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23 outubro 2007

Leilão e capital aberto

Vencedor de leilão no rio Madeira terá de manter capital aberto
Valor Econômico - 23/10/2007

A sociedade montada após o leilão da usina Santo Antônio, primeira das duas hidrelétricas do rio Madeira, deverá fazer uma oferta pública de ações e manter capital aberto. Também precisará seguir regras de governança corporativa que restringem o poder de construtoras e fornecedores de equipamentos nas decisões societárias. Essas determinações estão em portaria do Ministério de Minas e Energia com as diretrizes finais para o edital de licitação da usina. (...)

22 outubro 2007

Rir é o melhor remédio

Boston, Estados Unidos, dezembro de 1994: Winston Treadway decide roubar duas lagostas vivas do tanque de um supermercado, escondendo-as nos bolsos de suas calças. O incauto assaltante só não contava com a resistência das lagostas. Segundo os relatos médicos da época, a conseqüência do roubo foi uma espécie de "auto-vasectomia". Winston, (in)felizmente, jamais terá filhos.

Fonte: Os criminosos mais estúpidos do mundo

Diversos

Acidentes estranhos. Aqui um avião de uma empresa aérea conhecida.



As piores capas de álbuns. Aqui, Duduca e Dalvan

Novo indicador

A revista Forbes traz uma reportagem sobre um indicador de previsão denominado F ("F Is for Fudging; Want to spot weak accounting before there is an embarrassing restatement? Fabulous earnings and a goodwill-rich balance sheet are a good place to start, de Daniel Fisher, Forbes, 29/10/2007, v. 180, n. 9).

Este indicador foi criado por pesquisadores norte-americanos a partir da observaçãoade problemas contábeis ocorridos com empresas daquele país. A pesquisa foi realizada por Patricia Dechow e mais três colegas e consistiu na obtenção de um algoritmo que pudesse verificar se a empresa fez algo errado na sua contabilidade.

O índice mostra sensível para empresas que cresceram muito em termos de ativo, que pode ser considerado um padrão de eficiência, mas também de desastre.

Dechow's research doesn't purport to show that any of these companies are manipulating earnings. What it suggests is that they deserve a closer look. One key signal: the simultaneous occurrence of rising cash sales and a cash margin rate that is falling. "Cash sales" here means revenue minus the increase in accounts receivable. For "cash margin" you subtract from cash sales the sum of the cost of goods sold and the increase in inventory, and divide the result by cash sales. A confluence of these two trends could mean the company is extending credit to customers to make sales and building excess inventory. Enron displayed this combination in 2000.

The F-formula also penalizes companies with fast-rising stock prices that trade at high multiples of book value, perhaps because managers of such companies feel pressed to continue their winning streak. It penalizes them for goodwill that rises faster than cash revenue.

(...) Dechow's research builds on more than a decade of studies into so-called accruals, that being a catchall term to describe the divergence of book profits and cash results. A company piling up inventory and receivables, or capitalizing its expenses, can report terrific book profits at the same time that its bank account dwindles and it verges on bankruptcy. Apart from causing a liquidity problem, a rise in accruals suggests that managers are stretching the rules of accounting to report rosy results. Dechow's husband, Richard Sloan, whom she met at the University of Western Australia in the late 1980s, wrote some of the earliest papers showing that high-accrual firms tend to have lower stock returns.

(...) For their latest study Dechow and her colleagues broadened the search past accruals to include 27 variables they thought might predict earnings puffery. They identified 411 firms that had been sanctioned by the sec for manipulating at least one account between 1982 and 2005, and with some statistical analysis came up with the F-score, which, they say, reflects the odds a company will join those 411. One weakness in this kind of scoring is that companies may already be manipulating their way around it. If managers now know their stock will be penalized for high accruals, they may massage cash flow instead.

Revista

Recebi o número 24 da Revista Brasileira de Gestão de Negócios, publicada pela FECAP. A RBGN está muito bonita, com uma ótima apresentação, e bons artigos. Achei particularmente interessante o artigo Custos de Transação e Estrutura de Governança no Setor Público, de Úrsula Dias Peres:

"conluímos que, em determinadas situações, pode ser vantajoso criar organizações mais protegidas da política, como autoridades públicas e fundos com recursos vinculados."

