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11 março 2009

Holística

Bernanke defende regulação "holística"
Gazeta Mercantil - 11/3/2009

Nova York, 11 de Março de 2009 - O presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) pediu ontem uma ampla revisão do modo como o governo regula o sistema financeiro para prevenir os derretimentos financeiros futuros. Numa palestra para o Conselho das Relações Exteriores (CFR, na sigla em inglês) em Washington, Bernanke disse que o sistema financeiro necessita ser regulado "como um todo, de uma forma holística" e que a supervisão mais rigorosa dos bancos não será suficiente para proteger contra as crises futuras.

"A regulamentação e a supervisão sólidas e eficientes das instituições bancárias, embora necessárias para reduzir o risco sistêmico, não são suficientes por si mesmas para alcançar essa meta", disse Bernanke.

Ele disse que as deficiências dos sistemas de supervisão do governo e do gerenciamento do risco do setor privado contribuíram para precipitar a crise econômica ao não assegurar que o fluxo de capital estrangeiro nos Estados Unidos fosse investido de forma prudente. Os mercados de crédito congelaram e as economias globais começaram a se contrair no que Bernanke chamou de pior crise financeira desde os anos 30.

Mesmo quando o Fed e outros bancos centrais se empenhavam para restaurar a confiança no sistema financeiro e liberar o crédito, Bernanke disse que os formuladores das políticas públicas tinham de olhar adiante para as mudanças de longo prazo no sistema financeiro.

Bernanke afirmou ainda que eles também têm de examinar o problema das instituições consideradas "grandes demais para quebrar" por causa da função que elas desempenham no sistema mais amplo. Grandes instituições como o Citigroup e a seguradora American International Group (AIG) receberam bilhões em ajuda financeira enquanto o governo procurava evitar o colapso no sistema financeiro. "Na presente crise, a questão das instituições grandes demais para deixar quebrar surgiu como um enorme problema", disse Bernanke.

Especificamente, o presidente do Fed pediu supervisão "especialmente rigorosa" das empresas cujo colapso apresenta ameaça sistêmica para a economia mais ampla, e disse que os reguladores têm monitorar zelosamente a tomada de risco e a estabilidade financeira das grandes instituições financeiras, e que elas devem manter os elevados padrões de liquidez.

Bernanke pediu uma revisão das regras de contabilidade que determinam o modo como as empresas avaliam os ativos - um tema importante quando os bancos avançam com dificuldade sob o peso de títulos lastreados por hipotecas cujo valor subjacente tem caído paralelamente à queda dos preços dos imóveis residenciais. Bernanke disse que as regras contábeis e outras regras financeiras não devem amplificar os altos e baixos naturais dos ciclos dos mercados.

"A revisão adicional dos modelos de contabilidade que determinam a avaliação e a provisão para perdas serão úteis, e podem resultar em modificações das regras contábeis que reduzem seus efeitos pró-cíclicos sem comprometer as metas de divulgação e transparência", disse ele.

Numa sessão de perguntas e respostas depois do discurso, Bernanke disse que não era a favor da suspensão dos modelos de contabilidade marcados a mercado, mas disse que a debilidade nas regras vigentes deve ser identificada e corrigida.

Além disso, Bernanke pediu a criação de uma autoridade para monitorar e supervisionar os ricos amplos e sistêmicos, e disse que os formuladores das políticas públicas têm de reforçar as regras que determinam os pagamentos e as negociações de forma que os mercados financeiros possam atuar melhor sob pressão.

(Gazeta Mercantil/Finanças & Mercados - Pág. 3)(The New York Times)


Não sei qual a razão, mas toda vez que escuto/leio a palavra Holística sinto cheiro de embronação.

Vazamento

Pelo menos cem são suspeitos de vazar balanço da Petrobras
11/3/2009 - Valor Econômico

A Petrobras avalia que pelo menos cem pessoas estão entre as que podem ter sido responsáveis pelo vazamento de informações referentes ao balanço de 2008, divulgado pela empresa no final da tarde da sexta-feira passada. São, entre outros, os técnicos das equipes de contabilidade e de relações internacionais da empresa, membros da auditoria externa e da equipe de tradutores, todos com acesso a todas as fases de elaboração do balanço.

"É uma equipe grande", disse ontem o diretor financeiro da estatal, Almir Barbassa, após fazer a apresentação dos resultados da empresa para analistas e acionistas reunidos pela Associação dos Analistas e Profissionais de Investimentos do Mercado de Capitais do Rio (Apimec-Rio). Sempre falando no modo condicional sobre o ocorrido na tarde de sexta-feira, algumas horas antes da divulgação oficial dos números, Barbassa disse que já está descartada a hipótese de o vazamento ter acontecido no processo de aprovação do balanço pelo conselho de administração, realizado parte com as presenças dos integrantes, parte por videoconferência. A auditoria externa da empresa é a KPMG.

"Não foi por aí, porque o dado que teria vazado era um dado preliminar, do processo de elaboração", disse. Segundo o diretor, os números que lhe foram passados representavam o quadro do balanço na noite de quarta-feira para quinta-feira, mas ressalvou: "Não estou dizendo que o vazamento teria ocorrido de quarta para quinta-feira".

Barbassa mostrou tranquilidade em relação ao ocorrido e não chegou a ser pressionado pelos analistas. "O mais importante é evitar que aconteça de novo, se aconteceu", afirmou. A Petrobras decidiu anteontem formar uma comissão interna para investigar a ocorrência, mas o executivo não soube dizer o prazo que terá para concluir os trabalhos. Ele disse também que até ontem não sabia "exatamente o que vazou".

As preocupações dos analistas durante a apresentação foram mais focadas no baixo lucro operacional da empresa, no forte aumento da dívida e na correlação entre os preços dos combustíveis no mercado interno e no externo. Sobre o lucro operacional, que caiu de R$ 10,8 bilhões no terceiro para R$ 5,04 bilhões no quarto trimestre do ano passado, Barbassa atribuiu à ocorrência de "números não recorrentes" nos últimos três meses de 2008, principalmente resultantes da queda do preço do petróleo no mercado internacional e da variação cambial.

Segundo o executivo, se não existissem essas perdas extraordinárias, como a desvalorização dos estoques provocada pela baixa do óleo no mercado e a perda de economicidade de alguns projetos de exploração e produção de óleo pelo mesmo motivo, o resultado operacional teria sido de R$ 10,8 bilhões, ficando apenas R$ 1,38 bilhão abaixo do número do terceiro trimestre também expurgadas as mesmas rubricas.

Sobre o endividamento líquido da estatal, que cresceu 83% em 2008, passando de R$ 26,7 bilhões para R$ 48,8 bilhões, Barbassa disse que o efeito do câmbio sobre os números em reais foi muito importante (R$ 9 bilhões) e ressaltou que, sendo a Petrobras uma empresa dolarizada, o mais importante é verificar seu endividamento em dólares. Na moeda americana, a dívida cresceu somente 23%, passando de R$ 22,4 bilhões para 27,7 bilhões do final de 2007 para o de 2008.

Barbassa disse que tudo em relação à dívida da Petrobras "está dentro dos planos" e que a atual gestão tem entre os objetivos "manter a empresa dentro de um sólido 'investment grade' (grau de investimento)", condição importante para que as ações da empresa mantenham a atratividade. Ele disse ainda que os números da estatal com base na legislação americana deverão ser divulgados por volta do dia 27 deste mês.

Questionado sobre sua afirmação de que a Petrobras é uma empresa dolarizada, quando 60% da receita vem da venda de óleo diesel, gasolina e gás de cozinha (GLP), produtos cujos preços não estão atrelados ao mercado internacional, o executivo disse que esses preços são também dolarizados, só que no médio prazo e não no curto, como a nafta e o querosene de aviação. Com base no mesmo raciocínio, disse que não há prazo para o reajuste dos preços dos produtos mais vendidos.


Volto a afirmar: fiz uma pesquisa com o volume de negociação da Petrobrás e não constatei nada de anormal.

Balanço da Petrobrás

Sobre o vazamento do balanço da Petrobrás dois dias antes de sua evidenciação, abaixo uma notícia da Folha de São Paulo. É interessante notar que procurei no volume de negociação de alguns dos principais papéis da empresa e não constatei nenhuma mudança significativa no mesmo. Seria então um mistério que uma informação contábil divulgada antes do tempo não tenha propiciado ganhos por parte dos investidores.

Balanço da Petrobras vazou dois dias antes
11/3/2009
Folha de São Paulo

Cem pessoas tiveram acesso antecipado aos dados
ELVIRA LOBATO
DA SUCURSAL DO RIO

O diretor financeiro da Petrobras, Almir Barbassa, disse ontem que dados do mais recente balanço financeiro da companhia, referentes ao quarto trimestre de 2008, vazaram para o mercado financeiro de quarta para quinta-feira, dois dias antes da divulgação oficial havida na sexta-feira à noite.

A companhia constituiu, anteontem, comissão de sindicância para investigar a origem e a extensão do vazamento. Segundo o diretor, mais de cem pessoas podem ter manuseado o relatório preliminar do balanço e originado o vazamento.

A CVM (Comissão de Valores Mobiliários), que fiscaliza o mercado de capitais, está examinando os negócios com as ações da companhia antes da divulgação do balanço.

A empresa teve lucro de R$ 7,4 bilhões no último trimestre, 32% menor do que o apurado nos três meses anteriores. O desempenho foi afetado pela queda do preço do petróleo no mercado internacional.

Barbassa disse ter sido informado sobre o vazamento minutos antes de fazer a divulgação oficial do balanço. O relatório passa pelas áreas de contabilidade, de relações com investidores, por auditores externos e por tradutores, uma vez que é divulgada versão em inglês.

Segundo ele, a companhia não sabe que informações vazaram, mas seriam dados preliminares e não definitivos.

O jornal "Valor Econômico" noticiou, na edição de ontem, que teve acesso na sexta-feira, antes da divulgação oficial, a um relatório de 44 páginas. O texto era praticamente igual ao distribuído pela empresa após o fechamento do pregão.

Descolamento

O vazamento passou despercebido pela Bolsa de Valores e pela CVM, que souberam do ocorrido apenas anteontem.

A Bovespa, segundo sua assessoria, não detectou anormalidade nos negócios com a Petrobras, na sexta-feira, quando o valor das ações ordinárias, com direito a voto, caiu 1,83% e o das preferenciais (sem direito a voto) recuou 1,26%.

Para o analista de investimentos do Banco do Brasil Nelson Mattos, a queda das ações na sexta-feira foi atípica, porque os papéis da Petrobras vinham em alta desde que a empresa divulgou seu plano estratégico, no fim de janeiro.

Há divergência entre os analistas. Para Luiz Otávio Broad, da Corretora Ágora, a queda das ações da estatal foi compatível com as variações na Bolsa.

Safra e Madoff

Os clientes do Safra Group, que estava envolvido em investimentos do fundo de Madoff, podem receber compensação por suas perdas. Entre os clientes, grandes bancos brasileiros, segundo o Financial Times.

