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21 janeiro 2014

Velocidade da Informação

O sítio Economia informou, no dia 20 de janeiro de 2014, que a Grant Thornton comprou um pedaço da KPMG no Brasil. Esta notícia apareceu nos endereços brasileiros em 30 de novembro de 2013.

06 novembro 2013

Atraso na informação

A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e a BMFBovespa realizaram cerca de 1.400 ações conjuntas para supervisionar a divulgação de informações periódicas por companhias abertas brasileiras no primeiro semestre de 2013. Ao todo, 83 companhias não entregaram ou apresentaram com atraso as demonstrações financeiras anuais de 2012, alta de 16,9% em relação ao verificado no mesmo período de 2012. Também cresceu 40,4% o número de empresas com dificuldades em relação aos prazos das demonstrações financeiras padronizadas (73) e em 15,6% com as atas de assembleia geral ordinária.

A CVM aplicou 92 multas e suspendeu ou cancelou o registro de quatro companhias. Entraram para a lista de inadimplentes 16 grupos, número considerado relativamente baixo pela autarquia. Os dados fazem parte do relatório semestral sobre o Plano de Supervisão Baseada em Risco 2013-2014, que traz as prioridades da CVM para o período.

Nos seis primeiros meses de 2013, a Bolsa fez um total de 155 exigências relativas a informações divulgadas em comunicados ao mercado, fatos relevantes, avisos aos acionistas, notícias publicadas na imprensa e oscilações envolvendo os papéis dessas companhias. Já a Superintendência de Empresas (SEP) da CVM concentrou a atuação em notícias veiculadas na mídia envolvendo informações relevantes de companhias abertas e enviou 42 ofícios pedindo explicações a esses grupos. Foram instaurados nove processos para análise e emitido um ofício de alerta ao mercado.

No primeiro semestre, foram analisadas também 52 propostas da administração de companhias e 50 caíram em exigência. A CVM emitiu dez ofícios de recomendação, um de alerta e dias-multas. A maior parte das inconsistências identificadas na supervisão foram relativas à remuneração dos administradores, comentários, destinação do lucro e eleição de administradores. A BM&FBovespa formulou 81 exigências relativas ao material de assembleia das companhias.

A CVM também terminou no primeiro semestre a supervisão dos formulários de referência relativos a 2012, documento que deve ser entregue até maio. De 52 análises, 51 mostraram desvios, principalmente nas seções sobre remuneração de administradores, comentários de diretores, fatores de risco e riscos de mercado. A Bolsa formulou 986 exigências relativas à atualização do formulário de referência.

Outro ponto considerado como um evento de risco pela CVM é a divulgação das informações econômico-financeiras das empresas. A supervisão analisa se elas foram elaboradas de acordo com a regulamentação vigente e os estatutos das companhias. A partir das análises realizadas no semestre, 81% geraram "enforcement" (medidas para fazer cumprir a regulação), por meio de ofícios de alerta, de recomendação ou de determinação de reelaboração dos relatórios.

De janeiro a junho, foi identificado um aumento do número de demonstrações financeiras contendo ressalvas das auditorias independentes. Foram 41 relativas a demonstrações financeiras do encerramento de 2012 e 45 sobre o relatório do primeiro trimestre de 2013. O número de relatórios com ressalva caía, mas essa tendência foi afetada no primeiro trimestre de 2013 pelas revisões tarifárias efetuadas pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) neste ano

Aumenta atraso em entrega de demonstração financeira - Por Mariana Durão

06 janeiro 2012

Governança II

A evolução das práticas de divulgação de informações pelas companhias abertas brasileiras é inquestionável. Hoje, com a ajuda dos níveis diferenciados de governança da BM&FBovespa e de uma regulamentação exigente, os investidores têm hoje acesso a informações muito mais detalhadas. As empresas, por sua vez, também vêm reconhecendo os benefícios de uma comunicação transparente com o mercado. Ainda assim, a desorganização de algumas áreas de relações com investidores (RI) surpreende. Um passeio pela seção de multas do site da BM&FBovespa oferece um panorama de erros primários e, pior, reincidentes, que pegam muito mal para os seus autores, principalmente quando se trata de companhias do Novo Mercado.

