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13 março 2008

A Pesquisa Contábil no Brasil


Podemos dizer que a pesquisa contábil no Brasil nasce com a criação do primeiro doutorado de contabilidade, na Universidade de São Paulo. Influenciados pelas pesquisas de Edwards e Bell e pelo ambiente inflacionário existente entre as décadas de 1960 a 1980, a pesquisa foi conduzida no estudo dos efeitos da variação nos preços dos produtos sobre a riqueza da empresa.

Nesta fase é preciso destacar os trabalhos sobre a correção monetária de balanços, a correção integral e os estudos mais avançados sobre a variação de preços específicos. Os nomes de Sérgio de Iudícibus e Eliseu Martins formaram a base dos diversos trabalhos elaborados na Universidade de São Paulo. Influenciado por esta escola, fiz minha dissertação de mestrado na UnB tratando da questão da subestimação do indexador e os efeitos sobre as sociedades de economia mista, sob a orientação do professor Alexandre Assaf Neto.

A redução da inflação em níveis adequados com o Plano Real e a abertura da economia brasileira, iniciada no governo Collor, permitiu o crescimento da segunda vertente de pesquisa: a contabilidade de custos. Nesta época começam a aparecer no país os trabalhos norte-americanos de Kaplan, sobre o custeamento por atividades, trazido por diversos pesquisadores, entre os quais destaco o professor Massayuki Nakagawa. Mas estes estudos foram colocados em segundo plano diante da força da escola Gecon, sob o comando do professor Catelli. Observamos aqui, pela primeira vez no Brasil, a existência de correntes opostas – custeamento por atividades versus Gecon – onde a escolha de um lado significava necessariamente a oposição do outro lado. Neste momento, aprendemos que existe na academia divergências que podem ser profundas e interferir, decisivamente, na discussão e debate mais científico.

No início do século surge de forma atrasada no nosso País a pesquisa em contabilidade positiva. Este ramo da pesquisa iniciou-se com trabalhos pioneiros de diversos pesquisadores no final da década de sessenta nos Estados Unidos. Entretanto, uma vez que a preocupação no nosso país era com a influência da inflação, num primeiro momento, e a contabilidade de custos, num segundo instante, a pesquisa positiva ficou relegado no segundo plano no nosso país.

Acredito que a participação do professor Corrar, na cadeira de métodos quantitativos no doutorado da USP, além dos estudos que o professor Iudícibus promovia em contabilometria, foi decisiva para que um grupo de doutorandos/doutores tivesse interesse pela contabilidade positiva. Além disto, a necessidade de um corpo docente com o título de doutor fez com que muitos programas de pós-graduação buscassem socorro em doutores de áreas correlatas, vários deles em economia e ciências com grande embasamento teórico, o que provocou um maior destaque nesta área. Pouco a pouco os textos com grandes discussões teóricas, citações de bibliografias, em especial livros, e exemplos hipotéticos foram substituídos por testes estatísticos, hipóteses e ferramentas quantitativas. Esta é a fase que estamos hoje no Brasil.
É possível observar o papel relevante que o doutorado da Universidade de São Paulo teve na pesquisa contábil brasileira. Além disto, a USP foi uma grande escola, que ajudou a formar diversos doutores

Mercado de Carbono


Os créditos de carbono são, simplesmente, commodities como qualquer outra — seja ouro, petróleo ou barriga de porco. Cada crédito emitido pelo governo garante a seu detentor a permissão para emitir uma tonelada de dióxido de carbono no ar. A Carbon Exchange ganha dinheiro ao tirar para si uma fatia de cada transação.

Os programas chamados "limite e comércio", como o da Europa, têm o propósito de dar aos poluidores um incentivo financeiro para que reduzam a poluição. Os governos estipulam limites para as emissões e as empresas que conseguem ficar abaixo desses limites podem vender seus créditos de poluição para outras firmas que estejam dispostas a pagar para continuar poluindo. Com o passar do tempo, os limites ficam mais rigorosos, o que torna a opção de continuar poluindo mais cara.

Cerca de 70% das permissões de carbono ainda trocam de mãos sem passar pelo mercado, em transações privadas entre companhias. Mas a bolsa de Sandor é uma peça-chave da infra-estrutura financeira por trás desse sistema. Ela dá às empresas reguladas pelos limites de poluição — gigantes industriais como usinas termoelétricas, siderúrgicas e fabricantes de cimento — um lugar para comprar e vender créditos de carbono a preços que são estabelecidos publicamente. Ela também permite que fundos de hedge e outros investidores especulem com os créditos do mesmo jeito que fariam com outros investimentos, como ouro ou ações.


Clique aqui para ler mais (ou aqui)

Societe Generale


O banco francês resolveu reconhecer as perdas contábeis no exercício de 2007, apesar do fato gerador ter sido em 2008. A questão contábil foi discutida no Financial Times de 12/3/2008. (Clique aqui para ler)

12 março 2008

Rir é o melhor remédio


Fome

Links


1. Língua afiada de Gates e Buffett

2. 10 anos de MP3

3. Experimentar em você mesmo

4. Um investidor pode bater o mercado?

Custo


Quanto custa usar um computador? Segundo este blog, usando o computador 24 horas por dia o seu custo será em torno de 50 dólares por mês, ou 7 centavos a hora. O texto faz algumas operações interessantes:

No ano de 2007 a Google teve um custo de 11 bilhões de dólares. Em dezembro foram 7 bilhões de pesquisas. Considerando este número constante, isto significaria 82 bilhões, o que significa 13 centavos por pesquisa.

Futebol obscuro




Fuera de la cancha, en los escritorios donde decide parte de su destino, el fútbol argentino muestra un mundo oscuro y de dudas. El universo de las transferencias de los jugadores refleja demasiadas irregularidades. En un negocio cada día más codiciado, se percibe el crecimiento constante en la cantidad de intermediarios, que se cuadruplicó en los últimos cinco años y actualmente llega a 150, según informes de la AFA. Además, se multiplicaron los grupos formados por personajes cuasidesconocidos para el medio local, que realizan operaciones millonarias con los clubes. Ante este panorama, se manifestó una preocupación en la Administración Federal de Ingresos Públicos por las irregularidades que aparecen en el fútbol, tanto que su titular, Alberto Abad, expresó al programa La mañana, por Radio Continental: "Es un sector opaco, que en el imaginario colectivo está visto como poco transparente, con muchos actores y tiene modos de organización que a mi juicio no son los más adecuados".


El oscuro mundo que rode a los pases de jugadores - Carlos Beer - La Nación - 11/3/2008

Clique aqui para ler completo

Lição de História


Paccioli, frade italiano, viveu entre 1445 e 1514. Foi professor de Matemática de Leonardo da Vinci e inventou a contabilidade de dupla entrada: receita e despesa. Sem ela não existiriam empresas modernas, pois não haveria como medir receita, despesa, lucros e perdas. Foi um dos maiores inventores da história do capitalismo, segundo Goethe.


Deixem o Portellinha estudar em paz - O Estado de São Paulo - 12/3/2008 - Alexandre Barros

Quantos erros você consegue achar nesta frase?

11 março 2008

Rir é o melhor remédio


Fonte: Aqui

Links

1. O que causa congestionamento? Você

2. Como sobreviver ao primeiro ano na graduação de economia

3. Conselhos para o primeiro ano do Doutorado

4. Cias abertas, fechadas e limitadas

5. A batalha da Wikipedia

Empresas chineses dobram o lucro


As empresas chinesas dobraram o lucro em relação a 2006. 324 empresas listadas na bolsa de Shanghai e Shenzhen registram um lucro de 89,78 bilhões de yuan, aumento de 99,21% em relação a 2006. A explicação para o resultado está no lucro com imóveis, mas também na adoção de um novo padrão contábil, que cortou o lucro de 2006.

