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29 dezembro 2006

Custos de diálise


SUS não cobre custos de diálise

Centros de terapia renal têm prejuízo de R$ 7 milhões porque Ministério da Saúde não corrige teto de atendimento

Chico Siqueira, ESPECIAL PARA O ESTADO, ARAÇATUBA

Hospitais e centros que prestam serviços de diálise e hemodiálise para o Sistema Único de Saúde (SUS) acumulam prejuízos de pelo menos R$ 7 milhões porque as verbas repassadas pelo Ministério da Saúde para bancar os procedimentos são insuficientes. A situação prejudica a qualidade do atendimento de 67 mil doentes renais crônicos que dependem do serviço de Terapia Renal Substitutiva (TRS) da rede pública.

Levantamento feito pela Associação Brasileira de Centros de Diálise e Transplante (ABCDT) constatou que pelo menos 130 de 450 centros que prestam esses serviços para o SUS, ouvidos em novembro em todo o País, acumulam dívidas de R$ 7,03 milhões causadas por atendimentos que não foram pagos pelo SUS.

O levantamento foi enviado ao ministro da Saúde, Agenor Álvares, e à diretoria executiva do Fundo Nacional da Saúde (FNS), que em janeiro serão cobrados pela ABCDT a corrigir o teto pago aos prestadores.

De acordo com a ABCDT, os cortes variam de 5% a 13% e atingem centros e hospitais de todo o País, mas a situação é mais precária nos Estados do Paraná, onde o corte chega a 13%, Rio Grande do Sul, São Paulo e Rio. “O problema se arrasta desde 2002, mas piorou nos últimos anos, com a edição de portarias que estipularam limites de gastos com médias mensais estabelecidas abaixo dos custos reais de atendimento”, diz a gerente da ABCDT, Fabrivia Coelho. Segundo ela, o reajuste de 11% feito pelo governo nos valores dos procedimentos de TRS ainda é insuficiente para cobrir os custos. O custo médio real de cada sessão é de R$ 175, mas o governo repassa R$ 130. Além disso, o teto de atendimentos não foi ampliado, o que levou os centros e hospitais a acumularem prejuízos com os atendimentos extras.

Em São José do Rio Preto, por exemplo, o Hospital de Base, referência regional para 120 municípios de São Paulo e do interior de Minas, atende uma média de 290 pacientes por mês, mas recebe por 200. O hospital pediu muitas vezes a correção do teto, mas nunca foi atendido. O resultado é uma dívida de R$ 140.690 com procedimentos extras. A situação no HB começou a piorar em 2005.

“O problema é que os hospitais e centros não podem recusar os atendimentos extras. Não pode deixar o paciente morrer. Esses atendimentos extras quase sempre são autorizados pelas secretariais estaduais de saúde, mas nunca são pagos depois”, diz a gerente da ABCDT. Segundo Fabrivia, a situação está fazendo com que centros fechem as filiais e passem a funcionar num único prédio. “Isso prejudica a qualidade do atendimento, pois o paciente enfrenta atrasos ao esperar mais tempo para ser atendido e ter de se deslocar para centros mais distantes”, diz.

ENCONTRO DE CONTAS

A diretora do Departamento de Regulação, Avaliação e Controle do Ministério da Saúde, Cleusa Bernardo, disse ontem que o ministro da Saúde, Agenor Álvares, deve assinar ainda hoje uma portaria que estabelece repasse de R$ 3,7 milhões para pagamento aos prestadores de serviços de TRS. Segundo ela, a verba é referente aos serviços extras prestados em outubro por centros de diversos Estados.

Cleusa admitiu que há diferenças entre o valor pago e o prestado pelos Estados, mas que o Ministério da Saúde sempre promove “encontro de contas” para corrigir as distorções. Segundo ela, em 2006 a situação ficou mais difícil porque houve problemas com a aprovação do orçamento.

Cleusa disse não poder confirmar o valor de R$ 7 milhões apresentado pela ABCDT. Segundo ela, os R$ 3,7 milhões a serem repassados agora deverão colocar as contas em dias “para entrar em 2007 com tudo acertado”.

A diretora do Ministério da Saúde lembrou que entre 2002 e 2006 houve um reajuste de 57,4% no valor do financiamento da TRS. Em 2002 o serviço consumiu R$ 850,2 milhões; em 2006, esse valor está em R$ 1,33 bilhão. “Quando a verba não cobre o custo, a lei diz que os Estados e municípios devem fazer a complementação. Ocorre que nem sempre eles têm verbas para isso”, explicou. “Daí a necessidade das portarias para fazer o encontro de contas”, acrescentou.

Segundo Cleusa, os valores pagos para cada sessão estão dentro da realidade e o serviço é um dos poucos do Ministério da Saúde que não está defasado.


Estado de S. Paulo, 29/12/2006

Carros baratos na Índia


Índia lidera onda dos carros baratos
Valor Econômico

A idéia não é nova. Fabricar carros com custos baixos teve um grande papel no avanço econômico da Europa durante a década de 1960 - e criou modelos clássicos, como o Mini. Agora, uma nova geração de automóveis de custos ultra-baixos poderá ter um impacto igualmente dramático na Ásia.

Durante anos, especialistas do setor acreditaram que esses veículos surgiriam primeiro na China, que já é o terceiro maior mercado automobilístico do mundo e fonte de tudo que tenha custos baixos.

Mesmo assim, as atenções agora mudaram para a Índia, um país com estradas terríveis e um décimo dos investimentos internos na produção industrial.

No começo do mês o governo de West Bengal aprovou a construção de uma nova fábrica em Singur, perto de Calcutá. Em menos de 18 meses, se tudo correr bem, os primeiros modelos de um novo carro de custos baixos deixarão a linha de produção. A empresa que está por trás do projeto, a Tata Motors - parte do grupo Tata, que está brigando com a CSN (grupo siderúrgico) do Brasil pelo controle da Corus, siderúrgica anglo-holandesa - está no ramo automobilístico há menos de uma década. Mas o grupo Tata é respeitado na Índia por sua capacidade de superar obstáculos aparentemente impossíveis, além de possuir recursos financeiros formidáveis. As expectativas são tão grandes, que outros estados indianos estão tentando atrair futuras fábricas e as montadoras mundiais estão fazendo fila para colaborar com a empreitada.

Os primeiros testes do novo carro aconteceram no mês passado em uma pista de testes de Pune, perto de Mumbai. Ele não é uma versão menor de um modelo já existente e sim um projeto totalmente novo. Com um motor traseiro de 30bhp, espaço para quatro pessoas e modelos opcionais de quatro e cinco portas, ele é um "carro bonito e confortável de dirigir", segundo Ravi Kant, presidente da Tata Motors. O mais ambicioso de tudo é o preço. O modelo está sendo conhecido como carro "one lakh" - de um lakh, que corresponde a 100.000 rúpias, equivalentes a cerca de US$ 2.100 quando o modelo foi concebido, quatro anos atrás. Os custos materiais aumentaram desde então, mas a Tata ainda pretende vendê-lo a menos de US$ 3.000 antes dos impostos.

Isso representa mais ou menos a metade do valor do automóvel mais barato disponível hoje, o Renault Logan, fabricado na Romênia. Isso é possível?

Executivos da Tata apontam para o Ace, uma caminhonete lançada no ano passado ao preço de 1,1 lakh, ou cerca de US$ 2.500 antes dos impostos. As vendas se restringiram a três estados indianos durante meses. Mas a capacidade de produção está sendo aumentada em mais de oito vezes. A Ace não é só popular, mas também lucrativa: apesar da alta dos custos das matérias-primas e da escala limitada, ele recuperou seus custos de desenvolvimento em um ano.

A maior concorrente local da Tata, a Maruti, duvida que o carro "one-lakh" consiga atender as exigências de segurança e emissões de gases poluentes. E é justamente por isso que a Ace não está sendo exportada para os países desenvolvidos. Embora ela emita uma quantidade muito pequena de dióxido de carbono, por causa de seu motor muito pequeno, atender os padrões de emissões de gases poluentes e segurança contra acidentes seria muito mais difícil e tornaria a Ace muito mais cara. As mortes em acidentes rodoviários e a qualidade do ar são preocupações cada vez maiores na Índia.

