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16 junho 2023

Otimismo com o Brasil

 Um artigo na Bloomberg apresenta uma visão otimista do país. Eis o resumo do texto, segundo o ChatGPT:


O artigo discute a economia brasileira e argumenta que ela está melhor do que aparenta. Embora o país tenha enfrentado desafios econômicos recentemente, como a crise da pandemia e questões políticas, o autor destaca alguns indicadores positivos. O Brasil tem uma economia diversificada, com setores como agricultura, mineração e tecnologia impulsionando o crescimento. Além disso, o país possui uma grande população consumidora e um mercado interno robusto. O aumento do investimento estrangeiro também é mencionado como um sinal de confiança na economia brasileira. Embora existam desafios a serem superados, o artigo destaca que o Brasil possui fundamentos sólidos e um potencial de crescimento promissor.

Foto: Jaime Dantas

Será possível mensurar ESG?

A mensuração dos aspectos ambientais, sociais e de governança de uma empresa é uma preocupação válida. No entanto, a classificação ESG da Sustainalytics, uma ferramenta amplamente utilizada, atribuiu uma pontuação inferior à Tesla em comparação com a Philip Morris, o que é bastante estranho.

A Tesla é reconhecida como uma empresa que está contribuindo para resolver os problemas ambientais, promovendo a substituição dos carros movidos a petróleo por veículos elétricos. A Philip Morris é uma conhecida fabricante de cigarros, incluindo a marca Marlboro. Além disso, a British American Tobacco recebeu uma pontuação ainda mais alta da Bolsa de Londres.


É curioso observar que as empresas de tabaco estão adotando uma política de progressismo corporativo, com foco na diversidade em seus conselhos e iniciativas de justiça social, o que provavelmente contribui para suas pontuações elevadas. No entanto, não podemos ignorar os impactos negativos à saúde causados pelo tabaco.

A Tesla, composta na sua estrutura administrativa principalmente por homens brancos, não seguiu a mesma tendência e sua pontuação reflete isso. Essas pontuações mais baixas podem ser usadas como justificativa para a não realização de investimento por parte dos fundos na empresa.

Essa situação absurda demonstra como os critérios de pontuação ESG podem não ter uma conexão racional com os negócios reais das empresas, levantando dúvidas sobre a objetividade dessas métricas.

Baseado aqui e aqui

Lugares mais felizes do mundo

Eis um ranking surpreendente e muito útil: as atrações turísticas mais felizes do mundo. Não são as atrações mais famosas ou aquelas mais elogiadas. Se você chega a um lugar e pensa "é só isso?" provavelmente a atração não é tão interessante assim. Tipo o quadro da Mona Lisa (não conheço, risos aqui) ou a igreja de Barcelona (conheço, "é só isso?") ou a Torre de Belém (idem, idem). 

Uma análise facial tentou descobrir se os turistas ficam felizes em alguns pontos turísticos do mundo. Foi usada as fotografias tiradas neste pontos e analisadas. Foram mais de 100 países, com diferentes atrações. 

O resultado mostrou que as pessoas não ficam radiante em templos religiosos - o que parece razoável - nem em museus. E no mundo a atração mais feliz é ...


Um parque ecológico localizado em Honduras chamado Manawakie Eco Nature Park. Na análise, 76% das fotos tinham a marca da felicidade. E mais uma surpresa: 14 dos 20 lugares mais felizes do mundo estão na América Latina. 

No Brasil, o lugar mais "feliz" é o Jardim Botânico, com 66,7%. Veja que o castelo da cidade de Edimburgo tem um percentual de 41,6%. 

(Clique na imagem para ver melhor)



Como Javice enganou o poderoso JP Morgan


Com 31 anos, Charlie Javice (foto) cometeu uma fraude contra o poderoso JPMorgan Chase. É uma história bem interessante. Javice criou um aplicativo chamado Frank, que ajudava estudantes a lidar com auxílio financeiro para a faculdade. O banco decidiu comprar a empresa por US$ 175 milhões. Javice afirmava que o aplicativo tinha mais de 4 milhões de clientes, mas na verdade tinha cerca de 300.000, de acordo com a acusação.

Em setembro de 2021, Javice vendeu o Frank para o JPMorgan Chase e também se tornou chefe de soluções estudantis do banco. Porém, em janeiro de 2022, o banco percebeu que algo estava errado e ela foi demitida no final do ano.

Uma das trapaças de Javice foi contratar um professor de ciência de dados por US$ 18.000 para criar uma lista falsa de clientes. Atualmente, ela está em liberdade sob fiança e está sendo acusada de fraude de valores mobiliários, fraude eletrônica, fraude bancária e conspiração.

Bud Light


A Bud Light perdeu seu lugar no topo do mercado americano de cervejas em meio à polêmica em torno de uma parceria promocional com a atriz e influenciadora trans do TikTok Dylan Mulvaney. As vendas relatadas pela empresa controladora AB InBev caíram 23% em relação ao ano anterior, à medida que os boicotes continuam em resposta ao anúncio de Mulvaney do início de abril.

Lançada originalmente em 1982 como uma alternativa de baixa caloria à Budweiser, a Bud Light cresceu e se tornou a marca de cerveja mais conhecida dos Estados Unidos, ao lado da Corona, ao mesmo tempo em que construiu uma forte presença internacional e se tornou um produto essencial para a gigante da cerveja AB InBev. Os líderes da empresa esperavam que o furor de Mulvaney já tivesse se dissipado, mas a popularidade da Bud Light continua caindo.

A Modelo Especial, a popular pilsner mexicana fabricada pela mesma empresa por trás da Corona e da Pacifico, tomou o título da Bud Light como a marca de cerveja número um dos Estados Unidos em termos de vendas em lojas de varejo. Os executivos da AB InBev estão ansiosos para retomar o primeiro lugar, mas com mais de 500 marcas em todo o mundo - vendendo mais de 59 milhões de litros de cerveja no ano passado - a empresa tem outras opções para recorrer.

De fato, nos EUA, as marcas Corona e Modelo são de propriedade exclusiva da Constellation Brands, mas globalmente elas pertencem a... você adivinhou: AB InBev.

Fonte:  Chartr

Talvez daqui a alguns anos teremos o estudo de caso da Bud Light. A decisão da empresa de tentar ser mais "liberal" ou "moderna" parece que não deu muito certo. A cerveja perdeu 3% de participação no mercado. É muito, para um mercado tão concorrido. 


Rir é o melhor remédio


Fonte: aqui. Dica aqui: a conta está certa. 



 

15 junho 2023

Custos do Streaming

 Ao ler um artigo sobre a saída de programas dos streamings, este trecho chama a atenção:

“Em um cenário onde as plataformas de streaming enfrentam uma competição acirrada, especialmente devido ao aumento exponencial de plataformas gratuitas suportadas por anúncios gratuitos, a remoção de programas se tornou uma estratégia significativa para reduzir custos”, afirma Spiegel. “Cada transmissão gera custos de royalties, então removê-las do catálogo reduz os custos sem afetar a receita”, completa.

