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23 junho 2010

Auditoria 1

Ao mesmo tempo em que as empresas brasileiras terão que adotar as normas internacionais de contabilidade, os auditores que atuam no Brasil também serão obrigados a seguir as regras globais da profissão, a partir dos balanços referentes ao exercício completo de 2010. Uma das principais mudanças será o fim da divisão de opinião, quando o auditor de uma holding diz que se baseou no parecer de outro auditor para atestar os números das subsidiárias, que às vezes usam outro prestador de serviço.

Pela norma nova, o auditor da empresa "mãe" será responsável também pelo balanço das controladas, seja fazendo a auditoria diretamente, ou checando o trabalho feito por outra firma.

Isso pode dificultar uma prática que foi comum quando houve o rodízio de firmas entre as companhias abertas, em que se trocava apenas a auditoria da holding aberta, e se mantinha a prestadora de serviço antiga nas subsidiárias.

Ao dividir a opinião com outro profissional, o auditor se livrava também da responsabilidade sobre aquelas informações [1]. "Hoje não há mais essa possibilidade. O auditor tem que assumir a responsabilidade para si", afirma Gilberto Munhoz, sócio da área de auditoria da KPMG no Brasil.

Nesse processo, o auditor da controladora terá que checar os trabalhos feitos pela outra firma, para se certificar de que aqueles números são confiáveis. "O auditor precisa saber o que o outro está fazendo, se há necessidade de extensão dos trabalhos e se os procedimentos usados por ele são os mesmos que ele adotaria", acrescenta o sócio da KPMG.

Em certa medida isso já era feito, mas quando havia algum tipo de problema ou irregularidade, o auditor podia usar esse argumento em sua defesa, o que não será mais permitido.

Uma opção para evitar o retrabalho é concentrar a auditoria de todo o grupo em apenas uma empresa, o que alguns acreditam que pode favorecer as maiores do setor. "Existe essa possibilidade, de se concentrar ainda mais o mercado nas quatro grandes, mas ainda é difícil de avaliar o que vai ocorrer", diz Ernesto Gelbcke, sócio da Directa, referindo-se ao grupo formado por PricewaterhouseCoopers, Deloitte, Ernst & Young e KPMG.

Já para Raul Corrêa da Silva, sócio e presidente da Crowe Horwath RCS, a mudança das normas de auditoria não deve representar perda de serviço para as empresas médias do setor. "Acho que isso não vai representar perdas ou ganhos efetivos", diz ele, que ressalta que já era comum a revisão dos trabalhos de outros auditores.

Algo que deve facilitar essa supervisão é outra exigência das normas internacionais de auditoria, que pede um nível de documentação maior sobre os trabalhos realizados. "O Brasil está começando a regulamentar mais o trabalho do auditor, pedindo para ele documentar de forma mais organizada", afirma Daniel Maranhão, sócio de auditoria da Terco Grant Thornton, que diz que esse nível de formalização não será uma novidade para sua firma [2] e para as outras de maior porte, por conta de regras internas que já exigiam essa documentação.

Segundo Gelbcke, as firmas menores costumavam compensar a falta de formalização de todos os processos com um nível maior de supervisão dos trabalhos por auditores mais experientes. "Nós entendemos que é mais relevante ter a participação de sócios e gerentes fazendo o serviço do que um volume maior de trabalho executado por pessoas menos qualificadas", afirma [2]. Mesmo fazendo essa ponderação, o sócio da Directa diz que já preparou sua empresa para as novas normas, até por conta da parceria com a PKF International [2].

Em evento recente do setor, Wanderley Olivetti, sócio da Deloitte, comentou que a documentação do trabalho pode ser fundamental em um momento de fiscalização do órgão regulador, para que o auditor justifique por que determinada decisão foi tomada, tendo em conta o cenário e as informações conhecidas naquele momento do passado.

Para Maranhão, a adoção das novas normas de auditoria não deve representar em si um aumento de horas trabalhadas [3] e consequentemente de custos para os clientes. O que pode resultar em mais horas de serviço, segundo ele, é que essa transição será feita em conjunto com a adoção das normas normas de contabilidade, que seguem o padrão IFRS. "Como será a primeira adoção, teremos mais trabalho de auditoria por conta da mudança de prática contábil", diz.

Ainda em relação às novas normas de auditoria, a mudança mais visível para os investidores será no parecer do auditor, a começar pela troca do próprio nome, que passará a ser "relatório de auditoria". Na opinião da presidente do Instituto dos Auditores Independentes do Brasil (Ibracon), Ana María Elorrieta, um benefício do novo modelo, que será dividido em subtítulos, é que ele deve deixar mais claro qual é a responsabilidade da administração da empresa que elabora o balanço e qual o papel do auditor. "Esse é um passo muito importante", diz ela, que é sócia da PricewaterhouseCoopers.

A maior preocupação dos auditores é tentar afastar a imagem de que sua assinatura no pé dos balanços é uma garantia de sucesso ou de qualidade da companhia. "A auditoria não é um certificado de seguro", diz Cláudio Longo, sócio aposentado da Ernst & Young, que participa do grupo de trabalho que tratou da implementação das novas normas.

Ele explica também que o serviço de auditoria das demonstrações financeiras anuais será considerado uma "asseguração razoável" sobre os números do balanço. "O termo razoável pode ter uma conotação pejorativa no Brasil, mas é para ficar claro que não é absoluta", afirma Longo. Já a revisão feita nos balanços trimestrais será chamada de "asseguração limitada", para que fique claro que o alcance do trabalho é menor.

Outra mudança de nomenclatura é a troca do "parecer sem (ou com) ressalva" por "opinião sem (ou com) modificação".


Auditoria em Revisão - Profissional terá que assumir responsabilidade sobre números de subsidiárias checados por outras firmas. Parecer terá novo modelo e muda de nome - Fernando Torres - Valor Econômico - 22/06/2010

[1] Velha máxima da administração: delega-se a competência, mas não a responsabilidade
[2] Cada um dos entrevistados fazendo propaganda própria
[3] Isto contradiz a reportagem.

22 junho 2010

Educação e Convergência

O mundo financeiro pode ser verdadeiramente globalizado, mas o mesmo não pode ser dito para a contabilidade, as normas variam muito em cada local.

Sim, o setor tem movimentado, embora por vezes a contragosto, para os padrões internacionais. Mas este foi um processo longo e árduo, agravada neste mês por um anúncio do International Accounting Standards Board (IASB) e o Financial Accounting Standards Board (FASB), dos EUA, confirmando que não irão cumprir o prazo de junho de 2011, estabelecido pelo Grupo das 20 nações industrializadas, para a harmonização contábil global.

A notícia foi recebida com consternação por parte da UE, que adotou as normas internacionais de contabilidade financeira (IFRS) em 2005.

A formação do contador também é afetada por esses atrasos, (...) que limitam os estudantes em áreas restritas onde trabalhar, para algo mais padronizado e aceito internacionalmente. (...)

A abordagem virtual de aprendizagem é bastante adequado para a globalização das práticas contábeis e a adoção do IFRS. De fato, os treinadores podem, finalmente, entregar o material que é consistente e aplicável em qualquer lugar - e os alunos podem ter a certeza de habilidades e conhecimentos que irão levar com elas irão atendê-los bem, onde quer que eles acabam trabalhando. (...)


Shift to international standards happening, but slowly - Emmanuelle Smith - Financial Times - 20 jun 2010 -

Rir é o melhor remédio




Dois cartoons da New Yorker. O primeiro sobre a profissão contábil (ok, não é muito favorável); o segundo sobre a questão do petróleo no mar

Teste #300

Teste#300

Ufa! Chegamos ao teste 300. Em homenagem a Copa do Mundo veja esta frase:

"Diria mesmo que é um jogo de tudo ou nada. Os jogadores sabem e tem consciência disso. Há o sentido de responsabilidade de saber que este jogo com a XXX é decisivo para a contabilidade no nosso grupo."

Ela foi proferida por um treinador de futebol de uma das seleções que participa da Copa. Este treinador é

Diego Maradona, da Argentina
Carlos Queiroz, de Portugal
Dunga, do Brasil

Resposta do Anterior: Brasil, Itália e Espanha. Fonte: aqui

Transparência das contas públicas

Dos juros ao algodão-doce, tudo na internet
O Globo - 22 jun 2010
GIL CASTELO BRANCO

Desde a Grécia Antiga, os administradores são obrigados a prestar contas. À época, a comunidade reunia-se na Ágora, a assembleia do povo, para examinar a contabilidade dos arcontes, embaixadores, generais e de todos aqueles que geriam verba proveniente dos impostos arrecadados. No século XXI, a cidadania vem pela via digital. A Ágora atual é a web.