A Tempo Participações, listada no segmento, acumula o segundo maior número de notificações dentre todas as companhias listadas: oito multas no total por demora na entrega dos informes trimestrais (ITRs), da demonstração financeira padronizada (DFP) e do informativo anual (IAN). Em 2008, a empresa do segmento de planos de saúde atrasou a entrega dos ITRs de 31 de março e 30 de setembro e do IAN de 31 de dezembro do ano anterior. Além disso, no mesmo ano, a Tempo deixou de declarar quem eram os seus acionistas com mais de 5% de participação. Em 2009, a companhia demorou a entregar a DFP de 31 de dezembro de 2008 (mais de um mês) e o ITR de 31 de março (mais de dois meses). Em 2010, atrasou a apresentação da DFP de 31 de dezembro do ano anterior e, em 2011, a entrega do ITR de 31 de março.

Em nota enviada por e–mail à CAPITAL ABERTO, a empresa informou que os atrasos ocorreram porque ela ainda se adaptava ao ritmo de uma companhia aberta — seu IPO foi em dezembro de 2007. "Das oito notificações por conta de falhas na divulgação de informações, seis foram recebidas entre 2007 e 2009, período imediatamente posterior à abertura de capital e de integração entre as diversas empresas adquiridas pela holding", diz a empresa. No período de 2007 a 2009, os investidores da Tempo certamente ansiavam para ver o balanço da companhia. Eram muitas as novidades e seus possíveis impactos no faturamento, na dívida ou nos lucros: foram efetuadas seis aquisições nesses dois anos — três de planos odontológicos (OralTech, Fleming e Prevdonto), duas de home care (Med–Lar e Staff Builders) e uma administradora de planos de saúde (MultiCare).

A campeã de multas recebidas é a Renar Maçãs, outra companhia do Novo Mercado. Desde 2007, a produtora catarinense de maçãs acumula nada menos que 16 multas. Para ficar nos casos mais recentes, em 2011, a Renar perdeu o prazo de entrega do calendário anual, da DFP de 31 de dezembro de 2010 (em mais de 20 dias) e dos ITRs de 31 de março (33 dias) e 30 de junho (12 dias) — nos dois últimos casos, tanto para a versão em português quanto para a inglês. No Novo Mercado e no Nível 2, as companhias são obrigadas a apresentar os ITRs traduzidos para o idioma estrangeiro. Procurada, a empresa não se manifestou até o fechamento desta edição.


A Anhanguera Educacional também está no grupo das atrasadas. Em 2008, entregou fora de hora os ITRs de junho e setembro; no ano seguinte, o balanço de 31 de dezembro também custou a aparecer nos sistemas da Bolsa; em 2011, houve demora na atualização do calendário anual e na entrega do ITR de 30 de junho. Assim como a Tempo, a Anhanguera tem uma trajetória movimentada. Desde que estreou seus papéis no Novo Mercado, em 2007, mostrou um apetite voraz por aquisições. Em 2008, juntou em seu carrinho de compras nada menos que 13 instituições de ensino. "O forte movimento de aquisições realizadas pela companhia acabou aumentando a complexidade de seu processo contábil", defende–se a empresa.

Segundo o regulamento de listagem do Novo Mercado, os ITRs e as DFPs devem ser divulgados conforme a regulamentação — 45 dias e 90 dias após o encerramento do período a ser reportado, respectivamente. As ITRs e DFPs em inglês devem ser apresentadas até 15 dias após esse prazo. O calendário anual de eventos precisa vir a público até o fim de janeiro de cada ano, e eventuais alterações subsequentes em relação aos eventos programados devem ser enviadas à Bolsa e divulgadas imediatamente.
A campeã é a Renar Maçãs, que acumula nada menos que 16 multas por atrasos de informações desde 2007

TOMA LÁ, DÁ CÁ — É difícil dizer até que ponto a desordem das áreas de RI prejudica as cotações em mercado. No caso das três companhias aqui mencionadas, é possível encontrar em uma delas certa correlação entre as falhas de divulgação e a condição geral da empresa; nas outras duas, não.