Mas supondo que o custo é por programa assistido e o valor é dividido entre os programas, isto não deveria afetar. Provavelmente deve existir uma parte do custo que é fixa - que independe do número de pessoas que assistem o programa. Somente neste caso faria sentido a estratégia de remoção.

Expectativa de Vida do Brasil

Em 1920 a expectativa de vida do brasileiro era de 32 anos. Hoje é mais de 70. Ou seja, em cem anos ganhamos uma vida para viver. Em 2019 atingimos o ápice, com 75,3 anos. Mas em 2021 nossa expectativa de vida caiu para 72,8. Isto ocorreu com diversos países; tanto é assim que a média mundial caiu de 72,8 para 71 anos. Temos aqui uma ideia mais clara dos efeitos da pandemia. 
 

Concurso público e Fraude Contábil

Realizamos um levantamento sobre Editais de concurso para o cargo de Auditor Fiscal de Tributos Estaduais (2016-2023), onde buscamos identificar os conhecimentos que são requeridos no que diz respeito ao tema “Auditoria”. Em todos eles, conhecimentos de natureza contábil também foram requeridas, mas não foram consideradas em nosso estudo.


Ao final da análise constatamos que nos Editais para provimento deste importante cargo, praticamente todas as SEFAZ exigiram dos concurseiros noções gerais de auditoria independente, porém poucas se detiveram em exigir conhecimentos específicos relacionados à auditoria contábil tributária do ICMS, cobrando a capacidade de identificação das fraudes contábeis mais comuns (saldo credor de caixa, suprimento de caixa de origem não comprovada, passivo fictício, etc.).

De forma estranha outras exigiram conhecimentos relacionados à auditoria interna, tema totalmente alheio às atribuições de um auditor de tributos estaduais.

Observamos ainda que algumas SEFAZ trouxeram a temática da Lei Complementar nº 105/2001, assunto totalmente relacionado à auditoria contábil. Lembrando que até o momento, apenas cinco Estados não regulamentaram esta importante Lei Complementar (confira aqui).

E apenas uma SEFAZ não trouxe nenhuma temática de auditoria, seja ela de foco contábil ou fiscal.

Fraudes Contabeis é tema recorrente nos editais de concurso para Auditor Fiscal - Por Alexandre Alcantara


Pandemia e mulher no comando

During the COVID-19 pandemic, which is one of the biggest epidemics of the last century and can be regarded as a global tragedy, leaders had to mobilize many resources of their countries quickly and persuade their citizens to change their routine behavior. The approach followed by the leaders of the country in their efforts to convince their people has been an important factor in their success or failure. This paper aims to examine with Michel Foucault’s notion of biopower, and discourses and behaviors of women leaders in countries against the global pandemic which cost high life tool gave harsh messages to the humanity. For this purpose, leadership examples in Finland, Iceland, Taiwan and New Zealand will be examined in detail using the discourse analysis technique. As a result, in current times when populist and autocratic leader style is on the rise, women leaders not only took their countries to success, but they also managed to inspire other countries. More importantly, the struggle of women leaders against the pandemic revealed that a different management style is possible.

Fonte: aqui

Qual língua domina a Internet?

Está estimado que cerca de 63% dos seres humanos vivos agora têm acesso à Internet, o que colocaria o número de pessoas conectadas digitalmente em pouco mais de 5 bilhões de dólares. Essas pessoas são de todo o planeta e potencialmente falam milhares de idiomas diferentes. Se você pesquisar, poderá encontrar centenas de idiomas on-line, do urdu ao catalão.

Mas algumas línguas são mais difíceis de encontrar do que outras. Rest of World procurou a W3Techs, uma empresa de digitalização na web com sede na Áustria, para contar todos os endereços da Web acessíveis ao público na Internet para obter números concretos sobre a discrepância. Nossos dados mostram que pouco mais da metade dos sites na Web usa o inglês como idioma principal. Isso é muito mais do que se poderia esperar, já que os falantes nativos de inglês representam apenas pouco menos de 5% da população global. Enquanto isso, chinês e hindi são o segundo e o terceiro idiomas mais falados do mundo, mas a mesma verificação constatou que eles representam apenas 1,4% e 0,07% dos domínios, respectivamente. 



Como a internet é muito vasta, os dados vêm com advertências e pontos cegos (detalhados abaixo), mas a verificação ainda revela enormes desequilíbrios no uso da linguagem. Idiomas como bengali e urdu, cada um falado por centenas de milhões de pessoas, são quase impossíveis de encontrar online.

O W3Techs rastreia principalmente as linguagens de programação usadas online. Ele varre regularmente domínios publicamente disponíveis e os categoriza por idioma, fornecendo relatórios em tempo real para clientes interessados. Comparamos os dados do W3Techs com números de idiomas falados de uma pesquisa da Ethnologue, uma organização sem fins lucrativos amplamente considerado a autoridade mundial no uso da linguagem. 

Combinados, os dois conjuntos de dados sugerem uma super e sub-representação significativa. Inglês, alemão e japonês comandam uma parte muito maior da Internet do que entre os falantes nativos. Por outro lado, muitas línguas não europeias quase não existem na internet.

Para alguns grupos internacionais, essas discrepâncias são um sinal ameaçador para o futuro. Já em 2003, A UNESCO estava pedindo aos setores público e privado que mantivessem o conteúdo on-line em toda a gama de idiomas humanos. Mas à medida que a web cresce, a diferença entre o idioma falado e o que é usado na internet só aumenta. 

Bhanu Neupane, gerente de programa da UNESCO que trabalha com a desigualdade de idiomas, disse Resto do mundo podemos estar caminhando para um mundo em que apenas um punhado de idiomas esteja significativamente presente online. "O mundo está convergindo", disse Neupane. “E depois de 15 anos, pode haver apenas cinco ou dez idiomas que são falados e usados com destaque nos negócios e online. Então, estamos muito preocupados com isso."

As pesquisas sobre o problema variam, mas a avaliação da UNESCO é consistente com os resultados do W3Techs, mostrando apenas 14 idiomas presentes em mais de 1% dos domínios.

Há algumas advertências que você deve ter em mente sobre esse conjunto de dados: os dados vêm de varreduras de sites publicamente disponíveis; portanto, qualquer coisa que esteja por trás de um login provavelmente será incontada, incluindo aplicativos e redes sociais. (Essa peculiaridade sugere que as digitalizações podem estar subestimando a Internet chinesa, em particular, embora seja difícil saber quanto.) Mesmo em redes sociais acessíveis pela Web, como o Reddit, as digitalizações não foram projetadas para percorrer todas as páginas de um domínio, o que significa que elas podem estar subcontratando comunidades não inglesas em sites em inglês. Há mais detalhes aqui, mas os dados devem ser lidos como uma ampla pesquisa de sites, não como uma medida precisa. 

Dito isto, é difícil perder o quadro geral. Milhões de falantes de inglês não nativos e falantes de inglês não estão presos usando a web em um idioma diferente daquele em que nasceram. E como o texto disponível publicamente na internet agora está sendo usado para treinar modelos de idiomas grandes como Bard e GPT-4, isso sugere que já estamos construindo o mesmo desequilíbrio na próxima fronteira da tecnologia: artificialinteligência

Fonte: aqui

Veja um dado interessante do gráfico acima. A língua portuguesa é a oitava online, mas a sétima mais falada do mundo. Bom ou ruim?

