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18 setembro 2007

Contabilidade e Fraude no Corinthians

Mais notícias sobre a questão contábil no Corintians:

Deic vê enxurrada de notas frias
Policiais têm indícios que a N.B.L pode ter ramificação fraudulenta bem maior do que as 80 fornecidas ao clube
Robson Morelli
O Estado de São Paulo - 18/09/2007

A empresa de contabilidade que vendeu notas fiscais frias para o Corinthians durante cinco anos, de 2000 a 2005, com prejuízo ao clube de pelo menos R$ 436 mil e conhecimento e conivência do presidente Alberto Dualib e do vice Nesi Curi, pode ter espalhado no Parque São Jorge uma ramificação fraudulenta bem maior que as 80 notas apreendidas pelo Ministério Público Estadual. O Deic (Departamento Estadual de Investigações Criminais) tem indícios de que a N.B.L. Serviços Contábeis, Consultoria Empresarial S.C. Ltda fabricou' notas falsas em diversos setores do Corinthians, de restaurante a trabalho de limpeza, passando pelo setor de informática, povoando assim a administração do clube de documentos ilícitos, cuja contabilidade registrou como sendo serviços prestados por fornecedores de fora.

A N.B.L. é de propriedade de Juraci Benedito, também acusado por crime de estelionato e formação de quadrilha. Ele confessou nos autos que recebia R$ 17 mil por mês no esquema fraudulento.

No dia em que os policiais do Deic, juntamente com promotores públicos do Gaeco, deram uma batida no Parque São Jorge, novas notas frias e de outras empresas ligadas a Juraci foram encontradas, entre elas a JLSB Consertos e Informática. Três computadores também foram apreendidos (um deles da MSI) e estão sendo periciados. Em gravações registradas pela Operação Perestroika', da Polícia Federal, Dualib aparece dizendo que protegeu Nesi Curi durante 14 anos - tempo de sua gestão no clube - emitindo notas frias. "Tirei notas de 14 anos para cá para poder livrar a cara dele (Nesi)", disse Dualib, dia 23 de novembro, em diálogo por telefone com Renato Duprat.

"São notas de valores pequenos, picados, que dificilmente chamariam a atenção dos contadores. É procedimento comum a quem faz isso", explicou o delegado Maurício Guimarães Soares.

17 setembro 2007

Rir é o melhor remédio


É melhor pensar duas vezes

Google dá prêmio para fotos da lua

A Google anunciou um prêmio de 30 milhões de dólares para quem conseguir pousar na lua e tirar fotos nos próximos cinco anos (aqui e aqui). Uma jogada de marketing ou novas informações para a empresa?

A mesma empresa lançou uma produto interessante:

O mundo pelos olhos de um amante de livros
Quarta-feira, Setembro 12, 2007 9/12/2007 03:22:00 PM
Publicado por: Jennie Johnson, Corporate Communications

Os profissionais da Pesquisa de Livros estão sempre procurando por novas maneiras de ajudá-lo a explorar o mundo da literatura. É por isso que eles estão entusiasmados com a parceria com o Google Earth para lançar a nova Pesquisa de Livros (em inglês). Talvez alguns de vocês estejam familiarizados com a ferramenta "Locais mencionados em livros", na qual mostramos no mapa lugares citados em alguns livros.

Agora, com a nova Pesquisa de Livros, é possível ter acesso a duas excelentes ferramentas que fazem o oposto do que era feito até então. Elas organizam os livros de acordo com os locais, e não o contrário. Isso quer dizer que pelo Google Earth, você pode "voar" de cidade em cidade e encontrar livros relacionados a elas enquanto navega pelo site. Ou, então, você pode buscar por um local específico, como Canterbury, no Reino Unido, e pesquisar por referências literárias ligadas a esse nome, encontrando uma grande oferta de livros.

E tem mais: como todos os livros que entram nesse index estão com seus direitos autorais liberados, você pode baixar a obra na íntegra que te interessar de onde estiver, ou fazer o download do arquivo em PDF e ler em seu computador depois.

Efeito do iPod

Será que as limitações de MP3s e iPods estão arruinando a música pop?
Lee Gomes - The Wall Street Journal - 13/09/2007

Se você sente que tem ouvido mais música mas desfrutado menos dela, algumas pessoas na indústria fonográfica dizem que sabem o motivo. Elas culpam aquele iPod que você não consegue largar e todos os arquivos MP3 de música comprimida que carregou no aparelho.

As pessoas que trabalham por trás dos microfones na indústria fonográfica — produtores, engenheiros de som e assim por diante — dizem que cada vez mais presumem que suas gravações serão ouvidas como MP3s num tocador de música como o iPod. Por causa disso, a combinação está se tornando a "plataforma de referência" usada como teste de como a faixa deve soar. (Produtores de cinema reclamam da mesma coisa quando vêem suas imagens em versões digitais de baixa qualidade.)

Mas por causa das muitas limitações das músicas comprimidas e da relativa baixa qualidade dos fones do iPod, produtores lamentam que estão mixando suas músicas para um baixo denominador comum técnico. O resultado, dizem eles, é uma música com volume alto mas áspera e chapada, e portanto pouco agradável por longos períodos de tempo.

"Agora, quando você acaba de gravar uma faixa, a primeira coisa que uma banda faz é carregá-la em um iPod e ouvir como soa", diz Alan Douches, que trabalhou com a banda de rock Fleetwood Mac e outros. "Anos atrás a gente poderia checar o som num Walkman, mas ninguém acreditava que seria o melhor que poderia soar. Hoje, artistas jovens acreditam que o MP3 é um meio de alta qualidade e o iPod representa o que há de melhor em som."

Não é. Produtores e engenheiros dizem que há muitas maneiras de adaptar uma faixa para um MP3 do iPod. Algumas vezes, as mudanças são para pior.

O veterano Skip Saylor, dono de um estúdio em Los Angeles, diz que as freqüências altas que parecem esplêndidas em um CD, por exemplo, podem não soar tão bem em um arquivo de MP3 e portanto serão cortadas da mixagem. "O resultado pode satisfazê-lo num MP3, mas não o deixaria contente num CD", diz. "Se você me perguntar se estou feliz em fazer isso, minha resposta é não. Mas este é o mundo real, é preciso se adaptar."

Essa mudança para a música comprimida ouvida em iPods está ocorrendo ao mesmo tempo em que outra tendência irrita os audiófilos: a música de hoje é lançada nos volumes mais altos da história, por causa da suposição de que isso vende melhor. O processo de aumentar o volume, porém, tende a eliminar a distinção dos altos e baixos de uma faixa.

Consequentemente, a música pop contemporânea tem um som característico, diz o veterano engenheiro Jack Joseph Puig, de Los Angeles, que trabalhou com os Rolling Stones e Eric Clapton. "Há dez anos, a música era mais quente; era rica e espessa, com mais tons e mais 'poder real'. Mas os novos álbuns são mais frios e brilhantes. Ele têm o que chamo de 'poder implícito'. É tudo feito com defasagens, reverberações e compressões para enganar o seu cérebro."

Todos esses engenheiros tendem a ser audiófilos, o tipo de gente que brigaria para deixar uma faixa perfeita. Mas eles estão começando a questionar se a briga vale a pena.

"Eu me importo com a qualidade, mesmo se o garoto na rua goste do que ele ouve no MySpace, que é ainda pior que MP3", diz Stuart Brawley, um engenheiro de Los Angeles que gravou com Cher e Michael Jackson. "Tentamos produzir a melhor qualidade de som possível, mas nós temos que ser cada vez mais realistas sobre quanto tempo podemos gastar com isso."

É claro que nem todos os produtores de música concordam que os MP3s e iPods estão afetando a música de maneira tão ruim. Larry Klein, conhecido por seu trabalho com Joni Mitchell, diz que "se algo soa muito bem num par de caixas acústicas normais, vai soar ótimo em fones de ouvido. Não posso imaginar fazer uma mixagem de um disco de modo que soe melhor em fones de ouvido".

Quando os primeiros CDs foram lançados, eles foram considerados frios e chapados se comparados com os discos de vinil. Mas seu som melhorou à medida que os engenheiros aprenderam mais sobre o meio, um processo que muitos esperam que se repita com MP3s e tocadores de música portáteis.

Mesmo assim, os engenheiros ainda sentem nostalgia das tecnologias antigas. "O que perdemos nesta nova era de compressão em massa e baixa fidelidade são discos que soam tão bem que você se perde neles. 'Dark Side of the Moon' — já não se fazem mais discos como aquele."

Será verdade?

Os russos postaram na internet planos secretos de um novo submarino. Um jornalista escreveu um "press release" cobrindo um encontro, com detalhes que incluia até o código do projeto e especificações técnicas

Oops - Russians post 'secret' sub plan on web

Países atrasados

Qual a explicação para a existência de países pobres. Segundo este pesquisador quatro são as possíveis razões: conflito (guerra civil, por exemplo), recursos naturais (que impede que outras atividades sejam incentivadas), problemas com vizinhos e governo ruim.

Google-Scholar vs SSCI

A relação existente entre os resultados do Google Scholar e as citações no Social Science Citation Index é de 0,848. Ou seja, o resultado do Google é muito parecido com o obtido no SSCI, uma fonte tradicional de citações.

Fonte: Aqui

Área pública mais ágil

Devedores arrastam execução SP começa a recuperar R$ 132 mi desviados dos cofres públicos
15 anos após criação da Lei de Improbidade Administrativa, 25 processos estão na fase de execução da dívida
Rodrigo Pereira/Eduardo Reina
O Estado de São Paulo - 14/09/2007

Embora mais rápido que o trâmite na sentença da ação de improbidade, a execução dos valores também permite amplo questionamento dos réus e pode se arrastar por alguns anos nos tribunais. A afirmação é do desembargador Urbano Ruiz, da Seção de Direito Público do Tribunal de Justiça de São Paulo, que já julgou casos de execução de valores envolvendo políticos. "De fato, a execução é tumultuada e demorada, pois muitas vezes ainda é preciso apurar o valor a se indenizar e as partes têm o direito de contestar isso", disse. Ele reconhece, no entanto, que a legislação abre brechas para os maus pagadores, o que também explicar a demora no ressarcimento. "Os devedores têm muitos estratagemas. Eu conheço uma ação em que o réu indicou um imóvel para penhora e depois a mulher entrou com embargo, dizendo que tinha direito a parte dele", exemplificou. R.P e E.R

Demorou. Mas Estado e Prefeitura começaram a receber, 15 anos após a criação da Lei de Improbidade Administrativa, os primeiros ressarcimentos e multas por ações movidas pelo Ministério Público Estadual. Há 25 processos em que os réus perderam e não têm mais como recorrer. Agora os processos estão na fase de execução - quando se definem valores e é feita a busca e seqüestro dos bens dos acusados para quitar o que devem. Em valores ainda não atualizados, são cerca de R$ 132 milhões. O MPE estima que eles serão pagos até o fim de 2008. Esse dinheiro é cobrado pela Promotoria de Cidadania da Capital de autoridades, servidores e empresas por conta de contratos irregulares com o Estado e o Município. Entre os réus que terão de ressarcir os cofres públicos estão os ex-prefeitos Paulo Maluf e Celso Pitta, os ex-secretários municipais Carlos Alberto Venturelli e Alfredo Savelli e a ex-secretária estadual da Criança, Família e Bem-Estar Social Marta Godinho.