Consignado e risco

O empréstimo consignado é aquele onde o valor das parcelas é descontado diretamente na folha de pagamento do funcionário. Em geral é um tipo de empréstimo com baixo risco. Mas não em alguns estados, conforme revela o Valor de 22/10/2007:


Alguns estados criaram um novo risco para as carteiras de empréstimos consignados: simplesmente descontam os recursos da folha dos servidores e não repassam o dinheiro aos bancos. A irregularidade ocorreu em Alagoas, Piauí e Rio de Janeiro, começando nos últimos meses de 2006. Agora, os estados negociam o pagamento dos atrasados com os bancos. Alagoas está na pior situação: o último governo não repassou R$ 40 milhões em parcelas de consignado que venciam entre maio e novembro de 2006, e até agora não há uma proposta firme de renegociação. (...)
Estados descontam consignado e não repassam a bancos
Valor Econômico -22/10/2007

20 outubro 2007

Rir é o melhor remédio

Depois de uma longa enfermidade, a mulher morre e chega à porta do céu. Enquanto espera por São Pedro, ela vê através das frestas seus pais, amigos e todos os que haviam partido antes dela, sentados em uma mesa, desfrutando de um banquete maravilhoso. Quando São Pedro chega, ela comenta:
- Que lugar tão lindo! Como faço para entrar?
Eu vou dizer uma palavra. Se a soletrares corretamente da primeira vez, entras; se errares, vás direto para o inferno -respondeu São Pedro.

- Ok, Qual é a palavra?

- AMOR - disse São Pedro. Ela a soletrou corretamente e entrou no céu.

Um ano depois, São Pedro pediu pra que ela vigiasse a porta. E nesse dia, para sua surpresa, apareceu ele que fora seu marido.
- Olá, que surpresa! - disse ela- Como estás?
- Ah, tenho estado muito bem desde que faleceste. Me casei com aquela bela enfermeira que cuidou de ti, ganhei na loteria e fiquei milionário. Então vendi a casa onde vivíamos e comprei aquela mansão no bairro alto que tu sempre admiraste. Viajei com minha esposa pela Europa, Ásia e Oceania. Estávamos de férias nos Alpes Suíço justamente quando decidi esquiar. Caí..., o esquí bateu na minha cabeça e aqui estou.
E diga-me. Como faço para entrar, querida?

- Eu vou lhe dizer uma palavra. Se a soletrares corretamente da primeira vez, podes entrar. Se não, vás direto para o inferno.
-respondeu ela.

- OK -disse ele - Qual é a palavra?

- SCHWARTZENEGGER

Enviado por Matias

Valor Justo

Abaixo, um artigo publicado na Accountancy, com alguns pontos interessantes sobre o valor justo. O Grifo é meu.

Financial Reporting - Fair value - Bring back Prudence.
8 October 2007 - Accountancy - 76

Fairness is a judgment, not a description; in our discussion of valuation in financial reporting we set aside the rhetorically loaded 'fair' value in favour of the neutral 'current' value. The 'fair' label discourages discourse by implying that its critics favour 'unfair' accounting.

Discussions of fair value accounting have focused on two issues: the decision usefulness and stewardship functions of accounting. We discuss both and show that current valuation is no better than other valuation methods in serving either of these two goals; in some respects it is worse. It may also undermine the reliability of the audit opinion.

The usefulness of current values for making investment decisions is a simple and straightforward statistical argument: if a company's resources are valued more accurately, decisions based on more accurate data would be better. Since value of resources tends to change over time, historical numbers associated with resource acquisition transactions tend to become obsolete with the passage of time, thus creating price movement inaccuracies. Other things being equal, current values should provide more accurate data and therefore be a better basis for making investment decisions.

Other things are not equal

However, other things are not equal. Current values of some resources can be determined with precision, especially if they are standardised, and traded in liquid markets. Steel girders, food grains, automobiles and treasury bonds are examples of such resources. Financial reports based on current prices of such liquid resources (adjusted for their small transaction costs) serve the decision-making function well. The case for current value accounting is based on such resources.