Custo de processamento de informação contábil e efeito na liquidez e custo de capital

Utilizando a implementação do sistema de Coleta Eletrônica, Análise e Recuperação de Dados (EDGAR, na sigla em inglês) de 1993 a 1996 como um choque para as tecnologias de disseminação de informações, examinamos como uma redução significativa nos custos de processamento de divulgação afeta a economia real. Descobrimos que a implementação do EDGAR leva a um aumento nos investimentos corporativos e que esse efeito é concentrado em empresas de valor. Fornecemos evidências de que o financiamento de capital próprio aprimorado e incentivos gerenciais aprimorados são provavelmente os mecanismos subjacentes. Especificamente, a implementação do EDGAR leva a um aumento na liquidez das ações da empresa, uma redução no custo de capital próprio e um aumento no nível de financiamento de capital próprio. De acordo com o efeito de monitoramento da ampla disseminação de informações, a implementação do EDGAR leva a um aumento no desempenho operacional da empresa. Nossas descobertas sugerem que é importante considerar a disseminação de informações além da produção de informações ao examinar os efeitos reais das divulgações corporativas.

Recentemente publicado. Resumo traduzido pelo ChatGPT. É interessante que pesquisas na nossa área estão usando situações "antigas" - com nova tecnologia de análise. A implantação do Edgar ocorreu há 30 anos. 

A polêmica sobre "A Pequena Sereia"

A versão live-action de "A Pequena Sereia" teve um desempenho fraco nas bilheterias em comparação com "Spider-Man: Across the Spider-Verse" da Marvel. No fim de semana do Memorial Day, "A Pequena Sereia" arrecadou US$ 40,6 milhões, marcando uma queda de 57% em relação ao seu fim de semana de estreia. O filme acumulou um total de US$ 186,2 milhões nas duas semanas desde o lançamento. Em contraste, "Spider-Man" arrecadou US$ 120,5 milhões no mesmo fim de semana, tornando-se o melhor início para um blockbuster de verão até agora. "Spider-Man" também teve bons números internacionais, enquanto "A Pequena Sereia" teve dificuldades, especialmente na China e na Coreia do Sul.

O investimento na produção de "A Pequena Sereia" foi significativo, com um custo de US$ 250 milhões, e uma campanha de marketing global de US$ 140 milhões. Como resultado, é provável que o filme alcance apenas uma recuperação financeira, ou possivelmente sofra prejuízo de cerca de US$ 20 milhões. Além disso, o filme tem gerado controvérsias devido a percepções de mudanças na história original e na caracterização da personagem principal, Ariel. Alguns críticos têm acusado a Disney de inserir elementos adultos em excesso no filme, numa perspectiva progressista.

É importante destacar que a Disney, como produtora do filme, tem enfrentado críticas nos últimos anos devido à inclusão de conteúdo temático adulto em suas produções voltadas para o público familiar. No caso específico de "A Pequena Sereia", antes mesmo de seu lançamento, o filme foi alvo de uma campanha por parte de grupos conservadores que expressaram descontentamento com as mudanças no roteiro e com a escolha de Halle Bailey para interpretar Ariel.

Para externalizar sua posição, muitas pessoas foram no Imdb e passaram a dar uma nota reduzida para o filme. Quase 40% dos que votaram deram nota 1, a pior nota possível. Quando computado todas as notas, o filme receberia uma nota média de 4,6, bem acima do 1,6 do desenho Velma, da HBO, que possui uma das piores notas do site. Mas a nota é bem inferior ao 7,6 do desenho animado de 1989:


Por ter detectado uma atividade incomum na votação, o site resolveu fazer uma ponderação das notas alternativo. A justificativa é preservar a confiabilidade do sistema. Assim, a média não ponderada de 4,6 foi transformada em uma nota de 7,2. Veja abaixo a distribuição das notas do filme:


Quando olhamos o rating do Rotten Tomatoes, outro site que agrega o sentimento das pessoas sobre um filme, temos uma nota até razoável para a Sereia:


Temos aqui uma discussão interessante. O site Imdb tomou uma atitude diferenciada para o filme, talvez em consequência da campanha contraria a escalação de uma atriz negra para o papel de Ariel. Isto parece coerente, pois o grande número de notas reduzidas talvez não seja a expressão da qualidade do filme, o fim que importa para um site como o Imdb. Há um misto de preconceito, racismo e implicância com a adaptação que foi realizada para o filme de 1989. Uma alegação contrário ao filme é que a descrição original de Hans Christian Andersen da sereia não foi adequada para o filme ("sua pele era tão clara e delicada quanto uma pétala de rosa, e seus olhos eram azuis como o mar mais profundo"). Mas qualquer adaptação de um livro ou uma escrita envolve mudanças. 

Há algo estranho sobre a atitude do Imdb. Enquanto em Velma não foi feita nenhuma correção de nota, o que ocorreu com o documentário Cleópatra, que também teve uma "campanha" contrária na internet. Eis a distribuição das notas do documentário da Netflix


Cerca de 21 mil pessoas do Egito deram nota 1 para o documentário. A nota do Imdb é de 1,2. Parece existir uma incoerência aqui. Ou será que o fato da Pequena Sereia, produzida por um grande estúdio, merece uma correção de rota. Talvez não, quando olhamos a avaliação do Rotten:


Veja de Velma:

Que é um pouco melhor que Cleópatra. 

Confesso que não assisti ao filme "A Pequena Sereia" de 2023 e a polêmica me pareceu excessiva. Sobre Cleópatra, há uma reação extrema também nas notas, mas tudo leva a crer que o documentário é ruim mesmo. Assisti ao primeiro episódio de Velma e posso dizer que achei muito ruim, entendendo a nota baixa dada pelo público. Nós postamos sobre o desenho aqui no blog. 

Mas ao ler sobre o ajuste que o Imdb fez na nota da Sereia, confesso que não fiquei convencido do método que o site empregou e fiquei com a impressão de que há uma atuação do poder econômico da Disney neste caso. Talvez esteja errado. 

Contabilidade - Além dos elementos relacionados com a arrecadação do filme e o seu custo, que comentei nos primeiros parágrafos desta postagem, entendo que a nota do público, dada no Imdb, não deveria ser descartada de imediato. A decisão do site de fazer a alteração merecia uma explicação melhor. Há também um paralelo aqui entre a votação popular e o "mercado", usado nas normas contábeis. O caso alerta para necessidade de ser cético. 

Rir é o melhor remédio


 Começou a graduação e terminou o doutorado

14 junho 2023

Netflix, compartilhamento de senha e receita

 

Desde que alertou os assinantes nos Estados Unidos de que começaria a restringir o compartilhamento de senhas em 23 de maio de 2023, a Netflix teve os quatro maiores dias de aquisição de usuários nos EUA nos quatro anos e meio em que a Antenna vem medindo o serviço de streaming. Com base nos dados mais recentes disponíveis, a Netflix registrou quase 100.000 inscrições diárias nos dias 26 e 27 de maio.

