Translate

Mostrando postagens com marcador desmatamento. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador desmatamento. Mostrar todas as postagens

05 julho 2023

Economia do desmatamento tropical

Dois fatores têm elevado recentemente o interesse acadêmico e político no desmatamento tropical: em primeiro lugar, a percepção de que ele é um importante contribuinte para as mudanças climáticas; em segundo lugar, uma revolução na medição baseada em satélite que revelou que o desmatamento está ocorrendo em ritmo acelerado. Começamos revisando os avanços metodológicos que possibilitaram a medição da perda florestal em alta resolução espacial em todo o mundo. Em seguida, desenvolvemos um modelo de referência simples de desmatamento com base em modelos clássicos de extração de recursos naturais. Ao incorporar características que caracterizam o desmatamento em países em desenvolvimento - pressão por mudança no uso da terra, externalidades locais e globais significativas, direitos de propriedade fracos e restrições da economia política - obtemos um quadro para revisar a crescente literatura empírica sobre a economia do desmatamento nos trópicos. Essa combinação de teoria e empiria oferece insights não apenas sobre os impulsionadores econômicos e os impactos do desmatamento tropical, mas também sobre políticas que podem afetar sua progressão. Concluímos identificando áreas em que mais pesquisas são necessárias nesse importante campo de estudo.

The Economics of Tropical Deforestation - Clare A. Balboni, Aaron Berman, Robin Burgess & Benjamin A. Olken


O Brasil é citado 48 vezes neste texto de 45 páginas. Há uma discussão sobre o valor da conservação ambiental, destacando a importância do valor de opção de não desmatar como um fator de grande importância na tomada de decisão dos proprietários de terras. Enquanto abordagens anteriores se concentraram no valor das diferentes utilizações alternativas da terra, o artigo ressalta a importância do valor de manter a terra como floresta, o que pode gerar retornos futuros potenciais. 

Foto: Unsplash+

12 março 2014

Desmatamento

O gráfico mostra, em vermelho, a perda de cobertura vegetal entre 2000 a 2013. De azul, o ganho de cobertura. É nítido que estamos perdendo na região Centro-Oeste e Norte, mas existem alguns ganhos em certas áreas da região Sul e Sudeste.

16 agosto 2013

Passivo Ambiental do município

O jornal Valor Econômico trouxe um texto interessante (São Félix do Xingu encara seu passivo ambiental, Bettina Barros, Valor Econômico - 15/08/2013) sobre a mudança de mentalidade ambiental nos municípios da região Norte.

Na década de 70, para cada alqueire de floresta derrubada, o governo lhe dava cinco de presente. Desmatar era um dever, e quem não o fizesse corria o risco de perder a propriedade.

Nos dias de hoje o desmatamento tem consequências negativas. O texto relata o caso de São Félix do Xingu, considerado o primeiro na lista dos desmatadores da Amazônia:

A "lista negra" lançada pelo Ministério do Meio Ambiente em 2008 interrompeu o crédito público aos produtores do município - sem distinção entre pecuaristas, agricultores, desmatadores ou seguidores da lei. Foi o primeiro baque. Logo depois, a indústria de carne bovina passou a pressionar na outra ponta, exigindo correções nas fazendas para eximi-la de complicações futuras com a Justiça.

O resultado foi a redução do desmatamento, de 2,5 mil km2 para 162 km2. E o município está fazendo investimentos para sair da lista. E isto sobrou para as empresas:

Após o chacoalhão que embargou os municípios, as autoridades foram atrás dos compradores de bovinos da Amazônia derrubada ilegalmente. Num piscar de olhos, frigoríficos passaram a ser corresponsabilizados por crimes ambientais. Não demorou para a cadeia produtiva se mexer.

"Os frigoríficos tomaram a iniciativa de procurar São Félix do Xingu para o odernamento rural. A chegada deles foi determinante", diz Ian Thompson, diretor do programa Amazônia da The Nature Conservancy (TNC), ONG ambientalista por trás da costura do pacto pelo desmatamento ilegal zero.


O passivo ambiental do título do artigo está claramente presente, embora não apareça ninguém para tentar mensurá-lo. É interessante que sua existência para o município de São Félix poderá ser revertida com as medidas que estão sendo tomadas.

01 dezembro 2011

Desmatamento na Amazônia

Fiz a experiência descrita por Fernando Reinach no livro A Longa Marcha dos Grilos Canibais (Cia das Letras, 2010, Desmatamento em Ariquemes). Usando o Google Earth foi possível visualizar a cidade de Ariquemes a 100 km de altura em 1975. A imagem é a seguinte:



A próxima imagem disponível através do satélite é de 1989. A área desmatada aparece claramente no mapa.