Fonte: Aqui

Enviado por Jomar (grato)

Diamantes

O governador de Nova Iorque foi pego marcando encontro numa agência de prostituição chamada Emperors Club. Esta agência classificava suas funcionárias em "diamantes", sendo as melhores com 7 diamantes. A figura mostra a distribuição de freqüência do preço cobrado pelos serviços das prostitutas, conforme a sua classificação.


A figura a seguir mostra a distribuição de freqüência do número de funcionárias pela classificação. Como pode ser notado, a "7 diamantes" era algo exclusivo para clientes VIP.

Fonte: Aqui



O governador era conhecido como "cliente número 9" e marcou um encontro no dia anterior ao dia dos namorados. Aqui um pequeno levantamento dos escândalos em Wall Street

Acordo Vale e Xstrata mais distante



A queda na ação da Vale este mês varreu quase US$ 10 bilhões de uma aquisição que podia ter sido avaliada em US$ 90 bilhões e estaria entre as maiores aquisições da história. As exigências do maior acionista da Xstrata também estão aumentando a distância entre os dois lados.

A queda de 15% na ação da Vale nos Estados Unidos reduziu a oferta em ações e dinheiro feita pela Xstrata para pouco mais de 40 libras (US$ 80) por ação, uma queda de quase 5 libras, disse uma pessoa a par do assunto. As chances de um acordo são "bem baixas", disse essa pessoa. "Parece de fato que está escapando."


Fonte: WSJ (Clique aqui ou aqui

10 março 2008

Rir é o melhor remédio



Dois cartoons da New Yorker

Reguladores


Como uma entidade decide o que deve informar ao usuário? Que formato deve usar? Como se deve medir um evento que ocorreu com a entidade? Para resolver algumas questões como esta surge a necessidade de definir regras para a contabilidade. Estas regras são estabelecidas a partir de estudos realizados por pesquisadores da área. Estes estudiosos tentar encontrar a melhor alternativa para problemas práticos.

No mundo, o órgão responsável pelas normas contábeis é o International Accounting Standards Board (Iasb). Fazem parte do Iasb os mais importantes países do mundo, inclusive o Brasil. Nos últimos anos tem-se observado uma adoção, cada vez maior, das normas do Iasb em diversos países, inclusive a Europa, o Japão, a China e os Estados Unidos. Alguns destes países já adotam as normas do Iasb; outros já definiram que irão segui-las no futuro.

Podemos então dizer que estamos num momento de transição, onde as regras contábeis de cada país devem ser substituídas por normas do Iasb. Este processo deverá demorar alguns anos.

No Brasil também estamos vivendo um momento de transição. Em 2005 foi instituído o Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC) que tem por finalidade emitir normas contábeis no Brasil. Com a criação do CPC tenta-se centralizar a produção de normas. Ao mesmo, um dos objetivos deste comitê é fazer com que o Brasil também adote, no futuro próximo, as normas do Iasb .
Antes do CPC existia uma série de entidades que emitiam normas de contabilidade no Brasil. Entre essas organizações listamos:

a)O Conselho Federal de Contabilidade (CFC) - entidade que reúne os profissionais de contabilidade do Brasil. Esse Conselho reúne mais de trezentos e cinqüenta mil profissionais registrados e tem apresentado alguns trabalhos importantes na emissão de normas de contabilidade;
b)A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) - tem responsabilidade sobre o mercado de capitais no Brasil. O seu poder estar limitado basicamente as empresas com ações negociadas na bolsa de valores. Mas estas empresas são de grande porte, o que faz com que suas normas possua influência. Também por isto, as normas da CVM geralmente representam o que se tem de mais avançado em contabilidade.
c)O Banco Central do Brasil (Bacen) - atua na fiscalização do sistema financeiro nacional. Por essa razão, esse órgão emite normas que serão utilizadas pelas instituições financeiras.
d)A Secretaria do Tesouro Nacional tem sido, até o momento, a entidade responsável pelas normas de contabilidade pública do governo federal. Em virtude da concentração dos recursos públicos na esfera federal no Brasil, as normas da STN tendem a ser implantadas também nos estados e nos grandes municípios.
e)A Secretaria da Receita Federal é responsável pela arrecadação do governo federal. Mesmo não tendo como finalidade a criação de normas contábeis, termina por exercer influência sobre as mesmas. Ao determinar normas para apresentação da declaração do imposto de renda da pessoa jurídica a Secretaria da Receita Federal passa a ter um papel importante pois isso termina por afetar a forma como as entidades fazem a sua contabilidade.
f)O Instituto dos Auditores Independentes do Brasil (Ibracon) é uma entidade não vinculada ao governo, criada em 1971. O Ibracon é uma entidade com interesse no estudo técnico da contabilidade e que se propõe a editar normas técnicas.

A criação do CPC representa um grande avanço na contabilidade brasileira. A presença de diversos órgãos que faz normas contábeis pode levar a existência de divergências, onde um mesmo assunto é tratado de forma diferente. Assim, uma instituição financeira com ações na bolsa deve seguir as normas da CVM, do Banco Central e também da Receita Federal. Este é um problema cuja solução pode começar a ser resolvido com o CPC.

07 março 2008

Links


1. Dr. Google - Google agora irá dar conselhos médicos?

2. Uma analista estrangeiro que acredita no mercado brasileiro

3. O clima testa o limite do jornalismo

4. Como fazer um vídeo de um Objeto Voador Não Identificado

5. Um problema de 140 anos resolvido

6. Blockbuster refaz suas demonstrações

Os mais ricos


1. Warren Buffett (foto)
2. Carlos Slim Helu
3. William Gates III
4. Lakshmi Mittal
5. Mukesh Ambani
6. Anil Ambani
7. Ingvar Kamprad
8. KP Singh
9. Oleg Deripaska
10. Karl Albrecht
11. Li Ka-shing
12. Sheldon Adelson
13. Bernard Arnault
14. Lawrence Ellison
15. Roman Abramovich
16. Theo Albrecht
17. Liliane Bettencourt
18. Alexei Mordashov
19. Prince Alwaleed
20. Mikhail Fridman

Fonte: Forbes

Empresa Socialmente Responsável


Os ativos de empresas que fazem investimento socialmente responsáveis (SRI) cresceram 18% para 2,71 trilhões de dólares em dois anos, encerrados em dezembro de 2006. (...) Segundo o WSJ existem 154 fundos SRI nos Estados Unidos, administrando 159 bilhões de dólares em ativos no final de 2006 (...)

[Alguns] argumentam que seria melhor investir dinheiro em empresas diabólicas e então doar o resultado para caridade.

Mais aqui

A nova Lei e Tributos


Lei ainda levanta dúvida fiscal
Graziella Valenti
06/03/2008

A nova lei contábil brasileira continua despertando debates a respeito da existência ou não de impacto tributário com sua adoção. Mais uma vez, em seminário com platéia lotada, em São Paulo, os especialistas reiteraram que o propósito, desde a época da criação do projeto de lei da reforma, é que não houvesse efeito fiscal, nem para mais, nem para menos.

Nelson Carvalho, presidente do conselho consultivo do Comitê Internacional de Normas de Contabilidade (Iasb, na sigla em inglês), enfatizou que o objetivo era ausência de impacto fiscal, durante o II Seminário Ibef e Anefac sobre a lei 11.638 e a convergência contábil brasileira ao padrão internacional, IFRS.