Diante disto, fatalmente a nova política deverá ser expandida para outros países. 

JP Morgan e as relações perigosas

O JPMorgan concordou, em princípio, em pagar US$ 290 milhões para encerrar um processo coletivo movido por uma vítima anônima de Jeffrey Epstein, pedófilo condenado, já falecido. O acordo, que ainda precisa de aprovação judicial, busca compensar as vítimas dos abusos cometidos por Epstein. O caso foi movido por uma mulher anônima em nome das vítimas do financista. O JPMorgan também enfrenta processos das Ilhas Virgens Americanas e está litigando contra o ex-executivo Jes Staley por suas ligações com Epstein. Mary Erdoes (foto), executiva do JPMorgan, está sob escrutínio devido a sua relação com Epstein. O acordo com o Deutsche Bank, onde Epstein se tornou cliente após o JPMorgan encerrar a relação, foi de US$ 75 milhões.



Há um pedido para que o CEO do JPMorgan Chase, Jamie Dimon, venha depor em um tribunal. 

A acusação contra o banco é que o mesmo se beneficiou das operações de tráfico sexual de Epstein. No caso do JP Morgan, depõe contra a instituição o fato de que somente cinco anos após seus funcionários levantarem preocupações sobre tê-lo como cliente e que a relação foi encerrada. 

Reddit, API e valor dos dados

O Reddit anunciou uma mudança nos preços da API, o que gerou revolta entre os desenvolvedores de aplicativos de terceiros que dependem da API para funcionar. Moderadores de diferentes comunidades do Reddit organizaram um protesto de dois dias para expressar sua raiva e frustração com a mudança. Nem todos os subreddits estão participando do protesto, especialmente aqueles voltados para apoio e saúde mental, que decidiram permanecer abertos para que os usuários possam se comunicar se necessário.


A API do Reddit tem sido extremamente valiosa para empresas de inteligência artificial como fonte de treinamento para modelos de linguagem, e essa mudança significa que essas empresas terão que fazer um acordo separado com o site para continuar acessando os dados através da API (o que envolverá custos). Até agora, a IA tem se beneficiado do conteúdo do Reddit através da API, que funciona como uma fonte quase ilimitada de dados, incluindo aqueles gerados por humanos e até mesmo por bots. O CEO do Reddit, Steve Huffman, afirmou que o corpus de dados do Reddit é valioso, mas que não é necessário fornecer gratuitamente todo esse valor para as maiores empresas do mundo.

Baseado GoingConcern

Binance e SEC

A Securities and Exchange Commission (SEC), equivalente à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) nos Estados Unidos, está processando a Binance, a maior bolsa de criptomoedas do mundo. 

Entre as evidências apresentadas pela comissão, que incluem mensagens de texto de funcionários, depoimentos de ex-executivos e relatórios de auditoria da Binance, algumas acusações chamaram a atenção. Aqui estão cinco delas:

O ex-diretor de conformidade afirmou que não havia como estar "limpo" - Em uma troca de mensagens de texto com outro funcionário, o ex-diretor de conformidade da Binance, Samuel Lim, afirmou que não acreditava que a empresa estivesse "limpa". Ele citou como exemplo o atendimento da bolsa que estaria ensinando os usuários a contornar sanções.

A Binance é acusada de desviar mais fundos dos usuários do que a FTX - A SEC alega que a Binance e a Binance.US redirecionaram mais de US$ 12 bilhões em ativos de clientes para entidades controladas por Zhao entre 2019 e 2021. Isso é US$ 4 bilhões a mais do que o déficit inicialmente reivindicado no caso da FTX.


Auditorias revelaram deficiências e perdas significativas - Auditorias realizadas pela Armanino e pela FGMK identificaram deficiências materiais relacionadas ao controle da Binance sobre a operação da Binance.US, a custódia e controle dos ativos dos clientes, além da falta de transparência da Binance em relação aos ativos dos clientes dos EUA. A auditoria de 2019 também destacou a mistura de fundos de clientes e empresas, dependência da controladora para dados financeiros e a falta de um plano de emergência. 

Dois ex-CEOs afirmaram que Zhao controlava a Binance.US - Ex-presidentes-executivos da Binance.US, Brian Brooks e Catherine Coley, afirmaram que Zhao era o verdadeiro CEO e que a subsidiária não era independente.

Wash trades ocorreram com conhecimento dos funcionários - A SEC alega que wash trades, uma prática que infla o volume de negociação para criar uma falsa aparência de interesse do mercado, ocorriam regularmente na plataforma Binance.US. Isso era feito principalmente por meio de contas afiliadas à Sigma Chain, controlada por Zhao, tornando-a essencialmente uma criadora de mercado. Um funcionário descobriu que podia negociar consigo mesmo.

Baseado Forbes. Foto: Arisa Chattasa

Beleza e gestão de fundos de investimento

A beleza tem seus privilégios. Estudos consistentemente mostram que os mais fisicamente atraentes entre nós tendem a receber mais atenção dos pais, obter melhores notas na escola, ganhar mais dinheiro no trabalho e ter mais satisfação na vida. Um estudo publicado em janeiro no Journal of Economics and Business descobriu que CEOs bancários com boa aparência recebem, em média, mais de US$ 1 milhão em compensação total do que seus pares menos atraentes. "A boa aparência compensa", escrevem os autores.


Novas pesquisas do Shanghai Advanced Institute of Finance também descobriram que gestores bonitos de fundos mútuos atraem mais investimentos e desfrutam de mais promoções do que seus colegas menos atraentes, mesmo que seus fundos não apresentem um desempenho tão bom. Os pesquisadores sugerem que essa diferença de desempenho pode ser porque os gestores bonitos abordam o risco com níveis excessivos de confiança arrogante.

Via aqui. Foto: Sofia

Rir é o melhor remédio

 

Por que eu quero este emprego? Dinheiro

13 junho 2023

Americanas, novela continua - 3

O presidente do Conselho Federal de Contabilidade (CFC), Aécio Prado Dantas Junior, compareceu a uma audiência pública na Câmara dos Deputados, a convite da CPI das Americanas, para prestar esclarecimentos sobre o processo de fiscalização relacionado às supostas inconsistências contábeis da empresa Americanas S.A. Ele explicou que, após a detecção das inconsistências, o Conselho Regional de Contabilidade do Rio de Janeiro instaurou um processo administrativo para apurar a conduta dos profissionais envolvidos.


Dantas destacou que, como entidade fiscalizadora da profissão contábil no Brasil, o CFC está seguindo o devido processo legal, garantindo o direito ao contraditório e à ampla defesa dos profissionais e empresas envolvidos. Ele ressaltou que, caso sejam comprovadas infrações, serão aplicadas penalidades que variam desde advertência e multa até a cassação do registro profissional.