Oposição

Anteriormente já postamos a opinião de Forbes, da revista Forbes, sobre marcação a mercado. Ele se opõe e considera uma das causas da crise financeira. Novamente sua opinião:

(...) The most disastrous Bush policy that Mr. Obama is perpetuating is mark-to-market or "fair value" accounting for banks, insurance companies and other financial institutions. (...)

Mark-to-market accounting is the principle reason why our financial system is in a meltdown. The destructiveness of mark-to-market -- which was in force before the Great Depression -- is why FDR suspended it in 1938. It was unnecessarily destroying banks.

But bad ideas never die. Mark-to-market was resurrected by the Financial Accounting Standards Board and became effective in the fall of 2007 (FASB rule 157) to the approval of the Bush administration, its Treasury Department, and the Securities and Exchange Commission. Even as FASB 157 began to take its toll on financial institutions last year, Mr. Bush refused to kill or suspend it. When Congress voiced displeasure last fall, the administration and regulatory authorities made some cosmetic changes, but the poisonous essence remained.

Obama Repeats Bush's Worst Market Mistakes
Steve Forbes - 6/3/2009 - The Wall Street Journal - A13
Mr. Forbes is chairman and CEO of Forbes Inc. and editor in chief of Forbes magazine.

Confusão

(...) Um desses desafios será fazer com que órgãos reguladores locais, acionistas e o Poder Judiciário se acostumem ao modelo International Financial Reporting Standars (IFRS, na sigla em inglês), que traz como um de seus maiores componentes a ampliação drástica do espaço para julgamentos e interpretações nos demonstrativos das companhias. "Vejo a CVM (Comissão de Valores Mobiliários) bastante avançada no entendimento e nos julgamentos das aplicações do IFRS. Mas o Judiciário tem demonstrado ainda não estar preparado para fazer julgamentos baseados em princípios.

Há sempre aquela necessidade de tipificar as decisões em códigos escritos", critica o presidente do Conselho de Administração do Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC), Mauro Cunha.

Na avaliação do executivo, um dos órgãos do Judiciário que tem de se adequar melhor à nova realidade é o conselhinho, vinculado ao Ministério da Fazenda, que permite que decisões tomadas por CVM e pelo Banco Central (BC) sejam revistas.


[sic. uma grande confusão aqui, não?]

Para Teixeira da Costa, o fato de não ocorrer em "céu de brigadeiro" não invalidará as principais vantagens que a adoção do IFRS trará às empresas brasileiras em médio prazo. "O maior benefício será a redução no custo das captações de recursos. O IFRS traz um conjunto de normas que facilitam o entendimento da companhia por todos os agentes de mercado", afirma o especialista.

[Isto naturalmente é um juízo de valor. Acredito não ser possível mensurar isto]
IFRS já traz novos desafios ao mercado

(Gazeta Mercantil/Finanças & Mercados - Pág. 5)(Luciano Feltrin) - 5/3/2009 – Via Análise de Balanço

Livros que você leu e livros que você não leu

Sempre que participo de processos seletivos, gosto de perguntar ao entrevistado sobre um livro que leu. As respostas são diversas. Já teve um período onde a maioria das pessoas indicava Código Da Vinci. Mais recente, predomina O Monge e Executivo. Arte da Guerra também é muito citado. (E como moro em Brasília, livros de concurso, quando o candidato é sincero!)

Uma pesquisa realizada na Grã-Bretanha revela os segredos dos livros e sua leitura. Já sabemos que muitas pessoas mentem quando perguntado sobre o livro que leu e gostou, muitas vezes para impressionar as outras pessoas.

Pois bem, Segundo a pesquisa dois terço das pessoas admitem mentir sobre o assunto, conforme revela uma pesquisa do World Book Day.

O mais interessante é a presença de certos livros entre aqueles citados. Começa a lista com um autor inglês, George Orwell, e o clássico 1984. A lista dos dez mais é a seguinte:

1. 1984 - George Orwell (42%)
2. Guerra e Paz - Leo Tolstoy (31%)
3. Ulisses - James Joyce (25%)
4. Bíblia (24%)
5. Madame Bovary - Gustave Flaubert (16%)
6. Uma breve história do tempo - Stephen Hawking (15%)
7. Midnight's Children - Salman Rushdie (14%)
8. Em busca do Tempo perdido - Marcel Proust (9%)
9. Dreams from My Father - Barack Obama (6%)
10. The Selfish Gene - Richard Dawkins (6%)

Fonte: Poll reveals UK's reading secrets

(Já li 1984 e Ulisses. O primeiro tudo bem; mas acreditar que alguém leu e gostou de Ulisses é difícil.)

Mesmo com esta pesquisa, irei continuar perguntando que livro a pessoa leu. Não para entender ou classificar um candidato, mas dar uma pequena parcela de contribuição para leitura num país de analfabetos.

Gráfico

O gráfico abaixo mostra o histórico do índice P/L da SP 500. Muitas pessoas não gostam deste índice por confrontar uma informação de mercado com outra contábil. Mas a força do gráfico mostra que claramente os sintomos da bolha em 1929, final da década de 60 e a bolha da internet. Observe que os níveis atuais de P/E mostram que o mercado ajustou-se a sua média histórica. Fonte: Aqui

Sorte ou friamente calculado?

Outra fraqueza que se transformou em vantagem durante a crise é a severa lista de exigências para a liberação do crédito no Brasil, que incluem garantias, entradas e altas taxas de juros que elevam o custo do financiamento. Segundo a publicação, isso desencoraja consumidores e empresas a assumirem os "selvagens riscos" que quebraram vários bancos na Europa e na América. "Em vez disso, o crédito no Brasil está suavemente decaindo, e não em colapso".
Brasil é beneficiado por sua indolência
Portal Exame Via Claudia Cruz

Mapa da Proibição de Bebida no Mundo

O mapa abaixo mostra a partir de que idade é permitido o jovem tomar bebida alcoólica. O Brasil está no meio termo.



Clique na imagem para ver melhor.

Fonte: NY Times via MJPerry Blog

Efeitos da IFRS

O primeiro balanço do setor de construção, divulgado ontem pela Camargo Correa Desenvolvimento Imobiliário (CCDI), mostra que o impacto das alterações contábeis no segmento será bastante expressivo e deverá reduzir indicadores importantes, como receita, resultado operacional e a última linha do balanço.

As empresas passam a ter que descontar, de uma só vez, despesas comerciais e de vendas - como gastos com estande e marketing - que antes eram descontados conforme o andamento da obra. Outra mudança importante é o ajuste a valor presente, que inclui, por exemplo, a diferença entre o valor à vista e a prazo de um imóvel, além da contabilização de terrenos.

No caso da CCDI, as novas regras contábeis tiraram R$ 44,9 milhões do lucro anual da empresa por conta, principalmente, da "baixa de despesas comerciais ativadas", que representaram R$ 32,3 milhões, e de "ajustes a valor presente", que somaram R$ 8,6 milhões. (...)
CCDI tem prejuízo com novas regras contábeis
5/3/2009 - Valor Econômico


Conforme afirmei anteriormente, em alguns países onde a IFRS foi adotada o setor imobiliário foi muito afetado pelas normas.

GE

(...) No fim de 2008, a GE informou que havia contabilizado US$ 4 bilhões em perdas não reconhecidas de um total de US$ 37 bilhões investidos em prédios comerciais, ou cerca de 11%. AGoldman Sachs e a Blackstone fiveram, respectivamente, baixas contábeis de 25% e 30% em suas carteiras de investimentos imobiliários.

Se a GE fizesse a baixa de 25% na carteira de investimentos imobiliários, isso teria um impacto de US$ 9 bilhões nos lucros e no patrimônio, disseram analistas do UBS em relatório divulgado na terça-feira. No relatório, os analistas disseram que a GE pode precisar levantar capital adicional, em parte por causa de perdas pendentes da carteira imobiliária. A GE reduziu os investimentos imobiliários, mas aumentou os empréstimos para o setor. Por isso, os ativos imobiliários aumentaram US$ 6 bilhões, ou 8%, no ano passado.

A GE informou que não precisaria marcar a mercado seus ativos imobiliários porque eles são investimentos de longo prazo. Ela tradicionalmente compra propriedades, faz reformas e depois as vende.
(...)

Crise de confiança derruba ações da GE; empresa reage em comunicado
Serena Ng, Paul Glader e Lingling Wei, The Wall Street Journal
5/3/2009 - The Wall Street Journal Americas - 1


Observem a contradição do texto (grifo meu).

Reserva e Crise

Este assunto já foi tratado aqui. Mas é interessante a discussão sobre a reserva para períodos de crise.

Grupo sugere que companhias façam reserva para crises
5/3/2009
Valor Econômico

Transformar a receita de economia doméstica da vovó em regra contábil. A idéia em discussão na elite do universo da contabilidade é como fazer as companhias, especialmente os bancos, pouparem mais em tempos de bonança para terem um colchão de segurança para épocas ruins.

Esse é o assunto que mais tem tomado tempo nos debates do Comitê da Crise Financeira criado em dezembro pelos dois principais reguladores de normas contábeis do mundo, o Iasb, que emite as normas do padrão internacional IFRS, e o Fasb, que cuida das regras americanas.

O objetivo desse grupo, formado principalmente por agentes de mercado que não são contadores, é oferecer um relatório com sugestões ao Iasb e ao Fasb de como a contabilidade pode contribuir para prevenir ou detectar precocemente as crises.

A questão foi parar no universo contábil porque a economia desejada seria feita por meio de uma reserva ou provisão. Hoje, em Nova York, o comitê da crise tratará mais uma vez da questão em seu terceiro encontro, que avaliará a possibilidade de fornecer um pré-relatório para a reunião do G-20 que ocorrerá em abril. A agenda do comitê prevê mais três encontros até julho. (...)

A discussão sobre a economia durante os ciclos positivos, chamada de provisionamento dinâmico ou anticíclico, parte dos reguladores do sistema financeiro e economistas, mas enfrenta forte resistência dos especialistas em contabilidade. A inspiração vem do modelo espanhol. (...)

10 março 2009

Rir é o melhor remédio

Método do tijolo para contratação de funcionários

O método consiste em:

1- Colocar todos os candidatos num galpão.

2- Disponibilizar 200 tijolos para cada um.

3- Não dê orientação alguma sobre o que fazer.

4- Tranque-os lá.

Após seis horas, volte e verifique o que fizeram.

Segue a análise dos resultados:

1 - Os que contaram os tijolos, contrate como contadores.

2 - Os que contaram e em seguida recontaram os tijolos, são auditores.

3 - Os que espalharam os tijolos são engenheiros.

4 - Os que tiverem arrumado os tijolos de maneira muito estranha, difícil de entender, coloque-os no Planejamento, Projeto e Implantação Controle de Produção.

5 - Os que estiverem jogando tijolos uns nos outros, coloque-os em Operações.

6 - Os que estiverem dormindo, coloque-os na Segurança.