If all resources belonged to this 'liquid' class, the decision-usefulness argument for current values would be quite reasonable. Unfortunately, this is not so in most companies, industries, or the economy as a whole. Most resources are not so liquid, and their current values are subject to estimation or guesswork that introduces varying degrees of inaccuracy in the current numbers, thus creating price measurement errors.

Whether current values are more useful for making decisions depends on the relative magnitudes of the two kinds of errors: movement errors arising from ignoring the changing prices; and measurement errors arising from the imperfections in the markets from which current values are determined. Price instability (for example, inflation, demand or technological change) contributes to movement errors while market imperfections contribute to measurement errors.

When movement errors are large relative to measurement errors, current values are better for decision-making; when the reverse is true, the use of current values results in worse decisions.

Price volatility, and therefore the magnitude of movement error, varies by resource, company, industry, economy and over time. Similarly, market imperfections, and therefore the magnitude of measurement error, also vary by resource, industry and economy. Whether current valuation yields a better basis for making decisions would depend on the specific circumstance; it is not possible to establish their general superiority or inferiority for this purpose. Yet, the standard-setters have chosen to make current values the new basis of accounting for all resources, companies and industries, ignoring the absence of logical or evidentiary basis for its superiority for making decisions.

Stewardship problem

Besides the statistical problem of identifying the circumstances in which current values do and do not serve as a basis for making better investment decisions, there is a stewardship problem.

Shareholders entrust managers with their investment in companies to be run for their mutual benefit. They expect a higher rate of return for themselves by rewarding managers efficiently to deploy their skills in conjunction with capital. What kind of financial reporting arrangement between the owner and manager better serves the interests of both?

When the shareholder cannot know whether or not the financial reports from the managers are factually correct, the possibility of manipulation by the managers of inaccurate valuations made in good faith, reduces the confidence of the shareholder in both the financial reports and in the managers. Absence of trust leads to precautionary moves, which render the relationship less productive to both.

Undermining the audit

Given the measurement errors associated with current values of most resources, their blanket use in financial reporting is a prescription for poorer stewardship and accountability of managers. It may also undermine the value of audit, a key function in reinforcing capital markets' confidence in financial reporting.

The International Accounting Standards Board and the US Financial Accounting Standards Board's proposed conceptual framework for financial reporting is a model of relevance, faithful representation, neutrality, completeness and comparability. It has moved away from reliability and conservatism. Substance over form is subordinated to faithful representation.

When a market mis-prices securities, such as during the dot.com boom and the subprime mortgage market, accounting reports based on current values reflect inflated prices and tend to support, or even reinforce price bubbles.

Audit is an important subset of financial reporting and depends heavily on the quality of the reporting standards. Going forward, auditors may report that current value financial statements are in compliance with GAAP under its conceptual framework. If there are publicly available market prices, the auditor may verify that current values faithfully represent market values but that value may not be neutral or comparable with others. Absent availability of prices from liquid markets, the auditor becomes more dependent on managers' judgment and assurances about the values of some assets. Auditors may find themselves having to express an opinion on a mark to model estimate, which US pundit Warren Buffett has suggested may become mark to myth.

Because current value information may lack reliability, the level of assurance an auditor can offer on current value financial statements will be lower and the value of the audit to shareholders may be diminished.

Under a stewardship regime as in the UK, shareholders may well prefer an audit carried out under a true and conservative accounting model that gives primacy to substance over form and provides the opportunity to apply judgment to override distortion.

If the subprime bubble does nothing else, it questions whether accounting should simply reflect bubbles or should help bring restraint into financial reporting. Without truth, fairness and conservatism, it will be more difficult for shareholders to assess the stewardship of managers. It is still not clear whether, under the 2006 Companies Act, true and fair will return as it was before International Financial Reporting Standards or will remain subordinated to it.

How does a current value balance sheet, when some such values cannot properly be substantiated, contribute to adequate assessment of future cashflows for decision- making? We should invite our old friend Prudence back to financial reporting and auditing. We miss her, and under fair value accounting, so will the auditors.

