16 maio 2023
Proteção ambiental é um problema importante para os brasileiros
15 maio 2023
PCAOB encontra problemas nas auditorias na China
O Public Company Accounting Oversight Board (PCAOB) dos Estados Unidos divulgou recentemente seus resultados de inspeções de auditores chineses. A taxa de não conformidade nas inspeções foi de 100%. Isso significa que, em todas as 12 empresas auditadas por auditores chineses, foram encontradas falhas significativas nas auditorias que colocam em risco a precisão e a integridade das demonstrações financeiras dessas empresas. O PCAOB não pode forçar as empresas chinesas a cooperar com suas inspeções, o que torna a situação mais complicada.
O conflito entre os reguladores americanos e chineses em relação às auditorias de empresas chinesas, com ações na bolsa dos Estados Unidos, e auditadas por auditores chineses, não é novo. Os reguladores americanos acreditam que o acesso limitado a informações financeiras por parte dos auditores chineses coloca em risco a confiabilidade das demonstrações financeiras das empresas. No entanto, a China argumenta que as auditorias devem ser realizadas de acordo com as leis e regulamentações chinesas e que o acesso a informações financeiras sensíveis deve ser restrito.
Crise de contadores na Filipinas
O Philippine Institute of Certified Public Accountants (PICPA) afirmou que as empresas locais de contabilidade já estão contratando profissionais não certificados para preencher a lacuna crescente que começou há cinco anos. Segundo a entidade, a Filipinas formou quase 200 mil contadores certificados nos últimos cem anos. Mas vários estão migrando para o exterior ou trabalhando online para empresas estrangeiras.
Foto Rolands Varsbergs
14 maio 2023
Fato da semana: os problemas da PwC da Austrália
O ex-CEO da PwC Australia, Tom Seymour, renunciou na segunda-feira, em meio a um escândalo público de sonegação fiscal e vazamento de informações confidenciais do governo a clientes em potencial. A renúncia de Seymour desencadeou uma crise no setor de consultoria profissional, com questionamentos sobre a confiabilidade das empresas que prestam serviços ao governo. Basicamente a PwC fez consultoria para o governo da Austrália na área de tributos e repassou algumas informações para empresas privadas.
Especialistas apontam que o excesso de terceirização no setor público prejudica o desenvolvimento interno das atividades públicas e leva a más decisões. O Think Tank público The Australia Institute recomendou que a PwC doe os $2.5 milhões que recebeu pela assessoria em evasão fiscal a uma instituição de caridade e pediu ao Parlamento que proíba a empresa de receber contratos ou informações confidenciais do governo.
O professor de contabilidade James Guthrie sugeriu que os contratos de consultoria sejam feitos com transparência, para que se possa ter uma ideia clara de seus clientes e evitar conflitos de interesse.
Richard Murphy aponta que quando trabalhou para o Tesouro do Reino Unido, em 2013, uma regra geral de impostos chegou aos arquivos da PwC. Segundo ele, esta prática não é algo incomum.
Faturando com a separação
A cantora colombiana Shakira teve um grande sucesso recentemente com suas músicas inspiradas em sua separação do jogador de futebol Gerard Piqué, do Barcelona. As quatro músicas, "Don't Wait Up", "Second Chance", "Dance With You", e "Don't You Worry About Me", foram lançadas como parte de um novo álbum que a cantora está preparando.
Embora a separação do casal seja triste, a música tem sido uma forma de transformar o problema conjugal em sucesso artístico e financeiro. As músicas são uma expressão da dor e do processo de cura de Shakira, e muitos fãs podem se identificar com as letras e a música.
O sucesso das músicas também pode ser atribuído à grande base de fãs de Shakira e à sua habilidade de criar músicas que são cativantes e emotivas. Além disso, o marketing eficaz e a promoção das músicas nas redes sociais também ajudaram a impulsionar sua popularidade.
Embora a separação de Shakira e Piqué tenha sido notícia em todo o mundo, a cantora tem sido capaz de transformar o desgosto em um sucesso artístico e financeiro. Seu novo álbum está programado para ser lançado brevemente, e muitos fãs estão ansiosos para ouvir mais músicas inspiradas em sua vida pessoal e experiências.
A colombiana tem uma fortuna de mais de 300 milhões de dólares, nada a invejar de seu já ex-marido. Nos Estados Unidos, é muito comum calcular quanto vale uma celebridade, o chamado "valor líquido", com base no cálculo de todos os seus bens pessoais, com base em suas vendas musicais, negócios fora da música e seus bens.
Inflação de notas nas universidades britânicas
Várias universidades no Reino Unido estão enfrentando investigações sobre a inflação de notas, segundo a agência reguladora Office for Students (OfS). Em um relatório publicado pela agência, descobriu-se que cerca de um terço das universidades britânicas têm uma proporção significativa de alunos com notas mais altas do que o esperado, o que sugere uma possível inflação de notas.
Um dado revelador mostra que em uma década o número de formados de "primeira classe" mais que dobrou - de 15,7% em 2010-2011 para 37,9% em 2020-2021.
A OfS está agora pedindo que as universidades expliquem as razões por trás da inflação de notas e apresentem um plano de ação para lidar com o problema. O relatório da agência também destacou que a inflação de notas pode ter um impacto significativo na qualidade do ensino e na reputação das instituições de ensino superior.
O aumento nas notas também pode afetar a capacidade das universidades e o mercado de trabalho de distinguir entre os alunos com desempenho excepcional e os alunos com desempenho medíocre.
A OfS afirmou que, embora haja uma série de fatores que possam levar à inflação de notas, como a melhoria na qualidade do ensino e o aumento da eficiência na avaliação, é importante garantir que os padrões acadêmicos sejam mantidos.