Também fazem parte do grupo ex-presidentes da Companhia Estadual de Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU) e de grandes empresas, como Vega Engenharia Ambiental, Vega Sopave, Geribello Engenharia e Pavter, além do mantenedor das Faculdades Anhembi Morumbi, o Instituto Superior de Comunicação Publicitária.

"Os resultados só estão aparecendo agora porque a lei é nova", afirma o promotor Saad Mazloum. "Mas as decisões têm criado jurisprudência e a tendência é o trâmite ser cada vez mais rápido."

O primeiro pagamento de reparação por improbidade ocorreu em agosto de 2006. A Vega Sopave devolveu R$ 6.570,36 por um contrato sem licitação de R$ 764 mil, que previa a conservação de pavimento das Rodovias Anchieta e Imigrantes, firmado em 1990 com a Dersa.

A Vega também é ré na maior ação do gênero na promotoria, que pede o pagamento de R$ 92,2 milhões à Prefeitura. Metade desse valor se refere ao ressarcimento pelo não cumprimento do contrato de coleta de lixo. O resto corresponde à multa. A execução foi iniciada ainda em setembro de 2004. Mas a defesa recorreu ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) e a pendência está parada até hoje.

Outro caso envolve a ex-secretária no governo Mário Covas Marta Godinho. Ela e o Instituto Superior de Comunicação Publicitária foram condenados a ressarcir o Estado em R$ 27,5 milhões pela contratação de 1.044 funcionários sem concurso público. Desses, 838 eram servidores da antiga Fundação Estadual para o Bem-Estar do Menor (Febem), atual Fundação Casa. Eles foram demitidos e recontratados pelo instituto. O processo foi aberto em 1996 pela promotoria e a sentença final (para a qual não cabe recurso) saiu em 2005.

O terceiro maior caso em execução envolve ex-presidentes da CDHU e a Geribello Engenharia. Em 1992, os dirigentes dispensaram licitação na contratação de técnicos para gerenciar obras de habitação popular. A sentença que condenou os réus a devolverem R$ 6,2 milhões à CDHU anota que "o pretexto da singularidade do serviço" para dispensa de licitação foi "ato grosseiro", já que qualquer empresa tinha nos quadros "milhares de profissionais" com a mesma formação.

OPERÁRIOS

Mas as condenações não se limitam ao alto escalão do serviço público. A Justiça determinou que um motorista e dois "trabalhadores braçais" - na definição do MPE - da Empresa de Tecnologia da Informação e Comunicação do Município (Prodam) devolvessem o valor de meio mês de salário e benefícios, mais multa de duas vezes o mesmo valor.

Isso porque eles foram levados em setembro de 1993 por Sinobu Kawai, secretária da chefia de Gabinete da Presidência da Prodam, para fazer a reforma do apartamento dela, no horário de expediente. Sinobu e o então chefe de Manutenção da Prodam, José Rabelo Fontes, foram condenados à perda da função pública, suspensão dos direitos políticos e à proibição de contratar com o poder público. Também terão de ressarcir o erário, em valor ainda não calculado.

Mais dividendos

Acionista ganha mais com dividendos

São Paulo, 17 de Setembro de 2007 - Montante pago cresceu sete vezes em seis anos, de R$ 3,3 bilhões para R$ 24,5 bilhões. As companhias abertas brasileiras estão revertendo mais de 50% de seu lucro líquido em dividendos aos acionistas. O percentual é mais do que o dobro do pagamento mínimo de 25% determinado pela Lei das S/A. Os dados constam da pesquisa "Dividendos e Ações no Brasil", do professor da FEA-RP/USP (Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade de Ribeirão Preto) e Fipecafi (Fundação Instituto de Pesquisas Contábeis, Atuariais e Financeiras), Alexandre Assaf Neto, obtida com exclusividade por este jornal.

O estudo aponta que o pagamento de proventos aos investidores feito pela área de custódia da CBCL (Companhia Brasileira e Liquidação e Custódia) saltou de pouco mais de R$ 3,3 bilhões em 2000 para mais de R$ 24,5 bilhões em 2006. É um aumento de mais de sete vezes no período de seis anos. De 2000 a 2006, o pagamento de dividendos cresceu ano após ano, com exceção de 2002, período marcado pelas turbulências no mercado provocadas pelas eleições.

"A política agressiva de distribuição de dividendos por parte das companhias abertas é típica de países emergentes e traz preocupação, porque significa que a empresa não está investindo ou fazendo aquisições", explica Assaf. Ele defende a idéia de que uma companhia deve manter a liberdade em pagar ou reter lucros para reinvestimentos em seus negócios, de acordo com suas oportunidades de crescimento e de geração de riqueza. "A obrigatoriedade do pagamento de 25% do lucro em dividendos é esdrúxula. A legislação pode inibir o crescimento sustentado das companhias", diz.

Para Assaf, um dos motivos para a farta distribuição de dividendos por parte das companhias abertas é o baixo crescimento econômico do país, que desestimula os investimentos. "Com a expectativa de retomada do crescimento econômico, o montante de pagamento de dividendos deve cair", avalia.

O indicador que calcula a porcentagem do lucro que a empresa pagou aos acionistas em forma de dividendo é o payout. No ranking da Bovespa, os setores químico e de telecomunicações aparecem no topo da lista como os maiores distribuidores de dividendos para detentores de ações ON. O payout do setor químico é de 323,77% e o de telecomunicações, de 211,59%. O cálculo leva em conta a média do payout de 2000 a 2006. Em seguida aparecem os setores de papel e celulose (88,01%), eletroeletrônicos (87,85%), energia elétrica (84,56%), máquinas industriais (73,77%), siderúrgico e metalúrgico (57,07%) e petróleo e gás (53,27%).

Quanto maior, melhor

Outro indicador utilizado pelo mercado para mensurar o retorno dos dividendos é o "dividend yield". Ele relaciona o dividendo pago por ação de uma empresa e o preço dessa mesma ação. Quanto maior for o "dividend yield", melhor será o resultado da empresa ou mais vantajosa será sua política de distribuição de dividendos aos acionistas. No ranking, os setores de alimentos e bebidas e energia elétrica são os que apresentam maior "dividend yield". A média do "dividend yield" do setor de alimentos e bebidas de 2000 a 2006 foi de 11,33% para ações ordinárias e 7,69% para ações preferenciais. No setor de energia elétrica, a média ficou em 6,87% para as ações ON e de 4,88% para as ações PN.

Gazeta Mercantil - 17/09/2007, Finanças & Mercados - Pág. 3)(Ana Cristina Góes)

15 setembro 2007

Marcas que fazem parte do dicionário

Anteriormente postei um link que mostrava marcas que faziam parte do Oxford Dictionary. Fiz uma pesquisa no Houaiss e encontrei algumas marcas que já estão incorporadas a língua portuguesa:

=> Gilete
=> Band-aid
=> Aspirina
=> Forde (assim mesmo, com "e" no final)
=> Fuscão
=> Bombril
=> Xerox

Alguma outra sugestão? Envie e-mail para cesar@cesartiburcio.com.br.

14 setembro 2007

Rir é o melhor remédio


Trabalho difícil

Centros financeiros mundiais

A The Economist de 13/09/2007 faz um extenso relatório sobre o setor financeiro mundial. Uma constatação é a proliferação de centros financeiros mundiais, que nos dias de hoje possuem uma alta dependência entre eles. Apesar do aumento no número de centros financeiros, a revista considera que provavelmente somente Nova Iorque e Londres possam ser considerados centros globais.

Na reportagem Marketplaces on the move, a revista apresenta o seguinte gráfico:

Importância do setor financeiro

O setor financeiro tem contribuído cada vez com o lucro das empresas de capital aberto. Nos Estados Unidos. Conforme a revista The Economist (13/09/2007, The profits puzzle) o setor contribui com 27% do lucro das empresas do índice SP500. Em 1996 era de 19%

Risco dos emergentes

Risco persiste nos emergentes. Brasil parece melhor preparado
Joanna Slater - The Wall Street Journal

Depois de recuperarem-se heroicamente da recente turbulência financeira, os mercados emergentes estão com desempenho melhor que os dos Estados Unidos e Europa. Foi uma vitória para os investidores que argumentavam que esses mercados têm fundamentos mais sólidos do que antes, e melhores perspectivas de crescimento que os países desenvolvidos.

Mas embora a maioria desses mercados esteja bem mais firme que no passado, nem todos estão em forma financeiramente. Alguns têm problemas que lembram os emergentes do passado — e como naqueles tempos, podem deixar muitos investidores ingênuos com prejuízos.

Entre os países na lista de observação estão Turquia e Hungria, que gastam mais do que poupam; Venezuela e Argentina, por causa de suas controversas políticas econômicas; e até México e Israel, cujas enormes indústrias de exportação seriam vulneráveis a um desaquecimento na economia americana.

(...) Alguns, como Brasil e Rússia, acumularam reservas impressionantes e reduziram suas tomadas de empréstimo externo, o que melhorou bastante sua capacidade de suportar mais instabilidade.

(...) Outros discordam, notando que os EUA continuam sendo um consumidor importante, especialmente para América Latina e Ásia. México, Israel e Colômbia estão entre os países particularmente vulneráveis a um declínio da demanda dos EUA, que foram destino de mais de um terço das exportações deles no ano passado, segundo o Fundo Monetário Internacional. O México é de longe o mais exposto: 85% de suas exportações foram para os EUA.

Ações individuais também estão suscetíveis. O Morgan Stanley analisou as 20 empresas com maior valor de mercado em seu índice de emergentes e concluiu que sete dependiam dos EUA para mais de 20% de suas receitas: a Infosys Technologies e a Reliance Industries, da Índia; a Teva Pharmaceuticals, de Israel; a TSMC e a Hon Hai Precision, de Taiwan; a Cemex, do México; a Samsumg Electronics, da Coréia do Sul; e a Petrobras. Entre as empresas que obtêm mais de 30% de suas vendas nos EUA, segundo o Citigroup, estão a Embraer, a peruana Southern Copper e a mexicana Gruma.