Terceira maior produtora de maçãs do País, a Renar Maçãs, sediada em Friburgo (SC), estreou no Novo Mercado em 2005, captando R$ 16 milhões, e, desde então, seu papel desvalorizou consideravelmente. Safras deficientes causadas por problemas climáticos prejudicaram a produção, enquanto a valorização do real impactou as exportações. Com essa combinação, a empresa não conseguiu fechar um único ano com número positivo na última linha do balanço. Nos dois exercícios recentes, o lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (Ebitda) ficou negativo em R$ 3,9 milhões e R$ 8,4 milhões, respectivamente. Em outubro, a empresa anunciou um plano de reestruturação operacional e financeira para aumentar sua rentabilidade.

Após atingir o pico de R$ 2,57, em meados de 2008, as ações da produtora de maçãs entraram em queda livre. No dia 9 de dezembro, fecharam o pregão cotadas a R$ 0,27. Para um analista do setor de consumo que preferiu não se identificar, muitos dos problemas da companhia na divulgação dos números têm a ver com seu momento conturbado. "Às vezes, quando uma empresa sofre com resultados fracos e poucos recursos, a qualidade de sua governança é prejudicada também."

O mercado também não vem sendo complacente com a Tempo. No dia 19 de dezembro, as ações da companhia valiam R$ 3,80, ante R$ 7,00 no lançamento, três anos atrás. Nos primeiros nove meses de 2011, a companhia reportou lucro líquido de R$ 20,7 milhões, 2% acima do obtido no mesmo período do ano anterior. Já com Anhanguera a situação é bem diferente. Em 2011, até o início de dezembro, as ações subiam 50%.

O lucro líquido da empresa educacional nos primeiros nove meses de 2011 atingiu R$ 164,9 milhões, um crescimento de 31,3% em relação ao mesmo intervalo de 2010. O incremento pode ser creditado, em grande parte, ao apetite por aquisições.

LISTA NEGRA — A companhia que não cumpre os prazos com a Bolsa acaba ficando marcada pelos profissionais de mercado, que passam a não levá–la mais a sério. "Isso cria a imagem de uma empresa que dificulta o acesso às informações", afirma Cauê Pinheiro, analista da SLW Corretora. Além disso, quando combina uma data para a apresentação dos números e não a cumpre, a companhia acaba bagunçando a agenda dos analistas. "É um transtorno. No dia que reservamos para trabalhar em cima de uma divulgação, nada acontece; e, quando a empresa resolve divulgar as informações, aí geralmente já tínhamos nos programado para outras coisas", comenta Pinheiro.

Doris Pompeu, sócia da consultoria de relações com investidores Global RI, observa que, em alguns casos, a origem do problema não está na área de relações com investidores: "O RI fica esperando os dados virem da contabilidade e da controladoria, para então começar a fazer o seu trabalho, que é destrinchar, explicar, escrever, traduzir o release e divulgar", esclarece a consultora. Uma sugestão de Doris é buscar formas de tornar o fluxo de trabalho entre os diferentes departamentos mais integrado. "Recomendamos trazer alguém da contabilidade para atender um analista ou ir a um evento, para eles sentirem na pele como é o dia a dia de um RI. Isso os ajudaria a compreender por que estamos sempre com pressa", aconselha.  


Erro primário - Revista Capital Aberto - Silvio Muto

02 fevereiro 2011

Tempestividade

O Banco Panamericano vai publicar seu balanço do 3º trimestre no dia 29 de dezembro, disse nesta terça-feira (21/12) a presidente da Caixa Econômica Federal, Maria Fernanda Coelho.