Um novo salto no tempo, agora para 2010 e a visão é impressionante: 
Cem quilômetros ao redor de Ariquemes a mata é uma exceção.

09 abril 2010

Desmatamento


O Gráfico mostra uma triste realidade: o desmatamento entre as principais regiões do globo. Em primeiro lugar, a América do Sul, onde a quantidade desmatada é superior a das outras regiões do planeta. O gráfico mostra também a evolução: de cinza, entre 1990 a 2000; de laranja (?), mais recentemente. É possível perceber que não houve nenhuma evolução significativa no nosso continente nos últimos anos, ao contrário do que ocorreu na Ásia, por exemplo.

A fonte do gráfico é a revista The Economist (Wood through the trees, 25 de março de 2010)

22 outubro 2008

Créditos de Carbono


RDS do Juma é a primeira do mundo a contabilizar créditos de carbono por desmatamento evitado - Por Andressa Besseler

Desde a assinatura do Protocolo de Quioto organizações de todo o mundo estão buscando maneiras de incluir a floresta em pé na geração de riquezas através de mecanismos de emissões evitadas de CO2. Aos poucos algumas experiências vêm demonstrando viabilidade. No caso da Fundação Amazonas Sustentável o modelo começou com o desenvolvimento de metodologia de Quantificação da Redução de Carbono por Desmatamento Evitado. Este método foi aplicado pela primeira vez no projeto de redução de emissão de gases de efeito estufa gerados pelo desmatamento na Reserva de Desenvolvimento Sustentável do Juma, no município de Novo Aripuanã (a 227 quilômetros ao Sul de Manaus), no Amazonas.

Para validar o método, a Fundação contratou a auditoria alemã Tüv Süd que atua pelo padrão CCBA – Climate Community and Biodiversity Alliance**. O projeto recebeu a pontuação máxima na categoria Gold, o primeiro do mundo a se inserir nesse padrão, tornando-se a primeira área do Brasil e das Américas a ser certificada por desmatamento evitado. “É a primeira vez que temos uma contabilidade do carbono fiscalizada e certificada pelo CCBA”, conta o diretor-geral da Fundação, Virgílio Viana.

(...) A venda dos créditos de carbono foi estabelecida pelo Protocolo de Quioto, como uma alternativa de utilização de mecanismos de mercado para que os países desenvolvidos possam compensar suas emissões. Isto é feito adquirindo direitos de emissão ou fazendo a captura de carbono. A emissão evitada, contudo, ainda não é reconhecida pela ONU (Organização das Nações Unidas) como um mecanismo capaz de evitar gerar créditos de carbono.

Segundo o diretor técnico-científico da Fundação, João Tezza Neto, o certificado obtido pode ajudar a pressionar a ONU a autorizar os projetos de conservação de florestas a comercializar oficialmente a poluição evitada. “Quando você evita o desmatamento, você evita emitir CO2 na atmosfera. Com isso gera crédito de carbono por desmatamento evitado”, explica.

Parceria sustentável

Já existe um mercado informal interessado em comprar os benefícios gerados pelas florestas. Atentos a este nicho de mercado, a Fundação Amazonas Sustentável firmou parceria com a rede de hotéis Marriot. A rede hoteleira americana se dispôs a destinar um dólar da diária de cada hóspede para comprar o equivalente a uma tonelada de gás carbônico não emitido. “A rede Marriot adotou uma série de medidas para ir em direção à sustentabilidade. Com 500 mil leitos, sendo que 400 mil ocupados diariamente, vai oferecer aos hóspedes o direito deles contribuírem, voluntariamente, com U$1 para que a RDS do Juma tenha ainda mais recursos”, conta o representante do Marriot International, Arne Morrisson.

Inicialmente serão investidos US$ 2 milhões, distribuídos ao longo de quatro anos para obras de infra-estrutura nas 22 unidades de conservação, como escolas, residências/alojamentos para os alunos, casas para os professores, postos avançados de fiscalização – que servirão de base para os fiscais do Instituto de Proteção Ambiental do Estado do Amazonas (Ipam), entre outras ações.

“Há tempos esperávamos um projeto que aliasse a preservação da natureza e do homem que ali vive. É o início do florescer para mais de 320 famílias da Reserva do Juma”, ressalta o líder comunitário Jorge Moraes.


Fonte: Aqui. Fonte da figura, aqui