Em sua edição desta quinta-feira, o Estado revelou com exclusividade que um contrato de 2006 entre a empresa que detém os direitos sobre a seleção brasileira, a ISE, e outra com registro nos EUA garantia que mais de 8 milhões seriam transferidos para a americana Uptrend por um pacote de 24 jogos da seleção. A companhia estava registrada em nome de Sandro Rosell, presidente do Barcelona, mas também ex-diretor da Nike no Brasil e amigo pessoal de Teixeira.
Ex-funcionários de empresas que eram responsáveis por operar mais de 40 jogos da seleção afirmaram que jamais ouviram falar na Uptrend e que não saberiam dizer qual serviço prestaria.
Nesta quinta, ainda na Basileia, onde na quarta-feira a seleção enfrentou a Suíça, a assessoria de imprensa da CBF não desmentiu as informações. O atual presidente, José Maria Marin, insistiu que "desconhecia" o assunto.
Novos documentos, porém, revelam que o esquema não acabou com a queda de Teixeira. Antes de renunciar, o dirigente renovou os contratos que tinha com a ISE por mais dez anos, por um valor que seria US$ 100 mil inferior ao acordo anterior.
Mas a parcela que era desviada para outras contas aumentou de cerca de US$ 450 mil para quase US$ 800 mil, também em contas em locais fora do Brasil, principalmente nos EUA.
Diferentes contratos consultados pelo Estado, seguindo sempre o padrão daquele revelado nesta quinta pela reportagem, acabaram sendo assinados para justificar os pagamentos dessas comissões. De um lado, a ISE, com sede nas Ilhas Cayman. De outro, empresas que prestariam supostos serviços.
(...) A renda dos amistosos da seleção também foi usada para quitar dívidas e mesmo para comprar empresas, de acordo com fontes que trabalharam na CBF. Uma dessas companhias seria do próprio Rosell.
Antes de assumir a presidência do Barcelona, em julho de 2010, ele teve de se desfazer de suas empresas de marketing, exigência dos estatutos do clube. O obstáculo foi resolvido com a ajuda da seleção brasileira. A ISE enviou recomendação aos organizadores das partidas para que transferissem diretamente ao dirigente o dinheiro que teriam de enviar à empresa - e que seria destinado à CBF. A ISE, em troca, ficou com a companhia de Rosell. O dinheiro foi enviado: cerca de 3 milhões.(...)
Desvio de cotas dos amistosos da seleção continua, indicam contratos - Jamil Chade - O Estado de S Paulo
17 agosto 2013
16 agosto 2013
Em defesa do hedge accounting
Num texto publicado no Valor Econômico ('Geografia contábil' sob os holofotes - Fernando Torres - Valor Econômico - 16/08/2013) algumas afirmações interessantes e controversas sobre a contabilidade das empresas brasileiras. Logo no primeiro parágrafo:
Mais do que isto, que o resultado abrangente seja a base de desempenho das empresas.
(Cartoon adaptado daqui)
A temporada de balanços do segundo trimestre trouxe para o holofote temas contábeis extremamente áridos como "geografia contábil" e o uso do "valor justo" para mensurar ativos e passivos.Devo confessar que é a primeira vez que deparo com o termo "geografia contábil". Pesquisei no Google e encontrei somente 37 resultados (pesquisa realizada no dia 16, as 10:35 da manhã, quando estava redigindo este texto). Já o termo valor justo realmente é controverso e não de agora. Prossegue o texto:
A grande razão para essas discussões virem à tona neste momento foi que no segundo trimestre houve mudança relevante nos preços dos instrumentos financeiros. O dólar saltou 10% e as taxas de juros subiram bastante tanto no Brasil como no exterior, seja pela sinalização do Banco Central de que vai continuar elevar a Selic, ou por causa da expectativa de mudança no rumo da política monetária dos Estados Unidos.Não é a primeira vez que isto ocorre e certamente não será a última. E novamente temos controvérsias sobre o tratamento da variação cambial. Prossegue o texto:
O impacto da variação do dólar provocou um aumento - em reais - da dívida em moeda estrangeira das empresas. E teria como contrapartida natural uma despesa na conta de lucros e perdas das companhias.O termo "conta de lucros e perdas" não é recente. Talvez esteja um pouco em desuso e não deveria ser relembrado.
Embora isso tenha ocorrido para muitas empresas, e provocado as despesas "não caixa" no resultado, não foi assim com Petrobras e Braskem, que decidiram adotar a contabilidade de hedge para evitar esse impacto. Dessa forma, o efeito do câmbio na dívida foi registrado diretamente no patrimônio, sem reduzir o lucro das companhias no trimestre.Esta é uma discussão muito mais profunda. O efeito cambial não passar pelo resultado contraria os defensores do "clean surplus".
Se a "geografia contábil" não tivesse relevância, não haveria diferença entre se registrar o efeito no resultado ou no PL, já que o impacto final é igual.O texto parece esclarecer o conceito de geografia contábil aqui: o registro do efeito no resultado ou no PL. Mas ao contrário do que afirma o texto, existe diferença entre registrar no resultado ou no PL. Sobre a contabilidade de hedge:
Segundo um dos contadores mais respeitados do país, o professor Eliseu Martins, da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da USP, a contabilidade de hedge permite uma "representação melhor da situação econômica" das empresas.A questão parece não ser bem sua utilização, mas o fato das empresas resolverem alterar sua política contábil no meio do caminho, sem comunicar adequadamente ao mercado, aparentemente "gerenciando" seus resultados.
"Se o passivo aumentou, eu reconheço a perda de patrimônio, mas não registro a pancada no resultado porque vou contrapor isso aos ganhos com exportação no futuro", resume o professor, que lembra que as exigências para se aferir a eficácia desse hedge ao longo do tempo são severas.
Como oscilações bruscas no câmbio não são novidade no Brasil, o que aparentemente aconteceu é que as empresas preferiram enfrentar o trabalho de ter que provar aos auditores que seus hedges funcionam do que ter que passar horas tentando convencer investidores e o público que a despesa "não caixa" que corroeu o lucro não terá efeito nenhum - quando na maior parte dos casos a distribuição de dividendos é sim afetada pelo sobe e desce cambial.Não vejo muito problema em "provar aos auditores" já que a contabilidade de hedge já estava normatizada pelo CPC. A gritaria dos investidores foi decorrente da falta de clareza na mudança da política contábil.
Já outra discussão sobre a geografia contábil tem a ver com categoria "disponível para venda", que permite que a variação de preço dos instrumentos financeiros seja registrada no patrimônio líquido, e não no resultado.O texto insiste em usar o termo "geografia contábil". Agora sobre o tratamento dos instrumentos financeiros.
Se não houvesse essa possibilidade - e assumindo tudo mais constante -, o Bradesco teria registrado prejuízo no segundo trimestre, já que a perda registrada no patrimônio por causa desses títulos foi de R$ 5,3 bilhões e o lucro apurado no período somou R$ 3 bilhões. Da mesma forma, o Itaú teria lucro R$ 1,2 bilhões menor e o Bando do Brasil, R$ 685 milhões.
"Essa categoria disponível para venda nunca me convenceu muito. Tanto que está para morrer dentro do IFRS", diz Martins.
Para ele, se houvesse o entendimento de que ganhos e perdas não realizados não deveriam transitar pelo resultado, como já ocorreu no passado, isso funcionaria melhor se a regra valesse para todo o conjunto de ativos. "O problema é a classificação ficar ao arbítrio da instituição."
Para minimizar esse problema de geografia, o professor defende que os lançamentos tratados como "outros resultados abrangentes" apareçam logo abaixo da demonstração de resultados, e não numa peça separada do balanço.
Mais do que isto, que o resultado abrangente seja a base de desempenho das empresas.
Por fim, a última pergunta que surge dessa safra de balanços é: se os ativos financeiros mudaram tão bruscamente de preço no trimestre, por que não houve mudança perceptível no valor dos ativos não financeiros, mesmo naqueles registrados pelo chamado valor justo, como os ativos biológicos e os prédios de empresas que vivem de renda de aluguel e de administradoras de shoppings?
De acordo com Luiz Paulo Silveira, sócio da Apsis, consultoria especializada em avaliação de ativos, ao se calcular o efeito da recente alta da Selic sobre os modelos de avaliação de valor justo do setor imobiliário, por exemplo, haveria uma alta de 13% na taxa de desconto, o que, a princípio, provocaria uma redução no valor dos bens. Ele diz, contudo, que, como os modelos de avaliação de ativos não financeiros dependem de inúmeras outras informações e premissas, além da taxa de juros brasileira, "a sensibilidade do valor final é bem menor".
O especialista lembra ainda que os demais ativos não financeiros - que não os biológicos e nem as propriedades para investimento - só precisam ser reavaliados em fusões e aquisições ou quando há evidências de perda do valor recuperável. "E apenas variações relevantes no desempenho da companhia ou na conjuntura econômica deflagrariam a necessidade de ajuste, o que não parece o caso."Particularmente achei este o melhor trecho da reportagem. A pergunta a pertinente, mas a resposta apresentada não convence. Além do efeito da alta da Selic, as manifestações populares alteraram a percepção do risco Brasil. Isto é inegável. E deveria interferir diretamente na taxa de desconto. Mas isto não ocorreu. Minha opinião é que as empresas evitam alterar suas avaliações por serem subjetivas, imprecisas e inadequadas. Se fosse realizada de maneira adequada, haveria um grande quantidade de amortizações.
(Cartoon adaptado daqui)
Rir é o melhor remédio
Do The Telegraph (via Boring is optional): Accoutants (e não acountants) não são somente contadores de feijão. Mas a fotografia é de ervilhas.
Max Geringher fala da sua experiência em contabilidade
Na palestra de abertura da XXVIII Contesc (Convenção da Contabilidade de Santa Catarina) em Itajaí, o consultor e comentarista Max Geringher fez um passeio pelo próprio passado e fez analogias com situações do mundo corporativo para elogiar as habilidades dos profissionais da contabilidade.
"A humanidade começou a escrever por conta do contador, que precisava registrar as transações", começou ele, contando em seguida que, além de Administração, fez o curso de Técnico em Contabilidade, o que lhe fez prestar mais atenção nos detalhes numéricos. "Essa talvez fosse a diferença que eu tinha nas empresas onde trabalhei, pois eu montava balanços dentro da empresa de um modo diferente, montando por ordem de despesa, da maior para menor. Outro ponto que aprendi foi ir atrás de mais dados quando a descrição da despesa não era detalhada, ou seja, eu abria para entender e acabei recebendo pontos nas organizações ao fazer observações do detalhe do detalhe", relatou.
Ao fazer comparações de hábitos de décadas passadas com a atualidade, Max Geringher ressaltou preocupações com a segurança antes inexistentes, aumento do poder de compra que fez mais pessoas terem acesso a bens de consumo antes destinados apenas aos mais abastados e tecnologias que facilitam o dia a dia mas confundem a percepção dos profissionais, pois mudam os instrumentos, mas alguns valores continuam os mesmos.
Entre uma frase de efeito e outra, o palestrante fazia considerações sobre a profissão de contador. "Arrume o melhor contador do mundo, pois não há nada pior do que decidir com base em dados errados. E quem toma a decisão é que será sempre cobrado", disse.
Ao abordar o tema da Contesc, que uniu Conhecimento, Habilidade e Atitude, ele enfatizou que as escolhas são de cada um, podemos ver o lado ruim ou o lado bom. "No mundo corporativo temos o tempo de trabalhar e o tempo de colher. Precisamos ter muitas experiências para poder escolher mais tarde o que queremos fazer, portanto o recado está dado, é preciso trabalhar muito antes de alcançar qualquer resultado", afirmou.
Outro tema abordado por Max Geringher foi o tema liderança. "Existem algumas palavras que estão na moda, liderar é uma delas, mas não adianta só espírito de liderança, é preciso termos os liderados. Existem estimativas que dizem que de cada 10 profissionais numa empresa, oito nunca serão promovidos. Parece alto, mas essa é a proporção. É importante ter essas características e existem pessoas que tiveram carreiras brilhantes e nunca foram chefes".
Fonte: Aqui
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| Administrador e Técnico em Contabilidade |
Ao fazer comparações de hábitos de décadas passadas com a atualidade, Max Geringher ressaltou preocupações com a segurança antes inexistentes, aumento do poder de compra que fez mais pessoas terem acesso a bens de consumo antes destinados apenas aos mais abastados e tecnologias que facilitam o dia a dia mas confundem a percepção dos profissionais, pois mudam os instrumentos, mas alguns valores continuam os mesmos.
Entre uma frase de efeito e outra, o palestrante fazia considerações sobre a profissão de contador. "Arrume o melhor contador do mundo, pois não há nada pior do que decidir com base em dados errados. E quem toma a decisão é que será sempre cobrado", disse.
Ao abordar o tema da Contesc, que uniu Conhecimento, Habilidade e Atitude, ele enfatizou que as escolhas são de cada um, podemos ver o lado ruim ou o lado bom. "No mundo corporativo temos o tempo de trabalhar e o tempo de colher. Precisamos ter muitas experiências para poder escolher mais tarde o que queremos fazer, portanto o recado está dado, é preciso trabalhar muito antes de alcançar qualquer resultado", afirmou.
Outro tema abordado por Max Geringher foi o tema liderança. "Existem algumas palavras que estão na moda, liderar é uma delas, mas não adianta só espírito de liderança, é preciso termos os liderados. Existem estimativas que dizem que de cada 10 profissionais numa empresa, oito nunca serão promovidos. Parece alto, mas essa é a proporção. É importante ter essas características e existem pessoas que tiveram carreiras brilhantes e nunca foram chefes".
Fonte: Aqui
Ebitda e Caixa
Sobre o desempenho da OGX (OGX tem prejuízo de R$ 4,7 bi com provisões por fracasso geológico, Brasil Econômico, 15/08/13):
A empresa de petróleo de Eike Batista OGX, que vive uma grave crise de confiança no mercado, amargou prejuízo bilionário no segundo trimestre, impactado principalmente pela provisão de perdas com campos de petróleo considerados inviáveis economicamente.
O prejuízo líquido contábil da petrolífera subiu quase 12 vezes no segundo trimestre, para R$ 4,722 bilhões, ante prejuízo de R$ 398,6 milhões no mesmo período de 2012, informou a empresa nesta quarta-feira (14/8).
O aumento expressivo do prejuízo reflete principalmente despesas de R$ 3,6 bilhões referentes à provisão para perda dos investimentos realizados nos campos de Tubarão Azul, Tubarão Areia, Tubarão Gato e Tubarão Tigre.
Os três últimos foram considerados inviáveis comercialmente, enquanto o Tubarão Azul, ainda em produção, tende a continuar em declínio, sem novos investimentos após a empresa concluir que sua continuidade também é inviável.
Outros R$ 491 milhões no prejuízo estão associados a poços secos e áreas subcomerciais devolvidas à Agência Nacional de Petróleo (ANP) e R$ 491 milhões referem-se a despesas com variação cambial, basicamente não realizadas.
A posição de caixa da empresa de Eike minguou em cerca de US$ 822 milhões no trimestre, encerrando junho em US$ 326 milhões.