Sob o ponto de vista da moralização administrativa, a Lei Complementar 131 — que obriga a União, estados e municípios a publicarem suas contas na internet — é tão importante quanto a iniciativa popular do Ficha Limpa. Enquanto esta evita que os corruptos sejam eleitos, aquela amplia o controle social. As duas novas regras contribuem, portanto, para afastar maus políticos e gestores da vida pública.

Quanto à transparência, nada mais natural do que a população saber com detalhes como são aplicados os seus recursos. No caso do governo federal, por exemplo, qualquer pessoa com acesso à internet poderia constatar que foram pagos R$48,3 bilhões de juros entre janeiro e abril de 2010, quase dez vezes mais do que receberam os beneficiários do Bolsa Família no mesmo período. Descendo às minúcias, saberia que a Fundação Oswaldo Cruz, para estimular o comparecimento de crianças à vacinação contra a paralisia infantil, comprou aproximadamente R$16 mil em picolé, pipoca, maçã do amor e algodão-doce.

Outro internauta curioso verificaria que a agência de publicidade do Duda Mendonça, aquele que confessou ter recebido pagamentos de campanha eleitoral no exterior, mantém contratos e prestígio na Esplanada dos Ministérios, tendo recebido R$11,5 milhões neste ano. Mais alguns cliques e tomaria conhecimento que o custo do aluguel, garagem e condomínio da embaixada brasileira em Tóquio é de R$110 mil por mês. Na mesma página é possível checar a lista de empresas inidôneas ou o valor do quilo do filé de peito de frango adquirido pelo Comando da 2ª Região Militar, em São Paulo.

Os portais dos estados e municípios também fornecem dados detalhados. No site www.fazenda.rj.gov.br [http://www.fazenda.rj.gov.br] pode-se obter informações diárias sobre a receita e a despesa. Não é difícil saber que o governo do Rio de Janeiro já pagou, neste ano, R$61,7 milhões em publicidade e propaganda, valor superior aos R$42 milhões aplicados em serviços de conservação de rodovias. Com passagens e diárias no Brasil e no exterior, já foram quase R$16 milhões até junho. Os nomes das empresas que prestam serviços ao estado, bem como os valores pagos a cada uma delas, também estão disponíveis no portal da Secretaria de Fazenda.

Mas, como era de se esperar, alguns prefeitos das 273 cidades brasileiras com mais de 100 mil habitantes, que já deveriam estar divulgando suas contas na internet, estão resistindo à novidade. Em geral, os políticos gostam de transparência somente nos governos dos adversários. Apesar da contrariedade dos gestores opacos, após quase um mês de vigência efetiva da lei, a impressão é que a moda vai pegar. Como a lei é para todos, até o Supremo Tribunal Federal está esmiuçando seus números de forma on-line, o que constitui bom exemplo.

As informações lançadas nos portais, em até 24 horas após o registro da despesa, tornam o Brasil um dos países mais transparentes do mundo, em termos orçamentários. Vale ressaltar que a transparência é o principal remédio contra a corrupção e a má qualidade do gasto púbico.

Em Pernambuco, após a implantação da lei, foi descoberto pela imprensa que, desde 2007, a Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico (Fundarpe) pagou R$62,7 milhões a 16 empresas para a realização de eventos. Tudo sem licitação. Para completar, jornalistas visitaram 15 das 16 sedes das entidades contratadas e verificaram que a maioria funcionava em endereços residenciais ou em imóveis incompatíveis com a movimentação financeira nos últimos quatro anos.

A Fundarpe explicou que a verba destinou-se ao pagamento de cachês de artistas e que a denúncia é meramente eleitoral. O fato, certo ou errado, evidencia que a exposição das despesas na internet ainda vai dar muito o que falar. Que assim seja.

No fim, seja na Grécia Antiga ou no Brasil de hoje, o fundamental é que os homens públicos informem como estão gastando o dinheiro dos cidadãos. Na Ágora ou na internet, dos juros amargos ao algodão-doce.

Negócio Futebol

A Copa é jogada no final da temporada europeia. Nos clubes, os atletas atuam no limite da capacidade humana, o máximo de tempo possível e exigido por clubes, patrocinadores e TVs. Ao fim da temporada, estão esgotados ou machucados. O interesse dos clubes limita cada vez mais o treinamento das seleções a raras semanas ou a um dia antes de jogos de torneios preparatórios. As seleções, pois, mal existem como equipes entrosadas.

Os principais jogadores do mundo atuam em times europeus. As transferências de atletas são tão antigas como a primeira Copa. Mas começaram a se tornar rotina nos anos 1980. Passaram ao estágio de livre comércio em 1995. O negócio agora em parte regride a algo parecido ao estabelecimento de feitorias coloniais. Em vez de pagar caro por jogadores prontos e famosos, clubes europeus adquirem atletas juvenis e infantis. Ou criam centros de recrutamento e treino de crianças em países das Américas e da África.

A seleção brasileira de 1982 foi a primeira a contar com jogadores "estrangeiros", que jogavam no exterior: 3 de 22. A de 1990 inaugurou a maioria de "estrangeiros": 12 de 22, como a de 1994. Nas de 2006, 20 de 23 eram estrangeiros. Como o time desta Copa de 2010.

Desde 2002, o Brasil "vende" em média cerca de 800 jogadores por ano. Quase 60% da exportação destina-se à Europa. Na Inglaterra, 59% dos jogadores são estrangeiros. Em Portugal, 54%. Na Alemanha, 52%. Itália, 40%. Espanha, 37% (dados de 2008, do Professional Football Players Observatory).

A internacionalização dos times europeus foi impulsionada por uma decisão da Corte de Justiça Europeia, de 1995, liberando os times de cotas para jogadores estrangeiros e dando cabo de contratos que contrariavam a lei europeia de livre fluxo de trabalhadores. Pelo mundo, seguiram-se medidas que abririam o mercado de atletas e os libertariam da propriedade dos clubes.

A mundialização deveu-se ainda ao crescimento do negócio europeu do futebol, favorecido em especial pela alta da renda publicitária. Oligopólios transnacionais pagam cada vez mais para aparecer em transmissões planetárias.

Cada vez mais cedo, atletas submetem-se a rotinas de treinamento e práticas de otimização de resultados muito similares. Fazem-no em campos europeus, segundo técnicas e tradições esportivas do continente, ou lá adaptadas. Antes da "mundialização", os atletas diferenciavam sua maneira de jogar graças à heterogeneidade cultural no modo de encarar o jogo.


A economia do futebol chato - Folha de São Paulo - 20 jun 2010 - VINICIUS TORRES FREIRE

21 junho 2010

Rir é o melhor remédio

Dica de Rafael Maia (grato)


Teste #299

Os três países abaixo possuem maior percentagem de internautas usando redes sociais. Você seria capaz de colocá-los na ordem?

Brasil
Espanha
Italia

Resposta Anterior: 1958. Fonte: Pelé, o rei da propaganda. O Globo, 18 de junho de 2010

Despesa e Desempenho

Nesta época da Copa do Mundo, estou lendo o agradável livro Soccernomics, de Simon Kuper e Stefan Szymanski (R$29 na Livraria Cultura). O texto trata de futebol, com uma visão de negócio. Assim, páginas são dedicadas a análise alguns erros cometidos na gestão dos clubes de futebol, por exemplo, com alguns conselhos interessantes (compre jogar com vinte e poucos anos, evite que um novo treinador gaste dinheiro com transferências inúteis, jogadores velhos são super avaliados, evite comprar centroavantes que são caros, ajude a adaptação dos jogadores, entre outros) e estatísticas.

O gráfico a seguir foi obtido com os dados do livro, na sua página 49. Mostra a posição média de um clube inglês, na liga inglesa, em relação aos gastos com salários. Aqui, ao contrário do livro, preferi usar os dados brutos.




O clube que mais gasta com salários, entre 1998 a 2007, o Chelsea, ocupou uma posição média na liga do terceiro lugar. O segundo clube com maiores gastos, o Manchester, obteve uma posição média de segundo lugar no período. Ou seja, o Manchester gastou melhor no período. Mas quando todos os 58 clubes são plotados no gráfico percebe-se uma relação forte entre gastos e posição na tabela. Em termos estatísticos, isto significa uma correlação de -0,89.