Mapa da produção de petróleo



Um mapa de diz tudo sobre a produção de petróleo no mundo

Fonte: Aqui

Expansão do IFRS

O International Accounting Standard Board (IASB), órgão mundial responsável pela formulação dos IFRS, prepara uma versão simplificada deste modelo para uso de empresas de pequeno e médio portes. "Pretendemos apresentá-lo em 2008", disse ontem David Tweedie, presidente do conselho da entidade, em evento sobre o tema em São Paulo.

Antes disso, os órgãos de auto-regulação contábil em diversas partes do mundo estão coordenando testes com o uso dos "IFRS light" por empresas menores. Trata-se de um documento de 200 páginas, dez vezes menor do que o que rege o padrão para grandes corporações. (...)

Empresas estrangeiras que têm BDR listados na Bovespa poderão apresentar seus balanços financeiros no padrão IFRS, sem necessidade de reconciliação para o modelo brasileiro. É o que prevê uma minuta de instrução da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), que deve entrar em audiência pública nas próximas semanas. (...)


Gazeta Mercantil/Finanças & Mercados - Pág. 4 - Aluísio Alves - Padrão internacional chega a empresas de pequeno e médio porte

Embraer e custos

[...] As autoridades dos EUA temem que a entrada de milhares de novos jatinhos no espaço aéreo nacional sobrecarregue ainda mais a infra-estrutura do setor, num momento em que o sistema de controle do tráfego aéreo exibe vários sinais de esgotamento e o governo e o Congresso estão procurando meios de financiar os investimentos necessários para modernizá-lo.As consequências dessa discussão para os negócios da Embraer ainda são bastante incertas, mas dificilmente seu impacto poderá ser ignorado.

Aumento de custos e restrições podem afetar Embraer nos EUA
Valor Econômico - 14/09/2007

Impairment

Nova regra obriga atualização de valor de ativos no balanço
Valor Econômico - 14/09/2007

A divulgação da primeira regra de contabilidade para as companhias brasileiras definida conjuntamente pelo Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC) e pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) é prevista para hoje. O pronunciamento técnico do comitê terá de ser obrigatoriamente adotado pelas empresas de capital aberto, podendo levar a baixas contábeis em série. A deliberação, que ficou em consulta pública até o fim de julho, insere o conceito de "impairment" no país.A palavra em inglês significa deterioração, na tradução literal. Tecnicamente, trata-se da "redução do valor recuperável de ativos", conforme a regra da CVM. Na prática, quer dizer que as empresas terão de avaliar, anualmente, os ativos que geram resultado antes de contabilizá-los no balanço. Cada vez que a projeção de geração de caixa tiver um valor inferior ao montante pelo qual o ativo está registrado, a companhia terá de fazer a baixa contábil da diferença.

O ajuste será feito por meio de uma provisão na demonstração de resultados ou no balanço patrimonial, quando se tratar de ativo já reavaliado.O professor Eliseu Martins, vice-coordenador técnico do CPC, explica que a mudança está alinhada às regras contábeis internacionais do padrão IFRS, que deverá unificar a contabilidade global. O objetivo do pronunciamento é evitar que as empresas brasileiras tenham em seus balanços ativos registrados por um valor que não irá se concretizar no futuro.Aos poucos, a CVM e o CPC, por meio de pronunciamentos e deliberações, estão promovendo a convergência dos conceitos brasileiros. Além do "impairment", há diversas outras declarações do comitê que já estão "no forno", segundo o professor. "Essas regras conjuntas com a CVM estarão em vigor porque não há nenhum grande conflito com a lei." Martins diz isso para lembrar que a migração completa das companhias brasileiras ao IFRS depende da mudança da Lei das Sociedades por Ações (6.404/76), com a aprovação do projeto de lei 3.741, tramita no Congresso Nacional.Essa primeira deliberação conjunta com a CVM deverá entrar em vigor assim que for publicada no "Diário Oficial da União".

(...)"Teremos uma situação esdrúxula de resultados bastante diferentes entre o balanço societário e o fiscal."O eventual "impairment" demandará uma nota explicativa no balanço das empresas. Em muitos casos, a companhia terá em seu caixa o benefício de uma possível amortização de ágio, sem que isso fique evidente nas demonstrações financeiras que seguem a legislação societária.Reginaldo Alexandre, vice-presidente da Associação dos Analistas e Profissionais de Investimento no Mercado de Capitais (Apimec-SP), ressalta que a avaliação das companhias não deverá sofrer impactos relevantes por essa regra. Segundo ele, as análises são realizadas com base no fluxo de caixa das empresas, item que não sofrerá alteração com a medida. No entanto, admite o especialista (que também participa do CPC), os balanços indicarão de forma mais realista os investimentos detidos pelas companhias.

A regra internacional de "impairment" gerou casos memoráveis, especialmente, no setor de telecomunicações. A holandesa KPN fez, em 2002, uma baixa contábil de 9 bilhões de euros pela compra das bilionárias licenças de 3ª geração de telefonia celular vendidas na Europa.

Uma decisão da justiça


O grupo Cobraço, distribuidor de aços longos em Minas Gerais, receberá 250 toneladas semanais de produtos da Belgo Mineira pelo mesmo preço praticado em 1997. Numa decisão favorável ao distribuidor, inédita no país, a 22ª Vara Cível de Belo Horizonte determinou a busca e apreensão semanal de produtos no pátio da Belgo.Trata-se de tutela antecipada concedida à Cobraço que exige na Justiça o fornecimento de aço pelos preços praticados em 1997, antes da siderúrgica do grupo Arcelor Mittal ser condenada, pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), por prática de cartel. No mesmo processo também foram condenadas as siderúrgicas Gerdau e Barra Mansa.Com a decisão, a Cobraço não só volta a atuar no mercado mineiro de distribuição de aço como passa a ter situação privilegiada, com custos quase três vezes menor que os praticados hoje.

Pela tonelada do aço tipo CA 6.3, por exemplo, a Cobraço terá de pagar em torno de R$ 1 mil por tonelada. No mercado, o produto está cotado de R$ 2,8 mil a R$ 3 mil por tonelada."O que a Justiça está fazendo é restituir a condição de atuar no mercado que a Cobraço tinha antes de praticamente quebrar", comentou ontem um dos advogados responsáveis pela ação, Emiliano Wagner. Segundo ele, a Cobraço poderia vender perto de 5 mil toneladas por mês se os negócios não tivessem sido inviabilizados pela cartelização dos preços. (...)


Justiça apreende aço da Belgo a pedido da Cobraço
14/09/2007 - Valor Econômico

Dificuldade de ser verde

Uma reportagem sobre a General Electric mostra como é difícil ter uma consciência verde no mundo capitalista:

Há dois anos, Jeffrey Immelt, presidente da General Electric Co., prometeu transformar a empresa numa líder em questões de mudança climática. Desde então, ele diz que ouve o mesmo refrão de alguns dos maiores clientes da GE: "Dá para calar a boca e vender pra gente? Isso é uma paráfrase, talvez com alguns parênteses pelo meio."

Reclamação de clientes não é o único problema provocado pelo esforço de implantar uma política de conservação do meio ambiente num conglomerado de US$ 163 bilhões/ano, que vende desde lâmpadas até turbinas de avião. Alguns dos subalternos de Immelt têm questionado se as emissões de dióxido de carbono são uma causa comprovada de mudança climática.

E ele mesmo só pretende empurrar a GE até certo ponto. "Não quero mudar o fluxo econômico da empresa", diz Immelt. Assim, a GE continua vendendo turbinas movidas a carvão e tem se aprofundado na produção de petróleo e gas. Ao mesmo tempo, sua divisão de finanças pretende aumentar os investimentos relacionados a carvão, inclusive termelétricas, uma das maiores causas de emissões de dióxido de carbono nos Estados Unidos.

Mas nenhum desses limites impediram que a GE transformasse o compromisso ambiental numa tarefa de marketing. De fato, o principal foco do marketing do conglomerado hoje é uma campanha de US$ 1 milhão por ano para promover sua pesquisa de "soluções inovadoras para desafios ambientais".

(...) Immelt diz que vários fatores contribuíram para sua decisão de tornar a GE mais "verde". A empresa tinha uma lista crescente de tecnologias, entre as quais a de turbinas de vento e uma turbina de avião que gasta menos combustível, que podiam ser vendidas como ambientalmente corretas. Fábricas da empresa na Europa e no Japão enfrentam limitações em suas emissões de dióxido de carbono. Immelt também diz que um relatório da Academia Nacional de Ciências, de 2001, o convenceu que o aquecimento global é um "fato técnico". (...)

Immelt enfrenta resistências para fazer da GE uma empresa mais 'verde'
14/09/2007 - Kathryn Kranhold - The Wall Street Journal

13 setembro 2007

Rir é o melhor remédio


Uma propaganda da WWF

As maiores empresas do mundo

Uma forma de apresentar as maiores empresas do mundo é através do seu valor de mercado. Em agosto de 2007 as dez maiores eram:

1. Exxon Mobil
2. General Eletric
3. ICBC
4. PetroChina
5. Microsoft
6. China Mobile
7. AT&T
8. Royal Dutch Shell
9. Gazprom
10. Citigroup

Ou seja, das dez maiores, três são chinesas, refletindo a alta do mercado acionário daquele país, e três são empresas de petróleo. A revista The Economist (1/09/2007, fonte deste dados) chama a atenção para o fato de que o mercado acionário chinês ainda é reduzido (35% do PIB versus 150% do PIB nos EUA e 100% do PIB na Índia).

Onde o risco do Brasil é maior?

A The Economist faz um ranking, por país, do risco, dividindo sua análise em tópicos. Para o Brasil os pontos positivos são o risco de estabilidade política (nota B, 25o. lugar), o risco macroeconômico (B, 40o. lugar, com melhoria em relação a penúltima pesquisa) e o risco vinculado ao comércio exterior (B, 32o. lugar).

Os problemas do Brasil? Risco de efetividade do governo (nota D, 68o. lugar), da política de impostos (D, 63o. lugar) e da infra-estrutura (nota D, 63o. lugar).

Coerente.

