Olhando para a janela
10 abril 2022
09 abril 2022
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"Prêmio" de Bruce Willis no Framboesa é retirado depois da divulgação da sua doença - O Framboesa é uma premiação para os piores desempenhos no cinema. Neste ano criaram uma categoria específica para o ator
As mentiras mais contadas no trabalho - talvez não sejam as maiores ou as mais comuns, mas provavelmente você já escutou
A mudança no relógio do tempo no futebol provoca uma polêmica
Rir é o melhor remédio
Como se preparar para uma reunião online (Confesso que acho que já postei algo parecido. Mas na dúvida e como a piada é boa ...)
08 abril 2022
Sabedoria do Robinhood
Resumo:
Robinhood investors increased their holdings in the March 2020 COVID bear market, indicating an absence of collective panic and margin calls. This steadfastness was rewarded in the subsequent bull market. Despite unusual interest in some “experience” stocks (e.g., cannabis stocks), they tilted primarily towards stocks with high past share volume and dollar-trading volume (themselves mostly big stocks). From mid-2018 to mid-2020, an aggregated crowd consensus portfolio (a proxy for the household-equal-weighted portfolio) had both good timing and good alpha.
Welch, Ivo, The Wisdom of the Robinhood Crowd . Journal of Finance. 2022
Divulgando incerteza na contabilidade
Jessica Hullman faz algumas recomendações sobre a comunicação da incerteza por parte do governo. Hullman está falando de informações como o número de mortos pela pandemia, as taxas de desemprego, o PIB e outras informações. Mas muitos comentários são válidos para a contabilidade.
Quando o profissional contábil divulga o valor do ativo, da receita, do resultado e de outros elementos contábeis, o número geralmente é um valor único. Entretanto, muitos valores poderiam ser evidenciados no seu intervalo. O valor de caixa e bancos é um número único, mas a estimativa dos créditos de clientes que podem ser recebidos irá variar dentro de um intervalo. Haveria uma necessidade de comunicar a incerteza no número.
(Não irei entrar em discussão sobre a distinção entre incerteza e risco. Conforme a tradição, incerteza está vinculado àquilo que não sabemos e risco a probabilidade, conhecida, de ganhar ou perder. Um lançamento de uma moeda tem 50% de chance de ser cara e 50% de dar coroa e apostar em cara tem um risco conhecido de perder ou ganhar)
Hullman afirma que uma das várias razões pelas quais se têm o receio de expressar a incerteza é que a pessoa comum não saberá o que fazer com a informação. Penso que o mesmo se aplica para a contabilidade. Já existem dúvidas sobre a qualidade da contabilidade das empresas (vide, por exemplo, a crítica de Lev) e a divulgação da incerteza pode gerar preocupações sobre a falibilidade da contabilidade e do grau de erro existente na informação divulgada. Talvez um usuário consciente saiba que os valores contábeis não são “exatos”, mas prefere ignorar tal problema. Os meteorologistas já lidam com este problema melhor do que a contabilidade. Mas a meteorologia possui algumas vantagens sobre a contabilidade: o número de incerteza e previsões é suficientemente grande para ajustar seus modelos preditivo e reduzindo o viés do conservadorismo , muitas decisões são binárias e você tem um output bastante claro (choveu ou não choveu, ao contrário da contabilidade, que geralmente não tem isto).
Hullman não esquece do desafio da comunicação. Em alguns casos, esta incerteza é comunicada através de texto, como ocorre nas notas explicativas. Mas há alternativas disponíveis, como comunicar intervalo mais provável dos valores. Isto é um problema realmente, já que muita comunicação na contabilidade é, até certo ponto, “vazia”.
Talvez seja possível começar com algum item. Por exemplo, o percentual de clientes que não irão efetuar o pagamento. Isto é uma informação até certo ponto binária, algo que desejamos para melhor calibrar nossos modelos preditivos, e permite um feedback mais persistente, mais próximo da previsão de chuva da meteorologia.
(A questão do meteorologia está bem discutida no livro O Sinal e o Ruído. Acabo de perceber que nunca fizemos uma resenha deste livro de Nate Silver)
Foto: Michael Shannon
BMJ e respostas rápidas de um artigo
John Ioannidis publicou um artigo no BMJ e o periódico colocou alguns comentários de leitores e réplica do próprio autor:
Fazendo uma contextualização, Ioannidis é um pesquisador da área de saúde que tem questionado algumas questões científicas. Seu artigo Why Most Published Research Findings are False, publicado em 2005 no PLOS Medicine, já teve três milhões de views.
Recentemente, o cientista esteve envolvido em polêmicas, como chamar de fiasco de evidência a resposta global à pandemia. Para ele, os bloqueios foram respostas exageradas tendo por base dados não confiáveis. Mas a própria pesquisa dele para a questão da pandemia foi criticada por ser uma pesquisa ruim. O artigo recente procurou analisar o discurso científico, usando a popularidade dos pesquisadores no Twitter. Além das críticas publicadas no BMJ, aqui há um texto que inicialmente considerou o texto uma sátira, mas depois reconheceu que não era.
De qualquer forma, a abertura do periódico para críticas de outros pesquisadores pode ser interessante para contribuir com a melhoria nas pesquisas realizadas.




