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17 agosto 2013

Desvio nos jogos da Seleção

Em sua edição desta quinta-feira, o Estado revelou com exclusividade que um contrato de 2006 entre a empresa que detém os direitos sobre a seleção brasileira, a ISE, e outra com registro nos EUA garantia que mais de 8 milhões seriam transferidos para a americana Uptrend por um pacote de 24 jogos da seleção. A companhia estava registrada em nome de Sandro Rosell, presidente do Barcelona, mas também ex-diretor da Nike no Brasil e amigo pessoal de Teixeira.

Ex-funcionários de empresas que eram responsáveis por operar mais de 40 jogos da seleção afirmaram que jamais ouviram falar na Uptrend e que não saberiam dizer qual serviço prestaria.

Nesta quinta, ainda na Basileia, onde na quarta-feira a seleção enfrentou a Suíça, a assessoria de imprensa da CBF não desmentiu as informações. O atual presidente, José Maria Marin, insistiu que "desconhecia" o assunto.

Novos documentos, porém, revelam que o esquema não acabou com a queda de Teixeira. Antes de renunciar, o dirigente renovou os contratos que tinha com a ISE por mais dez anos, por um valor que seria US$ 100 mil inferior ao acordo anterior.

Mas a parcela que era desviada para outras contas aumentou de cerca de US$ 450 mil para quase US$ 800 mil, também em contas em locais fora do Brasil, principalmente nos EUA.

Diferentes contratos consultados pelo Estado, seguindo sempre o padrão daquele revelado nesta quinta pela reportagem, acabaram sendo assinados para justificar os pagamentos dessas comissões. De um lado, a ISE, com sede nas Ilhas Cayman. De outro, empresas que prestariam supostos serviços.

(...) A renda dos amistosos da seleção também foi usada para quitar dívidas e mesmo para comprar empresas, de acordo com fontes que trabalharam na CBF. Uma dessas companhias seria do próprio Rosell.

Antes de assumir a presidência do Barcelona, em julho de 2010, ele teve de se desfazer de suas empresas de marketing, exigência dos estatutos do clube. O obstáculo foi resolvido com a ajuda da seleção brasileira. A ISE enviou recomendação aos organizadores das partidas para que transferissem diretamente ao dirigente o dinheiro que teriam de enviar à empresa - e que seria destinado à CBF. A ISE, em troca, ficou com a companhia de Rosell. O dinheiro foi enviado: cerca de 3 milhões.(...)


Desvio de cotas dos amistosos da seleção continua, indicam contratos - Jamil Chade - O Estado de S Paulo

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