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04 janeiro 2012

Importação de têxteis

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, anunciou, ontem, que o governo planeja alterar o regime de tributação para a importação de produtos têxteis. Em até três meses, ele pretende levar à Organização Mundial do Comércio (OMC) uma petição para permitir que os produtos têxteis importados sejam tributados com uma taxa fixa (modelo "ad rem") e não mais por uma tarifa que incide sobre o valor (sistema "ad valorem") como é hoje. O objetivo, segundo o ministro, é combater o subfaturamento de produtos importados.

Mais um vez, contudo, o anúncio de uma decisão que envolve outras áreas da administração pública parece ter sido feito antes de um consenso dentro do governo. Essa mudança já foi proposta pelo Ministério da Fazenda à Câmara de Comércio Exterior (Camex), mas ainda não foi apreciada pelos seus integrantes. O anúncio elevou inquietações dentro do próprio governo de que outros setores pressionem para o país transformar todo seu regime tarifário junto à Organização Mundial do Comércio (OMC). Além disso, os países parceiros podem pedir compensações se julgarem que a mudança afeta sua exportação de têxteis ao Brasil.

No regime atual é cobrada uma alíquota (percentual) sobre o valor do produto. "Mas se o preço é subfaturado o imposto não serve para nada. Já ouvi sobre ternos chegando ao Brasil por US$ 3. Isso não paga nem o botão", disse o ministro, que ontem recebeu, em São Paulo, uma medalha de honra ao mérito concedida pela Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit). No regime de tributação conhecido como "ad rem", o governo adotaria uma classificação de mercadorias em que cada uma teria um tributo fixo de importação sobre o peso, provavelmente. De acordo com Mantega, o governo também estuda a alteração do regime para outros setores da economia, mas não quis especificar quais.

Mantega afirmou que esse sistema de tributação já é contemplado em lei e depende agora apenas de regulamentação e da autorização da OMC. "Queremos fazer essa operação dentro das regras", disse Mantega. O ministro não vê dificuldades na obtenção do aval da organização porque é possível, em sua avaliação, ver em números o prejuízo que o setor têxtil está sofrendo com a concorrência desleal. Em 2011, até outubro, segundo o IBGE, a produção do setor têxtil recuou 14,9% em relação a igual período do ano passado, enquanto a importação de têxteis aumentou 10,6% e a de vestuário, 48,3%, na mesma comparação.

O ministro da Fazenda espera que seja concedida pela OMC uma salvaguarda provisória em até três meses, que poderia tornar-se, após estudo interno na organização e consulta aos países membros, permanente, com prazo de até 10 anos, como ocorreu para o setor de brinquedos, disse ele.

O presidente da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção, Aguinaldo Diniz Filho, afirmou que já está trabalhando na petição que consolidará os números do setor e estima que em janeiro o documento estará nas mãos do Ministério da Fazenda. Diniz espera que as taxas fixas de importação sejam impostas principalmente para a confecção, porque a importação de peças prontas inibe a produção ao longo da cadeia.

O setor têxtil há algum tempo reclama da competição com importados e demanda medidas do governo para dar competitividade ao setor. De acordo com o presidente da Abit, foram os números de emprego, com a perspectiva de corte de 15 mil vagas no setor em 2011, ante criação de 80 mil vagas em 2010, que elevou o senso de urgência no ministério.

Embora afirme que para competir em situação igualitária outras medidas sejam necessárias, como desoneração de investimentos, o presidente da Abit afirma que a salvaguarda, "se colocado do jeito que imaginamos, garantirá um ano de 2012 muito melhor do que 2011", porém o empresário não quis fazer projeções. Em conjunto com ações de defesa comercial, fiscalização em parceria com a Receita Federal e apoio para reduzir o custo de financiamento, "em 2012 a indústria têxtil estará melhor do que em 2011", afirmou Mantega. "Não permitiremos que a indústria brasileira, particularmente a têxtil, saia diminuída da crise internacional", disse.

O anúncio do ministro Guido Mantega agradou a Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Fiec). Para o economista-geral da entidade, Pedro Jorge Viana, a intenção do governo em tributar o produto com um valor fixo, em vez de uma porcentagem em cima do preço de importação, como é feito atualmente, tem duas vantagens.

"É uma medida realista, pois evita o subfaturamento. Na prática, o que acontece muitas vezes é que um produto que custa US$ 20 é declarado com preço de US$ 10, pagando um imposto menor. Cobrando um valor fixo, acaba esse problema. Além disso, ajuda a proteger a indústria nacional contra a concorrência predatória dos chineses, que aumentaram muito a presença neste ano", afirmou o economista.

Mesmo apoiando a iniciativa do governo, Viana disse que o ideal seria o estabelecimento de cotas de importação para aumentar a proteção à indústria nacional. No entanto, o desgaste político de uma medida como essa torna a opção inviável, além do prejuízo com retaliação na exportação de outros produtos não têxteis. "Seria o certo, até para a indústria trabalhar com uma margem de segurança. Mas outros países podem contestar a decisão na OMC e também tomar a mesma decisão na hora de comprar produtos brasileiros. Então, a única saída que vejo é a taxar o importado com um preço fixo", disse o economista-geral da Fiec. (Colaboraram Assis Moreira, de Genebra, e Rodrigo Pedroso, de São Paulo)


Fonte: aqui



Violinos


O violino Stradivarius é considerado o melhor instrumento já produzido pelo ser humano. Sua fama é tão grande que é considerado como um investimento. Um violino pode chegar a mais de 4 milhões de dólares. Existe também os violinos de Guarneri, não tão famosos, mas considerados por alguns como de igual qualidade.

Existem diversas teorias para explicar o fato desses violinos terem tal qualidade: a madeira empregada e os produtos químicos secretos empregados são as explicações mais racionais.

Uma pesquisa descobriu o segredo que faz o som de um Stradivarius. Claudia Fritz e Joseph Curtin pediram que violinistas profissionais tocassem com violinos novos e com os antigos (Stradivarius e Guarneri). O teste foi realizado às cegas, para não influenciar quem estivesse escutando. Além disto, os violinistas que tocaram os instrumentos não sabiam em qual violino, moderno ou antigo, estava tocando.

O estudo descobriu que as pessoas, que eram profissionais e conheciam música profundamente, não conseguiam distinguir um instrumento antigo, e portanto mais valioso, do violino novo. Ou seja, não existe segredo no som do Stradivarius.

Este estudo lembra um parecido com vinhos, bastante conhecido, onde se testava os vinhos da Califórnia, que tinham a fama de serem de pior qualidade, e os franceses, superiores. O resultado mostrou que os especialistas não conseguiam distinguir os dois.

Fonte:
Violinists can’t tell the difference between Stradivarius violins and new ones. Discover Magazine
O Gorila Invisível - C. Chabris e D. Simons, Rocco.

03 janeiro 2012

Rir é o melhor remédio

O apresentador Evaristo Costa é um dos assuntos mais comentados da internet no começo de tarde desta segunda-feira (2).
Tudo porque fez uma piada --mais velha que andar para a frente-- sobre mamão no "Jornal Hoje", da Rede Globo.

Antes de apresentar uma reportagem sobre a fruta, ele teve o seguinte diálogo com a colega de bancada, Sandra Annenberg.

"Gosta de mamão, Sandra?", perguntou.

"Gosto sim, Evaristo", respondeu a apresentadora.

"Então toma a minha mão!", ofereceu o jornalista.

Os dois, então, caem na gargalhada.

2011: O ano da volatilidade. Será?

De acordo com a análise de Ron Griess no The Chart Store, o ano de 2011 foi apenas o 17º mais volátil do índice S&P, desde 1928. De acordo com a metodologia utilizada, os anos de 2000,2002,2008 e 2009 foram mais voláteis que 2011.


There has been much discussion about the recent volatility in the stock market. We did a little study to see how 2011 stacked up against prior years. Our S&P data begins in 1928 and that is what we used for this study. We calculated each days point change, removed the minus sign on down days and summed the daily changes for each year. We then divided that summation by the prior year’s ending value. For instance, in 2011 the summation of the daily changes equaled 3,239.78 points. Dividing that by the ending value of 2010 gives us 257.61%. From the table below, you can see by this methodology that 2011 ranks as the seventeenth most volatile year of the period 1928 to 2011. In fact, four other years of the 21st century rank higher than last year: 2000, 2002, 2008 and 2009. Notice that every single year from 1929 to 1939 are included in the top 15.”




Fonte: How a volatile a year?

Por que tão poucas mulheres participam dos conselhos de administração?


A ex-diretora-presidente da Avon Products Inc., Andrea Jung, foi bastante criticada por servir no conselho de administração de duas outras grandes empresas. Mas a pergunta que não quer calar é: Por que tão poucas mulheres participam dos conselhos de administração?

