Translate

Mostrando postagens com marcador OGX. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador OGX. Mostrar todas as postagens

17 dezembro 2017

Insider na OGX punido pela CVM

A Comissão de Valores Mobiliários puniu, esta semana, o uso de informações privilegiadas com ações da OGX Petróleo e Gas entre 2011 e 2012. Durante este período, um investidor aparentemente usou informações privilegiadas para comprar ações instantes antes da divulgação de notícias sobre a empresa.

Dois pontos chamam a atenção da condenação: as operações foram há mais de cinco anos e a pessoa condenada não foi o empresário Eike Batista, mas o funcionário da OGX, Iwao Juoti. Apesar de Iwao não ser um gestor da empresa, aparentemente ele tinha acesso à informação que seria divulgada no mercado. Ele também não tinha histórico de investir em ações e opções, sendo leigo no assunto, mas acertou na data da compra, às vesperas da divulgação de informações sobre a empresa.

A CVM impôs uma multa correspondente a duas vezes o valor nominal (sem correção) do lucro obtido.

28 maio 2014

Plano de Recuperação da OGX

Pouco mais de três meses após apresentar seu plano de recuperação judicial, a OGX Petróleo e Gás encaminhou à 4ª Vara Empresarial do Rio uma versão atualizada do documento. A essência da proposta permanece a mesma, seguindo as diretrizes do acordo feito entre a empresa e seus principais credores, cujo cerne é a injeção de US$ 215 milhões em novos recursos para sustentar as operações da companhia. A polêmica cláusula que desobrigava o controlador Eike Batista do compromisso de aportar US$ 1 bilhão (a chamada "put option") na OGX, entretanto, foi alterada. (...)

Agora, o documento diz apenas que os credores reconhecerão a plena validade e eficácia do resultado de um procedimento instaurado pela companhia e o controlador para definir se a "put" pode ou não ser cobrada. A OGX e Eike aguardam o parecer de juristas independentes contratados em novembro, dois meses após Eike anunciar que não cumpriria o acordo. No novo plano, a análise pode "eventualmente" concluir pela invalidade ou inexigibilidade da cláusula "put". Resta saber se credores e acionistas minoritários aceitarão.


Fonte: Aqui

21 abril 2014

A soma do prejuízo

Com a divulgação do balanço da OSX, nesta quinta-feira 17, já é possível ter uma dimensão mais precisa da derrocada do empresário Eike Batista, no ano passado. Em 2013, as empresas ainda controladas ou criadas por ele somaram um prejuízo de R$ 23,435 bilhões. O valor é quase dez vezes superior às perdas do ano retrasado: R$ 2,476 bilhões.

A conta considera o prejuízo líquido consolidado atribuído aos controladores de seis empresas listadas em bolsa: a petroleira OGX, atual Óleo e Gás Participações (OGPar); a companhia de serviços navais OSX; a mineradora MMX; todas ainda controladas por Eike. Também entraram na conta as companhias criadas pelo empresário, mas cujo controle já foi vendido: a Eneva (ex-MPX, focada em energia, assumida pela alemã E.ON em controle compartilhado com Eike), a Prumo (ex-LLX, de logística, hoje controlada pela americana AIG), e a CCX (cujos ativos de carvão na Colômbia foram vendidos para a empresa turca Yildirim).

O perfil desse prejuízo também ajuda a contar a história da implosão do Grupo EBX. A OGX respondeu por 74% das perdas, ante 46% no ano retrasado. Os R$ 17,4 bilhões representam o maior prejuízo já sofrido por uma companhia brasileira. Até 2012, a petroleira era vista como a principal empresa de Eike, que a apresentava como uma “mini Petrobras”. Naquele ano, a companhia registrou um prejuízo de R$ 1,139 bilhão. O resultado foi apresentado pela diretoria da OGX como natural, já que a empresa ainda se encontrava em fase de investimentos, e, portanto, os desembolsos superariam as receitas. (...)