Mesmo assim, a Tata Motors está prosseguindo com seu carro one-lakh e outras montadoras poderão fazer o mesmo. A Bajaj, uma companhia conhecida por seus veículos de duas e três rodas, está estudando a possibilidade de fabricar um carro de baixos custos que usaria um motor de motocicleta. A família Munjal, que está por trás da Hero Honda, uma fabricante local de motocicletas, também está estudando a possibilidade de produzir automóveis baratos. E no Paquistão, a Transmission Motor Company, com sede em Karachi, já vende uma série de veículos de quatro rodas bem básicos por até US$ 2.200, e já o exporta para países como o Sudão, Qatar e Chile.

Vale deverá ter lucro recorde em 2007


O reajuste no minério deverá contribuir para que o ano de 2007 seja melhor ainda para a Vale

A Companhia Vale do Rio Doce (CVRD) confirmou com o primeiro cliente europeu o reajuste de 9,5% no preço do minério de ferro para o ano que vem. O porcentual, que já havia sido negociado com grupos asiáticos, foi acertado ontem com a siderúrgica italiana Ilva, e a expectativa é que seja mantido nas conversas com os gigantes Arcelor Mittal e ThyssenKrupp. Para analistas, os novos preços, aliados ao aumento da demanda, devem contribuir para que a Vale supere, em 2007, o recorde de lucro esperado para este ano.

A forte demanda pelo minério tem garantido à Vale resultados cada vez melhores nos últimos anos. O lucro da empresa passou de R$ 4,5 bilhões em 2003 para US$ 10,4 bilhões em 2005. Este ano, até setembro, o lucro já estava em US$ 10,1 bilhões - ou seja, mantida a média dos três trimestres, passaria dos R$ 13 bilhões no ano.

A receita da empresa também teve um grande crescimento. Passou de R$ 20,9 bilhões em 2003 para R$ 35,4 bilhões no ano passado. Em 2006, de janeiro a setembro, estava em R$ 30,1 bilhões.


(Fonte: Estado de hoje)

Não é qualquer empresa que tem uma margem líquida desse nível

28 dezembro 2006

Rir é o melhor remédio 26

Notícias breves


1. Apple tem baixa após boatos

2. Ministro japonês renuncia após escândalo

3. SEC muda normas de opções

4. Finanças comportamentais

Fisco e o preço de transferência


Notícia de hoje sobre o preço de transferência e o fisco brasileiro:

Exportadoras reivindicam novo ajuste em preço de transferência
Valor Econômico

(...) na opinião do sócio da consultoria tributária da Deloitte, Fernando Matos, a Receita Federal deveria emitir uma nova instrução permitindo o aumento de receitas pelas empresas para o pagamento justo do preço de transferência.

No ano passado, o fisco aliviou a carga dos exportadores na hora do cálculo autorizando um ajuste de 35% das receitas destas empresas, em reais, para compensar as fortes perdas cambiais ao longo do governo Lula. A medida foi necessária porque as empresas sujeitas ao preço de transferência, aquelas que importam ou exportam de empresas coligadas, registraram em seus balanços um faturamento aquém da base de comparação de outros anos. Isso porque os preços em dólar dos produtos exportados continuaram os mesmos, enquanto o faturamento em reais caiu e esta comparação é a usada para fazer o cálculo do imposto.

O preço de transferência foi criado em 1996 para evitar que as multinacionais transfiram parte dos resultados tributáveis no país para o exterior por meio da manipulação de preços de importação e exportação ou de taxas de juros. Basicamente, uma empresa paga mais tributos quanto menor for seu lucro ou receita quando comparado, por exemplo, ao preço praticado em outras exportações. Ou até mesmo a uma média de receita em reais e preço praticado no mercado interno. (...)

E as empresas brasileiras estão ganhando o mundo...


Vale do Rio Doce, Gerdau, Coteminas - além de companhias russas, indianas e chinesas - são outros exemplos de empresas que conseguiram bons resultados e se lançaram em negócios bilionários no primeiro mundo. Segundo relatório da consultoria PricewaterhouseCoopers divulgado nesta quarta-feira, houve 78 transações de empresas nacionais comprando estrangeiras em 2006, exatamente o dobro de 2005.

A onda abarca em sua maioria indústrias primárias que aproveitaram o dólar barato, a alta no preço das commodities e a liquidez no mercado internacional para apostar alto nos Estados Unidos e na Europa. (...)

Outro motivo é o movimento de consolidação por que passa o setor de siderurgia e metalurgia.

(...) Para as empresas dos países emergentes, investir no primeiro mundo significa ganhar escala, reduzir custos, entrar em mercados que antes eram inacessíveis e diversificar o caixa.

Fonte: Globo de hoje

Mas algumas recuaram em 2006...



A lista de estreantes na bolsa neste ano poderia ter sido ainda mais volumosa. Mas, às vésperas de lançar suas ações, oito companhias - GVT, Autotrac, CMS Energy, Rede, Cremer, Satipel, Brasil & Movimento e Multiplan - desistiram do processo.

Durante análise do registro das ofertas pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM), as empresas se depararam, em maio, com uma turbulência no mercado, resultante da fuga de investimentos estrangeiros.

Sem saber quando a tormenta passaria e que reflexos teria no preço dos papéis, muitas pretendentes a lançar ações em bolsa paralisaram seus processos e algumas não se animaram a retomá-los. As empresas apontam esse como o principal motivo para a mudança de planos.

(...)
Além desse fator circunstancial, as companhias foram surpreendidas pelas exigências da CVM e algumas notaram que não estavam totalmente preparadas. Não foram poucas as idas e vindas de documentos solicitados pelo órgão regulador. E a própria autarquia se viu sobrecarregada com o volume de processos para analisar.

Valor Econômico 28/12

Novas empresas abertas para 2007


Já o Valor Econômico faz previsão de novas empresas abertas:



Em 2007, a expectativa é de que o ritmo de estréias em bolsa continue acelerado. No setor de construção, outras empresas devem ir ao mercado, como Tecnisa, Camargo Corrêa, PDG Realty e Even, que estão na fila de espera. (...)

Outros segmentos que podem agitar a bolsa, no médio prazo, são o sucroalcooleiro e o de logística. (...)

Para as estreantes em bolsa não basta estar no pregão. Elas querem ir ao Novo Mercado, nível mais alto de governança corporativa da Bovespa. Nele, existem apenas ações com direito a voto, os balanços são elaborados tanto pelos princípios brasileiros como pelos estrangeiros e exige-se a presença de conselheiros de administração independentes. (...)

E otimismo para 2007


(...) o mercado de ações brasileiro (conforme as projeções de bancos e corretoras) será o investimento mais rentável de 2007 (...) o principal índice de preços da Bovespa (Ibovespa) fechará o próximo ano com valorização superior a 20%, mais do que o dobro do ganho projetado para os investidores em renda fixa.

Há razões bem consolidadas para este otimismo. A expansão do volume de negócios e a entrada de empresas com níveis mais altos de governança corporativa definem boas expectativas no curto prazo para o mercado acionário. Obviamente, a valorização da Bolsa também está amparada na perspectiva de crescimento moderado e sustentado da economia, na redução dos juros e na continuidade da entrada de capital externo. (...)

Recorde da Bolsa


Da Gazeta Mercantil de hoje:

O valor de mercado (capitalização bursátil) das companhias negociadas na Bovespa bateu o segundo recorde anual consecutivo, apesar da redução do número de empresas listadas. Segundo dados da bolsa, no ano até ontem, o valor de mercado atingiu US$ 705,75 bilhões, uma elevação de 46,4% em relação ao mesmo período de 2005, de US$ 482,1 bilhões - que era o maior desde 1994. O número de companhias, por sua vez, que era de 381, em 2005, caiu para 350. O recorde nesse quesito ocorreu em 1988, quando a Bovespa tinha 599 empresas listadas.

O aumento do valor combinado à queda no número de empresas reflete a entrada da bolsa em um novo padrão de qualidade. Conforme analistas, isso foi conseguido com a melhora da governança corporativa - que levou para a bolsa empresas com mais vocação de companhia aberta - e com a expressiva elevação da liquidez, promovida pela atuação dos investidores estrangeiros.