"Essa redução ocorreu principalmente devido ao desembolso de US$ 369 milhões (R$ 779 milhões) à OSX", afirmou a companhia em comunicado.
O interessante do texto é revelar que o Ebitda da empresa ainda foi positivo ...
Apesar dos problemas operacionais, a empresa fechou o segundo trimestre com Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortizações) positivo de R$ 46 milhões, ante Ebitda negativo de R$ 110 milhões no mesmo período do ano passado.
... e que o caixa reduziu
Emblemática preocupação dos investidores, o caixa da empresa recuou significativamente em seis meses, com queda de R$ 3,4 bilhões em relação a 31 de dezembro de 2012.
Além da compensação para a OSX, a queda na posição do caixa da empresa reflete também investimentos realizados no período de R$ 1,2 bilhão e pagamentos de juros de R$ 344 milhões.
Ou seja, o caixa operacional reduziu.
A empresa de petróleo de Eike Batista OGX, que vive uma grave crise de confiança no mercado, amargou prejuízo bilionário no segundo trimestre, impactado principalmente pela provisão de perdas com campos de petróleo considerados inviáveis economicamente.
O prejuízo líquido contábil da petrolífera subiu quase 12 vezes no segundo trimestre, para R$ 4,722 bilhões, ante prejuízo de R$ 398,6 milhões no mesmo período de 2012, informou a empresa nesta quarta-feira (14/8).
O aumento expressivo do prejuízo reflete principalmente despesas de R$ 3,6 bilhões referentes à provisão para perda dos investimentos realizados nos campos de Tubarão Azul, Tubarão Areia, Tubarão Gato e Tubarão Tigre.
Os três últimos foram considerados inviáveis comercialmente, enquanto o Tubarão Azul, ainda em produção, tende a continuar em declínio, sem novos investimentos após a empresa concluir que sua continuidade também é inviável.
Outros R$ 491 milhões no prejuízo estão associados a poços secos e áreas subcomerciais devolvidas à Agência Nacional de Petróleo (ANP) e R$ 491 milhões referem-se a despesas com variação cambial, basicamente não realizadas.
A posição de caixa da empresa de Eike minguou em cerca de US$ 822 milhões no trimestre, encerrando junho em US$ 326 milhões.
"Essa redução ocorreu principalmente devido ao desembolso de US$ 369 milhões (R$ 779 milhões) à OSX", afirmou a companhia em comunicado.
O interessante do texto é revelar que o Ebitda da empresa ainda foi positivo ...
Apesar dos problemas operacionais, a empresa fechou o segundo trimestre com Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortizações) positivo de R$ 46 milhões, ante Ebitda negativo de R$ 110 milhões no mesmo período do ano passado.
... e que o caixa reduziu
Emblemática preocupação dos investidores, o caixa da empresa recuou significativamente em seis meses, com queda de R$ 3,4 bilhões em relação a 31 de dezembro de 2012.
Além da compensação para a OSX, a queda na posição do caixa da empresa reflete também investimentos realizados no período de R$ 1,2 bilhão e pagamentos de juros de R$ 344 milhões.
Ou seja, o caixa operacional reduziu.
Passivo Ambiental do município
O jornal Valor Econômico trouxe um texto interessante (São Félix do Xingu encara seu passivo ambiental, Bettina Barros, Valor Econômico - 15/08/2013) sobre a mudança de mentalidade ambiental nos municípios da região Norte.
Na década de 70, para cada alqueire de floresta derrubada, o governo lhe dava cinco de presente. Desmatar era um dever, e quem não o fizesse corria o risco de perder a propriedade.
Nos dias de hoje o desmatamento tem consequências negativas. O texto relata o caso de São Félix do Xingu, considerado o primeiro na lista dos desmatadores da Amazônia:
A "lista negra" lançada pelo Ministério do Meio Ambiente em 2008 interrompeu o crédito público aos produtores do município - sem distinção entre pecuaristas, agricultores, desmatadores ou seguidores da lei. Foi o primeiro baque. Logo depois, a indústria de carne bovina passou a pressionar na outra ponta, exigindo correções nas fazendas para eximi-la de complicações futuras com a Justiça.
O resultado foi a redução do desmatamento, de 2,5 mil km2 para 162 km2. E o município está fazendo investimentos para sair da lista. E isto sobrou para as empresas:
Após o chacoalhão que embargou os municípios, as autoridades foram atrás dos compradores de bovinos da Amazônia derrubada ilegalmente. Num piscar de olhos, frigoríficos passaram a ser corresponsabilizados por crimes ambientais. Não demorou para a cadeia produtiva se mexer.
"Os frigoríficos tomaram a iniciativa de procurar São Félix do Xingu para o odernamento rural. A chegada deles foi determinante", diz Ian Thompson, diretor do programa Amazônia da The Nature Conservancy (TNC), ONG ambientalista por trás da costura do pacto pelo desmatamento ilegal zero.
O passivo ambiental do título do artigo está claramente presente, embora não apareça ninguém para tentar mensurá-lo. É interessante que sua existência para o município de São Félix poderá ser revertida com as medidas que estão sendo tomadas.
Na década de 70, para cada alqueire de floresta derrubada, o governo lhe dava cinco de presente. Desmatar era um dever, e quem não o fizesse corria o risco de perder a propriedade.
Nos dias de hoje o desmatamento tem consequências negativas. O texto relata o caso de São Félix do Xingu, considerado o primeiro na lista dos desmatadores da Amazônia:
A "lista negra" lançada pelo Ministério do Meio Ambiente em 2008 interrompeu o crédito público aos produtores do município - sem distinção entre pecuaristas, agricultores, desmatadores ou seguidores da lei. Foi o primeiro baque. Logo depois, a indústria de carne bovina passou a pressionar na outra ponta, exigindo correções nas fazendas para eximi-la de complicações futuras com a Justiça.
O resultado foi a redução do desmatamento, de 2,5 mil km2 para 162 km2. E o município está fazendo investimentos para sair da lista. E isto sobrou para as empresas:
Após o chacoalhão que embargou os municípios, as autoridades foram atrás dos compradores de bovinos da Amazônia derrubada ilegalmente. Num piscar de olhos, frigoríficos passaram a ser corresponsabilizados por crimes ambientais. Não demorou para a cadeia produtiva se mexer.
"Os frigoríficos tomaram a iniciativa de procurar São Félix do Xingu para o odernamento rural. A chegada deles foi determinante", diz Ian Thompson, diretor do programa Amazônia da The Nature Conservancy (TNC), ONG ambientalista por trás da costura do pacto pelo desmatamento ilegal zero.
O passivo ambiental do título do artigo está claramente presente, embora não apareça ninguém para tentar mensurá-lo. É interessante que sua existência para o município de São Félix poderá ser revertida com as medidas que estão sendo tomadas.
Domenico Dolce e Stefano Gabbana podem encerrar a marca
Domenico Dolce e Stefano Gabbana, diretores criativos e fundadores da Dolce & Gabbana, foram sentenciados, como comentamos anteriormente, a um ano e oito meses de prisão pela justiça italiana, que os acusa de sonegar cerca de € 1 bilhão em impostos (quase R$ 3 bilhões). Apesar da sentença, é muito difícil que os acusados cumpram sua pena na cadeia, já que, em geral, na Itália não se encarcera réus sentenciados a menos de dois anos de prisão. A dupla ainda foi condenada ao pagamento de uma multa no valor de € 500 mil (R$ 1,48 milhão) à Receita Federal do país.
O processo que acusava a dupla de lavagem de dinheiro já teve um final feliz. Esse teve como fundamento a avaliação monetária feita sobre a Dolce & Gabbana, que, segundo a “Folha de S.Paulo”, foi vendida por € 360 milhões para uma empresa de fachada, de nome Gado Srl, com sede em Luxemburgo. Aí, o problema seria que, de acordo com o jornal espanhol “El País”, a marca valeria, na verdade, € 700 milhões. Mas após a decisão favorável da juíza Brambilla, Massimo Dinoia, Armando Simbari e Fortunato Taglioretti, advogados de Dolce e Gabbana, expressaram “grande satisfação” já que, pela segunda vez, seus clientes foram inocentados quanto à venda da marca por um valor inferior ao estimado. Fabio Cagnola, defensor de Patelli, comentou ainda que “aconteça o que acontecer, o veredito não é eficaz até ter passado pela Corte di Cassazione”, equivalente ao nosso Supremo Tribunal Federal (STF).
Update: o jornal “The Telegraph”, noticiou nesta sexta (26.07) que a marca corre até o risco de encerrar seus negócios caso os estilistas não consigam recorrer à sentença. Domenico Dolce disse: “Nós iremos fechar. O que você quer que a gente faça? Fecharemos. Não seremos capazes de lidar com isso. Impossível”. Já Stefano Gabbana falou que “nós não iremos nos entregar sendo crucificados como ladrões porque não somos ladrões”.
por Carla Valois do Fashion Forward
O processo que acusava a dupla de lavagem de dinheiro já teve um final feliz. Esse teve como fundamento a avaliação monetária feita sobre a Dolce & Gabbana, que, segundo a “Folha de S.Paulo”, foi vendida por € 360 milhões para uma empresa de fachada, de nome Gado Srl, com sede em Luxemburgo. Aí, o problema seria que, de acordo com o jornal espanhol “El País”, a marca valeria, na verdade, € 700 milhões. Mas após a decisão favorável da juíza Brambilla, Massimo Dinoia, Armando Simbari e Fortunato Taglioretti, advogados de Dolce e Gabbana, expressaram “grande satisfação” já que, pela segunda vez, seus clientes foram inocentados quanto à venda da marca por um valor inferior ao estimado. Fabio Cagnola, defensor de Patelli, comentou ainda que “aconteça o que acontecer, o veredito não é eficaz até ter passado pela Corte di Cassazione”, equivalente ao nosso Supremo Tribunal Federal (STF).
Update: o jornal “The Telegraph”, noticiou nesta sexta (26.07) que a marca corre até o risco de encerrar seus negócios caso os estilistas não consigam recorrer à sentença. Domenico Dolce disse: “Nós iremos fechar. O que você quer que a gente faça? Fecharemos. Não seremos capazes de lidar com isso. Impossível”. Já Stefano Gabbana falou que “nós não iremos nos entregar sendo crucificados como ladrões porque não somos ladrões”.
por Carla Valois do Fashion Forward
15 agosto 2013
Capitalismo de Laços
No Brasil, as relações sociais entre empresários e governos têm suas origens no período colonial e, portanto, expressam uma matriz cultural enraizada no ambiente institucional brasileiro. A associação entre instituições privadas e públicas eram (ou são) imprescindíveis para manutenção dos negócios. Na ausência de instituições jurídicas independentes da Coroa Portuguesa, os empreendedores eram “obrigados” a estabelecer relações, mormente com contatos próximos ao governo português para solucionar problemas jurídicos e comerciais. Tanto no passado como no presente, as conexões formadas independem de vínculos sociais estreitos, pois o objetivo precípuo dos atores envolvidos é facilitar transações econômicas.
A despeito das raízes coloniais, a Primeira República, de 1890 a 1915, caracterizada por mudanças institucionais, foi um período econômico mais liberal. Com a ditadura de Vargas, no entanto, o caráter central dos governos, característico da época colonial, retomou e reforçou os laços entre Estado e setor privado. Raymundo Faoro, autor do livro Donos do Poder, caracteriza essa íntima relação como uma “combinação de estatismo com privatismo, obedecendo este às diretrizes daquele, com as compensações de seu estímulo e proteção”.
Sérgio Lazarinni, no livro Capitalismo de Laços, investiga as conexões entre atores públicos e privados por meio dos laços que são expressos na estrutura de propriedade e mecanismos de controles estratégicos das empresas. A abordagem do livro ocorre em três eixos: sistema político, governo e grupos privados.
Devido ao caráter privado e informal (às vezes, formal) entre grupos domésticos privados, sistema político e entidades públicas, o estudo dessas valiosas relações sociais deu-se por meio da análise dos proprietários e controladores de 804 empresas, nos anos de 1996, 2003 e 2009. A observação das estruturas de propriedade das empresas – por meio de laços entre firmas e proprietários, participações societárias conjuntas de vários donos em empresas comuns – revela uma rede, em que há presença de aglomerações empresariais: proprietários com posições acionárias conjuntas nas mesmas empresas, e de atores de interligação de aglomerações distintas que garantem conectividade à rede. Serviços de redes sociais como Facebook, Orkut, Twitter têm características análogas às redes de propriedade. Quando estas exibem atores de ligação que conectam várias organizações, há formação de mundos pequenos. É por isso que as pessoas costumam dizer que “o mundo é pequeno”.
Alguns sociólogos entendem que os sistemas sociais estão enraizados num contexto econômico, isto é, as transações econômicas influenciam a forma de organização da sociedade, assim como as relações sociais têm impacto nas trocas econômicas. O capitalismo de laços é caracterizado por valiosas relações sociais estabelecidas, tanto entre conhecidos ou desconhecidos, para obter recursos limitados ou proveito futuro ou facilitar trocas econômicas. Laço é, na definição de Lazzarini: “relação entre atores sociais para fins econômicos”.
Numa economia de mercado, o capitalismo de laços gera disfunções. Ao influenciar decisões econômicas, contratos sociais e relações políticas, aloca os recursos econômicos sem considerar critérios meritórios e transparentes, em outras palavras, há uma má alocação de recursos, que pode ocorrer de duas formas. Primeira: as decisões empresariais são influenciadas por razões políticas e ideológicas dos governantes, que nem sempre estão de acordo com a estratégia de mercado das firmas. Segunda: empresários que possuem valiosas conexões políticas são favorecidos com concessões de financiamento e subsídios públicos, entre outros recursos escassos.
Por outro lado, em países com ambiente institucional desfavorável – voláteis e hostis – à atividade empresarial, a associação entre entes privados e públicos é forma legítima de proteção: corrobora para a compreensão dos problemas enfrentados pelas instituições privadas. Ademais, formações de alianças serve como instrumento de troca de conhecimento, geração de eficiência produtiva, etc.
Por Pedro Correia, Brasília 15 de agosto de 2013.
Capitalismo de Laços: os donos do Brasil e suas conexões
Sérgio G. Lazzarini
Rio de Janeiro; Elsevier, 2011 – 4ª reimpressão – 184 páginas.
A despeito das raízes coloniais, a Primeira República, de 1890 a 1915, caracterizada por mudanças institucionais, foi um período econômico mais liberal. Com a ditadura de Vargas, no entanto, o caráter central dos governos, característico da época colonial, retomou e reforçou os laços entre Estado e setor privado. Raymundo Faoro, autor do livro Donos do Poder, caracteriza essa íntima relação como uma “combinação de estatismo com privatismo, obedecendo este às diretrizes daquele, com as compensações de seu estímulo e proteção”.
Sérgio Lazarinni, no livro Capitalismo de Laços, investiga as conexões entre atores públicos e privados por meio dos laços que são expressos na estrutura de propriedade e mecanismos de controles estratégicos das empresas. A abordagem do livro ocorre em três eixos: sistema político, governo e grupos privados.