Entre 2004 e 2008, grandes empresas americanas com três ou mais mulheres no conselho alcançaram resultados financeiros significativamente melhores do que as firmas que não tinham nenhuma mulher conselheira, segundo estudo de 2011 feito pelo Catalyst, uma organização sem fins lucrativos voltada a promover a participação de mulheres no mundo dos negócios. De modo geral elas superaram as empresas sem mulheres no conselho em 84% no quesito retorno sobre as vendas, em 60% no retorno sobre o capital investido e em 46% no retorno sobre o patrimônio.


- É bom lembrar que, correlação não é causalidade.

“Um conselho que tem pelo menos três mulheres ganha pontos de vista diversificados que podem melhorar os resultados”, diz Debbie Soon, vice-presidente sênior da Catalyst.

No entanto, as mulheres ocupam apenas 16% dos assentos no conselho nas empresas listadas no ranking Fortune 500, segundo relato da Catalyst no início do mês. O centro de estudos do setor privado Conference Board concluiu em um estudo recente que, mesmo se 25% dos assentos nos conselhos das firmas da Fortune 500 que serão disponíveis anualmente nos próximos oito anos forem ocupados por mulheres, a porcentagem de mulheres conselheiras nessa amostra seria apenas de cerca de 23% até 2020.

Esse ritmo lento de mudança pode refletir a preferência dos conselhos por diretores-presidentes e diretores financeiros com mais experiência, e a maioria desses são homens. Esses executivos representaram quase 58% dos conselheiros nas firmas da Fortune 500 escolhidos no primeiro semestre de 2011; mas apenas 14 dos 92 recém-admitidos são mulheres, segundo a firma de recrutamento Heidrick & Struggles International Inc.

Muitos conselhos também encolheram de tamanho nos últimos tempos, ou aumentaram a idade da aposentadoria, limitando assim a necessidade de caras novas. E muitas vezes isso aconteceu por receio de trabalhar com recém-chegados ainda não testados durante a crise econômica.

Inúmeros esforços surgiram recentemente para aumentar a participação das mulheres nos conselhos. Inclui-se aí o grupo 2020 Mulheres nos Conselhos, que trabalha para aumentar a representação das mulheres nos conselhos para pelo menos 20% até 2020. No fim do próximo mês o grupo pretende publicar uma lista das empresas listadas no Fortune 1000 que não têm nenhuma mulher no conselho.

“Trata-se de boa governança corporativa”, diz Stephanie Sonnabend, diretora-presidente da Sonesta International Hotels Corp, empresa cofundadora da iniciativa. Ela e outras três mulheres detêm 40% dos assentos no conselho da Sonesta.

Ampliar a participação feminina nos conselhos é difícil porque o recrutamento “com frequência é muito limitado às redes de contatos dos próprios conselheiros”, diz Aditi Mohapatra, analista sênior de sustentabilidade da Calvert. E com muita frequência, isso significa que os escolhidos são homens brancos e mais velhos.

A Parceria por Nova York, grupo de desenvolvimento econômico composto de executivos da cidade, e o Fórum das Mulheres de Nova York, uma rede de líderes do sexo feminino, se uniram para criar um banco de dados de candidatas a conselheiras empresariais com patronos de alto nível.

Até agora, 31 diretores-presidentes que pertencem à Parceria já sugeriram 47 mulheres que eles recomendam pessoalmente como qualificadas para servir em um conselho. O Fórum da Mulher vai fornecer gratuitamente o banco de dados com os nomes para conselhos e firmas de pesquisa, a partir do fim de janeiro.

Algumas conselheiras esperam aumentar o número de mulheres fazendo o papel de “casamenteiras” em seus conselhos. “Essa é uma das minhas tarefas”, diz Beth Comstock, diretora de marketing da General Electric Co. e uma das duas mulheres no conselho de 11 membros da Nike Inc. “Posso ajudar a apresentar [os dirigentes da Nike] para outras mulheres executivas que fico conhecendo.”

Fonte: Joann S. Lublin, WSJ, Valor Economico

Frase

Em entrevista à Globo News, Jorge Gerdau aponta a importância do investimento em infraestrutura e educação para o real crescimento do país, que “precisa aprender a ser rico”. Para o empresário, a prosperidade momentânea que o país vive deve ser utilizada para “construir uma estrutura que potencialize uma prosperidade perpétua”.

Fonte: aqui

Cobrança de dívidas

A cobrança de dívidas está começando a se tornar um grande negócio no Brasil. Pode-se dizer que o aumento da cobrança de dívidas é o preço do crescimento. Depois de anos de instabilidade econômica e hiperinflação, o volume de crédito no Brasil quase dobrou nos últimos dez anos, e agora corresponde a quase 50% do PIB.

Mais recentemente, a inadimplência também tem estado em alta. Segundo a KPMG, o total das dívidas em atraso no Brasil pode alcançar R$ 330 bilhões; desse total, os bancos já disseram que não vão recuperar cerca de R$ 180 bilhões, tornando essa quantia potencialmente disponível para ser vendida aos cobradores de dívidas.

Os bancos costumavam vender carteiras de créditos com mais de cinco anos de atraso, mas com o crescimento do mercado de cobrança de dívidas, estão começando a vender carteiras mais recentes.

O Banco Santander Brasil S.A. vendeu cerca de R$ 16 bilhões em créditos inadimplentes em 2011, quase quatro vezes a quantia vendida em 2010. Esses empréstimos, equivalentes a cerca de 9% do total de empréstimos do Santander Brasil, são a pior parte da sua carteira – aqueles que não receberam nenhum pagamento por mais de um ano. O Santander afirma que “as condições atuais do mercado explicam a aceleração da venda de suas carteiras [de créditos inadimplentes], resultando em maior eficiência”.

Fonte: Rogerio Jelmayer The Wall Street Journal, Valor Economico

02 janeiro 2012

Rir é o melhor remédio

Em homenagem às nossas lutas (e conquistas) de 2012:



Fonte: Aqui

Cinco Tendências Econômicas para 2012

By Sudeep Reddy
Blog Real Time Economics
Economic insight and analysis from The Wall Street Journal, December 30, 2011


The Council on Foreign Relations polled economists to identify five trends to watch in the coming year. They all fall under the increasingly common theme of “uncertainty,” and most of them touch on U.S. or euro-zone policies. Brief excerpts of their conclusions, which you can read in full here:

U.S. political polarization: “The increasing partisan and ideological division between the two parties constitutes the single most important influence on future economic policymaking. … We face the possibility that a political impasse will leave the government without a budget for essential federal functions and without the borrowing capacity to fund normal operations.” – Gary Burtless, Brookings Institution

Global volatility: “The main trend in 2012 is volatility, with the preponderance of extreme macroeconomic risk on the downside. It is a two-scenarios environment with roughly equal weight, with the center of global risk located in Europe. … Virtually all of the risk stems from uncertainty about bold policy action and coordination within and among advanced countries. As the probabilities attached to political gridlock shift, expectations about market and economic trajectories will move with them.” – Michael Spence, Council on Foreign Relations

China’s rise under stress: “History will note that 2012 marked China’s shift to a slower growth trajectory and the anointment of its ‘fifth generation’ of leaders. This comes at a time when the country faces formidable internal and external challenges. … With weak financial institutions and its infrastructure-led growth model under attack, [China] may not have all the tools to achieve its goals.” – Yukon Huang, Carnegie Endowment for International Peace

Shortage of AAA assets: “Unlike the Internet bubble, the household and sovereign credit boom was fueled less by dreams of fabulous growth than by the promise of safety. Financial engineering was supposed to turn risky mortgages into safe-as-houses, AAA-rated bonds; similarly, the euro was supposed to turn previously irresponsible countries into paragons of German fiscal discipline. With those illusions shattered, 2012 will witness a widening gap between the preferences of savers and the needs of borrowers.” – NYU’s Thomas Philippon and Morgan Stanley’s Ashley Lester

New appetite for risk: “The new trend to look for in the euro area in 2012 will manifest itself in financial markets rather than in the political realm. At some point, the economic fundamentals of the euro area–as well as the messy [policy responses of] its governments –will have ensured that market fears surrounding, for instance, Italian government debt will be surpassed by the greed of yield-hungry investors.” – Jacob Kirkegaard, Peterson Institute for International Economics

Humberto Eco

Em entrevista à Revista Época, o escritor italiano, Humberto Eco,comenta sobre a busca da informação na internet.

O escritor italiano diz que a internet é perigosa para o ignorante e útil para o sábio porque ela não filtra o conhecimento e congestiona a memória do usuário
LUÍS ANTÔNIO GIRON, DE MILÃO


ÉPOCA - Mas o conhecimento está se tornando cada vez mais acessível via computadores e internet. O senhor não acha que o acesso a bancos de dados de universidades e instituições confiáveis estão alterando nossa noção de cultura?