Fonte: aqui

03 abril 2014

OGPar bate recorde

Recentemente divulgamos os maiores lucros e prejuízos de 2013. A lista foi alterada com o prejuízo de 17,4 bilhões da OGPar, conforme notícia do Estado de S Paulo:

A OGPar, novo nome da OGX, petroleira que era controlada por Eike Batista, anunciou nesta terça-feira um prejuízo recorde de R$ 17,4 bilhões no ano passado. Essa é a maior perda registrada no País por uma companhia de capital aberto pelo menos nos últimos 27 anos, segundo levantamento recente da consultoria Economatica.

Até então, o maior prejuízo era creditado ao Banco do Brasil que, em 1996, anunciou perdas de R$ 7,5 bilhões no ano. Em 2013, até a divulgação dos resultados da petroleira, o recorde era da Eletrobrás, que teve prejuízo de R$ 6,29 bilhões.


Como tivemos um longo período inflacionário é muito difícil fazer generalizações no tempo. Além disto, os valores acima não estão corrigidos.

No quarto trimestre do ano passado, a antiga OGX, em recuperação judicial, ficou no vermelho em R$ 9,786 bilhões. No acumulado de 2013, a empresa teve prejuízo de R$ 17,430 bilhões, enquanto o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, amortização e depreciação) somou R$ 141 milhões. A receita líquida anual chegou a R$ 870 milhões.


Observe como o Ebitda é uma medida enganosa de desempenho. Enquanto a empresa tem um prejuízo de 17 bi, o Ebitda é positivo! Mas existe uma explicação para isto...

Segundo relatório, o resultado em 2013 foi "substancialmente afetado" por provisão para perda de parte dos investimentos realizados nas Bacias de Campos, Santos e Espírito Santo no valor de R$ 8,9 bilhões.


É muito comum quando existe a mudança de gestão ocorrer uma aumento na amortização de ativos, como aconteceu com a empresa.

Também houve impacto negativo causado por despesa decorrente da rescisão dos contratos de afretamento de equipamentos requisitados a OSX no valor de R$ 4,6 bilhões, dos quais R$ 3,5 bilhões deverão ser convertidos em capital, nos termos do Plano de Recuperação Judicial. A empresa cita ainda despesa de R$1,8 bilhão com poços secos e áreas subcomerciais devolvidas; despesas financeiras, sobretudo juros de financiamentos, no valor de R$ 655 milhões; e despesa de variação cambial, de R$1 bilhão.


Muitas destas despesas são expurgadas do Ebitda. Esta é uma informação muito "otimista" da empresa.

Produção. A petrolífera informou também que o campo de Tubarão Azul poderá cessar a produção ainda no ano de 2014, segundo indicam os estudos existentes após testes que foram iniciados na região.

"Durante o período de testes no Campo de Tubarão Azul no mês de fevereiro a produção somou 105,5 mil barris e, mesmo com o início dos testes e de acordo com os estudos existentes, o campo poderá cessar a produção ainda no ano de 2014", disse a empresa no documento.

O campo de Tubarão Azul é emblemático na derrocada do império de Eike Batista. A crise teve início justamente no dia 26 de junho de 2012, quando a OGX informou que a vazão do poço de Tubarão Azul, na Bacia de Campos, seria bem menor do que havia sido prometido.


Observe o tempo entre a amortização e a constatação que o campo não era tão promissor.

No ano passado, a produção do campo foi de 1,6 milhão de barris de petróleo, com média de 4,3 mil barris por dia (bpd), queda "relevante" em relação ao ano anterior, que apresentou média de 9,9 mil barris por dia. Segundo a empresa, a redução ocorreu por causa de problemas operacionais derivados das bombas centrífugas submersas, que ocorreram desde março de 2013 causando o fechamento dos poços por vários meses.