A lição é: se quiser ter um bom desempenho é necessário gastar dinheiro.

20 junho 2010

Rir é o melhor remédio

Vuvuzela: a razão da expulsão de Zidane (no link, gif animado)



Mais sobre vuvuzela, aqui e aqui

Sobre as Demonstrações do Iasb


O Brasil quer ter uma posição ativa e relevante dentro do Conselho de Normas Internacionais de Contabilidade (Iasb, na sigla em inglês), mas as empresas, entidades e o governo do país não doaram nem ao menos um centavo para custear as atividades do órgão durante o ano passado.

O curioso é que a ausência de contribuições ocorre justamente agora, quando as companhias brasileiras passam a adotar obrigatoriamente as normas internacionais de contabilidade, conhecidas como IFRS.

Fontes de financiamento estáveis, diversificadas e regulares são consideradas fundamentais para uma entidade como o Iasb, para que ela se mantenha independente de pressões políticas e econômicas e possa definir as regras contábeis com base em uma análise técnica.

Em 2008, a única empresa brasileira que fez uma doação foi a Brasil Telecom, no valor de 7,5 mil libras. Em 2007, Bradesco, Itaú, BrT, Vale, Petrobras e Bovespa contribuíram, ao todo, com 133 mil libras para a fundação responsável pelo Iasb, que tem sede em Londres, e é chamada de Iasc Foundation.

O relatório anual dessa fundação, que inclui seu resultado financeiro, foi divulgado ontem pela entidade. Ao todo, a Iasc Foundation recebeu contribuições no valor de 16,6 milhões libras em 2009, uma alta de 30% sobre o volume recebido um ano antes. Somadas as receitas com publicações, o faturamento total da entidade foi de 22,6 milhões de libras no ano passado, com crescimento de 14% sobre 2008.

Após despesas com salários dos funcionários, gastos com reuniões e viagens e custos de publicações, a Iasc Foundation fechou o exercício passado com um prejuízo operacional de 307 mil libras. Considerando também o resultado obtido com a marcação a mercado de suas aplicações financeiras, a fundação encerrou 2009 com lucro líquido de 647 mil libras.

Em 2008, apesar de o resultado operacional ter sido melhor, positivo em 528 mil libras, a Iasc Foundation tinha registrado prejuízo de 1,7 milhão de libras, por conta de perdas com aplicações financeiras.

Os maiores doadores de 2009, como de costume, foram as quatro grandes firmas de auditoria - PricewaterhouseCoopers, Deloitte, Ernst & Young e KPMG -, que entregaram US$ 2 milhões cada uma para a fundação.

Considerando os países isoladamente, o que engloba doações de governos, entidades do setor e empresas, os Estados Unidos aparecem como o maior contribuinte individual para a Iasc Foundation, apesar de o país não adotar o IFRS nos seus balanços.

Entre os maiores doadores dos EUA aparecem os bancos Citi, J.P. Morgan, Bank of America, Goldman Sachs e Morgan Stanley, e também a ExxonMobil e a Pfizer.

O Iasb foi procurado, por meio de sua assessoria de imprensa, para comentar o resultado anual da Iasc Foundation e também ausência de doações de empresas brasileiras, mas não respondeu.

O Brasil possui hoje oito brasileiros na Iasc Foundation, sendo que o ex-ministro da Fazenda Pedro Malan é um dos seus 22 curadores. São eles que indicam os 15 membros do Iasb, entre os quais está atualmente um brasileiro, Amaro Gomes, ex-funcionário do Banco Central do Brasil.

Na visão do professor da Fipecafi Nelson Carvalho, que já ocupou uma das cadeiras do Iasb, a participação do Brasil dentro do órgão vem crescendo desde 1996. "Uma prova desse reconhecimento é o memorando de entendimentos assinado em janeiro", disse ele, referindo-se ao documento firmado pelo Iasb, pelo Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC) e pelo Conselho Federal de Contabilidade (CFC).

No Brasil, o órgão responsável pela emissão de normas contábeis usadas pelas companhias abertas, que é o CPC, também não tem fonte de receita fixa. Atualmente, o Comitê usa a estrutura disponibilizada pelo CFC para realizar as suas reuniões e atividades. A entidade de classe tem como receita as anuidades pagas pelos contadores.


Brasil adota IFRS, mas não paga conselho que emite as normas
Fernando Torres, de São Paulo - Valor Econômico - 18/06/2010

Mais aqui

18 junho 2010

Rir é o melhor remédio


Brincadeira com o cartaz da campanha de Obama (direita) e com o óleo (esquerda). Aqui

Teste #298

Com a Copa do Mundo, Pelé tem sido lembrado nas campanhas publicitárias. Com 11 campanhas e um cachê de 2 milhões de dólares por ano, Pelé prova que é um símbolo para o futebol. Sua primeira campanha de publicidade foi:

Em 1958, na Copa da Suécia, para Tetra Pak, com valor de mil dólares
Em 1962, na Copa do Chile, para Everedy, num valor de 500 dólares
Em 1966, na Copa da Inglaterra, para Telefunken, num valor de dois mil dólares

Resposta do Anterior: o custo a longo prazo é de 1 trilhão. Só considerou o custo do empréstimo, mas deveria levar em conta o valor do empréstimo. Isto significa 7% do PIB. Fonte: aqui

Balanço do Iasb

Saiu o balanço do Iasb. As empresas de auditoria – as quatro maiores – doaram 6 milhões de dólares ou 1,2 milhão de libras. Como o total das contribuições do Iasb atingiu 16,6 milhões de libras, a contribuição das quatro grandes empresas representa quase trinta por cento da receita do Iasb. A dependência destas empresas continua enorme.
Fonte: aqui

Exame de Suficiência

Contadores terão exame similar ao da OAB
Texto de Fernando Torres publicado no Jornal Valor Econômico em 17/06/2010 (via Claudia Cruz)

Da mesma forma que os bacharéis em direito são obrigados a passar pelo exame da OAB para exercer a advocacia, os contadores formados terão que ser aprovados em um "Exame de Suficiência" para trabalhar na área.

Uma emenda "contrabandeada" na Medida Provisória 472, que tratava do Refis da Crise, incluiu dois artigos que reforçam o poder do Conselho Federal de Contabilidade (CFC) para regulamentar a profissão, o que inclui esse novo exame, e também tornam explícito o direito do órgão de emitir as Normas Brasileiras de Contabilidade, o que era contestado por alguns contadores.

Isso engloba todos os pronunciamentos baseados no IFRS emitidos pelo Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC) e ratificados pelo CFC nos últimos dois anos, inclusive a regra simplificada para uso obrigatório pelas pequenas e médias empresas.
Na prática, o órgão já emitia as normas há décadas e a maioria dos contadores seguia as instruções sem contestação. Um grupo de profissionais, no entanto, era contra esse tipo de regulamentação e argumentava que o Decreto-lei 9.295/46, que normatiza a profissão, não dizia explicitamente que o CFC poderia emitir normas de contabilidade e exigir seu cumprimento.

Aprovada pelo Congresso Nacional na semana passada, a MP 472 foi convertida na lei 12.249/10 e publicada no Diário Oficial de segunda-feira.

Em relação ao Exame de Suficiência, ainda não está definido como ele será e nem o seu alcance. O comando do CFC e os representantes dos 27 conselhos regionais da categoria se reunirão entre hoje e amanhã, em Brasília, para definir os detalhes dessa nova certificação.

Não se sabe, por exemplo, se ela valerá para todos os profissionais da área ou se apenas para aqueles se formarem bacharéis em contabilidade a partir de agora. Sobre esse ponto, o texto da lei é claro apenas em relação aos técnicos em contabilidade, dizendo que aqueles que já tiverem seu registro, ou que venham a obtê-lo até 1º de junho de 2015, terão assegurado o direito ao exercício da profissão.

Na visão de Carlos Alberto Marques Lopes, contador que é contrário à essa nova regulamentação e também à edição de normas pelo CFC, a nova legislação só vale para os fatos novos, ou seja, não se aplica aos contadores que já possuem seus registros profissionais. Para ele, o conselho federal age "na contramão do mercado, burocratizando procedimentos que sempre se mostraram eficientes e se bastavam e criando custos adicionais que podem inviabilizar as pequenas e medias empresas de auditoria, em detrimento das 'grifes' internacionais".