Eco
- Sim, é verdade. Se você sabe quais os sites e bancos de dados são confiáveis, você tem acesso ao conhecimento. Mas veja bem: você e eu somos ricos de conhecimento. Podemos aproveitar melhor a internet do que aquele pobre senhor que está comprando salame na feira aí em frente. Nesse sentido, a televisão era útil para o ignorante, porque selecionava a informação de que ele poderia precisar, ainda que informação idiota. A internet é perigosa para o ignorante porque não filtra nada para ele. Ela só é boa para quem já conhece – e sabe onde está o conhecimento. A longo prazo, o resultado pedagógico será dramático. Veremos multidões de ignorantes usando a internet para as mais variadas bobagens: jogos, bate-papos e busca de notícias irrelevantes.

01 janeiro 2012

Rir é o melhor remédio



“Uau! Nevou mesmo noite passada! Não é maravilhoso?”
“Tudo que era familiar desapareceu! O mundo parece novo em folha!”
“Um novo ano… Um começo renovado e limpo!”
“É como ter uma grande folha de papel branco pra desenhar!”
“Um dia cheio de possibilidades!”
“É um mundo mágico, Haroldo, velho amigo…”
“… vamos explorar!”

Um ano mágico e cheio de possibilidades para vocês, nossos queridos leitores!

Sociedade Rent- Seeking

Candidatos aprovados em concurso, inclusive com diplomas de mestrado e doutorado, em muitos casos são alocados em atividades que não demandam muita qualificação

Recentemente terminei de lecionar um curso sobre Teorias de Crescimento Econômico para os alunos da Pós-Graduação em Desenvolvimento Econômico da UFPR. Entre vários artigos, apresentei um seminal sobre a Sociedade Rent-Seeking de autoria da professora Anne Kruger, da Universidade Johns Hopkins.

O artigo foi publicado em 1974 e nele se desenvolve uma análise sobre as ineficiências causadas pela intervenção governamental em alguns mercados devido à geração de rendas extraordinárias. O foco da análise foi o setor importador e como a imposição de cotas, ao elevar o preço dos produtos importados, gera uma renda extra para os agentes que operam nesse mercado. Com a elevação dos ganhos, ocorre uma competição para a obtenção de licenças para importação de forma a empregar trabalho e capital de forma não produtiva.

Esse tema é muito atual no Brasil e, certamente, tem efeitos relevantes no PIB. Muitas pessoas e capital estão sendo empregados para a obtenção de rendas geradas por intervenção governamental sem aumentar o PIB. Um exemplo são os elevados salários de alguns funcionários públicos de atividades que não demandam pessoas com grande nível de qualificação. Em nosso meio, é comum verificar que alguns dos melhores alunos dos programas brasileiros de pós-graduação acabam indo para instituições como o Ipea, Banco Central, Ministérios, Secretarias, agências reguladoras.

É claro que os candidatos estão respondendo aos incentivos, como salários elevados, estabilidade no emprego, aposentadoria, etc. Os atrativos são consideráveis, o que eleva muita a competição na entrada. Assim, os candidatos exitosos possuem boa qualificação, inclusive com diplomas de mestrado e doutorado, em muitos casos. No entanto, muitas vezes eles são alocados em atividades que não demandam muita qualificação. Ou seja, não empregam, em suas atividades diárias, o conhecimento e habilidades adquiridos anteriormente.

Portanto, em muitos casos, todo o esforço realizado anteriormente acaba sendo apenas para ter sucesso no concurso público e não para a realização das atividades que serão realizadas. Essa competição na entrada acaba sendo um desperdício de recursos (tempo se preparando, realização de cursos de mestrado e doutorado etc.)

É claro que essas instituições demandam pessoas com elevado nível de qualificação, mas apenas em áreas específicas. Para reduzir essa ineficiência, o governo federal deveria abrir concursos específicos em áreas que demandam pessoal com elevado nível de qualificação, inclusive com a exigência diplomas de mestrado e doutorado, pagando o diferencial de salário pela qualificação apenas nessas atividades. Adicionalmente, geraria um efeito colateral positivo ao melhorar as contas públicas.

Esse é apenas um exemplo que serve para ilustrar como uma intervenção governamental pode gerar alocação de recursos em atividades não produtivas. Existem inúmeros casos no Brasil que merecem estudos detalhados para a mensuração desses custos. Podemos pensar nas licenças para taxistas, na intervenção governamental no mercado produtivo favorecendo algumas empresas específicas, processos licitatórios, atividades que restringem a entrada de novos produtores etc.

Por um lado, o governo tem um papel fundamental em muitos setores e no bom funcionamento da economia como um todo. Por outro, é preciso levar em consideração esses custos quando ele interfere no funcionamento do mercado. As intervenções devem ser realizadas de forma a tentar estimular os setores produtivos e reduzir as rendas extraordinárias que geram competição e a consequente alocação de recursos em atividades não produtivas. Infelizmente, esse não é nosso histórico.


Fonte: Gazeta do Povo - Sociedade Rent- Seeking - Luciano Nakabashi, doutor em Economia, é professor do Departamento de Economia da UFPR e pesquisador do CNPq. E-mail: luciano.nakabashi@gmail.com

Feriado

Leitura do aprazível História das Constituições Brasileiras (é isto mesmo, leitor. Um livro de direito. E agradável !) informa que o governo provisório da república, através do decreto 42B, transformou 8 de dezembro em feriado nacional. O feriado em questão homenageava a Argentina, país que os republicanos admiravam. O feriado em questão só foi comemorado em 1889.

Fim da distinção entre trabalho em casa, na empresa ou a distância

A Lei 12.551, sancionada no meio de dezembro, alterou o artigo sexto da CLT para equiparar os efeitos jurídicos do trabalho exercido por meios telemáticos e informatizados ao exercido por meios pessoais e diretos. Significa que, no Brasil, deixa de haver distinção entre trabalho na empresa, em casa ou a distância. A lei é uma tentativa de acompanhar o avanço da tecnologia e o aumento da preocupação com qualidade de vida. Agora, oficialmente, não importa mais o local de trabalho, mas se o trabalhador executa a tarefa determinada pela empresa.

O funcionário com carteira assinada que trabalha longe do escritório passa a ter os mesmos direitos dos outros, como hora extra, adicional noturno e assistência em caso de acidente de trabalho. O controle das horas e a supervisão do trabalho podem ser feitos por meios eletrônicos.

Desde o dia 15 de dezembro, data de publicação da Lei 12.551, o artigo sexto da CLT passa a ter a seguinte redação:

“Art. 6o Não se distingue entre o trabalho realizado no estabelecimento do empregador, o executado no domicílio do empregado e o realizado a distância, desde que estejam caracterizados os pressupostos da relação de emprego.

Parágrafo único. Os meios telemáticos e informatizados de comando, controle e supervisão se equiparam, para fins de subordinação jurídica, aos meios pessoais e diretos de comando, controle e supervisão do trabalho alheio.”

EMENTA: Altera o art. 6º da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), aprovada pelo Decreto- Lei nº 5.452, de 1o de maio de 1943, para equiparar os efeitos jurídicos da subordinação exercida por meios telemáticos e informatizados à exercida por meios pessoais e diretos.


Fonte: aqui


31 dezembro 2011

Rir é o melhor remédio

Fonte: Aqui

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Maus sinais

A análise de Stuhlberger sobre o Brasil é dividida em duas partes. No curto prazo, afirma, tudo vai bem:


“O Brasil está bem, mas há sinais de que algo está errado. Exemplos: imóvel
está caro, nosso Big Mac é o mais caro do mundo, nosso Corolla é o mais caro do mundo, a nossa arte está ficando a mais cara do mundo. As vendas no varejo estão crescendo muito acima da indústria de transformação. A balança comercial mostra que a indústria de transformação passou de um superávit de US$ 25 bilhões para um déficit de US$ 43 bilhões em quatro anos.A razão investimento/consumo mostra o Brasil como um dos piores do mundo. O investimento público também é um dos mais baixos do mundo. Nossa previdência é a pior.A Alemanha gasta como a gente, mas tem 19% da população idosa. Nós temos 8%."

Fonte:Entrevista com Luís Stuhlberger. Sócio da gestora Credit
Suisse Hedging-Griffo .É engenheiro formado pela Universidade de São Paulo (USP).

Estado de São Paulo - 25/12/2011

Apesar de avanços, Brasil continua em baixa em índices globais

Em 2011, o Brasil melhorou sua posição na maioria dos rankings internacionais que medem diferentes aspectos do desenvolvimento, mas, por trás de pequenos avanços, o país ainda tem desempenho fraco quando comparado a nações do chamado mundo desenvolvido.