Recuperação judicial. A OGX entrou com pedido de recuperação judicial no fim de outubro do ano passado, em meio à crise de confiança que atingiu a companhia. No fim de 2013, a empresa fechou acordo com os grandes detentores dos títulos da sua dívida bilionária. O acerto previu a injeção de novos recursos por investidores internacionais e a conversão da dívida de US$ 5,8 bilhões em participação acionária.


A decisão de amortização limpa o balanço e tentar reestabelecer a credibilidade da contabilidade, medida essencial neste momento.

28 dezembro 2013

O acordo da OGX

O ex-controlador da OGX, Eike Batista, fez um acordo com alguns dos credores da empresa: (a) os credores irão assumir a empresa, trocando a dívida de 5,8 bilhões de dólares por ações da empresa; (b) irão colocar 200 milhões de dólares na empresa; (c) “esquecimento” do compromisso do controlador em colocar 1 bilhão na empresa.

Os acionistas minoritários não gostaram da solução, já que deixarão de ter 50% do capital para ficar com 5%. Já o ex-controlador, que tinha metade da empresa irá ficar com 9,4%.

O empresário lucrou com o acordo, pois foi concedido um perdão de um bilhão de dólar. Já se sabia que o empresário não teria este dinheiro, mas o acordo além de conceder o perdão, poderá ficar com uma boa parcela da nova estrutura. (foto: aqui)

23 dezembro 2013

Eike é motivo de piada


Eike Batista já simbolizou o êxito do "novo Brasil" ao anunciar o início da produção de petróleo da maior de suas empresas, a OGX. O evento contou até com a presença da presidente Dilma Rousseff. Parece que faz muito tempo, mas isso ocorreu há apenas um ano e meio, em abril de 2012.

É essa história de decadência relâmpago que ilustra a capa da revista Bloomberg Businessweek desta semana. É possível perder uma fortuna de US$ 34,5 bilhões de um ano para outro, mostra a reportagem. O texto classifica a trajetória de Batista como um dos "maiores colapsos financeiros da história".

A outrora bilionária OGX não conseguiu pagar uma dívida de US$ 45 milhões e pode falir. E Eike - empresário campeão de corrida de lanchas e ex-marido de um símbolo sexual - virou motivo de chacota no Brasil, diz a revista. Uma das piadas, cita a publicação, diz que o papa Francisco planeja voltar ao Brasil em breve e irá novamente visitar os pobres, entre eles Eike Batista.

Fonte: Exame

28 novembro 2013

OGX

A petroleira OGX, do empresário Eike Batista, retomou negociações com credores da subsidiária OGX Austria GmbH, segundo comunicado ao mercado emitido nesta quarta-feira. As negociações entre a companhia e os "bondholders", representantes de mais de 50% do total dos títulos da OGX Austria, tiveram "importante evolução" e prosseguirão até acordos definitivos, informou a OGX, sem dar mais detalhes. "Somente será possível considerar que as partes chegaram a um acordo vinculante quando forem estabelecidos todos os termos e condições dos documentos definitivos", ressaltou a empresa.

Fonte: Folha de S Paulo

05 novembro 2013

Previsão da OGX

O campo de Vesúvio, o primeiro a ser descoberto pela OGX, é um exemplo emblemático da diferença entre o que a petroleira de Eike Batista informava aos investidores e o que acontecia internamente. A empresa chegou a estimar que Vesúvio produziria até 1,5 bilhão de barris, mas nunca tirou uma gota de petróleo de lá. A Folha revelou no domingo que a OGX já tinha estudos internos feitos a pedido da diretoria, em julho de 2012, de que suas reservas na Bacia de Campos poderiam ser apenas 17,5% do que fora divulgado ao mercado. Em vez dos pelo menos 1,8 bilhão de barris de petróleo previstos, só poderia tirar de forma economicamente viável 315 milhões de barris. Os estudos dos técnicos da OGX referem-se aos campos de Tubarão Azul, Tubarão Martelo, Tubarão Areia, Tubarão Tigre e Tubarão Gato. O campo de Vesúvio nem entrou na conta, porque já havia sido abandonado pela empresa, mas o mercado não sabia disso naquela época.