7 - Aqueles que picaram os tijolos em pedacinhos e estiverem tentando montá-los novamente, devem ir direto à Tecnologia da Informação.

8 - Os que estiverem sentados sem fazer nada ou batendo papo furado, são dos Recursos Humanos.

9 - Os que disserem que fizeram de tudo para diminuir o estoque mas a concorrência está desleal e será preciso pensar em maiores facilidades, são vendedores natos.

10 - Os que já tiverem saído, são gerentes.

11 - Os que estiverem olhando pela janela com o olhar perdido no infinito, são os responsáveis pelo Planejamento Estratégico.

12 - Os que estiverem conversando entre si com as mãos no bolso demonstrando que nem sequer tocaram nos tijolos e jamais fariam isso, cumprimente- os com muito respeito e coloque-os na Diretoria.

13 - Os que levantaram um muro e se esconderam atrás são do Departamento de Marketing.

14 - Os que afirmarem não estar vendo tijolo algum na sala, são advogados, encaminhem ao Departamento Jurídico.

15 - Os que reclamarem que os tijolos estão uma porcaria, sem identificação, sem padronização e com medidas erradas, coloque na Qualidade.

16 - Os que começarem a chamar os demais de companheiros , elimine-os imediatamente antes que criem um sindicato.


Enviado por André Calvo, grato.

Teste #33

Grau de Dificuldade: **
Partindo de uma letra A, siga as linhas e sem repetir a mesma letra descubra uma palavra vinculada à contabilidade. Todas as letras só podem ser usadas uma única vez e todas as letras serão usadas.



Resposta do Anterior: 1) Sim. Lyra Tavares foi presidente do CFC entre 1946 e 1955. O Chanel 5 foi criado por Gabrielle Bonheur Chanel ou Coco Chanel em 1921; 2) Não, pois Beaver nasceu em 1940 e o incêndio ocorreu em 1937; 3) Não. A batalha de Alcácer-Quibir ocorreu em 1578, quando morre o rei Sebastião de Portugal. Ibn Taymiyyah viveu entre 1263 e 1328 e escreveu no livro Hisba sobre a contabilidade entre os muçulmanos.

Normas Brasileiras de Contabilidade

As grandes mudanças na contabilidade brasileira fizeram com que o capítulo do livro de Teoria ficasse defasado. Aqui uma dica imprescindível do blog Notícias Contábeis.

A partir da Resolução do Conselho, fiz duas figuras para que você, caro leitor, possa entender o que nos espera no futuro com as normas brasileiras de contabilidade. (Se você acha que hoje está confusa, imagine quando as normas estiverem convergindo):



Abaixo, o detalhamento das normas técnicas:



Além destas, existem a Interpretação Técnica (quando a redação da norma técnica ficou muito confusa e ninguém conseguiu entender direito, emite-se uma "interpretação" do texto) e o Comunicado Técnico, de caráter transitório.

Links

Uma analise critica do acordo entre AIG e Tesouro dos EUA

Ego economia em crise também

A questão do copyright no xadrez

Empresas poderão responder por corrupção

Petrobras

Petrobras cria comissão interna para apurar vazamento de balanço
Valor Econômico - 10/3/2009

A Petrobras vai constituir uma comissão interna para apurar vazamento de informações relativas aos resultados do quarto trimestre de 2008.

Desde sexta-feira o mercado está em polvorosa com a divulgação, antes do fechamento do pregão, de uma cópia preliminar com os números do balanço da Petrobras. A companhia inicialmente disse que não tinha conhecimento de nenhum vazamento de dados, mas ontem à noite informou que criou uma comissão de sindicância.

A circulação dos números da maior empresa brasileira com o pregão ainda em funcionamento causou espanto em alguns analistas, que ainda esperavam a divulgação oficial do balanço. Eles ficaram ainda mais perplexos quando confirmaram que os números preliminares batiam com os oficiais.

Um e-mail com o balanço preliminar da Petrobras rapidamente correu o mercado na sexta-feira e, antes do fechamento da Bovespa, às 18h, bancos, corretoras e gestoras de recursos de terceiros já sabiam o resultado da companhia no quarto trimestre e no ano inteiro de 2008.

Na própria sexta, o Valor teve a informação do vazamento e procurou a direção da companhia, que só se pronunciou ontem à noite sobre o assunto. O material que vazou, do qual o Valor teve acesso, possui 44 páginas, com todos os dados sobre o desempenho da companhia e até a carta com os comentários do presidente, José Sergio Gabrielli de Azevedo.

O texto é praticamente o mesmo do que foi divulgado após o fechamento da Bovespa, mas todas as páginas possuem uma espécie de marca ao fundo com a palavra "preliminar". O documento também mostra que alguns ajustes ainda seriam feitos, como as remissões de uma página para outra.

Ontem a Petrobras divulgou uma nota informando que constituiu comissão interna para apurar o vazamento de informações dos resultados. Um profissional de mercado disse ao Valor que recebeu o e-mail de outro profissional às 17h20. Há relatos de profissionais do mercado de que o material começou a circular a partir das 16h, duas horas antes do fechamento do pregão.

O Valor apurou que pelo menos um analista notificou a Petrobras sobre a existência do documento, enviando cópia para a área de relações com investidores no próprio dia. Na sexta, as ações ordinárias (com direito a voto) da companhia caíram 1,83% e as preferenciais (sem voto), 1,26%.

Remuneração e executivos da Merrill no Brasil

Merrill Lynch fez aposta cara no Brasil quando mercado engasgava
Antonio Regalado, The Wall Street Journal
10/03/2009

No início do ano passado, a Merrill Lynch & Co. apostou pesado no Brasil quando atraiu um ex-banqueiro de investimentos do UBS Pactual, Alexandre Bettamio, e nove outros especialistas em fusões no país, oferecendo-lhes milhões em bônus garantidos. Bettamio recebeu pelo menos US$ 7 milhões, segundo pessoas a par da questão.

Mas os banqueiros de investimentos da Merrill na América Latina, incluindo Brasil, México e Argentina, geraram receita de uns US$ 50 milhões até o fim de dezembro, enquanto criaram pelo menos US$ 100 milhões em despesas, a maioria ligada a salários, disse uma pessoa familiarizada com os resultados. A Merrill não quis comentar os números.

Embora esses valores sejam só uma gota no prejuízo total de US$ 27,6 bilhões da empresa em 2008, o revés é um raro exemplo de banqueiros de investimento que custaram a seu empregador mais do que renderam. Os bônus também mostram como a Merrill estava disposta a pagar agressivamente por talento, enquanto conduzia seu ambicioso plano de expansão fora dos Estados Unidos, num período em que já contabilizava perdas gigantescas com suas operações.

Durante o boom do mercado, os bônus pré-estabelecidos e outras mordomias eram oferecidos rotineiramente pelas firmas de Wall Street que tentavam incrementar suas operações ao redor do mundo. A Merrill não foi considerada especialmente esbanjadora, mas o pagamento em torno de US$ 3,5 bilhões em bônus durante seus últimos dias como uma empresa independente lançou uma luz nada lisonjeira sobre seu sistema de remuneração. A Merrill fez acordo para ser comprada pelo Bank of America Corp. em setembro, mas agora seus bônus, pagos em dezembro, estão sendo investigando pelo procurador-geral do Estado de Nova York, Andrew Cuomo.

Entre os executivos da Merrill intimados por Cuomo está Andrea Orcel, o principal banqueiro de investimentos da Merrill, que teve um papel crucial nas contratações brasileiras. O ex-presidente John Thain também considerava o Brasil como uma das oportunidades de crescimento mais promissoras para a empresa.

"As perspectivas de crescimento fora dos EUA na verdade são melhores do que nos EUA, e não há motivo para não lucrarmos com isso", disse Thain em janeiro de 2008.

Para atrair os dez banqueiros brasileiros, oriundos principalmente do UBS Pactual e do Credit Suisse Group, a Merrill ofereceu pagamentos garantidos, que recrutadores e pessoas a par das operações da firma acreditam estar na faixa de US$ 50 milhões a US$ 60 milhões em dinheiro e ações.

Uma porta-voz da divisão do Bank of America que inclui a Merrill disse que a empresa não comenta sobre os bônus, mas que as operações latino-americanas foram de modo geral lucrativas em 2008. "A Merrill Lynch obteve na América Latina o segundo ano mais lucrativo da sua história, e o Brasil foi o que mais contribuiu para esse feito", disse a porta-voz.

Uma chuva de subscrições para ofertas iniciais de ações ajudou a transformar São Paulo num dos mercados mais lucrativos do mundo para bancos de investimentos, em parte por causa da falta de gente talentosa. Em 2007, os salários na versão local de Wall Street, a Avenida Brigageiro Faria Lima, tinham subido de 20% a 30% mais do que cargos equivalentes em Nova York, segundo recrutadores.

A Merrill não foi a única empresa a oferecer salários polpudos no Brasil. Mas nenhum concorrente se expandiu tanto nos dias da alta do mercado. "Esses valores eram realistas para o mercado daquele momento", diz Ademar Couto, consultor de capital humano da firma de recrutamento Ray & Berndtson Group em São Paulo. "Hoje em dia, estão totalmente fora da realidade."

Segundo um memorando interno da Merrill, a "expansão de larga escala na equipe" deveria revigorar os negócios da Merrill e "prejudicar" as operações dos dois bancos suíços, que estão entre os maiores do mercado brasileiro de banco de investimentos. Nos anos 90, a Merrill tinha um papel importante no país, mas perdeu mercado quando ficou fora da onda de aberturas de capital de empresas de médio porte.

Ainda em setembro, a Merrill continuava a elogiar Bettamio e sua turma, incluindo Adriano Borges, um especialista em fusões no setor imobiliário que foi recrutado quando trabalhava no Credit Suisse. A equipe foi elogiada por Thain e o presidente do Bank of America, Kenneth Lewis, pouco depois de o banco americano, sediado em Charlotte, na Carolina do Norte, anunciar a aquisição da Merrill.

Mas a expansão das operações brasileiras da Merrill não poderia ter ocorrido num momento pior. Quando a equipe de Bettamio chegou, o mercado de abertura de capital no Brasil estava praticamente paralisado.

No fim do ano passado, a Merrill tinha perdido ainda mais brilho na região. Para todo o ano, ela caiu para a décima colocação ou pior em operações latino-americanas com dívidas, ações ou fusões e aquisições, segundo a Thomson Reuters. No Brasil, a Merrill foi responsável por apenas US$ 330 milhões em novas operações com ações, ficando em 14º lugar, com uma participação de 1,8% do mercado. Em 2007 a Merrill estava em 5º.

Também não ajudou que a Merrill teve se retirar da abertura de capital, em junho, da petrolífera OGX Petróleo e Gás Participações SA, depois que o analista de petróleo e gás da firma em Nova York desconfiou da polpuda avaliação para a empresa, de US$ 22 bilhões. Isso custou à Merrill cerca de US$ 30 milhões em comissões.