Adoção do IFRS nos Estados Unidos

Apesar do apoio do FASB, a adoção da IFRS (normas internacionais de contabilidade propostas pelo Iasb) nos Estados Unidos pode ser reduzida. Esta informação consta de uma reportagem de 12/09/2007 (Only 9% of US companies keen to adopt IFRS - survey, de Jennifer Hughes, Financial Times, London Ed1, Page 27), baseada numa pesquisa da Duke University e da CFO Magazine. 70% das empresas dos Estados Unidos dizem que provavelmente não adotarão os padrões do Iasb e somente 9% responderam afirmativamente. Uma possível justificativa do baixo índice de resposta talvez seja a falta de familiaridade com o IFRS.

A nova imprensa

A internet está mudando também a nossa relação com as notícias, comenta Aline Van Duyn, no Financial Times (Web users diverge from traditional news agenda, 12/09/2007,
London Ed1, Page 14).

Van Duyn cita uma pesquisa comparou a cobertura de notícias na semana de 24 de junho a 29 de junho de 2007 das "mainstream news" com a dos usuários dos sítios Digg, Del.icio.us e Reddit, onde não existe editores e os usuários decidem o que é mais importante e interessante. A coincidência é reduzida.

Naquele período, a notícia mais divulgada na "imprensa tradicional" era sobre um debate no congresso norte-americano sobre imigração (cerca de 10% do total). Mas nos sítios sem editores esta questão apareceu de forma discreta.

Risco operacional

Adoção de controles internos deve movimentar mais de US$ 1 bi em soluções de TI. A redução do risco operacional na gestão das empresas, decorrente da adoção de praticas de transparência e sustentabilidade - fundamentais hoje em dia para manter a competitividade no mercado consumidor e na captação de recursos - criou mais um nicho de mercado dentro da tecnologia da informação (TI), as metodologias de gestão da informação.

(...) O risco operacional interfere diretamente na gestão das companhias. "Quando uma empresa traça uma meta para sua receita anual terá mais chances de atingi-la se souber a que riscos está exposta para agir preventivamente", afirma Tapajós. Esses riscos podem ser de várias naturezas, como uma greve, uma alta dos juros, mudanças no cambio, na legislação, paralisação de máquinas.

(...) O Coso permite implementar as melhores práticas de gestão de risco e a estrutura de controles internos. Já o Cobit permite a melhoria contínua do processo utilizado para identificar e avaliar controles, e mitigar riscos, acrescenta o consultor.

(...) O Coso é um guia para as melhores práticas de gestão de risco corporativos, que abrange também controle interno. É recomendado pela SEC (Securities and Exchange Commission, órgão regulador do mercado de capitais americano), para implementação da Sarbanes-Oxley (Sox), a mais exigente lei de governança em vigor no mundo. O Coso pode ser utilizado ainda para atender o acordo de Basiléia II.


Metodologias de gestão de risco em alta no mercado
Gazeta Mercantil - Finanças & Mercados - Pág. 4 - Lucia Rebouças

Frase


O macarrão viajou da China ao Oriente Médio pela Rota da Seda, um século antes de Cristo, enquanto o vinho fazia o percurso inverso. Existe melhor combinação que macarrão e vinho para ilustrar os benefícios do comércio?


Acorda Brasil! - Valor Econômico - 13/09/2007

12 setembro 2007

Rir é o melhor remédio



"Vou contar a você o que 9 de setembro significa"

Fonte: Slate

A Revolução Contábil

A contabilidade tem sido constantemente considerada uma área conservadora. Os contadores são conservadores, talvez pela busca pela retidão, pelo que diz as regras e a ciência. Mas talvez hoje esta idéia seja equivocada. Talvez sejamos revolucionários, como chamou a atenção Jennifer Hughes, numa reportagem do Financial Times (Blueprint of change fosters revolution, 10/09/2007). A adoção das normas internacionais, que representam um grupo de normas focada no investidor, traz uma mudança brusca para alguns países, como a França e a Alemanha, países citados na reportagem. Imagine no Brasil. Em outro texto, a mesma Jennifer Hughes, também no mesmo Financial Times (Fast adoption raises hopes of happy families, 10/09/2007) chama atenção para rapidez com que as regras do Iasb têm sido adotadas por diversos países (seriam agora mais de cem países no momento, incluindo líderes). Finalmente, Bruce destaca a questão das pequenas empresas neste processo. Todos os artigos estão reproduzidos a seguir.

Contabilidade internacional 03

'Pick and choose' catering for lesser companies.
By ROBERT BRUCE
Financial Times - 10/09/2007
Surveys IAC1
Page 2

In an era of globalisation a common reporting language makes logical and business sense, and this is why an increasing number of listed companies around the world are using IFRS. But that acceptance opens up a gap further down the business scale.

Private companies and small and medium-sized companies around the world see a need for good financial reporting that will be universally understood, but the lesser size of their operations makes IFRS inappropriate.

The financial reporting needs of companies that are tapping the international capital markets are very different from smaller enterprises whose ambitions will be at a great variance.

There is a need for a universal system of financial reporting for small and medium-sized enterprises (SMEs). But the difficulties of creating a one-size-fits-all system that will somehow suit a large private company in Bangkok and a newsagent in the Wiltshire village of Bradford on Avon are obvious. "You could end up with quite strong rules for capital markets," says Allen Blewitt, chief executive of the Association of Chartered Certified Accountants (ACCA), "but a hodge-podge of rules for micro and very small businesses".

The debate has been stimulated by the release of an exposure draft detailing a possible standard and guidelines for its use from the International Accounting Standards Board (IASB). On October 1, the comment period on that draft will come to an end.

"It has been a really interesting time," says Brian Shearer, senior technical partner at Grant Thornton. "It has had a lot of positive response. The large private company arena is enthusiastic. I hear from all overthe world: 'We will be using it'."

It is not surprising. Initially it was argued that the IASB, which has devoted all of its efforts to the needs of global companies, was not the organisation that ought to be carrying out the exercise. But, in the words of Sir David Tweedie, IASB chairman: "There was an uneasy feeling that the IASB was failing to live up to its obligation as an international organisation."

While economies with a long history of sophisticated financial reporting such as the US and UK could work off existing and long-standing principles and standards, elsewhere around the world it was a different story. "More than 40 participants representing emerging economies in Asia and Latin America called for the IASB to take into account the special needs of SMEs," says Sir David.

So the IASB responded to the call. The most simple route would have been to take the existing 2,500 pages of the IFRS and suggest that SMEs should pluck out the areas that were relevant to them. Instead, the IASB reduced the body of the IFRS by 85 per cent and produced a distilled 254-page draft.

"It is a very important project," says Tom Jones, IASB vice-chairman. "A number of countries have tried to implement full standards for all companies and it just hasn't worked.

"(The challenge) was to produce a set of standards that are adequate for SMEs - relatively simple in style but based on the same format as IFRS and available as people want it or not," he says. It is this last point that is important. Under different jurisdictions financial reporting has different objectives.

In some countries, for example, the rules for private non-listed companies of all sizes are intended to provide information for the tax authorities, rather than to create information and understanding for investors or creditors. So the IASB cannot make the standard mandatory. It will be up to the jurisdictions, country by country, to take up the rules.

In the UK, for example, it would be relatively simple to implement. "But that analysis may not work in other countries", says Peter Holgate, senior technical partner for PwC in the UK. "Where national generally accepted accounting principles (GAAP) are there for financial reporting reasons then the answer is yes. But where national GAAP is tied to tax provision then perhaps the answer is no."

In countries where the primary purpose of financial reporting at this level is the figures for tax there will be difficulties. Adjustments are possible but that might cause a greater burden for companies of a size where more reporting complexity would be very unwelcome. And that would defeat the IASB's objectives.

What is likely is that the countries that still see tax calculations - rather than information for investors - as the priority of financial reporting, will find themselves increasingly out of step. Relatively simple legislation could solve their difficulty. Being outside the global consensus would be seen as more damaging.

"It will be a bit like IFRS," says Mr Holgate. "More and more countries have adopted it. In 10 years time people will have shifted and adopted the SME standard in more and more countries."

As for the smallest companies, it may be that in the end, just as legislation to raise audit thresholds have lifted many of them out of audit, either something very simple is provided, or nothing at all. Quite what financial reporting rules have to do with a small newsagent is hard to see.

"Beyond providing tax information to the authorities, which you have to do, why should there be a need for anything?" asks Mr Holgate. The issue is to separate the huge need and demand for a universal standard for SMEs from the complications of trying to fit something more simple to different countries' regimes and business quirks.

"There is a huge cry all around the world for an SME standard, but there are hugely different demands," says Ken Wild, global leader, IFRS, at Deloitte. "We need to compromise, and accept it won't be perfect, but we will learn from it. And we can then build from it."

Perhaps the answer is for the international accountancy profession to place the SME standard on to the wave of change that has been running in the global accounting arena over the past year.

"This year has been a blue-sky year," says Mr Shearer of Grant Thornton.

"The US regulators are thinking of allowing IFRS in the US; Brussels has produced a discussion document on a simplified business environment for SMEs; the IASB has reduced everything in IFRS to a draft SMEs standard.

"All of these people are doing things you wouldn't have expected them to do two years ago."

There is a tide turning. "The SME standard should be, could be, and will be, a very useful standard," says Mr Jones.

"Now is the time for us to seize the day," says Mr Shearer.

Contabilidade internacional 02

FT REPORT - INTERNATIONAL ACCOUNTANCY
Fast adoption raises hopes of happy families.
By JENNIFER HUGHES
Financial Times - 10/09/2007
Surveys IAC1
Page 2

Who would have thought it? Just two years ago international financial reporting standards were introduced in Europe. Now the list of countries adopting the standards set out by the International Accounting Standards Board (IASB) is growing at an ever-quicker pace.

Japan, Canada, South Korea and India are committed to moving towards IFRS, joining a list that is now more than 100 members long.

Even the US, by far the largest capital market, is moving towards reconciling IFRS accounts with US GAAP.

"What has taken off faster than any of us realised is the way IFRS has gone round the world - the pace of this is staggering," says Ken Wild, global leader of IFRS at Deloitte. "The US is saying it will accept these accounts and this is a major step forward and a huge credit to the success the IASB has achieved."

Mary Tokar, head of IFRS at KPMG, puts the tipping point for IFRS adoption as some time after 2005. "If adoption in 2005 had created turmoil and disturbance, then the European financial community would have dealt with it and moved forward, but IFRS probably would have become a European standard. IFRS reached a tipping point once it became clear that 2005 adoption had gone well," she says

Ms Tokar says the network's firms have taken to dividing IFRS countries roughly into "Wave One" and "Wave Two" for ease of communication. "Wave One are the anchors - the EU, South Africa and Australia. Wave Two are on their way and they're fuelling the current momentum," she says.