Devido ao caráter privado e informal (às vezes, formal) entre grupos domésticos privados, sistema político e entidades públicas, o estudo dessas valiosas relações sociais deu-se por meio da análise dos proprietários e controladores de 804 empresas, nos anos de 1996, 2003 e 2009. A observação das estruturas de propriedade das empresas – por meio de laços entre firmas e proprietários, participações societárias conjuntas de vários donos em empresas comuns – revela uma rede, em que há presença de aglomerações empresariais: proprietários com posições acionárias conjuntas nas mesmas empresas, e de atores de interligação de aglomerações distintas que garantem conectividade à rede. Serviços de redes sociais como Facebook, Orkut, Twitter têm características análogas às redes de propriedade. Quando estas exibem atores de ligação que conectam várias organizações, há formação de mundos pequenos. É por isso que as pessoas costumam dizer que “o mundo é pequeno”.
Numa economia de mercado, o capitalismo de laços gera disfunções. Ao influenciar decisões econômicas, contratos sociais e relações políticas, aloca os recursos econômicos sem considerar critérios meritórios e transparentes, em outras palavras, há uma má alocação de recursos, que pode ocorrer de duas formas. Primeira: as decisões empresariais são influenciadas por razões políticas e ideológicas dos governantes, que nem sempre estão de acordo com a estratégia de mercado das firmas. Segunda: empresários que possuem valiosas conexões políticas são favorecidos com concessões de financiamento e subsídios públicos, entre outros recursos escassos.
Por outro lado, em países com ambiente institucional desfavorável – voláteis e hostis – à atividade empresarial, a associação entre entes privados e públicos é forma legítima de proteção: corrobora para a compreensão dos problemas enfrentados pelas instituições privadas. Ademais, formações de alianças serve como instrumento de troca de conhecimento, geração de eficiência produtiva, etc.
Por Pedro Correia, Brasília 15 de agosto de 2013.
Capitalismo de Laços: os donos do Brasil e suas conexões
Sérgio G. Lazzarini
Rio de Janeiro; Elsevier, 2011 – 4ª reimpressão – 184 páginas.
Relatório do Auditor
Diante dos diferentes casos onde as empresas de auditoria falharam em indicar problemas com as empresas auditadas, os reguladores voltaram sua atenção para o relatório de auditoria (ou parecer de auditoria, como queiram). Há anos o texto não sofre grandes alterações, mas isto poderá mudar.
O PCAOB, entidade que regula a auditoria nos Estados Unidos, depois de vários relatórios apontando deficiências nos trabalhos realizados pelas auditorias, resolveu tentar melhorar a qualidade deste texto. Segundo Michael Rapoport, do Wall Street Journal (New Rules Expected for Annual Audit Reports, 12 de agosto de 2013) ainda não está claro o que o PCAOB pretende. E está esperando que os próprios auditores digam o que podem fazer para melhorar o relatório. Uma das possibilidades é que o texto indique se a contabilidade da empresa é agressiva ou não.
Entretanto o WSJ indica que o problema pode estar no modelo de negócios: as empresas contratam e pagam seus auditores, o que faz com que exista certo ceticismo sobre a relação entre empregador e empregado.
Apesar da iniciativa do PCAOB é possível perceber que a mudança ainda levará certo tempo: existirá um período para comentários públicos e mais discussão.
(Fonte do Cartoon aqui)
O PCAOB, entidade que regula a auditoria nos Estados Unidos, depois de vários relatórios apontando deficiências nos trabalhos realizados pelas auditorias, resolveu tentar melhorar a qualidade deste texto. Segundo Michael Rapoport, do Wall Street Journal (New Rules Expected for Annual Audit Reports, 12 de agosto de 2013) ainda não está claro o que o PCAOB pretende. E está esperando que os próprios auditores digam o que podem fazer para melhorar o relatório. Uma das possibilidades é que o texto indique se a contabilidade da empresa é agressiva ou não.
Entretanto o WSJ indica que o problema pode estar no modelo de negócios: as empresas contratam e pagam seus auditores, o que faz com que exista certo ceticismo sobre a relação entre empregador e empregado.
Apesar da iniciativa do PCAOB é possível perceber que a mudança ainda levará certo tempo: existirá um período para comentários públicos e mais discussão.
(Fonte do Cartoon aqui)
O Câmbio e a Petrobras
A diluição do impacto cambial no resultado financeiro da Petrobras poderá ser realizada em cerca de sete anos, prazo médio da dívida da estatal, disse nesta segunda-feira (12/08) o diretor financeiro da empresa, Almir Barbassa.
O lucro líquido da petroleira no segundo trimestre superou as expectativas do mercado com uma mudança contábil para reduzir o efeito da alta do dólar na dívida.
A nova contabilidade teve um impacto positivo da ordem de R$ 5 bilhões no lucro de R$ 6,2 bilhões.
"A contabilidade de hedge coloca os números da empresa alinhados com o caixa", afirmou Barbassa durante entrevista a jornalistas.
Como resultado deste efeito benéfico da mudança contábil, a Petrobras poderá distribuir dividendos adicionais de R$ 600 milhões para detentores de ações ordinárias na segundo semestre, acrescentou o executivo.
"Não é distribuição extra, mas o que pode haver é a aprovação pelo Conselho de Administração (do dividendo a mais). Agora com lucro líquido maior, que não foi afetado pela variação cambial, há a oportunidade de aumentar participação das ON's nos dividendos referentes ao ano."
Mas o executivo pondera que a distribuição de dividendos além do esperado terá de passar ainda por decisão do Conselho e de acionistas. "Até o fim do ano ainda tem muita água para correr."
Segundo ele, a distribuição de dividendos para ações preferenciais deverá ter valor definido por percentual de 3% do patrimônio líquido.
Barbassa explicou ainda que pela nova contabilidade, se o dólar recuar, o valor de perda cambial que migrou para patrimônio líquido será retirado do resultado. Caso contrário, se a moeda americana permanecer elevada, a empresa vai descontar tais perdas da receita com exportações, e a diluição será realizada ao longo de vários anos.
Alavancagem
A alavancagem da Petrobras (relação entre o endividamento e patrimônio líquido) pode superar 35% a partir do segundo semestre, mas esse aumento seria neutralizado com uma alta na produção até o final de 2014, afirmou o executivo.
"Mesmo ultrapassando os limites de 35% de dívida líquida, duas vezes e meia o Ebitda, nós estamos vendo novas unidades este ano e ano que vem, vemos um crescimento continuado da produção que vai nos trazer mais recursos e proporcionar menos alavancagem da companhia", afirmou Barbassa.
A alavancagem ficou em 34% ao final do segundo trimestre. Já o índice de dívida líquida/Ebitda ajustado caiu para 2,57 vezes.
A perspectiva de crescimento futuro deverá deixar agências de classificação de risco confortáveis, sem afetar, portanto, o rating da companhia, segundo ele.
Impacto cambial da Petrobras pode ser diluido em 7 anos - Brasil Econômico - Por Sabrina Lorenzi, Rodrigo Viga Gaier e Jeb Blount/ Reuters - 12/08/13 16:37
O lucro líquido da petroleira no segundo trimestre superou as expectativas do mercado com uma mudança contábil para reduzir o efeito da alta do dólar na dívida.
A nova contabilidade teve um impacto positivo da ordem de R$ 5 bilhões no lucro de R$ 6,2 bilhões.
"A contabilidade de hedge coloca os números da empresa alinhados com o caixa", afirmou Barbassa durante entrevista a jornalistas.
Como resultado deste efeito benéfico da mudança contábil, a Petrobras poderá distribuir dividendos adicionais de R$ 600 milhões para detentores de ações ordinárias na segundo semestre, acrescentou o executivo.
"Não é distribuição extra, mas o que pode haver é a aprovação pelo Conselho de Administração (do dividendo a mais). Agora com lucro líquido maior, que não foi afetado pela variação cambial, há a oportunidade de aumentar participação das ON's nos dividendos referentes ao ano."
Mas o executivo pondera que a distribuição de dividendos além do esperado terá de passar ainda por decisão do Conselho e de acionistas. "Até o fim do ano ainda tem muita água para correr."
Segundo ele, a distribuição de dividendos para ações preferenciais deverá ter valor definido por percentual de 3% do patrimônio líquido.
Barbassa explicou ainda que pela nova contabilidade, se o dólar recuar, o valor de perda cambial que migrou para patrimônio líquido será retirado do resultado. Caso contrário, se a moeda americana permanecer elevada, a empresa vai descontar tais perdas da receita com exportações, e a diluição será realizada ao longo de vários anos.
Alavancagem
A alavancagem da Petrobras (relação entre o endividamento e patrimônio líquido) pode superar 35% a partir do segundo semestre, mas esse aumento seria neutralizado com uma alta na produção até o final de 2014, afirmou o executivo.
"Mesmo ultrapassando os limites de 35% de dívida líquida, duas vezes e meia o Ebitda, nós estamos vendo novas unidades este ano e ano que vem, vemos um crescimento continuado da produção que vai nos trazer mais recursos e proporcionar menos alavancagem da companhia", afirmou Barbassa.
A alavancagem ficou em 34% ao final do segundo trimestre. Já o índice de dívida líquida/Ebitda ajustado caiu para 2,57 vezes.
A perspectiva de crescimento futuro deverá deixar agências de classificação de risco confortáveis, sem afetar, portanto, o rating da companhia, segundo ele.
Impacto cambial da Petrobras pode ser diluido em 7 anos - Brasil Econômico - Por Sabrina Lorenzi, Rodrigo Viga Gaier e Jeb Blount/ Reuters - 12/08/13 16:37
Jackson
A família de Michael Jackson entrou na justiça tentando ganhar algum dinheiro da empresa AEG Live, que fez um contrato com o cantor antes da sua morte. Um depoimento de um contador forense mostra como as finanças pessoais do cantor era desorganizada. Segundo William Ackerman, contador forense (via Mirror), Jackson tinha uma dívida entre 400 a 500 milhões de dólares. Esta dívida implicou em pagamento de juros anuais de 30 milhões em 2009. A taxa de juros estava entre 7% a 16,8% ao ano.
A situação financeira de Jackson decorre de gastos inadequados (viagens, caridade, presentes, jóias, manutenção do rancho Neverland com seu jardim zoológico e trem). E a situação complicava a cada ano: segundo Ackerman, em 1993 Jackson tinha um dívida de 30 milhões, que aumentou para 140 milhões em 1998.
A situação financeira de Jackson decorre de gastos inadequados (viagens, caridade, presentes, jóias, manutenção do rancho Neverland com seu jardim zoológico e trem). E a situação complicava a cada ano: segundo Ackerman, em 1993 Jackson tinha um dívida de 30 milhões, que aumentou para 140 milhões em 1998.
14 agosto 2013
Behavioral Economics for Dummies
A série de livros “for dummies” é muito interessante para aqueles que desejam iniciar num determinado assunto ou para os que gostariam de uma abordagem mais palatável do tema. O texto é carregado de piadinhas, o que faz com que a leitura seja bastante agradável. E é acompanhada por desenhos humorísticos que permite que o tempo passe fácil com a obra.Comprei o livro Behavioral Economics for Dummies, de Morris Altman, com esta expectativa. Tenho também muitas obras sobre o assunto, mas até hoje não consegui ler um livro que tenha uma estrutura dos temas mais relevantes didática. A obra de Altman divide o assunto em cinco partes, com vinte capítulos no total.
Entretanto a obra é uma grande decepção. O texto não é “leve”, como outros da série “for Dummies”, o assunto não é apresentado de forma agradável ao leitor, existem poucos cartoons para animar a obra e a estrutura realmente não é boa. Por exemplo, o tema “neuroeconomia”, um assunto recente na área, aparece no capítulo 3, bem no início do livro. A última parte do livro, uma lista de “top tens” deveria ser atrativa, mas não atrai.
Em resumo, se você deseja conhecer o assunto, tente outro livro. O de Kahneman pode ser uma boa alternativa. Ou quem sabe qualquer um do Dan Ariely. Mas evite este.
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Explicações para o balanço
Ainda sobre a questão do hedge:
A adoção da contabilidade de hedge (proteção) por companhias abertas para reduzir o impacto da alta do dólar nos resultados do segundo trimestre está sendo apurada pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM). O regulador pediu explicações para pelo menos dois grupos: Petrobrás e Braskem.
Uma consulta a dados públicos revela que a Superintendência de Relações com Empresas (SEP) da CVM abriu processos administrativos para analisar as informações trimestrais dessas companhias. O da estatal foi iniciado ontem, três dias após a publicação do balanço financeiro do segundo trimestre.
Consultada, a CVM informou que não comenta casos específicos. No entanto, confirmou que a SEP "está analisando o referido tema contábil para um conjunto de companhias, no âmbito do Sistema de Supervisão Baseada em Risco (SBR)".
A prática da contabilidade de hedge é legal e autorizada no País desde 2009. A opção por esse modelo já foi feita anteriormente por grandes companhias. A hipótese é que a CVM esteja questionando o momento e a forma como as duas empresas comunicaram ao mercado a nova política. Esse mecanismo neutraliza parte do impacto da variação sobre a dívida da empresa no curto prazo.
Em entrevista coletiva ontem, o diretor financeiro da Petrobrás, Almir Barbassa, afirmou que a contabilidade de hedge "veio para ficar".
Para Barbassa, a contabilidade de hedge é um instrumento muito útil para países em desenvolvimento, que têm maior dificuldade de captar recursos no mercado internacional "e acabam expostas a variações". Além disso, reduz a volatilidade no resultado fruto de variações cambiais.
Repercussão. A decisão da Petrobrás teve forte repercussão no mercado por ter sido tomada em meio à escalada do dólar.
No segundo trimestre do ano passado, quando o dólar se valorizou 10,93%, a Petrobrás registrou prejuízo de R$ 1,346 bilhão, o primeiro balanço no vermelho desde a maxidesvalorização do real, em 1999.
Tanto a estatal quanto a Braskem passaram a adotar a contabilidade de hedge em maio. No entanto, as companhias só comunicaram a nova prática ao mercado em julho, quando os balanços já estavam fechados.
É possível que a CVM também olhe a maneira como o impacto dessa contabilidade foi destrinchada nos balanços. Outro ponto é verificar se as companhias cumpriram o trâmite necessário à adoção do hedge. Por exemplo, se há garantias de receita futura compatível com a perda contábil referente ao efeito do câmbio sobre a dívida.
Na contabilidade de hedge as exportações são usadas como proteção contra a variação da dívida em moeda estrangeira. A manobra elimina o descasamento contábil entre os efeitos benéficos da valorização do câmbio na receita de empresas exportadoras - mais demorado - e o imediato peso negativo sobre a variação da dívida em moeda estrangeira.
A decisão da Petrobrás de adotar a mudança a partir de maio evitou um resultado trimestral fraco. O lucro de R$ 6,201 bilhões reportado entre abril e junho foi alcançado porque um montante de R$ 7,982 bilhões em perdas cambiais não foi contabilizado no resultado, mas no patrimônio líquido da empresa.
No caso da Braskem, o hedge adotado evitou que o prejuízo líquido de R$ 128 milhões no segundo trimestre fosse mais de oito vezes superior.
O prejuízo da petroquímica teria chegado a R$ 1,082 bilhão no período, segundo a própria empresa.
O início da temporada de balanços do segundo trimestre já indica que nos próximos meses outras companhias tendem a usar a contabilidade de hedge. A mineradora Vale informou que estuda a adoção da prática.