A agência também destacou que, embora seja importante que as universidades busquem a excelência acadêmica, elas também devem garantir que os alunos sejam avaliados de forma justa e transparente. Isso pode ser alcançado por meio do uso de avaliações externas, incluindo exames padronizados e a colaboração com outras universidades para compartilhar as melhores práticas e aprimorar o processo de avaliação.
Durante a pandemia este problema pode ter aumentado. Na Inglaterra, assim como em muitos países, introduziram medidas para mitigar o impacto de interrupções nos estudos dos alunos.
Será que esta também é uma realidade brasileira?
13 maio 2023
Leis Viking
Leis Viking:
1. Seja corajoso e agressivo
Seja direto • Aproveite todas as oportunidades • Use métodos variados de ataque • Seja versátil e ágil • Ataque um alvo de cada vez • Não planeje tudo em detalhes • Use armas de alta qualidade
2). Esteja preparado
Mantenha as armas em boas condições • Mantenha-se em forma • Encontre bons camaradas de batalha • Concorde com pontos importantes • Escolha um chefe
3). Seja um bom comerciante
Descubra o que o mercado precisa • Não faça promessas que não pode cumprir • Não exija pagamento a maior • Organize as coisas para que você possa retornar
4). Mantenha o acampamento em ordem
Mantenha as coisas arrumadas e organizadas • Organize atividades agradáveis que fortaleçam o grupo • Verifique se todos fazem um trabalho útil • Consulte todos os membros do grupo para obter conselhos
(Não sei a veracidade disto, mas os conselhos pareceram razoáveis, não?) Foto: Pietro De Grandi
Rir é o melhor remédio
Para quem gosta de cinema, esta cena do cinema Indiano é, bem, um pouco exagerada:
Perigo dos influenciadores: o caso Trevor Jacob
Trevor Jacob, um influenciador digital conhecido por suas acrobacias aéreas e esportes radicais, tentou levar sua busca por likes e aprovação nas redes sociais a um nível extremo ao criar um vídeo em que alega ter pilotado um avião que parou de funcionar e, consequentemente, teve que saltar de paraquedas para salvar sua vida. O problema é que a situação que ele apresentou era uma farsa, uma vez que ele deliberadamente colidiu o avião em uma montanha na Califórnia do Sul.
O vídeo, que foi postado no final de 2021, chamou a atenção e rapidamente se tornou viral. No entanto, especialistas perceberam que a cena era uma manobra elaborada por Jacob para chamar a atenção e obter curtidas em suas redes sociais. Agora, ele pode enfrentar até vinte anos de prisão por sua conduta imprudente e perigosa.
Além do risco à sua própria vida, Jacob também colocou em perigo a vida e a propriedade de outras pessoas ao colidir seu avião em uma montanha. Ele teve sua licença de piloto revogada e, além disso, pode enfrentar repercussões legais significativas por suas ações.
A situação levanta questões importantes sobre o que as pessoas estão dispostas a fazer para obter seguidores e likes nas redes sociais. Jacob, como muitos outros influenciadores digitais, pode ter pensado que o risco vale a pena se isso significasse uma chance de se tornar mais famoso e aumentar seu número de seguidores.
Agora, Jacob enfrenta as consequências de suas ações e provavelmente sua carreira de influenciador digital está em risco. Sua farsa foi exposta e ele terá que arcar com as consequências de sua conduta antiética e ilegal.
Fonte: aqui
12 maio 2023
Usando cola durante uma prova
Como sou um professor de longa data, há algumas práticas que utilizo em sala de aula cuja a origem eu não sei. Há muito tempo tenho permitido que meus alunos façam a prova usando uma “cola”. Consiste em uma folha de papel A4, sem dobraduras – irei explicar isto mais adiante – e com anotações sobre o conteúdo da prova. As anotações podem ser de punho próprio ou digitadas e depois impressas, a critério do aluno.
Ao longo dos anos tenho observado que alguns alunos usam um papel com anotações digitadas. A letra das anotações é bastante reduzida, para caber mais conteúdo na folha de papel. Outros preferem escrever suas anotações de próprio punho. Há alunos que simplesmente tiram cópia da anotação do colega, muitas vezes no próprio dia da avaliação.
Adoto este critério desde que comecei a dar aula na UnB. Ou seja, há muito tempo. A persistência em manter este critério de consulta a uma folha de papel A4 pode significar que ou eu sou teimoso ou que o método faz um certo sentido. Como acredito firmemente que não sou teimoso, irei listar algumas das vantagens do método da folha de papel A4 no processo avaliativo dos meus alunos.
Em primeiro lugar, é muito interessante para o professor permitir uma “cola” oficial, pois o processo de aplicação da prova é mais tranquilo. Não é necessário verificar se o aluno não está com uma cola oculta entre as pernas ou se escreveu algo na carteira. A única preocupação é impedir a cola do colega ao lado, que parece não acontecer com tanta frequência.
Outro ponto interessante é que o professor pode elaborar uma avaliação mais voltada para a capacidade de entendimento do conteúdo da disciplina e não para o fato do aluno ter condições de memorizar coisas. Cito isto como vantagem, mas confesso que nunca parei para verificar isso com mais atenção.
Ao permitir que o aluno faça uma cola, há um incentivo adicional para que o mesmo estude. Ele precisa selecionar os pontos que devem constar do seu resumo e esta motivação talvez ele não tenha em uma situação normal. Alguns deles podem pensar que a matéria não é tão difícil assim e que pode ser abrangida sem necessariamente copiar todo o conteúdo em uma folha de papel.
Alguém poderia aqui pensar: “tem o aluno que irá tirar cópia da folha de outro”. Mas isso termina sendo um ponto positivo. Este aluno terá contato com seu resumo somente no momento da prova e a chance dele não entender o resumo ou não encontrar o conteúdo será maior. Além disso, o esperto não irá beneficiar do fato de ter feito o resumo. Tenho percebido que usualmente estes alunos que tiram cópia do colega não têm um grande desempenho.