Em entrevista concedida antes da publicação da nova lei, o presidente do CFC, Juarez Domingues Carneiro, comentou apenas que os contadores que contestavam o poder do órgão para emitir normas não mostravam o contrário, que ele não podia fazê-lo.
Ao falar sobre a então possível aprovação da lei, Carneiro disse que não haveria mudanças. "Não haverá mais espaço para esse tipo de contestação, mas não vamos mudar o nosso procedimento", afirmou o presidente do CFC, que garantiu que o órgão continuará trabalhando em conjunto com o CPC, que é o órgão responsável pela tradução das normas contábeis internacionais.


Ao contrário de Cláudia Cruz, não considero que a lei dispensou os técnicos do exame. Pelo contrário, acredito que no longo prazo a lei está extinguindo os técnicos de contabilidade da profissão.

IFRS para as PMEs

IFRS das pequenas e médias empresas
Acaba dúvida sobre IFRS de pequenas
Texto publicado no Jornal Valor Econômico (via Claudia Cruz)

Se ainda havia alguma dúvida sobre a obrigatoriedade do uso do padrão internacional de contabilidade IFRS por todas as pequenas e médias empresas (PMEs) brasileiras a partir do balanço deste ano, agora não existe mais.

A lei 12.249/10, publicada no Diário Oficial de segunda-feira, deixa claro que o CFC é o órgão responsável pela emissão das Normas Brasileiras de Contabilidade, o que inclui o pronunciamento simplificado destinado às empresas de menor porte.

Isso coloca o Brasil em uma posição distinta da maioria dos países, onde o uso do IFRS pelas pequenas e médias empresas de capital fechado é no máximo opcional. Um estudo realizado pela Grant Thornton International com 7,4 mil empresas de pequeno e médio em 36 países apontou apoio de 52% dos entrevistados para a adoção do IFRS.

No Brasil, a Terco Grant Thornton entrevistou 150 clientes em São Paulo, Rio e Bahia e constatou que 35% deles ainda não tinham ouvido falar do novo padrão contábil que terão que usar a partir deste ano.

Ao serem perguntados sobre os benefícios que veem na adoção do IFRS, o aumento da transparência foi mencionado, em respostas múltiplas, por 31% das pequenas e médias brasileiras, mesmo índice das que apostam na redução de custos.

Em relação ao processo de adaptação ao IFRS, Daniel Maranhão, sócio da Terco Grant Thornton, acredita os desafios serão diferentes dependendo do perfil da companhia. "As empresas de pequeno porte que, apesar de não serem obrigadas por lei, são auditadas, devem sofrer menor porque terão o suporte do auditor", afirma o especialista.

Já em relação às demais, ele não descarta que os balanços sejam feitos em desacordo com a nova norma, uma vez que nem todos os contadores estão procurando treinamento sobre o tema.


Apesar dos argumentos de Alexandre Alcantara, ainda não estou convencido de que não existe mais dúvida sobre a questão.

Mansur em ação

O empresário Ricardo Mansur devolveu à família Pignata, de Sertãozinho (SP), a destilaria de álcool adquirida no início deste ano. Emissários de Mansur comunicaram os trabalhadores da Destilaria Pignata, cujos salários não são pagos regularmente desde dezembro de 2009, que o negócio fora desfeito e que eles seriam dispensados na próxima segunda-feira, com a promessa de terem os valores acertados.

“Vamos esperar que a promessa seja cumprida, porque a situação das famílias é crítica”, disse à Agência Estado José da Silva, presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Indústria de Açúcar, Alimentação e Afins de Sertãozinho e Região. Segundo fontes, o motivo da quebra do acordo foi a dívida da destilaria, que seria bem maior que a apurada à época do negócio. Na usina, a informação é que ninguém estaria autorizado a falar sobre o assunto.

Ex-dono das falidas redes varejistas Mesbla e Mappin (cuja marca foi adquirida pela Marabraz) e do banco Crefisul, liquidado pelo Banco Central, Mansur enfrenta também dificuldades em sua outra aventura pelo setor sucroalcooleiro. Cerca de 200 trabalhadores rurais, a maioria cortadores de cana, paralisaram as atividades e protestaram ontem em frente à Usina Galo Bravo, produtora de açúcar e álcool em Ribeirão Preto (SP) comprada em agosto de 2009.

Segundo informações do sindicato rural da cidade, os trabalhadores teriam recebido cheques sem fundo no pagamento dos salários este mês. A empresa não se manifestou, mas teria prometido aos funcionários corrigir o pagamento até amanhã.

Faculdade, O fim do acordo com a família Pignata é o segundo negócio desfeito por Mansur após retomar suas atividades empresariais. Em abril, o Instituto Batista de Educação de Vitória (Ibev) reassumiu as operações da Faculdade Batista de Vitória (Fabavi), na capital do Espírito Santo. A faculdade foi vendida para Mansur em outubro de 2010. O motivo do fracasso do negócio seria o atraso no pagamento de parcelas da compra, cujo valor estimado ficou entre R$ 30 milhões e R$ 40 milhões.

Em março, o juiz Luiz Beethoven Ferreira, responsável pelo processo de falência do Mappin, nomeou um síndico exclusivo para trabalhar na “obtenção de ativos eventualmente desviados, ou malversados”, pelo empresário.


Mansur devolve usina comprada este ano
Gustavo Porto - O Estado de São Paulo - 18 jun 2010

A carne mais cara

O novo primeiro-ministro do Japão, Naoto Kan, eleito há apenas duas semanas, já sofre com sua primeira crise nacional. E ela veio do campo: o país enfrenta a maior epidemia de febre aftosa já registrada em seu território — uma ameaça à indústria que produz uma das carnes bovinas mais valorizadas do mundo. A doença se espalha desde abril na província de Miyazaki, no sul, onde é criado o gado Wagyu. A raça é vendida para cruzamento em outras áreas do país, como a que produz o famoso bife de Kobe — uma das iguarias mais caras da culinária japonesa.

(...) Em restaurantes de Tóquio, um bife wagyu — extremamente macio, conhecido como “ouro vermelho” por seu valor — pode custar mais de US$300. O gado é criado com mimos de popstar para se transformar numa carne que derrete na boca: toma cerveja, é massageado com saquê e ouve música clássica para relaxar, tudo para que a gordura penetre de forma mais homogênea na carne. Para os especialista, é o foie gras das carnes.


A carne mais cara do mundo sob ameaça - O globo - 18 de junho de 2010 - Claudia Sarmento

Petrobras e nota de risco

O diretor da agência de classificação de risco Fitch, José Luis Villanueva, disse ontem que "é mais provável" a Petrobras ter um rebaixamento de sua nota de risco após a aprovação das novas regras para exploração de petróleo e por conta do aumento da dívida da companhia.

(...)Uma das principais preocupações da Petrobras ao lançar seu plano de capitalização foi justamente evitar o rebaixamento de sua nota de risco, hoje em nível de investimento -o que abre espaço para uma gama maior de investidores comprarem ações e títulos de dívida.

Isso porque o endividamento da companhia como proporção de seu valor de mercado está perto do teto de 35% definido pelas agências de classificação de risco para empresas grau de investimento. A relação bateu em 32% no primeiro trimestre. O endividamento total da companhia foi a R$ 61 bilhões.

Com a aprovação do Congresso, a estatal espera obter entre US$ 50 bilhões e US$ 60 bilhões no mercado -já com a fatia aportada pela União, por meio das reservas inexploradas do pré-sal.

Outro receio do mercado é a imposição do novo marco legal para o pré-sal -de que a Petrobras seja detentora de, pelo menos, 30% de todos os blocos-, o que aumentará muito a necessidade de captação de recursos para investimento e poderá afetar os indicadores de solvência da companhia.

Agência ameaça baixar nota da Petrobras - Folha de São Paulo - 18/6/2010 - Pedro Soares

Contabilidade de entidades imobiliárias

(...) Mais recentemente, o CFC, por meio da Resolução 1.171/09, retificou o entendimento já estabelecido pela Resolução 963/03 sobre o reconhecimento dos contratos de construção, ficando em linha com o Pronunciamento CPC 17. De acordo com a referida Resolução, as receitas, custos e despesas devem ser reconhecidos mensalmente, respeitando-se, em especial, os Princípios da Oportunidade e da Competência. Dessa forma, a principal diferença na contabilização é a receita, que é reconhecida pelo regime de caixa (recebimento) segundo o critério fiscal é pelo regime de competência (andamento da obra) no aspecto societário.