No entanto, o presidente da Vale, Murilo Ferreira, declarou em teleconferência com analistas e investidores que a empresa decidiu não usar a prática no segundo trimestre para não parecer uma medida "casuística".
Petrobrás e Braskem terão de explicar balanços - Estado de S Paulo, 13 de agosto de 2013
A adoção da contabilidade de hedge (proteção) por companhias abertas para reduzir o impacto da alta do dólar nos resultados do segundo trimestre está sendo apurada pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM). O regulador pediu explicações para pelo menos dois grupos: Petrobrás e Braskem.
Uma consulta a dados públicos revela que a Superintendência de Relações com Empresas (SEP) da CVM abriu processos administrativos para analisar as informações trimestrais dessas companhias. O da estatal foi iniciado ontem, três dias após a publicação do balanço financeiro do segundo trimestre.
Consultada, a CVM informou que não comenta casos específicos. No entanto, confirmou que a SEP "está analisando o referido tema contábil para um conjunto de companhias, no âmbito do Sistema de Supervisão Baseada em Risco (SBR)".
A prática da contabilidade de hedge é legal e autorizada no País desde 2009. A opção por esse modelo já foi feita anteriormente por grandes companhias. A hipótese é que a CVM esteja questionando o momento e a forma como as duas empresas comunicaram ao mercado a nova política. Esse mecanismo neutraliza parte do impacto da variação sobre a dívida da empresa no curto prazo.
Em entrevista coletiva ontem, o diretor financeiro da Petrobrás, Almir Barbassa, afirmou que a contabilidade de hedge "veio para ficar".
Para Barbassa, a contabilidade de hedge é um instrumento muito útil para países em desenvolvimento, que têm maior dificuldade de captar recursos no mercado internacional "e acabam expostas a variações". Além disso, reduz a volatilidade no resultado fruto de variações cambiais.
Repercussão. A decisão da Petrobrás teve forte repercussão no mercado por ter sido tomada em meio à escalada do dólar.
No segundo trimestre do ano passado, quando o dólar se valorizou 10,93%, a Petrobrás registrou prejuízo de R$ 1,346 bilhão, o primeiro balanço no vermelho desde a maxidesvalorização do real, em 1999.
Tanto a estatal quanto a Braskem passaram a adotar a contabilidade de hedge em maio. No entanto, as companhias só comunicaram a nova prática ao mercado em julho, quando os balanços já estavam fechados.
É possível que a CVM também olhe a maneira como o impacto dessa contabilidade foi destrinchada nos balanços. Outro ponto é verificar se as companhias cumpriram o trâmite necessário à adoção do hedge. Por exemplo, se há garantias de receita futura compatível com a perda contábil referente ao efeito do câmbio sobre a dívida.
Na contabilidade de hedge as exportações são usadas como proteção contra a variação da dívida em moeda estrangeira. A manobra elimina o descasamento contábil entre os efeitos benéficos da valorização do câmbio na receita de empresas exportadoras - mais demorado - e o imediato peso negativo sobre a variação da dívida em moeda estrangeira.
A decisão da Petrobrás de adotar a mudança a partir de maio evitou um resultado trimestral fraco. O lucro de R$ 6,201 bilhões reportado entre abril e junho foi alcançado porque um montante de R$ 7,982 bilhões em perdas cambiais não foi contabilizado no resultado, mas no patrimônio líquido da empresa.
No caso da Braskem, o hedge adotado evitou que o prejuízo líquido de R$ 128 milhões no segundo trimestre fosse mais de oito vezes superior.
O prejuízo da petroquímica teria chegado a R$ 1,082 bilhão no período, segundo a própria empresa.
O início da temporada de balanços do segundo trimestre já indica que nos próximos meses outras companhias tendem a usar a contabilidade de hedge. A mineradora Vale informou que estuda a adoção da prática.
No entanto, o presidente da Vale, Murilo Ferreira, declarou em teleconferência com analistas e investidores que a empresa decidiu não usar a prática no segundo trimestre para não parecer uma medida "casuística".
Petrobrás e Braskem terão de explicar balanços - Estado de S Paulo, 13 de agosto de 2013
Instituições contagiosas
O Banco Central (BC) está identificando e vai divulgar ao público quais as instituições financeiras oferecem maior potencial de contágio para o sistema financeiro nacional. Delas, será exigido mais de capital para garantir suas operações. A ideia é eliminar o risco de falência - caso em que os prejuízos se espalhariam rapidamente, provocando uma crise sistêmica, como ocorreu em 2008 no mercado financeiro internacional. Na lista, além de bancos, podem estar cooperativas e financeiras.
A identificação das "instituições financeiras sistemicamente importantes" é uma exigência da terceira fase do acordo internacional de capitais, conhecido como Basileia III, que começa a ser implantado no Brasil em outubro. O acordo visa prevenir crises e manter a solidez e estabilidade do sistema financeiro internacional.
Estudo dos pesquisadores do BC Benjamim Tabak, Solange Guerra e Sérgio Rubens Souza, realizado durante um ano com metodologia própria, mostra que entre sete e 11 instituições financeiras podem ser consideradas "sistemicamente importantes" no país - e a maioria é de médio porte. "Tamanho importa menos do que as relações de vizinhança", disse Souza, sem contudo revelar os nomes dos bancos.
"Estar na lista é positivo, pois esses bancos serão vistos como os mais seguros do sistema, uma vez que o BC estará mais atento e fará de tudo para preservá-los", disse uma fonte do BC, que preferiu não se identificar. Alto potencial de contágio é diferente de alto risco de falência. Esses bancos podem ter um baixíssimo risco de quebrar mas, se esse baixíssimo risco se materializasse, os estragos seriam enormes. Por isso, a exigência de mais capital e o reforço da vigilância do BC sobre eles visam eliminar a chance de um deles falir de fato. A lista, contudo, ainda não tem data para ser publicada.
O Comitê de Estabilidade Financeira (FSB, sigla em inglês para Financial Stability Board), identificou uma lista 28 instituições globais com esse potencial (ver quadro). Nela, a maioria é de bancos de peso - e nenhum brasileiro. A lista é revisada anualmente e a próxima sai em outubro. Ben Bernanke, presidente do Fed, banco central dos Estados Unidos, já disse que há 25 bancos sistemicamente importantes nos EUA.
Todos os bancos centrais dos países participantes do acordo de Basileia tem que identificar as instituições locais. Segundo a mesma fonte do BC, os bancos brasileiros que estarão na lista já antecipam isso, e portanto já estão se preparando para aumentar o capital acima dos limites mínimos exigidos. "De 2017 a 2019, somente 2% de todo sistema financeiro nacional precisará de mais capital", disse o presidente do BC, Alexandre Tombini, durante evento sobre estabilidade financeira e contágio realizado na sexta-feira em São Paulo. Para Tombini, as exigências de capital adicional não devem impactar a oferta de crédito no país: "A implantação ocorrerá com tranquilidade, o sistema financeiro nacional já é bastante conservador e a maioria dos bancos já atua com capital acima das exigências", disse. "Basileia III melhora o custo de captação dos bancos e aumenta o potencial de expansão internacional.
Tamanho não é mais documento em outros sistemas financeiros internacionais, e não só no Brasil. Chen Zhou, economista e pesquisador do Banco Central da Holanda, descobriu em suas pesquisas que existem muitos bancos com menos de US$ 13 bilhões em ativos que podem ser considerados sistematicamente importantes.
O especialista sueco Stefan Invés, presidente do comitê de Basileia, também vê na interconectividade entre os bancos o principal fator de contágio. Para ele, não se deve menosprezar a possibilidade de novas crises: "É inevitável". Mas está convencido de que o reforço de capital é uma forma de reduzir a probabilidade e a gravidade das crises no futuro. "Há uma longa lista do que fazer. Regulamentação é só uma parte - supervisão forte é fundamental.
BC divulgará instituições financeiras “contagiosas” - Léa De Luca - Brasil Econômico
A identificação das "instituições financeiras sistemicamente importantes" é uma exigência da terceira fase do acordo internacional de capitais, conhecido como Basileia III, que começa a ser implantado no Brasil em outubro. O acordo visa prevenir crises e manter a solidez e estabilidade do sistema financeiro internacional.
Estudo dos pesquisadores do BC Benjamim Tabak, Solange Guerra e Sérgio Rubens Souza, realizado durante um ano com metodologia própria, mostra que entre sete e 11 instituições financeiras podem ser consideradas "sistemicamente importantes" no país - e a maioria é de médio porte. "Tamanho importa menos do que as relações de vizinhança", disse Souza, sem contudo revelar os nomes dos bancos.
"Estar na lista é positivo, pois esses bancos serão vistos como os mais seguros do sistema, uma vez que o BC estará mais atento e fará de tudo para preservá-los", disse uma fonte do BC, que preferiu não se identificar. Alto potencial de contágio é diferente de alto risco de falência. Esses bancos podem ter um baixíssimo risco de quebrar mas, se esse baixíssimo risco se materializasse, os estragos seriam enormes. Por isso, a exigência de mais capital e o reforço da vigilância do BC sobre eles visam eliminar a chance de um deles falir de fato. A lista, contudo, ainda não tem data para ser publicada.
O Comitê de Estabilidade Financeira (FSB, sigla em inglês para Financial Stability Board), identificou uma lista 28 instituições globais com esse potencial (ver quadro). Nela, a maioria é de bancos de peso - e nenhum brasileiro. A lista é revisada anualmente e a próxima sai em outubro. Ben Bernanke, presidente do Fed, banco central dos Estados Unidos, já disse que há 25 bancos sistemicamente importantes nos EUA.
Todos os bancos centrais dos países participantes do acordo de Basileia tem que identificar as instituições locais. Segundo a mesma fonte do BC, os bancos brasileiros que estarão na lista já antecipam isso, e portanto já estão se preparando para aumentar o capital acima dos limites mínimos exigidos. "De 2017 a 2019, somente 2% de todo sistema financeiro nacional precisará de mais capital", disse o presidente do BC, Alexandre Tombini, durante evento sobre estabilidade financeira e contágio realizado na sexta-feira em São Paulo. Para Tombini, as exigências de capital adicional não devem impactar a oferta de crédito no país: "A implantação ocorrerá com tranquilidade, o sistema financeiro nacional já é bastante conservador e a maioria dos bancos já atua com capital acima das exigências", disse. "Basileia III melhora o custo de captação dos bancos e aumenta o potencial de expansão internacional.
Tamanho não é mais documento em outros sistemas financeiros internacionais, e não só no Brasil. Chen Zhou, economista e pesquisador do Banco Central da Holanda, descobriu em suas pesquisas que existem muitos bancos com menos de US$ 13 bilhões em ativos que podem ser considerados sistematicamente importantes.
O especialista sueco Stefan Invés, presidente do comitê de Basileia, também vê na interconectividade entre os bancos o principal fator de contágio. Para ele, não se deve menosprezar a possibilidade de novas crises: "É inevitável". Mas está convencido de que o reforço de capital é uma forma de reduzir a probabilidade e a gravidade das crises no futuro. "Há uma longa lista do que fazer. Regulamentação é só uma parte - supervisão forte é fundamental.
BC divulgará instituições financeiras “contagiosas” - Léa De Luca - Brasil Econômico
OS 28 MAIS NO MUNDO
Grupo 1
■ Citigroup ■ Deutsche Bank ■ HSBC ■ JP Morgan Chase |
Grupo2
■ Barclays ■ BNP Paribas |
Grupo3
■ Bankof America ■ Bankof NewYorkMellon ■ Credit Suisse ■ Goldman Sachs ■ Mitsubishi UFJ FG ■ Morgan Stanley ■ Royal Bank of Scotland ■ UBS |
Grupo4
■ Bank of China ■ BBVA ■ Groupe BPCE ■ Group Crédit Agricole ■ ING Bank ■ Mizuho FG ■ Nordea ■ Santander ■ Société Générale ■ Standard Chartered ■ State Street ■ Sumitomo Mitsui FG ■ Unicredit Group ■ Wells Fargo |
FONTE: Financial Stability Board ( FSB); Bancos no Grupo 1 precisam reforçar o capital em 2,5% além da regra básica de Basileia III; no Grupo 2, 2%; Grupo 3, 1,5% e Grupo 4, 1%. A lista será atualizada em outubro
13 agosto 2013
Contabilidade e Dólar 2
O novo patamar do dólar, acima de R$ 2,25, deve levar outras companhias com receita e dívidas em dólar a adotar a contabilidade de hedge para amenizar o efeito da desvalorização do real em suas contas, dizem analistas. Para esses profissionais, uma dessas companhias deve ser a Vale, cujo lucro líquido no segundo trimestre deste ano, de US$ 424 milhões, ficou abaixo das expectativas de mercado e foi 84% menor que o verificado no mesmo período de 2012.
O presidente da Vale, Murilo Ferreira, disse anteontem, em teleconferência com analistas e investidores, que a empresa decidiu não usar no segundo trimestre a prática para não parecer uma medida "casuística". Ele admitiu, porém, que a empresa avalia o uso da prática como forma de minimizar a volatilidade de seu lucro contábil.
Estudos preliminares da companhia apontam que a adoção do programa com relação ao passivo financeiro líquido reduziria a perda com variação cambial em aproximadamente US$ 2 bilhões no segundo trimestre.
Para Álvaro Bandeira, sócio da gestora de recursos Órama, a tendência é as companhias buscarem mecanismos dentro do novo padrão contábil que reduzam a volatilidade do câmbio em seus balanços.
"Não importa muito a tendência do câmbio, pois as empresas, de alguma maneira, vão encontrar uma forma de se proteger. O problema está na volatilidade. Isso é que acaba com as previsões de fluxos", afirmou. Segundo ele, a volatilidade acaba inibindo investimentos.
Segundo César Lauro, responsável pela área de gestão de riscos da Capitânia, a adoção da contabilidade de hedge para a dívida em moeda estrangeira por companhias como a Petrobrás tende a aumentar o interesse de outros grupos pela prática. Lauro explica que esse é um processo lento, que exige alinhamento interno com o conselho de administração e fiscal, bem como o estudo das consequências desse artifício no médio e longo prazos. "O resultado da variação cambial não registrado hoje fica represado no patrimônio líquido e será registrado no futuro", diz.
Na contramão. A Marfrig, entretanto, não cogita adotar a contabilidade de hedge tão cedo. O presidente da Seara Foods e futuro presidente (CEO) da Marfrig, Sergio Rial, afirmou que "a prática contábil tem uma série de vantagens, mas operacionalmente é complicado". Em teleconferência, ele disse que "o mercado é inteligente o suficiente para entender a volatilidade cambial nos resultados".
Foi justamente a desvalorização do real e seu efeito negativo na dívida em moeda americana o grande causador do prejuízo líquido de R$ 159,9 milhões da Marfrig no segundo trimestre - que exclui, por exemplo, a Seara Brasil, vendida à JBS.
Outra empresa do setor de alimentos, a BRF, já adota a contabilidade de hedge desde 2010. Conforme a empresa, "a prática contábil segue possibilitando reduções significativas na exposição líquida de balanço em moeda estrangeira, em sincronia entre os fluxos das obrigações em dólar e os embarques de exportação".