Eu entendo que o resumo permitido durante a avaliação é muito mais próximo da realidade cotidiana. Hoje, quando temos dúvida sobre alguma coisa, recorremos a nossa cola usual: pesquisando na internet para saber a resposta de algo que esquecemos. Qual o nome daquela música sobre provérbios, escrita pelo Chico Buarque? Tive esta dúvida ainda a pouco e não tive dúvida: fui no Google e coloquei algumas palavras e logo obtive a resposta. A música chama-se "Bomtempo".
Ao longo dos anos tiveram duas situações interessantes que gostaria de narrar aqui. A primeira foi logo após começar a adotar o padrão de uma folha A4. Uma aluna da época, Lara, chegou para prova com uma folha A4 e nela estava colada uma grande quantidade de pequenos papéis, dobrados. O que seria uma folha A4 se transformou em várias folhas de papel. Desde então, o critério é uma folha A4, lisa, sem dobraduras.
A segunda é o fato de que alguns alunos realmente reduzem a letra para caber o máximo na folha. Isto inclui reduzir margem e o tamanho da letra. Neste semestre um aluno trouxe sua folha e uma lupa, para a leitura do texto.
Foto: KOBU Agency
Efeito Tetris em Casa
Do livro "O jeito Harvard de ser feliz"
Ao longo do último ano, trabalhando com a KPMG, empresa global de consultoria na área de contabilidade fiscal, para ajudar seus auditores fiscais e gestores a se tornarem mais felizes, comecei a perceber que muitos dos funcionários sofriam de um deplorável problema. Muitos deles precisavam passar de 8 a 14 horas por dia analisando formulários fiscais em busca de erros e, ao fazer isso, seu cérebro era configurado para procurar erros. Isso aumentava a eficiência deles no trabalho mas eles desenvolveram tanto a habilidade de identificar erros e armadilhas potenciais que esse hábito se estendeu a outras áreas da vida deles.
(...) Um auditor fiscal me convidenciou que estava deprimido havia três meses. Conversando sobre as razões de sua depressão, ele mencionou casualmente que um dia, durante um intervalo no trabalho, ele elaborou uma planilha de Excel relacionando todos os erros cometidos pela esposa nas últimas seis semanas.
(grifo do blog). Foto: Unsplash+
Metodologia para aplicação dos padrões SASB
O International Sustainability Standards Board (ISSB) publicou hoje uma minuta 'Metodologia para melhorar a aplicabilidade internacional das normas SASB e atualizações de taxonomia das normas SASB'. O prazo para envio de comentários é 9 de agosto de 2023.
Um pequeno subconjunto dos padrões do SASB incorpora referências a leis e regulamentos jurisdicionais específicos que podem ser inaplicáveis globalmente, introduzem viés regional, aumentam os custos de aplicação e diminuem a comparabilidade e o uso da decisão das divulgações resultantes. Portanto, o ISSB está trabalhando no sentido de desenvolver uma metodologia para aprimorar o conteúdo dos padrões SASB, a fim de tornar os padrões SASB mais aplicáveis internacionalmente e um diagnóstico GAAP, sem alterar a intenção ou os conceitos subjacentes de qualquer tópico ou métrica de divulgação específica. (...)
Em ordem decrescente de preferência, as emendas aos padrões do SASB não relacionados ao clima seriam feitas pelos seguintes métodos de revisão:
Fonte: Iasplus. Tradução: Vivaldi e ChatGPT. Foto: Arno Senoner
11 maio 2023
PwC da Austrália é abalada por vazamento de informações fiscais
O principal executivo da PwC da Austrália, Tom Seymour, renunciou diante de um escândalo de vazamento de informações fiscais. Aparentemente a empresa violou algumas regras básicas sobre compartilhar planos do governo da Austrália que eram confidenciais e que favoreciam uma possível evasão fiscal nas empresas.
Uma entidade do governo da Austrália, o Tax Practitioners Board Conduct Committee, parece estar dividindo informações com a empresa de auditoria e, alguns dos membros, supostamente recebendo pagamento da PwC.
Em um dos documentos, consta o seguinte trecho:
A Junta de Praticantes Fiscais (TPB) constatou que o Sr. Collins [um funcionário da TPB] violou o Código de Conduta Profissional legislado (Código) por não agir com integridade e por não ter colocado em prática arranjos adequados para gerenciar conflitos de interesse que surgiram em relação às suas atividades como agente tributário registrado. A TPB também impôs um período de dois anos durante o qual o Sr. Collins não pode se inscrever novamente.
Em relação à PwC, em 16 de novembro de 2022, após concluir uma investigação, a TPB decidiu impor uma ordem à PwC nos termos da seção 30-20 da Lei de Serviços de Agentes Tributários de 2009 (TASA). A TPB constatou que a PwC violou o Código legislado, por não ter colocado em prática arranjos adequados para gerenciar conflitos de interesse que surgiram em relação às suas atividades como agente tributário registrado.
Isto lembra o escândalo do PCAOB, entre a entidade e a KPMG, nos Estados Unidos.
Foto: saeed karimi
Wendy's está usando Chatbot para atender pedidos
A empresa de refeição Wendy's fez uma parceria com o Google para implantar chatbots de IA para processar pedidos de alimentos de clientes. A notícia informa que os bots estão programados para trabalhar com todo menu e programado para entender inclusive gírias, além de ter conversa e receber pedidos personalizados.
A experiência está ocorrendo em em Columbus, Ohio, onde a Wendy's tem sua sede. E os clientes não são informados que estão interagindo com um chat.
A razão da opção da Wendy em fazer esta experiência é a redução de custo.