Desde o início do governo Lula, em 2002 até ontem, o crescimento do valor de mercado das companhias foi de US$ 568,5 bilhões, ou 543%, conforme estudo elaborado pela consultoria Economatica com 279 empresas da Bovespa.(Gazeta Mercantil/Finanças & Mercados - Pág. 1)(Lucia Rebouças, Valor das empresas é recorde na Bolsa)

27 dezembro 2006

Nomes populares na matriz


Os nomes mais populares

Meninas
1 Emma
2 Madison
3 Ava
4 Emily
5 Isabella
6 Kaitlyn
7 Sophia
8 Olivia
9 Abigail
10 Hailey

Meninos
1 Aiden
2 Jacob
3 Ethan
4 Ryan
5 Matthew
6 Jack
7 Noah
8 Nicholas
9 Joshua
10 Logan

Fonte: BabyCenter

Imagens do ano



Fonte: BBC News

Cias Aéreas terão lucro em 2006

O resultado dos três primeiros trimestres foram bons para compensar o final do ano ruim. Clique aqui para ler

Rir é o melhor remédio 25

Multa para Vivendi e Messier


Notícia da Agencia EFE informa que o Supremo francês anulou uma decisão anterior que reduzia a multa imposta a Vivendi e a seu ex-dirigente Messier. O escândalo Vivendi foi um grande acontecimento na gestão de empresa européias, onde o presidente da empresa aparentemente manipulou sua contabilidade.

Carroll em números


Reportagem do El Mundo faz uma análise do escritor Lewis Carroll, mais conhecido por criar a personagem Alice, a partir da sua contabilidade particular. Carroll é um dos escritores mais estudados do mundo pelo reflexo da sua vida particular na sua obra.

Clique aqui para ler

Governança em 2006

Artigo de Paulo Conte Vasconcellos publicado na Gazeta traz uma retrospectiva de 2006 sobre governança corporativa (Governança: uma retrospectiva de 2006, Gazeta Mercantil, 27/12/2006):

(...)
A partir da experiência de algumas empresas líderes na implementação da boa governança, algumas conclusões importantes foram atingidas: 1) No processo de implementação dos princípios de governança, cada empresa deve encontrar as alternativas que melhor se adaptam às suas circunstâncias. Ou seja, não existe receita de bolo; 2) O comprometimento de acionistas controladores e executivos é condição sine qua non para o sucesso da implementação das melhores práticas; 3) A credibilidade da empresa no mercado é essencial para que os stakeholders acreditem no comprometimento da empresa com os seus objetivos de governança; 4) A boa governança é uma jornada, não um destino; e 5) A melhoria das práticas de governança traz um bom retorno, tanto em melhoria da performance operacional das empresas quanto em termos de acesso e custo de capital.

No Brasil, a situação de alta liquidez do mercado financeiro internacional levou a uma verdadeira enxurrada de operações. O volume das ofertas de ações superou R$ 30 bilhões, contra R$ 14 bilhões em 2005. A Bolsa teve a estréia de 26 empresas. A maioria das operações realizadas somente com ações ordinárias, no Novo Mercado da Bovespa - uma clara demonstração de que os investidores não aceitam mais empresas que tratam de forma distinta seus acionistas. A igualdade de direitos, um dos pilares da Governança Corporativa, está prevalecendo. (...)

Para fechar o ano com chave de ouro, tivemos a reprovação pela maioria dos acionistas preferencialistas de Telemar, da operação de conversão de ações nos termos propostos à Assembléia de Acionistas realizada em 15 de dezembro.

O maior prejuízo de Hollywood


Segundo o Globo de hoje o filme Instinto Selvagem 2 foi o maior prejuízo do ano: custou US$70 milhões e arrecadou nos EUA US$5,9 milhões. Outras bombas:

“Um bom ano”
“O sacrifício”
“All the king’s men”
“A dama na água”

Lei de Falência elogiada

Reportagem do Valor de hoje faz elogios a Lei de Falências (Empresas conseguem se reerguer pela nova lei)

Em seus 18 meses de vida, completados em dezembro, a nova Lei de Falências mostrou ao longo de 2006 que apesar de todas as suas lacunas, custos e burocracia, o cenário de hoje é bem melhor para as empresas do que aquele proporcionado pela legislação anterior, o Decreto-Lei no 7.661, de 1945. Empresas que já poderiam ter fechado as portas estão hoje em plena recuperação. Outras ganharam, ao menos, uma sobrevida que não conseguiriam na norma antiga. De acordo com dados da Serasa, de janeiro a novembro deste ano, a Justiça recebeu em todo o país 230 pedidos de recuperação, dos quais 149 foram deferidas, ou seja, aprovadas pelo Judiciário na primeira fase do processo.

Gamecorp 4


Na Folha de hoje:

No vermelho, Gamecorp projeta expansão

Mesmo depois de prejuízo, a Telemar, concessionária de serviço público, investiu na produtora R$ 5 milhões em publicidade em 2006

RUBENS VALENTE

A Gamecorp, empresa do filho do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Fábio Luis Lula da Silva, 31, trabalha com a previsão de zerar seu prejuízo até o segundo semestre de 2007, segundo o diretor-presidente da empresa, Leonardo Badra Eid. Em 2005, a Gamecorp informou ter acumulado prejuízo de R$ 3,47 milhões. (...)

Por conta do prejuízo, o patrimônio líquido da empresa passou de R$ 5,2 milhões, no início daquele ano, para R$ 1,73 milhão, em dezembro.

Em janeiro de 2005, o grupo Telemar investiu R$ 5 milhões na empresa por meio de uma compra de debêntures conversíveis em ações. O capital social da empresa era de apenas R$ 10 mil. Além de Fábio Lula, também era sócio Fernando Bittar, filho do ex-prefeito de Campinas (SP) Jacó Bittar.

(...)

Segundo o presidente da Gamecorp, Leonardo Eid, o prejuízo em 2005 já era "esperado". "Não tem como você começar um negócio inovador já dando lucro. A própria MTV no começo, por exemplo, demorou quatro, cinco anos para ter lucro", disse o executivo.

"Nós temos uma previsão, e isso estava dentro do nosso planejamento inicial, de estar zerando, de chegar ao "break-even" [ponto de equilíbrio], no segundo semestre de 2007, isso estava previsto desde o começo", afirmou Eid.

O diretor-presidente da Gamecorp disse que não poderia revelar quanto cada sócio retirará após eventuais lucros da empresa. [sic]

"Eu não posso te falar, mas garanto que é abaixo do mercado, pelas informações que a gente tem", disse Eid.

(...)

Eid afirmou que os custos que levaram ao prejuízo em 2005 são "diluídos" [sic]: "Nosso maior gasto é com mão-de-obra na produção, intensiva. Basicamente [os custos] estão diluídos, não tenho nenhum item significativo".

Vivo perde clientes


Vivo perde clientes e fica com 29,5% do mercado

A Vivo voltou a perder clientes. Assim como havia ocorrido em setembro, a maior operadora de celulares obteve resultado negativo em novembro, segundo dados da Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações). De acordo com o levantamento mensal realizado pela agência, 96 mil usuários se desconectaram da empresa. O número de assinantes da Vivo passou de 28,789 milhões para 28,693 milhões.

Com isso, a participação de mercado da operadora permanece em queda: fechou novembro em 29,48%, contra 29,79% em outubro de 2006 e 34,54% de dezembro de 2005. A liderança da companhia é seguida cada vez mais de perto pela TIM, com 25,40% de participação de mercado. A TIM havia registrado um resultado de 25,23% em outubro de 2006 e 23,42% em dezembro do ano passado.

Desde dezembro de 2005, a diferença entre as duas maiores operadoras de celulares do País caiu de 11,12 pontos porcentuais para 4,08 pontos. Uma das principais explicações para a queda da Vivo é que a empresa adota a tecnologia CDMA, enquanto o sistema que mais avança no Brasil é o GSM. Para reagir, a Vivo está investindo R$ 1,08 bilhão na instalação de uma rede GSM.