No segundo trimestre, a empresa registrou lucro líquido de R$ 208 milhões, montante 3.163% maior que os R$ 6 milhões do mesmo período de 2012. Já a Vanguarda Agro adota a contabilidade de hedge desde 1º de agosto. /
Com dólar alto, mais empresas devem recorrer ao 'hedge' - 10 de agosto de 2013 - O Estado de S.Paulo
O presidente da Vale, Murilo Ferreira, disse anteontem, em teleconferência com analistas e investidores, que a empresa decidiu não usar no segundo trimestre a prática para não parecer uma medida "casuística". Ele admitiu, porém, que a empresa avalia o uso da prática como forma de minimizar a volatilidade de seu lucro contábil.
Estudos preliminares da companhia apontam que a adoção do programa com relação ao passivo financeiro líquido reduziria a perda com variação cambial em aproximadamente US$ 2 bilhões no segundo trimestre.
Para Álvaro Bandeira, sócio da gestora de recursos Órama, a tendência é as companhias buscarem mecanismos dentro do novo padrão contábil que reduzam a volatilidade do câmbio em seus balanços.
"Não importa muito a tendência do câmbio, pois as empresas, de alguma maneira, vão encontrar uma forma de se proteger. O problema está na volatilidade. Isso é que acaba com as previsões de fluxos", afirmou. Segundo ele, a volatilidade acaba inibindo investimentos.
Segundo César Lauro, responsável pela área de gestão de riscos da Capitânia, a adoção da contabilidade de hedge para a dívida em moeda estrangeira por companhias como a Petrobrás tende a aumentar o interesse de outros grupos pela prática. Lauro explica que esse é um processo lento, que exige alinhamento interno com o conselho de administração e fiscal, bem como o estudo das consequências desse artifício no médio e longo prazos. "O resultado da variação cambial não registrado hoje fica represado no patrimônio líquido e será registrado no futuro", diz.
Na contramão. A Marfrig, entretanto, não cogita adotar a contabilidade de hedge tão cedo. O presidente da Seara Foods e futuro presidente (CEO) da Marfrig, Sergio Rial, afirmou que "a prática contábil tem uma série de vantagens, mas operacionalmente é complicado". Em teleconferência, ele disse que "o mercado é inteligente o suficiente para entender a volatilidade cambial nos resultados".
Foi justamente a desvalorização do real e seu efeito negativo na dívida em moeda americana o grande causador do prejuízo líquido de R$ 159,9 milhões da Marfrig no segundo trimestre - que exclui, por exemplo, a Seara Brasil, vendida à JBS.
Outra empresa do setor de alimentos, a BRF, já adota a contabilidade de hedge desde 2010. Conforme a empresa, "a prática contábil segue possibilitando reduções significativas na exposição líquida de balanço em moeda estrangeira, em sincronia entre os fluxos das obrigações em dólar e os embarques de exportação".
No segundo trimestre, a empresa registrou lucro líquido de R$ 208 milhões, montante 3.163% maior que os R$ 6 milhões do mesmo período de 2012. Já a Vanguarda Agro adota a contabilidade de hedge desde 1º de agosto. /
Com dólar alto, mais empresas devem recorrer ao 'hedge' - 10 de agosto de 2013 - O Estado de S.Paulo
Contabilidade e Dólar 1
As empresas que adotaram a prática de contabilidade de hedge conseguiram diminuir o impacto da alta do dólar em seus resultados do segundo trimestre de 2013. Entre as companhias que optaram pelo recurso estão Braskem e Petrobrás. Já Vale e Marfrig, que preferiram não adotar a prática, tiveram resultados piores do que os antecipados, principalmente por causa do câmbio.
A contabilidade de hedge usa as exportações como proteção contra a variação da dívida em moeda estrangeira, já que a alta em uma linha compensa a queda da outra. O efeito da variação cambial sobre a dívida em moeda estrangeira não é totalmente contabilizada no resultado financeiro da companhia, mas no patrimônio líquido. Apenas uma parcela da variação da dívida é transferida para o resultado, mas este montante corresponde ao valor que pode ser compensado pelas exportações faturadas naquele período. "Este impacto é reconhecido de forma escalonada, conforme for compensado pela receita", explica o professor de finanças do Insper, Michael Viriato.
O lucro líquido da Petrobrás, que adota a prática desde maio, somou R$ 6,201 bilhões no segundo trimestre, revertendo o prejuízo líquido de R$ 1,346 bilhão registrado em igual período de 2012. O resultado da petrolífera ficou 24% acima das estimativas dos analistas consultados pelo Broadcast, serviço em tempo real da Agência Estado. Sem o hedge, esperava-se até que a companhia amargasse amargar resultado negativo - o JP Morgan, por exemplo, previa antes prejuízo acima de R$ 2 bilhões no segundo trimestre.
Ao anunciar a adoção da prática contábil, estatal afirmou que "o hedge permite que os resultados contábeis sejam melhor alinhados à realidade econômica e operacional da companhia". No entanto, para alguns analistas, a prática melhora os resultados da estatal, mas de forma artificial, o que reduz a transparência das informações.
Para a Braskem, o prejuízo líquido de R$ 128 milhões do segundo trimestre de 2013 poderia ter sido mais de oito vezes maior não fosse a adoção do hedge desde maio. Somente em maio, o dólar subiu 7,24%, encerrando a R$ 2,147. A escalada da moeda americana frente ao real continuou, e já está no patamar acima de R$ 2,25. Sem a mudança contábil, o prejuízo da petroquímica teria alcançado R$ 1,082 bilhão.
Professor da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo (FEA-USP) e diretor da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) à época da transição para o padrão internacional de contabilidade (IFRS) no Brasil, Eliseu Martins diz que a adoção da contabilidade hedge é importante para eliminar o descasamento contábil entre os efeitos benéficos da valorização do câmbio na receita de empresas exportadoras, que tende a demorar mais para aparecer, e o imediato peso negativo sobre a dívida em moeda estrangeira das companhias.
"Aqui a perda vai ser postergada para acompanhar o reconhecimento dos ganhos com as exportações. Do ponto de vista de informação ao mercado, o balanço fica com melhor qualidade", avalia. Martins diz que o uso do hedge ainda não foi incorporado à cultura empresarial brasileira e ganha espaço apenas quando o câmbio fica "nervoso".
Perigos. Para Luis Gustavo Pereira, estrategista da Futura Corretora, a adoção da contabilidade de hedge visa principalmente melhorar a última linha do balanço - garantindo, assim, melhores dividendos aos acionistas. "Por isso, é importante pra o investidor olhar outros aspectos, especialmente a geração de caixa, pois a contabilidade de hedge distorce a comparação com períodos anteriores."
Em relação à Braskem, analistas preveem que, com a contabilidade de hedge, a petroquímica deve melhorar o seu resultado anual e, assim retomar a distribuição de dividendos num futuro próximo.
O professor Eliseu Martins explica que o hedge está dentro das regras contábeis internacionais e são autorizadas no Brasil pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Mas lembra que as companhias precisam saber bem o motivo da adoção desse tipo de contabilidade. "É uma prática contábil opcional, mas deve ser adotada de forma consistente. Voltar atrás pode pegar mal e levar a questionamentos da CVM e de acionistas."
O especialista diz ainda que o International Accounting Standards Board (Iasb), órgão que define as regras IFRS, prepara uma minuta para aumentar o uso de políticas de hedge contábil globalmente. A perspectiva é de que ela entre em audiência em 2014. / EULINA OLIVEIRA - O Estado de S.Paulo - COM INFORMAÇÕES DA REUTERS, COLABORARAM MARIANA DURÃO E MÔNICA CIARELLI, DO RIO - 11 de agosto de 2013
A contabilidade de hedge usa as exportações como proteção contra a variação da dívida em moeda estrangeira, já que a alta em uma linha compensa a queda da outra. O efeito da variação cambial sobre a dívida em moeda estrangeira não é totalmente contabilizada no resultado financeiro da companhia, mas no patrimônio líquido. Apenas uma parcela da variação da dívida é transferida para o resultado, mas este montante corresponde ao valor que pode ser compensado pelas exportações faturadas naquele período. "Este impacto é reconhecido de forma escalonada, conforme for compensado pela receita", explica o professor de finanças do Insper, Michael Viriato.
O lucro líquido da Petrobrás, que adota a prática desde maio, somou R$ 6,201 bilhões no segundo trimestre, revertendo o prejuízo líquido de R$ 1,346 bilhão registrado em igual período de 2012. O resultado da petrolífera ficou 24% acima das estimativas dos analistas consultados pelo Broadcast, serviço em tempo real da Agência Estado. Sem o hedge, esperava-se até que a companhia amargasse amargar resultado negativo - o JP Morgan, por exemplo, previa antes prejuízo acima de R$ 2 bilhões no segundo trimestre.
Ao anunciar a adoção da prática contábil, estatal afirmou que "o hedge permite que os resultados contábeis sejam melhor alinhados à realidade econômica e operacional da companhia". No entanto, para alguns analistas, a prática melhora os resultados da estatal, mas de forma artificial, o que reduz a transparência das informações.
Para a Braskem, o prejuízo líquido de R$ 128 milhões do segundo trimestre de 2013 poderia ter sido mais de oito vezes maior não fosse a adoção do hedge desde maio. Somente em maio, o dólar subiu 7,24%, encerrando a R$ 2,147. A escalada da moeda americana frente ao real continuou, e já está no patamar acima de R$ 2,25. Sem a mudança contábil, o prejuízo da petroquímica teria alcançado R$ 1,082 bilhão.
Professor da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo (FEA-USP) e diretor da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) à época da transição para o padrão internacional de contabilidade (IFRS) no Brasil, Eliseu Martins diz que a adoção da contabilidade hedge é importante para eliminar o descasamento contábil entre os efeitos benéficos da valorização do câmbio na receita de empresas exportadoras, que tende a demorar mais para aparecer, e o imediato peso negativo sobre a dívida em moeda estrangeira das companhias.
"Aqui a perda vai ser postergada para acompanhar o reconhecimento dos ganhos com as exportações. Do ponto de vista de informação ao mercado, o balanço fica com melhor qualidade", avalia. Martins diz que o uso do hedge ainda não foi incorporado à cultura empresarial brasileira e ganha espaço apenas quando o câmbio fica "nervoso".
Perigos. Para Luis Gustavo Pereira, estrategista da Futura Corretora, a adoção da contabilidade de hedge visa principalmente melhorar a última linha do balanço - garantindo, assim, melhores dividendos aos acionistas. "Por isso, é importante pra o investidor olhar outros aspectos, especialmente a geração de caixa, pois a contabilidade de hedge distorce a comparação com períodos anteriores."
Em relação à Braskem, analistas preveem que, com a contabilidade de hedge, a petroquímica deve melhorar o seu resultado anual e, assim retomar a distribuição de dividendos num futuro próximo.
O professor Eliseu Martins explica que o hedge está dentro das regras contábeis internacionais e são autorizadas no Brasil pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Mas lembra que as companhias precisam saber bem o motivo da adoção desse tipo de contabilidade. "É uma prática contábil opcional, mas deve ser adotada de forma consistente. Voltar atrás pode pegar mal e levar a questionamentos da CVM e de acionistas."
O especialista diz ainda que o International Accounting Standards Board (Iasb), órgão que define as regras IFRS, prepara uma minuta para aumentar o uso de políticas de hedge contábil globalmente. A perspectiva é de que ela entre em audiência em 2014. / EULINA OLIVEIRA - O Estado de S.Paulo - COM INFORMAÇÕES DA REUTERS, COLABORARAM MARIANA DURÃO E MÔNICA CIARELLI, DO RIO - 11 de agosto de 2013
Erro no Edital
O edital de licitação do complexo de linhas de transmissão, que liga as hidrelétricas do Rio Madeira, em Rondônia, até Araraquara (SP), com cerca de 2.375 quilômetros de extensão, não estabeleceu nenhuma especificação sobre os equipamentos que deveriam ser utilizados. As empresas tiveram liberdade para escolher o tipo de material a ser utilizado. Com isso, os sistemas das usinas e do complexo de transmissão são incompatíveis.
Erro em edital das hidrelétricas do Madeira vai custar R$ 100 milhões - MÔNICA TAVARES - O Globo
Erro em edital das hidrelétricas do Madeira vai custar R$ 100 milhões - MÔNICA TAVARES - O Globo
12 agosto 2013
História da Contabilidade Os avanços no início do século XX
A história da contabilidade brasileira apresentou uma grande evolução no início do século XX. Alguns fatos marcantes são listados a seguir:
Criação do Ensino Técnico
A criação da Escola Prática de Comércio Alvares Penteado significou o início do ensino técnico de contabilidade no Brasil. Logo a seguir, a Associação Cristã de Moços cria, durante um breve período, um curso noturno (1). Outras escolas foram criadas a seguir, indicando um crescimento na demanda por profissionais com formação de maior qualidade.
Criação da Revista Brasileira de Contabilidade
Apesar de não ser o primeiro periódico sobre o assunto publicado no Brasil, a criação da Revista representou um fato relevante. Sua periodicidade inicial era mensal e contava com artigos técnicos escritos pelos maiores nomes da contabilidade brasileira do período. Apesar de ser uma publicação paulista, as vendas desta Revista alcançaram outras cidades, como é o caso de Vitória (2).
Estabelecimento das primeiras empresas estrangeiras de contabilidade
Em 1911 já estava estabelecida no Brasil a Ball, Baker, Cornish & Co., uma empresa de contadores certificados londrina, com sede na rua da Quitanda 12, na cidade de São Paulo. Esta empresa abriu uma filial no Rio de Janeiro e em Santos (3). A presença destas empresas é o prenúncio que a contabilidade brasileira passa a sofrer influencia da escola anglo-saxônica, em lugar da escola lusitana, prevalecente mesmo após a independência brasileira (4).
Reunião de profissionais
Nesta época passa a acontecer encontros entre profissionais contadores. Especial destaque a criação do Instituto Brasileiro de Contadores Fiscaes (5) e as reuniões entre os contadores das estradas de ferro, que ocorriam com certa regularidade no período (6). É interessante notar que a congregação de profissionais da área já era comum em outros países, onde no século XIX já foram criadas entidades com esta finalidade.
Fortalecimento de um grupo de profissionais com um perfil mais técnico
Surge um grupo de pessoas com um perfil técnico para o ensino e discussão da contabilidade no Brasil. Estas pessoas começam a serem reconhecidas como especialistas na área, como é o caso de Carlos de Carvalho. Carvalho escreveu diversos livros, publicou artigos na Revista Brasileira de Contabilidade, foi secretário do tesouro do Estado de São Paulo e professor de algumas escolas técnicas.
Adoção das partidas dobradas na área pública
Após experiências iniciais fracassadas no Paraná, o Estado de São Paulo consegue adotar as partidas dobradas (7). Logo após, outras unidades da federação também passam a usar este método, culminando com a opção do governo federal.
Reconhecimento do termo Contadores
Ainda existia uma confusão quanto a denominação da profissão, mas fica cada vez mais evidente que o contador é superior ao guarda-livros. No Almanak Administrativo o verbete de Contadores aponta os termos Comptables, Accountants e Rechnungsfuhrer e indica ao leitor o verbete “peritos de contabilidade” (8). Algumas escolas de comércio passam a conceder o título de guarda-livros para aqueles que fizessem um ano de estudo e de contador para os que completassem dois anos (9).