False prophets

We have consistently maintained that there is no one answer to the world's accounting dilemmas. All accounting is defective and will continue to be defective as long as business activities and behaviours continue to change. Standard-setters may believe that they have found the holy grail. However, like The Da Vinci Code, the proposed answer remains unconvincing. We should eschew monopoly in accounting and allow alternative sets of standards to compete to attract a following in the marketplace rather than persist with a model that supports false prophets.

- Stella Fearnley is professor of accounting at Bournemouth University. Shyam Sunder is James L Frank professor of accounting, economics and finance at Yale School of Management.

19 outubro 2007

Rir é o melhor remédio


De um catálogo de 1975

Impostos


Afinal, a carga tributária no Brasil é elevada ou não? A figura mostra um estudo da OECD para alguns países e a estrutura tributária.

Já a The Economist da semana afirma que grandes países possuem uma alíquota sobre empresas maior que pequenos países, conforme o C.D. Howe Institute, do Canadá.


Orkut

O Wall Street Journal traz uma extensa reportagem sobre os problemas da Google no Brasil com o Orkut. Alguns trechos:

Em agosto, o Google Inc. discretamente retirou todos as propagandas que apareicam no Orkut, seu site de relacionamento social.

O Orkut tem colocado o gigante americano de buscas em confronto com Thiago Tavares Nunes de Oliveira, um professor de Direito de 28 anos. Ele move uma campanha há dois anos acusando a empresa de ter permitido que o Orkut — que deixa usuários criarem páginas pessoais e postarem conteúdo livremente — se tornasse um reduto para a atividade criminosa, como pornografia infantil e discursos racistas, desprezando a legislação brasileira.

(...) O Google afirma que o Orkut não está diretamente sujeito à lei brasileira porque seus dados são armazenados em computadores que ficam nos EUA. A empresa garante que vai atender pedidos da polícia e da Justiça com mais agilidade, e que remove regularmente conteúdo ilegal de seus serviços.

(...) No dia 17 de agosto, Tavares enviou uma queixa de 18 páginas para o Conselho de Auto-Regulamentação Publicitária (Conar), documentando casos de justaposições preocupantes: propagandas de uísque Johnnie Walker, da Diageo, ao lado de imagens pornográficas; um anúncio de uma loja de animais de estimação ao lado de uma comunidade sobre como esfaquear animais. Na queixa, Tavares alega que "são flagrantes as ilegalidades" do Google. (...)

Europa e o Iasb

Existe uma preocupação quanto as exceções às normas internacionais do Iasb por parte do Iasb. Isto poderia abrir caminho para que outros países façam a mesma coisa. A Europa não aceitou o IAS 39 (hedge accounting) e esteve próxima de mudar o IFRS 8 (business segments). Segundo o CFO (Europe Called Threat to Accounting Convergence
Alan Rappeport, 18/10/2007)

Last month, during the SEC's comment period on convergence, a letter from the European Association of Listed Companies highlighted the difficulty European firms could face if forced to adopt IFRS in their "pure" form. The letter said: "While European companies would prefer that there be only one 'IFRS' (and not an IASB version plus jurisdictional variants), they are faced with the reality that they are legally bound to publish financial statements in accordance with IFRS as adopted by the European Union."


A insatisfação com a IFRS já era objeto de comentário da Accountancy em 8/10/2007 (EU Financial Reporting - IFRS: time to walk away?)

European dissatisfaction with IFRS is rising high. But, reports John House, the UK's ASB is urgently cautioning Europe against breaking away.

At the end of last month, Ian Mackintosh, chairman of the UK Accounting Standards Board, spoke out against a rising tide of dissatisfaction in Europe with International Financial Reporting Standards. He told Accountancy that there is a risk that Europe could be about to walk away from IFRS at a time when the EU's participation in the drive towards global accounting standards is more crucial than ever. (...)