"What has become indisputable is that we've moved past the argument about whether IFRS is the right system or not, it's now all about what should be in the standards," she adds. "Wherever you go in global financial markets and you come across a local accounting system, you now ask how this is different to IFRS because this system has become the global standard."

With the standards seemingly firmly established, much attention is focusing on the US with speculation as to whether, after completing reconciliation, the US Securities and Exchange Commission (SEC) will then turn its attention towards allowing US companies to adopt IFRS.

"If the SEC is going to allow foreign private issuers not to reconcile, it would seem an entirely logical step, if you're going to create a level playing field, to allow US companies to use IFRS," says Will Rainey, global head of IFRS at Ernst & Young. "US companies have been looking at the opportunity given by IFRS to have just one language with all the cost savings and efficiencies that could involve."

Tom Jones, vice-chairman of the IASB, says interest in his availability for speeches and debates in the US has stepped up noticeably in recent months.

"The disadvantage overseas companies face in keeping two sets of books today - one IFRS and one US GAAP - will become a disadvantage for US companies operating elsewhere," he says. "There's an enormous cost to companies of keeping different accounting systems in different countries and not only that, but there is also the risk of more errors and confusion."

In addition to the growing global use of IFRS, which is beginning to isolate the US system, US companies' interest seems to be a combination of more local factors, including dissatisfaction with the immensely complex US accounting rules and lingering doubts in the system's quality - post-Enron - which were not helped by the more recent share options backdating scandal.

But a US move to IFRS is not without its own problems.

Since the Norwalk Agreement in 2002, the IASB and its US counterpart, the Financial Accounting Standards Board (FASB), have been working together on making the two sets of accounts compatible and to co-ordinate work on new standards in the future.

This collaboration is bearing fruit, in the form of standards such as IFRS 8 for the reporting of business segments, which is heavily based on the existing US standard. But this one example has met with a storm of protest in Europe and among the many criticisms is a perennial favourite: the fear that the IASB is unduly influenced by FASB and that the IFRS-using world will end up converging nearer America than the other way round.

"I think the IASB hasn't really created general consensus among stakeholders on the convergence process," says Nicholas Veron, research fellow at the Bruegel Institute. "The Norwalk Agreement was quite consensual, but what has been less solid was the 2006 agreement, which set a very demanding timetable for convergence projects. This has dominated the IASB's agenda since then but has been subject to very little consultation."

The IASB is moving to include a broader range of input from those outside the standard-setting community and says it is actively encouraging more participation in its consultations, particularly from the users of statements. Recently, it appointed Stephen Cooper, analyst at UBS and a member of the corporate reporting users forum, as a part-time board member.

There is certainly a growing sense of momentum behind the adoption of IFRS around the world, but as the ever-heated US debate shows, it is not yet a done deal.

Contabilidade Internacional 01

FT REPORT - INTERNATIONAL ACCOUNTANCY
Blueprint of change fosters revolution.
By JENNIFER HUGHES
Financial Times - 10/09/2007

Accountants make unlikely revolutionaries. The popular image of the profession has more to do with notions of dry, dusty number-crunching obsessives. But the introduction of international financial reporting standards, or IFRS, was nothing short of a revolution.

Two years have passed since the standards were first applied in Europe, and the impact is still being felt as the system beds down. The revolution is not over yet, but it is now possible to discern its early effects. Like most big changes, it was hardly pain-free.

"There were horror stories about not meeting reporting deadlines but those all vanished," says Will Rainey, global head of IFRS at Ernst & Young. "From the surveys we've done, it's clear that the transition has been a resounding success. The feedback has been very encouraging in terms of the quality of the information and also the timeliness."

It certainly was not easy. Finance teams had to re-jig their systems to provide information they did not necessarily have, or even if they did have it, to present it in different ways.

"There were a lot of issues around interpretation - it all looked clear until it was actually applied to you," says Ken Wild, global leader of IFRS at Deloitte. "That's not completely in the past tense and interpretation is still an issue. There will be a narrowing over time, there's a learning curve, but that's simply change management, really."

The changes did not fall evenly, either. For countries such as the UK, used to a system designed to inform investors, the switch was largely about swapping one set of standards for another, although the actual details proved frustratingly tricky. But elsewhere, it meant a wholescale shift in the focus of reporting and the need to almost create a new way of thinking.

"In the UK, it was about moving across to something not dissimilar to what we had. In other countries in Europe it had to do with changing the whole focus of accountancy and what it was for," says Peter Holgate, senior technical partner at PwC.

Nicholas Veron, research fellow at the Bruegel Institute, agrees: "It was much more a revolution in countries such as France or Germany because they had such a different structure. French accounts, for example, had been enormously impacted by the need of the state in terms of statistics and tax considerations. IFRS is much more investor-orientated."

"A lot of continental Europe was driven from a tax point of view and they're only now getting used to information just because the market feels happier when its got it - that's the biggest difference," adds Mr Wild. "The other big point is that it's a global language, you don't have to speak the local language and almost wherever you go, you know they're largely going to speak the same one as you."

It might be technically the same language, but it comes in a range of dialects and accents - after all, it is not possible to change the bedrock of the financial system overnight and expect it to function seamlessly.

"Compared with what investors expected, the differences are larger than they had thought and that's a bit disappointing," says Mr Veron. "The question is whether these will disappear over time or will they stay."

Allen Blewitt, chief executive of the Association of Chartered Certified Accountants (ACCA), believes it is too early to say.

"We've got to go through a couple of iterations of dealing with real live data and saying, 'Here it is, how do we report it?'. National standard setters are still fine tuning and we will get these dialects, it's partly a washing through the system of the div- ersity that was there beforehand."

But experts are careful to warn against assuming IFRS will come out with one voice at the end of the current process.

"There are a lot of forces towards convergence - a lot of people think that with work between companies, auditors and regulators, we will see more stable interpretations," says Mr Veron. "But personally, I doubt we will see real convergence because there's not sufficient authority in the European system - we're still organised on national lines."

Even at the pan-European level, there are concerns. European politicians famously agreed a "carve-out" on the controversial IAS 39 standard for financial instruments.

This means that a handful of European companies use "European IFRS" instead of full IFRS. Further carve-outs could risk derailing the move towards one global language.

"The European parliament can potentially intercede in the adoption of standards," says Mr Blewitt. "Even the accountancy profession and deep technical experts have trouble with standard setting - and to get parliamentarians involved who are neophytes on this, is dangerous."

One much-touted benefit of a single system was the potential for a lower cost of capital for businesses. Investors, it was reasoned, would reward companies using this single global language, making cross-border comparisons, and therefore investing, much simpler.

"This will be fuelled by global investment - if you can't produce accounts under IFRS, you're going to pay more in interest," says Tom Jones, vice-chairman of the International Accounting Standards Board. "For example, you could never have thought about a deep, pan-European equity market, while you had a dozen different accounting systems."

But real evidence on the impact is hard to find so far. "Everyone talks about the cost of capital but it is one of those things that is very difficult to measure," says Mr Rainey. "In talking to clients, there probably is better access to markets because everyone is talking the same language."

Mr Blewitt admits: "There's no substantive evidence yet but we need a longer time horizon before we can really draw conclusions."

A study commissioned by the ACCA ahead of the introduction of IFRS showed UK companies, with their tradition of reliance on equity financing, had enjoyed a lower cost of capital for the 10 years up to 2005 than their continental rivals. It also showed that German and Swiss companies that switched to IFRS ahead of time had already seen slight benefits in terms of lower equity risk premiums.

But it has not been all good news for investors. Accounts are becoming longer under IFRS and famously, in the UK this year, postmen were limited as to how many copies of HSBC's 454-page, 1.5kg tome they could carry at a time.

"Even if you ignore the big banks, since they're at one end of the spectrum, accounts are still typically longer," says Mr Rainey. "You have considerably more complexity and disclosure. You have to ask if this is helping investors focus on what is essential in their decisions. I'm not convinced it is."

"What is becoming more and more important is the front end of the report and narrative reporting. This is because the back end is less intelligible, its a source document for what you want to say, but its not laid out how you'd say it."

But investors are increasingly unhappy with thequality and the contentof the "front end" as it too gets longer and more complex.

It seems that the accounting revolution still has some way to go.

links

1. O Equilíbrio de Nash aplicado a cobrança de um penalti no futebol
2. Por que os países pobres são pobres?
3. Uma entrevista clássica de John Lennon
4. Criança com sindrome de Tourette tem mais habilidade em gramática
5. Avaliação de Marca

Iasb e o Poder

Um comunicado do Iasb de 18 de julho de 2007 (Summary of the IASC Foundation Trustees meeting 2 and 3 July 2007 Madrid) mostra quem possui o poder no Iasb. No final do texto, sobre o novo Chairman, informa-se que o foco será num candidato europeu.

Amistosos da Seleção

Firmas de marketing sofisticam promoção de amistosos de seleções
Wilson A. Liévano, 11/09/2007
The Wall Street Journal Americas

Eles percorrem dezenas de cidades, enchem estádios e têm suas apresentações transmitidas por televisão a muitos países ao redor do mundo. Não surpreende, portanto, que despertem o interesse de profissionais de marketing. O que talvez surpreenda é que, embora os times de futebol façam jogos amistosos desde que o esporte surgiu, só recentemente eles tenham começado a receber esse tratamento profissional.

(...) Empresas como a SUM e a suíça Kentaro tentam explorar a essa nova demanda. A Kentaro, divisão de marketing do conglomerado russo Renova, que opera em áreas tão diversas quanto metalurgia, petróleo e finanças, adquiriu os direitos de comercialização, TV e organização dos jogos do Brasil e da Argentina até 2010, em acordos separados. Foi ela que cuidou de toda a logística para a preparação da seleção brasileira na fracassada campanha da Copa do Mundo de 2006.

O exemplo do Brasil em 2006 é um dos que ajudam a alimentar as críticas de que a excessiva comercialização e as viagens dos amistosos desgastam e distraem os jogadores, afetando seu rendimento.

Mas como a Fifa estabelece entre seis e oito datas oficiais por ano para a realização dos amistosos, as empresas de marketing tentam explorar o potencial mercadológico das seleções, especialmente em mercados nos quais o futebol está em ascensão, como os EUA, o Oriente Médio e mesmo a África. A Ásia é outro mercado potencial, mas atrapalhado pela distância para as viagens dos jogadores. A Kentaro e a SUM se associaram para organizar jogos em que times que ambas agenciam se enfrentam esta semana: o de Chicago domingo, quando o Brasil fez 4 a 2 nos EUA, e Brasil e México amanhã em Boston. A SUM tem os direitos de marketing da seleção americana e de organização dos jogos da mexicana nos EUA.