Ele fez coro ao ex-presidente da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) Marcelo Trindade, que enfatizou a inexistência de aumento da alíquota de arrecadação. "Nunca se escreveu com tantas letras numa lei que não há impacto tributário. Se ainda assim houver é porque o Fisco virou o poder."

Trindade referia-se a dois artigos da lei: o primeiro que prevê a separação entre o balanço entregue à Receita Federal e o entregue à CVM e o segundo que deixa claro a ausência de impacto sobre os ajustes que forem feitos no balanço fiscal para adequação às normas de contabilidade.

Carvalho, do Iasb e um dos criadores do projeto de reforma da Lei das Sociedades Anônimas, que deu origem a lei 11.638, reiterou a história da reforma da legislação, lembrando que desde o início estabeleceu-se um equilíbrio de interesses. De um lado, a iniciativa privada apoiou o projeto pela ausência de impacto fiscal e do outro, a Receita Federal teve a contrapartida de que não sofreria perda de arrecadação.

"Já estamos dando conversa para quem não está na conversa", enfatizou Trindade, sobre os reiterados comentários feitos por especialistas a respeito da necessidade de um pronunciamento da Receita Federal. Carvalho, do Iasb, avalia que, se houver algum impacto de ordem tributária com a implantação da lei, "tudo o que foi feito até agora pode ser jogado fora".

Apesar de os especialistas reiterarem o pacto de cavalheiros firmado quando decidiu-se pela reforma da lei, as empresas temem alguma surpresa em relação à Receita Federal. "Acho que ainda há muito medo das decisões do Fisco", disse Marcus Severini, diretor de Controle da Vale do Rio Doce.

O economista e ex-presidente do Banco Central Gustavo Loyola participou do seminário de ontem e mostrou a mesma tensão em relação ao Leão. "Há preocupação com senso de oportunismo do Fisco. E não é apenas o brasileiro que é assim. O Fisco de qualquer lugar do mundo sente-se atraído pela possibilidade de ampliar sua arrecadação."

Na avaliação de Luis Felipe Schiriak, diretor financeiro da Votorantim Participações, as companhias deveriam também estar preocupadas com os custos internos de adoção das novidades da lei, pela necessidade de mudança nos sistemas de Tecnologia da Informação (TI). Ao mesmo tempo, destacou que companhias de atuação internacional serão beneficiadas pelo processo de convergência por conta da economia de custos.

"Temos um investimento num grupo na Colômbia, feito pela unidade peruana, a partir de investimento que começou no Chile. Temos que fazer um balanço para cada país", disse Schiriak.

Valor Econômico



Enviado por Ricardo Viana

Valor Justo


O valor justo é bom ou ruim? Enquanto os países que já adotaram o valor justo na sua contabilidade discutem as vantagens e desvantagens, e as profundas implicações do mesmo, a CVM decide pela regra.

Uma nova regra contábil promete deixar os balanços das empresas não-financeiras mais voláteis, com efeitos sobre os resultados e, por consequência, distribuição dos dividendos e pagamento de bônus. A partir do balanço de 2008, todas as companhias de capital aberto do país terão de fazer a chamada "marcação a mercado" de suas carteiras de títulos e valores mobiliários, além dos derivativos. Isso quer dizer que, independentemente de quanto a empresa pagou para comprar determinado papel, ela terá de atualizar seu valor pela cotação em mercado no dia do fechamento do balanço ou dos balancetes mensais.

(...) Essa volatilidade vai complicar a vida das empresas. Se a nova regra já estivesse valendo no ano passado, uma empresa que aplicou boa parte de seu caixa na bolsa poderia ter registrado um expressivo ganho no seu balanço, com impacto no resultado e, consequentemente, na distribuição de dividendos. Mas, em janeiro, com a queda da bolsa, aqueles papéis em carteira já não teriam o mesmo preço, mas os dividendos teriam de ser pagos da mesma maneira. Por causa disso, as empresas estão bastante apreensivas.

Muitos mercados ficaram sem liquidez e, para se determinar o valor justo, é preciso recorrer a métodos curiosos, como uma junta de economistas.(...)

Nova regra trará volatilidade a balanços - Valor Econômico - 6/3/2008

Clique aqui para ler o texto completo

Fair value

Um texto do Financial Times ataca o Fair Value (Banks wallow in the muddy waters of 'fair value' rules, de Christopher Whalen, 6/3/2008). Segundo Whalen, uma grande parte da crise é proveniente de perdas de "não-caixa" em razão da adoção do valor justo nos Estados Unidos.

Fair value accounting is a utopian concept that traces its intellectual roots back to the same origins as efficient market theory, the wellspring for most of the discredited quantitative models employed by the global banks to create the subprime mess. Unfortunately, the proponents of fair value accounting ignored the invocations of classical theorists who stated that liquid markets are a necessary condition for using market prices, either as a surrogate for measuring risk or for valuation.

Fair value accounting is a good idea in theory, but like most good ideas it is difficult to implement. Sylvain Raines, a lecturer at Baruch College in New York, told a meeting of the Professional Risk Managers International Association last September: "The Chicago School of Economics has been telling us for a century that price and value are identical, i.e. that they are the same number . . . If we do not recognise the fundamental difference that exists between price and value, then we are doomed."


Clique aquiara ler o artigo completo

Valor de Mercado

Na The Economist da semana, um texto sobre o valor justo. A revista informa que reguladores e banqueiros estão com receio de que o mark-to-market esteja ajudando a crise de liquidez (clique aqui para ler mais sobre isto).

Para a The Economist, o valor justo é ainda a melhor maneira de avaliar os negócios.

(...) fair-value accounting is still the best way to value businesses. Especially if investors and regulators treat accounting rules sensibly: as a measuring stick, not a source of universal truth.

On that score the old system of historic-cost accounting was worse.


Usando uma conhecida frase de Churchill, para a The Economist o valor justo é a pior forma de contabilidade, exceto por todas as outras.

Clique aqui para ler o texto completo

06 março 2008

Rir é o melhor remédio



Eis um vídeo muito interessante sobre economia de custos numa empresa. Ou até onde pode chegar esta economia.

Insistência irracional


A insistência irracional pode ser traduzida como insistir no erro. Representa um dos mais sérios problemas de uma administração e pode significar prejuízos enormes. Existem muitos exemplos reais que mostram situações de insistência irracional. Na gestão financeira, a insistência irracional manifesta-se em especial no desenvolvimento de projetos que não tem futuro.
A notícia a seguir é um contra exemplo da insistência irracional. Diz respeito a decisão da Toshiba em não continuar com a luta pelo novo padrão de vídeo. Conforme já foi noticiado, o padrão Blu-Ray venceu o padrão desenvolvido pela Toshiba (HD-DVD). O normal seria a empresa insistir em manter o padrão, mesmo que isto represente prejuízos e perda de recursos financeiros. Não foi o que fez a Toshiba. Surpreendendo o mercado, a empresa reconheceu de forma ágil que perdeu a batalha do padrão.

Depois da derrota na guerra dos formatos, para onde vai a Toshiba?
March 3, 2008 4:33 a.m.

Por Yukari Iwatani Kane
The Wall Street Journal, de Tóquio

Em fevereiro, depois de uma longa batalha de vida ou morte com o formato Blu-ray para definir o padrão de aparelhos de DVD de alta definição, o diretor-presidente da Toshiba Corp., Atsutoshi Nishida, abandonou seu formato HD DVD. A decisão surpreendeu analistas. As empresas japonesas tendem a buscar soluções menos radicais, numa tentativa de preservar o orgulho corporativo, e a expectativa era de que a Toshiba iria eliminar o formato aos poucos e sem alarde.