A divulgação do balanço foi suspensa após a descoberta de "inconsistências contábeis" na carteira de crédito do Panamericano pelo Banco Central. O banco teve de ser socorrido pelo controlador, o Grupo Silvio Santos, com um empréstimo de R$ 2,5 bilhões, obtidos com o Fundo Garantidor de Créditos.

Maria Fernanda, que preside o conselho de administração do Panamericano, disse que ainda não sabe como "o empréstimo será contabilizado, mas que será de maneira transparente".

Brasil Econômico

P.S. Até esta data (2 de fevereiro) o balanço não tinha sido publicado.

Eis o que diz a Estrutura Conceitual sobre o assunto:

Quando há demora indevida na divulgação de uma informação, é possível que ela perca a relevância. A Administração da entidade necessita ponderar os méritos relativos entre a tempestividade da divulgação e a confiabilidade da informação fornecida. Para fornecer uma informação na época oportuna pode ser necessário divulgá-la antes que todos os aspectos de uma transação ou evento sejam conhecidos, prejudicando assim a sua confiabilidade. Por outro lado, se para divulgar a informação a entidade aguardar até que todos os aspectos se tornem conhecidos, a informação pode ser altamente confiável, porém de pouca utilidade para os usuários que tenham tido necessidade de tomar decisões nesse ínterim. Para atingir o adequado equilíbrio entre a relevância e a confiabilidade, o princípio básico consiste em identificar qual a melhor forma para satisfazer as necessidades do processo de decisão econômica dos usuários.

17 julho 2009

Custo do Apagão

Apagão de energia elétrica custou ao país R$ 45 bilhões, conclui TCU

O apagão de energia elétrica, ocorrido entre 2001 e 2002, custou R$ 45,2 bilhões. A conclusão e do Tribunal de Contas de União (TCU) que divulgou, ontem, um relatório sobre os efeitos daquela crise nas empresas, no governo e para os consumidores.

Segundo o TCU, a maior parte do prejuízo foi paga pelos contribuintes. Os consumidores pagaram 60% do prejuízo do apagão de energia por meio de aumentos nas contas, o chamado repasse tarifário. Esse percentual equivale a R$ 27,12 bilhões.
O restante foi custeado pelo Tesouro Nacional, o que também onerou os contribuintes.

O relatório lembra que o Tesouro fez aportes em diversas companhias através do BNDES e pela Comercializadora Brasileira de Energia Emergencial (CBEE) - empresa criada durante a crise para administrar o valor do "seguro apagão", quantia cobrada dos consumidores para fazer frente a eventuais dificuldades no setor. O tribunal verificou ainda que os R$ 45,2 bilhões permitiriam a construção de seis usinas como a hidrelétrica de Jirau, que será erguida no rio Madeira.

"A população brasileira sofreu com o racionamento de energia", disse o ministro Walton Alencar Rodrigues, relator do processo no TCU. Ele lembrou que a atividade econômica teve uma redução no período do apagão. A taxa de crescimento da economia caiu de 4,3%, em 2000, para 1,3%, em 2001. "Com ela adveio problemas como desemprego, redução da competitividade do produto nacional, diminuição do ritmo arrecadatório, entre outros", afirmou o ministro.

O relatório contém recomendações para evitar que ocorram apagões no futuro. Para Rodrigues, o governo deveria aumentar o orçamento da Agencia Nacional de Energia Elétrica (Aneel), órgão responsável por fiscalizar as empresas do setor. "Cabe a essa importante agencia regular e fiscalizar esse mercado que movimenta anualmente cerca de R$ 90 bilhões somente em compra e venda de energia elétrica", advertiu. No entanto, a Aneel obteve orçamento de apenas R$ 365 milhões para 2008, dos quais R$ 150 milhões foram gastos, pois o restante foi contingenciado (retido) pelo governo para outras atividades.