As partes envolvidas não revelam detalhes financeiros de seus contratos. Mas, segundo pessoas do meio, em geral empresas como a Kentaro e a SUM pagam uma taxa a cada federação e ficam com os direitos de marketing, bilheteria e transmissão dos jogos. As firmas também arcam com despesas como o aluguel do estádio.

A organização das partidas começa com seis meses ou mais de antecedência. As empresas normalmente sugerem alguns possíveis rivais e locais às federações, que escolhem seus adversários.

Grothe, como seus rivais, não revela detalhes financeiros de seus contratos. Mas as empresas de marketing informam que o negócio só é rentável quando jogam as seleções de maior prestígio e suas estrelas. "Tanto os clubes como as associações nacionais entendem a importância de sua marca e que esta está inexoravelmente atada a seus jogadores", diz Rodríguez, da SUM.

(...) Ainda assim, os promotores de amistosos garantem que não há nenhuma obrigação contratual para que as federações ponham em campo seus astros, nem pressão para a convocação de determinados jogadores.

No total, Kentaro e SUM calculam empregar de 600 a 700 pessoas por jogo, com um investimento de US$ 500.000 a US$ 2 milhões. A arrecadação na bilheteria representa cerca de 40% da receita por partida da Kentaro, o que exige que o estádio tenha capacidade para pelo menos 50.000 pessoas. Também são vendidos ingressos VIP. Nos jogos do Brasil, há coquetéis, comida brasileira e sambistas no camarote VIP. Patrocínios e direitos esportivos correspondem cada um a 30%.

Grothe calcula que, dependendo da partida, é possível obter lucros de US$ 1 milhão a US$ 3 milhões por jogo. Os amistosos de futebol ainda representam apenas 10% das receitas da Kentaro, que foram de US$ 160 milhões em 2006. A empresa tem como principal atividade a negociação de direitos de transmissão de jogos de futebol e lutas de boxe pela TV.

Pode-se questionar se essa promoção profissional das marcas das seleções não corre o risco de ter o efeito contrário. O ambiente festivo da concentração brasileira na Suíça foi visto como um dos motivos do fracasso na Copa do Mundo.

Grothe admite que a tranqüila Weggis virou uma loucura à época. Ele diz que Brasil e Argentina são casos especiais de seleção, que chamam naturalmente mais atenção. "São como os Backstreet Boys do futebol. Quando Ronaldinho chega a um aeroporto, o pessoal enlouquece." Depois da Copa da Alemanha, a CBF decidiu abandonar a cobrança de ingresso nos treinos, mas continuará permitindo o acesso dos torcedores. "O Brasil ganhou cinco copas do mundo desta maneira, e não vamos mudar agora", diz Rodrigo Paiva, porta-voz da CBF.

"As grandes equipes deveriam saber como administrar esses efeitos", diz Guy Vitkovsky, editor do EuFootball.biz, um website especializado no futebol como negócio. "Ter a imprensa e o público ao redor faz parte da natureza do jogo."


Negrito meu.

Comparabilidade nas normas do Iasb

Artigo no Financial Times mostra a dificuldade de comparação com a adoção das normas internacionais. A comparabilidade tem sido uma das vantagens para a adoção das normas do Iasb. Entretanto, Lawrence Cunningham (Beware the temptation of global standards,
Financial Times - 11/09/2007) acredita que seja difícil considerar este fator atualmente. A visão de Cunningham é pessimista, não acreditando ser possível obter a comparabilidade sequer na União Européia. Ele cita uma série de exemplos para apoiar seu ponto de vista.


(...) Comparability requires uniform standards and uniform application. It would be surprising if people in the 100 countries endorsing international standards achieved uniform application, considering the varying political, economic and cultural environments that exist in the world and absence of any global enforcement authority that could overcome them.

Every important accounting decision requires judgment. People making the judgments do so in local, not global, contexts. Judgments differ between countries to reflect local conditions, such as legal norms; financial market size and scope, ownership concentration, the character and status of the auditing profession and the press, and a government's role in an economy.

The European Union has told members to use international rules. Will companies in those countries do so uniformly? Some of those countries are notorious for ignoring EU directives, especially the Czech Republic, Greece, Italy, Luxembourg and Portugal. Many members - which include such diverse countries as Cyprus, Germany, Hungary and Spain - have already altered the international standards to reflect local needs. Beyond the EU, endorsers of international standards include such assorted countries as Armenia, South Korea and Kuwait. It seems naive to believe that accounting standards will be applied uniformly in all these places.

No government will prize global accounting uniformity over competing priorities. When accounting rules required Japanese banks to record big losses on large loans in the 1990s, Japan's government intervened against doing so to avert a national financial crisis. Also, when the International Accounting Standards Board proposed rules for financial instruments, the French government lobbied for an exception to reduce volatility in reports of French banks. Amid the 1970s' energy crisis, the US Congress directed the SEC to set special accounting rules for US oil companies to manage the fallout. Steps such as these willcontinue and would stealthily destroy global uniformity.

Governments also influence the world's large auditing firms, disabling them from assuring uniformity in accounting practice. Consider how Ernst & Young, pressed by China's four state banks, last year withdrew its report on the banks' non-performing loans. The firm estimated these to be Dollars 358bn while the official figure put them at Dollars 133bn. Similarly, PwC, pressed by the Russian government, recently withdrew audit reports on Yukos, the oil group.

Champions of international standards say that converging global markets make uniform global accounting inevitable. Yet divergent accounting will persist, given enduring local diversity. Some believe that adopting uniform written standards can influence local behaviour. While this is possible, it would require a global enforcement authority that does not exist and is unlikely to appear. So the proposals risk misleading investors into believing that nominal uniformity means real uniformity. (...)

Empresa Familiar

No Wall Street Journal Americas uma reportagem sobre a Casio, uma empresa familiar do Japão (Casio já cogita sair de seu reinado familiar, Yukari Iwatani Kane, The Wall Street Journal, de Tóquio, 11/09/2007). Mostra uma mudança na mentalidade de gestão de empresas familiares no Japão

(...)
Kazuo diz que ainda não decidiu quem vai sucedê-lo [na Casio]. Mesmo assim, sua determinação em entregar o poder ao candidato mais capaz é parte de uma mudança na mentalidade japonesa — um país em que as empresas freqüentemente passam para as mãos da geração mais nova da família.

Manter uma empresa na mesma família fornece estabilidade de liderança quando as coisas vão bem. Mas esses executivos freqüentemente são avessos a riscos e agem vagarosamente demais. Com o aumento da concorrência, ficou mais arriscado manter a tradição.

No Japão, tradicionalmente, as famílias fundadoras são obrigadas a abrir mão da administração de suas empresas quando as coisas vão muito mal. Toshimasa Iue, o neto do fundador da fabricante de eletrônicos Sanyo Corp., foi obrigado a sair da presidência em abril depois que a empresa foi atingida por um escândalo de contabilidade e por baixos lucros. (...)

11 setembro 2007

Rir é o melhor remédio


Propaganda do Viagra

RBC e a Anpcont

O último número da RBC apresenta uma cobertura extensa do 1o. Congresso da Anpcont. Além de uma descrição do encontro, a revista faz uma entrevista com os três diretores (Fábio Frezatti, Ilse Beuren e Jorge Niyama) e com os autores dos trabalhos premiados (dois deles ex-alunos da UnB). Além disto, publica dois destes trabalhos.

Uma justa homenagem.

Links

1. Mandelbrot em vídeo - um vídeo bacaninha
2. Jeff Skilling, ex-executivo da Enron, apelou da sentença
3. Um software que mede a quantidade do sorriso de uma pessoa
4. Propaganda da anistia internacional
5. Marcas que fazem parte do Oxford Dictionary

Não é mais Balanço Patrimonial

O Iasb anunciou no dia 6 de setembro a revisão da apresentação das demonstrações financeiras. Em outras palavras, a norma IAS 1 será modificada para, segundo o Iasb, melhorar a habilidade de análise e comparação da informação.

Entre as alterações, o Iasb informa da introdução da demonstração do comprehensive income. Além disto o Balanço Patrimonial mudará de nome para Demonstração da Posição Financeira. A norma terá efeito a partir de 1o de janeiro de 2009.

O Lobbying na regulação contábil

Não se discute a importância da lei Sarbox na contabilidade moderna. O seu impacto tem sido elogiado por alguns, que defendem a melhoria na evidenciação e nos controles internos, e criticado por outros, que acreditam que a relação custo benefício é desfavorável. Um estudo interessante analisou a Sarbox sob a ótica o lobbying durante a fase de implantação da lei. Hochberg, Sapienza e Vissing-Jorgensen, divulgaram uma pesquisa sobre o assunto com o título A Lobbying Approach to Evaluating the Sarbanes-Oxley Act. Os agentes que apresentaram sugestões no processo de regulação da lei pela SEC apresentaram características de melhorar a lei (participação positiva) ou no sentido de atrasar ou restringir seu alcance (participação negativa). Analisando as propostas que foram encaminhadas à SEC, os autores puderam identificar quais agentes econômicos (empresas, corporações, associações de classes ou até mesmo cientistas) tinham interesses na lei.

Novela e Fundo de Pensão

A novela pode afetar a credibilidade dos fundos de pensão?
Valor Econômico - 11/09/2007

As brigas e tramóias de Olavo (Wagner Moura) e Taís (Alessandra Negrini) versus Daniel (Fábio Assunção) e Paula (Alessandra Negrini) - Taís e Paula são gêmeas -, além de afetar o Grupo Cavalcante, tem respingado nos fundos de pensão brasileiros. A novela Paraíso Tropical exibida pela TV Globo tem como um de seus núcleos a trama entre Olavo e Daniel, onde o primeiro tenta de todas as formas galgar o primeiro escalão do grupo, ocupado pelo segundo.Na busca incessante pelo poder, Olavo arquitetou e concretizou a transferência de parte dos recursos financeiros do fundo de pensão criado pelo Grupo Cavalcante para uma conta no exterior, cujo titular é o Daniel. A transferência de recursos de empresa para pessoa física no exterior não é nenhuma novidade, seja em nossos telejornais, seja em nossas telenovelas. Na vida real, no entanto, Olavo teria sucesso nesta tramóia?