Baseado CFC. Foto: Priscilla Du Preez

Americanas, novela continua - 2

A Americanas entregou à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Câmara dos Deputados nesta terça-feira, 13, documentos com trocas de e-mails que indicam que a diretoria tinha uma versão falsa do balanço da empresa para ser apresentada ao Conselho de Administração e ao mercado. As mensagens também trazem indícios de participação das empresas de auditoria PriceWaterhouseCoopers (PwC) e KPMG na elaboração de documentos com redações favoráveis à empresa.

Os bancos Itaú e Santander são apontados como responsáveis por suavizar o texto das cartas de circularização, usadas como parte da auditoria, em relação aos financiamentos para o pagamento de fornecedores conhecidos como “risco sacado”.

O CEO da varejista, Leonardo Coelho, citou à CPI trocas de e-mails entre os auditores da KPMG e a diretoria da Americanas nas quais a intenção era amenizar os termos da carta da auditoria sobre os resultados da companhia. O texto, que originalmente continha a expressão “deficiências significativas” foi depois entregue com o termo “recomendações que merecem a atenção da administração”. Coelho explicou que a troca foi estratégica: a primeira versão precisaria ser comunicada ao Conselho de Administração; a segunda não necessariamente traria essa exigência.

Sobre outra troca de e-mails, desta vez entre a PwC e a diretoria da Americanas, Coelho diz que o documento carece de contexto, mas que pode indicar que a auditoria teria sugerido como redigir questões ligadas a operações de risco sacado de forma que as operações não ficassem tão claras. Nas imagens apresentadas, é possível ver a sugestão de uma funcionária da auditoria para mudanças na redação da empresa.

O texto inicialmente dizia: “Confirmamos que não temos, junto aos bancos com os quais temos relação, operações contratadas de antecipação de fornecedores nas quais é oferecido risco de crédito da companhia, operações denominadas ‘forfeit’, ‘confirming’, ‘risco sacado’ ou ‘securitização de contas a pagar’”.


Com a sugestão, a versão ficou: “Informamos que não temos conhecimento de que as operações de cessão de crédito realizadas a pedido de fornecedores informadas por certos bancos com os quais a companhia opera possuem qualquer anuência da companhia ou envolva a assunção de risco de crédito por parte da companhia”.

Outro documento apresentado por Coelho mostra o ex-diretor Timotheo Barros perguntando a um colega de diretoria: “Como estamos com bancos para retirar das cartas a informação das operações com fornecedores, vida/morte para nós?”

As trocas de e-mail também sinalizam mudanças no texto dos bancos em suas cartas de circularização, a pedido da empresa, para suavizar registros das operações de crédito que eram reportadas de forma errada pela companhia em seu balanço. São apresentadas versões de cartas do Itaú e do Santander. (...)

Em nota, a KPMG afirmou que “por motivos de cláusulas de sigilo e regras da profissão, está impedida de se manifestar sobre casos envolvendo clientes ou ex-clientes da firma”.

Também em nota, a PwC disse que “não comenta temas de clientes por questões de confidencialidade e regras de sigilo profissional”.

O Itaú Unibanco declarou que “as cartas de circularização, que são instrumento de apoio aos trabalhos de auditoria, até 2017, traziam o saldo integral das operações de antecipação contratadas por fornecedores, denominadas “risco sacado”. A partir de 2018, após discussões de mercado, a carta de circularização foi restringida para refletir apenas as operações contratadas diretamente pela Americanas, com a exclusão do saldo das operações de antecipação contratadas por fornecedores.

Por outro lado, como medida de transparência, foi adicionado o parágrafo que alertava para a realização de operações de antecipação de recebíveis emitidos contra a Americanas, permitindo que as empresas de auditoria conhecessem sua existência e questionassem sobre seu saldo, caso necessário.

“O Itaú reforça que a elaboração das demonstrações financeiras é responsabilidade exclusiva da companhia e de seus administradores. É leviano atribuir a terceiros a responsabilidade pela fraude, confessada pela companhia ao mercado no dia de hoje”, diz em nota.

O Santander disse que a própria Americanas ressaltou os “esforços da diretoria anterior para ocultar do mercado a real situação de resultado e patrimonial da companhia”.

“Isso, por si só, comprova taxativamente que a única e exclusiva responsabilidade pelas ‘inconsistências contábeis’ é da Americanas, por intermédio da sua antiga diretoria. O Santander acrescenta que as cartas de circularização são apenas uma entre muitas fontes de auditoria e que sempre informou integralmente todos os saldos das operações da companhia no Sistema Central de Risco, mantido pelo Banco Central, que inclusive poderia ser fonte de auditagem”, afirmou o banco.

Fonte: Estadão

Americanas, novela continua

A Americanas (AMER3) divulgou, em fato relevante publicado nesta terça-feira (13), que um relatório feito por assessores jurídicos da empresa aponta fraude no caso das inconsistências contábeis relatadas pela varejista em janeiro deste ano. A divulgação ainda trata os ajustes contábeis encontrados pela assessoria como preliminares.


“Os documentos analisados indicam que as demonstrações financeiras da Companhia vinham sendo fraudadas pela diretoria anterior da Americanas”, diz o fato relevante entregue à Comissão de Valores Mobiliários (CVM).

Segundo a empresa, os documentos que deram origem ao relatório (entregues pelo comitê de investigação independente) demonstram os esforços empreendidos pela diretoria anterior da Americanas para ocultar do Conselho de Administração e do mercado a real situação de resultado patrimonial da companhia.

No fato relevante, a Americanas diz que o relatório “indica, ainda, a participação na fraude do ex-CEO Miguel Gutierrez, dos ex-diretores Anna Christina Ramos Saicali, José Timótheo de Barros e Márcio Cruz Meirelles, e dos ex-executivos Fábio da Silva Abrate, Flávia Carneiro e Marcelo da Silva Nunes”.

Fonte: Estadão

Vinte anos de mercado - 2

Usando os dados do mercado entre 2003 a 12 de junho de 2023, eu calculei o risco e o retorno. 

No período de 2003 a 2023 o índice teve uma varição diária de 0,058%. Mas o desvio padrão desta variações ficou em 0,0152. Há um índice na estatística, o Coeficiente de Variação, que relaciona a dispersão com a média, sendo uma forma fácil de verificar se a variação dos valores durante um período de tempo foi grande ou não. Geralmente os livros de estatísticas dizem que o CV devem ser de 0,3 ou menor. Dividindo 0,0152 por 0,00058 nós temos um valor de 26,25. Ou seja, a volatilidade do índice é muito, muito alta. 

Também fiz o modelo para os índices DowJones, o câmbio (euro e real) e as cotações de quatro empresas (Vale, Petrobrás, Ambev e Eletrobras). 

O aspecto que gostaria de destacar aqui é a relação entre as médias e o desvio. Há um mantra em finanças que relaciona o risco e o retorno. Quanto maior o risco, maior o retorn. Se o desvio é uma medida de risco, pois expressa a volatilidade, a média seria a medida do retorno a longo prazo. Veja que a primeira linha mostra o câmbio, com uma média de 0,01% e um desvio de 0,010. A última linha tem a ação da Vale, com média muito maior, de 0,06%, e desvio de 0,026, também maior. Maior risco, maior retorno. 