As pequenas e médias entidades imobiliárias não se enquadram nos padrões em que são exigidas as mudanças trazidas pela Lei 11.638/07, por não serem consideradas entidades de grande porte. No entanto, é importante lembrar que tais empresas estão submetidas às normas do CFC e, dessa forma, deveriam seguir as normas estabelecidas nas referidas Resoluções. No entanto, tais mudanças não pedem ter reflexos fiscais. (...)


Transparência tem resultado positivo para empresa - Por José Santiago da Luz - Conjur

17 junho 2010

Rir é o melhor remédio


Fonte: aqui

Links

Futebol:

De Rossi encena falta contra o Paraguai

A campanha para salvar o Galvao Birds

A audiência de Inglaterra e Estados Unidos, nos EUA foi de 13 milhões de pessoas, quinta maior audiência de Copa do Mundo, melhor que as primeiras quatro finais da NBA

Correlação entre mercado acionário e Copa do Mundo

Contabilidade:

Testes de stress dos bancos espanhóis

Moody´s eleva rating do Chile

Mais um encargo: o RAT (sem a letra "o")

Ernst & Young pode perder licença de funcionar na Inglaterra por causa da Lehman

O problema do Golfo do México não chegou ao Brasil

Teste #297

Considere as implicações orçamentais de longo prazo para os Estados Unidos no gasto de US $ 1 trilhão de dólares em incentivos no instante em que a economia está sofrendo problemas graves de desemprego.
Isso soa como um monte de dinheiro. Mas o Tesouro dos EUA atualmente pode emitir títulos de longo prazo com uma taxa de juros de 1,75%.Portanto, o custo a longo prazo é de R $ 17,5 bilhões, ou cerca de 0,13 por cento do PIB. (Paul Krugman)

Tá certo, foi o Krugman que disse isto. E ele ganhou o Nobel de Economia. Mas não é infalível. Qual o erro na análise de Krugman?


Resposta do Anterior: aumentam/amentou/diminuiu/ qualidade e valores cobrados. Fontes: Na ordem:
(1) Canorodriguez et al. Big Auditors, Private Firms and Accounting Conservatism: Spanish Evidence. European Accounting Review, 2010;19(1):131-159.
(2) Feldmann, D. A. Auditor Conservatism after Enron. Auditing - a Journal of Practice & Theory, 2010;29(1):267-278.
(3) Choi et al. Audit Office Size, Audit Quality, and Audit Pricing. Auditing - a Journal of Practice & Theory, 2010;29(1):73-97.
(4) A Field Experiment Comparing the Outcomes of Three Fraud Brainstorming Procedures: Nominal Group, Round Robin, and Open Discussion. Accounting Review, 2010;85(3):911-935).

SPED

A Junta Comercial do Estado de São Paulo lançou oficialmente, na terça-feira (15/6), seu Manual de Autenticação dos Livros Digitais-Sped Contábil. A íntegra já está disponível para consulta e download gratuitamente no site do órgão. "Nosso desejo e objetivo é que o Manual atenda ao maior número de pessoas, tornando muito mais fácil também a vida dos empresários e contabilistas", disse Valdir Saviolli, presidente do órgão, durante a 44ª Sessão Plenária.


Mais, aqui. Dica de Caio Tibúrcio, grato

16 junho 2010

Economia e Futebol


Recentemente um comentarista fez uma “brilhante” comparação entre o futebol alemão e o futebol inglês, diante do resultado da primeira rodada da Copa do Mundo. Para o especialista, o futebol alemão apresentava renovação por não ter muitos estrangeiros, enquanto no futebol inglês, e sua Liga, predominavam a presença de estrangeiros. O comentário também foi feito por Franz Beckenbauer, que também afirmou que o futebol inglês tinha muitos estrangeiros.

Infelizmente ambos estão enganados, talvez por não tiverem tido a oportunidade de estudar uma disciplina de Introdução à Economia. Um dos princípios fundamentais da economia é que a competição cria incentivos para que os jogadores locais possam dedicar-se mais. Assim, a rigor, a presença de estrangeiros no futebol inglês pode ser benéfica, ao contrário do que acredita estes ex-jogadores.

Para entender mais, leia Beckenbauer´s lack of Economics. Leia também Soccernomics, de Stefan Szymanski & Simon Kuper. Fonte da foto: aqui

Rir é o melhor remédio



Fonte: aqui. Aqui um vídeo de uma campanha para salvar Galvão Birds (sic).

A volta do Exame de Suficiência

A notícia era quente e resolvi postar no blog as 7:52: o exame de suficiência estava de volta. Já sabia, pela professora Diana Lima, que isto iria acontecer a qualquer momento.

Entretanto, as observações que li após isto foram ou reproduzindo a lei ou reproduzindo o texto do próprio Conselho. Tentarei fazer aqui uma breve análise sobre o assunto.

Em primeiro lugar, a Lei 12.249, de 11 de junho de 2010, trata da conversão de uma Medida Provisória, neste caso, a 472, de 2009. Como a desorganização jurídica no nosso país é grande, isto significa que diversos assuntos são considerados na Medida Provisória e também na Lei 12.249: PROUCA (não é piada não), RECOMPE (idem), RETAERO (idem), PMCMV, CDFMM etc. Lá no meio, a alteração da Lei 9.295, de 27 de maio de 1946.

Segundo aspecto relevante é que o exercício da profissão será feito pelo bacharel em Ciências Contábeis, de curso reconhecido pelo MEC, aprovado no Exame de Suficiência e registrado no Conselho Regional de Contabilidade. Um ponto relevante é que diplomas emitidos no exterior não garantem o exercício da profissão, sendo necessária a validação. E os técnicos em contabilidade? A nova lei garante que os já registrados ou que sejam registrados até 1º de junho de 2015 poderão exercer a profissão. Subentende que desde que façam o exame de suficiência e sejam registrados.

O terceiro ponto, ausente no comunicado do CFC, trata da anuidade. O decreto chega ao detalhe de afirmar que: os profissionais registrados são obrigados a pagar a anuidade; que elas devem ser pagas até 31 de março, caso contrário haverá multa, juros de mora e atualização monetária; que os limites serão de R$380 para pessoas físicas e de R$950 para pessoas jurídicas; que os limites serão corrigidos pelo IPCA-IBGE. Observe que a lei detalhista fala em “limites”. Serão limites ou tetos praticados?

Outro aspecto é que a lei trata também das penalidades por infração ao exercício legal da profissão.

O quinto ponto aprovado trata da necessidade de prestação de contas do CFC e dos CRCs.

Finalmente, vetou-se a proposta de alteração do artigo 78. Eis a justificativa do veto:

Ressalte-se que não é possível concordar com a tese da existência de autarquia fora da administração pública. Ora, se a criação dos conselhos de classe é feita por lei, se sofrem controle estatal (STF, MS 22.643-9/SC. DJ 04.12.1998, ementário no 1.934-01), se exercem atividade típica do Estado (poder de fiscalização das profissões), envolvendo, ainda, competência tributária (STJ, Resp no 225301/RS, Rel. Min. Garcia Vieira, DJ 16.11.1999) e poder de punir, se têm imunidade constitucional, são autarquias e se inserem na administração pública federal.

Pelo que é possível perceber, a proposta era considerar do CFC como autarquia fora da administração pública, o que não concordou o Ministérios do Planejamento, Orçamento e Gestão, o Ministério da Justiça e a Advocacia- Geral da União.

15 junho 2010

Exame de Suficiência de volta

Lei 12.249, publicada no dia 14 de junho de 2010, marca a volta do Exame de Suficiência, ao alterar o Decreto-Lei 9.295, de 1946, mudando a redação do artigo sexto:

f) regular acerca dos princípios contábeis, do Exame de Suficiência, do cadastro de qualificação técnica e dos programas de educação continuada; e editar Normas Brasileiras de Contabilidade de natureza técnica e profissional.

Rir é o melhor remédio

Onde está a sogra?



(Enviada por Nelma, grato)

Teste #296

Complete:

Um conjunto de pesquisas sobre auditoria foi publicada em diversos periódicos de contabilidade recentemente. Usando o mercado espanhol, descobriu-se que as grandes empresas de auditorias ________ (aumentam/reduzem) o conservadorismo. Outra analisou os pareceres ao longo do tempo, constatando que a proporção de ressalvas de continuidade _______ (aumentou/diminuiu) entre 2002 e 2003, mas _______ (aumentou/diminuiu) depois, comprovando o efeito Enron. Um estudo coreano relacionou o tamanho do escritório da empresa de auditoria com a ________ (qualidade/valores cobrados). Finalmente, um experimento comparou os procedimentos com a qualidade do trabalho do auditor.