Conseguiria transferir recursos financeiros de um fundo de pensão brasileiro para uma pessoa física no exterior? A resposta é não.O entendimento desta afirmativa passa por algumas explicações relativas à estruturação da informação contábil dos fundos de pensão. Também é necessário abordar a importância da qualidade e veracidade das informações disponibilizadas aos participantes dessas entidades.A qualidade da informação contábil nasce no desenho organizacional do Ministério da Previdência Social (MPS), onde o Conselho de Gestão de Previdência Complementar (CGPC), órgão legislador do segmento de fundos de pensão, tem em seu colegiado, presidido pelo ministro da Previdência, integrantes da esfera pública e privada, onde se destacaria o assento destinado a Associação Brasileira das Entidades de Previdência Privada (Abrapp). Ainda olhando a estrutura organizacional do MPS, percebe-se a existência da Secretaria de Previdência Complementar (SPC), órgão fiscalizador do segmento.O desenho organizacional dos fundos também exige obediência a conceitos de governança corporativa, risco operacional, conselho fiscal, "compliance", risco de crédito, risco de mercado, planejamento de investimento, planejamento atuarial, entre outros fatores.Na ficção escrita por Gilberto Braga, Daniel, após examinar os relatórios financeiros de seu fundo de pensão, confirma o desfalque e é informado pelo advogado do Grupo Cavalcante da possibilidade de ser punido pela fraude. Esta cena nos permite alegar por hipótese que Daniel é o responsável máximo pelo fundo de pensão e o que acontece é função direta de sua gestão, de sua vontade.Na vida real dessas entidades, no entanto, esta cena teria dificuldade de ser filmada. Primeiro pela concepção do conceito de patrimônio dos fundos de pensão, isto é, o "dinheiro" pertencente ao fundo de pensão não guarda qualquer vinculo com o patrimônio da empresa patrocinadora - no caso, o Grupo Cavalcante - e sim com os empregados desta empresa empregadora. Entretanto, cabe examinar outro fator que também vem demonstrar as diferenças entre a vida real daquela proposta pelo autor da novela. Na vida real, os fundos de pensão têm, por força de lei, uma estrutura organizacional que permite a participação tanto do patrocinador como do participante na gestão estratégica da entidade, inviabilizando, portanto, que a informação da fraude chegasse em primeira mão ao presidente do Grupo Cavalcante e não ao Conselho Deliberativo do fundo.À luz da legislação vigente, o Conselho Deliberativo é o órgão máximo de um fundo de pensão, e caberá a este órgão definir, registrar e enviar ao órgão fiscalizador e a seus participantes a estratégia e aderência ao planejado, com os recursos financeiros para um período máximo de 12 meses. Ou seja, mesmo considerando que o Daniel fosse o diretor-presidente do fundo de pensão, seus atos estariam limitados à estratégia proposta pelo Conselho Deliberativo. Como na vida real, os recursos financeiros de uma entidade fechada de previdência complementar são aplicados no mercado financeiro, renda fixa, variável, etc. Por força legal, esses recursos estariam custodiados em um agente credenciado pelo mercado. O ato de transformar ativos financeiros em espécie, por si só, afetaria o planejamento, acendendo, portanto, para todo o primeiro escalão do fundo uma luz, no mínimo amarela, de que não existe aderência entre o planejado e o realizado.A qualidade da estrutura de informação contábil do segmento fechado de previdência complementar brasileiro não se esgota com estes exemplos. Na verdade, a preocupação foi de demonstrar que, como brasileiros, somos proprietários de um dos sistemas de previdência complementar mais seguro e transparente do mundo.

Paulo César Chagas é professor de Contabilidade de Previdência Complementar da Universidade Católica de Brasília


O Paulo foi aluno do mestrado. Durante o curso acredito que ele não assistia novela.

Custos e a merenda escolar em SP

Folha publica uma reportagem sobre uma auditoria realizada pela prefeitura de São Paulo e a constatação de algumas irregularidades da empresa que fornece comida (Merendeiras dizem receber prêmio para racionar comida em escolas, Folha de São Paulo, 11/09/2007, Alencar Izidora e José Ernesto Credendio). O interessante é constatar o fato e a justificativa da empresa.

A Folha informa que "a maçã é entregue aos alunos pela metade. A empresa afirma que isto ocorre para facilitar a mastigação das crianças (que podem repetir a porção).

As merendeiras recebiam um "prêmio de economia" de R$ 40 por mês. A Nutriplus, empresa responsável pela merenda, confirma o prêmio às merendeiras, mas como um incentivo "à qualidade do serviço como um todo" e não somente a economia.

Outra forma de economia é misturar o cardápio para reduzir custos. Ou colocar água nos ingredientes, como ocorre no molho de tomate.

10 setembro 2007

Rir é o melhor remédio



Céu é onde a polícia é britânica, os cozinheiros são italianos, os mecânicos são alemães, os amantes são franceses e tudo é organizado pelos suíços. Inferno é onde a polícia é alemã, os cozinheiros são britânicos, os mecânicos são franceses, os amantes são suíços e tudo é organizado pelos italianos.

O impacto das medidas de produtividade científica

A produção científica nos dias de hoje é cada vez mais mensurada por fatores quantitativos (veja, por exemplo, notícia postada hoje). Para "comprovar" a importância de um trabalho ou de um cientista, utiliza-se os chamados "fatores de impacto". Assim, um periódico científico que é muito citado tem um impacto maior. De igual modo, um cientista com maior número de referências teria também um maior "impacto". Não seria uma maneira perversa de medir a importância de uma pesquisa ou de um pesquisador? Aqui uma crítica

Sobre os Executivos

Recentemente publiquei um artigo do WSJ sobre a vida privada dos executivos e como isto afetava o desempenho das empresas. Aqui, neste blog, as fontes do jornal.

História das empresas

A revista The Economist, em How companies can benefit from looking backwards as well as forwards, mostra como uma empresa pode beneficiar da sua história. O texto apresenta exemplos de empresas que criam museus (Coca-cola tem um, que recebe mais de 1 milhão de visitantes por ano pagando US$15 cada), organizam exposições (HSBC e Wells Fargo) ou até recriando modelos que já não são mais fabricados (fusca, da Volks).

Justiça e Irã

A justiça norte-americana condenou o governo do Irã a indenizar em 2,65 bilhões de dólares as famílias dos soldados mortos no atentado em 1983, em Beirute [clique aqui]. Na época o governo do Irã apoiava o Hezbollah. Dois aspectos interessantes na notícia: 1) como será feita a cobrança?; 2) a justiça norte-americana foi lenta na condenação (mais de 23 anos).

Deloitte e

Esta notícia já foi postada anteriormente aqui. Mas não deixa de ser interessante saber como uma empresa conceituada entra numa situação em que é acusada de participar de fraudes contábeis. Da revista Istoé Dinheiro da semana:

Deloitte contra a parede
Consultoria sofre processos judiciais após auditar documentos e registros contábeis de exportações fraudulentas de soja. E defende-se acusando outra empresa, a Globalbank, de coordenar as operacões.

Por Milton Gamez
A cobrança excessiva e complexa de impostos faz do Brasil um paraíso para as empresas que oferecem serviços de planejamento tributário. Grandes firmas internacionais disputam com as locais o rentável mercado de soluções para reduzir a mordida do governo, que passa de R$ 800 bilhões por ano. Todas dizem que operam dentro da lei e usam as brechas da legislação para favorecer os clientes. O problema é que nem sempre o planejamento tributário termina bem para as partes envolvidas. Uma ferrenha briga judicial, exposta ao público na semana passada, mostra que os riscos nem sempre compensam os ganhos com a economia de impostos de maneira, digamos, “criativa”. Duas consultorias, a Deloitte e a Globalbank Consulting, tiveram a imagem chamuscada depois de sofrerem processos milionários de empresas que contrataram seus serviços e acabaram multadas pela Fazenda paulista. Acionadas judicialmente por grandes companhias – como Casas Pernambucanas, Tubos e Cone xões Tigre e Ficap –, a Deloitte e a Globalbank passaram a acusar-se mutuamente pela responsabilidade das operações irregulares de suas clientes. A briga é desproporcional: a Deloitte, uma das maiores consultorias do mundo, tem muito mais a perder com os danos à sua imagem do que a Globalbank, empresa de Pedro Paulo Leoni Ramos, ex-secretário de Assuntos Estratégicos do governo Collor.

Tudo começou a partir de 2002, quando as empresas foram procuradas por consultores com uma proposta de planejamento tributário, no mínimo, ousada. O plano era o seguinte: as empresas passariam a comprar óleo e farelo de soja para exportação. Ao comprarem soja de outro Estado (Mato Grosso) para exportar, elas seriam beneficiadas com créditos fiscais e teriam descontos nos pagamentos dos impostos devidos. Teriam créditos de ICMS (alíquota de 12%), de Cofins (7,6%) e de PIS (1,65%). Dito e feito. Embora não tivessem tradição nenhuma no setor agrícola, a Casas Pernambucanas, a Tigre, a Ficap e a Adria aceitaram a sugestão dos consultores e passaram a acumular créditos fiscais com a compra e venda de soja. O problema é que essas operações eram fictícias, ou seja, existiam apenas no papel. Empresas de fachada eram abertas e fechadas conforme a conveniência do esquema.

A maracutaia tributária, apelidada de soja-papel, foi descoberta pela Receita Federal e pela Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo em 2005, segundo reportagem publicada na época pelo jornal Folha de S. Paulo. Mais de R$ 1,5 bilhão em notas frias foram utilizadas. Somente a Casas Pernambucanas e a Tigre “exportaram” R$ 550 milhões. A rede varejista fechou pelo menos 12 operações entre dezembro de 2002 e agosto de 2004, pelas quais foi multada em R$ 340,5 milhões. A Tigre fez 13 operações e “exportou” 255 mil toneladas de soja. Levou multas de R$ 46,1 milhões. Ambas aderiram a um programa do governo paulista para reduzir os juros e multas nas dívidas de ICMS e acertaram as contas com a Fazenda estadual. Depois, as empresas voltaram-se contra as consultorias Deloitte e Globalbank, que seriam responsáveis pelo planejamento tributário fracassado.

A Casas Pernambucanas quer receber indenização de R$ 92 milhões da Deloitte. A Tigre, R$ 38,6 milhões. E a Ficap, R$ 5,1 milhões. Todas afirmam que aceitaram a solução tributária por causa da credibilidade que a Deloitte conferiu às operações. A Casas Pernambucanas e a Ficap também processam a Globalbank. As ações judiciais foram reveladas na sexta-feira 31 de agosto pelo jornal Valor Econômico. Desde então, a briga entre a Deloitte e a Globalbank tornou-se pública. Ambas colocaram anúncios pagos na imprensa na semana passada, defendendose das acusações e culpando- se pelo escândalo da soja-papel.