Apesar dos resultados ruins, a Merrill ainda devia milhões em bônus garantidos, o que provocou dificuldades para pagar outros executivos. Bettamio, que agora chefia as operações da Merrill no Brasil, não devolveu dinheiro nenhum de seu bônus, disseram pessoas a par da situação. Mas, depois que a Merrill cancelou as festas de fim de ano para economizar, Bettamio e outros pagaram do próprio bolso uma festa no Cafe de la Musique, um restaurante da moda em São Paulo.

O Bank of America afirmou que ainda espera que as contratações brasileiras deem o devido retorno à firma. "Contratamos a equipe com um plano de longo prazo em mente, e estamos satisfeitos porque eles estão atendendo às nossas expectativas", disse um porta-voz. "Nosso compromisso é continuar construindo nossa marca e nossa capacidade no Brasil."

(Colaborou Susanne Craig)

IFRS no Brasil 6

Desafio com normas novas é contínuo no IFRS
Valor Econômico - 10/3/2009

É um caminho sem volta e sem fim. A decisão do Brasil de harmonizar o padrão contábil com o internacional IFRS demandará estudos contínuos do tema. E o desafio com mudanças de regra não terminará tão cedo. Talvez em 2014.

Logo depois que o país terminar a emissão das normas locais baseadas nos princípios do padrão internacional - o que deve acontecer em 2010 -, começarão os trabalhos para convergência do padrão americano US Gaap ao IFRS, que devem ir de 2011 até 2014.

Gregory Gobetti, sócio da Ernst & Young, lembrou que, quando chegar a vez dos Estados Unidos, as normas do IFRS serão reeditadas para buscarem a união das orientações das duas contabilidades. "Estamos aprendendo algo que está mudando", completa Paul Sutcliffe, sócio líder no padrão internacional IFRS da firma no Brasil.

Nelson Carvalho, diretor da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas, Atuariais e Contábeis (Fipecafi-USP), ressaltou o contínuo processo de discussão sobre as normas e os desafios da adoção, durante debate promovido pela escola, em conjunto com a Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac). "Não é um processo fácil, nem rápido e nem sem reação."

Geraldo Toffanello, diretor contábil da Gerdau, que optou por adotar antecipadamente o padrão IFRS - desde o balanço anual de 2007 - enfatiza a necessidade da presença do contador nas definições da administração. "Ele precisa estar na ponta das decisões." E destacou a necessidade de os profissionais da área se manterem atualizados sobre as discussões no Brasil e em âmbito internacional.

Contabilidade e Vivo

El control de Vivo, más fácil para Telefónica
Expansión - 10/3/2009 - GENERAL - 14
I.C./J.M. Madrid

El tiempo corre a favor de Telefónica en su interés por controlar Vivo, el líder del mercado brasileño de telefonía móvil. La operadora española, que comparte, al 50% con Portugal Telecom (PT), el control sobre el accionariado de Vivo, ha visto como la operadora portuguesa rechazaba sistemáticamente las ofertas de la española para hacerse con su participada.

Enorme influencia

Es normal. Cada vez más, Vivo, con sus casi 45 millones de clientes de telefonía móvil (frente a los 6,9 millones que PT tiene en Portugal), supone el yacimiento de crecimiento del grupo portugués, con un peso sobre la compañía lusa mucho más importante que el que tiene en el consolidado del gigante español. Y un peso creciente, además.

En 2008, los ingresos que PT se apuntó procedentes de Vivo, 3.040 millones de euros, representaban el 45% de los ingresos totales del grupo, de 6.734 millones, lo que supone una notable subida sobre el 40% que suponían hace un año. Lo mismo ocurre con el ebitda, donde la participada brasileña aportó el 34% de los ingresos en 2008, frente al 25% en 2007. Cinco puntos más que el año anterior.

Pero esta situación puede cambiar dramáticamente, beneficiando los intereses de la española. A partir de 2010 está previsto que se apliquen nuevos cambios en las normas internacionales de contabilidad (IFRS) que impedirían que tanto PT como Telefónica pudiesen aplicar una consolidación proporcional de Vivo como realizan hasta ahora al poseer el control conjunto de la compañía. En ese caso, tendrían que aplicar una consolidación por puesta en equivalencia, lo que mantendría la consolidación de los resultados pero haría desaparecer la aportación de Vivo en los ingresos y el ebitda. Ese golpe no sólo reduciría a la mitad el tamaño actual de PT, sino que, de rebote, reduciría drásticamente la importancia que el grupo brasileño tiene para la operadora portuguesa, que ya no se beneficiaría de su crecimiento excepto en los beneficios. En ese caso, y con un grupo cuyo endeudamiento y compromisos globales están por encima de tres veces ebitda, la posibilidad de que PT optase por la venta de Vivo sería más alta.


Grifo meu.

Brasil e a crise

Conforme um estudo recente da Organization for Economic Cooperation & Development (OECD) o Brasil pode ser o único entre as 34 grandes economias que evitará a recessão em 2009. Enquanto os EUA debatem se deve nacionalizar os bancos, os [bancos] brasileiros permanecem relativamente bem. Empresas de petróleo no mundo todo reduzem investimentos, mas a empresa estatal Petrobras vai adiante, com um plano de expansão de 174 bilhões de doláres.

Fonte: Carpe Diem

Desculpas

No processo de implantação da IFRS é sempre interessante acompanhar as empresas justificando seu resultado pela adoção da nova norma. Eis um exemplo inglês:

Aviva: Pérdida neta 7.710m libras 2008, por nuevo método contable
Dow Jones en Espanol - 5/3/2009
Vladimir Guevarra

LONDRES (EFE Dow Jones)--Aviva PLC (AV.LN), la mayor aseguradora del Reino Unido por capitalización de mercado, indicó el jueves que en 2008 sufrió una importante pérdida debido a que utilizó un nuevo método de contabilidad.
Aviva utilizó el valor intrínseco coherente con el mercado, o MCEV por sus siglas en inglés. Ajustado a este nuevo tipo de contabilidad, Aviva sufrió una pérdida de 7.710 millones de libras en 2008 frente a un beneficio neto de 1.950 millones de libras en 2007.

Bajo el método contable anterior, las Normas Internacionales de Información Financiera, la pérdida de Aviva en 2008 habría sido menor, de 885 millones de libras, frente a un beneficio neto de 1.500 millones en 2007.

El beneficio de explotación creció un 10% a 3.360 millones de libras en 2008, según el estándar MCEV, frente al beneficio de 3.060 millones de libras del año anterior.
El valor intrínseco es un nuevo método contable que cada vez más aseguradoras europeas utilizan porque tiene en cuenta los riesgos de las inversiones y utiliza tasas de rentabilidad más "coherentes con el mercado", frente a otros métodos contables, que utilizan tasas de rentabilidad más basadas en sus propias estimaciones.

Las acciones de la compañía abrieron la sesión con un descenso del 2,1% tras anunciar la pérdida.

Moeda

Um pequeno comentário num texto do Valor Econômico sobre a AB-Inbev poderá trazer grandes conseqüências a médio e longo prazo para empresa:

A companhia trocará o euro pelo dólar como moeda de contabilidade do balanço, porque a maior parte de seu fluxo de caixa agora é na divisa americana.
AB-InBev cresce nos EUA e recua na Rússia – 6/3/2009 - Valor Econômico


Isto é coerente com as normas internacionais do Iasb, mas pode afetar a comparação e os resultados da empresa. Observe que pelos Princípios Fundamentais de Contabilidade a moeda das demonstrações deve ser o Real. Mas o Brasil adotou as normas internacionais, que exige o uso da moeda de maior volume de transação. O que fazer?

Importância dos comerciais

Os cientistas estão concluindo que os comerciais tornam o habito de assistir televisão mais agradável.

Numa experiência da New York University, com 87 alunos de graduacao que assistiram um episódio de um seriado denominado Taxi, metade o fizeram com comerciais e a outra metade sem propaganda.

O resultado mostra que pessoas gostam de coisas quando existem pausas forcadas. E o efeito não esta limitado a televisão.

Fonte: Science: You Love Commercials, por Hamilton Nolan

Recado ao BACEN

Presidentes, primeiros-ministros e príncipes muçulmanos conclamaram ontem o mundo islâmico a adotar práticas financeiras para superar a crise global e instou bancos islâmicos realizar "trabalho missionário", no oeste de promover o sharia bancário.

Quase todos os oradores na abertura do quinto Fórum Econômico Mundial Islâmico (WIEF) em Jacarta lamentaram os excessos do "irresponsável e não regulado mercado financeiro ocidental" para o desencadeamento da crise, e consideraram o sharia bancário como a abordagem para um sistema financeiro global mais estável.

(...) Instituições financeiras islâmicas não pagam juros e exigem operações de ser sustentada por ativos reais. Seus ativos compreendem apenas alguns por cento da indústria bancária mundial, mas têm sofrido menos do que os seus homólogos convencionais por não usar de subprime ou complexos produtos estruturados.

Susilo Bambang Yudhoyono, o presidente indonésio, disse a 1550 delegados de 36 países islâmicos que "agora devemos ser capaz de assumir um papel de liderança". "Banqueiros islâmicos devem, portanto, fazer alguma obra missionária no mundo ocidental para promover o conceito da sharia bancário (...)”

Standard & Poor's, agência de notação, disse na semana passada que, embora as instituições financeiras islâmicas tenham fortes perspectivas de longo prazo, o futuro imediato era incerto. (...)


Islamic banks urged to show west the sharia way forward
John Aglionby in Jakarta - 3 March 2009 - Financial Times - USA Ed1 - 03

Imparidade

(...) Quando uma empresa adquire outra, o preço tende a ser superior ao valor dos ativos fixos, tais como os edifícios e equipamentos de escritório, que ela adquire.

A diferença entre os dois valores é o goodwill,, que as empresas devem testar a imparidade pelo menos uma vez por ano no âmbito das normas de contabilidade.

Estas baixas tornaram-se banais depois do colapso da bolha das telecomunicações em 2001, quando as empresas que pagou preços estratosféricos por acordos de compra ficaram com um monte goodwill em seus balanços.

Até agora, muitas empresas que fizeram aquisições entre 2006 e 2007 têm sido capazes de mascarar o fato de que elas podem ter pagado demais por ativos devido à alta contínua das cotações das ações.

Mas esta camuflagem tem sido afastada pelo declínio acentuado nos mercados acionários mundiais. Liderando os índices de quase para metade nos últimos anos, forçando as empresas a rever as suas previsões sobre o valor destas ofertas.

(...) Esta era a defesa que a Akzo Nobel deu acionistas no mês passado, quando contabilizou € 1.2 bilhões de baixa relacionadas com o goodwill da sua aquisição da ICI, que foi comprada por £ 8.1 bilhões em 2007com 45 por cento de prêmio.

"O mundo mudou desde 2007", disse a Akzo aos acionistas. "Compramos a ICI por muito boas razões estratégicas e não compramos com passivo. Portanto, pedimos desculpas pela compra? Claro que não.”