Vinte anos de mercado

Há vinte anos ocorreu um troca de governo no Brasil. Eu coletei os dados do mercado acionário brasileiro durante este período e estou compartilhando algumas observações sobre o mesmo aqui. Os dados que analisei começam no dia primeiro de janeiro de 2003 e terminam no dia 12 de junho de 2023. Neste período, o Ibovespa aumentou 941,32%. Isto corresponde a 12,43% de crescimento anual. Parece muito, mas é bom lembrar que este percentual está em termos nominais. Mas quando consideramos que neste período o IPCA sofreu uma variação de 219%, o crescimento real do Ibovespa foi 6,1%. Nada mal. Veja no gráfico a seguir a evolução nominal do Ibovespa e percebam uma grande evolução nos primeiros anos da série (leia-se, entre 2003 a 2008), depois entre 2016 e março de 2020.

Tudo bem que a Selic do período, em termos nominais, rendeu 785%. Ou seja, a bolsa trouxe um rendimento, acima da Selic, de 18%, em vinte anos. 

O interessante da pesquisa é quando olhamos a variação diária do Ibovespa. Veja o gráfico abaixo, onde os valores do índice Bovespa estão em termos diários. Este gráfico permite notar os momentos de nervosismo do mercado. Ou seja, quando há intensas variações no Ibovespa. Eu destaquei três destes momentos aqui no gráfico. O primeiro foi durante a crise financeira mundial, de 2008, quando a bolsa brasileira também sofreu com a incerteza mundial. O segundo momento que destaquei no gráfico foi um momento até isolado, um fato político interno: a descoberta das conversas do então presidente Temer com os executivos da JBS. O terceiro momento, com uma incerteza próxima da crise de 2008, foi a pandemia de 2020. 

Nada parece ao acaso aqui. Há outras incertezas neste período, mas estes três momentos se destacam. Se olharmos o que ocorreu no mercado acionário no exterior, dois destes três momentos também estarão presentes. Eis a variação diária do DowJones:

A instabilidade de 2008 e 2020 torna-se marcante na série. Eu também fiz a série histórica total do índice DowJones, de 1921 até os dias atuais, e o resultado foi o seguinte:

É lógico que irá aparecer a crise de 1929. Também é possível destacar a crise de 1987. Depois dela, as grandes variações do gráfico são 2008 e 2020. Assim como ocorreu no Brasil.

Esta movimentação no mercado acionário também ocorreu em outros ativos. Usando os dados da cotação do Euro, em relação ao Real, encontramos o seguinte:

Veja que 2008 está presente, mas aqui temos as manifestações populares de setembro de 2015 e maio de 2017. 

Para finalizar, eu tomei quatro empresas que tiveram ações negociadas na bolsa brasileira no período de 2003 a 2023. 


Há diferenças no comportamento entre elas. Por exemplo, no caso da Vale, além da crise de 2008 e de 2020 há uma grande variação nos dois acidentes com as barragens da empresa. Na Eletrobras, o anúncio da privatização por parte do governo fez com que as ações tivessem uma grande variação no período. 

Mas temos aqui um grande resumo do período: em vinte anos de mercado, a crise de 2008 e de 2020 foram os grandes destaques. 

12 junho 2023

Europa continua regulando sobre sustentabilidade


Nem mesmo a criação do ISSB impediu a Europa de continuar desenvolvendo normas sobre sustentabilidade. Mesmo com sede em Frankfurt, Alemanha, o novo braço da Fundação IFRS está vendo a Comunidade Europeia continuar seu processo "independente" de emissão de normas sobre o relatório de sustentabilidade.  

Agora, a Comissão Europeia lançou uma consulta sobre um projeto de regulamento que complementa a Diretiva Europeia da Contabilidade, abordando as normas de relatório de sustentabilidade. O regulamento exige que empresas listadas, bem como empresas-mãe de grandes grupos, incluam informações sobre sustentabilidade em seus relatórios de gestão. 

A Comissão deve adotar os primeiros padrões de relatórios de sustentabilidade, especificando as informações que as empresas devem relatar. O projeto de normas de comunicação de sustentabilidade europeias (ESRS) foi desenvolvido pelo EFRAG e está aberto para feedback até 7 de julho de 2023, um tempo relativamente curto. A Europa tem pressa, pois deseja que o regulamento entre em vigor a partir de 1º de janeiro de 2024.

Via Iasplus. Foto: Unsplash+

Conservador ou Liberal? Depende

 Eis o resumo:

We develop a novel measure of political slant in research to examine whether political ideology influences the content and use of academic research. Our measure examines the frequency of citations from think tanks with different political ideologies and allows us to examine both the supply and demand for research. We find that research in Economics and Political Science displays a liberal slant, while Finance and Accounting research exhibits a conservative slant, and these differences cannot be accounted for by variations in research topics. We also find that the ideological slant of researchers is positively correlated with that of their Ph.D. institution and research conducted outside universities appears to cater more to the political party of the current President. Finally, political donations data confirms that the ideological slant we measure based on think tank citations aligns with the political values of researchers. Our findings have important implications for the structure of research funding.

Fifa não comprova que a Copa foi carbono neutro


A FIFA, órgão que comanda o futebol no mundo, enfrenta um problema de corrupção de longa data (leia-se governança), o que resultou na concessão da Copa do Mundo ao Catar, um local inadequado para sediar um esporte de verão. Agora um outro problema, desta vez na letra E de ESG. 

A FIFA afirmou que o torneio do Catar seria carbono neutro, mas um relatório confirmou que isso não era verdade, acusando a FIFA de enganar os fãs. A Comissão de Fidelidade da Suíça descobriu que a FIFA violou as regras de concorrência desleal ao fazer alegações não comprovadas e usar medidas de compensação controversas. A FIFA foi advertida a não repetir tais alegações e está considerando um apelo. 

Esse veredicto é uma vitória para os ativistas ambientais. Andrew Simms, diretor do New Weather Institute, afirmou que a FIFA usa falsas alegações verdes como substituto para ações climáticas reais. Ele argumenta que é hora de o esporte e seus órgãos de governo acelerarem a transição para uma economia de baixo carbono em vez de enganar o público. Embora a ideia de subornar a FIFA para dizer a verdade possa parecer tentadora, há problemas óbvios com esse plano.

Parece que estamos na transição da fase do marketing verde para a real necessidade de comprovação das afirmações mercadológicas verdes. 

Fonte: aqui

Desvio de dinheiro em uma entidade do terceiro setor

A organização GiveDirectly é uma instituição de caridade cujo projeto é, à primeira vista, incrivelmente simples: enviar dinheiro diretamente para as pessoas mais pobres do mundo, para que elas possam gastá-lo no que precisam. A grande ideia por trás disso é que o dinheiro tem menos custos administrativos do que outras formas de filantropia, pode ser usado para quase qualquer coisa e respeita os beneficiários, que sabem melhor do que ninguém do que precisam.