O TCU recomendou a Casa Civil que faca uma analise geral das condições de trabalho no Ministério das Minas e Energia (MME), na Empresa de Pesquisa Energética (EPE) e na Aneel. O objetivo e verificar se esses órgãos possuem estrutura organizacional, física e de pessoal adequadas para fiscalizar o setor. Segundo o tribunal, a Casa Civil deve promover "melhoramentos, se for o caso, de forma a mitigar os riscos futuros de uma crise energética".

As recomendações serão enviadas a ministra Dilma Rousseff, que ocupou o comando do MME durante o primeiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, entre 2003 e 2005. O ministro Jose Jorge, hoje, no TCU foi, durante a crise, titular da pasta de Minas e Energia. Ele participou do julgamento e endossou o voto a favor dos alertas a Casa Civil. 2009 NoticiasFinancieras - Valor Econômico


Esta é um bom exemplo no estudo da tempestividade da informação financeira. Ou da falta de tempestividade.

06 março 2009

Relatórios Trimestrais e Crise

O artigo a seguir faz um ataque aos relatórios trimestrais, usando como exemplo o Japão e a Ásia:

Maldição trimestral assola os mercados
William Pesek – 2/3/2009 - Valor Econômico

(...)
A americanização do Japão tem sido um objetivo dos Estados Unidos por décadas. (...) Há indícios de que as autoridades dos EUA estejam recebendo o que queriam, e isso não é necessariamente uma coisa boa. (...)

Não é divertido ser uma empresa de capital aberto nos nossos dias - não com as economias desabando e os mercados de crédito paralisados. Os acionistas estão exigindo ação dos executivos do alto escalão e, portanto, eles estão recorrendo a cortes de pessoal. A motivação para estas iniciativas parece bastante clara: o próximo balancete trimestral.

Pode ter chegado a hora de abolir este extremamente apreciado pilar do capitalismo ao estilo americano.

Uma das semelhanças existentes entre as explosões da Enron e do Lehman Brothers é o pensamento de curtíssimo prazo e os bizarros modelos de remuneração. O sistema dos EUA agora em frangalhos estimulou a contabilidade criativa, como: exagerar no valor dos ativos; diminuir a importância dos riscos e ocultar o que não se consegue explicar fora do balanço patrimonial.

Se os executivos não precisassem impressionar os investidores a cada poucos meses, estariam menos inclinados a assumir riscos extremos ou a cozinhar os números. Longe de resultar em menos transparência, um mundo sem dramas trimestrais poderia estimular rendimentos mais regulares e menos orgulho financeiro arrogante.

Qualquer pessoa que quiser deitar os olhos nessa linha de pensamento desejará ler "The Smartest Guys in the Room" (os mais espertos da sala), o livro de 2003 de Bethany McLean e Peter Elkind sobre o desaparecimento da Enron. Seu relato sobre os procedimentos de fritura pesada da contabilidade corporativa é valioso como nunca, nesse momento em que Wall Street arde.

Até executivos que não estão se envolvendo com fraude podem deixar as pressões dos demonstrativos de resultados trimestrais distorcerem o seu modo de pensar.

O Japão começou a exigir que todas as empresas registradas em bolsa informassem trimestralmente os seus resultados em 2003. Agora os executivos podem estar tomando providências contraproducentes que lamentarão em mais cinco anos. NEC, Nissan, Panasonic e outras estão ajudando a alarmar os consumidores, induzindo-os a uma hibernação plurianual. Em vez de gastarem mais, os 127 milhões de habitantes do país pouparão mais agressivamente.

(...) Grandes coisas podem advir de empresas que aderirem mais a padrões internacionais e acolherem positivamente o investimento estrangeiro. Maior diversidade internacional nos gabinetes dos diretores das corporações e entre os grandes acionistas poderia sacudir o Japão S.A. para melhor.