(...) Talvez uma das mais graves implicações da baixa contábil é o impacto que pode ter sobre contração de empréstimo, quando o crédito é tão escasso.

Muitos desses acordos contêm convênios ligados à contabilidade dos lucros e patrimônios líquido, e baixa de goodwill têm uma relação direta, com efeitos sobre os dois.

Aggressive M&As of boom years leave huge goodwill writedowns
Lina Saigol - 3 March 2009 - Financial Times - Asia Ed1 - 18

Finanças Comportamentais e Neoliberalismo

Constantemente tenho lido que finanças comportamentais se opõem o liberalismo (de Smith e Friedman). Veja o seguinte texto:

Além disso, nesta década, economia comportamental tem desafiado a presunção neoliberal de que as pessoas fazem decisões econômicas racionais. Análise comportamental aplica a psicologia e a sociologia para dizer que não - ou não sempre. Se eles fizeram, não haveria qualquer habitação e bolha de ativo.
POLITICS : On a Hide-ing To Nothing
1/3/2009 - Management Magazine - 27 - Colin James

Parece simplista uma vez que Thaler defende em Nudge o liberalismo orientado por ações do Estado.

09 março 2009

Rir é o melhor remédio


Fonte: Aqui

Teste #32

Grau de Dificuldade: **
1. Paulo Lyra Tavares, ex-presidente do CFC, poderia ter comprado o Channel 5?
2. William Beaver acompanhou as notícias no rádio sobre o incêndio Hindenburg em New Jersey?
3. Ibn Taymiyyah soube da batalha de Alcácer-Quibir?

Resposta do Teste anterior: Alemão, contabilidade

Derivativos

Em primeiro lugar o adjetivo "tóxico" nem sempre é apropriado para o uso indiscriminado que vivenciamos. O uso do derivativo, se bem empregado, auxilia a distribuição do risco entre os diversos players de mercado ao possibilitar que as empresas comprem proteção contra, o que é chamada de forma simplista, uma indesejada e imprevisível variação de um determinado ativo e/ou índice. Assim, ao adentrarmos sob o aspecto contratualista dessas operações de swap, hedge, opções etc., nos deparamos, a priori, com um contrato tipicamente de risco, ou seja, a companhia, face à variação do dólar, por exemplo, poderá ou não lucrar.

Derivativos 'tóxicos' e responsabilidade de administradores
Marcelo Freitas Pereira e Walter Roberto Plaza Junior - 3/3/2009 - Valor Econômico

Mercado acionário e economia

Antiga bola de cristal, bolsa vira termômetro do medo
Justin Lahart, The Wall Street Journal
3/3/2009 - The Wall Street Journal Americas - 1

Durante os anos 90, o mercado de capitais dos Estados Unidos ganhou a reputação de bola de cristal. Como representação da sabedoria de milhões de investidores, sua capacidade de prever o rumo da economia parecia superar todas as demais previsões.

Depois da bolha da Internet, época em que a ação da agência de viagens online Priceline.com subiu tanto que passou a valer mais que a soma de todas as grandes empresas aéreas americanas, o mercado deixou de ser visto como um oráculo. E, nos últimos tempos, as altas e baixas desenfreadas revelam confusão, e não mensagem. Nos anos 90, a Média Industrial Dow Jones subiu ou caiu 2% em 91 dias. Só no ano passado, houve mais de 80 oscilações como essas.

Mas, em meio ao pior declínio econômico em pelo menos uma geração, uma recuperação das bolsas — por mais que essa possibilidade pareça afastada depois da forte queda de ontem — pode ser um sinal especialmente bom.

As bolsas são mais do que simplesmente uma medida da expectativa do investidor; elas são uma medida de confiança. Numa época em que a maior parte dos males da economia reside na crise de confiança, em que tanto os consumidores quanto os empresários estão tão inseguros quanto ao futuro que cortam despesas até o osso, a alta das ações seria um importante sinal de que a maré virou. Mais que isso, bolsas em alta podem ser, por si só, um importante estimulante da confiança.

O pensamento reinante de que as ações são o principal indicador do rumo da economia americana baseia-se na idéia de que os investidores monitoram incansavelmente a lucratividade das empresas. "Da mesma forma que a lucratividade de uma empresa revela alguma coisa sobre a economia, o mercado de ações pode ser um sinal", disse o economista Frederic Mishkin, da Columbia Business School.

Em quase todos os 11 declínios econômicos dos Estados Unidos desde a Segunda Guerra Mundial, a Média Industrial Dow Jones atingiu seu ponto mais baixo da recessão e começou a subida seis meses antes do início da recuperação da economia.(A grande exceção foi a recessão de 2001, quando o mercado de ações só atingiu o fundo do poço quase um ano depois do começo da recuperação). Geralmente, os investidores ficam ansiosos para comprar papéis antes da recuperação econômica porque, quando eles sobem depois de uma recessão, os ganhos são consideráveis.

Agora, claro, muitos investidores estão simplesmente ansiosos. O valor atual das ações já não reflete a lucratividade de longo prazo, disse o presidente do Federal Reserve, o banco central dos EUA, Ben Bernanke, em depoimento na Comissão de Finanças da Câmara, mas apenas "as atitudes do investidor sobre risco e incerteza, que estão agora em níveis muito altos".

Grande parte da insegurança do investidor se deve ao desconhecimento quanto ao destino dos bancos. Os investidores ainda não sabem exatamente que bancos vão quebrar, ser incorporados pelo governo ou transferidos para os credores, e qualquer dessas opções vai prejudicar os acionistas. Como resultado, as ações dos bancos já não refletem tanto as expectativas de lucros futuros, mas sim as apostas de que este ou aquele irá sobreviver. Isso fez com que as ações flutuassem amplamente. E, como as empresas financeiras estão na base da crise de crédito, quando elas entram em turbulência o resto do mercado reage.

Mesmo para famílias americanas que não têm nenhuma exposição às bolsas — cerca de metade delas —, o mercado de ações é importante. Um estudo feito em 1999 pela economista do Fed Maria Ward Otoo mostra que mudanças nos preços da ações afetaram a confiança das famílias consultadas na pesquisa do índice de confiança do consumidor feita da Universidade de Michigan, independentemente do fato de terem investimentos ou não. Ela concluiu que os consumidores usam o mercado de ações como um indicador de tendência de seus salários.

O mercado de ações também influencia o comportamento das empresas. Em discurso no mês passado, o ex-presidente do Fed, Alan Greenspan, explicou como chegou à conclusão, no final da década de 50, de que mudanças na cotação das ações levaram a mudanças nas compras de equipamentos pelas empresas. Ele atualizou a análise há pouco tempo e concluiu que a correlação entre ações e gastos das empresas com equipamentos continua a existir.

"Uma recuperação do mercado de ações liderada pelo fim do medo pode muito bem ser o momento de virada da atual crise", disse ele. "A questão, claro, é saber quando."

Em agosto de 1982, durante o que até agora parece ter sido o declínio mais profundo desde a Grande Depressão, o "quando" a que Greenspan se referiu aconteceu no momento em que o Fed cortou a taxa básica de juros, sinalizando que sua luta contra a inflação estava encerrada. As ações dispararam e continuaram em alta, apesar do acúmulo de más notícias sobre a economia e das reclamações dos analistas de mercado de que os avanços não tinham sentido. Em novembro daquele ano, a recessão acabou.

Provisão para tempos ruins


Reguladores estão esperando o desenvolvimento de alguma forma da “provisão dinâmica” para forçar bancos a manter fundos nos tempos bons para ajudá-los nos ruins. Mas contadores estão preocupados em como isto pode afetar seriamente a transparência das contas dos bancos.

IASB warns on capital reserve plans - Jennifer Hughes 24/2/2009 - Financial Times - Asia Ed1 - 14

Buffett e a Marcação a Mercado

Todd Sullivan, em Buffett Endorses 'Mark-to-Market' as a Producer of Ways to Profit, discute a posição do famoso investidor em relação a marcação a mercado. Na apresentação das demonstrações da sua empresa Buffett afirma que “nos endossamos a contabilidade marcada a mercado”. O mesmo Buffett afirma que melhorar a transparência, um remédio favorito dos políticos, comentaristas e reguladores financeiros - não resolve os problemas com derivativos. Para Buffett não existe mecanismo para descrever e mensurar os riscos dos complexos derivativos. Por isto, segundo Buffett, auditores não pode auditar estes contratos e reguladores não podem regulá-los.

Buffett, segundo conclui Sullivan, acredita que marcação a mercado produz ineficiências no mercado, dando exemplo de um mesmo título que produz diferentes resultados.

Frase

Cerca de 70% das recolocações de profissionais que ocupam cargos de alto nível hierárquico ocorre por meio de networking, isto é, graças à rede de contatos pessoal de cada um. A afirmação é da gerente de consultoria da Ricardo Xavier Recursos Humanos, Renata Perrone.

Sete em cada dez contratações começam na rede de contatos
2/3/2009 - Gazeta Mercantil
Caderno D - Pág. 7 - João Paulo Freitas

IFRS no Brasil 5

Mudança atinge setor de construção em cheio
Valor Econômico - 9/3/2009

A expectativa é grande. Dos analistas, dos investidores, dos concorrentes. A safra de balanços do setor de construção civil - o mais afetado pelas novas regras contábeis - nunca foi tão esperada como agora. Pelo que já mostrou o único balanço divulgado até o momento, da Camargo Correa Desenvolvimento Imobiliário (CCDI), e pela previsão dos analistas e das próprias incorporadoras, deve haver uma mudança significativa nos demonstrativos financeiros do quarto trimestre e, consequentemente, do ano de 2008. A projeção é de redução de receita, de margem, do resultado operacional e da última linha do balanço.

As mudanças mobilizaram o setor, que vem se reunindo há pelo menos três meses. A preocupação é grande, sobretudo em um momento de queda das vendas. O maior temor é que as alterações contábeis sejam interpretadas como consequência da crise. Para divulgar balanços "homogêneos" que permitam que os analistas usem os parâmetros antigos para avaliar os balanços - as grandes construtoras de capital aberto fizeram um acordo. Irão publicar os resultados pelas normas antigas e pelas novas, ambos comparáveis com os períodos anteriores.

Analistas consultados pelo Valor disseram que irão avaliar os números pelas regras antiga, até porque as projeções que fizeram contemplam ao modelo anterior de balanço. Só depois que forem divulgados todos os relatórios é que os analistas devem começar a fazer as suas avaliações pelas novas regras. Isso porque ainda há muitas dúvidas, inclusive das próprias incorporadoras.

A principal e mais discutida questão - e justamente a que vai mais impactar os resultados - é o ajuste a valor presente das contas a pagar e a receber. O efeito desse tipo de cálculo no setor de construção é expressivo porque o ciclo é longo e as vendas são feitas a prazo. Sem saber exatamente que taxa usar ou que fórmula usar, as incorporadoras começaram a se reunir no final do ano passado.