A derrota é um golpe para a Toshiba, um vasto conglomerado de eletrônicos que faz semicondutores, eletrodomésticos e reatores nucleares. A companhia via o HD DVD como uma maneira de aumentar sua presença em eletrônicos de consumo, área na qual não é muito grande.

Nishida, que estudou filosofia política alemã e entrou para a Toshiba por uma afiliada no Irã, é um tipo de administrador diferente para a gigante de tecnologia, que sempre escolheu engenheiros. Ele falou com o Wall Street Journal em seu gabinete sobre como tomou a decisão, seu estilo de gestão e como a Toshiba pretende continuar atuando em eletrônicos de consumo. Abaixo, alguns trechos:

WSJ: Quando o sr. começou a pensar em sair do negócio de HD DVD?

Nishida: Quando a Warner (o estúdio Warner Bros., da Time Warner Inc.) anunciou seu apoio para o Blu-ray em 4 de janeiro. Levamos um tempinho para chegar à decisão final, assim pudemos dar às pessoas a chance de expressar suas opiniões e pudemos considerar todas as implicações e conseqüências de sair, como de que maneira isso afetaria os consumidores e a empresa.

WSJ: A maioria dos observadores da indústria esperava que a guerra dos formatos fosse durar mais. Por que o sr. decidiu abandoná-la tão rapidamente?

Nishida: Não acho que tínhamos nenhuma chance depois que a Warner nos abandonou, porque isso significava que o HD DVD teria só 20% ou 30% da oferta de títulos (em DVD de última geração). No mundo dos negócios, é preciso calcular riscos. Mas também é importante mudar de marcha logo se você acha que sua decisão foi errada. Estávamos fazendo isso para vencer, e se não fosse para vencer, então tínhamos de sair, especialmente porque os consumidores já estavam querendo um padrão único.

WSJ: A derrota na guerra de formatos não é um golpe para a estratégia de crescimento da Toshiba?

Nishida: Essa era só uma das avenidas de crescimento. Uma entre 45 unidades estratégicas de negócios que temos. Isso só quer dizer que agora temos 44.

WSJ: Vocês anunciaram a construção de duas novas fábricas de semicondutores quando anunciaram a decisão de sair do HD DVD. Vão se concentrar mais em chips no lugar do HD DVD?

Nishida: Não, o momento do anúncio foi mais uma coincidência. Os planos para as fábricas já estavam em andamento e eu já havia dito publicamente que iria anunciar algo no fim de fevereiro ou março. Quando a Warner tomou sua decisão inesperada e mudou a situação para os negócios de HD DVD, passou a fazer sentido para nós fazer tudo junto em vez de ter duas reuniões separadas do conselho.

WSJ: Vocês vão sair do negócio de eletrônicos de consumo agora que perderam a guerra dos formatos?

Nishida: Não, vamos continuar a vender aparelhos de DVD comuns e ainda temos TVs e microcomputadores.

WSJ: Ter só DVDs comuns não é uma desvantagem?

Nishida: O que as pessoas não percebem é que os estúdios de Hollywood não vão lançar títulos só em Blu-ray, mas também para DVDs comuns, e o número de aparelhos da atual geração por aí é muito maior. Se você assiste a DVDs comuns em nossos aparelhos, as imagens são de alta qualidade porque (nossos aparelhos) têm um uma função de "conversão para melhor". E vamos melhorar isso ainda mais, de modo que os consumidores não conseguirão notar a diferença em relação a imagens de alta definição. E, ainda, os aparelhos seriam bem mais baratos que os de Blu-ray. Os toca-DVDs de próxima geração estão numa posição bem mais fraca do que quando os aparelhos de DVD comum foram lançados.

WSJ: Como fazer a divisão de eletrônicos de consumo crescer agora?

Nishida: Sem um toca-DVD de próxima geração, os computadores se tornam uma parte ainda mais importante de nossa estratégia. Não podíamos conectar computadores e televisões antigamente, mas agora há uma tecnologia que nos permite isso. Hoje é um fio, mas vai acabar virando sem fio. Isso significa que você pode usar o seu computador para tocar o DVD e assistir na tela grande de sua televisão, e nem precisa de um aparelho específico para DVD. O disco rígido dos computadores também tem muita capacidade, então dá para armazenar vídeos e filmes nele e usar como se fosse o toca-DVD.

WSJ: A Toshiba vai tentar controlar a sala de estar através do computador?

Nishida: Antes havia um debate sobre se a sala de estar seria dominada por televisores ou computadores. Está claro que as televisões dominam, mas os computadores agora podem se conectar a elas.

WSJ: Vocês vão participar do mercado de download de vídeos?

Nishida: É o que esperamos. Temos desenvolvido tecnologias nessa área, mas agora que não temos o HD DVD, quero pôr ainda mis energia aí.

WSJ: Sua abordagem pragmática de administração não é comum no Japão. Como o sr. a faz funcionar neste país?

Nishida: Eu não opero só com a lógica. Sou prático, mas também tenho entusiasmo, o que é o meu lado não-prático. Se você tem isso junto com força de vontade para atingir suas metas, então pode superar qualquer adversidade. Por exemplo, usei lógica para tomar a decisão racional de sair do HD DVD, mas meu entusiasmo faz com que eu siga adiante.

WSJ: Um fracasso o torna mais avesso a riscos?

Nishida: Se você não corre riscos, não progride. As situações mudam constantemente, então se você não pode mudar com elas, não há futuro.

WSJ: A Toshiba consideraria uma grande aquisição, como a da empresa de energia nuclear Westighouse Electric Co. por US$ 5,4 bilhões dois anos atrás?

Nishida: Dependeria da situação. Se fizer sentido e acharmos que podemos recuperar nosso investimento dentro de um certo período de tempo, então talvez sim.

Grátis!

Qual o valor de um produto grátis? Aqui uma situação interessante: você terá direito a um sorvete grátis. Quanto tempo você estaria disposto a ficar numa fila para ganhar este brinde? Mas se você ficar na fila 20 minutos, qual o custo em termos de oportunidade?

A resistência do Governo


É mais fácil criar do que acabar. Esta máxima vale para o governo. Veja o exemplo da Bélgica (fonte, aqui). Lá ainda existe um Banco Central, que emprega mais de 2 mil pessoas, apesar do país não ter mais uma moeda para supervisionar desde 1999, com a adoção do euro.

Empresa e Filantropia


Uma empresa deve fazer filantropia? Na visão de Friedman, a única responsabilidade social da empresa é aumentar os lucros. Seria justo uma empresa usar seus recursos para fazer caridade? Na visão de Henderson e Malani, em Capitalism 2.0, na revista Forbes (aqui) uma empresa não existe somente para maximizar os resultados.

That this is an imperfect description of the real world can be found in the popularity of socially responsible investment funds, which avoid companies that, for example, invest in Sudan or produce tobacco. In 2005 these funds had $2.3 trillion in assets, 10% of all U.S. assets under management. These funds average a return 35 basis points less than comparable nonfiltered funds, meaning that investors put a value of at least $84 billion per year on steering capital to firms that do good. Companies are responding. More than half of the largest 500 companies in the U.S. publish social responsibility reports for investors.

Customers are also demanding products that show a commitment to the public welfare.


Aqui, mais discussão sobre o assunto.

E se o Acordo da Basiléia estiver errado?


E a pergunta do texto do WSJ (aqui)

Crise de crédito expõe falhas em novas regras de risco bancário
5/3/2008
Por Damian Paletta e Alistair MacDonald
The Wall Street Journal

Alguns dos cérebros mais importantes do mundo bancário passaram quase dez anos criando novas regras para ajudar as instituições financeiras do mundo a evitar problemas.