Resposta do Anterior: 1962. Fonte: Teoria da Contabilidade, Niyama e Silva, p. 118.

Links

Negociação na Bolsa baseada em algoritmos

CVM versus KPMG

Revista free de tatuagem em língua portuguesa

Música clássica de domínio público

Reginaldo de Oliveira: Sped (1 e 2)

Evolução das bolas de futebol


As bolas de futebol que foram usadas na Copa

Não ao valor justo

Os investidores preferem não utilizar o justo valor, ou mark-to-market, na contabilização de ativos financeiros de longo prazo, de acordo com uma pesquisa com os profissionais da indústria. (...) Os resultados da PwC, a maior das quatro grandes
empresas de contabilidade, foi logo após a publicação, no mês passado, pelo
o Financial Accounting Standards Board, de uma proposta para usar o valor justo para mensurar mais tipos de instrumentos financeiros.

Numa mudança radical, os bancos dos EUA teriam que avaliar não só os ativos financeiros, como derivativos, a preços de mercado a cada trimestre, mas também uma parcela maior dos seus empréstimos.

O FASB defendeu sua proposta (...) dizendo que os investidores dos EUA são favoráveis a uma maior utilização do justo valor porque fornece mais transparência sobre a saúde financeira de um banco.

No entanto, os resultados da PwC, (...) apresentam uma visão diferente.


Investors reject US move to mark-to-market valuations - Rachel Sanderson - Financial Times - 14 de junho de 2010

Pesquisa enviesada

Um estudo publicado no European Accounting Review (1) mostrou que os periódicos da Europa são mais diversificados em termos de conteúdo e origem das pesquisas, em relação as publicações dos EUA. Entretanto, mesmo assim, as pesquisas na Europa ainda estão concentradas mais que proporcionalmente nas pesquisas inglesas. Provavelmente existe uma desvantagem competitiva na corrida de publicação dos pesquisadores que não falam língua inglesa (2).

(1) Is European Accounting Research Fairly Reflected in Academic Journals? An Investigation of Possible Non-mainstream and Language Barrier Biases European Accounting Review, 2010;19(1):161-190
(2) Accounting Research; Data on accounting research published by researchers at University of Geneva - 11 June 2010 - Economics Week

14 junho 2010

Rir é o melhor remédio



Fonte: aqui

Teste #295

O conceito de ativo, como "futuro benefício, resultado de eventos passados, sob controle da entidade", tem sua origem:

Em 1962, no ARS #3 de Moonitz e Sprouse
Em 1973, com a criação do Fasb
Em 2002, com a Estrutura conceitual básica do Iasb

Resposta do Anterior: linha verde, Toyota. Azul, BP. Linha de baixo, Goldman Sachs. Fonte: aqui

Links


Fotografia conceitual

Gráfico sobre o resumo de cada país nas copas

Boas avaliações de alunos significa bons professores? aqui e aqui

Um prisioneiro de Guantanamo custa 2 milhões de dólares

Preço

Cobrar preço único não é bom para todas as empresas
Steven Pearlstein / THE WASHINGTON POST - O Estado de São Paulo - 14 jun 2010

Na noite anterior à formatura universitária de meu filho, no mês passado, nós fizemos planos para comemorar em um de seus restaurantes preferidos: o Fogo de Chão, uma daquelas churrascarias brasileiras onde eles servem rodízios com mais de uma dúzia de tipos de carne grelhada e se come tudo que conseguir. Meu filho Eli ficou um pouco em dúvida sobre a escolha do restaurante. Para ele, o preço único por tudo que se conseguir comer pareceu um grande negócio depois que ele se serviu pela terceira vez de uma suculenta alcatra e um contra-filé especial. Mas ele imaginou (corretamente, como se viu) que sua mãe e sua irmã jamais comeriam carne suficiente para justificar o alentado preço fixo que o restaurante cobra por cada refeição.

O restaurante reconhece que parte de seu atrativo especial está em oferecer “comida sem culpa” - sabendo que o preço será o mesmo não importa o que, ou quanto, se coma. A boa notícia para o Fogo de Chão é que há gente suficiente por aí que valoriza tanto esse prazer que está disposta a pagar mais do que se eles servissem à la carte.

Muitas outras empresas usam estratégias de preço único. Muitas seguradoras de saúde cobram o mesmo por planos familiares, independentemente do número de filhos envolvidos. O mesmo acontece nos negócios de telecomunicações, onde ligações telefônicas, acesso à internet e mensagens de texto ilimitados tornaram-se a norma.

Mas nem sempre foi assim. Alguns de nós se lembram de quando as ligações telefônicas de longa distância eram reservadas para noites e fins de semana, quando as tarifas eram mais baixas, ou de quando os provedores de acesso à internet cobravam com base em quanto tempo se gastava conectado.

Bolha. Tudo isso mudou durante a bolha de tecnologia dos anos 1990, quando se investiu tanto dinheiro na criação de capacidade excessiva de rede que o custo de oferecer a um cliente outra ligação, ou outro minuto de acesso à web, chegou perto de zero. O preço único “por tudo que se conseguir comer” fez todo o sentido para companhias que estavam se afogando em banda larga não utilizada, e com isso a oferta criou sua própria demanda.

Agora, graças à engenhosidade das indústrias de tecnologia e de telecomunicações, há tantas pessoas pedindo tantos serviços novos que as redes têm dificuldade para atendê-las - e os custos da capacidade adicional estão em rápida escalada. É por isso que a Comcast e outras operadoras de cabo estão pedindo mais flexibilidade para gerenciar suas redes para dar menos prioridade a serviços que monopolizam grande quantidade de banda larga - ou, no mínimo, cobrar tarifas mais altas de consumidores que usam esses serviços. E é por isso que a AT&T anunciou, na semana passada que estava abandonando seu preço único para uso ilimitado de serviços de transmissão de dados e de internet em suas redes, preferindo o tipo de precificação “escalonada” que Eli apreciaria.

O perigo dos subsídios cruzados é que pode surgir um competidor e capturar os consumidores sobretaxados e altamente lucrativos oferecendo um valor melhor. Ao mesmo tempo, ninguém vai querer levar essa lógica ao ponto de cobrar de cada cliente um preço diferente.

Mas, em cada ramo de atividade, há geralmente um meio termo feliz entre os extremos de um preço à la carte e um de “coma quanto puder”. Embora esse ponto ótimo mude constantemente em resposta a mudanças de custos, tecnologia e competição, minha opinião é que ele em geral envolve alguma forma de precificação escalonada. Num mercado realmente competitivo, um regime de preços que esteja constantemente tentando forçar os consumidores a consumirem mais ou menos do que eles realmente querem provavelmente não prevalecerá. / TRADUÇÃO DE CELSO M. PACIORNIK

Obituário

O contador e as suas muitas horas produtivas
Folha de São Paulo - 14 jun 2010
ESTÊVÃO BERTONI- DE SÃO PAULO

Todos os dias, Antônio Lopes de Sá separava 16 horas para o trabalho. Isso explica como ele conseguiu escrever mais de 150 livros, 10 mil artigos e ainda atender, ao longo da carreira, 2.000 clientes.

Filho de pai português e mãe brasileira, ficou órfão de pai bem cedo e foi criado pela mãe, uma pintora, na periferia de Belo Horizonte (MG).

No começo, dividia-se entre os estudos e a ajuda ao tio, na funilaria. Como a família não tinha muitos recursos, usava os lápis até ficarem pequenos e não caberem mais nas mãos, de tão apontados.

Sem dinheiro para adquirir livros, pegava alguns emprestados. Mal sabia que, no futuro, teria uma biblioteca com cerca de 10 mil títulos.

Ainda jovem, trabalhou no setor administrativo de empresas como Mesbla e Esso.

Em 1946, formou-se em contabilidade e, 18 anos depois, doutorou-se em ciências contábeis, no Rio. Reconhecido internacionalmente por sua produção, acabaria se tornando um dos grandes nomes de sua área no Brasil.

Fundou algumas entidades em BH, como o Conselho Regional de Contabilidade.

Casou-se em 1949 com a primeira mulher, com quem teve três filhos. Seu segundo casamento veio em 1983.

Fora daquelas suas 16 horas, gostava de cozinhar receitas italianas e era um profundo conhecedor de vinhos.

Também foi um torcedor apaixonado pelo Cruzeiro.