Além disto, a lei 2.024, de 17 de dezembro de 1908, reforma a lei sobre falências e reconhece a existência deste termo no seu artigo 65.
(1) O Estado de S. Paulo, 21 de dezembro de 1917, p. 5, conforme discurso de Antonio Miguel Pinto, diretor da Escola de Contabilidade Carlos de Carvalho, na formatura de colação de grau dos contadores.
(2) Diário da Manhã, ed. 004, 1917, p. 2, por exemplo.
(3) Jornal do Brasil, 31 de maio de 1911, p. 1. Posteriormente esta empresa juntou-se a Pannell Kerr Forster que, por sua vez, em 2013, foi fundida com a BDO. Ver http://www.icaew.com/en/library/subject-gateways/accounting-history/resources/whats-in-a-name/pannell-kerr-forster. A escolha de Santos como filial decorre a atividade de exportação de commodities, particularmente café, feita por esta cidade.
(4) Em 1913 uma sociedade de Paris, concedeu o título de membro de honra a Carlos de Carvalho, talvez o mais conhecido profissional da área naquela época. Isto é um sinal de troca de informação e experiência com outros países. Vide O Estado de S. Paulo, 8 de agosto de 1913, p. 7. (Curiosidade: fazem cem anos que isto ocorreu).
(5) conforme postagem anterior sobre o assunto.
(6) Vide, por exemplo, Correio Paulistano, 28 de maio de 1915, ed. 18629, p.3. Não tenho notícias precisas sobre os assuntos tratados nestas reuniões, que caberia uma investigação histórica mais aprofundada.
(7) Vide postagem anterior sobre o assunto.
(8) Almanak Administrativo, Mercantil e Industrial, Rio de Janeiro, 1915, p. 1150.
(9) Este é o caso da Escola de Contabilidade, mais tarde Escola de Contabilidade Carlos Carvalho, localizada na rua Direita. Vide Correio Paulistano, 15 de junho de 1915, ed. 18647, p. 9. Apesar disto, o número de alunos formados nestes cursos era muito reduzido ainda, conforme se pode perceber pela lista de alunos publicada nos jornais da época. Vide, por exemplo, Correio Paulistano, 8 de dezembro de 1915, ed. 18823, p. 6. Nesta mesma edição anuncia-se a mudança do nome da Escola de Contabilidade, homenageando o “emérito publicista e reformador da escripturação publica no Brasil”.
Criação do Ensino Técnico
A criação da Escola Prática de Comércio Alvares Penteado significou o início do ensino técnico de contabilidade no Brasil. Logo a seguir, a Associação Cristã de Moços cria, durante um breve período, um curso noturno (1). Outras escolas foram criadas a seguir, indicando um crescimento na demanda por profissionais com formação de maior qualidade.
Criação da Revista Brasileira de Contabilidade
Apesar de não ser o primeiro periódico sobre o assunto publicado no Brasil, a criação da Revista representou um fato relevante. Sua periodicidade inicial era mensal e contava com artigos técnicos escritos pelos maiores nomes da contabilidade brasileira do período. Apesar de ser uma publicação paulista, as vendas desta Revista alcançaram outras cidades, como é o caso de Vitória (2).
Estabelecimento das primeiras empresas estrangeiras de contabilidade
Em 1911 já estava estabelecida no Brasil a Ball, Baker, Cornish & Co., uma empresa de contadores certificados londrina, com sede na rua da Quitanda 12, na cidade de São Paulo. Esta empresa abriu uma filial no Rio de Janeiro e em Santos (3). A presença destas empresas é o prenúncio que a contabilidade brasileira passa a sofrer influencia da escola anglo-saxônica, em lugar da escola lusitana, prevalecente mesmo após a independência brasileira (4).
Reunião de profissionais
Nesta época passa a acontecer encontros entre profissionais contadores. Especial destaque a criação do Instituto Brasileiro de Contadores Fiscaes (5) e as reuniões entre os contadores das estradas de ferro, que ocorriam com certa regularidade no período (6). É interessante notar que a congregação de profissionais da área já era comum em outros países, onde no século XIX já foram criadas entidades com esta finalidade.
Fortalecimento de um grupo de profissionais com um perfil mais técnico
Surge um grupo de pessoas com um perfil técnico para o ensino e discussão da contabilidade no Brasil. Estas pessoas começam a serem reconhecidas como especialistas na área, como é o caso de Carlos de Carvalho. Carvalho escreveu diversos livros, publicou artigos na Revista Brasileira de Contabilidade, foi secretário do tesouro do Estado de São Paulo e professor de algumas escolas técnicas.
Adoção das partidas dobradas na área pública
Após experiências iniciais fracassadas no Paraná, o Estado de São Paulo consegue adotar as partidas dobradas (7). Logo após, outras unidades da federação também passam a usar este método, culminando com a opção do governo federal.
Reconhecimento do termo Contadores
Ainda existia uma confusão quanto a denominação da profissão, mas fica cada vez mais evidente que o contador é superior ao guarda-livros. No Almanak Administrativo o verbete de Contadores aponta os termos Comptables, Accountants e Rechnungsfuhrer e indica ao leitor o verbete “peritos de contabilidade” (8). Algumas escolas de comércio passam a conceder o título de guarda-livros para aqueles que fizessem um ano de estudo e de contador para os que completassem dois anos (9).
Além disto, a lei 2.024, de 17 de dezembro de 1908, reforma a lei sobre falências e reconhece a existência deste termo no seu artigo 65.
(1) O Estado de S. Paulo, 21 de dezembro de 1917, p. 5, conforme discurso de Antonio Miguel Pinto, diretor da Escola de Contabilidade Carlos de Carvalho, na formatura de colação de grau dos contadores.
(2) Diário da Manhã, ed. 004, 1917, p. 2, por exemplo.
(3) Jornal do Brasil, 31 de maio de 1911, p. 1. Posteriormente esta empresa juntou-se a Pannell Kerr Forster que, por sua vez, em 2013, foi fundida com a BDO. Ver http://www.icaew.com/en/library/subject-gateways/accounting-history/resources/whats-in-a-name/pannell-kerr-forster. A escolha de Santos como filial decorre a atividade de exportação de commodities, particularmente café, feita por esta cidade.
(4) Em 1913 uma sociedade de Paris, concedeu o título de membro de honra a Carlos de Carvalho, talvez o mais conhecido profissional da área naquela época. Isto é um sinal de troca de informação e experiência com outros países. Vide O Estado de S. Paulo, 8 de agosto de 1913, p. 7. (Curiosidade: fazem cem anos que isto ocorreu).
(5) conforme postagem anterior sobre o assunto.
(6) Vide, por exemplo, Correio Paulistano, 28 de maio de 1915, ed. 18629, p.3. Não tenho notícias precisas sobre os assuntos tratados nestas reuniões, que caberia uma investigação histórica mais aprofundada.
(7) Vide postagem anterior sobre o assunto.
(8) Almanak Administrativo, Mercantil e Industrial, Rio de Janeiro, 1915, p. 1150.
(9) Este é o caso da Escola de Contabilidade, mais tarde Escola de Contabilidade Carlos Carvalho, localizada na rua Direita. Vide Correio Paulistano, 15 de junho de 1915, ed. 18647, p. 9. Apesar disto, o número de alunos formados nestes cursos era muito reduzido ainda, conforme se pode perceber pela lista de alunos publicada nos jornais da época. Vide, por exemplo, Correio Paulistano, 8 de dezembro de 1915, ed. 18823, p. 6. Nesta mesma edição anuncia-se a mudança do nome da Escola de Contabilidade, homenageando o “emérito publicista e reformador da escripturação publica no Brasil”.
O jurista que calculava
| O Jurista que Calculava | |
| Artigo de Gustavo Ribeiro* e Ivo T. Gico Jr.** para o Jornal da Ciência
É muito difundida a história do "Homem que Calculava", não só no Brasil, mas nos inúmeros países em que a obra foi traduzida e publicada desde os anos 1930s. Menos conhecido é o fato de o livro ser de autoria de um brasileiro: Júlio César de Mello e Souza, educador e matemático. Júlio, mais conhecido por seu heterônimo, Malba Tahan, buscou despertar nas pessoas o interesse pela matemática ao narrar as aventuras de Beremiz Samir, em sua peregrinação pelas cercanias de Bagdá.
Beremiz, o matemático persa, era reiteradamente exposto a uma série de problemas solucionáveis por suas excepcionais habilidades de contagem visual e memorização, pela aritmética, álgebra e geometria. Forneceu com precisão o número de folhas em uma árvore, de camelos em um pátio e de pássaros em um grande viveiro. Igualmente destacáveis foram suas soluções sobre a divisão de uma herança de trinta e cinco camelos entre três árabes e de como dividir as moedas de ouro recebida por ele e outro peregrino, como recompensa pelo pão dado a um Xeique que agonizava no deserto. De forma singular, Beremiz também defrontou-se com a problemática de como reduzir, pela metade, a pena de prisão perpétua aplicada a um ardiloso contrabandista da época. Tudo com soluções simples e, muitas vezes, contra-intuitivas.
Os juristas de hoje aprenderiam muito sobre o rigor do raciocínio lógico e da necessidade de soluções simples e pragmáticas com Malba Tahan. O herói de outrora não mencionava o direito ou as ciências econômicas, mas as soluções por ele propostas para problemas envolvendo a noção de justiça, escassez e cálculos eram interdisciplinares.
A busca pela Justiça no direito, na tradição jurídica brasileira, não se aproximou de qualquer ciência social, muito menos da economia ou da matemática. As bases morais da justiça e de seu significado encontrariam respaldo nas construções filosóficas (clássicas, da antiguidade, modernas e pós-modernas) ou meramente dogmáticas. Orienta-se a formação dos juristas, nos bancos das escolas, no sentido de evitar quantificar "justiça" ou mesmo de enfrentar escolhas diante de problemas envolvendo recursos escassos. Trazer o domínio das técnicas de outras ciências para o direito, desvirtua-o, diriam alguns, pois deixa clara a necessidade de uma escolha.
Todavia, o direito é, de uma perspectiva mais objetiva e pragmática, técnica que regula o comportamento humano. A economia, por sua vez, é a ciência que estuda como o ser humano toma decisões e se comporta em um mundo de recursos escassos e suas consequências. A Análise Econômica do Direito, portanto, é o campo do conhecimento humano que tem por objetivo empregar os variados ferramentais teóricos e empíricos econômicos, incluindo a matemática e suas modelagens, para expandir a compreensão e o alcance do direito. Visa aperfeiçoar o desenvolvimento, a aplicação e a avaliação de normas jurídicas, principalmente com relação às suas consequências.
Quando um juiz precisa estimar os lucros cessantes e os danos emergentes da destruição de um carro de um taxista por um motorista errante, é óbvio que ele precisará recorrer à teoria econômica para realizar tais cálculos. Aqui o economista, se for o caso, será chamado a se pronunciar na qualidade de perito. Também é óbvio que não é possível discutir ou operar o direito concorrencial e regulatório sem um conhecimento profundo do ferramental microeconômico. Menos óbvio é como a Análise Econômica do Direito pode auxiliar os juristas fora dessas searas.
Para isso é necessário ampliarmos nossos horizontes e buscarmos retorno além do conhecimento jurídico tradicional. A Análise Econômica do Direito, ou simplesmente a Juseconomia, pode nos auxiliar nessa tarefa tão importante quanto difícil de mensurar e estimar o provável impacto de uma medida jurídica. Por exemplo, a Juseconomia proporciona instrumental robusto para se elucidar: de que forma o deferimento substancial de ações individuais sobre o direito à saúde pode levar à própria negação deste direito; o porquê do congestionamento dos tribunais vis-à-vis o instituto da assistência judiciária gratuita; a alegada eficiência, ou não, da norma que autoriza a Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional, nos casos de execução contra a Fazenda Nacional, a não opor embargos quando o valor pleiteado pelo exequente for inferior a vinte mil reais; ou mesmo, se a (im)penhorabilidade do bem de família do fiador promove (ou não) o direito à moradia. Em verdade, sem maior aporte da Juseconomia, parece-nos que as discussões são não apenas incompletas, mas insuficientes para sua plena compreensão.
Escapa à maioria dos juristas que todo e qualquer direito têm custo e que os recursos são escassos, bem como que as pessoas respondem a incentivos. Decisões são tomadas todos os dias como se o processo flutuasse no vácuo social e afetasse apenas às partes, suas consequências sociais extra-autos, muitas vezes, permanecem desconhecidas. Interpretar é descobrir sentido e decidir é escolher consequências. Estaríamos melhores se essa distinção estivesse clara na mente de todos e que aqueles que decidem tivessem acesso a uma metodologia para auxiliá-los em suas decisões. E é isso que se propõe, que os juristas saiam de suas torres de marfim do dever-ser e passem a discutir, informadamente, o mundo do ser, dos fatos. Em outras palavras, precisamos de juristas que, também, calculem.
*Gustavo Ribeiro é professor do UniCEUB, Brasília, doutor em Direito (Indiana University Bloomington).
**Ivo T. Gico Jr. é professor da Universidade Católica de Brasília - UCB, doutor em Direito (USP) e doutor em Economia (UnB)
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Steven Addis: Vínculo entre pai e filha, uma foto por vez
Uma palestra rápida e simples para continuar a homenagear a linda ligação entre pais e filhas.
Muito tempo atrás em Nova York, Steve Addis estava em uma esquina com sua filha de um ano no colo; sua esposa tirou uma foto. A imagem inspirou um ritual anual de pai e filha, no qual Addis e sua filha posam para a mesma foto, na mesma esquina, todos os anos. Addis compartilha 15 estimadas fotografias da série, e explora os motivos deste pequeno, repetitivo ritual significar tanto para ele.
Muito tempo atrás em Nova York, Steve Addis estava em uma esquina com sua filha de um ano no colo; sua esposa tirou uma foto. A imagem inspirou um ritual anual de pai e filha, no qual Addis e sua filha posam para a mesma foto, na mesma esquina, todos os anos. Addis compartilha 15 estimadas fotografias da série, e explora os motivos deste pequeno, repetitivo ritual significar tanto para ele.
11 agosto 2013
Rir é o melhor remédio
Darryl (pai): Me pergunto se isto é uma ferrari?
Hammie: Não. ë um porta clipes de argila para o seu escritório. Fiz na escola.
Pai: E isso são chaves para a ferrari?
Zoe: Não, é uma carteira de fita adesiva da loja de 1,99.
Pai: Com certeza isto é uma ferrari!
Zoe e Hammie: É uma gravata que tivemos que comprar porque o Wren mastigou a ponta dela na loja!
Zoe: E isto também não é uma ferrari.
Hammie: É uma foto nossa para colocar na sua carteira.
Zoe, Hammie e Wren: FELIZ DIA DOS PAIS!
Wanda (mãe): Quer que eu troque essas coisas por uma ferrari?
Pai: Sem chance!
Baby Blues por Rick Kirkman & Jerry Scott
Angela Patton: Um baile para pais e filhas ... na prisão
Um vídeo emocionante sobre a importância dos pais na vida das meninas de suas vidas.