A BBC Brasil reuniu 10 indicadores, divulgados ao longo de 2011, que vão além do Produto Interno Bruto (PIB) e inserem o Brasil em um contexto global em áreas como renda, desigualdade, corrupção, competitividade e educação.

O Brasil, que pode se tornar a 6ª maior economia do mundo ultrapassando a Grã-Bretanha se projeções recentes forem confirmadas, já despenca dezenas de posições quando se considera a renda per capita, resultado da divisão do PIB pela população.

Nessa média, o brasileiro ganha, por ano, o equivalente a US$ 10.710 (contra US$ 8.615 em 2009). Segundo os últimos dados do Banco Mundial, 44 países têm renda per capita superior à do Brasil, entre eles a própria Grã-Bretanha.

A renda dos britânicos, US$ 36.144, é três vezes maior do que a dos brasileiros. Essa diferença, no entanto, vem caindo. Além disso, a renda média do brasileiro continua superior à de seus colegas dos Brics, a Rússia (US$ 10.440), a Índia (US$ 1.475), a China (US$ 4.428) e a África do Sul (US$ 7.275).

Para ler na íntegra, clique aqui.

Dubai



Além da crise da zona do euro, os mercados financeiros poderão sofrer turbulências em 2012 com outro país altamente endividado: Dubai, emirado no golfo Pérsico e antes visto como um dos mais ricos do mundo.

Bancos estrangeiros se mostram de novo inquietos com os riscos de companhias vinculadas ao governo, como Dubai Holding Commercial Operations Group, Jebel Ali Free Zone e DIFC Investments, não poderem rolar suas dívidas no ano que vem, após os problemas enfrentados no auge da crise financeira.

De acordo com o Instituto Internacional de Finanças (IIF), que representa os maiores bancos do mundo, o governo do emirado e suas empresas precisam pagar US$ 13,4 bilhões de títulos de dívida que vencem em 2012, em um cenário de crise global e aperto de crédito.

Para honrar esses compromissos, equivalentes a 12% do PIB de Dubai, o governo pode procurar uma combinação de refinanciamento e liquidação de algumas dívidas, conforme o IIF. Só que o cenário é especialmente complicado para isso, notam analistas.

O emirado acumulou uma dívida pública de US$ 110 bilhões, equivalente a 100% do PIB do país. Os bancos locais estão sob risco, depois de terem emprestado US$ 25 bilhões a empresas estatais, o que equivale a 9% de seus financiamentos.

Dubai atraiu a atenção global com seus gastos gigantescos desde 2002 no desenvolvimento de sua industria imobiliária e projetos de se transformar no paraíso do turismo, do comércio e de serviços financeiros na região.

Os planos de Dubai sofreram um duro golpe com a crise global de 2008-2009, quando várias companhias controladas pelo governo não puderam pagar seus compromissos no rastro da queda dos preços de imóveis e congelamento de créditos.

O emirado chegou à beira do calote e causou turbulências nos mercados globais em 2009, e só se recuperou após uma injeção de US$ 20 bilhões por parte do banco central da União dos Emirados Árabes e do governo e bancos de Abu Dhabi. A estatal Dubai World continua negociando a restruturação de US$ 23,9 bilhões.

Agravando esse cenário, o grosso da renda de Dubai não vem de petróleo, como seus vizinhos, e sim de cobrança de taxas sobre serviços. O país não cobra imposto de renda nem imposto sobre valor agregado.

O pior do endividamento virá entre 2014-2016, daí a importância de se atenuar o problema da divida desde já. No entanto, o presidente do Comitê Fiscal Supremo de Dubai, xeque Ahmed bin Saeed Al Maktoum, divulgou comunicado neste mês insistindo que não tem intenção de reestruturar as dividas das companhias estatais em 2012.

Ele insistiu que o governo tem uma “sólida política financeira”. E terminou o ano anunciando corte de 53% no orçamento público, em relação a 2011, tentando mostrar seriedade na redução da dívida estatal.

Fonte: Assis Moreira, Valor Economico

Nostalgia de fim de ano


Dias especiais, como o Natal e o Ano Novo, nos trazem memórias de tempos antigos, e talvez até de pessoas que amamos. A doce nostalgia nos ajuda a ter uma sensação de conexão, tanto nos dias de festa quanto nos comuns. E, para a psicóloga Krystine Batcho, a nostalgia pode trazer uma ideia de alívio para quem está vivendo tempos difíceis na vida.

A nostalgia já foi definida por vários teóricos. O termo foi originalmente cunhado em 1688, por um médico que queria categorizar a saudade que os soldados tinham de casa. Ele via o sentimento como uma doença física experimentada pelos jovens na guerra, longe de casa pela primeira vez. Naquela época, sem telefone ou internet, estar longe podia ser muito traumático. E daí vários sintomas surgiam, até anorexia, decorrente da falta de apetite.

Hoje, os teóricos fazem importantes distinções entre dois tipos diferentes de nostalgia, a histórica e a pessoal. Ambas são psicológicas e classificadas como estados emocionais.

O primeiro tipo tem relação com ter bons sentimentos ou se sentir atraído por tempos em que o individuo às vezes nem era nascido. Um exemplo é um de nós sentir nostalgia pelo período Vitoriano.

O segundo é o uso mais comum do termo nostalgia, e também o tipo mais estudado. Você já deve imaginar que são os momentos em que sentimos emoções por algo que já vivemos. É o tipo autobiográfico da nostalgia.

O que confunde os estudos é que algumas pessoas falam da nostalgia como um traço de personalidade (alguém mais ou menos nostálgico), e outros como um humor passageiro, por exemplo, “me sinto mais nostálgico no Natal”. E você pode definir o sentimento como achar melhor.

A nostalgia como um humor, quase todos concordam que é universal. Até crianças podem ser nostálgicas. Por exemplo, ela pode ficar nesse “estado de espírito” quando falar de brinquedos antigos.

Batcho, que estuda a nostalgia, afirma que a sensação é importante para manter um senso constante de quem você é. “Você pode se referir a isso como um senso ou consciência de identidade”.

Nesse sentido, em situações traumáticas, que mudem muito o estilo de vida ou a situação de uma pessoa, a nostalgia ajuda a lhe lembrar de quem você é.

Para a psicóloga, a idade que apresenta os picos de nostalgia é a jovem adulta. “Essa fase é muito importante psicologicamente e no desenvolvimento próprio, onde os indivíduos descobrem o que querem ser”.

E, para as datas especiais, como o Natal ou o aniversário, a coisa fica ainda mais emocionante. A publicidade coloca em nossas cabeças que essas datas comemorativas estão centradas nos relacionamentos.

Mas pense em quem não pode estar junto de quem quer, por motivo de morte ou distância, por exemplo. “A solidão é um catalisador de nostalgia. É interessante, porque o sentimento faz você se sentir conectado novamente. Ajuda a diminuir a sensação de estar sozinho. E as datas especiais são notórias para fazer as pessoas se sentirem sozinhas, mesmo que não estejam fisicamente sozinhas”.

Mas calma, no seu Natal e Ano Novo a nostalgia pode até ser boa. “Pode ser psicologicamente útil, porque lembra que seu valor não depende de dinheiro, emprego, saúde, ou outras coisas materiais, mas as pessoas que te amam, ou amaram”, afirma Batcho.

“Datas assim trazem aspectos culturais e até mitos, como o Papai Noel. E isso faz as pessoas se sentirem mais conectadas com o passado e com os outros, além de barreiras do tempo, culturais. É um fenômeno único, um fenômeno de união”, finaliza.


Fonte: Aqui


30 dezembro 2011

Rir é o melhor remédio



Tenho acompanhado há muito o Photoshop Disasters. É muito engraçado ver o uso do retoque de imagens. Esta fotografia acima é uma das melhores postagens que apareceu no ano de 2011.

Links

Lei
Dodd-Frank ainda não foi implantada


Campanha para Kim Kardashian (foto) pagar mais imposto

Tempo para legalizar a cannabis

Mercado
Fazendas já produzem caviar

Como a Bélgica dominou o mercado de cervejas

Listas: Dez Mais
Os dez países que irão comandar o comércio exterior em 2050 (o Brasil não está entre eles)

As dez frases (ou palavras) irritantes de 2011 na área de administração

Contabilidade
Citibank e a SPE: balanço confiável?