Fonte: Aqui

03 novembro 2013

Até cafezinho

Na lista de credores da OGX que acumula dívidas de R$ 11,3 bilhões, constam até os fornecedores de cafezinho, que têm para receber cerca de R$ 10 mil. O calote atingiu também serviços de refrigeração, no valor de R$ 11 mil, empresas de aluguel de automóveis (R$ 6 mil), cooperativas de táxis (R$ 9 mil) e material de papelaria (R$ 4 mil). As contas de telefone celular e serviços de telecomunicações acumulam valores de R$ 85 mil não honrados por Eike Batista.

No rastro de inadimplência da OGX, amargam prejuízos fundos de investimentos, bancos, órgãos públicos e até fornecedores de materiais e serviços - de refrigeração à papelaria.

No relatório encaminhado à Justiça em que elenca todos os credores, a OGX informa ainda que as dívidas com a Petrobrás somam R$ 37 milhões e já têm prazo de pagamento vencido. Com a subsidiária Petrobrás Distribuidora, as dívidas passam de R$ 3 milhões e ainda não estão vencidas. Juntas, as empresas detêm 0,21% das dívidas da petrolífera do grupo X. Procurada, a Petrobrás não comentou os valores.

Outros órgãos estatais também figuram na lista. A Caixa Econômica Federal é credora de cerca de R$ 121 mil, e o Ministério dos Transportes, R$ 100 mil. Também constam como credores o Ministério da Fazenda, o Tribunal de Justiça e a prefeitura do Rio.
No total das dívidas da empresa de Eike, pouco mais de R$ 740 milhões são de títulos vencidos. Entre os principais credores, estão fundos de investimentos com mais de R$ 8 bilhões. O grupo francês Schlumberger, da área de petróleo, acumula mais de R$ 150 milhões em títulos. O relatório também expõe a dívida entre as empresas irmãs do grupo X.

A OSX reclama o pagamento de R$ 1,6 bilhão por contratos de locação de equipamentos, como plataformas de exploração. A OGX, entretanto, reconhece dívidas de apenas R$ 770 milhões.

A petroleira de também deixou de pagar serviços básicos da empresa, como o aluguel da sede do grupo EBX. A administradora do Edifício Serrador, no Centro do Rio, cobra uma dívida de mais de R$ 757 mil referentes ao aluguel do espaço. Em função das dívidas, as empresas do grupo começaram a deixar o prédio no início de outubro.

Assembleia. Esvaziada, a assembleia extraordinária de acionistas da OGX, elegeu ontem três membros independentes para o Conselho de Administração. Apenas dois acionistas minoritários foram à assembleia, no auditório do Grupo EBX. A reunião de ontem teve poucos minutos e começou pontualmente ao meio-dia. O presidente da OGX, Paulo Narcélio Simões Amaral, não foi. Eike Batista também mandou um representante.


OGX deve até para fornecedor do cafezinho
Por Mariana Durão, Antonio Pita , Mônica Ciarelli, com colaboração de Vinicius Neder

OGX

Ainda sobre a empresa, mais revelações:

Em julho de 2012, a principal sala de reuniões da OGX, no 19º andar do edifício Serrador, no Rio, foi palco de uma discussão acalorada. Gerentes das áreas de exploração, reservatório e produção não chegavam a um consenso sobre um dado crucial para uma empresa de petróleo: o tamanho de suas reservas. A briga foi provocada por um levantamento feito a pedido de Luiz Carneiro, presidente da OGX. Ele acabava de substituir Paulo Mendonça em um momento delicado para a empresa, que tinha divulgado que os primeiros poços do campo de Tubarão Azul estavam produzindo 5.000 barris/dia, abaixo dos até 20 mil anteriormente previstos