A Deloitte diz que foi contratada pela Globalbank unicamente para revisar os documentos e os registros contábeis. Isso ocorreu, segundo a Deloitte, antes mesmo de a Globalbank ter sido contratada pela Casas Pernambucanas e pela Tigre para fazer o planejamento fiscal. Por esse trabalho, recebeu honorários de R$ 495 mil. A “Globalbank, a empresa que coordenou essas operações, nos contratos assinados com suas clientes, responsabilizou-se pelo acompanhamento logístico e físico da soja relacionado às transações, inclusive pela eventual sustentação jurídica, nos âmbitos administrativo e judicial”, escreveu a Deloitte. A consultoria ainda afirma ter denunciado a operação às autoridades policiais tão logo tomou conhecimento das dúvidas sobre a idoneidade dos dodocumentos revisados. A Globalbank, em resposta, colocou a culpa na Deloitte: “A Deloitte afirmou a excelência da operação e se dispôs a apresentá-la a clientes dela.” E acrescentou: “A Globalbank Consulting, que tinha na Deloitte a garantia de correção e legalidade da operação, sente-se decepcionada com as tentativas desta de fugir a sua responsabilidade.”

Apesar das ações e dos anúncios, os executivos e os advogados das empresas envolvidas recusam-se a dar entrevistas sobre o assunto. Procurado pela DINHEIRO, o presidente da Deloitte, Alcides Hellmeister Filho, enviou nota de esclarecimento que reforça os argumentos defendidos no anúncio de jornal. Acrescentou que a Deloitte ajuizou ação contra a Tigre e a Arthur Lundgren, “visando ao ressarcimento de danos morais”. Segundo a nota, foi a Globalbank que procurou a Deloitte em novembro de 2002. “Diante da proposta, a Deloitte fez estudos internos e comprovou que a operação já era realizada pelo mercado por muitas empresas de porte e prestígio no Brasil, além de ter obtido pareceres favoráveis de juristas renomados a respeito de sua legalidade”, diz a nota.

Pedro Paulo Leoni Ramos, da Globalbank, não se manifestou. Peter Furukawa e Marcelo Silva, da Casas Pernambucanas, e Amaury Olsen, da Tigre, também não atenderam aos pedidos de entrevista. Executivos da Ficap e da Adria negaram-se a fazer comentários. A Secretaria da Fazenda de São Paulo alegou sigilo fiscal e não comentou os nomes citados. A dúvida permanece: afinal, de quem é a culpa?

Balanço na Nova Economia

Um artigo no New York Times de 09/09/2007 (When Balance Sheets Collide With the New Economy, de Denise Caruso, Late Edition - Final, p. 4) discute a questão os ativos intangíveis na contabilidade. Inicialmente o texto expõe a necessidade e importância de tais ativos:

=> Os mais valiosos ativos de uma empresa baseada na inovação hoje - sua propriedade intelectual, investimentos em softwares, assessorias e experiência administrativa, pesquisa e desenvolvimento, propaganda e pesquisa de mercado e processo de negócios - não têm uma casa natural no balanço patrimonial. Eles podem ser registrados como despesas ou as vezes, como é o caso da propriedade intelectual, como passivo.

=> Reputação é um dos ativos intangíveis; pergunte a Mattel sobre seu valor, depois do seu terceiro recall de brinquedos neste verão.


Depois, a palavra para uma crítica da contabilidade, através de consultores, ansiosos em vender soluções.

Clique aqui para ler

Previsão para o Nobel

Reportagem do PR Newswire (Thomson Scientific prevê Laureados do Prêmio Nobel; Dezessete "Thomson Scientific Laureates" reconhecidos por suas contribuições para o avanço da ciência, 10/09/2007) faz a projeção para os ganhadores no Nobel deste ano baseado no impacto das pesquisas. Segundo a reportagem, existe uma grande relação entre as citações dos autores e as honras recebidas, incluindo o Nobel.

Para a área de economia, os prováveis vencedores seriam:

Elhanan Helpman - Harvard University (EUA)e Tel Aviv University (Israel)
Gene M. Grossman - Princeton University (EUA)
Jean Tirole - University of Social Sciences(França)
Robert B. Wilson - Stanford University (EUA)
Paul R. Milgrom - Stanford University (EUA)

Os benéficios do Tag Along

Mas por que as ações preferenciais (PN, sem direito a voto) da Ipiranga não reagiram ao negócio, enquanto que as PNs da Suzano subiram mais de 70% nas 48 horas após o anúncio da operação? A resposta é simples: o fato de a Suzano dar aos donos de PNs o direito de receber 80% do valor pago aos controladores em caso de venda da companhia, o "tag along", ao passo que a Ipiranga não oferecia o benefício.Esse é um exemplo prático de como o tag along pode fazer diferença no mercado de capitais. Os investidores já perceberam isso e preferem comprar ações de empresas que adotam esse tipo de prática.

É o que mostra a dissertação de mestrado defendida por Júlia Elias Nicolau no Instituto Coppead, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). O estudo revela que as ações de empresas com um "tag along" maior que o obrigatório por lei são mais valorizadas.Pela Lei das Sociedades Anônimas (S.A.), as companhias precisam oferecer "tag along" mínimo de 80% para as ações ordinárias (ON, com direito a voto). Já para as PNs, a lei não obriga nenhum percentual. Júlia analisou, entre 2002 e 2005, 75 empresas que concedem algum tipo de "tag along" adicional, mais de 80% para as ON e qualquer percentual para as PNs, por menor que ele seja. A conclusão é que as ações dessas companhias se valorizaram mais do que os papéis de outras empresas no mesmo período. (...)


Dividir para multiplicar - Valor Econômico - 10/09/2007

Ponto de Equilíbrio na Gol

As taxas de ocupação nos aviões da Gol caíram bruscamente em agosto, indicando grande probabilidade de que a companhia aérea tenha registrado prejuízo naquele mês. Entre agosto de 2006 e deste ano, a ocupação - percentagem de assentos vendidos nos vôos - caiu de 77,6% para 55,3%. Os dados incluem os mercado doméstico e internacional mais os números da Varig. A ocupação necessária para cobrir os custos da empresa (chamada de "break even") era de 71% no segundo trimestre deste ano. Segundo a Gol, a "cobertura intensa da imprensa" sobre o acidente com o vôo 3054 da TAM, mais as transferências de vôo de Congonhas para Guarulhos e a momentânea suspensão da venda de bilhetes resultaram na queda da demanda.

Queda brusca na Gol - Valor Econômico - 10/09/2007

Gilette e o corte de custos

Cortando a barba e os custos
Gazeta Mercantil - 10/09/2007
Caderno C - Pág. 10 - Pedro Augusto Leite Costa

Quando o inventor norte-americano King Camp Gillette inventou o aparelho de barbear com lâminas descartáveis, em 1901, transformou o até então perigoso e delicado ato de fazer a barba, restrito às barbearias e a alguns familiares de plantão, em um hábito tão popular feito escovar os dentes.

A jogada de mestre, no entanto, não estava na invenção em si, mas na possibilidade de vender um produto abaixo do custo, o aparelho de barbear, para fazer com que os consumidores pagassem mais pela lâmina, mantendo-os fiéis ao longo dos anos.

Este conceito, chamado aqui de loss leader, foi a mola mestra do sucesso não só da Gillette, vendida em 2005 à Procter & Gamble por US$ 54 bilhões de dólares, mas também de muitas marcas que atraem o consumidor através de produtos baratos, como a impressora à jato de tinta, para depois retê-los através dos caros cartuchos.

Warren Buffet, o segundo homem mais rico do mundo, investiu na Gillette por acreditar que jamais haverá um dia em que o homem não se levante, passe a mão na cara e sinta a necessidade de tirar aqueles pêlos que significam, no mundo de hoje e com o perdão do "companheiro" Fidel, desleixo e falta de asseio pessoal.

Mas quando o CEO James Kilts chegou à empresa em 2001, o primeiro executivo de fora da corporação em mais de 70 anos, encontrou um negócio que tinha uma grande marca, mas que, por inatividade, estava perdendo a participação de mercado.

Jim, como é chamado, se assustou com prejuízos em mais de 15 quadrimestres consecutivos, as ações em baixa e Wall Street perdendo a paciência, como revelou em seu livro de memórias Doing What Matters, recém-lançado nos Estados Unidos.

Já famoso e realizado depois de fazer um bom trabalho na Kraft e na Nabisco, Jim tinha diversas opções: ver-se livre de recentes aquisições, como a Duracell e a Braun, sair do negócio de personal care , só manter os aparelhos e as lâminas de barbear, ou simplesmente jogar a toalha e entrar num acordo com os bancos credores.

Segundo Kenneth Roman, ex-CEO da Ogilvy & Mather, que recentemente fez uma resenha do livro de Jim para o The Wall Street Journal, o homem escolheu o caminho mais difícil. Apoiado por seu time de executivos e por seus "mentores", introduzira uma política chamada Zero Overhead Growth (ZOG), que busca controlar os custos e investir o que sobrar em pesquisa, desenvolvimento e.... marketing.

A vontade férrea de fazer do corte de custos um meio de vida (os Estados Unidos foram reeleitos semana passada campeões de produtividade entre todos os países do mundo) faz lembrar, segundo o autor do artigo, o mantra do setor de semicondutores: o preço da sobrevivência é cortar 20% dos custos todos os anos - e para sempre. Mas Jim foi além do corte de custos, e preparou a empresa para se manter uma eterna saúde. Inventou um programa chamado de Excelência Funcional, no qual preconiza a iniciativa de fazer o melhor, com máximo desempenho, pelo menor custo, que segundo os críticos significa simplesmente demitir gente.

Aos poucos, diz Jim em sua biografia, o pessoal começou a gostar dos benefícios de uma cultura que permanentemente combate o supérfluo e desnecessário. Depois de dois anos, quando sentiu que a turma já estava amestrada neste mantra, Jim lançou mais um projeto, o Total Innovation, um programa contínuo de melhorias e inovações, inclusive de produtos que mudariam para sempre a face do mercado, como o Mach 3 e o Sensor.

Em sua biografia, o executivo, como todo vencedor que se preza, comemora os resultados. As vendas cresceram 5% depois de seu primeiro ano no posto, 10% no segundo ano e continuou aumentando, fazendo com que a ação da Gillette subisse 20% entre 2001 e 2004, chamando a atenção da gigante Procter & Gamble, que comprou a empresa e a elegeu como uma linha de seus produtos.

Já o inovador King Gillette, que deu início a este colosso empresarial e transformou seu nome na marca recorrente de aparelhos de barbear, morreu pobre e falido em Los Angeles, na Califórnia, em 1932, depois de investir dinheiro em imóveis e ter perdido quase tudo durante a Grande Depressão.