Depois de mais de dez encontros, inúmeros telefonemas e e-mails trocados entre as áreas de controladoria das empresas, há cerca de quinze dias, as empresas definiram uma fórmula comum. Em linhas gerais, ficou definido que a metodologia usada será a taxa média de captação do financiamento à produção - que pode variar de TR mais 11% a TR mais 13%, descontado a inflação, medida pelo IPCA. As empresas escolheram o IPCA no lugar do INCC (Índice Nacional da Construção Civil) porque não há previsão futura do índice. Os apartamentos já entregues não serão ajustados a valor presente. "Ficou acertado assim, porque os juros já estão definidos", explica Eduardo Cytrynowicz, diretor de finanças corporativas da Even. Depois da entrega das chaves, os juros contratuais são de IGPM mais 12% ao ano.

No caso da CCDI , por exemplo, as novas regras contábeis tiraram R$ 44,9 milhões do lucro anual da empresa, de R$ 96,7 milhões para R$ 51,7 milhões. No quarto trimestre, a empresa teve prejuízo líquido de R$ 8 milhões e, pelas regras anteriores, teria apresentado lucro de R$ 1,6 milhão. No trimestre, o impacto é maior porque os ajustes do ano todo recaem sobre os três últimos meses. "É preciso analisar os números com cuidado", afirma Zeca Grabowsky, presidente da PDG Realty. "Os resultados do quarto trimestre serão afetados, mas não podem ser projetados para os próximos trimestres", acrescenta. Os executivos também frisam que as mudanças são contábeis e o desempenho operacional não muda.

Ainda que as empresas estejam procurando uma forma de se alinhar, a avaliação do setor e de analistas sobre as alterações é muito positiva. "Muitos investidores estrangeiros não gostam do setor imobiliário no Brasil porque os balanços são muito diferentes. No México é muito mais uniforme", diz um analista que acompanha o segmento. Para o diretor da Even, o mais positivo é que os balanços passam a ser comparáveis. "Havia alguma variações e interpretações importantes", acrescenta. "O balanço deixa de ser estático", avalia Leonardo Correa, diretor de relações com investidores da MRV.

Além do impacto do ajuste a valor presente, as incorporadoras têm ainda uma mudança contábil específica: as empresas passam a ter que descontar, de uma só vez, despesas comerciais e de vendas - como gastos com estande, propaganda e apartamentos decorados - que antes eram contabilizadas conforme o andamento da obra.

No Brasil, os balanços do setor acompanham o desenvolvimento das obras, modelos mais conhecido pela sigla em inglês POC, que significa percentual de conclusão. "O POC é bom no sentido de dar uma indicação de resultado. Não é preciso esperar o final do ciclo para saber se a empresa ganhou ou perdeu dinheiro", diz Correa, da MRV. A empresa definiu que, além de divulgar o balanço pelas novas regras, também continuará usando a metodologia antiga, pelo chamado POC.

Na avaliação de Henrique Campos, auditor diretor da BDO Trevisan, as mudanças para o setor devem ser ainda maiores a partir de 2010, quando o Brasil alcançar a convergência plena com o padrão internacional IFRS. Ele explica que, no padrão internacional, o negócio da incorporadora é entendido como uma atividade mercantil comum. Logo, as companhias irão contabilizar as receitas conforme a transferência do imóvel para o novo proprietário, o que caracterizará a venda efetiva do bem. Esse regime é conhecido pela expressão "chave na mão". Os especialistas têm até mesmo dificuldade de estimar os impactos sobre os resultados, uma vez que será uma grande mudança de conceito. (Colaborou Graziella Valenti)


Em outros países que adotaram a IFRS, o setor de construção civil foi um dos que apresentaram maiores diferenças. Atenção para este setor.

IFRS no Brasil 4

Para mercado, balanço de 2008 será marco zero
Valor Econômico - 9/3/2009

O desafio da nova linguagem contábil está apenas começando para os analistas de investimento. Além de emitir opiniões sobre a qualidade dos dados do tumultuado quarto trimestre, os profissionais terão que projetar os próximos resultados já de acordo com as novas normas.

Os reguladores permitiram que as empresas fizessem apenas o balanço de 2008 de acordo com a lei nova, sem necessidade de trazer a base de comparação pelo mesmo critério. Daqui para frente, os trimestrais serão também de acordo com as 16 normas emitidas pelo Comitê de Padrões Contábeis ao longo de 2008.

"Para nós será o balanço anual de 2008 será base zero. Perdeu-se o histórico", contou Lika Takahashi, chefe de análise da Fator Corretora. Ela explicou ainda que os analistas da corretora fizeram treinamento sobre as mudanças. No entanto, a aplicação prática é muito diferente e não havia como estimar quais seriam os efeitos.

De acordo com Lika, o desafio do analista é ainda maior quando se trata de companhia com efeitos sazonais. Isso porque não dá para saber como será agora de acordo com os novos padrões.

Na maioria dos casos, as companhias fizeram os comentários de desempenho sobre os balanços excluindo os ajustes da trazidos pela nova lei, prejudicando o papel educacional da adoção inicial das regras.

Segundo Sérgio Citeroni, sócio da auditoria da Ernst & Young, essa foi a preferência porque os balanços deste ano não têm a comparação. Logo, ficaria ainda mais difícil fazer a análise sem essa opção.

Além da projeção, a dificuldade de comparação deve persistir nas demonstrações financeiras trimestrais de 2009, já que as de 2008 foram feitos de acordo com o padrão antigo.

Para os analistas, o refresco virá só no próximo ano. Em 2009, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) planeja a emissão de mais 28 pronunciamentos contábeis, até setembro. Porém, eles serão aplicados apenas a partir dos trimestrais de 2010 e com apresentação dos dados comparativos.

As demonstrações anuais de 2009 seguirão rigorosamente as mesmas normas usadas para o do ano passado. "Portanto, serão comparáveis", enfatizou Eliseu Martins, diretor da autarquia, durante o anúncio, em dezembro, do cronograma de trabalhos deste ano.

IFRS no Brasil 3

Confusão contábil prejudica análise de balanços de 2008
Valor Econômico - 9/3/2009

O Pão de Açúcar divulgou e explicou um lucro de R$ 281 milhões em 2008. O ganho que ficará em seus registros históricos será, porém, de R$ 260 milhões, segundo as novas regras contábeis adotadas a partir dos balanços anuais de 2008. Assim como a rede varejista, quase todas as grandes empresas do mercado - entre aquelas que já divulgaram seus números - ofereceram ao leitor, no mínimo, dois dados de lucros. Há casos de três e até quatro resultados. A Petrobras divulgou duas receitas consolidadas. E os ajustes são relevantes, como os da Vale do Rio Doce e da Camargo Corrêa, que reduzem o lucro do ano passado em 28,6% e 46,5% , respectivamente.

A dificuldade com os balanços desta temporada em função da tumultuada adaptação à nova lei contábil foi tanta - para fazer e para entender - que nasceram diversos resultados para um único período. Não faltou criatividade na hora de tentar explicar, ou não, as mudanças. O lucro nunca teve tantos adjetivos: além do já conhecido pro forma, surgiram ainda os resultados "teóricos", os "orgânicos" e os "reconciliados".

"Não deu para fazer milagre. As circunstâncias são desafiadoras", disse Sérgio Citeroni, da Ernst & Young. Ele se refere à correria da reforma contábil, antecipada em um ano pela assinatura da nova lei em 28 de dezembro de 2007. Se ela fosse assinada três dias depois, companhias, reguladores e investidores teriam um ano a mais para se preparar.

A maioria das companhias optou por não apresentar o balanço de 2007 de forma comparável ao do ano passado, conforme licença concedida pela Comissão de Valores Mobiliários em função da correria dos trabalhos. Com isso, as empresas fizeram os comentários e explicações de desempenho sobre um número que legalmente já não é mais o oficial - o balanço de 2008 pela lei antiga. No quarto trimestre, o problema é maior, com cada empresa adotando a regra que entende mais adequada. Com a confusão, perdeu-se a precisão do primeiro registro dos efeitos da crise global.

Há setores com impactos mais dramáticos, como o de construção. A mudança para as incorporadoras imobiliárias deve resultar em perda de margem. Em compensação, os balanços passarão a ser comparáveis entre as empresas do setor, o que não acontecia antes.


Sem dúvida nenhuma, a IFRS será justificativa para muitos resultados de 2008.

IFRS no Brasil 2

Treinamento em IFRS: 2009, o ano do desafio
Gazeta Mercantil - 9/3/2009

9 de Março de 2009 - O ano de 2008 foi um dos mais relevantes em relação à evolução das técnicas contábeis no Brasil, assim como do processo de harmonização das práticas locais às normas de contabilidade internacional, ou IFRS. O termo IFRS - International Financial Reporting Standards - tornou-se conhecido pela maioria das empresas de capital aberto, de grande porte, ou multinacionais. Agora, chegou o momento de os profissionais terem contato detalhado e próximo com essa nova literatura contábil.

A importância do IFRS para os processos de governança corporativa já se faz presente e necessária para a transparência das transações e mensuração dos fatos financeiros, inclusive para haver comparabilidade global. O desafio é conhecer as normas e aplicá-las de uma forma correta.

Estima-se que, no Brasil, haja mais de 400 mil profissionais da área contábil. Acredita-se que apenas entre 5% e 10% deles tenham algum treinamento em IFRS, sendo que grande parte dos agentes em processo de treinamento avançado encontra-se nas empresas de auditoria.

Assim, possivelmente, temos um universo de mais de 360 mil profissionais que necessitam passar por adequado treinamento em relação a um padrão contábil que se tornou referência para a contabilidade brasileira desde a promulgação da lei nº 11.638, ao final de 2007, e, como conseqüência, das normas emitidas pelo Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC), órgão criado para centralizar as regulamentações do setor. Isso sem contar os universitários que se preparam para ingressar no mercado.


[há controvérsias. Alguns defendem que somente uma pequena parcela das empresas brasileiras estão sujeitas ao IFRS]

Trata-se de um desafio de proporções enormes, já que o sistema contábil brasileiro está em pleno processo, aparentemente irreversível, de harmonização rumo às normas internacionais. Até o final de 2010, empresas de capital aberto, instituições financeiras e grandes corporações que faturam mais de R$ 300 milhões ao ano devem ter suas demonstrações contábeis preparadas de acordo com as novas métricas.

A perspectiva é que, gradativamente, a convergência seja ampliada e o novo sistema contábil utilizado no país seja adotado como padrão para todas as empresas brasileiras, das gigantes multinacionais até os empreendimentos de pequeno porte. Diante desse cenário, torna-se obrigatória a preparação adequada em IFRS de todos os profissionais da área contábil.

Vale lembrar que os próprios órgãos reguladores do mercado já demonstram preocupação com o tema. A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) já colocou em audiência pública minuta de deliberação que dispõe sobre o programa de educação continuada dos auditores independentes. O objetivo é fazer com que esses profissionais comprovem formação mínima nas normas internacionais.