Ou aqui:

Um ano antes de a real situação da empresa vir à tona, estudos feitos a pedido da diretoria da OGX, de Eike Batista, indicavam que as principais áreas de petróleo da empresa na bacia de Campos (RJ) poderiam ter reservas equivalentes a apenas 17,5% do que fora divulgado ao mercado, revelam documentos da petroleira obtidos pela Folha. As projeções pessimistas, fruto de avaliações de técnicos da OGX e confirmadas por uma prestadora de serviços externa, chegaram a provocar uma briga dentro da empresa e não foram tornadas públicas na época.

02 novembro 2013

Fato da Semana

Fato: OGX pede recuperação judicial.

Qual a relevância disto? A OGX representa a principal empresa do grupo empresarial Eike Batista. Financiado por investidores deslumbrados e por instituições financeiras governamentais (ou seja, nosso dinheiro), o grupo de empresas do empresário representava o símbolo de um país que se dizia emergente, mas que sobrevive à custa de exportação de commodities. Batista é o símbolo do empresário brasileiro, por suas conexões com a burocracia estatal e a grande capacidade de fazer negócios usando estas relações. A sua pretensão de ser o homem mais rico do mundo acabou diante da falta de credibilidade. A corrosão do seu império lembra um esquema Ponzi (uma pirâmide).

A queda da OGX passa por sua contabilidade: a divulgação dos fatos relevantes, a utilização de redes sociais para promoção dos seus negócios, a capacidade de divulgar informações inadequadas sem ser incomodado pelos reguladores e auditores, a demora de agir das empresas de ratings, a insistência do governo em colocar dinheiro público no negócio.

Positivo ou Negativo? Certamente ainda irá sobrar para a contabilidade. Será negativo também para auditores, reguladores, governança corporativa, entre outros. A OGX só não foi ruim para os executivos, que durantes anos receberam elevados bônus por desempenho que não existiu.

Desdobramentos – Pela análise histórica, a OGX dificilmente irá sobreviver. A grande maioria das empresas brasileiras não sobrevive a recuperação judicial, revelou recentemente o Estado de S. Paulo.

Outros eventos relevantes da semana: a acusação de que a CVM está anacrônica, as noticias sobre a norma de convergência do reconhecimento da receita ou a crítica do Banco Central da Europa às normas são acontecimentos importantes.

OGX: Quem paga a conta

Tudo indica que a conta do calote de Eike Batista vai sobrar para os acionistas minoritários, para os credores estrangeiros e para os fornecedores de suas empresas. O empresário está fazendo de tudo para livrar os bancos e, principalmente, o governo de amargar prejuízos. A OGX entrou nessa semana com o maior pedido de recuperação judicial da América Latina, deixando para trás R$ 11,2 bilhões de dívidas não pagas. Pode causar espanto, mas não há dívidas bancárias envolvidas. A maior fatia - quase R$ 8 bilhões - é com investidores do exterior, que compraram os títulos de dívida da empresa. As únicas dívidas bancárias da OGX estavam na subsidiária OGX Maranhão, que produz gás na bacia do Parnaíba. Se a OGX Maranhão tivesse sucumbido, Itaú BBA, Morgan Stanley e Santander teriam tomado um calote de R$ 200 milhões cada um. Na véspera da recuperação judicial da petroleira, o fundo Cambuhy, do banqueiro Pedro Moreira Salles (Itaú Unibanco) topou injetar dinheiro na empresa.

Fonte: Folha de S. Paulo

01 novembro 2013

Rir é o melhor remédio

Fonte: Aqui
Fonte: Aqui

As empresas X

Primeiro, a notícia que outra empresa do grupo X poderá também solicitar recuperação judicial:

A OSX Brasil informou nesta quinta-feira, 31, que poderá vir a exercer o direito legal à recuperação judicial, "caso a sua administração verifique ser esta a medida mais adequada para a preservação da continuidade de seus negócios e a proteção dos interesses da OSX e dos interesses de seus stakeholders". O comunicado da companhia de construção naval foi divulgado um dia após outra empresa do Grupo EBX, a petroleira OGX, ter entrado com pedido de recuperação judicial, diante de dificuldades financeiras.