Ultimamente, fazia trabalhos de perícia e auditoria. Pelo site que tinha, respondia gratuitamente as consultadas dos internautas.

Morreu na segunda, aos 83, de problemas cardíacos. Teve três filhos e seis netos.


Mais, aqui (Dica da Nelma Tibúrcio, grato)

Sustentabilidade e Redução de custo

No seu sentido mais pragmático, é principalmente sobre redução de custos - através da redução de resíduos, venda de componentes recicláveis e reaproveitamento subprodutos, como a borracha ou plástico para criar um novo produto. Para uma empresa grande, isso pode significar milhões de dólares em economias anuais.

"Quando estourou a sustentabilidade, ele estava na categoria de responsabilidade, algo que uma sociedade deve fazer porque era a coisa certa a fazer", disse Beth Lester, vice-presidente da Penn Schoen Berland Associates. Mas agora é também algo sobre como economizar dinheiro, afirmou.


O texto Products That Are Earth-and-Profit Friendly, do New York Times (Sindya Bhanoo, 11 de junho de 2010) traz alguns exemplos da Wal-Mart, Nike, entre outras empresas, que encontraram nos projetos ambientais, formas de reduzir custos.

12 junho 2010

Rir é o melhor remédio



Fonte: aqui (clique na imagem para ver melhor)

Copa do Mundo e Mercado


Fonte: aqui

O pior desempenho do mercado, durante as copas, ocorreu em 1950. Mas depois o mercado recuperou-se. Em 1974, o mercado caiu e o declínio persistiu nos três meses seguintes. Em 2002, um desempenho semelhante.

Receita fiscaliza

A Receita Federal vai deflagrar em julho uma fiscalização especial em dez empresas que fizeram operações de lançamento de debêntures no mercado financeiro nos últimos anos. Juntas, essas empresas emitiram R$ 628,6 milhões.

Outra fiscalização, que será lançada no próximo mês, investigará 129 empresas lucrativas que foram incorporadas por companhias com prejuízo, uma prática conhecida no jargão tributário de “incorporação às avessas ou invertida”. Os fiscais identificaram fortes indícios de irregularidades nessas operações e agora vão intimar as empresas.

Em entrevista à Agência Estado, o secretário da Receita, Otacílio Cartaxo, disse que as duas ações de fiscalização são resultado do aprimoramento do sistema de cruzamento de dados utilizado para a seleção dos contribuintes.

Planejamento tributário. Nas operações com debêntures, os fiscais identificaram que os compradores do papel têm algum tipo de vínculo com a empresa. A Receita suspeita que, na prática, foram os sócios que compraram os papéis, fazendo planejamento tributário para pagar menos tributos. É que as despesas com o pagamento de juros das debêntures diminuem o lucro da empresa, o que reduz o valor do Imposto de Renda (IR) e da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) a ser pago.

Pelos cálculos da Receita, em média, nessas empresas, a despesa com o pagamento das debêntures foi equivalente a 70% do resultado operacional. Em uma delas, os fiscais descobriram que a despesa com os papéis correspondeu a praticamente todo o lucro.

“Normalmente a remuneração dessas debêntures é em valores muito mais altos do que as taxas de mercado”, destacou o coordenador-geral de processos estratégicos da Receita, Iágaro Jung Martins.

Incorporação às avessas. Na outra fiscalização, com empresas que fizeram incorporação às avessas, a Receita apurou que as companhias, para o cálculo do IR e da CSLL devidos, descontaram, no cálculo do lucro, prejuízos de anos anteriores acima do permitido por lei. Pela legislação, a empresa só pode abater anualmente até 30% dos prejuízos acumulados no passado.

“Essas empresas estavam compensando o prejuízo integralmente e extrapolaram o limite da lei. Elas têm de respeitar a trava de 30%”, disse Martins.

Segundo Martins, muitas dessas incorporações são feitas com empresas deficitárias do mesmo grupo empresarial. De acordo com os dados da Receita, as 129 empresas que foram alvo da investigação já compensaram R$ 9,44 bilhões de prejuízo graças às operações de incorporação.

O Supremo Tribunal Federal (STF), recentemente, deu uma decisão favorável ao Fisco contra operações de incorporação às avessas. O Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf), que julga recursos dos contribuintes contra autuações da Receita, decidiu que essas operações precisam respeitar o limite fixado por lei.

Casa e separa. Além dessas duas ações de fiscalização já programadas, o Fisco prepara outra contra empresas que fizeram operações conhecidas como “casa e separa”.

Nessas transações, para fugir da tributação sobre ganho de capital, a empresa que tem um ativo subavaliado na sua contabilidade se associa artificialmente a outra que quer comprar esse ativo. Meses depois há a separação.

“Essas operações são feitas para dissimular uma operação de ganho de capital societário”, disse Cartaxo. “Um sócio sai com o bem (a empresa), outro com o dinheiro, e ninguém paga o imposto. A operação só não acontece do ponto de vista tributário”, acrescentou.


Receita investiga operações com debêntures - Adriana Fernandes e Renata Veríssimo - O Estado de São Paulo - 12/6/2010

11 junho 2010

Rir é o melhor remédio

Distração no Futebol

Princípios de Contabilidade 2

(Continuação)

As principais alterações são as seguintes:

a) Transformação do termo “Princípios Fundamentais de Contabilidade (PFC)” em “Princípios de Contabilidade (PC)”. Ou seja, os Princípios deixaram de ser fundamentais.

b) Simplificação na redação dos princípios. O que é uma boa notícia. A confusa redação do Princípio da Continuidade deu lugar ao seguinte texto: “O Princípio da Continuidade pressupõe que a Entidade continuará em operaão no futuro e, portanto, a mensuração e a apresentação dos componentes do patrimônio levam em conta esta circunstância.”

c) Ampliação do conceito de “registro pelo valor original”. A resolução faz uma ginástica para incluir na base de mensuração outras formas além do custo histórico. Pelo novo texto, o Registro pelo Valor Original está dividido em Custo Histórico e Variação do Custo Histórico. Entre as variações do custo histórico listam: custo corrente, valor realizável, valor presente, valor justo e atualização monetária. A rigor, segundo a teoria contábil, valor presente, por exemplo, não pode ser considerada uma variação do custo histórico.

d) Eliminação da Atualização Monetária como Princípio. Quando a Resolução 750 foi elaborada, discutida e aprovada, existia um processo de elevada inflação no nosso país. Assim, naquele momento foi razoável imaginar um princípio que levasse em consideração os efeitos da inflação nos valores do balanço. A nova resolução eliminou este princípio.

Infelizmente faltou ousadia no Conselho, ao evitar propor a revogação da Resolução 750. As justificativas, no início da Resolução 1.282, não convencem. Infelizmente temos uma situação esdrúxula onde o mesmo órgão apóia duas estruturas conceituais, sendo que uma dela não é “fundamental”.

Valor Justo Para instrumentos financeiros

A revista The Economist discute, na sua edição de 10 de junho de 2010, o problema da normatização do valor justo para instrumentos financeiros (To Fasb or not to Fasb?). A figura desta página apresenta uma idéia geral do problema que isto significa. Para algumas instituições financeiras, na primeira coluna apresenta-se o valor dos empréstimos pelo custo histórico; na segunda coluna, pelo valor justo. Esta diferença, como percentagem do capital social ordinário, encontra-se na terceira coluna.

A diferença pode ser significativa para algumas instituições, como o KeyCorp, onde o registro a valor histórico dos empréstimos é de 53,5 bilhões de dólares, enquanto o valor justo reduz para 47,3 bilhões. Esses 6,2 bilhões de dólares de diferença representam 89% do valor das ações ordinárias da instituição.

No dia 26 de maio, o Fasb apresentou uma proposta de 214 páginas. A questão é que a proposta do Fasb difere do que pensa o Iasb sobre o assunto. Além disto, a aprovação da minuta no Fasb deu-se por uma margem mínima, três votos favor versus dois contra, indicando que não existe um consenso dentro do próprio Fasb.

Os bancos querem evitar que a proposta do Fasb seja aprovada; a oposição é que a contabilidade a valor justo da forma como quer o Fasb aumenta as chances de uma crise bancária. Uma pesquisa realizada pelo CFA, e citada pela revista, mostra que 52% dos investidores gostariam de ter a informação do valor justo. Nem entre os investidores, o principal usuário das informações contábeis no mercado dos Estados Unidos, o assunto apresenta um consenso.