Desculpa por faltar ao trabalho no antigo Egito
Uma antiga tabuleta originária do Egito, com 3200 anos de idade, correspondia uma especie de folha de presença, com registro dos motivos para a ausência dos trabalhadores. O artefato encontra-se no Museu Britânico e inclui algumas desculpas interessantes. Um trabalhador faltou por estar com problemas nos olhos. Outro foi mordido por um escorpião. Há desculpas para providenciar o embalsamento de pessoas familiares falecidas.
Entre os motivos encontrados para justificar a ausência, há algumas desculpas que soam estranhas nos dias atuais. Vários funcionários faltaram por estarem produzindo cerveja. A cerveja era uma bebida usada no Egito antigo, associada aos deuses. Ou seja, era importante fazer cerveja.
Torturando os dados para prever preço de bitcoin
De um trecho do livro Distrust, de Gary Smith, sobre uma pesquisa de Yukun Lin e Aleh Tsyvinski, publicada no NBER, eu encontrei uma consideração crítica ao uso da tortura de dados. Inicialmente o resumo da pesquisa de Lin e Tsyvinski:
Estabelecemos que a troca de risco-retorno de criptomoedas (Bitcoin, Ripple e Ethereum) é distinta da de estoques, moedas e metais preciosos. As criptomoedas não têm exposição aos fatores macroeconômicos e do mercado de ações mais comuns. Eles também não têm exposição aos retornos de moedas e mercadorias. Por outro lado, mostramos que os retornos das criptomoedas podem ser previstos por fatores específicos dos mercados de criptomoedas. Especificamente, determinamos que há um forte efeito de momento da série temporal e que os proxies para a atenção do investidor prevêem fortemente o retorno da criptomoeda. Finalmente, criamos um índice de exposições a criptomoedas de 354 indústrias nos EUA e 137 na China.
A principal crítica do trabalho de L&T, feita por Gary Smith, é a busca por relação entre variáveis:
Liu e Tsyvinski relatam correlações entre o número semanal de pesquisas do Google pela palavra bitcoin (em comparação com a média nas últimas quatro semanas) e as variações percentuais nos preços do bitcoin uma a sete semanas depois. Eles também analisaram a correlação entre a proporção semanal de pesquisas de hackers de bitcoin e as variações percentuais nos preços de bitcoin uma a sete semanas depois. O fato de eles terem relatado resultados de pesquisa de bitcoin olhando para trás quatro semanas e para frente sete semanas deve nos alertar para a possibilidade de que eles tentem outras combinações de retrocesso e encaminhamento que também não funcionaram. O mesmo vale para o fato de que eles não olharam para trás quatro semanas com pesquisas de hackers de bitcoin. Evidentemente, eles torturaram os dados em sua busca por correlações.
Mesmo assim, apenas sete de suas catorze correlações pareciam promissoras para prever os preços do bitcoin. Owen Rosebeck e eu examinamos as previsões feitas por essas correlações durante o ano seguinte ao estudo e descobrimos que elas eram inúteis. Eles também podem ter lançado moedas para prever os preços do bitcoin.
Este tipo de questão é comum em pesquisa empírica. É feito um monte de modelo e somente aqueles que apareceram com significantes que são relatados.
Tradicionalmente, a pesquisa empírica começa especificando uma teoria e depois coletando dados apropriados para testar a teoria. Muitos agora adotam o atalho para procurar padrões em dados não onerados pela teoria. Isso é chamado de mineração de dados, na medida em que os pesquisadores vasculham os dados, sem saber o que encontrarão.
Estamos empenhados em buscar padrões, mas o dilúvio de dados torna a grande maioria dos padrões esperando para ser descoberta ilusória e inútil. Bitcoin é novamente um bom exemplo. Como não existe uma teoria lógica (exceto ganância e manipulação de mercado) que explique flutuações nos preços do bitcoin, é tentador procurar correlações entre os preços do bitcoin e outras variáveis sem pensar muito sobre se as correlações fazem sentido. Além de torturar dados, Liu e Tsyvinski extraíram seus dados.
Eles calcularam correlações entre os preços do bitcoin e outras 810 variáveis, incluindo itens caprichosos como o dólar canadense - EUA. taxa de câmbio do dólar, preço do petróleo bruto e retorno de ações nas indústrias automobilística, de livros e de cerveja. Você pode pensar que estou inventando isso. Infelizmente eu não sou.
(Tradução via Vivaldi). Foto Jan Canty
10 maio 2023
A Próxima Batalha ESG
Grupos de lobby de ambos os lados do espectro político dos EUA estão se preparando para processar o governo Biden assim que ele divulgar a versão final das regras que exigem que as empresas de capital aberto divulguem suas emissões de carbono e outras informações climáticas.
As regras de divulgação climática da Comissão de Valores Mobiliários (Securities and Exchange Commission) obtiveram um recorde de mais de 14.000 comentários públicos [grifo do blog] desde que foram propostas em março passado, com lobby agressivo sobre alguns detalhes importantes desde então. Grupos ambientalistas, democratas do Congresso e outros apoiadores afirmam que as normas são necessárias para dar aos investidores visibilidade sobre os riscos financeiros relacionados ao clima das empresas e para responsabilizá-las por suas metas climáticas. Os oponentes, incluindo a Câmara de Comércio dos EUA e muitos republicanos, afirmam que as regras são um exagero da autoridade da SEC e solicitam dados que as empresas não podem obter com precisão ou de forma econômica.
A versão final das regras é esperada para as próximas semanas, dizem os observadores - depois disso, elas certamente se tornarão o campo de batalha mais quente na guerra sobre o investimento em ESG.