Price pode pagar até 1 milhão de libras por auditoria no JP Morgan

Exame do CPA no Brasil

PCAOB descobriu falhas na E&Y

Livros mais vendidos em 2011


Livros mais vendidos no mundo – New York Times

O Céu é de Verdade
Autor: Todd Burpo e Lynn Vincent

Unbroken
Autor: Laura Hillenbrand

Água Para Elefantes
Autor: Sara Gruen

Vida Roubada
Autor: Jaycee Dugard

A Rainha do Castelo de Ar
Autor: Stieg Larsson

Os Homens que Não Amavam as Mulheres
Autor: Stieg Larsson

Tick Tock
Autor: James Patterson e Michael Ledwidge

Decision Points
Autor: George W. Bush

Steve Jobs: A biografia
Autor: Walter Isaacson


Livros mais vendidos no Brasil – Publish News

Ágape
Autor: Padre Marcelo

A Cabana
Autor: William P. Young

Querido John
Autor: Nicholas Sparks

A Guerra dos Tronos
Autor: George R. R. Martin

Guia Politicamente Incorreto da História do Brasil
Autor:Leonardo Narloch

1822
Autor: Laurentino Gomes

Água Para Elefantes
Autor: Sara Gruen

Diário de Uma Paixão
Autor: Nicholas Sparks

O Pequeno Príncipe
Autor: Antoine Saint-Exupéry

Por Que os Homens Amam as Mulheres Poderosas?
Autor: Sherry Argov / Andrea Holcbeg

Fonte: Aqui

Previsões para o Ibovespa em 2012

Ontem, o Ibovespa estava em 57.510 pontos. Veja as projeções feitas no início deste ano para o Ibovespa em 2011, à época, o índice estava com 69.300 pontos:

Veja as projeção feitas para 2012:


Como diria Winston Churchill:

"A arte da previsão consiste em antecipar o que acontecerá e depois explicar o porque não aconteceu."

Bernie

Em outubro postamos sobre o julgamento na Alemanha envolvendo o chefão da Fórmula 1, Bernie Ecclestone. A história nebulosa envolve o pagamento de 44 milhões de dólares para um ex-funcionário de um banco.

Agora Bernie reconheceu o pagamento do dinheiro - mas afirmou que não se tratava de suborno para compra de ações da F1, mas sim de pagamentos em razão de ameaças que o Sr. Gribokowsky fez de levar acusações contra ele, Bernie, ao fisco.

Ouro e Risco


O gráfico mostra duas variáveis: o índice de volatilidade da bolsa dos EUA (uma medida de risco) e a quantidade de pesquisa no Google para o termo "gold price". Observem a correlação próxima dos dois termos. Historicamente o ouro tem sido considerado uma reserva contra as crises financeiras. 

Fonte: The Economist, via aqui

Lego

O gráfico mostra a evolução do preço do Lego ao longo do tempo. O ponto máximo foi durante os anos oitenta, quando uma peça chegou a valer 0,40 US$.
Aqui fotos da fábrica na Dinamarca.

Mudanças à vista no FGC


O Fundo Garantidor de Créditos (FGC) vai passar por uma profunda mudança no ano que vem. Os atuais conselheiros da instituição, executivos oriundos dos grandes bancos do País, serão substituídos por profissionais independentes contratados no mercado financeiro. O presidente do Conselho, Gabriel Jorge Ferreira, deixará o comando quando a reforma do estatuto estiver concluída.

E as regras para o socorro de bancos em dificuldades ficarão mais rígidas, para evitar casos como o do Panamericano, que terminou com um prejuízo de R$ 3,8 bilhões para o FGC, criado em 1995 para garantir depósitos dos correntistas brasileiros até determinado limite. Atualmente, a cobertura é de até R$ 70 mil por CPF na mesma instituição financeira e vale para dinheiro em conta corrente, caderneta de poupança, CDBs, letras de câmbio, letras imobiliárias, letras hipotecárias e letras de crédito imobiliário.

O Estado apurou que as mudanças estão sendo discutidas com o Banco Central (BC) e já receberam o aval dos banqueiros. A origem da reforma remonta a 2009, quando a autoridade monetária colocou para discussão pública alterações no FGC. Na ocasião, o BC alertou para alguns problemas no funcionamento do Fundo. Um exemplo é o fato de os conselheiros terem acesso a informações confidenciais de concorrentes em dificuldades. Hoje em dia, vários bancos procuram o FGC se precisam de ajuda.

Quando isso ocorre, busca-se uma solução que, em alguns casos, precisa ter a anuência dos conselheiros para ser implementada. Só que, desde que o FGC foi criado, só os maiores do setor têm assento no conselho. Hoje, são Banco do Brasil, Itaú Unibanco, Bradesco, Santander, Caixa Econômica Federal, Safra e Alfa (esses três últimos suplentes).

Como lembra uma fonte do setor, essa situação cria o que se chama de assimetria de informação. Em outras palavras, alguns bancos sabem quem são os concorrentes em dificuldades. Mas todos os outros do setor, não. Para evitar esse tipo de conflito de interesse, os conselheiros terão de ser independentes, sem vínculo algum com bancos.

O BC deve voltar à carga com o assunto no ano que vem. No entanto, os banqueiros decidiram antecipar-se à autoridade e já acertaram informalmente um novo estatuto, que será implementado nos primeiros meses de 2012. O objetivo é que tudo esteja pronto antes do fim de abril, quando está agendada a assembleia anual ordinária do Fundo. A partir daí é que as alterações práticas – como a saída de Ferreira – serão efetuadas.

O novo presidente do conselho ainda não foi escolhido. Hoje, o nome favorito é o do presidente da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), Murilo Portugal. Há, porém, ao menos dois empecilhos para que essa solução vingue. O primeiro deles é a resistência do próprio Portugal em assumir novas funções. O segundo é o fato de que, em algumas situações, FGC e Febraban têm posições opostas. A entidade que representa os bancos, por exemplo, faz pressão para diminuir o porcentual dos depósitos dos correntistas (dinheiro que, afinal de contas, compõe o patrimônio do Fundo, atualmente próximo de R$ 28 bilhões).

O FGC, em compensação, entende que, em alguns momentos, é preciso elevar o porcentual para que as garantias possam se manter no nível corrente ou até serem elevadas. A outra grande mudança no estatuto decorre do caso Panamericano. A partir de 2012, em operações de salvamento de bancos, o FGC vai exigir que o banqueiro em questão coloque todo o patrimônio pessoal como garantia do empréstimo. Além disso, as condições do financiamento serão as de mercado. Ou seja, sem nenhum vantagem para o tomador.

Fonte: LEANDRO MODÉ – O Estado de S.Paulo

A Era Pós-Ocidental

Separei alguns trechos da entrevista ao Valor Econômico do cientista político frânces, Dominique Moïsi, que considera que a centralidade ocidental, que durou 250 anos, não é mais a mesma. Moïsi é autor do livro "A Geopolítica das Emoções" (foto), dentre outros.

Valor: Do ponto de vista cultural, como será o mundo pós-ocidental? Critérios estéticos, fundamentos teóricos e valores ético-políticos de hoje são herdeiros de um período bem específico que foi a "modernidade ocidental".

Moïsi: Tenho grande paixão por essa questão. De tudo o que ela contém, o principal é a universalidade. Será que os chineses vão construir uma universalidade para sua forma de ser e pensar? Hoje, a China está centrada em suas questões e não olha o resto do mundo. Uma superpotência global pode se manter assim? E será que é possível se desenvolver sem democracia? Parece que sim, mas acho que não é possível sem o estado de direito. As teorias que relacionam democracia e capitalismo, vê-se agora, não necessariamente estão certas. Os asiáticos querem consumir como nós, mas será que vão querer ser governados como nós?

Valor: Mas, além da ascensão da China, os focos de irradiação cultural e poder político se multiplicam. Antes era só um, o ocidental.

Moïsi: Isso é interessantíssimo e tento desenvolver o assunto no livro que estou escrevendo e provavelmente vai se chamar "O Ocidente na Era Pós-Ocidental". O objetivo é demonstrar aos ocidentais que eles perderam o monopólio dos modelos que detiveram por 250 anos. Isso tem consequências até raciais, porque, até recentemente, a superioridade do branco parecia mais ou menos evidente e nunca mais vai ser assim. É interessante pensar como mesmo no Brasil a questão é importante. Foi, afinal, o último grande país a abolir a escravidão. E embora tenha desenvolvido toda uma narrativa de miscigenação racial e sobretudo cultural, até hoje, quanto mais escura for a pele de uma pessoa, maior é sua chance de sofrer violência.

Valor: A expansão da classe média do mundo emergente suscita outra questão. Diz-se, não sem razão, que é impossível que sete bilhões de pessoas consumam tanto quanto os ocidentais. Mas quem haveria de renunciar ao consumo?