O futuro das duas empresas é, porém, incerto. A TIM está à venda e deve haver uma reorganização societária na Vivo, que pertence à Portugal Telecom e à Telefónica.

A terceira colocada no ranking, a Claro, que é favorita na disputa pela TIM, também cresceu desde o ano passado. Hoje, a Claro tem 23,51% do mercado, contra 23,26% em outubro e 21,64% em dezembro de 2005.

A Oi, que pertence ao Grupo Telemar, tem 13,19% de mercado, contra 13,15% em outubro. Já a Telemig Celular e a Amazônia Celular caíram de 4,85% em outubro para 4,67% em novembro.
A sexta colocada no ranking nacional é a BrT GSM, que tem 3,25% do mercado (3,19% em setembro); a CTBC Telecom Celular detém 0,41% (0,44% em outubro); enquanto a Sercomtel Celular continua com 0,09% do mercado.

AUMENTO DA BASE
No mês de novembro, o mercado registrou a adição de 689,980 mil celulares, segundo a Anatel. O País fechou os primeiros onze meses do ano com 97,331 milhões de telefones móveis em operação, o equivalente a uma penetração de mercado de 51,92%.

A Anatel diz que a marca histórica de 100 milhões de celulares poderá ser atingida ainda em 2006, desde que o setor mantenha o ritmo de vendas no Natal, registrado nos últimos anos. Da base total, 78,489 milhões (80,64%) são pré-pagos e 18,841 milhões (19,36%), pós-pagos.


Fonte: Estado de S. Paulo, 27/12/2006

Projetado x realizado


Do Estado de hoje:

Mercado errou nas projeções

Inflação, câmbio e juros ficaram abaixo da estimativa

Gustavo Freire

As projeções do mercado financeiro para o desempenho econômico do País em 2006, feitas no final do ano passado, não se confirmaram. Na última semana de 2005, os analistas diziam que a inflação ficaria este ano nos 4,5% fixados como meta pelo governo, mas ela ficará pouco acima de 3%. O mercado apostava ainda que a taxa básica de juros, a Selic, chegaria neste mês a 15%, mas está em 13,25%.

Participante do levantamento semanal do BC entre instituições de mercado e analistas, o economista Carlos Thadeu Filho, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), diz que a raiz dos equívocos está na trajetória o câmbio. No fim de 2005, o mercado acreditava que o dólar estivesse valendo R$ 2,40 neste fim de 2006. Ontem, estava em R$ 2,14.

Com o câmbio valorizado, o IPCA ficaria na meta de 4,5%. Em vez disso, o câmbio ajudou a segurar os preços e o índice fechará 2006 mais de um ponto porcentual abaixo da meta. Isso explicaria também o erro de previsão da Selic. “A inflação mais baixa abriu espaço para a queda maior dos juros”, disse.

A culpa pelo erro na projeção de câmbio, segundo Thadeu Filho, foi da balança comercial. Não se esperava, no fim de 2005, que o superávit terminasse o ano em US$ 45 bilhões. Na época, a estimativa era de US$ 36,98 bilhões. “Os bons preços de commodities e o crescimento mundial deram fôlego às exportações.” Resultado: entrada maciça de dólares e queda da cotação.

O câmbio mais baixo, em contrapartida, prejudicou a atividade econômica. O crescimento das importações decorrente da valorização do real e as dificuldades de alguns setores exportadores frustraram a expectativa de que o Produto Interno Bruto (PIB) crescesse 3,5%. A previsão agora é de 2,76%.

26 dezembro 2006

Pesquisa na Internet

Pesquisa da Nielsen/NetRatings para Novembro 2006

Novembro:
1. Google = 3.1 Bilhão de pesquisas ou 49.5% do mercado
2. Yahoo! = 1.5 Bilhão ou 24.3%
3. MSN/Live = 515 milhões ou 8.2%
4. AOL 389 milhões ou 6.2%
5. Ask.com = 159.6 milhões ou 2.6%


Fonte: Bloggingsotcks

Mercados mundiais em alta










Fonte: Tickersense

Rir é o melhor remédio 24


Para finalizar dezembro, um quadrinho adaptado do PhD Comics

Custos


Parece que a palavra do dia é custos.

1. Custos do transporte
2. Custos no turismo
3. Custos do açúcar e álcool
4. Custos no varejo e
5. Custos de insumos.

Gamecorp 3

Gamecorp volta à mira da oposição
MÍDIA
Balanço apontando prejuízo de R$ 3,5 milhões em 2005 faz oposicionistas falarem em investigar filho de Lula
João Domingos
BRASÍLIA
O Estado de São Paulo

A divulgação do balanço de 2005 da Gamecorp, que tem entre seus sócios Fábio Luis Lula da Silva, filho do presidente Lula, levou a oposição a pedir investigações no Congresso sobre a empresa. A companhia registrou prejuízo de R$ 3,479 milhões no mesmo ano em que o grupo Telemar injetou R$ 5 milhões na empresa, como revelou ontem o Estado. A Telemar é concessionário do serviço público de telefonia, regulado pelo governo federal.

(...)
O deputado eleito cobrou de seu partido uma postura oposicionista mais firme e atuante para o próximo mandato e propôs questionar no Congresso as contas da Gamecorp. "Temos que analisar bem essa contabilidade, porque eles tiveram um crescimento enorme e agora apresentam prejuízo", disse.

(...)
A EMPRESA

A Gamecorp nasceu com capital de R$ 10 mil, em 2004. No ano seguinte, houve a operação de compra de parte da empresa pela Telemar e os sócios originais - entre eles o filho de Lula - aumentaram o capital da companhia em mais R$ 2,7 milhões. A Telemar injetou mais R$ 2,5 milhões na empresa, para adquirir exclusividade sobre seus projetos e produtos. Em 2006, apesar do prejuízo do ano anterior, a Telemar destinou mais R$ 5 milhões à Gamecorp, dessa vez como verba publicitária. Anteontem, Leonardo Eid, sócio do filho de Lula, revelou que também neste ano deve ser registrado prejuízo.

A Gamecorp produz conteúdo para o público jovem, principalmente dicas para jogos de videogame. Ela aluga espaço na grade da PlayTV, antiga Rede21, da TV Bandeirantes.

COLABOROU RODRIGO PEREIRA

25 dezembro 2006

Dez mais

As empresas que mais doaram recursos nas eleições:

1. Vale do Rio Doce - 25,7 milhões de reais
2. Grupo Gerdau - 16,5 milhões
3. Banco Itaú - 14,7 milhões
4. Grupo Camargo Corrêa - 12 milhões
5. Grupo Votorantim - 9,8 milhões
6. Construtora OAS - 9,8 milhões
7. CSN - 7,7 milhões
8. Sucos Cutrale - 6,9 milhões
9. Banco Alvorada (controlado pelo Bradesco) - 6,5 milhões
10. Unibanco - 4,6 milhões

Fonte: Krieger, Gustavo. Os Donos do Poder. Rolling Stone Brasil, p.50

Contabilização das doações

No último número da revista Rolling Stone Brasil uma reportagem de Gustavo Krieger mostra a importância da prestação de contas das eleições. Alguns trechos a seguir:

"A quinta maior bancada da Câmara dos Deputados é a da CVRD. A sigla não identifica nenhum partido político, mas a Companhia Vale do Rio Doce. A mineradora financiou a eleição de 46 deputados federais. Mais do que o PP, PSB, PTB, PL e outros 13 partidos. A representação da Vale no Congresso é maior que a do estado do Rio de Janeiro. (...)

Alguém se lembra do discurso duro feito pelo presidente Lula no segundo turno da campanha eleitoral contra as privatizações feitas pelos tucanos? Ironicamente, seu maior financiador de campanha foi a Vale, privatizada em 1997 no governo Fernando Henrique. Se continuasse estatal, a empresa estaria proibida por lei de distribuir mimos aos políticos.

Em 2002, as doações eleitorais da empresa totalizaram R$590 mil. Quatro anos depois, foi de R$25,7 milhões (...)