Links

1. O Iguatemi é um exemplo de ação que está indo bem, quando a Bovespa vai mal "O Ibovespa caiu quase 2% e IGTA3 subiu 6%, o resto dos papéis do segmento ficaram no zero a zero"

2. Sobre a concessão das rodovias - a diferença nos resultados pode ser explicada por quem paga a conta: o usuário (modelo anterior) ou a sociedade (modelo atual)

3. A influência dos IPOs no câmbio

4. Número de médicos por habitantes - um gráfico muito interessante

Corrupção

En México, Brasil, China, India, Indonesia, Rusia y Turquía (E7), la corrupción es el "crimen económico" más común, seguido por los riesgos en la integridad de los empleados. Sin embargo, las transnacionales con capital en países emergentes "consideran el fraude como un problema endémico en estos mercados y entienden que es sólo uno de los obstáculos que debe ser vencido para hacer negocios".

Los empresarios que participaron en el estudio reportaron que la forma de corrupción más común en sus compañías es el uso incorrecto de los recursos.


Corrupción, el crimen económico más común - Manuel Lombera Martínez
El Universal - 18/10/2007

O negócio F1

Fórmula 1 encerra o ano com receita estimada de US$ 4,3 bi
Valor Econômico - 19/10/2007

A bandeirada no final do Grande Prêmio Brasil deste domingo encerra não só a emocionante disputa pelo título de campeão de 2007 como a contabilidade de um dos esportes globais mais rentáveis. A Formula One Group, empresa que administra a Fórmula 1 no mundo, estima arrecadar US$ 4,3 bilhões só com os negócios nas pistas, segundo levantamento da consultoria britânica Money Sport Media.

Em direitos de transmissão de TV a arrecadação soma US$ 380 milhões - as 17 corridas da Fórmula 1 são exibidas em 185 países com audiência mínima de 50 milhões de espectadores. O maior investimento é o dos competidores, as chamadas escuderias, que em 2007 colocaram US$ 1,5 bilhão em suas equipes. A Fórmula 1 também sabe explorar a paixão masculina por jogos eletrônicos e vai encerrar a temporada com US$ 15 milhões só com o licenciamento para video games. A Sony saiu na frente e tem contrato exclusivo com os organizadores do esporte.

Mas a Fórmula 1 não é um esporte de homens para homens. A estimativa é de que o público feminino responda por 40% da audiência. Esporte feito e praticado pela elite, as corridas acabaram atraindo um público fiel entre as classes de menor poder aquisitivo - a maior fatia da audiência das corridas transmitidas pela TV Globo no Brasil é formada por consumidores da classe C. Uma audiência global tão diversificada em renda, sexo e idade, são os principais atrativos para empresas dos mais variados setores da economia.

(...) Só para colocar suas marcas nas pistas, em forma de placas publicitárias, empresas como Shell, Bridgestone e Vodafone, entre outras, investiram US$ 2 milhões cada uma na edição de 2006 do Grande Prêmio de Mônaco, o mais badalado do calendário. O principado gerou receita de US$ 17,5 milhões com esse tipo de publicidade - o Brasil ficou em 15º lugar neste ranking, com US$ 6,2 milhões investidos por empresas (...) Nas 17 provas da temporada a arrecadação somou US$ 164,2 milhões.

18 outubro 2007

Rir é o melhor remédio


Onde a Google estoca seus dados?

Cisco



Enquanto os empresários da Cisco são presos, o cliente tem um aumento na sua cotação. Existiria uma relação?

O primeiro gráfico é a cotação da Cisco nos últimos cinco dias. O mercado não reagiu de forma negativa diante do destaque que a notícia teve no Financial Times e outros jornais estrangeiros. Qual a razão?

O jornal Valor Econômico arrisca uma resposta (SOX mantém brechas sobre negócios menores, 18/10/2007)

(...) Enquanto os principais executivos da empresa estão presos em São Paulo, por suspeita de fraudes com importação que levaram à sonegação de R$ 1,5 bilhão, a matriz da multinacional de tecnologia informa apenas que está colaborando com as investigações e que o Brasil responde por 1% de suas vendas globais. Esse percentual talvez ajude a entender a reação inicial da matriz.