Através do Camp Diva, Angela Patton ajuda jovens meninas e seus pais a permanecerem ligados e participando da vida uns dos outros. Mas e quanto à meninas cujos pais não podem estar presente -- porque estão na prisão? Patton conta a história de um baile para pais e filhas muito especial.
Através do Camp Diva, Angela Patton ajuda jovens meninas e seus pais a permanecerem ligados e participando da vida uns dos outros. Mas e quanto à meninas cujos pais não podem estar presente -- porque estão na prisão? Patton conta a história de um baile para pais e filhas muito especial.
Nem-Nem-Nem
Cerca de 1,5 milhão de brasileiros entre 19 a 24 anos, concentrados nas faixas mais pobres da população e excluindo donas de casa e mulheres com filhos, nem trabalham, nem estudam e nem procuram emprego e esse perfil tem crescido dentro do total da população jovem do país.
É o que mostra o estudo "Os Nem-Nem-Nem: Exploração Inicial Sobre um Fenômeno Pouco Estudado", da pesquisadora do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre-FGV), Joana Monteiro. Para a especialista, o avanço desse perfil preocupa. A maioria desses jovens, com parcela significativa de baixa escolarização, podem ajudar a elevar o desemprego, caso decidam tentar a sorte no mercado de trabalho, após os 24 anos. "A baixa qualificação limita muito o tipo de trabalho que podem conseguir."
Além disso, o fato de pertencerem a famílias mais pobres, com pouca capacidade de sustentá-los, eleva a probabilidade de se tornarem dependentes do governo, avalia a especialista. Do total de 1,5 milhão, em torno de 46% podem ser considerados pobres, pois vivem em domicílios que estão entre os 40% mais pobres na distribuição de renda, segundo cálculos de Joana.
Os que nem trabalham nem estudam - Alessandra Saraiva - Valor Econômico - 09/08/2013
É o que mostra o estudo "Os Nem-Nem-Nem: Exploração Inicial Sobre um Fenômeno Pouco Estudado", da pesquisadora do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre-FGV), Joana Monteiro. Para a especialista, o avanço desse perfil preocupa. A maioria desses jovens, com parcela significativa de baixa escolarização, podem ajudar a elevar o desemprego, caso decidam tentar a sorte no mercado de trabalho, após os 24 anos. "A baixa qualificação limita muito o tipo de trabalho que podem conseguir."
Além disso, o fato de pertencerem a famílias mais pobres, com pouca capacidade de sustentá-los, eleva a probabilidade de se tornarem dependentes do governo, avalia a especialista. Do total de 1,5 milhão, em torno de 46% podem ser considerados pobres, pois vivem em domicílios que estão entre os 40% mais pobres na distribuição de renda, segundo cálculos de Joana.
Os que nem trabalham nem estudam - Alessandra Saraiva - Valor Econômico - 09/08/2013
Amigo do Peito: Feliz Dia dos Pais
Além das famosas broncas e do “espere até o seu pai chegar em casa”, os pais nos ensinam muitas coisas boas. Isso sem contar que são eles que nos deixam, geralmente, fazer as bobagens famosas quando crianças. Como uma cena em que enfio a mão no copo de suco, e decido que essa é a forma mais interessante de beber o líquido (colocando a mão melecada na boca), dentre outras gracinhas que este cinegrafista capturou em vídeo.
Mas, especialmente, por meio de exemplos, aprendi muitas coisas que não consigo descrever aqui. Ele não gostaria. Meu pai é uma daquelas raras pessoas que faz coisas boas e não faz publicidade sobre. Faz o certo, faz a parte dele, mas também ajuda os outros, ameniza o peso de vidas mais sofridas. Já vi chorarem de gratidão por causa de gestos simples (e até cotidianos) de bondade dele. Ele é extremamente correto, honesto e responsável. Uma peça rara nesse mundo de Narciso.
Uma das lembranças gostosas que tenho é de quando viajamos de carro Brasilzão a fora e A Turma do Balão Mágico ressonava no toca fitas. Quando eu estava na escola certa vez apresentamos a música “dia dos pais”. Ela fala “Amigo velho, Eu te amo, demais, Meu velho amigo, Todo dia é dos pais”.
Mas pai, a que deixo hoje para você é uma das minhas preferidas e ainda é com outro participante de nossas trilhas sonoras:
São os sonhos verdadeiros
Quando existe amor
Somos grandes companheiros
Os três mosqueteiros
Como eu vi no filme...
Ao meu amado pai: Feliz Dia dos Pais! E a todos os pais por aqui: que o dia de vocês seja cheio de carinho e amor.
“É tão lindo, não precisa mudar”
Mas, especialmente, por meio de exemplos, aprendi muitas coisas que não consigo descrever aqui. Ele não gostaria. Meu pai é uma daquelas raras pessoas que faz coisas boas e não faz publicidade sobre. Faz o certo, faz a parte dele, mas também ajuda os outros, ameniza o peso de vidas mais sofridas. Já vi chorarem de gratidão por causa de gestos simples (e até cotidianos) de bondade dele. Ele é extremamente correto, honesto e responsável. Uma peça rara nesse mundo de Narciso.
Uma das lembranças gostosas que tenho é de quando viajamos de carro Brasilzão a fora e A Turma do Balão Mágico ressonava no toca fitas. Quando eu estava na escola certa vez apresentamos a música “dia dos pais”. Ela fala “Amigo velho, Eu te amo, demais, Meu velho amigo, Todo dia é dos pais”.
Mas pai, a que deixo hoje para você é uma das minhas preferidas e ainda é com outro participante de nossas trilhas sonoras:
São os sonhos verdadeiros
Quando existe amor
Somos grandes companheiros
Os três mosqueteiros
Como eu vi no filme...
Ao meu amado pai: Feliz Dia dos Pais! E a todos os pais por aqui: que o dia de vocês seja cheio de carinho e amor.
“É tão lindo, não precisa mudar”
10 agosto 2013
Fato da Semana
Fato: Os efeitos práticos do CPC 38
Qual a relevância disto? Como sabemos, o Brasil optou por adotar as normas internacionais de contabilidade, que são mais flexíveis. Esta flexibilidade é decorrente da própria dificuldade que a entidade reguladora, o Iasb, tem em contemplar os diferentes interesses de mais de cem países do mundo que usam suas regras. Assim, em muitos casos, o Iasb permite que mais de uma alternativa seja adotada.
Ao adotar as normas internacionais de contabilidade, pelo menos parcialmente, o nosso País trouxe parte desta flexibilidade para as nossas demonstrações contábeis. Especificamente, o CPC 38 trata da contabilidade de hedge no Brasil e permitiu um tratamento alternativo para a questão cambial.
Diversas empresas estão aproveitando desta alternativa para gerenciar seus resultados. Nesta semana, duas se destacaram: a Braskem e a Petrobras. Ambas optaram por alternativas que melhoravam seu resultado.
Positivo ou Negativo? - Apesar das empresas estarem dentro das normas, sempre fica a impressão negativa, de manipulação contábil. Para contabilidade, isto não é muito bom.
Desdobramentos – Mais empresas podem adotar estes procedimentos e a punição seria do mercado, com uma redução no preço das ações. Será que isto irá ocorrer? Quando a norma, fica tudo como está no longo prazo.
Outros candidatos ao fato da semana: discutiu-se muito os efeitos do Banco Rural, mas o anúncio da liquidação ocorreu na sexta-feira passada.
Qual a relevância disto? Como sabemos, o Brasil optou por adotar as normas internacionais de contabilidade, que são mais flexíveis. Esta flexibilidade é decorrente da própria dificuldade que a entidade reguladora, o Iasb, tem em contemplar os diferentes interesses de mais de cem países do mundo que usam suas regras. Assim, em muitos casos, o Iasb permite que mais de uma alternativa seja adotada.
Ao adotar as normas internacionais de contabilidade, pelo menos parcialmente, o nosso País trouxe parte desta flexibilidade para as nossas demonstrações contábeis. Especificamente, o CPC 38 trata da contabilidade de hedge no Brasil e permitiu um tratamento alternativo para a questão cambial.
Diversas empresas estão aproveitando desta alternativa para gerenciar seus resultados. Nesta semana, duas se destacaram: a Braskem e a Petrobras. Ambas optaram por alternativas que melhoravam seu resultado.
Positivo ou Negativo? - Apesar das empresas estarem dentro das normas, sempre fica a impressão negativa, de manipulação contábil. Para contabilidade, isto não é muito bom.
Desdobramentos – Mais empresas podem adotar estes procedimentos e a punição seria do mercado, com uma redução no preço das ações. Será que isto irá ocorrer? Quando a norma, fica tudo como está no longo prazo.
Outros candidatos ao fato da semana: discutiu-se muito os efeitos do Banco Rural, mas o anúncio da liquidação ocorreu na sexta-feira passada.
Teste da Semana
Este é um teste para verificar se você acompanhou de perto os principais eventos do mundo contábil. As respostas estão ao final.
1 – A exportação de jogadores de futebol pode trazer boas divisas para os países da América Latina. O país que mais exporta jogadores é:
Argentina
Brasil
Uruguai
2 – Desapareceram R$156 milhões desta entidade que estavam depositados na Suíça, segundo um texto da Folha de S. Paulo:
Banco Real
Banco Schahin
Vasp
3 – O jornal Washington Post foi vendido para um executivo que possui uma fortuna de 25 bilhões de dólares. O valor da venda corresponde a 1% da sua fortuna
Carlos Slim
Jeff Bezos
Warren Buffett
4 – Este órgão aplicou em cinco anos multas de R$1,2 bilhões, mas arrecadou somente R$19 milhões:
Anac
Cade
CVM
5 – Uma pesquisa realizada na Inglaterra entre contadores mostrou que
Apesar de ganharem menos, as mulheres estão reduzindo esta diferença
Existe uma equivalência no salário dos homens e mulheres
Os homens continuam ganhando mais que as mulheres
6 – O Banco Rural foi liquidado pelo Banco Central. Revelou-se que o passivo a descoberto era de
400 milhões de reais
900 milhões de reais
1,6 bilhão de reais
7 – Ainda com respeito ao Rural, no segundo semestre de 2012 esta instituição perdeu ativos no valor de
400 milhões de reais
900 milhões de reais
1,6 bilhão de reais
8 – Ao inspecionar o trabalho da EY em 2012, o PCAOB encontrou, em 52 trabalhos realizados, problemas em
5
15
25
9 – O custo para fazer um assento para a classe executiva de um avião pode chegar a
8 mil dólares
80 mil dólares
800 dólares
10 – Ao sancionar um projeto sobre corrupção aprovado no parlamento brasileiro, a presidência da república vetou uma punição
Aos políticos eleitos
Aos servidores públicos
As empresas corruptoras
Acertando 10 ou 9 questões = medalha de ouro; 8 ou 7 = prata; 6 ou 5 = bronze
Respostas: (1) Argentina; (2) Banco Schahin; (3) Jeff Bezos; (4) CVM; (5) os homens continuam ganhando mais que as mulheres; (6) 400 milhões de reais; (7) 1,6 bilhão de reais; (8) 25; (9) 80 mil dólares; (10) empresas corruptoras.
1 – A exportação de jogadores de futebol pode trazer boas divisas para os países da América Latina. O país que mais exporta jogadores é:
Argentina
Brasil
Uruguai
2 – Desapareceram R$156 milhões desta entidade que estavam depositados na Suíça, segundo um texto da Folha de S. Paulo:
Banco Real
Banco Schahin
Vasp
3 – O jornal Washington Post foi vendido para um executivo que possui uma fortuna de 25 bilhões de dólares. O valor da venda corresponde a 1% da sua fortuna
Carlos Slim
Jeff Bezos
Warren Buffett
4 – Este órgão aplicou em cinco anos multas de R$1,2 bilhões, mas arrecadou somente R$19 milhões:
Anac
Cade
CVM
5 – Uma pesquisa realizada na Inglaterra entre contadores mostrou que
Apesar de ganharem menos, as mulheres estão reduzindo esta diferença
Existe uma equivalência no salário dos homens e mulheres
Os homens continuam ganhando mais que as mulheres
6 – O Banco Rural foi liquidado pelo Banco Central. Revelou-se que o passivo a descoberto era de
400 milhões de reais
900 milhões de reais
1,6 bilhão de reais
7 – Ainda com respeito ao Rural, no segundo semestre de 2012 esta instituição perdeu ativos no valor de
400 milhões de reais
900 milhões de reais
1,6 bilhão de reais
8 – Ao inspecionar o trabalho da EY em 2012, o PCAOB encontrou, em 52 trabalhos realizados, problemas em
5
15
25
9 – O custo para fazer um assento para a classe executiva de um avião pode chegar a
8 mil dólares
80 mil dólares
800 dólares
10 – Ao sancionar um projeto sobre corrupção aprovado no parlamento brasileiro, a presidência da república vetou uma punição
Aos políticos eleitos
Aos servidores públicos
As empresas corruptoras
Acertando 10 ou 9 questões = medalha de ouro; 8 ou 7 = prata; 6 ou 5 = bronze
Respostas: (1) Argentina; (2) Banco Schahin; (3) Jeff Bezos; (4) CVM; (5) os homens continuam ganhando mais que as mulheres; (6) 400 milhões de reais; (7) 1,6 bilhão de reais; (8) 25; (9) 80 mil dólares; (10) empresas corruptoras.
Mudança Contábil e Resultado
Gigantes como Petrobras e Braskem puxaram a fila de empresas brasileiras que estão adotando uma nova forma de contabilidade para amenizar a volatilidade de seus resultados devido ao efeito da variação cambial sobre dívidas em moeda estrangeira.
A Petrobras e a Braskem adotaram a chamada "contabilidade de hedge" (ou hedge accounting, em inglês) nos resultados do segundo trimestre. Na esteira, a Vale e a produtora agrícola Vanguarda Agro já anunciaram que vão fazer o mesmo.
O sistema tem como objetivo usar as exportações como proteção contra a variação da dívida em moeda estrangeira, já que a alta em uma linha compensa a queda da outra.
Para isso, o efeito da variação cambial sobre a dívida em moeda estrangeira não é totalmente contabilizada no resultado financeiro da companhia, mas no patrimônio líquido.
Apenas uma parcela da variação da dívida é transferida para o resultado, mas este montante corresponde ao valor que pode ser compensado pelas exportações faturadas naquele período.
"Este impacto é reconhecido de forma escalonada, conforme for compensado pela receita", explica o professor de finanças do Insper, Michael Viriato.
Desta forma, o câmbio não derruba o lucro em tempos de apreciação do dólar, e tampouco favorece os resultados em época de depreciação da moeda norte-americana.
Segundo o professor Fernando Caio Galdi, da Fipecafi, esse recurso reflete de forma mais realista a realidade econômica destas companhias.
"O hedge accounting faz com que a compensação entre passivo e ativo seja refletida de maneira mais adequada na demonstração financeira", disse. Ele acredita que outras exportadoras devem seguir o mesmo caminho, pois contam com uma proteção natural das exportações.
A contabilidade de hedge pode ser usada no Brasil desde 2009, quando foi aprovado o pronunciamento contábil 38 (CPC 38). Até então, apenas instituições financeiras podiam usar este instrumento. Segundo Galdi, o processo para adotar a metodologia é complexo, pois a empresa deve comprovar que o hedge é seguro. "O processo é bastante detalhado e complexo", afirmou.