E se boa parte das soluções deles estiver errada?

A versão mais recente dessas recomendações — conhecidas como acordo da Basiléia II, por causa da cidade suíça onde foram engendradas — começou a ser adotada pelo Brasil no ano passado, num cronograma que deve ser concluído em 2012. Ela está em vigor na Europa desde 2007 e passaria a valer nos Estados Unidos no mês que vem, embora isso possa ser adiado. A sua diretriz primária: os bancos deveriam ter mais liberdade para decidir qual o risco que podem assumir, já que estariam melhor posicionados do que as autoridades para decidir isso.

Mas a atual crise financeira mundial, detonada pelo estouro da bolha imobiliária americana, está virando de ponta cabeça as tradicionais suposições sobre risco. Bancos de todo o mundo erraram feio em seus julgamentos quanto à segurança de investimentos que vão de empréstimos "subprime", ou de alto risco, a complexos títulos de dívida estruturados. Isso ficou especialmente evidente na Europa.

Num prenúncio dos problemas, o Reino Unido enfrentou no ano passado a primeira corrida a um banco desde 1866. A financeira de crédito imobiliário Northern Rock PLC não previu o colapso de seu modelo de negócios. Empregando os princípios da Basiléia II, o Northern Rock aumentou, alguns meses antes, o dividendo dos acionistas em 30% — o que reduziu seu capital próprio ao mesmo tempo em que as autoridades começavam a se preocupar com sua condição financeira. O Northern Rock acabou sendo nacionalizado pelo governo britânico no mês passado.

Até mesmo na Suíça, país com tradição de perspicácia no setor bancário, o UBS AG divulgou baixa contábil de US$ 18 bilhões por causa de falhas em sua administração de riscos. (O banco só começou a operar com as regras Basiléia II em 1º de janeiro.)

A maior parte das gigantescas perdas contabilizadas recentemente veio não de fundos de "hedge", cuja relativa falta de regulamentação vem preocupando o governo americano há anos, mas de bancos fiscalizados por governos. O Citigroup Inc., por exemplo, teve o maior prejuízo trimestral de sua história no quarto trimestre de 2007 e teve de captar mais de US$ 20 bilhões de investidores externos para equilibrar o seu balanço, depois de apostas erradas em títulos ligados a créditos imobiliários. O Citigroup não quis comentar.

"Eu acho que foi surpreendente (...) que alguns dos maiores problemas que tivemos com o mercado de capitais tenham partido de bancos regulamentados", disse o secretário americano do Tesouro, Henry Paulson, numa entrevista ao Wall Street Journal.

Enquanto autoridades no mundo todo começam a procurar soluções para a confusão, o resultado provável será mais vigilância e regulamentação nos bancos, pelo menos temporariamente. Charlie McCreevy, comissário para mercados internos da Comissão Européia, diz que a reavaliação das recomendações da Basiléia II precisa examinar se os bancos são os melhores gestores de risco. "Nada deve ser tabu", diz ele.

As regras da Basiléia nasceram na década de 80, quando a regulamentação dos bancos variava muito em cada país, o que tornava difícil para os bancos competir além de suas fronteiras. Os presidentes dos bancos centrais do mundo se reuniram na Suíça para definir padrões básicos, divulgados em 1988.

Uma segunda rodada de reuniões, a Basiléia II, se focou na expansão dessas regras — particularmente na busca de meios para defender o sistema financeiro dos novos e complexos mecanismos de investimentos que começaram a surgir nos bancos.

No mundo dos bancos, há poucas coisas mais essenciais do que o patrimônio mantido para amortecer prejuízos. No fundo, é o que evita a quebra.

De acordo com as regras em vigência antes da Basiléia II, determinar o nível desse colchão é um processo relativamente simples: os bancos têm que manter um volume específico de capital, que é calculado de acordo com o total, e os tipos, de ativos de que dispõe. Por exemplo, ativos relacionados a créditos imobiliários não demandam muita reserva de capital porque sempre foram considerados seguros, visto que há os imóveis como garantia.

As novas regras mudariam isso, permitindo que os bancos calculassem as suas próprias necessidades de reserva de capital com base, em parte, em suas próprias avaliações de risco e na opinião das agências de risco.

A Basiléia II conta com amplo apoio. Oficiais do Federal Reserve, ou o Fed, o banco central americano, têm argumentado que os seus padrões incentivam os bancos a incrementar a sua própria administração de risco.

Além disso, a Basiléia II recomenda que os bancos mantenham uma rede de segurança de capital para proteger-se de problemas com investimentos "fora do balanço" que eles tenham, uma questão que passou despercebida nos esforços anteriores de regulamentação. John Dugan, titular da Controladoria da Moeda, agência do governo americano que fiscaliza os bancos, diz que a turbulência no mercado de crédito fortalecerá a Basiléia II, ao fornecer dados novos e valiosos para os bancos alimentarem os seus modelos de gestão de risco.

Mas autoridades dos EUA e de outros países dizem que estudam agora fazer mudanças na Basiléia II — que provavelmente demandarão reservas maiores do que antes era considerado seguro. No mês passado, o Comitê da Basiléia anunciou que planeja atualizar os "princípios essenciais" de risco de liquidez para "refletir a experiência recente".

Como a Basiléia II dá a cada país uma margem de manobra para ajustar as recomendações, essa experiência recente deve também entrar na pauta no Brasil. "O modelo ainda está em discussão", observa o analista Luis Miguel Santacreu, da consultoria Austin Asis, de São Paulo. (O cronograma de adoção que vai até o fim de 2012 inclui audiências públicas para discutir as regras, disse um porta-voz do Banco Central.) Santacreu é da opinião de que o efeito da flexibilização das finanças internacionais precisa ser melhor debatido, mas nota que o Brasil não está exposto aos mesmos riscos que motivaram a crise do "subprime", por causa da característica dos empréstimos do sistema bancário.

De fato, um eventual aumento no índice mínimo de capitalização provavelmente não teria um impacto muito forte nos bancos brasileiros porque eles já seguem, desde Basiléia I, uma exigência de patrimônio mais alta, nota Márcio Serpejante Peppe, sócio-diretor da BDO Trevisan Auditores Independentes. O BC requeria que os bancos brasileiros tivessem capitalização de 11% do total de ativos ponderado, em comparação com 8% das regras da Basiléia I.

Além disso, acrescenta Peppe, o mercado brasileiro de derivativos de crédito é muito pequeno. Foram instrumentos de crédito mais sofisticados que estiveram no coração da crise do "subprime". "O mercado secundário de crédito é muito pequeno, em função do próprio histórico do sistema financeiro, não há histórico de emitir derivativos, opções", afirma.

(Colaboraram Patrick Brock e Natasha Brereton)

05 março 2008

Empresas admiradas


As empresas mais admiradas

1. Apple
2. Berkshire Hathaway
3. General Electric
4. Google
5. Toyota Motor
6. Starbucks
7. FedEx
8. Procter & Gamble
9. Johnson & Johnson
10. Goldman Sachs Group

Fonte: Fortune

Em 2007 foi o seguinte: GE; Starbucks; Toyota; Berkshire, Southwest, FedEX, Apple, Google, J&J e P&G. Ou seja, somente uma empresa saiu (southwest) para entrada de outra.