Embora tenha sido fundada há apenas uma década, a GiveDirectly se tornou uma importante força na ajuda internacional. Além de transferir centenas de milhões de dólares em dinheiro para os mais pobres do mundo todos os anos, a organização também financiou testes controlados aleatórios em larga escala de transferências de dinheiro, ampliando a evidência sobre onde elas ajudam e como podem (ou não podem) mudar a vida das pessoas.

Esta semana, a GiveDirectly está revelando outro aspecto menos discutido da ajuda global: fraude e roubo. Em um relatório detalhado divulgado recentemente, eles explicam como quase um milhão de dólares foi roubado em 2022 dos beneficiários da GiveDirectly na República Democrática do Congo (RDC).

Embora seja menos de 1% do dinheiro movimentado pela GiveDirectly no ano passado, isso teve um impacto enorme nos beneficiários previstos na RDC, onde mais da metade da população vive com menos de US$ 2,15 por dia, e levou a importantes mudanças nas políticas da organização para garantir que isso não aconteça novamente.

O relatório lança luz sobre um problema que quase todas as organizações de ajuda enfrentam, mas que ninguém quer discutir. O medo é que, ao informar os doadores sobre roubos e fraudes que ocorrem sob sua supervisão, eles passem a doar para outras organizações que não falam abertamente sobre essas questões. No entanto, esses são problemas enfrentados por todas as organizações que tentam transferir dinheiro ou qualquer outro tipo de ajuda em grande escala, e somente ao falar abertamente sobre o roubo é possível projetar melhores procedimentos para evitá-lo.

Na República Democrática do Congo funcionários conspiraram para registrar cartões SIM de pagamento em nome dos beneficiários e desviar os fundos. Embora seja um incidente trágico em vários níveis, a GiveDirectly está sendo elogiada por sua transparência ao compartilhar essa experiência e ajudar outras organizações a identificar e resolver vulnerabilidades. 

A fraude foi descoberta no início de 2023, mas passou despercebida por cerca de cinco meses devido à participação dos conspiradores em várias etapas do processo de verificação. Aproximadamente 900 mil dólares foram perdidos, afetando 1.700 famílias necessitadas. A GiveDirectly suspendeu temporariamente as operações na RDC para ajustar seus procedimentos.

Adaptado daqui

Psicologia do setor sem fins lucrativos e o overhead

Gneezy convida para um teste interessante: você assiste uma palestra do presidente de uma instituição de caridade e resolve doar mil reais. Quando você vai ao aeroporto, voltando para casa, e entra no avião, encontra seu assento na classe econômica. Então você olha, sentando na primeira classe, o presidente da instituição de caridade que você acabou de fazer a doação. Como você se sente?

Se a resposta tiver algo com arrependido, chateado ou algo do gênero, você não estaria sozinho. As pessoas não gostam que instituições de caridade tenham custos indiretos - o overhead. A despesa de viagem do presidente na primeira classe é um exemplo. Há uma premissa de que quanto menor a despesa geral, administrativa e operacional de uma entidade do terceiro setor, mais eficiente será a entidade. As pessoas são avessas a "contribuir" com os overheads e querem que seus recursos sejam repassados para o beneficiário final da entidade. 

Enquanto nas empresas privadas os executivos são compensados com gastos luxuosos e geralmente não são incomodados, no terceiro setor temos uma aversão a este comportamento. Gneezy considera que temos um livro de regras para o terceiro setor e outro para o setor privado. Não julgamos os executivos das empresas pela moderação nos gastos, mas pelos resultados. Mas no terceiro setor prevalece a frugalidade. Entendemos que elevados overheads significa ineficiência e corrupção. 

Tendo por base esta ideia, Gneezy conduziu uma pesquisa e procurou verificar se a reação das pessoas à uma campanha de doação seria mais efetiva se fosse dada a garantia de que o valor entregue iria diretamente para a finalidade do programa, livre de despesas gerais. 


Este grupo, livre de despesas gerais, corresponde a barra escura do gráfico acima. Neste gráfico, o valor da doação é muito maior quando há uma garantia de seu dinheiro não seria usado para os custos indiretos da entidade. 

Para o autor

isso demonstra quão importante é controlar a forma como a história é apresentada. Os três incentivos que testamos nesse experimento de campo eram exatamente os mesmos do ponto de vista econômico tradicional. No entanto, a fonte da aversão aos custos gerais não é apenas se preocupar com corrupção, ineficiências e gastos excessivos. Enfatizar o impacto pessoal dos doadores é importante. Encontre a abordagem que as pessoas se importam e seus incentivos irão mais longe do que nunca.

11 junho 2023

Rankings de Felicidade são tendenciosos

Todos os anos, o Relatório Mundial da Felicidade apresenta uma lista dos países de acordo com seu nível médio de felicidade. São quase 150 países e usualmente os países escandinavos lideram a lista, onde o Brasil estaria em uma posição intermediária. Os países em extrema pobreza ou em guerra estão na parte de baixo da escala. 

Medir felicidade é controverso. A pesquisa origina de uma enquete sobre satisfação com a vida: considerando sua vida como um todo e sendo 10 a melhor vida possível e 0 a pior, as pessoas são solicitadas a indicar onde se encontram. Mas será que esta forma de questionar as pessoas não apresenta um viés cultural? 

"Como se pode concluir razoavelmente que o país A é mais feliz do que o país B, quando a felicidade está sendo medida de acordo com a maneira como as pessoas do país A pensam sobre a felicidade?", perguntaram os autores de um novo estudo.

Neste estudo, propôs uma metodologia diferente para tentar esta medida. Inicialmente os pesquisadores entrevistaram quase 13 mil pessoas em 49 países para saber os ideais de felicidade da sua cultura. Também procuraram saber sobre o nível de felicidade. Foram duas pesquisas diferentes. A primeira para saber se a pessoa estava satisfeita com a vida. A segunda buscava ter uma escala de felicidade que contemplasse o grupo, em uma medida interdependente. Se na primeira o foco é saber se o indivíduo estava satisfeito com sua vida, na segunda era saber se pessoas ao redor estavam felizes e se a pessoa conseguia fazer outras pessoas felizes. 


Os participantes do estudo foram solicitados a responder a cada pesquisa pensando em como uma pessoa ideal ou perfeita responderia, tanto em relação a si mesmos (minha felicidade) quanto em relação à sua família (a felicidade da minha família). Isso foi considerado o ideal cultural de felicidade. Em seguida, eles foram solicitados a responder às pesquisas do próprio ponto de vista, novamente, tanto sobre si mesmos quanto sobre sua família. Isso foi considerado sua felicidade real.

No Japão, as pessoas viam a felicidade como algo compartilhado; na Chechênia viam a felicidade mais como satisfação. Em seguida, foi feito um ajuste nas pontuações levando em consideração as visões de felicidade de suas respectivas culturas. 

A pesquisa mostrou que países onde a felicidade está baseada na interdependência, harmonia e relacionamento tinha seu nível de felicidade subestimado no ranking mundial. Naturalmente que isto não encerra a discussão. Há outros aspectos da felicidade que não foram contemplados no estudo. Mas é um primeiro passo neste sentido.