Além disto, os políticos, alguns deles apoiados pelos lobistas das instituições financeiras, são contra a incerteza do valor justo. O que fazer?

Teste#293

O prêmio do mercado refere-se a relação entre o retorno do mercado e o retorno de um título sem risco. Esta informação é utilizada para determinar a taxa de desconto de fluxos de caixa futuros, incluindo, por exemplo, as situações de impairment. Uma pesquisa realizada entre os professores de diferentes países encontrou que este prêmio, no Brasil, seria de:

4,8%
6,8%
12,4%

(P.S.: quanto maior o prêmio, maior o risco. PS 2: as taxas acima são de Brasil, Argentina e Chile, não neste ordem. Ficou fácil agora).

Resposta do Anterior: a média é de 3,7%. O primeiro percentual é a arrecadação do Ibama, em relação a multa aplicada. 50% é a relação entre arrecadação e multa das agências. Fonte: aqui

Links


Futebol:

Corrupção na Copa do Mundo

Restaurante oferece chopp de graça toda vez que a Argentina tomar um gol

Mercado para jovens jogadores de futebol

Fotos de Bob Marley e Futebol

Uma figura com dados interessantes (e financeiros) sobre o futebol

Foto: aqui

Futebol: Origem do Dinheiro


O gráfico mostra as receitas das maiores ligas de futebol do mundo. As ligas européias tiveram receitas de quase 16 bilhões de euros, segundo estimativa da Deloitte.

10 junho 2010

Rir é o melhor remédio


Risco

Principios de Contabilidade

Com data de 28 de maio de 2010, o Conselho Federal de Contabilidade aprovou a Resolução 1.282/10. Esta Resolução modifica a Resolução 750, de 1993 e foi publicada no Diário Oficial no dia 2 de junho.

Existiam no Brasil três arcabouços teóricos: a estrutura do Ibracon/CVM, a Resolução 750 do Conselho Federal de Contabilidade e a Estrutura Básica de Contabilidade, do Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC).

A estrutura do Ibracon/CVM é baseada na hierarquia de postulados (dois), princípios e convenções. Sua origem remota a década de setenta, quando o professor Sérgio de Iudícibus adaptou a estrutura da escola estadunidense. Com a criação do CPC, a estrutura do Ibracon/CVM perdeu o sentido de ser.

A Resolução 750 do CFC, de 1993, era uma tentativa de fazer frente à estrutura do Ibracon/CVM. Apesar da influencia da escola européia, é importante notar que nunca foi preocupação desta escola elencar “princípios”. A Resolução 750 adotou algumas questões conjunturais, como a preocupação com a atualização monetária, e tinha uma influencia jurídica, expressa no princípio da entidade. Entretanto, pessoalmente sempre achei essa Resolução confusa.

A Estrutura do CPC não utiliza o termo “princípio”, mas sim parte de pressupostos (regime de competência e continuidade) e características qualitativas das informações contábeis. (Estes aspectos são discutidos no livro Teoria da Contabilidade, de Niyama e Silva, cap. 4). Essa estrutura também foi aprovada pelo CFC, através da Resolução 1.121 (2008).

Assim, tínhamos algo esdrúxulo: o Conselho Federal de Contabilidade aprovou os Princípios Fundamentais de Contabilidade (Resolução 950, de 1993) e o Pronunciamento Conceitual Básico (Resolução 1.121, de 2008). Mais recentemente, o CFC aprovou normas do setor público, sustentando-se nos Princípios Fundamentais de Contabilidade - Resolução 950. Ou seja, claramente o CFC não assumiu uma postura de adotar de vez a Estrutura do CPC.

O ideal seria do CFC simplesmente revogar a Resolução 950. Em lugar disto, aprova-se a Resolução 1.282.

Talvez, um pouco envergonhado, o CFC não faz muito alarde da Resolução. Quando se realiza uma consulta direta no sítio do Conselho, digitando-se 1282 ou 1.282, não se encontra nenhuma notícia sobre a mesma. As razões podem estar nas justificativas encontrada para a aprovação da Resolução:

a) Processo de convergência das normas internacionais de Contabilidade discute a aplicabilidade da resolução 950
b) Necessidade de manter a Resolução 950 pelo fato de ser “referência para outros organismos normativos e reguladores brasileiros”
c) A relevância do conteúdo doutrinário, sendo alicerce para julgamento profissional da aplicação das Normas Brasileiras de Contabilidade
d) Necessidade de harmonização da Resolução 750 e da NBC T 1
e) Necessidade de alterar o termo “Princípios Fundamentais de Contabilidade”

Analisando os “considerandos” da Resolução 1.282 percebemos a dificuldade para explicar a solução encontrada pelo Conselho.

(Continua)

Teste #292

Uma das formas que os reguladores, como Banco Central, TCU e Ibama, possuem de exercer o seu poder é através da aplicação de multas. Entretanto, um levantamento do TCU mostrou que somente uma parcela das multas aplicadas são pagas. Este percentual é de:

0,6%
3,7%
50%

Resposta do Anterior: 92 bilhões. Em 2008 foi de 340 bilhões de dólares. Fonte: aqui

Links

Banco Central Europeu e bancos europeus: balanço

Apenas 4% das multas aplicadas pelos reguladores são pagas

Preço da felicidade: 60 mil dólares

Julgamento do corretor francês acusado de fraude

Documentos fiscais na mídia eletrônica

Senado aprova capitalização da Petrobrás

Deloitte no Brasil apresenta falhas, segundo o PCAOB

Emoção até o último minuto


Jan van Ours e Martin Tuijl pesquisaram mais de 1.500 partidas de futebol da Bélgica, Brasil, Inglaterra, Alemanha, Itália e Holanda, desde a década de 60. E analisaram o que ocorreu ao longo dos noventa minutos do jogo. (Country-specificic Goal-Scoring in the “Dying Seconds” of International Football Matches”)

Antes de prosseguir, é importante destacar que existem diversas pesquisas que associam futebol com métodos quantitativos. Algumas destas pesquisas são citadas no artigo. E atualmente estou lendo um livro sobre o assunto, denominado Soccernomics.

Voltando a pesquisa de van Ours e Tuijl, nas partidas analisadas, 92 foram decididas no último minuto do jogo, sendo 63 a favor e 29 contra os países estudados. Assim, das 240 partidas analisadas da seleção brasileira, cinco foram decididas no derradeiro minuto a favor da nossa seleção e uma contra; ou seja, 2,5% dos jogos tiveram gols no último minuto. Nos últimos cinco minutos, 30 partidas tiveram gol a favor e 15 contra, totalizando 19% dos jogos. Quando se compara com outros países, percebe-se que o desempenho do Brasil não se altera de forma expressiva no término do jogo. Dos 344 jogos da Alemanha, quase 10% tiveram gols no último minuto, sendo 19 a favor e 15 contra. Considerando os últimos cinco minutos, 24% dos jogos da seleção alemã tiveram gols nesta etapa.

Foto: Design you

Governança no Brasil

Brasil é eleito o país em desenvolvimento com a melhor governança corporativa
Raquel Landim, de O Estado de S. Paulo 10 jun 2010

SÃO PAULO - Alguns dos maiores fundos de investimento do mundo elegeram o Brasil a nação em desenvolvimento com a melhor governança corporativa para atração de recursos. Governança corporativa é um conjunto de procedimentos, políticas e leis que regulam a maneira como as empresas são dirigidas.

O País recebeu 71% dos votos de uma plateia de cerca de 350 investidores reunidos nesta quarta-feira, 9, em Toronto (Canadá) em um painel do encontro anual da Aliança Internacional de Governança Corporativa (ICGN, na sigla em inglês). O restante dos votos foram distribuídos entre China, com 15%, Índia, com 9%, e Coreia do Sul, com 5%.

O ICGN tem 480 membros em 45 países. Os investidores institucionais filiados a entidade administram cerca de US$ 9,5 trilhões em recursos. Entre os membros, está, por exemplo, o CalPERS - fundo de pensão dos funcionários públicos da Califórnia. É o maior fundo de pensão do mundo, com investimentos de US$ 55,2 bilhões em 2009.

(...) José Luiz Osório, ex-presidente da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) (...) atribui a melhora da percepção da governança corporativa do País às reformas microeconômicas realizadas, como as novas regulamentações da CVM, a instituição do Novo Mercado, e as reformas feitas pela Bovespa/BM&F. Segundo ele, as condições macroeconômicas também melhoraram e culminaram com a concessão do grau de investimento para o Brasil pelas agências de rating.