Gerdau também é um pequeno partido. Neste ano, investiu [sic] R$16,5 milhões em doações eleitorais. Ajudou a eleger 27 deputados federais. No Rio Grande do Sul, onde está sua base empresarial, contribuiu com as campanhas de 10 dos 30 deputados eleitos. É a maior força política gaúcha. (...)

Neste ano os dez maiores doadores despejaram nada menos que R$114 milhões. Em comum, duas características. Pertencem a setores que dependem de decisões do governo e escolhe os candidatos vencedores com o mesmo cuidade com que decidem em que ações investirão no mercado. (...)


Alguém duvida que é importante a evidenciação das contas eleitorais?

Gamecorp 2

Continuação...

Sócio diz que lucro virá em 2007 e política atrapalha
Clarissa Oliveira

O quadro deficitário registrado pela Gamecorp em seu primeiro ano de atuação deve perdurar até o segundo semestre do ano que vem, de acordo com o presidente da empresa, Leonardo Eid, que se juntou a Fábio Luis Lula da Silva - filho do presidente Lula - e a outros sócios, para criar o negócio no final de 2004. A expectativa é de que a companhia alcance o equilíbrio das contas somente no segundo semestre de 2007. Admitindo que as discussões políticas surgidas em torno da empresa geraram alguns obstáculos, ele insistiu que o saldo negativo das contas reflete principalmente o fato de a Gamecorp ser uma empresa jovem, inserida em um mercado completamente novo. "Isso tudo está dentro do planejado. A receita vem depois das despesas", disse o empresário, destacando, entretanto, que a Gamecorp já melhorou significativamente sua situação financeira desde 2005.

Para ele, o saldo negativo daquele ano não significa que os investimentos feitos na empresa - como os aportes de uma subsidiária da Telemar - não se justifiquem. "Isso se justifica plenamente. Há bons negócios, que precisam de um fôlego, mas que no futuro vão dar retorno." Questionado sobre sobre o impacto das denúncias envolvendo a Gamecorp sobre o balanço da companhia, Eid admitiu que surgiram alguns percalços no meio do caminho. Isso se refletiu, por exemplo, na maior dificuldade na captação de recursos e investimentos, segundo o empresário. "Qualquer passo nosso é mais vigiado", afirmou. Mas a empresa, de acordo com ele, tem sido capaz de lidar com a situação. "Conseguimos superar isso tudo."

Gamecorp 1


Já o Estado faz uma análise rápida das demonstrações contábeis da Gamecorp:

Gamecorp teve R$ 3,5 mi de prejuízo MÍDIA Empresa do filho de Lula apresentou mau resultado em 2005, mesmo ano em que Telemar injetou R$ 5 milhões
Roberto Lira

SALTO - Em 2004, Fábio Luis e sócios tinham R$ 10 mil de capital

A Gamecorp, empresa que tem entre seus sócios Fábio Luis Lula da Silva, filho do presidente Lula, teve R$ 3,479 milhões de prejuízo em 2005. O mau resultado aconteceu no mesmo ano em que a Telemar virou acionista da companhia, comprando 35% de participação por R$ 2,5 milhões. Também em 2005, o filho de Lula e seus sócios originais aumentaram o capital da companhia em outros R$ 2,7 milhões, depois de terem recebido recursos da Telemar a título de exclusividade pelo conteúdo que produzissem. O balanço da Gamecorp foi publicado na seção empresarial do Diário Oficial do Estado de São Paulo no sábado, dia 23 de dezembro. A empresa é sociedade anônima, mas não tem ações em Bolsa, o que a dispensa de publicar balanços com a regularidade exigida pela Comissão de Valores Mobiliários. Apesar do prejuízo de 2005 - superior até ao valor de sua participação no negócio -, a Telemar decidiu colocar mais R$ 5 milhões na Gamecorp no ano seguinte, dessa vez por meio de contratos de publicidade. Segundo o presidente da Gamecorp, Leonardo Eid, também em 2006 houve prejuízo. A Telemar é concessionária do serviço público de telefonia celular, regulado pelo governo federal. Antes dos negócios com a operadora, o capital do filho de Lula e seus sócios era de R$ 10 mil.

A Gamecorp, criada em outubro de 2004, produz conteúdo para o público jovem e aluga um espaço na grade da PlayTV, antiga Rede 21. Surgiu da criação da BR4, uma associação entre a empresa G4, que tinha como sócios o filho de Lula e os irmãos Kalil e Fernando Bittar, e a Espaço Digital, que pertencia a Leonardo Badra Eid.

Ela iniciou suas operações em março de 2005. O prejuízo de quase R$ 3,5 milhões desse ano se explica por uma receita operacional líquida de R$ 2,358 milhões, contra custos de serviços vendidos de R$ 2,948 milhões e despesas operacionais de R$ 2,889 milhões. A compra de ações pela Telemar entra em outra conta, a do patrimônio.

Nas notas do balanço, a Gamecorp informa que fechou o ano com R$ 49 mil em salários a pagar e R$ 31 mil de pró-labore - a retirada dos sócios.

Políticos e doação


Passadas as eleições torna-se claro o papel importante da contabilidade para entender o cenário político. Hoje a Folha mostra uma reportagem que compara a doação de campanha e os projetos/trabalhos realizados pelos políticos no Congresso. A seguir trechos selecionados:

Senadores captam doações de interessados em seu projetos

RUBENS VALENTE

LEANDRO BEGUOCI

Pelo menos 17 senadores que disputaram cargos nas eleições de 2006 e 2002 receberam doações de empresas que têm interesses em projetos relatados por eles ou em seu trabalho em comissões temáticas da Casa.

"Você vai se interessar em ajudar alguém que você nunca mais vai encontrar na vida? Não, então eles olham quem são os parlamentares que têm potencialidade, que têm poder, e ajudam alguns. É mais uma aposta no futuro que uma relação imediata", disse Ney Suassuna (PMDB-PB), que recebeu R$ 128 mil de empresas farmacêuticas em sua campanha à reeleição ao Senado, neste ano, e relatou projetos sobre propaganda do setor. Ele não foi reeleito e disse ter votado contra os interesses das empresas.

Maguito Vilela (PMDB-GO), vice-presidente da CPI dos Correios, recebeu R$ 50 mil de Flávio Guimarães, presidente do conselho de administração do BMG, um dos alvos da CPI que ele eventualmente presidia. Foi a única doação feita pessoalmente pelo banqueiro. "Não tenho conhecimento dessa doação", disse ele, que recebeu os recursos para a sua campanha (derrotada) ao governo de Goiás neste ano.

A empresa de segurança privada Protege colaborou com uma única campanha no país, a do senador Aloizio Mercadante (PT-SP) ao governo de São Paulo. O primeiro repasse, de um total de R$ 62 mil, ocorreu em agosto. Dois meses antes, Mercadante havia relatado na CCJ um projeto de impacto direto nas empresas de segurança.

Menos verba à União

O Estatuto do Desarmamento havia previsto, a partir de emenda de Mercadante, o pagamento de uma taxa anual de R$ 1.000 por arma adquirida por empresas de segurança privada. Em junho, o senador, já candidato ao governo paulista, mudou de idéia: sugeriu que a taxa ficasse em 20% do previsto. Há cerca de 255 mil armas em poder das empresas de segurança. Com a redução, o valor anual pago pelas empresas à União cairia de R$ 255 milhões para R$ 51 milhões. O senador não vê problema por ter aceitado as doações da Protege logo após o relatório: "Isso não vai interferir no meu mandato. Vou fazer conforme minha consciência como sempre fiz."

Mercadante também rejeitou proposta que previa a inclusão, nas embalagens de bebidas alcoólicas, de avisos sobre os efeitos perniciosos do álcool. O parecer alegava "erros jurídicos" no projeto e não impediu que ele recebesse doação de R$ 300 mil da AmBev em 2006.

(...)

"É melhor buscar as coisas legalmente que por caixa dois", diz Demóstenes Torres (PFL-GO), que obteve R$ 12,5 mil de fábricas de armamento durante sua campanha ao governo de Goiás, neste ano, e relatou no Senado projeto sobre porte de armas em ônibus.