A VISÃO DE TIM [Mc´Donnell]
O debate sobre as regras de divulgação de informações sobre o clima da SEC está enraizado na ansiedade que muitas empresas com uso intensivo de carbono sentem em relação ao fato de que as emissões de CO2 - antes uma métrica vaga que podia, na melhor das hipóteses, ser estimada de forma aproximada - estão se tornando muito mais fáceis de medir e uma base para ações judiciais e campanhas de acionistas. Graças à regulamentação, bem como a tecnologias como monitoramento por satélite e contabilidade de blockchain, a era das emissões ocultas está acabando.
A parte mais controversa da proposta da SEC trata das emissões de "Escopo 3", aquelas que surgem da cadeia de suprimentos de uma empresa e do uso de seus produtos por seus clientes. Para muitas empresas com uso intensivo de carbono, incluindo produtores de combustíveis fósseis e grandes varejistas, o Escopo 3 representa a maior parte de sua pegada total de carbono. A regra proposta exige a divulgação das emissões do Escopo 3 se elas forem relevantes para as finanças de uma empresa ou se estiverem incluídas nas metas climáticas de uma empresa.
A divulgação universal das emissões de Escopo 3 é fundamental para a luta mais ampla de ESG, pois permitiria que os investidores fizessem um julgamento mais sutil sobre os riscos financeiros relacionados ao clima - as empresas com muitas emissões de Escopo 3 têm maior probabilidade de enfrentar custos ou redução de ativos à medida que a economia usa menos combustíveis fósseis e os legisladores reprimem as emissões. As empresas com alto teor de carbono que não tomarem medidas para mitigar esse risco - mudando seu modelo de negócios, por exemplo - poderão enfrentar custos mais altos de capital, ver os membros da diretoria serem destituídos pelos acionistas ou sofrer ações judiciais.
Este mês, o presidente da SEC, Gary Gensler, reconheceu um argumento favorito dos oponentes da divulgação do Escopo 3, dizendo que o processo para tabulá-los não é tão "bem desenvolvido" quanto o processo para as emissões do Escopo 1 (das operações diretas de uma empresa) e do Escopo 2 (da eletricidade comprada).
Países mais preparados para a Transição Verde
Segundo dados da Unctad, uma entidade vinculada a ONU, os Estados Unidos, a Suécia, Cingapura, Suíça e Holanda são os cinco países mais preparados para usar, adotar ou adaptar-se às tecnologias essenciais para a transição da tecnologia verde. Ao todo foram analisados 166 países em cinco grandes indicadores: TIC, Habilidades, Indústria, Pesquisa e Desenvolvimento e Finanças.
O mapa a seguir é um resumo dos resultados:
O Brasil está em 40o lugar, tendo melhorado em relação a 2021, quando estava em 41o lugar. A posição do país deveu-se a P&D (18o. lugar). Nos demais itens, o país não foi tão bem: 50o. em TIC, 55o. em habilidades, 51o em indústria e 57o em finanças.No final da lista estão vários países africanos, com a Guiné, a República Democrática do Congo, Gâmbia, Guiné-Bissau e Sudão do Sul.
Empresas globais de pecuária e mudanças climáticas
As mudanças climáticas podem prejudicar os balanços patrimoniais das empresas globais de carne e laticínios.
Até 2030, as 40 maiores empresas globais de pecuária poderão ver seus lucros caírem coletivamente em quase US$ 24 bilhões, de acordo com um relatório recente de um grupo de defesa dos acionistas. As causas incluem o estresse térmico dos animais e o aumento dos preços das safras de ração, bem como o custo financeiro do preço do carbono e das medidas contra o desmatamento.
Metade dessas empresas - incluindo gigantes bem conhecidas como a JBS e a Tyson, além de outras com sede no Brasil, na China e em outros lugares - está a caminho de operar com prejuízo até 2030, segundo o relatório.
Questões climáticas no setor público
Isto parece ser tão surreal:
O International Public Sector Accounting Standards Board (IPSASB) está trabalhando em novos padrões contábeis para a divulgação de informações sobre mudanças climáticas no setor público. O objetivo seria fornecer orientações para entidades do setor público sobre como divulgar informações relacionadas às mudanças climáticas em suas demonstrações financeiras.
O IPSASB reconhece que é importante que as entidades do setor público possam relatar adequadamente as informações relacionadas às mudanças climáticas. Essas informações incluem, por exemplo, os impactos das mudanças climáticas sobre as operações e os ativos das entidades do setor público, bem como os riscos e oportunidades associados.
Os novos padrões contábeis estão sendo desenvolvidos em resposta a uma suposta demanda por informações claras e confiáveis sobre o assunto no setor público. Um argumento usado para o desenvolvimento destes padrões, questionável, é que garante que as entidades do setor público estejam em conformidade com os padrões internacionais de contabilidade.
Minhas razões para questionar este passo. Em primeiro lugar, parece que o setor público tem prioridades mais urgentes na sua contabilidade, do que as informações relacionadas com o clima. Só para citar uma delas, a adoção mais efetiva do regime de competência. Segundo, isto parece ser muito mais uma atitude reativa e não um tratamento mais rigoroso do assunto. Terceiro, o documento será muito mais sugestivo, onde a divulgação será feita em notas explicativas. O IFAC não tem como impor norma para nações soberanas.
Foto: William Bossen
Pedir transparência pode melhorar as práticas de RSC
O artigo "Calling For Transparency: Evidence From A Field Experiment" é um estudo que examina a eficácia de pedidos por transparência nas práticas empresariais. O objetivo principal do artigo é testar se pedidos explícitos por transparência das práticas de responsabilidade social corporativa (RSC) podem levar as empresas a melhorar suas práticas nessa área.
Para realizar o estudo, os autores conduziram um experimento de campo com 167 empresas. Essas empresas foram divididas em três grupos: o grupo de tratamento, o grupo de controle 1 e o grupo de controle 2. O grupo de tratamento recebeu um pedido por transparência das suas práticas de RSC, enquanto os grupos de controle não receberam nenhum pedido. O pedido por transparência foi enviado por e-mail e incluiu informações sobre a importância da transparência nas práticas de RSC e as melhores práticas para divulgar informações nessa área.