Moïsi: É verdade que seria insustentável. O que vejo de positivo é que, na arte japonesa, e na chinesa também, o homem é representado como parte da natureza, muito integrado. Em que pesem as indústrias altamente poluentes da China e o desastre nuclear no Japão, talvez esses países contribuam com uma mudança de mentalidade. Por sinal, essa questão também é uma oportunidade única para o Brasil: o aumento enorme no consumo de recursos naturais.

Valor: Mas pode-se imaginar a emergência de um capitalismo menos consumista?

Moïsi: Por enquanto, é improvável. Os asiáticos, apesar de tudo, querem poder consumir mais. Se 1 bilhão de chineses comerem tanta carne quanto 300 milhões de americanos, a natureza sofrerá. Eles sonham em consumir como os ocidentais e nosso pesadelo é trabalhar como eles. O que me incomoda é que, no último século, houve uma enorme evolução tecnológica, mas não uma evolução moral. Ganhamos 20 anos de expectativa de vida, mas o que vamos fazer com isso? Não vivemos melhor e o mundo parece mais incerto e instável, embora com instrumentos de governança melhores, mais acesso à informação e menos violência.

Fonte:A geopolítica das placas tectônicas - Por Diego Viana De São Paulo
Valor Econômico , 23/12/2011

29 dezembro 2011

Rir é o melhor remédio

Dizem que contador gosta de número. Abaixo, dois comerciais sobre números. O primeiro, sobre o significado de um número; o segundo, do desodorante Axe.



Zarico

Zarico é o autor do retrato que está no lado direito do blog. É ele que aparece na pintura acima, sendo consultado por seu afilhado, o médico Giovanni Roncalli.

Além de pintor, fazedor de queijo (dos melhores), artista de trabalhos manuais (suas toalhas bordadas são lindas), Zarico foi um dos primeiros alunos do curso técnico em contabilidade de sua cidade. Nesse ambiente, um de seus filhos acabou obrigado a participar realizando serviços contábeis nas férias, que incluía fichas de controle de estoques e uso de gelatina em livro diário.

No Natal, quando mencionei um livro que organizei, Zarico imediatamente comentou que era o sétimo. Vejam só! Nem eu sabia disto.

Desde que me tornei professor (e coordenador) de graduação do curso de Ciências Contábeis da Universidade de Brasília, há 20 anos, tenho me esforçado para ser um bom profissional na área contábil. Tenho tido alguns excelentes mestres, vários deles conhecidos pelos leitores deste blog. Zarico, todavia, é a imagem insuperável do profissional que eu gostaria de ser.

Zarico é o apelido de infância de Baltazar Guimarães Silva. Meu pai. Aquele que me obrigou a trabalhar nas férias escolares "fazendo escrita". Meu eterno e maior mestre. Àquele a quem dediquei o livro Contabilidade Básica.

Que você possa recuperar logo !

Teste 536

A empresa de auditoria PwC está sendo investigada por seu trabalho no banco inglês Barclays. Segundo informou o Financial Times, a razão é que o auditor não detectou que o banco “falhou em manter o dinheiro de clientes segregado”. Num período de oito anos, a área de investimento do Barclays “misturou rotineiramente fundos de clientes com seus próprios recursos”.

Se você é esperto, já descobriu do que está sendo comentando aqui. O que é? Participe nos comentários.

Resposta do anterior: a) nenhuma influência; b) suponha que comprou $1 de dívida por $0,70, com juros de 10%. A empresa que comprou a dívida irá receber $0,10 de um valor de $0,70 ou uma rentabilidade de 14% (aproximadamente); c) livrar de um ativo que pode ser “duvidoso”; d) a dívida deverá ser considerada na contabilidade por 70% do valor original. Isso significa uma redução do passivo, com contrapartida no resultado.

Frase

You have to know accounting. It's the language of practical business life. It was a very useful thing to deliver to civilization. I've heard it came to civilization through Venice which of course was once the great commercial power in the Mediterranean. However, double entry bookkeeping was a hell of an invention.

Charlie Munger

Diminui percentual de conselheiro independente

Depois de repensar o conceito de conselheiro independente, as companhias decidiram assumir que nem sempre alguns membros são tão autônomos assim em relação à administração ou ao grupo controlador. Não é de se estranhar, portanto, que o percentual de conselheiros independentes nas empresas tenha caído sensivelmente na comparação entre 2011 e 2010.

No Novo Mercado, por exemplo, a fatia de conselheiros independentes nos conselhos de administração caiu de 33% para 28%. No segmento que engloba os Níveis 1 e 2, o percentual passou de 25,8% para 13%. Nas companhias tradicionais, a queda é ainda mais significativa: de 37% para 7%.

A medição consta do estudo anual de governança corporativa realizado pela empresa de auditoria e consultoria KPMG. O levantamento avaliou os Formulários de Referência de 230 companhias.

Apesar da queda do percentual de independentes, a fatia de profissionais indicados por acionistas minoritários subiu de 33% para 36% no Novo Mercado, de 13,4% para 19% nos demais níveis de governança e de 14% para 17% entre as companhias do mercado tradicional.

A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) pede a clara identificação dos independentes nos formulários e foi esse critério que a KPMG utilizou.

A pesquisa mostra que as companhias brasileiras estão distantes das recomendações de ter maioria do conselho de administração composta por membros independentes. No Novo Mercado é onde esses profissionais têm a maior participação: 28%.

Quando reformou o regulamento do Novo Mercado, a BM&FBovespa tentou ampliar a participação de independentes de 20% para 30% do conselho de administração. Contudo, a proposta foi rejeitada. Das 93 companhias que participaram das definições, 54 foram contrárias a essa sugestão. A revisão das cláusulas também tentou inserir o percentual mínimo de 20% independentes para as companhias do Nível 1 – dentre 28 empresas que participaram da definição, 18 foram contra.

O novo regulamento do Novo Mercado é válido desde maio do ano passado. As companhias, porém, têm até a assembleia geral ordinária de 2012, que aprovará as contas deste ano, para modificar seus estatutos sociais e adaptá-los à nova regulamentação. Há algumas exceções, como a separação entre os cargos de presidente do conselho de administração e presidente executivo, em que as empresas podem fazer a adaptação em três anos.

Levantamento realizado pelo Valor mostra que apenas 38 companhias dos Níveis 1 e 2 e do Novo Mercado já aprovaram a adequação do estatuto social aos novos regulamentos. A maioria das empresas, portanto, deixou a modificação para a corrida temporada de assembleias de 2012.


Comitê de auditoria atrai poucas adesões

Embraer, HRT e Iochpe-Maxion devem ser as únicas companhias a começar 2012 com um comitê de auditoria em funcionamento nos moldes propostos pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM). O modelo sugerido pelo regulador brasileiro requer previsão do órgão no estatuto social da companhia. Na prática, significa imputar responsabilidade administrativa aos seus membros. Em troca, a CVM permitirá que as empresas troquem de auditores independentes a cada dez anos, a partir do próximo ano – quando volta a valer a exigência da rotação de firmas a cada cinco anos, para empresas não financeiras sem comitê de auditoria estatutário.

No caso da HRT, o órgão – espécie de órgão fiscalizador das atividades de auditores internos e externos – já estava pronto, antes de a CVM publicar a instrução 509, em novembro, com orientações sobre o comitê. A listagem das ações da companhia na bolsa do Canadá, em abril, exigiu que a empresa fizesse algumas adequações no seu modelo de comitê de auditoria em funcionamento até então.

Segundo Lourenço Bastos-Tigre, diretor financeiro e de relações com investidores da HRT, nenhuma nova alteração relevante precisará ser realizada no órgão para que fique de acordo com o da CVM. “São três membros, todos indicados pelo conselho de administração e todos especialistas em contabilidade”, explica Bastos-Tigre. Apenas a previsão de funcionamento permanente – uma exigência do regulador brasileiro – precisou ser colocada no regimento interno do comitê de auditoria. Mas o ponto fundamental, a inclusão no estatuto social, já estava feito.

Não é o caso da Embraer. A companhia convocou para o dia 10 de janeiro uma assembleia para deliberar sobre alteração no seu estatuto, de modo a acomodar o novo comitê. O órgão está constituído conforme instrução da CVM. Procurada, a Embraer não se pronunciou. Segundo comunicado, a companhia tem a aprovação do conselho para adaptar o comitê de riscos de forma caracterizá-lo como o comitê de auditoria nos moldes da 509.

Companhias brasileiras com registro na bolsa de Nova York, caso da Embraer, já dispõem de comitês de auditoria ou os chamados conselhos fiscais “turbinados”, em modelo bastante semelhante ao do comitê de auditoria da CVM. Mas a Securities and Exchange Commission (SEC), regulador das empresas negociadas nos Estados Unidos, não exige que o órgão seja estatutário.