Multa de trânsito de 120 mil euros

Um empresário na Finlândia recebeu um castigo com uma multa de 121.000 €, ou 129.400 dólares, por excesso de velocidade em um país onde os valores são calculados com base na renda, segundo um jornal local, Nya Åland.



Anders Wiklöf, o presidente da Wiklöf Holding AB, estava dirigindo a 82 km / h, ou 51 mph, quando entrou em uma zona onde o limite de velocidade era de 50 km / h, ou 31 mph, ainda segundo o Nya Åland.

"Eu comecei a desacelerar, mas acho que não fiz rápido o suficiente", disse Wiklöf a Nya Åland. “Eu realmente me arrependo do assunto."

Na Finlândia, multas por excesso de velocidade são vinculado ao salário do infrator e à velocidade com que estavam indo quando eles cometeram o crime.

Via aqui. Foto: Taneli Lahtinen

10 maiores empresas do mundo, segundo da Forbes



A revista Forbes apresenta a relação das maiores empresas do mundo. A publicação faz algo que geralmente um analista evita: não evita fazer comparação entre o setor financeiro e o não financeiro. A relação das 10 maiores é a seguintes:

1. JPMorgan Chase

Origem: Estados Unidos

Vendas: US$ 179,9 bilhões

Lucro: US$ 41,8 bilhões

Ativos sob gestão: US$ 3,7 trilhões

Valor de mercado: US$ 399,5 bilhões

2. Saudi Aramco

Origem: Arábia Saudita

Vendas: US$ 589,7 bilhões

Lucro: US$ 156,3 bilhões

Ativos sob gestão: US$ 653,8 bilhões

Valor de mercado: US$ 2,05 trilhões

3. ICBC

Origem: China

Vendas: US$ 216,7 bilhões

Lucro: US$ 52,4 bilhões

Ativos sob gestão: US$ 6,1 trilhões

Valor de mercado: US$ 203,1 bilhões

4. China Construction Bank

Origem: China

Vendas: US$ 203 bilhões

Lucro: US$ 48,2 bilhões

Ativos sob gestão: US$ 4,9 trilhões

Valor de mercado: US$ 172,9 bilhões

5. Agricultural Bank of China

Origem: China

Vendas: US$ 186,1 bilhões

Lucro: US$ 37,9 bilhões

Ativos sob gestão: US$ 5,3 trilhões

Valor de mercado: US$ 141,2 bilhões

6. Bank of America

Origem: Estados Unidos

Vendas: US$ 133,8 bilhões

Lucro: US$ 28,6 bilhões

Ativos sob gestão: US$ 3,1 trilhões

Valor de mercado: US$ 220,8 bilhões

. Alphabet

Origem: Estados Unidos

Vendas: US$ 282,8 bilhões

Lucro: US$ 58,5 bilhões

Ativos sob gestão: US$ 369,4 bilhões

Valor de mercado: US$ 1,3 trilhão

8. ExxonMobil

Origem: Estados Unidos

Vendas: US$ 393,1 bilhões

Lucro: US$ 61,6 bilhões

Ativos sob gestão: US$ 369,3 bilhões

Valor de mercado: US$ 439,3 bilhões

9. Microsoft

Origem: Estados Unidos

Vendas: US$ 207,5 bilhões

Lucro: US$ 69 bilhões

Ativos sob gestão: US$ 380 bilhões

Valor de mercado: US$ 2,3 bilhões

10. Apple

Origem: Estados Unidos

Vendas: US$ 385,1 bilhões

Lucro: US$ 94,3 bilhões

Ativos sob gestão: US$ 332,1 bilhões

Valor de mercado: US$ 2,7 trilhões

Fonte: Forbes

10 junho 2023

Corretor de estatística de tese

Statcheck é um pacote em R projetado para detectar erros estatísticos em artigos de psicologia revisados por pares, buscando resultados estatísticos nos artigos, refazendo os cálculos descritos em cada artigo e comparando os dois valores para ver se correspondem. Sua base é a apresentação dos resultados conforme as normas da American Psychological Association (APA). Por este motivo, uma das limitações do Statcheck é só ser capaz de detectar resultados relatados de acordo com as diretrizes da APA. Também não consegue verificar as estatísticas que estejam incluídas em tabelas no artigo. Finalmente, o Statcheck não consegue lidar com correções estatísticas nos testes.


O Statcheck foi criado em 2015 e estudos usando o Statcheck mostraram que muitos artigos de psicologia continham erros no relatório estatístico. Alguns periódicos usam o software como parte de seu processo de revisão por pares.

Um estudo de 2017 mostrou que o Statcheck identificava com precisão mais de 95% dos erros estatísticos. Mas uma análise posterior mostrou que o programa estava identificando apenas 60,4% dos testes. Descobriu-se também que o Statcheck tinha com um viés conservador, não sinalizando muitos testes inconsistentes. 

Um dos criadores da ferramenta, Nuijten, analisou sete mil artigos publicados desde 2003 e descobriu que os artigos possuíam 4,5% menos de erros depois que os periódicos começaram a usar o software. Dois outros periódicos, que não usam a ferramenta, tiveram uma redução de 1% somente. 

A ferramente está disponível como plug-in para o Word. 

Foto: Nathan Dumlao

09 junho 2023

IX Congresso UnB


O Congresso da UnB, que irá ser realizado em novembro deste ano, contará com uma palestra de Patricia Dechow. Graças a persistência da professora Beatriz Morgan, uma das mais citadas pesquisadoras da área contábil - mais de 30 mil citações - aceitou falar no congresso. Em razão dos compromissos acadêmicos na sua universidade, Dechow não poderá estar presencialmente no Congresso. (Mesmo assim, ainda temos esperança que isto possa ocorrer)

Outro palestrante confirmado é Jacob Soll. 

Fasb expande sua estrutura conceitual com a questão da entidade

O Financial Accounting Standards Board (FASB), órgão responsável por estabelecer as normas contábeis nos Estados Unidos, expandiu seu "framework" conceitual com informações relacionadas à entidade de relatórios. 


O "framework" conceitual ou estrutura conceitual é um conjunto de conceitos fundamentais que orientam a elaboração e a apresentação das demonstrações financeiras. A expansão do "framework" busca fornecer diretrizes mais claras sobre como identificar e avaliar a entidade de relatórios, incluindo a determinação de quais entidades devem ser consideradas separadamente ou em conjunto para fins de relatórios financeiros. 

Essa atualização é vista como uma forma de melhorar a qualidade e a consistência das informações contábeis e ajudar os usuários das demonstrações financeiras a tomar decisões mais informadas.

É importante notar que desde o término do projeto conjunto Iasb-Fasb, a entidade internacional paralisou novas atualizações da sua estrutura conceitual. O Fasb, pelo contrário, continuou na expansão da sua estrutura, já tendo importantes alterações nas definições de ativo, passivo e outros elementos patrimoniais, além da reintrodução dos termos ganhos e perdas na demonstração do resultado. Isto fez aumentar a distância entre as duas estruturas conceituais. 

Foto: Ashkan Forouzani