Tal esforço concentrado demandará vultosos investimentos e dedicação concentrada de empresas, profissionais, instituições de ensino, estudantes, governos e demais instâncias da sociedade brasileira que dependem de demonstrações contábeis fidedignas.

A convergência ao sistema internacional é extremamente positiva para a economia brasileira, oferecendo transparência e, especialmente, padronização global para que a contabilidade das companhias seja compreendida pela maior parte dos agentes externos. Por isso, contar com profissionais que dominem as normas de contabilidade internacional é essencial

(Gazeta Mercantil/Finanças & Mercados - Pág. 2)(Ricardo Maciel - BDO Trevisan)

IFRS no Brasil

Fora de foco
Valor Econômico - 9/3/2009

Um alerta deveria acompanhar os resultados de 2008 que as companhias abertas terão que publicar até o fim deste mês. O que já era complexo na numerologia dos balanços, agora está perto do indecifrável.

A fotografia trimestral do desempenho das empresas com ações em bolsa, essencial para a tomada de decisão dos investidores, deve sair desfocada justamente num dos períodos mais críticos da economia global.

O principal motivo é a mudança das regras contábeis no Brasil. No momento, o país está num processo que, em 2010, pretende levar as empresas brasileiras ao mundo das normas internacionais de contabilidade (IFRS, na sigla em inglês), uma tentativa de unificação da língua falada pelas companhias. O futuro parece promissor: como o IFRS já foi adotado em cerca de 110 países, os investidores poderão comparar as empresas de diferentes regiões.

Mas, até lá, apertem os cintos e peçam proteção a São Mateus, o padroeiro dos contadores. Do jeito que as coisas estão, o balanço não se compara nem com ele mesmo. Os ajustes nem sempre são pequenos e há setores com maior potencial de dano, como construção e aviação civil.

Para tornar pior o que já estava ruim, o Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC), com o endosso da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), liberou as empresas de aplicar as novas práticas aos números de 2007, o que eliminou a base de comparação.

A ideia foi facilitar a vida das companhias, perdidas em meio à enxurrada de normas que entraram em vigor em 2008. Mas a benesse dificultou - e muito - a vida dos investidores.

"É um pedágio que todos estão tendo de pagar", disse Lika Takahashi, chefe de análise da Fator Corretora. "No longo prazo, vai melhorar muito. Mas, agora, a confusão está grande."

Estamos diante de uma espécie de marco zero da contabilidade. Não é a primeira vez. A Lei das Sociedades por Ações, de 1976, causou rebuliço semelhante. Porém, naquela época, o mercado de capitais estava longe de ter a importância que ganhou nos últimos anos. (...)

A confusão ajudou a tornar mais lenta a safra de balanços. Com 21 dias para vencer o prazo legal, só 121 empresas, de um universo de 650 registradas na CVM, apresentaram o balanço completo e auditado de 2008.

O perda maior, em termos de informação, está nos resultados do quarto trimestre. Para fins de publicação legal, só existem os três primeiros trimestres do ano - o quarto é engolido pelo balanço anual. No entanto, o mercado não abre mão dessa informação. Como não houve nenhuma orientação específica da CVM para o período, as opções foram variadas e, em alguns casos, o quarto trimestre não se compara nem ao terceiro trimestre e nem ao mesmo período de 2007.

Um dos principais articuladores do processo de adoção das normas internacionais no Brasil, o diretor da CVM Eliseu Martins, admite a existência de um vácuo regulatório para o quarto trimestre. Ele recomenda que se apresentem os dados de ambas as formas: nova e antiga.

A dificuldade com os balanços desta temporada foi tanta - para fazer e para entender - que surgiram diversos resultados para um único período. Foi preciso buscar novas qualificações para tentar colocar ordem na balbúrdia contábil: há lucros "teóricos", resultados "orgânicos" e muitos números em choque que tiveram que ser "reconciliados".

E houve ainda quem não soube como fazer e tentou simplesmente deixar para lá. Num primeiro momento, a empresa decidiu não apresentar o quarto trimestre, mas acabou tendo que comentar os dados com analistas insatisfeitos.

"O cliente não quer saber da dificuldade. Quer uma conclusão: foi bom ou ruim", enfatiza Lika, da Fator Corretora.


E o usuário?

08 março 2009

Rir é o melhor remédio


Fonte: Aqui (adaptado)



Fonte: Aqui

Links

Em homenagem ao Dia da Mulher:

Pesquisa comprova: Franquias de mulheres faturam mais

A guerra dos sexos não acabou

Uma alerta importante

(...) Existe uma visão idealizada da web como uma espécie de armazém geral do conhecimento humano, e no sentido da amplitude daquilo que se pode descobrir com uma busca aleatória no Google, isso é verdade. Mas apesar de toda essa abertura, a rede provou ser um receptáculo ineficiente para a preservação histórica, e boa parte do que ela abriga fica perdido em um labirinto de páginas alteradas, links quebrados e sites eliminados.

O diretor da British Library recentemente alertou em artigo para o jornal Observer que, se essa memória digital não for reparada, corremos o risco de "criar um buraco negro para os futuros historiadores e escritores".

(...) À medida que proporção cada vez maior de nossa memória coletiva ganha abrigo on-line, cresce o perigo de que percamos o conteúdo e contexto de eventos acontecidos até mesmo há poucos dias, quanto mais há semanas, meses ou décadas. Tente recuperar links de escândalos antigos ou imagens inconvenientes na web, por exemplo Enron, Parmalat ou outros nomes corporativos que entraram em colapso. A maior parte deles desapareceu, apesar dos esforços de sites como a Wikipedia ou Smoking Gun ou combinação de forças da blogosfera para a preservação.

O modo como a World Wide Web evoluiu ao longo dos últimos anos tornou possível deixar obscuro ou mesmo apagar fatos inconvenientes. Isso não era a intenção do inventor da web, Tim Berners-Lee, cujo objetivo era fazer com que cada endereço apontasse para uma página de dados. Em vez disso, os projetistas da rede acharam conveniente criar endereços dinâmicos que podem tornar impossível encontrar informações em uma segunda visita a um mesmo site. Vivemos em uma época em que a capacidade de registrar e preservar o que fazemos em nossas vidas nunca foi tão grande. Mas usar a web para preservar essas memórias torna mais e mais provável que as gerações futuras vejam os primeiros anos da Internet como décadas perdidas

Gazeta Mercantil/Caderno C - Pág. 8 – Reuters - Conteúdo da imprensa corre risco na web - 2/3/2009


Isto é relevante pois temos a mania de citar e usar a internet. Mas, e se um dia os computadores do Google apagarem os arquivos existentes?

Papel da IFRS

A ausência de padrão internacional de contabilidade seguido universalmente por todos países faz a análise e comparação de desempenho muito difícil, de acordo com o prof. David M Hunt, Presidente do Institute of Financial Accounts, da Grã-Bretanha. (...)

Uniform accounting norms needed
Business Line (The Hindu) – 2/3/2009 - 13

07 março 2009

Rir é o melhor remédio


Fonte: Aqui

GM e continuidade

Os auditores da GM nos Estados Unidos disseram ter “dúvidas substanciais” quanto à capacidade de a montadora continuar operando. (...)

“As recorrentes perdas da corporação, provenientes das operações, do déficit dos acionistas e da inabilidade de gerar um fluxo de dinheiro suficiente para cumprir suas obrigações e manter suas atividades lançam dúvidas substanciais quanto à sua capacidade de continuar existindo enquanto negócio viável”, escreveram os auditores da Deloitte & Touche LLP, empresa que faz a contabilidade da montadora. (...)

Auditores alertam que a GM pode estar prestes a quebrar
Jornal da Tarde - 6/3/2009


Executivos de alto escalão da General Motors Corp. estão mais abertos a uma recuperação judicial financiada pelo governo, deixando de lado a preocupação anterior de que uma medida dessas afugentaria tantos clientes que a empresa não conseguiria sobreviver, disse uma pessoa familiarizada com a questão.

É uma grande mudança em relação à posição da montadora no fim do ano passado, quando solicitou ajuda do governo americano. A mudança no pensamento, combinada com a informação ontem de que os auditores da GM suscitaram "dúvida substancial" sobre a capacidade dela de continuar operando, parecem deixar a montadora mais perto da possibilidade de pedir concordata. (...)

Nesse tipo de recuperação judicial, as partes envolvidas — sindicatos, fornecedores, credores — concordariam antecipadamente com as concessões. Recuperações judiciais já previamente definidas normalmente são mais curtas.

GM fica mais aberta à recuperação judicial
John D. Stoll e Neil King, The Wall Street Journal - 6/3/2009

A General Motors alertou que bilhões de dólares em ajuda do governo não poderão evitar que a companhia fique sem caixa, se as vendas de veículos não melhorarem logo. Em informe enviado às autoridades reguladoras, a GM sublinhou a magnitude da sua crise de liquidez, ao alertar que não terá condições de saldar um título com vencimento em 1º de junho. O título é parte de US$ 27 bilhões de dívida não garantida que a GM tenta reestruturar através de uma troca de dívida por ações.

(...) A montadora informou que sua liquidez caiu para abaixo dos níveis exigidos para tocar as unidades de negócios antes de ter começado a receber empréstimos emergenciais do governo em dezembro. (...)

GM alerta sobre atraso no pagamento de títulos
Valor Econômico - 6/3/2009


A General Motors, que perdeu no ano passado US$ 30,9 bilhões, reduziu a remuneração de executivos e cortará neste ano 47 mil empregos, entre outras ações de um programa de reestruturação para se habilitar a empréstimos ao Tesouro americano.

Em razão da dependência da ajuda governamental, auditores decidiram atribuir à empresa a denominação de "going concern", significando que há dúvida substancial sobre a capacidade da montadora de sobreviver.

A montadora reiterou, em relatório, que se não for capaz de promover, com sucesso, o processo de reestruturação, poderá ter de pedir liquidação pelo Capítulo 7. Tal pedido, fundamentado neste capítulo, é indicado para empresas que não têm chance de quitar as dívidas e é feita a liquidação de todo patrimônio do devedor.

Enquanto isso, no Canadá, o sindicato de trabalhadores e a GM identificam áreas para cortar custos e manter viável a operação local da montadora.

GM admite, em relatório, que pode falir
Gazeta Mercantil 6/3/2009 - C5 - 1ª Página - Pág. 1

06 março 2009

Rir é o melhor remédio

A Fábula das Vacas

Você possui duas vacas.

Você registrou no seu balanço as vacas por $100 cada.

Você notou que as vacas estão definhando. Mas o balanço continua dizendo que elas valem $100.

Felizmente, não existe marcação a mercado, e você não registrou isto.

Suas vacas estão morrendo.

Ainda bem que não se usa valor justo para chamar atenção disto e para não aleardear demais o mercado.

Mas como você sabe que elas não estão produzindo como devia, você decide ajustar seu modelo e marcar as vacas a $98 cada.

Você sabe que o fluxo de caixa do leite irá reverter no futuro próximo.