Além da Embraer, nenhuma outra companhia brasileira listada na bolsa americana solicitou alterações para se adequar à 509, informa a CVM. Por opção das empresas, o comitê de auditoria ficou de fora do regulamento do Novo Mercado, na última reforma. O órgão não substitui, necessariamente, o conselho fiscal, embora os dois órgãos tenham atribuições parecidas.

Enquanto o comitê de auditoria é vinculado ao conselho de administração da empresa e exerce tarefas diárias, o conselho fiscal é autônomo e desempenha funções mais esporádicas, como a aprovação das demonstrações financeiras.

Segundo Bastos-Tigre, da HRT, a formação do seu primeiro conselho fiscal deve ser uma das prioridades da empresa para 2012, na área de governança.
Nascida da fusão entre as drogarias Raia e Drogasil, a Raia Drogasil constituiu, mês passado, um comitê de auditoria para, em princípio, substituir o antigo conselho fiscal da Drogasil.

A empresa ressalta, no entanto, que o conselho fiscal poderá ser instalado a pedido de qualquer acionista, conforme previsão constante na Lei das Sociedades por Ações. O comitê da companhia exibe um desenho próprio. Além de não estar previsto em estatuto, terá o futuro diretor-presidente da empresa, Cláudio Roberto Ely, como membro. Pelos padrões da CVM, nenhum integrante da diretoria da empresa poderia participar. Os outros integrantes serão Antônio Carlos Pipponzi, presidente do conselho de administração, Plínio Musetti e Jairo Eduardo Loureiro, ambos membros do conselho de administração.

Fonte: Marina Falcão, Valor Economico

Nomes valiosos na internet

O ano termina com algumas negociações de nomes de endereços na internet. Não foi quebrado o recorde histórico, mas os valores envolvidos em alguns sítios foram expressivos. Os cinco endereços mais caros, pelo valor de venda em 2011 (em dólares):

Answer.com = 550 mil
Runningshoes.com = 700 mil
Vu.com = 700 mil
Aktien.de = 725 mil
Domainname.com = 1 milhão
Social.com =2,6 milhões

Fonte: aqui

Presentes

Muitos dos meus amigos economistas têm um problema com troca de presentes. Eles vêem os feriados não como uma ocasião de alegria, mas como um festival de irracionalidade, uma orgia de destruição de riqueza.



Os economistas racionais atem-se a uma situação na qual, digamos, sua tia Bertha gasta US $ 50 em uma camisa para você e que você acaba usando uma única vez (quando ela o visita). O dinheiro suado de sua tia evaporou-se e você nem gostou do presente! Um estudo muito citado estimou que cerca de um terço do dinheiro gasto no Natal é desperdiçado, porque os presenteados atribuem um valor inferior ao preço de varejo para os regalos que recebem. Os economistas racionais, portanto, oferecem uma simples sugestão: dê dinheiro ou não dê nada.

Mas a economia comportamental, que se baseia tanto em psicologia, como na teoria econômica, é muito mais sensível ao ato de presentear. A economia comportamental entende melhor por que as pessoas (com razão, em minha opinião) não querem abrir mão do mistério, da emoção e da alegria de presentear. Nesta visão, os presentes não são irracionais. Ocorre apenas que os economistas racionais falham ao explicar a sua utilidade social genuína. Então, vamos examinar as razões racionais e irracionais para dar presentes.

Alguns presentes, é claro, são basicamente simples intercâmbios econômicos. Este é o caso quando compramos para um sobrinho um pacote de meias porque sua mãe diz que ele precisa delas. É o tipo menos emocionante de doação, mas que qualquer economista consegue entender.

Um segundo tipo importante de presente é aquele que se utiliza para tentar criar ou reforçar uma ligação social. O exemplo clássico ocorre quando alguém nos convida para jantar e levamos algo para ele. Não se trata de eficiência econômica. É uma maneira de expressar nossa gratidão e criar um vínculo social com a pessoa.

Outra categoria de presente, que eu gosto muito, é o que eu chamo de presentes "paternalistas" - coisas que você acredita que mais alguém deveria ter. Eu gosto de um certo álbum do Green Day, ou de um romance de Julian Barnes, ou do livro "Previsivelmente Irracional", e eu acho que você deveria gostar também. Ou eu acho que aulas de canto ou de yoga irão expandir os seus horizontes - então compro-as para você.

Um presente paternalista ignora as preferências da pessoa que recebe o presente, o que tende a levar os economistas à loucura, mas pode realmente mudar essas preferências para o melhor. Claro, você pode mandar mal, dando um presente paternalista que alguém odeie, mas isso não significa que você não deva tentar.

Minha última categoria de presente é aquele que alguém realmente quer, mas se sente culpado em comprar para si. Essa categoria não deveria existir, visto que, de acordo com a teoria econômica padrão: Se você realmente gostou e pode pagar por isso, você irá comprá-lo.



Para mim, canetas atendem a essa descrição. Eu não uso muito canetas, mas eu ficaria contente de ganhar uma realmente bacana (um Porsche 911 também estaria bom). Quando meus alunos defendem suas dissertações, peço a todos da banca para assinar os formulários necessários com uma caneta cara e, em seguida, presenteio a caneta ao estudante. É um prototípico bom presente por algo que eles provavelmente se sentiriam culpados em comprar para si, ademais há associações positivas como uma lembrança daquele dia.

A economia comportamental tem uma lição a mais para os presenteadores: se o seu objetivo é maximizar uma conexão social, não dê um presente perecível, como flores ou chocolates. É verdade, as pessoas gostam deles, e você não quer se impor dando algo mais permanente. Mas o que você está tentando maximizar? Você tem como objetivo evitar uma imposição ou ser lembrado?

Para uma impressão durável, melhor dar um vaso ou uma pintura. Mesmo que seus amigos não gostem muito, eles irão pensar em você mais frequentemente (embora talvez não em termos mais positivos).

Melhor ainda, dê um presente que é usado de forma intermitente. Uma pintura muitas vezes apenas se desvanece. Uma batedeira, por sua vez, quando utilizada, é notada.

Eu gosto de comprar para as pessoas fones de ouvido hi-end. Os fones são sempre utilizados e, então, posso imaginar que sempre que é utilizado, sou lembrado. Além disso, são um luxo, o tipo de coisa que as pessoas têm dificuldade em comprar para si. O melhor de tudo, talvez, é que é algo íntimo: quando presenteio fones de ouvido para alguém, posso pensar em mim sussurrando em seus ouvidos.


E talvez, quando os fones de ouvido de ouvido forem utilizados, você será lembrado sussurrando-lhes, ou mesmo beijando-lhes as orelhas. Alguém já pensou em um beijo assim por causa de um presente em dinheiro?

Dan Ariely

O melhor do Blog Contabilidade Financeira

Observação: para abrir os links em outra aba ou janela, clique com o botão direito do mouse sobre o link e selecione a opção desejada.

Bom, hoje é meu aniversário então posso publicar mais uma postagem com viés. Alguém comentou anteriormente que é difícil escolher postagens preferidas e tenho que concordar! Por isso escolhi, para esta retrospectiva, as que mais me marcaram (que acabam entrando para as mais preferidas também) – e que, adicionalmente, não fui eu que escrevi. ;) As minhas já foram na “retrospectiva pessoal”.

Quando eu comecei a seguir o blog (que hoje é unificado e faz parte do blogspot – mas já caminhou por várias estradas até chegar aqui) eu me apaixonei pela parte comportamental. Na época em que eu estava na graduação não havia muito espaço para matérias com esse foco, o que aumentou o meu deslumbramento. Eu me lembro que a postagem que mais me marcou foi uma sobre contabilidade criativa, que não mais está disponível nos arquivos.

De qualquer forma, um dos textos mais importantes, que se eu pudesse obrigaria a leitura (que os meus futuros alunos se preparem) é o “correlação espúria”. (Sempre que eu ouço algo sobre isso me lembro do professor César e dessa postagem). De forma simplificada e resumida: para saber se há associação entre as variáveis, realiza-se um teste de correlação – todavia, o coeficiente de correlação não mede a relação causa-efeito entre as variáveis, apesar de que possa estar presente. Uma correlação fortemente positiva entre X e Y não autoriza afirmar que variações em X provocam variações em Y, ou vice-versa (esta recente postagem ilustra bem – só porque existe correlação entre o aumento de usuários do Facebook e da dívida na Grécia, não significa que uma causa a outra. Alguém discorda?).

Outra linha surpreendente de postagens é a que envolve a contabilidade do tráfico brasileiro. Esta fala sobre como os cadernos são organizado. Há contabilização de conserto de armas, cestas básicas (quem diria), pagamento a presos, armas e munição. Já esta comenta sobre como sempre que um policial encontra a lista de clientes, afirma que é a contabilidade dos traficantes. Já aqui é apresentada uma estimativa do valor do “negócio” do tráfico no Rio de Janeiro – comparável a grandes empresas listadas na BMF&Bovespa.