As melhores segundo os quesitos (as piores entre parênteses)

Inovação => Apple (Amtrak)
Administração de Pessoal = Medco Health Solutions, BMW e Disney (Dana)
Uso de ativos => Fortune Brands (Dana)
Responsabilidade Social => International Paper (Constellation Brands)
Qualidade da Administração => McDonalds ( WellCare Health Plans)
Finanças = Exxon Mobil (Dana)
Investimento de Longo Prazo => Berkshire (Amtrak)
Qualidade de produtos e serviços => Anheuser-Busch, Nordstrom e Medco (Molson Coors Brewing)

Uma medida contábil pode ser relevante para entender a economia


As vezes uma informação tipicamente contábil pode ser interessante para entender a economia. Lembro-me agora dos estoques, como um indicador de recessão ou crescimento econômico. Uma outra medida usada, e recentemente lembrada pelo jornal NY Times é o "caixa". E segundo o jornal a notícia é boa. Ao contrário do que se possa imaginar - num momento de crise financeira - as empresas norte-americanas estão muito bem de recursos financeiros. Um estudo mostrou que a quantidade de caixa aumentou desde 1998, enquanto a dívida caiu. As empresas que compõe o SP Industrial Index possuiam em janeiro 600 bilhões de dólares em caixa.

Para René Stulz, um conhecido pesquisador de finanças, este crescimento talvez seja indicador que o mundo hoje é mais rico para fazer negócios. A relação (Dívida - Caixa)/Ativos, um índice de endividamento e independência financeira, está, em muitas empresas, negativo.

Várias são as explicações. Um interessante é o papel cada vez menor dos estoques no capital de giro (por conta, entre outras razões, do just-in-time). Outra explicação é que as empresas estão menos intensas de capital físico (e mais de capital humano), o que significa menos ativo permanente.

Como entender isto dentro do contexto econômico? Mais caixa pode ser um sinal de que estas empresas possuem capacidade para fazer aquisições de empresas, comprar equipamentos para novas expansões, investir em novas tecnologias ou, simplesmente, distribuir dividendos. De qualquer forma, isto poderia representar mais dinheiro na economia, reduzindo a influência de uma recessão.

Clique aqui para ler mais

Citigroup necessita de mais capital


Segundo Sameer Al Ansari, executivo chefe da Dubai International Capital, o Citigroup necessita de mais capital. E não é só Ansari que acredita neste ponto. Outras fontes, inclusive analistas do Merrill Lynch, também concordam (veja "Afternoon Reading: Does Citigroup Need Another Capital Infusion?", Stephen Grocer, WSJ). Recentemente o dinheiro árabe ajudou a instituição financeira em perigo.

Mais sobre o assunto, aqui

Marcação a Mercado e a Crise

A adoção da marcação a mercado ajudou a crise financeira mundial? Segundo alguns pesquisadores, sim. Quando o preço dos ativos aumenta, melhora o patrimônio líquido. O inverso também é verdadeiro. Eis o que diz o Financial Times

Only now, in the middle of a global credit crisis, is the impact of the broad introduction of mark-to-market accounting becoming clear. The critical concerns are around how much these changes helped to inflate the credit bubble and whether they will increase the speed and destructive power of its collapse.

To be fair, the US banks protested at the outset that the move would change their role in the economy. So did the French banking federation before similar changes came to Europe in 2005. It warned that fair-value accounting "could even further increase the euphoria in a financial bubble or the panic in the markets in a time of crisis". Tobias Adrian, an economist at the New York Fed, and Hyun Song Shin of Princeton University, have produced a string of work about this kind of "pro-cyclicality" in finance and the economy, culminating in a paper last September entitled Liquidity and Leverage .

(...) The lesson for regulators is that the solution to one problem almost always contains the seeds of another.


Aqui para mais detalhes

Empresa brasileira compra no exterior


Segundo a Bloomberg News, a empresa JBS, a maior produtora de carne do mundo, concordou em pagar 1,27 bilhões de dólares em dinheiro e ações por ativos nos Estados Unidos e Austrália.

JBS wants to expand in the United States, Australia and Europe to bolster sales in markets that restrict imports of Brazilian beef. Smithfield, the largest American pork producer, is exiting the beef business as rising corn costs and surplus production capacity erode profit.


Beef Giant Buys Assets In the U.S. And Australia - The New York Times - 5/3/2008

É interessante notar que se fala muito em Embraer, Vale, Gerdau e outras empresas brasileiras multinacionais e esquecem da JBS.

O valor justo é justo?


Uma carta para o jornal Wall Street Journal questiona o uso do valor justo.

Regarding "Wave of Write-Offs Rattles Market" by David Reilly (page one, March 1): Thirty years ago, no accounting principle was more accepted than that assets are worth what they cost, absent proof of a permanent impairment of value. When such impairment was understood and confirmed, the carrying value was adjusted.

Today, I see the overzealous accounting profession calling for long-term assets, those which the owners do not intend to sell, nor have need to sell, being forced to mark such assets to market on a regular basis. While this may make sense for equities, where market values tend to reflect economic reality or assets which may need to be sold in the normal course of operating the business, it makes no sense for assets intended to be held to maturity. The marking of long-term complex financial instruments where market values are temporarily depressed and meaningless for the longer term is terribly destructive. In many cases, the only market prices available are distressed sellers or some thin index which is regularly shorted by investment professionals.

These are not real values, and marking to these prices causes unnecessary volatility and contractions in capital which restrict the ability of financial institutions to operate and grow. Perhaps the accounting profession is trying to overcompensate for its failures in the Enron fiasco and other similar cases, and to prevent lawsuits. Fair-value accounting, particularly for long-term complex instruments that do not trade in liquid markets, is illogical and destructive and should be re-examined immediately.

Matt A. Greenberg
MRJ Capital


Is Fair-Value Accounting Always Fair?
The Wall Street Journal - 5/3/2008 - A15

Mulheres na contabilidade

Um leitor gentilmente indicou o endereço http://www.mulhercontabilista.com.br para pesquisa sobre o assunto (clique aqui). Grato.

04 março 2008

Links

1. Fotografias lindas da natureza

2. A bolha que ninguém viu

3. ... mas isto não é um problema

4. Como usar o powerpoint

5. Vídeo. Lances do jogo Japão x China. Os chineses jogaram futebol?

6. Um exemplo de Teste de Pisa (que os finlandeses foram bem)

Parcialidade do juiz e Irracionalidade do goleiro


Analisando a neutralidade dos árbitros durante 12 temporadas do campeonato de futebol alemão (Bundesliga), o presente documento identificou indícios de forças sociais influência as decisões dos agentes. Árbitros, que são nomeados para serem imparciais, tendem a favorecer a equipe da casa sistematicamente dando mais tempo adicional naqueles jogos em que a equipe da casa está atrás. Eles também favorecem o equipe da casa nas decisões de atribuição faltas e pênaltis.

Óbvio, não?

Fonte: Aqui

Outro estudo verificou a posição do goleiro diante do penalti. Acadêmicos de Israel estudaram uma amostra de penaltis ao redor do mundo e encontraram que os goleiros tem mais chances de salvar o chute caso fiquem parados, em lugar de pular. Entretanto, em 93,7% dos casos (311) o goleiro não escolhe esta opção. Qual a razão disto? As possibilidades são várias (aqui): colocar pressão no batedor; ou uma norma social (caso ele pule e não consiga segurar o penalti, tudo bem; ficando parado estaria "dizendo" que não fez nada). Esta não é uma situação restrita ao futebol.

Custos dos Fundos de Pensão


A Inglaterra está discutindo a mudança nas regras dos fundos de pensão. A principal mudança é na "taxa de desconto".

"Nas regras contábeis atuais inglesas o desconto de passivos futuros é feito por um taxa de títulos de uma empresa AA. Pela proposta da ASB as empresas irão usar uma taxa menor, "livre de risco", que é usualmente equivalente a taxa de empréstimo do governo, como os títulos do tesouro norte-americano ou ingleses".