Num mundo perfeito, apresentar relatórios a cada poucos meses força a responsabilidade e a transparência, mas isso joga desproporcionalmente o enfoque num período de 90 dias, à custa do quadro mais amplo.

Hong Kong, por exemplo, quer instituir relatórios trimestrais para substituir o sistema semestral atual. É o caso de se questionar se é benéfico ter executivos na nona maior economia da Ásia sendo constantemente distraídos pelo placar.

Informes semestrais - ou até anuais - podem criar um ambiente mais estável. À medida que os executivos fortalecerem as lacunas com atualizações confiáveis aqui e acolá sobre rentabilidade e riscos, haverá menos enfoque direto sobre preços de ações.

Os investidores poderão recompensar empresas que voluntariamente oferecem análises aprofundadas reais sobre sua saúde, em contraponto às que não o fazem. Se a realidade a cada seis a 12 meses não combinar com a informação, as ações seriam castigadas. Falemos sobre deixar os mercados livres funcionarem.

A Ásia precisa se abrir mais ao mundo financeiro ao seu redor. Os comunicados recentes sobre demissões nos levam a perguntar se o Japão estaria aprendendo as lições erradas com o Ocidente.

Observe que existe uma crítica interessante a adoção das normas internacionais. Convergir para único padrão implica em reduzir a criatividade dos mercados locais.

17 outubro 2006

Ibase adota maior rigor

Reportagem da Gazeta de hoje comenta que o Ibase terá mais rigor na concessão do selo ao balanço social.


Governança Corporativa - Mais rigor para ter selo do Ibase

São Paulo, 17 de Outubro de 2006 - Companhias terão que apresentar relatórios anuais no máximo até maio do ano seguinte. O Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas (Ibase) vai aumentar o rigor para conceder selo ao balanço social. A partir de agora, companhias interessadas em conseguir a etiqueta devem apresentar o relatório anual até maio do ano seguinte. Para o coordenador de responsabilidade social e ética do Ibase, Ciro Torres, o objetivo da medida é criar um padrão mínimo que permita à sociedade identificar as empresas realmente interessadas no assunto e as que o fazem apenas por modismo. "Dependendo de quando o documento é apresentado, as informações podem ficar perdidas no tempo", diz Torres.
A ausência de rigor na apresentação do documento, segundo ele, é uma das explicações para poucas empresas obterem o selo. "Recentemente, algumas empresas nos consultaram querendo informações sobre como obter o selo para o balanço de 2005, mas ainda nem começaram a preparar o documento", diz.
Atualmente, cerca de 400 companhias adotam o modelo do Ibase para apresentar o relatório de suas atividades sócio-ambientais. No entanto, pouco mais de 10% delas conseguem o selo. Além disso, o número de aprovadas caiu de 64 para 52 entre 2004 e 2005.
Nos últimos dois anos, o Ibase vem reduzindo gradualmente os prazos para apresentação dos relatórios. Em 2005, as candidatas ao selo também foram submetidas a uma audiência pública, tendo que responder a críticas e dúvidas de ONGs, clientes e órgãos de defesa do consumidor, entre outros. "Nem todas as empresas querem se submeter ao crivo da sociedade", avalia.
Raio X
O Ibase prepara para 2007, no aniversário de dez anos de criação do selo, o resultado de um estudo sobre os avanços obtidos sócio-ambientais das companhias brasileiras. Sem citar números, Torres adianta que diversas empresas ampliaram os esforços em prol de maior diversidade de gênero e de raça entre seus funcionários. Em contrapartida, a maior parte dos relatórios ainda revela incoerência e confusão entre ações sociais e responsabilidade empresarial. Na última edição do prêmio balanço social promovido em parceria entre a Fides e o Instituto Ethos, 85% dos relatórios inscritos apresentavam incoerências. "Ainda percebemos diferenças entre o discurso e a prática", diz.
(Gazeta Mercantil/Finanças & Mercados - Pág. 3)(Aluísio Alves)