Os resultados do experimento mostram que os pedidos por transparência tiveram um efeito positivo significativo na divulgação de informações sobre RSC das empresas participantes do experimento. As empresas do grupo de tratamento divulgaram, em média, mais informações sobre suas práticas de RSC do que as empresas dos grupos de controle. Além disso, os resultados mostram que o efeito dos pedidos por transparência foi mais forte quando a solicitação veio de uma fonte confiável. Isso sugere que a fonte do pedido por transparência é importante para o sucesso desse tipo de iniciativa.
Os autores também realizaram análises adicionais para examinar se os pedidos por transparência afetaram outros aspectos das práticas de RSC das empresas, como o desempenho ambiental e social. No entanto, os resultados dessas análises não foram conclusivos. Isso indica que os pedidos por transparência podem afetar principalmente a divulgação de informações sobre as práticas de RSC das empresas, mas podem ter um impacto limitado em outros aspectos das práticas de RSC.
Esses resultados são importantes porque a transparência é um aspecto crítico das práticas de RSC e pode ajudar as empresas a aumentar a confiança dos stakeholders e melhorar sua reputação. Além disso, o estudo destaca a importância da fonte do pedido por transparência. Isso sugere que as iniciativas de transparência podem ser mais eficazes quando lideradas por fontes confiáveis e respeitadas.
Foto: Bud Helisson
09 maio 2023
ChatGPT não passou no exame de CPA
O ChatGPT, o chatbot da IA que assolou o mundo, já conquistou vários testes - o exame de MBA da Wharton, o exame de advocacia e vários exames de AP, entre outros. Mas o bot encontrou seu par quando Contabilidade hoje executou-o no exame CPA como um experimento: o ChatGPT falhou totalmente nas quatro seções.
O experimento ocorreu no escritório de Arizent, no distrito financeiro da cidade de Nova York, em 13 de abril, em colaboração com a Surgent CPA Review. Usamos dois laptops, cada um executando uma conta ChatGPT 3.5 Pro separada . Um laptop executou a seção BEC e FAR. O outro executou a seção REG e AUD.
Quando todas as seções de teste foram concluídas, suas pontuações foram:
REG: 39%;
AUD: 46%;
FAR: 35%
BEC: 48%
Os resultados indicam que o ChatGPT não passou em nenhuma parte do exame CPA.
Fonte: aqui
Mais aqui
Veja também nossa crítica abaixo, sobre os erros do Chat
Precos na Formula 1 em Miami
O recente Grande Prêmio de Miami trouxe o brilho e o glamour da Fórmula 1 para a cidade costeira da Flórida. Os ingressos para a corrida custam centenas ou até milhares de dólares, dependendo da localização e das comodidades. As coisas não ficaram mais baratas depois que as pessoas passaram pelos portões de admissão.
O cardápio do Hard Rock Beach Club (abaixo) é o mais escandaloso. Os itens incluem coisas como salada de melancia e tomatillo de US$ 250, rolinhos de lagosta do Maine de US$ 450 e camarões resfriados U-5 de US$ 500. Uma salada de frutas custa US$ 295. Se ainda estiver com fome, há uma onça de caviar por US$ 400 .
IFAC busca um novo chefe
A Federação Internacional dos Contadores (IFAC, na sigla em inglês) iniciou a busca por um novo CEO. A organização, que representa mais de três milhões de contadores em todo o mundo, anunciou que a atual CEO, Kevin Dancey, irá renunciar ao cargo no final de 2023.
Sobre esta notícia, um detalhe curioso. Estou usando o ChatGPT e pedi para ele traduzir o texto:
Eis a tela com a tradução:Veja que o Chat trocou o nome do CEO.
Esta não foi a primeira vez que vi este tipo de engano.
Efeito da pandemia na qualidade da educação
Um estudo localizado, mas que confirma uma impressão geral de muitos sobre o desempenho na área de educação durante a pandemia:
Educators and policymakers have been concerned that the COVID-19 pandemic has led to substantial delays in learning due to disruptions, anxiety, and remote schooling. We study student achievement patterns over the pandemic using a combination of state summative and higher frequency benchmark assessments for middle school students in Michigan. Comparing pre-pandemic to post-pandemic cohorts we find that math and ELA achievement growth dropped by 0.22, and 0.03 standard deviations more than expected, respectively, between 2019 and 2022. These drops were larger for Black, Latino, and economically disadvantaged students, as well as students in districts that were at least partially remote in 2021-22. Benchmark assessment results are consistent with summative assessments and show sharp drops in 2020-21 followed by a partial recovery and potential stall-out in 2021-22.
Sempre que converso com outros professores a visão é que o aprendizado na pandemia caiu substancialmente. Como a comparação precisa ser realizada de forma padronizada, onde seja possível comparar alunos com processos avaliativos iguais, a pesquisa na área é sempre difícil.
Sustentabilidade de longo prazo
O artigo "Tracing Sustainability in the Long Run: Genuine Savings Estimates 1850 - 2018" discute a importância de medir o impacto da gestão de recursos naturais no bem-estar humano e a necessidade de um sistema de contas nacionais que inclua o valor do capital produzido, natural e humano. O conceito de riqueza inclusiva ou abrangente é usado para medir as mudanças na riqueza per capita e é adotado por organizações internacionais como o Banco Mundial e a ONU.