As empresas naturalmente negam qualquer relação:

Empresas negam elo entre doações e ação parlamentar

"A doação realizada pelo doutor Flávio Guimarães para campanhas eleitorais atendeu rigorosamente aos preceitos da legislação eleitoral (...). O doutor Flávio não discutirá o mérito de doações específicas, limitando-se a esclarecer que a doação indagada ocorreu em período posterior à aprovação do relatório final da CPI dos Correios, não tendo por óbvio influência no seu resultado", disse a assessoria do BMG.

A Protege informou que "os interesses do Grupo Protege eram e continuam sendo a favor da isenção total do pagamento das taxas. O parecer do senador Aloizio Mercadante foi contrário ao nosso pleito, propondo taxação de 20%".

O Banco Itaú, que comprou o Banestado, disse que se reserva "o direito de concentrar seu apoio a candidatos e partidos que, no seu julgamento, oferecem os programas e as idéias mais eficientes para melhoria das condições de vida da sociedade. Em linha com seu processo de governança corporativa e de transparência, o Itaú define os apoios num comitê composto por conselheiros e vários executivos. O Itaú jamais solicitou qualquer vantagem como compensação às contribuições que faz".

O estaleiro Rio Maguari, que doou R$ 150 mil para Luiz Otávio (PMDB-PA) -relator de projeto que destina dinheiro à companhia de navegação do rio São Francisco-, disse que a doação não tem ligação com o fato de o senador relatar projetos desse tipo. "Luiz Otávio é comprometido com os assuntos paraenses. Ele vinha ocupando a presidência da CAE, e é difícil um político paraense ter o destaque que ele tinha".

A CBF nega ligação entre doação e atuação parlamentar: "Nunca vi uma ação que é feita a posteriori. Seria um prêmio pelo trabalho dele? A CPI do Futebol fez investigar as coisas", disse Rodrigo Paiva.

A AmBev diz que "Mercadante era candidato ao governo do maior Estado pelo maior partido, por isso doou. Não tem qualquer relação com projetos". Sobre Romero Jucá, a AmBev diz que "distribui regionalmente, por partido, e eqüanimemente. Não tem relação com projetos".

24 dezembro 2006

Bom Natal para todos os leitores deste blog

Ilusão de ótica

Para quem gosta de ilusão de ótica, clique aqui

Dilema da Nike


A questão social pode apresentar certos dilemas para uma empresa. Considere o caso da Nike, uma empresa que já foi acusada de explorar mão-de-obra infantil por diversas vezes.

Esta empresa tem um procedimento de terceirizar a produção de diversos artigos vendidos com sua marca. Na fronteira da Cashimira, no Paquistão, estão localizadas diversas marcas esportivas que fabricam bolas de futebol. Cerca de 80% da produção mundial é realizada nesta região, o que faz com que as cidades próximas sejam prósperas em relação a outras cidades paquistanesas.

Em novembro a Nike acusou a Saga Sports de expor a Nike a ameaça de violar leis de trabalho infantil, entre outras. Entretanto, uma medida mais severa por parte da Nike pode ter conseqüências graves em termos de desemprego, pobreza e avanço do terrorismo islâmico. O contrato com a Saga deverá terminar em março. A ruptura irá significar impactos sobre 20 mil famílias, segundo informações da própria Saga.

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Desempenho das Empresas Abertas


Também da Folha de hoje (Lucro de empresas abertas mais que triplica na era Lula, ADRIANA MATTOS)

Nos quatro anos de governo Lula, o lucro das empresas de capital aberto no país mais que triplicou e a receita com vendas foi engordada em um terço em relação ao governo anterior, de FHC. Siderúrgicas, mineradoras e empresas de telefonia foram as que mais ganharam, informa levantamento da Economática para a Folha. Mas os resultados não são reflexo de medidas governamentais que favoreceram o desempenho do setor privado, diz Fernando Exel, presidente da consultoria. (...)

Os elevados ganhos com exportação explicam a escalada nas vendas -mesmo com o tropeço do câmbio, que afetou a rentabilidade das vendas externas. Quanto aos lucros, a redução na despesa financeira das companhias afetou diretamente esse indicador de forma positiva. Isso porque o dólar barato diminuiu o valor das dívidas na moeda americana.

Outras razões, ligadas a processos de redução de custos e reestruturação dos negócios de companhias nos últimos anos, também tiveram peso. (...)

De 2003 até setembro de 2006, quando os últimos números foram publicados pelas companhias, a receita com vendas somou R$ 1,4 trilhão. Falta somar a performance de outubro a dezembro, que deve puxar o número para cima.

Nos quatro anos de governo tucano de 1999 a 2002, esse montante foi menor, de R$ 1 trilhão. A expansão de 32,3% equivale a um aumento de 8% ao ano -superior ao crescimento anual do PIB na era Lula, de 2,65% (taxa média baseada em estimativas para 2006).

(...) Quanto ao lucro líquido, ele pulou de R$ 40,2 bilhões para R$ 140,7 bilhões, uma elevação de 250%, ou seja, duas vezes e meia maior. As empresas privadas que mais lucraram nos anos de governo petista foram Vale do Rio Doce, Usiminas, Gerdau, Cemig e Telemar Norte Leste.

(...)

Desempenho dos Bancos


Reportagem da Folha de S. Paulo de hoje (Avanço no crédito, "spread" e tarifas fazem bancos lucrarem R$ 56,4 bi desde 2003)

(...)Segundo levantamento da Economática, no último mandato de FHC, os 22 bancos de capital aberto somaram lucro líquido de R$ 31,1 bilhões. No primeiro de Lula, até setembro, esse valor chegou a R$ 56,4 bilhões -expansão de quase 81%.

(...) Para Erivelto Rodrigues, a disparada do crédito nos últimos dois anos e as taxas de "spread" ainda elevadas têm efeito positivo sobre a performance das instituições financeiras. "Spread" é a diferença entre os juros pagos pelos bancos para captar recursos no mercado e a taxa praticada nos empréstimos aos clientes.

Ao fim do governo tucano, em 2002, o "spread" estava em 31 pontos percentuais -cerca de três pontos acima do início do segundo mandato de FHC, informa o Banco Central.

No governo petista, esse indicador oscilou até atingir 27,66 pontos em novembro de 2006. Portanto, houve queda. O que os economistas dizem é que o "spread" cai a uma velocidade menor que a Selic, a taxa de juros básica da economia. A Selic ajuda a compor o "spread".

A queda é mais lenta porque ainda entram na conta do "spread" o risco de calote dos empréstimos e a margem de lucro dos bancos, além de impostos e custos administrativos.

"Para 2007, acreditamos que os ganhos dos bancos continuarão elevados. O crédito não vai parar de crescer e essas empresas vão ganhar emprestando mais dinheiro", diz Claudio Vaz, do Ciesp. Dados do BC mostram que o volume de crédito disponível para pessoas físicas pulou de R$ 16,8 bilhões em 1999, início do segundo governo FHC, para R$ 189 bilhões em novembro de 2006.

23 dezembro 2006

Intangíveis

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O livro mais vendido...


A bíblia é um livro muito vendido. Texto do New Yorker (THE GOOD BOOK BUSINESS. Why publishers love the Bible, de DANIEL RADOSH)mostra isto.

A bíblia é o livro mais vendido do ano, a cada ano. Entretanto, calcular o número de livros vendidos é uma tarefa difícil. Nos Estados Unidos existe uma estimativa de 25 milhões de bíblia em 2005, cerca de duas vezes o livro de Harry Potter. Em termos financeiros estima-se em meio bilhão de dólares.

O negócio é competitivo e isto inclui versões numa linguagem mais fácil, traduções aparentemente mais fiéis ao original, transcrições em vídeo e aúdio, versões comparativas, versões sintéticas entre outras.

Nos Estados Unidos existem mais de 500 versões da Bíblia. Uma boa livraria deve ter mais de 15 no seu estoque.

Michael Jackson e seus contadores


Notícia da France-Presse em espanhol:

Michael Jackson demanda a ex contadores por supuestos negocios fraudulentos
22/12/2006

La ex estrella estadounidense del pop Michael Jackson y su productora demandaron a sus ex contadores por supuestos negocios no autorizados para luego cargárselos a la cuenta del artista, indicaron fuentes judiciales el viernes.