O impacto será o aumento do passivo das empresas. Clique aqui

Enron: mais um record


Uma empresa de advocacia de San Diego está solicitando 688 milhões de dólares de taxas por representar acionistas e investidores da Enron, conforme notícia da AP. Caso seja aprovada, as taxas serão as maiores para um caso de fraude. Aqui

Qual a razão da Vale + Xstrata


Ofertas da Vale e BHP têm mesmo objetivo: o aço
Por Robert Guy Matthews - The Wall Street Journal - 3/3/2008

As duas propostas de fusão, embora diferentes nos detalhes, almejam dominar os minerais fundamentais da fabricação de aço, no que pode ser um ótimo período para a siderurgia global. China, Índia e outros países em desenvolvimento estão num processo histórico de urbanização e precisam de todo o aço que puderem encontrar para construir máquinas, carros, eletrodomésticos, pontes, prédios, estradas e sistemas de esgoto.

(...) O boom das commodities e a demanda por trás dele não vão durar para sempre. Alguns observadores até acreditam que certas commodities já chegaram ao pico. Essa é a razão pela qual as mineradores não estão esperando para localizar reservas virgens: leva mais de três anos entre a descoberta de um novo depósito e o início de produção. A compra de rivais permitiria à BHP e à Vale levar mais ingredientes de aço ao mercado enquanto a demanda continua forte.

(...) O preço do minério de ferro mais que triplicou nos últimos cinco anos. Na semana passada, a Vale negociou altas de 65% e 71% com grandes siderúrgicas ao redor do mundo, o que se segue a uma alta de 9,5% no ano passado. E as siderúrgicas podem ter de pagar até mais para negociar com a Rio Tinto, que já sinalizou intenções de pedir um aumento acima de 70%. Se a demanda na China não enfraquecer, é provável que o preço do minério de ferro suba de novo no ano que vem. Uma fusão da BHP com a Rio Tinto daria mais controle sobre o preço e a produção do minério.

A proposta da Vale para comprar a suíça Xstrata tem mais a ver com o preenchimento de uma lacuna em sua carteira siderúrgica e diversificação para outros metais do que com dominar o mercado de minério de ferro. (...)

O carvão é um negócio lucrativo porque o coque é um ingrediente central na produção de aço, e a Vale quer capitalizar a força desse mercado, diz José Carlos Martins, diretor executivo da Vale para metais ferrosos. "Os preços do carvão estão bem altos", diz ele.

A Vale também quer mais níquel, que é uma liga necessária para fazer aço inoxidável. Uma combinação da Vale com a Xstrata poderia controlar cerca de 28% da produção mundial de níquel, tornando-se o maior produtor de metal em volume. Analistas esperam que, se o negócio for consumado, a Vale tenha de vender parte de seu níquel para contornar problemas regulamentares. Mas provavelmente continuaria sendo o maior produtor de níquel. Os preços do níquel caíram cerca de 7% desde o fim de 2007, mas ainda estão relativamente altos.

Um erro de 7 bilhões


A empresa de agronegócios Bunge irá refazer suas demonstrações em virtude de um erro de 7 bilhões, informou Stephen Taub, da CFO (Bunge Finds a Sales Error: $7B Worth).

As a result of these reviews, management said it has determined that the effect in 2006 and 2005 was immaterial.

"Bunge is remediating the control deficiencies that led to the need for these corrections, and which the company has determined constitute material weaknesses in its internal control over financial reporting in 2007," it stated in a press release.


É interessante notar que em 2006 o WSJ (e este blog) já comentava, num artigo, a contabilidade confusa da empresa. Clique aqui para conferir isto

03 março 2008

Mulheres na Contabilidade

Uma leitora deste blog solicita material de apoio para um trabalho sobre mulheres na contabilidade. Sei que no ano passado o Conselho promoveu um encontro sobre este tema. Alguém poderia ajudar?

Links


1. Estamos no Ano Internacional da Batata, segundo a ONU
2. Brasil é o maior emergente
3. As cidades mais sujas do mundo. Baku em 1o. México entre as 10; Moscou entre as 20 mais sujas
4. O executivo da Berkshire Hathaway, Warren Buffet, reconhece que a compra da Dexter Shoe Co. foi o pior erro da sua vida.

Reforma tributária pode complicar contabilidade


A reforma tributária proposta pelo governo vai tornar mais complexa a contabilidade de cerca de 600 mil empresas, principalmente as prestadoras de serviços. Elas também correm sério risco de sofrer aumento de carga tributária. Hoje, essas empresas pagam dois tributos federais - PIS (Contribuição para o Programa de Integração Social) e Cofins (Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social) - calculando 3,65% sobre seu faturamento. Na proposta de reforma tributária, esses dois tributos desaparecem e são substituídos por um só, o Imposto sobre Valor Adicionado (IVA), resultado da fusão de PIS, Cofins e Cide, incidente em combustíveis.
Ocorre que o IVA será calculado de outra maneira e tende a complicar a vida dessas empresas, segundo alerta feito pelo ex-secretário da Receita Federal Everardo Maciel, da consultoria Logos.


Fonte: aqui

Citação


There are no perfect accounting rules, and forcing banks to consolidate everything might be unreasonable. But banks should have done more to let investors know the nature of the risks that were being taken. If the accountants had forced better disclosures, it is at least possible that managements would have spent more time evaluating the risks they were taking, and then made wiser business decisions.
Floyd Norris
Fonte: Aqui

Partidos políticos e contabilidade


O problema da prestação de contas do Partido Verde (PV) já tem um responsável.

Fundo partidário pagou até multa de carro da executiva (...)

A atual gestão do PV, que está há dez anos à frente do partido, responsabiliza um problema técnico pelas irregularidades na prestação de contas.

— Tínhamos um setor de contabilidade frágil. Tanto é que depois trocamos de contador. Antes, tínhamos um que prestava contas para 50 empresas. Houve falhas contábeis nessa prestação de 2005, o contador fez uma confusão tremenda e contabilizou como não devia no balancete — explica o atual secretário de Finanças do PV, Reynaldo Morais, ressaltando que não estava no cargo em 2005.


Culpa é do contador, diz direção do PV
O Globo - 2/3/2008

Já este outro partido fala em problema de prazo:

A assessoria de imprensa do PT informou sexta-feira que os gastos com a festa de comemoração dos 26 anos do partido foram cobertos pela venda de convites aos participantes, e que a utilização de recursos da conta do Fundo Partidário — que pagou a compra de vinhos, espumantes e o serviço de bufê — se deu “por uma questão contábil de prazo de vencimento”. Segundo a assessoria, a legenda arrecadou, com a venda de convites para a festa, R$271,4 mil, e os custos atingiram R$103,4 mil. Os valores dos convites variaram entre R$200 e R$5 mil.

“Portanto, além de cobrir as faturas pagas via fundo partidário — por uma questão contábil de prazo de vencimento —, a arrecadação da festa ainda gerou um saldo positivo de R$167,7 mil”, disse a nota enviada ao GLOBO pelo PT. (...)


PT alega ‘questão contábil de prazo’ - O Globo 2/3/2008

Nova lei


O principal objetivo da mudança é transformar a contabilidade usada no Brasil. Hoje, essa contabilidade é registrada pelo custo histórico. Com a mudança, a contabilidade vai priorizar o valor justo, ou seja, demonstrar a posição patrimonial da empresa a um valor mais próximo ao de mercado.