O artigo destaca a necessidade de uma maior integração da história econômica e da sustentabilidade para produzir indicadores abrangentes de bem-estar de longo prazo que possam explicar os níveis passados e atuais de riqueza inclusiva/abrangente dentro e entre países. O artigo apresenta um novo banco de dados históricos de Poupança Genuína (PG), que é um indicador econômico amplamente utilizado de desenvolvimento sustentável, para fornecer contexto histórico aos debates atuais sobre sustentabilidade. O foco histórico fornece evidências sobre se as políticas passadas, escolhas e resultados orientados pelo PIB, maximizaram o bem-estar de forma sustentável.
Veja o ponto inferior, destacando o Chile, com um consumo elevado dos recursos em relação ao índice do PIB. Eis outro conjunto de gráficos comparativos:
O período de negativa poupança genuína do Brasil geralmente coincide com choques macroeconômicos. Em média, a poupança genuína brasileira foi de 5,77% do PIB, variando entre -12,5% a 26,2%. O número é menor que alguns países desenvolvidos (Suíça e Nova Zelândia, por exemplo), mas maior que Chile, México ou Argentina.
Excesso de confiança no trânsito
Um pequeno buraco na pista provocou um grande problema. O vídeo é interessante quando um motorista para seu carro, pensa no que fazer e depois decide tomar a pista contrária. Cauteloso demais aparentemente. O carro seguinte, talvez ansioso pela espera, decide enfrentar o desafio.
08 maio 2023
Novo projeto do IASB sobre riscos relacionados ao clima nas demonstrações financeiras
Na sua reunião de março de 2023, o International Accounting Standards Board (IASB) iniciou um projeto para explorar se e como as demonstrações financeiras das empresas podem fornecer melhores informações sobre riscos relacionados ao clima. Este projeto e o trabalho de nosso conselho irmão, o International Sustainability Standards Board (ISSB), se complementam e ilustram como o trabalho dos dois conselhos está conectado. Neste artigo, examinarei mais de perto o projeto e como ele se relaciona com o trabalho do ISSB.
Por que o IASB está iniciando um projeto sobre riscos relacionados ao clima nas demonstrações financeiras?
As normas contábeis da IFRS exigem que as empresas considerem questões relacionadas ao clima em suas demonstrações financeiras quando o efeito desses assuntos for uma informação relevante para os investidores. Destacamos esses requisitos em :
- materiais educacionais 'Efeitos de questões relacionadas ao clima nas demonstrações financeiras'(Novembro de 2020); e
- o artigo 'Normas IFRS e divulgações relacionadas ao clima' (Novembro de 2019).
Portanto, se as empresas já precisam considerar questões relacionadas ao clima em suas demonstrações financeiras, por que o IASB está iniciando um projeto sobre esse tópico? Nossas razões para assumir este projeto são baseadas no que ouvimos na nosso Consulta da Terceira Agenda. Os entrevistados dessa consulta nos disseram:.
- os riscos relacionados ao clima são frequentemente percebidos como riscos remotos e de longo prazo e podem não ser adequadamente considerados nas demonstrações financeiras; e
- os investidores precisam de melhores informações qualitativas e quantitativas sobre o efeito dos riscos relacionados ao clima nos valores contábeis dos ativos e passivos relatados nas demonstrações financeiras.
Por exemplo, algumas partes interessadas perguntaram :
- por que as empresas onde se espera que sejam afetadas por riscos relacionados ao clima não fornecem informações sobre esses efeitos em suas demonstrações financeiras;
- por que as empresas que assumiram compromissos líquidos zero não reconhecem passivos ou reduzem o valor de seus ativos como resultado desses compromissos; e
- como as empresas devem levar em consideração as incertezas de longo prazo na mensuração dos valores nas demonstrações financeiras.
O que o IASB explorará neste projeto?
Em resposta ao feedback das partes interessadas, o IASB decidiu realizar um projeto de manutenção sobre riscos relacionados ao clima nas Demonstrações Financeiras para determinar se deveria fazer mais nessa área. Começaremos este projeto explorando, por meio de pesquisa e divulgação, a natureza e as causas das preocupações das partes interessadas sobre o relato de riscos relacionados ao clima nas demonstrações financeiras.
Ao entender melhor as causas dessas preocupações, podemos estar mais informados sobre as ações apropriadas a serem tomadas. As causas dessas preocupações podem incluir:
- requisitos pouco claros ou insuficientes nas normas do IASB.
- falta de conformidade com os requisitos atuais das empresas.
- necessidades de informações do investidor que vão além do objetivo das demonstrações financeiras.
Essas necessidades de informações estão fora do escopo deste projeto. Em vez disso, o padrão climático (S2) do ISSB atende a essas necessidades de informações.
Quais são os possíveis resultados deste projeto?
Os resultados deste projeto dependerão das causas das preocupações das partes interessadas. Este é um projeto de manutenção, portanto, qualquer resultado terá um escopo restrito - por exemplo, pequenas alterações nas normas do IASB, novas orientações de aplicação limitadas ou novos exemplos ilustrativos. Poderíamos também decidir publicar outros materiais educacionais.
Este projeto não buscará:
- desenvolver um Padrão IASB sobre riscos relacionados ao clima ou orientações abrangentes sobre como considerar os efeitos de tais riscos ao aplicar os Padrões IASB. Fazer isso arriscaria minar a abordagem do IASB ao desenvolvimento de padrões baseados em princípios.
- ampliar o objetivo das demonstrações financeiras ou alterar as definições de ativos e passivos.
- desenvolver requisitos contábeis para mecanismos de precificação de poluentes. O IASB tem um projeto relacionado -Mecanismos de Preços de Poluentes- na lista reserva de projetos. Projetos na lista de reservas poderão ser adicionados ao plano de trabalho no futuro se houver capacidade adicional disponível.
Como o projeto do IASB sobre Riscos Relacionados ao Clima nas Demonstrações Financeiras se relaciona com o trabalho do ISSB?