A Braskem foi a primeira a colher os frutos desta estratégia. A petroquímica teve lucro líquido de US$ 99 milhões no primeiro semestre. Caso tivesse mantido a prática contábil anterior, o resultado registrado seria um prejuízo de R$ 855 milhões, segundo a companhia.
No segundo trimestre, a petroquímica teve prejuízo de R$ 128 milhões, que poderia ter sido muito maior (de R$ 1,08 bilhão) não fosse o novo padrão contábil.
O mesmo efeito deve ocorrer com a Petrobras, que divulga os resultados nesta sexta-feira (09/08). Procuradas pela reportagem, Braskem, Petrobras e Vanguarda não comentaram o assunto.
Para a analista do Banco do Brasil Investimento Carolina Flesch, com a novidade contábil o resultado da petroleira terá maior coerência com o resultado operacional. "Dessa forma, a Petrobras antecipa também os dividendos sobre as receitas a serem obtidas com as exportações futuras", disse em relatório.
A decisão foi bem recebida pelos analistas de mercado porque beneficia a distribuição de dividendos no curto prazo e reduz as oscilações dos resultados. "A volatilidade do lucro líquido deve ser significativamente reduzida sob a nova política", disseram em relatório os analistas do Bank of America Merrill Lynch quando a Braskem anunciou a medida.
Especialistas em contabilidade, no entanto, questionam se o investidor pessoa física, e até mesmo alguns institucionais, conseguirão avaliar a mudança. Outro problema pode ser a quebra de uniformidade das demonstrações financeiras ao longo do tempo.
"Ficará mais difícil comparar com o resultado do ano passado, por exemplo", diz o professor de contabilidade da Fundação Escola de Comércio Álvares Penteado (Fecap), Eduardo Flores. Segundo ele, será necessário que as notas explicativas sejam mais detalhadas, afim de que as mudanças sejam avaliadas com precisão pelo investidores.
A Vale deve ser a próxima grande exportadora a adotar a contabilidade de hedge. A companhia disse em teleconferência na quinta-feira que a mudança deve ocorrer em 2014.
No segundo trimestre, o lucro líquido da companhia despencou para R$ 832 milhões, ante R$ 5,32 bilhões no mesmo período de 2012, refletindo perdas contábeis por conta do efeito da valorização do dólar na sua dívida.
Outra que pretende adotar a contabilidade de hedge é a produtora agrícola Vanguarda Agro. Em julho, a companhia disse que começaria a adotar a prática em 1º de agosto.
Mudança contábil ameniza danos cambiais sobre os balanços - Brasil Econômico - Por Natalia Gómez e Juliana Schincariol/ Reuters - 09/08/13
Aqui um texto, em inglês, da Reuters sobre a Vale.
A Petrobras e a Braskem adotaram a chamada "contabilidade de hedge" (ou hedge accounting, em inglês) nos resultados do segundo trimestre. Na esteira, a Vale e a produtora agrícola Vanguarda Agro já anunciaram que vão fazer o mesmo.
O sistema tem como objetivo usar as exportações como proteção contra a variação da dívida em moeda estrangeira, já que a alta em uma linha compensa a queda da outra.
Para isso, o efeito da variação cambial sobre a dívida em moeda estrangeira não é totalmente contabilizada no resultado financeiro da companhia, mas no patrimônio líquido.
Apenas uma parcela da variação da dívida é transferida para o resultado, mas este montante corresponde ao valor que pode ser compensado pelas exportações faturadas naquele período.
"Este impacto é reconhecido de forma escalonada, conforme for compensado pela receita", explica o professor de finanças do Insper, Michael Viriato.
Desta forma, o câmbio não derruba o lucro em tempos de apreciação do dólar, e tampouco favorece os resultados em época de depreciação da moeda norte-americana.
Segundo o professor Fernando Caio Galdi, da Fipecafi, esse recurso reflete de forma mais realista a realidade econômica destas companhias.
"O hedge accounting faz com que a compensação entre passivo e ativo seja refletida de maneira mais adequada na demonstração financeira", disse. Ele acredita que outras exportadoras devem seguir o mesmo caminho, pois contam com uma proteção natural das exportações.
A contabilidade de hedge pode ser usada no Brasil desde 2009, quando foi aprovado o pronunciamento contábil 38 (CPC 38). Até então, apenas instituições financeiras podiam usar este instrumento. Segundo Galdi, o processo para adotar a metodologia é complexo, pois a empresa deve comprovar que o hedge é seguro. "O processo é bastante detalhado e complexo", afirmou.
A Braskem foi a primeira a colher os frutos desta estratégia. A petroquímica teve lucro líquido de US$ 99 milhões no primeiro semestre. Caso tivesse mantido a prática contábil anterior, o resultado registrado seria um prejuízo de R$ 855 milhões, segundo a companhia.
No segundo trimestre, a petroquímica teve prejuízo de R$ 128 milhões, que poderia ter sido muito maior (de R$ 1,08 bilhão) não fosse o novo padrão contábil.
O mesmo efeito deve ocorrer com a Petrobras, que divulga os resultados nesta sexta-feira (09/08). Procuradas pela reportagem, Braskem, Petrobras e Vanguarda não comentaram o assunto.
Para a analista do Banco do Brasil Investimento Carolina Flesch, com a novidade contábil o resultado da petroleira terá maior coerência com o resultado operacional. "Dessa forma, a Petrobras antecipa também os dividendos sobre as receitas a serem obtidas com as exportações futuras", disse em relatório.
A decisão foi bem recebida pelos analistas de mercado porque beneficia a distribuição de dividendos no curto prazo e reduz as oscilações dos resultados. "A volatilidade do lucro líquido deve ser significativamente reduzida sob a nova política", disseram em relatório os analistas do Bank of America Merrill Lynch quando a Braskem anunciou a medida.
Especialistas em contabilidade, no entanto, questionam se o investidor pessoa física, e até mesmo alguns institucionais, conseguirão avaliar a mudança. Outro problema pode ser a quebra de uniformidade das demonstrações financeiras ao longo do tempo.
"Ficará mais difícil comparar com o resultado do ano passado, por exemplo", diz o professor de contabilidade da Fundação Escola de Comércio Álvares Penteado (Fecap), Eduardo Flores. Segundo ele, será necessário que as notas explicativas sejam mais detalhadas, afim de que as mudanças sejam avaliadas com precisão pelo investidores.
A Vale deve ser a próxima grande exportadora a adotar a contabilidade de hedge. A companhia disse em teleconferência na quinta-feira que a mudança deve ocorrer em 2014.
No segundo trimestre, o lucro líquido da companhia despencou para R$ 832 milhões, ante R$ 5,32 bilhões no mesmo período de 2012, refletindo perdas contábeis por conta do efeito da valorização do dólar na sua dívida.
Outra que pretende adotar a contabilidade de hedge é a produtora agrícola Vanguarda Agro. Em julho, a companhia disse que começaria a adotar a prática em 1º de agosto.
Mudança contábil ameniza danos cambiais sobre os balanços - Brasil Econômico - Por Natalia Gómez e Juliana Schincariol/ Reuters - 09/08/13
Aqui um texto, em inglês, da Reuters sobre a Vale.
Contabilidade nos clubes
O Valor Econômico (Governo endossa proposta que enquadra cartolas, Caio Junqueira, 09/08/2013) informa que o governo está apoiando uma proposta que altera a gestão dos clubes de futebol e entidades esportivas que recebem recursos públicos. A proposta poderá afetar diretamente a contabilidade destas entidades:
Agora, a divergência é sobre o texto que prevê, por exemplo, mandato de quatro anos para dirigentes, com direito a apenas uma reeleição; presença obrigatória de atletas na direção das entidades esportivas e de clubes; transparência quanto a dados econômicos, como contratos, direitos de imagem, patrocinadores, propriedade intelectual; existência e autonomia de Conselhos Fiscais; controle social interno e acesso irrestrito a todos associados e filiados a documentos e informações relativos à prestação de contas e publicação deles na internet.
Obviamente o texto deverá encontrar resistências no parlamento, onde a bancada da bola é muito forte.
(Cartoon, adaptado daqui)
Agora, a divergência é sobre o texto que prevê, por exemplo, mandato de quatro anos para dirigentes, com direito a apenas uma reeleição; presença obrigatória de atletas na direção das entidades esportivas e de clubes; transparência quanto a dados econômicos, como contratos, direitos de imagem, patrocinadores, propriedade intelectual; existência e autonomia de Conselhos Fiscais; controle social interno e acesso irrestrito a todos associados e filiados a documentos e informações relativos à prestação de contas e publicação deles na internet.
Obviamente o texto deverá encontrar resistências no parlamento, onde a bancada da bola é muito forte.
(Cartoon, adaptado daqui)
Hedge e Petrobras
A Petrobras divulga hoje o resultado do segundo trimestre, o primeiro depois de adotada a contabilidade de hedge, regulada no Brasil pelo pronunciamento contábil CPC38. A regra permite minimizar os efeitos da desvalorização do real sobre as dívidas da companhia, que é neutralizada em parte pelas receitas futuras obtidas com exportações alinhadas aos prazos de vencimento da dívida em dólar.
A estatal informou que a nova regra abrange 70% do total de sua dívida líquida exposta à variação cambial que será protegida por 20% das exportações durante os próximos sete anos. A dívida líquida da Petrobras é de R$ 150 bilhões, dos quais cerca de 78% expostos ao dólar. A nova regra aumentou em 15%, para R$ 30 bilhões, a estimativa do J.P.Morgan para o lucro líquido da Petrobras em 2013.
No segundo trimestre, a contabilidade de hedge livrou a Petrobras de um prejuízo de R$ 2,32 bilhões segundo os analistas do banco, que agora se converte em estimativa de lucro líquido de R$ 3,89 bilhões no trimestre. São previstas ainda receitas de R$ 72,12 bilhões e Ebitda de R$ 16,7 bilhões.
Alguns críticos afirmam que a medida ajuda o esforço do governo, maior acionista da estatal, a melhorar suas contas. O resultado positivo é bom para os detentores da ações ordinárias (ON), que receberão mais dividendos.
Outra crítica é que a Petrobras é importadora líquida de derivados, que ainda são vendidos no Brasil com defasagem. E a nova regra não vai evitar o efeito da desvalorização do real sobre o custo operacional, considerando gastos com serviços e materiais que são pagos em dólares, não em reais.
Como ressaltaram os analistas Caio Carvalhal e Felipe dos Santos, do J.P.Morgan, quando a regra foi anunciada, no longo prazo a nova contabilidade é neutra e não se traduz em perdas ou ganhos para a companhia. Os analistas estão pessimistas com a produção da Petrobras, que deve fechar o ano em torno de 1,8% abaixo da meta.
Em relatório para clientes do HSBC, Luiz Felipe Carvalho e Filipe Gouveia, calculam que a nova contabilidade trará impacto imediato de R$ 4,1 bilhões no lucro trimestral da Petrobras, ajudando também a pagar dividendos. Mais crítico, o HSBC avalia que a nova contabilidade, que considera oportunista, trará resultados confusos e com menos visibilidade.
Entre os itens mais importantes para se observar na Petrobras, o HSBC aponta a política de preços de combustíveis, que mantém defasagem de 22% no preço da gasolina e 18% no diesel em relação ao mercado internacional. E ressaltam que a manutenção dessa política deverá causar perdas de R$ 15,6 bilhões no segmento de refino em 2013.
O Itaú BBA espera lucro de R$ 4,9 bilhões, receitas de R$ 72,15 bilhões e Ebitda de R$ 16,7 bilhões. As projeções do Deutsche são ligeiramente menores: receita de R$ 69,246 bilhões, lucro de R$ 4,69 bilhões e Ebitda de 16,33 bilhões. A corretora Planner vê piora no desempenho do trimestre, com queda da rentabilidade operacional, aumento da despesa financeira e aumento das vendas de combustíveis. Por isso prevê receitas de R$ 76,46 bilhões e lucro de apenas R$ 3,058 bilhões.
Nova regra contábil evita que a Petrobras tenha prejuízo - Cláudia Schüffner - Valor Econômico - 09/08/2013
A estatal informou que a nova regra abrange 70% do total de sua dívida líquida exposta à variação cambial que será protegida por 20% das exportações durante os próximos sete anos. A dívida líquida da Petrobras é de R$ 150 bilhões, dos quais cerca de 78% expostos ao dólar. A nova regra aumentou em 15%, para R$ 30 bilhões, a estimativa do J.P.Morgan para o lucro líquido da Petrobras em 2013.
No segundo trimestre, a contabilidade de hedge livrou a Petrobras de um prejuízo de R$ 2,32 bilhões segundo os analistas do banco, que agora se converte em estimativa de lucro líquido de R$ 3,89 bilhões no trimestre. São previstas ainda receitas de R$ 72,12 bilhões e Ebitda de R$ 16,7 bilhões.
Alguns críticos afirmam que a medida ajuda o esforço do governo, maior acionista da estatal, a melhorar suas contas. O resultado positivo é bom para os detentores da ações ordinárias (ON), que receberão mais dividendos.
Outra crítica é que a Petrobras é importadora líquida de derivados, que ainda são vendidos no Brasil com defasagem. E a nova regra não vai evitar o efeito da desvalorização do real sobre o custo operacional, considerando gastos com serviços e materiais que são pagos em dólares, não em reais.
Como ressaltaram os analistas Caio Carvalhal e Felipe dos Santos, do J.P.Morgan, quando a regra foi anunciada, no longo prazo a nova contabilidade é neutra e não se traduz em perdas ou ganhos para a companhia. Os analistas estão pessimistas com a produção da Petrobras, que deve fechar o ano em torno de 1,8% abaixo da meta.
Em relatório para clientes do HSBC, Luiz Felipe Carvalho e Filipe Gouveia, calculam que a nova contabilidade trará impacto imediato de R$ 4,1 bilhões no lucro trimestral da Petrobras, ajudando também a pagar dividendos. Mais crítico, o HSBC avalia que a nova contabilidade, que considera oportunista, trará resultados confusos e com menos visibilidade.
Entre os itens mais importantes para se observar na Petrobras, o HSBC aponta a política de preços de combustíveis, que mantém defasagem de 22% no preço da gasolina e 18% no diesel em relação ao mercado internacional. E ressaltam que a manutenção dessa política deverá causar perdas de R$ 15,6 bilhões no segmento de refino em 2013.
O Itaú BBA espera lucro de R$ 4,9 bilhões, receitas de R$ 72,15 bilhões e Ebitda de R$ 16,7 bilhões. As projeções do Deutsche são ligeiramente menores: receita de R$ 69,246 bilhões, lucro de R$ 4,69 bilhões e Ebitda de 16,33 bilhões. A corretora Planner vê piora no desempenho do trimestre, com queda da rentabilidade operacional, aumento da despesa financeira e aumento das vendas de combustíveis. Por isso prevê receitas de R$ 76,46 bilhões e lucro de apenas R$ 3,058 bilhões.
Nova regra contábil evita que a Petrobras tenha prejuízo - Cláudia Schüffner - Valor Econômico - 09/08/2013
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