O BNDES, que financiou a expansão das empresas, decide não cobrar a dívida:

O presidente do BNDES, Luciano Coutinho, crê numa "solução" para a OSX, empresa de construção naval de Eike Batista, e sinalizou com a possibilidade de uma nova prorrogação de um empréstimo à empresa. O banco estatal já havia prorrogado para novembro um débito de R$ 548 milhões. Indagado sobre um novo adiamento, Coutinho disse: "Quando há uma perspectiva de solução [para evitar a inadimplência da empresa], nós precisamos estar atentos para que essas soluções possam acontecer." Para o presidente do banco estatal, a OSX possui "muito ativos valiosos", que superam o valor de suas dívidas. Desse modo, avalia, "dar tempo para que as soluções [venda da companhia, por exemplo] possam acontecer é uma estratégia sensata".

E as agências de ratings somente agora perceberam que o papel da OGX não vale muita coisa:

A agência de classificação de risco Fitch rebaixou os ratings da dívida da OGX, de Eike Batista, em moeda estrangeira e em moeda local de "C" para "D", último nível, refletindo o pedido de recuperação judicial feito pela companhia nesta quarta-feira (30). A Fitch informou ainda que manteve o rating da notas de US$ 2,6 bilhões e US$ 1,1 bilhão da OGX em "C/RR5", o que indica que é muito provável que a OGX perca alguma da suas concessões de exploração após o pedido de recuperação judicial. Segundo a Fitch, o futuro do rating da OGX vai depender da habilidade da empresa de manter ativos e cumprir com obrigações da dívida

E os investidores serão os mais prejudicados:

Investidores da OGX devem ser os maiores prejudicados em função da profunda crise pela qual passa a petroleira controlada por Eike Batista. Mesmo que a recuperação judicial não seja aprovada, os acionistas automaticamente irão para a última linha de pagamento. Supostamente vão receber o saldo somente após o pagamento da longa lista de credores, que viria na sequência do acerto com funcionários e a prévia quitação de impostos. Vale lembrar que, mesmo hoje, antes de um possível processo de recuperação, os ativos já estão extremamente desvalorizados. E é justamente da liquidação dos ativos que viria o dinheiro para a quitação da dívida. Ao pequeno investidor, que não tinha participação nas decisões da OGX e tampouco o patrimônio semelhante ao de Eike, resta apenas esperar, porém sem criar grandes expectativas, é preciso dizer.

30 outubro 2013

OGX e o Prazo

Diante da iminente recuperação judicial da OGX, esperada para os próximos dias, bancos credores da companhia correm para se proteger e evitar calotes.


Santander, Itaú BBA e Morgan Stanley anunciaram ontem um acordo pelo qual, se a OGX ficar inadimplente, eles podem vender para a Eneva (ex-MPX) a fatia da petroleira na OGX Maranhão. Os três bancos emprestaram R$ 600 milhões para a OGX Maranhão, que explora campos de gás na Bacia do Parnaíba. OGX e Eneva são sócias no projeto. Os financiamentos têm como garantia as ações da própria OGX Maranhão e vencem, inicialmente, em janeiro do ano que vem

Fonte: Folha de S Paulo. Em outro texto:

A OGX, de Eike Batista, deve entrar com pedido de recuperação judicial nesta quarta-feira (30), segundo apurou a Folha. Os advogados de Eike estão reunidos com ele neste momento. O pedido deve ser feito apenas no fim do dia, após o fechamento do mercado. Caso seja aceito, a empresa terá 60 dias para apresentar um plano de reestruturação. Os credores, por sua vez, terão 30 dias para se manifestar. Depois é marcada uma assembleia de credores para votar se aceitam ou não o plano. O processo inteiro levará até seis meses