Este projeto e o trabalho do ISSB se complementam para facilitar a conectividade nos relatórios financeiros de uso geral.
Tanto as demonstrações financeiras - que aplicam as Normas do IASB - quanto as divulgações financeiras relacionadas à sustentabilidade - que aplicam as Normas do ISSB - têm como foco fornecer informações para embasar decisões de investimento. As divulgações financeiras relacionadas à sustentabilidade e as demonstrações financeiras se complementam. Por exemplo, as divulgações financeiras relacionadas à sustentabilidade podem explicar os riscos e as oportunidades relacionados à sustentabilidade decorrentes das atividades de uma entidade e de seus ativos e passivos. Tais divulgações também podem fornecer indicações antecipadas de questões que serão posteriormente refletidas nas demonstrações financeiras. Por exemplo, o compromisso de uma empresa com emissões líquidas zero poderia, com o tempo, resultar em passivos relatados nas demonstrações financeiras.
Agora que o ISSB concluiu as deliberações sobre suas duas primeiras normas, temos um conjunto estável de decisões para embasar nosso projeto. Também contamos com especialistas do ISSB para apoiar nossa equipe de projeto. Sujeito a futuras decisões do IASB sobre o escopo deste projeto, poderíamos aproveitar o trabalho do ISSB e considerar questões como:
- se devemos cobrir oportunidades e riscos, se isso pode ser feito como um projeto de escopo restrito. Esse escopo seria consistente com a abordagem do ISSB de considerar oportunidades e riscos relacionados à sustentabilidade.
- se devemos cobrir riscos e oportunidades relacionados à sustentabilidade além daqueles relacionados ao clima, novamente, se isso puder ser feito como um projeto de escopo restrito. Esse escopo seria consistente com a conclusão do ISSB de que nem sempre é possível que as empresas separem o efeito financeiro de riscos e oportunidades relacionados ao clima de outros riscos e oportunidades relacionados à sustentabilidade.
- como as análises de cenário fornecidas ao aplicar as normas ISSB poderiam informar a mensuração de ativos e passivos nas demonstrações financeiras.
- se os mecanismos de conectividade nos dois primeiros padrões do ISSB podem ser refletidos nos padrões do IASB. Por exemplo, S1 e S2 exigirão que as empresas explicar as conexões entre informações sobre riscos e oportunidades relacionados à sustentabilidade em suas divulgações financeiras relacionadas à sustentabilidade e informações em suas demonstrações financeiras relacionadas. S1 e S2 também exigem que as empresas usem premissas consistentes com as demonstrações financeiras, quando aplicável, e divulguem informações sobre os efeitos atuais e previstos dos riscos e oportunidades relacionados à sustentabilidade nas demonstrações financeiras.
O que vem a seguir?
Nossas publicações mencionadas acima, de novembro de 2020 e novembro de 2019, orientarão as empresas a garantir que considerem adequadamente os riscos relacionados ao clima nas demonstrações financeiras.
Ao mesmo tempo, incentivamos que você acompanhe o trabalho do IASB, garantindo que as preferências de alerta por email estão atualizadas Suas opiniões são importantes para nós e esperamos ouvir de você à medida que este projeto avança.
O desafio ainda não resolvido das Criptomoedas
O artigo "Valuing and accounting for cryptocurrency assets and liabilities" publicado no Accounting Today argumenta que a contabilização de ativos e passivos relacionados à criptomoeda é um desafio para contadores e auditores, devido à natureza complexa e volátil desses ativos.
O artigo começa destacando a crescente popularidade da criptomoeda como um investimento alternativo e como um meio de pagamento em transações comerciais. No entanto, a volatilidade da criptomoeda e a falta de regulamentação podem tornar difícil para os contadores avaliar o valor desses ativos e passivos.
O Financial Accounting Standards Board (FASB) e a International Accounting Standards Board (IASB) ainda não estabeleceram diretrizes claras sobre como contabilizar a criptomoeda. No entanto, o artigo sugere que as empresas que lidam com a criptomoeda devem seguir as práticas contábeis tradicionais, como a avaliação de ativos e passivos pelo valor justo.
O artigo destaca que os contadores também devem considerar questões como a lavagem de dinheiro e a conformidade regulatória ao lidar com a criptomoeda. As empresas devem implementar controles rigorosos para garantir que suas operações de criptomoeda sejam conformes aos regulamentos e leis aplicáveis.
O Fasb, recentemente, avançou nesta questão, adotando uma postura mais incisiva. Uma opção seria considerar a criptomoeda como um equivalente de caixa. Mas a volatilidade seria incompatível com este item. Poderia ser um ativo financeiro, sendo avaliada a valor justo para fins contábeis. A definição de ativo financeiro seria "dinheiro, evidência de participação acionária em uma entidade ou um direito contratual de receber dinheiro ou outro instrumento financeiro de outra entidade". O que também não enquadraria a criptomoeda. A alternativa restante seria como um intangível. Como tal, poderiam ser testados para verificar a redução no valor, podendo existir perda no final do exercício. Mas como há volatilidade, um eventual aumento não poderia ser reconhecido no balanço.
Até o momento, ainda não há regras finais de GAAP dos EUA sobre criptomoeda; no entanto, o Conselho de Normas Contábeis Financeiras emitiu recentemente uma proposta para a avaliação de criptomoedas. A proposta exigiria que os detentores de ativos digitais que se enquadrem no escopo da orientação os mensurem pelo valor justo em cada período de relatório, com mudanças no valor justo refletidas no resultado.
Especificamente, esses ativos cripto seriam apresentados separadamente de outros ativos intangíveis no balanço patrimonial e ganhos e perdas seriam registrados como resultado líquido a cada período, separadamente das mudanças nos valores carregados de outros ativos intangíveis.
Foto: Kanchanara