Guillermo Braunbeck, (...) explica que a extensão do rigor exigido pela Lei Sarbanes-Oxley (SOX) sobre os controles internos das companhias, a partir de 2004, é proporcional à relevância da unidade na composição do faturamento da matriz, no caso de grupos com diversas subsidiárias internacionais. Segundo ele, com uma participação tão pequena é provável que a sofisticação dos controles aqui não seja a mesma adotada nos EUA. (...) A proporção do escândalo localmente, porém, sinaliza que a repercussão do caso pode não ficar restrita às operações da empresa abaixo da linha do Equador. "A matriz já se manifestou sobre o assunto. Acredito que é só uma questão de tempo para repercutir lá fora", diz o sócio responsável da área de governança corporativa da KPMG, Sidney Ito.

O olhar internacional sobre esse caso pode mudar substancialmente se a Securities and Exchange Commission (SEC), o regulador do mercado de ações nos EUA, começar a investigar o que aconteceu. Como empresa de capital aberto nos Estados Unidos, além das regras da SEC, a Cisco está sujeita à lei Foreign Corrupt Practice Act (FCPA), que estabelece normas para eliminar práticas de corrupção.Quando o tema cruza a fronteira, tudo muda de proporção. Não por acaso. (...) De grande porte, a empresa possui ferramentas próprias para tentar coibir ações de má-fé. Entre elas, o Código de Conduta de Negócios. Nesse documento, reforça que todos os funcionários, que atuam nos Estados Unidos e fora, estão sujeitos às regras da FCPA. (...)

Na auditoria, o rigor sobre seus controles internos foi classificado pela PricewaterhouseCoopers como "eficaz", em todos os países do mundo, nos aspectos relevantes. "Isso significa que a companhia não teve problema durante o período de avaliação", comenta o sócio da KPMG. Tanto SOX como FCPA prevêem penas duras para fraude e corrupção. (...)


O segundo gráfico é da Vivo, um dos clientes da empresa. O mercado ignorou possíveis extensões do problema para os clientes?

Bovespa segue a Bolsa dos EUA

Bolsa Hoje informa que a Bovespa deve seguir o comportamento das bolsas estrangeiras em "Por haver diversas empresas com ações negociadas na Bolsa de NY, através de ADRs, o que acontece lá acontece aqui. Nosso mercado está atrelado aos mercados americanos. A BOVESPA nunca irá descolar dos movimentos externos."


Já tinha sido notado que a correlação entre os mercados brasileiros e internacionais estava tendendo com o passar do tempo para valores elevados, próximos de um.

Previsão do Nobel

A previsão do Nobel de Economia revelou-se um fiasco (clique aqui para postagem do blog). Entretanto, o problema não é a previsão, mas o mecanismo. Conforme lembra bem o sítio stumblingandmumbling, previsão usando mercado funciona melhor quando existe informação dispersa e que são agregadas nas apostas. Neste caso, a decisão é tomada por um juri com poucas pessoas, o que torna difícil fazer a projeção.

Auditores, Independência e Contabilidade

Os Auditores são realmente independentes? Numa reportagem do Wall Street Journal , David Reilly (With New, United Voice, Auditors Stand Ground On How to Treat Crunch, 17/10/2007) questiona alguns pontos sobre o papel da auditoria na contabilidade, inclusive diante da possibilidade de adoção do valor justo, o que implicaria numa maior subjetividade da contabilidade. O foco do artigo é o Center for Audit Quality, que está desempenhando papel na regulação contábil de forma indireta. Selecionei alguns trechos importantes:

That is in contrast to the accounting firms' behavior during previous crises, particularly during the technology-stock boom, when auditors often acted as partners with management and sometimes caved in to corporate demands for aggressive accounting positions.

In spite of the praise, there is unease over the role the center is playing in shaping and communicating the auditors' positions. The worry: The center is taking on a role that should be played by regulators such as the SEC or standard setters such as the Financial Accounting Standards Board. While many accounting observers agree with the positions taken by the center during the current crisis, they worry it represents a tentative first step on the road back to self-regulation of the audit profession.

The SEC hasn't "endorsed or approved" the center's papers, officials said. SEC Chief Accountant Conrad Hewitt said "auditing firms are the first line of defense," in terms of how standards are applied. He added that management, corporate audit committees and auditors should work to ensure that accounting standards are being implemented appropriately .


No fundo, a questão é como fazer do auditor uma terceira parte entre a empresa e os usuários da informação contábil? O papel do auditor é muito importante para ser esquecido.