La demanda presentada por Jackson y MJJ Productions Inc. fue presentada el jueves ante la Corte Superior de Los Angeles contra la firma Bernstein, Fox, Whitman, Goldman & Sloan, alegando que fueron negligentes por lo que piden una suma no especificada por daños y perjuicios, indicaron las fuentes.

Según la demanda, Jackson contrató a esta firma en 2003 para que llevaran su contabilidad, abrieran cuentas y manejaran los impuestos de sus asuntos personales, corporativos e inmobiliarios.

Los contadores habrían contratado personal y se metieron en otros asuntos financieros del artista sin su autorización, además que no mantuvieron contacto directo con el artista sobre sus asuntos financieros, especificó la demanda del intérprete de "Thriller".
(...)

Apagão pode ser explicado pela redução nos custos


Notícia do Estado de ontem mostra que parte do problema do apagão aéreo (só uma pequena parte, é verdade) pode ser explicada pela necessidade de reduzir custos.

(Por preço, aéreas operam no limite Para cobrar tarifas mais baixas, empresas usam aviões por até 14 horas; qualquer falha tem efeito em todo o País, Bruno Tavares
22/12/2006, O Estado de São Paulo)

(...) Para que conseguissem reduzir os preços das passagens, nos últimos anos as empresas cortaram ao máximo os custos e enxugaram as malhas. Ou seja: um mesmo avião decola ainda de madrugada de um extremo do País e só desliga as turbinas depois de 14 horas de vôo.

Se uma dessas aeronaves apresenta falhas, como ocorreu nesta semana com seis aviões da TAM, toda a seqüência de destinos - o chamado "trilho", no jargão dos aeronautas - acaba sendo impactada, gerando um efeito dominó. Se a pane puder ser resolvida rapidamente, em 30 minutos ou até uma hora, o avião volta a operar logo em seguida. Mas, caso contrário, a companhia precisa deslocar uma aeronave de outra região do País, o que requer um delicado remanejamento. Os atrasos, tanto os provocados por retenções determinadas pelo controle de tráfego aéreo quanto os ocasionados por falhas nos aviões, também interferem nas escalas de trabalho das tripulações. Por lei, pilotos, co-pilotos e comissários de bordo não podem voar por mais de 11 horas.

Juros cai e não cai


A questão do juros no Brasil prossegue:

Segundo a Folha de ontem (Juro cai, mas banco eleva ganho com crédito)

De 11 modalidades de empréstimo para empresas e pessoas físicas, em 7 houve aumento do "spread" em novembro, aponta BC

Instituições culpam carga tributária, compulsório e inadimplência pela alta diferença entre a taxa que pagam e a que cobram


Por outro lado...

A mesma Folha de S. Paulo informa a mudança na conta salário (Após pressão, governo muda conta salário, SHEILA D'AMORIM E LEANDRA PERES, 22/12/2006)

Pressionado por bancos e governadores, a equipe econômica desidratou a principal medida destinada a aumentar a concorrência bancária e reduzir os juros aos consumidores.

Anunciada na campanha eleitoral, a nova conta salário -instrumento que permitirá ao trabalhador transferir de forma automática e sem custo seus rendimentos para o banco de sua preferência- será implementada entre abril de 2007 e 2012. A previsão inicial era que entrasse em vigor em janeiro.

Foram tantas as exceções criadas que nem o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, nem o ministro Guido Mantega (Fazenda) souberam dizer quantos trabalhadores serão beneficiados no primeiro momento e qual o impacto para a economia.

Preço em alta


O minério deverá sofrer um novo reajuste este ano. As empresas Rio Tinto e Vale do Rio Doce conseguiram um aumento de 9,5% neste mês. Este aumento é possível diante da demanda pelo minério, em especial da China.

Isto significa dizer que provavelmente a Vale deverá ter outro recorde de lucro no próximo ano.

Ontem a Gazeta noticiou que a Merril Lynch recomendava a compra da ação da Vale. Conforme a notícia (MINERAÇÃO: ML reitera recomendação de compra para Vale, Gazeta Mercantil News, 22/12/2006)

"Recomendamos fortemente a compra das ações PN da Vale, dado que o atual desconto de 18% sobre as ações ON é injustificável, pois ambas classes de ação dão os mesmo direitos a voto."

De acordo com Merrill Lynch, a rapidez no processo de negociação é uma clara indicação de que os fundamentos de mercado seguem firmes e que as relações da empresa com os chineses estão cada vez mais saudáveis. O banco reitera sua expectativa de estabilidade nos preços do minério para 2008, com o risco de alta no preço caso a relação oferta/demanda se mantenha justa.

O banco acredita que o patamar de negociação das ações da Vale deve mudar dado o acordo para o preços e pelo fato de que, agora, cerca de 30% das receitas operacionais da companhia serão geradas pelo negócio de níquel.

(...) Para o Merrill Lynch, os próximos catalisadores para a Vale são: maior preço para o níquel em 2007; redução de custos no Brasil, que podem resultar em um aumento de US$ 3 por ADR; sinergias com que podem gerar outro US$ 1 por ADR e notícias positivas resultantes da integração e reestruturação com a Inco.

Dúvida sobre o superávit do Governo


O governo divulgou que as contas públicas apresentaram um superávit de R$5,6 bilhões. A expectativa era de um número entre R$1,8 bilhão a R$4 bilhões. A desconfiança de um embonecamento nestes números. Duas razões possíveis:

1. Previsão do resultado das estatais
2. Redução da dívida em relação ao PIB

Existe uma desconfiança de que o governo considerou um crescimento da economia de 5% (em lugar dos 3% ou 2,5%, que deve ser a taxa correta)

Como explicar isto para as agências de risco?

22 dezembro 2006

Benefício do Feedback


O uso de instrumento de feedback já rendeu uma grande enciclopédia virtual (Wikipedia). A prestigiosa revista Scientific American utilizou este instrumento para fazer a reportagem sobre o "bebê de Lucy", um esqueleto antigo encontrado na Etiópia. O resultado foi interessante e, segundo a revista, o artigo ficou melhor. (Clique aqui para ler mais)

Livros


Os dez melhores do ano, segundo o NYT - clique aqui

E os cem mais notáveis - clique aqui

Custos de produção

O Conselho Monetário Nacional (CMN) aprovou ontem (21) as regras do Programa de Garantia de Preços da Agricultura Familiar (PGPAF), que vai garantir que, quando os preços caírem abaixo dos custos de produção, o agricultor terá um abatimento em seu financiamento agrícola. Cada financiamento com recursos do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) terá vinculado um preço de garantia, baseado nos custos de produção em diversas localidades do país. Se o preço de venda do produto cair abaixo desse preço de garantia, entram os recursos do PGPAF

Acho que eles não sabem como é a contabilidade de custos...

Ford reconhece perda de mercado

Mulally adota agenda emergencial para tentar recolocar a Ford no azul
Clip Monica Langley, The Wall Street Journal

A fatia de mercado da Ford nos EUA despencou de 25% para 16% desde 1995. A Toyota deve superá-la como a segunda maior montadora nos EUA no ano que vem.
Mulally diz que a Ford fez mudanças organizacionais no marketing e nas vendas para "comunicar nossa ótima linha de produtos". Ele cita resenhas de inúmeras publicações nos últimos meses que elogiaram o Fusion, o Mustang e a caminhonete F-250 Super Duty, e diz que a empresa precisa divulgar seus produtos mais eficientemente.

Ainda o aquecimento global


No dia 20/12 postei uma notícia de um jornal português sobre o efeito do aquecimento global no turismo (clique aqui).

Hoje na Folha notícia sobre o mesmo fato:

Falta de neve deixa esporte em alerta

No último mês, três etapas da Copa do Mundo de esqui alpino foram canceladas ou adiadas por falta de neve. Segundo os organizadores, não há frio suficiente nem para produzir neve artificialmente. Com isso, os resorts que abrigam os eventos sofrem prejuízos financeiros com custos operacionais e perda do marketing televisivo.