Enquanto isto, o Business Insider mostra os "brinquedos" que Eike, o controlador da OGX, já vendeu:

1. Helicóptero
2. Avião (três)
3. Hotel Glória
4. Iate

12 outubro 2013

Fato da Semana

Fato: Os problemas da OGX. Durante os últimos meses, diversas informações e análises mostraram os erros da empresa de petróleo. Na questão contábil, a análise tem focado no otimismo exagerado da OGX na estimativa das suas reservas de petróleo, a divulgação de fatos relevantes que, posteriormente, provaram ser enganosos e a passividade dos reguladores com estes problemas.

Qual a relevância disto? A OGX era a grande empresa do grande empresário brasileiro, que um dia sonhou em ser o homem mais rico do mundo. Mas problemas de gestão fizeram com que seu objetivo não pudesse ser alcançado. Em razão da gravidade do calote da empresa, muitas informações ainda serão divulgadas nos próximos meses.

Positivo ou Negativo?  Se o capitalismo brasileiro aprender com os erros, positivo. A questão é que até o momento tivemos uma passividade dos reguladores.


Desdobramentos – Os minoritários estão reclamando na justiça que foram enganados. Depois de muitos anos, a justiça barriquela brasileira irá reconhecer que eles foram iludidos. Mas talvez seja tarde, pois os executivos que foram responsáveis pelo malogro da OGX já terão deixado à salvo seus recursos. 

10 outubro 2013

Minoritários da OGX

O economista Aurélio Valporto, acionista minoritário da OGX, acusa o empresário Eike Batista e a empresa petroleira de fraude ao divulgar perspectivas exageradamente otimistas sobre reservas de petróleo. Sugere ainda que há indícios de uso de informações privilegiadas na compra e venda de ações por parte do controlador da companhia na época da divulgação dos fatos relevantes.

Entre os indícios compilados em relatório por Valporto - integrante de um grupo de acionistas que pretende entrar com ação judicial contra a OGX - está a divulgação, em fato relevante de janeiro de 2012, da "presença de hidrocarbonetos no poço 1-OGX-63-SPS, no bloco BM-S-57, na Bacia de Santos". O bloco seria devolvido, sem alarde, um ano depois.

O minoritário afirma que a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e a BM&FBovespa foram negligentes ao não cobrar rigor na divulgação de informações pela OGX. O grupo de minoritários pretende ir à Justiça não apenas contra a OGX, mas também contra Eike, Bolsa e CVM.

A OGX e a BM&FBovespa não comentaram as acusações. Já a CVM afirma, em nota, que o "dever de comunicação de fatos relevantes, internos ou externos, é atribuído exclusivamente à companhia".

Boas notícias em série. De outubro de 2009 a maio de 2012, a OGX fez 55 anúncios de descoberta de petróleo ou declarações de comercialidade (que indicam que a área vai virar um campo produtor).

No caso da divulgação da descoberta do 1-OGX-63-SPS, em 16 janeiro de 2012, o fato relevante da OGX não mencionava estimativa de reservas. Porém, circulou no mercado que o reservatório teria até 3 bilhões de barris. As ações da petroleira fecharam em alta de 5,37% no dia.

Em 1º de fevereiro de 2012, a OGX divulgou outro fato relevante confirmando a descoberta. Nele, referiu-se apenas ao potencial total da Bacia de Santos, de 1,8 bilhão de barris de petróleo e gás, e dizia que, com novos testes, os volumes superariam as "estimativas vigentes".

