte e cinco anos é uma demora inaceitável para os sobreviventes do desastre e para as famílias dos mortos aguardarem pela conclusão de um julgamento criminal”, disse Audrey Gaughran, diretor da AI para Assuntos Globais. Segundo a organização, 100 mil pessoas sofrem de doenças relacionadas ao gás.

Na manhã de 3 de dezembro de 1984, uma fábrica de pesticida controlada pela Union Carbide deixou escapar cerca de 40 toneladas de isocianato de metila, um gás letal. Investigadores dizem que o acidente ocorreu quando entrou água num tanque contendo o gás altamente reativo, elevando a pressão. A empresa afirma que foi um ato de sabotagem, nunca esclarecido.

Mais de três mil pessoas morreram logo após o vazamento. Crianças e idosos, a maioria extremamente pobre, morreram na cama, cerca de três minutos após inalar o gás. O alarme da indústria falhou, não soou imediatamente, e milhares de pessoas não sabiam que deviam fugir.

Segundo a Central de Investigação da Índia, a empresa não seguia os procedimentos de segurança adequadamente, e os efeitos do gás elevaram o número de mortes nos anos seguintes. Ativistas dizem que até hoje crianças nascem na região com danos cerebrais e defeitos físicos devido ao acidente.

Anos depois a empresa vendeu a subsidiária, que hoje se chama Eveready Industries India. Nos Estados Unidos, a Union Carbide disse ontem, numa declaração em seu website, que a empresa e seus empregados não estão sujeitos à jurisdição indiana, já que não estavam envolvidos no funcionamento da fábrica. Segundo a Dow Chemical, que comprou a Union Carbide em 2001, o caso foi resolvido em 1989, quando a empresa pagou US$470 milhões ao governo indiano — cerca de R$864 milhões.


Sentença branda e tardia na Índia
O Globo - 8/6/2010

Atraso na Convergência

União Europeia critica adiamento na adoção das normas internacionais / Nikki Tait e Rachel Sanderson

O Conselho de Normas Internacionais de Contabilidade (Iasb, em inglês), com sede em Londres, e o Conselho de Padrões de Contabilidade Financeira (Fasb), dos Estados Unidos, foram forçados recentemente a divulgar uma nota na qual confirmam que não vão cumprir o prazo de junho de 2011 estabelecido pelo grupo dos 20 países industrializados, o G20, para a harmonização das regras contábeis globais.

As relações entre a União Europeia e o Iasb não foram as mais tranquilas no passado, e qualquer sinal de deterioração é acompanhado de perto, já que poderá prejudicar ainda mais o processo de convergência contábil.

Enquanto não é incomum para reguladores contábeis mexer nos prazos durante o processo de criação de normas, os ministros do G20 vinham pressionando por junho de 2011 em parte porque é visto como particularmente importante trazer as empresas americanas para as normas internacionais.

Barnier disse estar "decepcionado" com a maneira que a decisão do Fasb e do Iasb foi tomada e pediu que o assunto fosse tratado com urgência pelo Conselho de Monitoramento, que supervisiona as operações do Iasb. Barnier é membro do conselho, assim como Mary Schapiro, presidente da Comissão de Valores Mobiliários americana (SEC), que fiscaliza o órgão contábil americano.

"Todas as jurisdições representadas no Conselho de Monitoramento precisam trabalhar muito de perto e é onde as decisões importantes devem ser discutidas e tomadas. É por isso que o comissário gostaria que a questão fosse discutida o mais rápido possível no Conselho de Monitoramento", informou a Comissão Europeia.

Barnier acrescentou que "apoia e acredita com vigor" na criação de um padrão global contábil único de alta qualidade até junho de 2011. É um "compromisso de todos os membros do G20 que tem de ser respeitado".

Não é a primeira vez que a Comissão Europeia e o Iasb entram em atrito. Bruxelas criticou a governança do órgão de normas internacionais de contabilidade e ameaçou suspender os recursos se não fossem feitas mudanças. A Comissão Europeia também contrariou o Iasb no ano passado quando decidiu não apoiar uma regra sobre o uso do valor justo para instrumentos financeiros.

O atraso no processo de convergência também forçou a SEC a publicar uma declaração reiterando que ainda pretende avaliar em 2011 se as companhias americanas devem adotar as normas internacionais.

O Iasb e o Fasb dizem que o processo de convergência poderá atravessar o segundo semestre do próximo ano porque investidores e companhias estariam preocupados com a velocidade do processo, o que poderia induzir a erros nas demonstrações financeiras.


Valor Econômico - 7 jun 2010