(...) A maior conquista dos contabilistas com a nova lei está na possibilidade de fazer os ajustes necessários para harmonizar as práticas contábeis adotadas no Brasil com aquelas internacionalmente aceitas sem efeitos tributários. Isso significa o preparo de demonstrações contábeis dentro de técnicas internacionais, sem medo das garras do leão. (...)


A Lei das S/A determina mais transparência
Gazeta Mercantil - 3/3/2008 - Caderno A - Pág. 3
André Viola Ferreira e Fernando R. de Medeiros

Bancos Oficiais

BB e Caixa ainda devem R$ 18 bi aos cofres públicos
Sheila D´Amorim - Folha de São Paulo - 3/3/2008

Apesar do lucro registrado nos últimos anos, o Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal ainda estão em dívida com o Tesouro Nacional e, juntos, devem R$ 18 bilhões aos cofres públicos. As duas instituições controladas pela União não deram retorno suficiente para compensar o dinheiro público gasto para saneá-las.

Doze anos depois de receber R$ 8 bilhões do governo, o total devolvido pelo Banco do Brasil à sociedade com repasses de dividendos e juros sobre o capital próprio ao Tesouro corresponde a apenas metade do investimento original corrigido a valores de hoje.

Já a Caixa Econômica Federal, em sete anos, deu retorno para o Tesouro equivalente a um terço dos R$ 9,3 bilhões atualizados também com base no IPCA.

Em junho de 1996, o governo gastou R$ 8 bilhões para capitalizar o Banco do Brasil. Essa quantia, corrigida a valores de hoje, chega a quase R$ 17 bilhões. Desde então, o BB deixou para trás a era de prejuízos e gerou lucros anuais que somam R$ 32,7 bilhões corrigidos pela inflação.

Isso rendeu aos cofres públicos R$ 8,764 bilhões em juros e dividendos, 52% do valor aplicado inicialmente. Resta algo próximo a R$ 8,2 bilhões.

O cálculo não inclui o subsídio implícito numa outra operação de troca de títulos realizada em junho de 2001 com o Tesouro para retirar da contabilidade do banco papéis e créditos ruins e substituí-los por outros de maior rentabilidade. Na época, essa operação envolveu R$ 12,5 bilhões.

Na engenharia financeira montada em 2001 para sanear os bancos federais, a CEF movimentou outros R$ 87 bilhões que envolveram troca de títulos, compra de créditos e substituição de empréstimos de má qualidade, a valores da época e cujo custo para o Tesouro não foi divulgado.

Além disso, a instituição recebeu dos cofres públicos para reforçar seu caixa R$ 9,3 bilhões, cujo valor atualizado chega perto de R$ 15 bilhões.

De lá para cá, o banco controlado 100% pela União gerou lucros de R$ 12,441 bilhões a valores de hoje e isso representou um repasse de R$ 5,138 bilhões para o Tesouro a título de juros e dividendos. Ainda faltam quase R$ 10 bilhões para dar retorno à sociedade.

(...) Como eles podem pagar isso? Primeiro não dando prejuízo, depois provando que são viáveis e gerando dividendos para o governo. Por isso, a discussão sobre a lucratividade dos bancos públicos e a compatibilização de resultados com a função pública gera polêmica dentro da própria equipe econômica.

Na última semana, o resultado do BB em 2007 surpreendeu negativamente o mercado. As ações do banco caíram porque se esperava um lucro mais compatível com seus concorrentes privados -a instituição ganhou R$ 5,06 bilhões, contra R$ 8,01 bilhões do Bradesco e R$ 8,47 bilhões do Itaú. A Caixa garantiu R$ 2,5 bilhões de lucro líquido no ano passado graças a R$ 1,4 bilhão em créditos tributários que foram registrados.

Vice-presidente de Finanças do BB, Aldo Luiz Mendes argumenta que a capitalização do banco, em 1996, e a troca de títulos e créditos, em 2001, foram um acerto de contas do passado. "Durante anos o BB assumiu obrigações do Tesouro, financiou dívidas do governo. A capitalização foi uma forma de explicitar todos os passivos do governo."

Além disso, ele defende que o retorno para o Tesouro não deve ser avaliado só com base nos dividendos pagos, mas é preciso considerar a valorização do banco. "Hoje o valor de mercado do BB é de R$ 75 bilhões, lá atrás não era de R$ 7 bilhões."

Segundo o vice-presidente da Caixa, o patrimônio do banco desde a capitalização subiu 159%, de R$ 4,1 bilhões para R$ 10,5 bilhões, e a rentabilidade foi superior à variação da Selic.

02 março 2008

Iasb e o Valor Justo

O Iasb está propondo uma discussão sobre a mensuração do valor justo (aqui). A proposta deverá ser concluída em 2010. Atualmente as normas internacionais de contabilidade exigem que alguns ativos, passivos e instrumentos financeiros sejam mensurados pelo valor justo. Entretanto, esta norma já tem alguns anos e o Board decidiu unificar e esclarecer certos itens. As normas estão dispersas e não são consistentes, conforme o próprio Iasb afirma. A proposta envolve, portanto, unificar as normas, mas também melhorar a definição de valor justo.

01 março 2008

Educação na Finlândia

Trechos extraídos de uma reportagem do WSJ:

Aqui, estudantes de nível médio raramente têm mais de meia hora de dever de casa.

Quase não há exames padronizados, poucos pais arrancam os cabelos pensando na faculdade e as crianças só começam a ir à escola aos 7 anos.

Logo cedo, as crianças fazem muitas coisas sem a supervisão de adultos.

E os professores criam lições sob medida para seus estudantes.

Educadores finlandeses acreditam que obtêm melhores resultados quando se concentram nos estudantes mais fracos do que se ficarem cutucando os mais dotados para se destacarem dos demais. A idéia é que estudantes brilhantes podem ajudar os medíocres sem prejuízo de seu próprio progresso.

Professores e estudantes referem-se uns aos outros pelo primeiro nome. É proibido usar celular, iPods ou chapéus — e essa é praticamente a única regra da classe.

É preciso mestrado para ser professor e a profissão é concorrida. Mais de 40 pessoas podem se candidatar para a mesma vaga.

Os salários estão no nível do Primeiro Mundo, mas em geral eles têm mais liberdade na Finlândia. Professores finlandeses escolhem livros e adaptam as lições para levar os estudantes aos padrões nacionais. "Na maioria dos países, educação parece uma fábrica de carros. Na Finlândia, os professores são empreendedores", diz Schleicher, da Pisa, que tem sede em Paris e começou a fazer os testes em 2000.

Uma explicação para o sucesso finlandês é sua paixão por leitura. O governo dá um pacote para os pais de recém-nascidos que inclui um livro de figuras. Algumas bibliotecas são anexas a shopping centers e há sempre uma biblioteca ambulante em todos os bairros.

A língua local só é falada aqui e até os livros em inglês mais vendidos são traduzidos muito depois do lançamento. Muitas crianças se esforçaram para ler o último Harry Potter em inglês porque tinham medo de que alguém lhes contasse o final antes que chegasse a versão em finlandês. Filmes e programas de TV têm legendas em vez de dublagem. Uma estudante universitária diz que se tornou uma leitora veloz na infância quando ficou viciada no seriado "Barrados no Baile".

A população do país, de 5,3 milhões, é bastante homogênea e há pouca disparidade de educação e renda. O governo gasta, em média, US$ 7.500 por estudante. Os impostos são altos, mas o nível de renda permite às crianças se dedicar aos estudos sem precisar trabalhar. Faculdades são gratuitas. O padrão de vida é um dos mais altos do mundo.


O que torna os adolescentes finlandeses tão inteligentes?
29/2/2008
Por Ellen Gamermanvia Enriquez
The Wall Street Journal, de Helsinque, Finlândia