Mas você precisa de recursos e vai ao mercado. Os investidores dizem que as vacas estão morrendo e já existe um passivo de $200 que corresponde a um empréstimo que você obteve para comprar as vacas.

Você mostra as demonstrações contábeis, onde as vacas estão registradas a $98 cada.

Você pergunta ao governo se ele não quer comprar as vacas por $98 cada.

O governo resiste e finalmente monta um plano, convoca a imprensa e injeta $45 na sua empresa. Em troca, o governo quer os direitos do leite gerado pelas vacas.

As vacas morrem. Sua dívida aumenta para 245. Você não irá comprar novas vacas.

Adaptado: Aqui
via Seeking Alpha

Correlação entre prisão e crime


(...) Por exemplo, em 2007, a população carcerária da Califórnia encolheu cerca de 1%, enquanto a população carcerária global americana cresceu cerca de 2%. Vai levar alguns anos até a decisão final da Corte ser tomada, mas o resultado provável é que, em cinco ou seis anos, haverá 25.000 presos a menos nas prisões da Califórnia do que haveria de outra forma.

O que isso significa para o crime? Se minhas estimativas estiverem corretas, o crime violento será cerca de 6% mais alto na Califórnia do que teria sido sem a ação, o que significa aproximadamente 150 homicídios, 500 estupros e 4.500 roubos a mais por ano.

Esses números parecem alarmantes, mas, de acordo com minhas estimativas, liberar os prisioneiros é mais ou menos igual, de uma perspectiva de custo-benefício para a sociedade. O dinheiro que economizamos soltando os prisioneiros funciona na mesma ordem de magnitude que a dor e o sofrimento associados com o crime extra.

O grande experimento prisional da Califórnia - e uma pista italiana a ser seguida
Steven D. Levitt via Conjuntura Contábil

Celular, imposto e consumidor

Brasileiro paga mais caro pelo uso do celular, diz UIT
2/3/2009 - Valor Econômico

O consumidor brasileiro é o que paga mais caro pelo uso de telefone celular entre usuários de 154 países, com base no critério de Paridade de Poder de Compra (PPC). Também desembolsa bem acima da média mundial pelo telefone fixo e para se conectar à internet.

(...) Por uma "cesta de preços de celular" (inclui o custo mensal da assinatura, 25 chamadas por mês e 30 torpedos), o Brasil tem o custo mais elevado, com US$ 44,2 medidos pelo PPC. É três vezes mais que o valor médio pago pelos consumidores de países industrializados e em desenvolvimento. A paridade do poder de compra corresponde à taxa de câmbio entre duas moedas, calculada conforme a quantidade de cada moeda que é necessária para adquirir determinado conjunto de produtos e serviços idêntico no país a que pertence cada moeda.

O custo do minuto local de celular em 2008 no horário de pico era de US$ 0,92 em termos de PPC, quase o dobro do que pagam os vizinhos argentinos (US$ 0,52), muito mais que os indianos (US$ 0,07) e os alemães (US$ 0,06).

Um fator que encarece os serviços de telecomunicações no Brasil são os impostos. A carga tributária incidente sobre o setor é uma das mais elevadas do mundo e ultrapassa 40% da conta telefônica, dependendo da alíquota de ICMS em cada Estado. A redução dos impostos é um pleito antigo das operadoras, que alegam que uma carga menor estimulará o uso dos serviços e, na prática, não haverá perda de arrecadação.
(...)

Índice do Batom

(...) De tempos em tempos, as revistas de economia divulgam índices baseados na economia real, como o índice Big Mac ou o "lipstick index".

O "indicador do batom" mostra que, quanto pior a crise, mais aumentam as vendas de produtos ligados à vaidade. Em 1929, as vendas de batom cresceram 25% nos Estados Unidos. Em 2001, ano dos atentados de 11 de setembro, 11%.

"Na verdade, as pessoas continuam tomando banho e as mulheres continuam vaidosas", afirma Nicolas Fischer, presidente da Nivea Brasil. "Felizmente."

Em outras palavras, isso significa que, mesmo em mares turbulentos, a Nivea navega com certa facilidade. Alguns clientes, nos últimos meses, passaram a se preocupar mais com estoques e mix de produtos e, em algum momento, diminuíram as compras. (...)

Na crise, empresários recorrem a cortes e união
Folha de São Paulo – 1/3/2009 – Cristiane Barbieri

Relatórios Trimestrais e Crise

O artigo a seguir faz um ataque aos relatórios trimestrais, usando como exemplo o Japão e a Ásia:

Maldição trimestral assola os mercados
William Pesek – 2/3/2009 - Valor Econômico

(...)
A americanização do Japão tem sido um objetivo dos Estados Unidos por décadas. (...) Há indícios de que as autoridades dos EUA estejam recebendo o que queriam, e isso não é necessariamente uma coisa boa. (...)

Não é divertido ser uma empresa de capital aberto nos nossos dias - não com as economias desabando e os mercados de crédito paralisados. Os acionistas estão exigindo ação dos executivos do alto escalão e, portanto, eles estão recorrendo a cortes de pessoal. A motivação para estas iniciativas parece bastante clara: o próximo balancete trimestral.

Pode ter chegado a hora de abolir este extremamente apreciado pilar do capitalismo ao estilo americano.

Uma das semelhanças existentes entre as explosões da Enron e do Lehman Brothers é o pensamento de curtíssimo prazo e os bizarros modelos de remuneração. O sistema dos EUA agora em frangalhos estimulou a contabilidade criativa, como: exagerar no valor dos ativos; diminuir a importância dos riscos e ocultar o que não se consegue explicar fora do balanço patrimonial.

Se os executivos não precisassem impressionar os investidores a cada poucos meses, estariam menos inclinados a assumir riscos extremos ou a cozinhar os números. Longe de resultar em menos transparência, um mundo sem dramas trimestrais poderia estimular rendimentos mais regulares e menos orgulho financeiro arrogante.

Qualquer pessoa que quiser deitar os olhos nessa linha de pensamento desejará ler "The Smartest Guys in the Room" (os mais espertos da sala), o livro de 2003 de Bethany McLean e Peter Elkind sobre o desaparecimento da Enron. Seu relato sobre os procedimentos de fritura pesada da contabilidade corporativa é valioso como nunca, nesse momento em que Wall Street arde.

Até executivos que não estão se envolvendo com fraude podem deixar as pressões dos demonstrativos de resultados trimestrais distorcerem o seu modo de pensar.

O Japão começou a exigir que todas as empresas registradas em bolsa informassem trimestralmente os seus resultados em 2003. Agora os executivos podem estar tomando providências contraproducentes que lamentarão em mais cinco anos. NEC, Nissan, Panasonic e outras estão ajudando a alarmar os consumidores, induzindo-os a uma hibernação plurianual. Em vez de gastarem mais, os 127 milhões de habitantes do país pouparão mais agressivamente.

(...) Grandes coisas podem advir de empresas que aderirem mais a padrões internacionais e acolherem positivamente o investimento estrangeiro. Maior diversidade internacional nos gabinetes dos diretores das corporações e entre os grandes acionistas poderia sacudir o Japão S.A. para melhor.

Num mundo perfeito, apresentar relatórios a cada poucos meses força a responsabilidade e a transparência, mas isso joga desproporcionalmente o enfoque num período de 90 dias, à custa do quadro mais amplo.

Hong Kong, por exemplo, quer instituir relatórios trimestrais para substituir o sistema semestral atual. É o caso de se questionar se é benéfico ter executivos na nona maior economia da Ásia sendo constantemente distraídos pelo placar.

Informes semestrais - ou até anuais - podem criar um ambiente mais estável. À medida que os executivos fortalecerem as lacunas com atualizações confiáveis aqui e acolá sobre rentabilidade e riscos, haverá menos enfoque direto sobre preços de ações.

Os investidores poderão recompensar empresas que voluntariamente oferecem análises aprofundadas reais sobre sua saúde, em contraponto às que não o fazem. Se a realidade a cada seis a 12 meses não combinar com a informação, as ações seriam castigadas. Falemos sobre deixar os mercados livres funcionarem.

A Ásia precisa se abrir mais ao mundo financeiro ao seu redor. Os comunicados recentes sobre demissões nos levam a perguntar se o Japão estaria aprendendo as lições erradas com o Ocidente.

Observe que existe uma crítica interessante a adoção das normas internacionais. Convergir para único padrão implica em reduzir a criatividade dos mercados locais.

Reversão a média

Thomas H. Forester conseguiu de alguma maneira ser o único dentre os 8.200 administradores de fundos de ações nos Estados Unidos a apresentar um ganho em 2008.

Esses fundos tiveram, em média, uma perda de 39%, enquanto o fundo Forester Value terminou o ano positivo em 0,4% - um ganho pequeno, mas um ganho.

Seu sucesso não passou despercebido, O Forester Value aumentou US$ 20 milhões nos últimos dois meses, enquanto os fundos mútuos americanos como um todo, que mexem com US$ 9,6 trilhões, enfrentam saques recordes.

Forester, contudo, está ansiosos para provar a vitória foi mais uma jogada de gênio que um golpe de sorte.

Fonte: Valor Econômico via
Conjuntura Contábil



Quando um investidor consegue um resultado inesperado, o normal é que no ano seguinte o resultado volte ao padrão. Isto significa “reversão a média”

Continuidade e seus efeitos

Este é o tempo do ano: o momento em que os auditores são exigidos para oferecer sua perspectiva sobre a saúde das empresas, que é conhecida como going-concern opinion (opinião sobre a continuidade). (...) Uma opinião questionando a continuidade pode afetar os contratos com emprestadores e conduzir a falência. Um especialista em problemas com crédito, Martin Fridson da Fridson Investment Advisors, estima que taxa de default pode aumentar em 15 por cento nos próximos meses.

‘Going Concern’ Season Brings New Risks - 27/2/2009 – New York Times. Aqui um texto mais completo

Contabilidade e ciclo econômico

Veja que interessante:

Wittenstein tinha se planejado para recessão com um sistema contábil para horas trabalhadas. Nos anos passados seus 1350 empregados fizeram um grande acordo de hora extra, que eles não eram pagos mas registrados como crédito em “conta de trabalho”. Agora que a demanda está em queda – Sr. Wittensteins diz que as ordens cairam em mais de 30 por cento em novembro e dezembro – eles trabalham poucas horas mas ainda recebem o mesmo salário.

Credit in Germany's jobs bank - Schaefer, Daniel - 26/2/2009 - Financial Times - London Ed1 - 12

Ou seja, durante o período de crescimento, as horas extras eram realizadas, mas não pagas. Isto criava uma obrigação para a empresa num banco de trabalho. Agora, na recessão, reduz o valor deste passivo, mas o trabalhador continua a receber o mesmo salário.

Teste #31

Um aluno estava pesquisando na internet sobre Buchhaltung. O que significa isto e em que língua este aluno estava pesquisando. Em sueco corresponde a Redovisning

Resposta do Anterior: IOSCO, que é corresponde a reunião dos reguladores do mercado mobiliário