Relatório Stern


O relatório Stern - cujo nome é devido ao coordenador do grupo responsável pela elaboração - causou um grande debate sobre o aquecimento da terra, suas conseqüências econômicas e o que pode ser feito. Entretanto sua metodologia tem sido largamente contestada. A seguir uma reportagem do Valor Econômico de hoje:

Relatório Stern sobre aquecimento global tem inconsistências

(...) o grande relatório de Nicholas Stern sobre mudanças climáticas, publicado em outubro pelo governo britânico, obrigou ambientalistas desmiolados a ingerir uma dose adicional de hermetismo multicultural: em cena, o alfabeto grego.
Na realidade, apenas duas letrinhas já serão suficientes: delta e eta. Os caracteres são a abreviatura convencional de Stern para dois conceitos. Delta assinala o peso que ele atribui ao bem-estar das gerações futuras que, como ainda não estão aqui, não têm como defender seu próprios interesses. Eta baliza a resposta de Stern a uma questão distinta: qual peso deveria ser dado ao consumo dos ricos em comparação com o dos pobres?
Apenas para recapitular, o relatório Stern conclui que, se as emissões de gases que provocam o efeito estufa continuarem na sua atual tendência, o custo em termos de produção perdida no decorrer dos próximos séculos poderá ser colossal. Mas os custos de mais curto prazo decorrentes de um abandono dos hidrocarbonetos não seriam gigantescos.
(...)
O peso que Stern dá às gerações futuras é alto demais para o gosto de William Nordhaus, da Universidade Yale. Em contraste, o valor atribuído por Stern ao eta é muito baixo para Partha Dasgupta, da Universidade de Cambridge, que atribuiria ao consumo dos pobres uma ponderação um pouco maior do que Stern faz em seu relatório.
Stern considera que uma pessoa nascida em 2106 deveria valer tanto quanto outra nascida em 2006. Em sua defesa, ele cita alguns grandes estudiosos, entre eles Roy Harrod, economista britânico conhecido principalmente como teórico do crescimento e biógrafo de John Maynard Keynes, para quem aplicar taxas de desconto a gerações futuras era apenas uma "referência eufemística a voracidade".
Ele admite existir uma modesta probabilidade de que tais gerações em potencial na realidade podem não existir: a Terra pode, por exemplo, ser arrasada por um meteoro. Por isso, e apenas por esse motivo, ele aplica uma taxa de desconto de apenas 0,1% ao bem-estar das futuras gerações para cada ano transcorrido até a chegada de cada nova geração de humanos.
(...)
A geração atual merece um respiro por outra razão, afirma Nordhaus. As gerações futuras não apenas nascerão mais tarde do que nós, como também serão mais ricas - muito mais ricas. Ele enfatiza que, se o consumo por pessoa crescer 1,3% ao ano, crescerá de US$ 7,6 mil, atualmente, para US$ 94 mil em 2200. Apesar disso, Stern convida a geração atual a fazer um sacrifício econômico para ajudar seus descendentes mais ricos.
Uma redistribuição dos mais pobres para os mais ricos parece algo um tanto perverso. A maioria das pessoas aceita que um dólar tem mais valor para um mendigo do que para um plutocrata. Mas, quanto mais? Stern atribui o valor 1 a eta, e por isso um dólar vale dez vezes mais para alguém com um décimo de renda. Essa pode parecer uma grande diferença. Mas significa que um aumento de 10% no consumo dos pobres - dez centavos de dólar a mais para alguém vivendo com US$ 1 por dia - não vale mais, em seu cálculo moral, do que um bônus de 10% para os ricos: mais US$ 100 para alguém com um orçamento diário de US$ 1 mil.
Partha Dasgupta acha que isso é desfavorável aos pobres. Ele argumenta que um eta entre dois e quatro produz "conseqüências mais eticamente satisfatórias". Se eta fosse igual a dois, um dólar valeria cem vezes mais para alguém dez vezes mais pobre.
Os torpedos disparados contra o relatório Stern vêm das mais diversas origens, mas Nordhaus e Dasgupta concordam num ponto: as escolhas de Stern contêm contradições internas. (...)

Aqui o relatório: www.hm-treasury.gov.uk/independent_reviews

Mudam as prioridades nos celulares


A alteração na regra do setor faz com que as operadoras passem a valorizar os clientes do pré-pago, anteriormente desprezados.

"especialmente aquelas pessoas que têm popularidade e recebem muitas ligações - voltaram a ser valorizados pelas teles. (...)

resultado das novas regras de interconexão na telefonia móvel, que entraram em vigor em meados deste ano e passaram a ter impacto nos balanços das companhias no terceiro trimestre.
A Anatel eliminou o chamado "bill & keep" parcial, no qual as teles faziam um acerto de contas somente entre o que excedia um determinado limite na interconexão (tarifa cobrada quando uma utiliza a rede da outra para completar uma chamada). Uma operadora só pagava quando as ligações originadas em sua rede ultrapassavam 55% do tráfego total entre ela e outra empresa.
(...)
Esse limite acabou. Agora, todas as receitas e todos os custos de interconexão são contabilizados. Os pacotes foram remodelados de acordo com a nova realidade, na qual receber ligações de uma outra rede tornou-se muito interessante, pois elas são uma fonte de receita de interconexão.
A nova regra do jogo, para qualquer operadora, é vender planos que incentivem o tráfego na própria rede e procurem estimular o recebimento de chamadas feitas por clientes de outras operadoras. Daí o valor que ganharam os "pais-de-santo", já que eles são clientes que mais recebem do que fazem chamadas.
(...)
"Há clientes que só recebem. Estimulá-los é bom. A gente já vinha tentando fazer isso mesmo antes das mudanças", diz o gerente de marketing de pré-pago da Vivo, Alex Kanfir. Ele acrescenta que adeptos dos planos de cartão não são sinônimo de clientes piores. Na operadora, 20% deles geram receita média mensal igual à dos assinantes pós-pagos.


(Valor Econômico, 22/12/2006)

21 dezembro 2006

Imagem que prova o aquecimento global (fonte: blue bus)

Os mais vistos


As maiores pesquisas no Google em 2006

1. bebo
2. myspace
3. world cup
4. metacafe
5. radioblog
6. wikipedia
7. video
8. rebelde
9. mininova
10. wiki

No Google News

1. paris hilton
2. orlando bloom
3. cancer
4. podcasting
5. hurricane katrina
6. bankruptcy
7. martina hingis
8. autism
9. 2006 nfl draft
10. celebrity big brother 2006

Vale em dívida?


O liqüidante da Interunion Capitalização ingressou na CVM com pedido de suspensão do processo de emissão de novas debêntures pela Companhia Vale do Rio Doce, enquanto não forem pagas debêntures emitidas pela Companhia Paulista de Ferro Ligas (subsidiária integral da Vale), vencidas e não pagas desde setembro de 2002. Alega o liquidante que precisou recorrer a uma ação judicial para receber os papéis, hoje no valor de R$ 250 milhões, e que o atraso no pagamento causa prejuízo ao processo de liquidação extrajudicial, com milhares de credores esperando para receber o que já teria sido pago se os títulos tivessem sido honrados no vencimento.

Fonte: Gazeta de hoje

Custo do apagão aéreo


Notícia da Gazeta de hoje sobre o custo do apagão:

Desde outubro, as companhias aéreas contabilizam um prejuízo de R$ 80 milhões com apagão. As companhias aéreas já têm pronto um plano de contingência para tentar pelo menos minimizar os efeitos da crise do setor aéreo no período de festas de fim de ano. O presidente do Sindicato Nacional das Empresas Aeroviárias (Snea), Marco Antonio Bologna, revelou que o prejuízo das companhias com a crise, deflagrada em outubro pelo acidente da Gol, já chega a R$ 80 milhões. O executivo, que também preside a TAM, admitiu que a situação em todos os aeroportos só deverá voltar à normalidade no primeiro semestre do próximo ano.

(...) Com relação às perdas das companhias aéreas com a crise, Bologna confirmou que ocorrem não só por conta do aumento dos chamados custos variáveis - com a compra de combustíveis, alimentação e reservas em hotéis -, como também pela queda de receita potencial. Como mesmo reconheceu o executivo, muitos passageiros optam por outros meios de transporte, ou simplesmente por não viajar, diante dos problemas nos aeroportos.