Entretanto, a minha paixão maior recai sobre as postagens que envolvem dicas ou comentários sobre pesquisa. Cito algumas: “conselhos de um econometrista”, “conselhos para um orientando”, “evolução” (sobre a forma das apresentações em Power Point), “como achar um tema para a sua pesquisa?”, “o que deve conter um resumo?”, e várias outras mais *adusem dos mecanismos de busca disponibilizados pelo blog).

Acho que já relembrei muitas postagens para vocês lerem neste fim de ano né? Então hoje fico por aqui. Espero que gostem das indicações, das releituras, das lembranças.

Ah! E relembrando: hoje é meu aniversário. De presente? Espero boas energias e a sua presença constante por aqui.

28 dezembro 2011

Rir é o melhor remédio


Fonte: Aqui

Pesquisa

Três doutorandas (Rossana Guerra, Roberta Caneca e Adriana Fernandes) estão realizando uma pesquisa sobre a questão do regime de caixa versus competência no setor público. Pode ser respondido por usuários (internos e externos) e preparadores de informação.

Leva menos de dois minutos. Conforme as alunas, "O estudo é baseado em trabalho de Kober, Lee e Ng (2010), publicado na Financial Accountability & Management e conduzido na Austrália.".

Cliquem aqui para acessar o link da pesquisa.

Efeito de medida contra crise

É interessante observar o comportamento dos agentes econômicos diante das medidas contra a crise. Muitas vezes os reguladores "esquecem" disto.

Para evitar o agravamento da crise, os bancos europeus foram forçados a aumentar seu capital. O Banco Santander da Espanha informou necessitar de quase 7 bilhões de dólares para cumprir a normas de capital.

Diante desta medida, algumas alternativas possíveis e seus efeitos sobre estas instituições:

a) lançamento de ações no mercado - a captação de recursos no mercado acionário seria uma alternativa interessante em tempos normais. Entretanto, neste exato momento as ações dos bancos estão em baixa. Lançar ações agora significa aumentar muito o número de ações, sem um grande volume de recursos. Geralmente as empresas lançam ações quando o mercado está em alta, para aproveitar os momentos de euforia. Isto significa dizer que esta não é uma opção razoável para o momento;

b) vender os negócios não rentáveis - eis uma alternativa a princípio interessante. Exceto pela questão contábil. Os negócios não rentáveis provavelmente estão contabilizados nos bancos pelo valor de aquisição. A venda destas unidades de negócio será contabilizada pelo confronto entre o valor de aquisição e o valor de venda. Ou seja, será reconhecido um prejuízo nesta operação. Assim, apesar disto representar uma entrada de dinheiro na instituição financeira, o efeito sobre o resultado pode ser expressivo.

c) vender os negócios rentáveis - nesta alternativa não se tem o efeito contábil; pelo contrário, a operação poderá reforçar o resultado imediato da instituição financeira. Entretanto, vende-se aquilo que é rentável e saudável.

A primeira alternativa mantem o peso da instituição financeira. Nas duas seguintes, opta-se por reduzir o ativo, sem alterar muito a base de capital próprio. Nada impede que uma mistura das três opções seja adotada. Entretanto, o movimento recente dos bancos mostra que existe uma escolha por negociar as área rentáveis. Recentemente o Santander vendeu sua unidade na Colômbia e os negócios de seguros no Brasil, assim como o Deutsche Bank está pensando em vender uma unidade de gestão de ativos. Existe uma previsão de redução de 950 bilhões de euros nestas instituições nos próximos dois anos, sendo que dois terços será de unidades lucrativas.

Para ler mais: Ao vender ativos, bancos europeus sacrificarão lucros - Anne-Sylvaine Chassany, Kevin Crowley e Charles Penty, Bloomberg - publicado no Valor Econômico de 19 de dezembro de 2011.

BC estimula grandes bancos a comprar carteiras de pequenos

O Banco Central (BC) decidiu prorrogar indefinidamente os atuais estímulos e ainda induzir os grandes bancos a melhorarem a liquidez das instituições financeiras menores, via aquisição de carteiras de crédito, depósitos interfinanceiros e, partir de agora, também por meio da compra de letras financeiras. Para tanto, deixará de remunerar 36% dos recolhimentos compulsórios sobre depósitos a prazo captados pelas instituições, o mesmo percentual que elas podem destinar a essas três finalidades.

Anunciada na noite de ontem, a medida será implementada em duas etapas até o dia 27 de abril de 2012 e tem potencial para elevar em cerca de R$ 30 bilhões o volume de recursos aplicado pelas grandes instituições em bancos menores, a partir dos estímulos criados na crise de 2008/2009.

Hoje, 100% dos recursos que ficam recolhidos no BC a título de compulsório sobre captações a prazo são remunerados pela Selic. Em 24 de fevereiro, esse percentual cairá para 73% e, em 27 de abril, para 64%.

Para resolver o problema de liquidez sofrido pelos pequenos, na crise financeira que se seguiu à quebra do Lehman Brothers, a autoridade monetária permitiu que até 36% do valor exigido em recolhimento compulsório sobre depósitos a prazo fosse destinado à compra de carteiras e à depósitos financeiros de instituições com patrimônio de referência de até R$ 2,5 bilhões – limite que agora cai para R$ 2,2 bilhões. O diretor de Política Monetária do BC, Aldo Mendes, informa que, em tese, essa regra permitiria usar atualmente perto de R$ 61 bilhões. Mas somente R$ 31 bilhões estão efetivamente aplicados dessa maneira pelos bancos grandes.

A medida anunciada acaba com o prazo para utilização do mecanismo de estímulo adotado na crise, que terminaria no fim deste ano. Não há mais prazo limite para compra de carteira nem para aquisição de letras financeiras com recursos do compulsório. Somente os depósitos interfinanceiros não poderão mais ser feitos como modo alternativo de cumprir a exigibilidade sobre recursos a prazo, mesmo assim depois de 29 de junho de 2012.

Aldo Mendes afirma que, diferentemente do que ocorreu em 2008 e 2009, hoje não há bancos com dificuldade de liquidez. O objetivo agora, diz, é estimular as operações de crédito dos bancos pequenos, aumentando o “funding” de longo prazo.

Com a medida anunciada na quinta-feira, as grandes instituições terão de escolher entre deixar o dinheiro parado no Banco Central sem um centavo de juro ou ganhar comprando carteiras de crédito ou aplicando em letras financeiras, modalidade que não estava prevista na regra anterior de estímulo.

“Essa é uma medida que otimiza a liquidez do sistema financeiro”, diz Aldo Mendes, explicando que enquanto os grandes bancos são “eminentemente captadores”, os pequenos são “eminentemente aplicadores” em operações de crédito.

Fonte: Mônica Izaguirre, Valor Economico

Comitê de Auditoria da Fannie Mae

A Fannie Mae (Federal National Mortgage Association) é uma empresa de capital aberto que tem por finalidade conceder e garantir empréstimos. Líder do mercado secundário de hipotecas, a empresa foi muito afetada pela crise do mercado imobiliário dos Estados Unidos. Em razão disto, no final de 2008, o governo dos Estados Unidos decretou uma intervenção.

No período entre 2005 a 2008 a empresa esteve sob o comando de Daniel Mudd (foto). O jornalista Jonathan Weil, da Bloomberg, revela agora que Mudd era mais que o CEO da empresa. Além deste cargo, ele era membro do conselho de administração, do comitê de auditoria e participava do conselho de risco. Inclusive durante o período de fechamento das demonstrações contábeis.

Ou seja, ele fazia e auditava ao mesmo tempo.

Computador

A fotografia mostra um computador da IBM em 1956. Pesava quase uma tonelada (907 kg) e tinha uma capacidade de memória de 5 MB.

Caixa

A empresas não financeiras possuem mais de 2,1 trilhões em caixa e outros ativos líquidos no final de setembro, de acordo com o último relatório do Federal Reserve. Isto representa 7,2% de todos os ativos das empresas.


Fonte: WSJ

Congresso: USP 2012


O XII Congresso USP de Controladoria e Contabilidade e o IX Congresso USP de Iniciação Ccientífica em Contabilidade já estão recebendo trabalhos. Confira aqui. O prazo de submissão vai até 28 de fevereiro de 2012.

Ressalta-se que há uma nova área temática: Contabilidade Governamental e do Terceiro Setor.

Outras datas importantes:

Divulgação de Lista de trabalhos selecionados:
23/04/2012
Início das Inscrições:
03/01/2012
Realização do evento:
26/07/2012 e 27/07/2012