Outro caso refere-se aos blocos BM-C-37 e BM-C-38, na Bacia de Campos. Ao divulgar os resultados do terceiro trimestre de 2012, a OGX anunciou que os prospectos Cozumel, Tulum, Cancun, Viedma e Cotopaxi poderiam ter até 1,196 bilhão de barris. Em 31 de janeiro deste ano, porém, a OGX anunciaria que o poço em Cozumel era seco. "O objetivo da fraude engendrada contra os investidores e pequenos acionistas foi a de fazê-los crer que a fase de alto risco já havia terminado", diz o relatório de Valporto. (...)


Fonte: Aqui

08 outubro 2013

Estimativa de ativos

Um dos problemas das empresas X foi o excesso de otimismo. Particularmente na empresa de petróleo, esta questão estava relacionada com a quantidade de reservas que a empresa possuía. Em abril de 2012 a empresa afirmava ter 285 milhões de barris de óleo. Na quinta feira, uma empresa de consultoria divulgou um relatório com uma informação de 87,9 milhões. Isto representa 30% da estimativa de 2012.

Os níveis de certeza sobre a viabilidade dos poços variam entre reservas provadas (1P), prováveis (2P) ou possíveis (3P), com garantias que variam entre 10% e 60%, segundo especialistas. Somadas as três categorias, as reservas da petrolífera de Eike Batista nos blocos BM-C-39 e BM-C-40, na Bacia de Campos, somam 108,5 milhões de barris.


Isto chega a 38% do valor inicial. A estimativa exagerada pode atrair investidor, mas perde a credibilidade das informações da empresa. (Cartoon adaptado daqui)

Informação privilegiada

Um texto, com trechos de uma entrevista com Ildo Sauer, ex-funcionário da Petrobras, sobre como a OGX conquistou alguns blocos de petróleo:

Sauer lembra que, em 2007, OGX e Petrobras disputaram de forma acirrada blocos de óleo, mesmo considerando que a petroleira de Eike tinha apenas "alguns meses" de existência. "A empresa já se sentiu habilitada", opina.

Criada em julho daquele ano, a OGX arrematou poucos meses depois, em novembro, 21 blocos na 9ª rodada de licitações da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).

Para Sauer, há suspeitas de atos ilícitos. "A empresa pode ter tido acesso à informação privilegiada sobre modelo geológico e reservas potenciais nos blocos, já que muitos gestores da Petrobras foram recrutados progressivamente pela OGX", diz.

No momento em que a OGX começou a perfurar os poços para produzir óleo, não contava com dois problemas, na visão do engenheiro: petróleo pesado, muito viscoso, e um reservatório com matriz fechada, que dificultam a exploração. "A empresa deveria ter uma equipe específica para tecer estas considerações. Parece que não tinha, bem como a tecnologia necessária".

Para Sauer, o sucesso de Eike em festas e eventos criou expectativa, junto com a publicação sucessiva de comunicados na Comissão de Valores Mobiliários (CVM). "Aonde estavam os órgãos reguladores para fiscalizar estes anúncios?", questiona Sauer. "Me surpreende a incompetência de todos. A expectativa gerada especialmente no mercado de capitais deu a impressão de que tudo fosse um passeio".

Ele ressalta que a auditoria das reservas de óleo, realizada pela Degolyer Macnaughton, se limitavam à quantidade de óleo que poderia ser explorado. "Sabemos que tem muito nos blocos. Mas é difícil produzir, exige tecnologia especial para conseguir recuperar o óleo, retirá-lo".

Sauer lembra que a Agência Nacional do Petróleo (ANP) declarou a comercialidade do campo. Segundo a própria ANP, declaração de comercialidade é unilateral da empresa. "Se for assim, não precisamos da ANP. Cada um declara o que quer", opina.E agora?

Sauer decreta: a incompetência superou o otimismo e oportunismo. "Resta saber: quem é o maior responsável por este espetáculo todo? Foi uma aventura que abalou a confiança no sistema regulatório de petróleo e no mercado de capitais. É uma situação constrangedora, para dizer o mínimo, que deve passar por investigação do Senado, Ministério Público e até da polícia".