O colapso dos sistemas financeiro e climático
Gazeta Mercantil - 2/4/2009
Eu não espero muito da reunião do G20 desta semana, mas se pudesse valer meu desejo, os líderes das 20 principais economias do mundo assumiriam o compromisso de adotar um novo modelo de contabilidade - que pode ser chamado de contabilidade "Mercado-Mãe Natureza". Por quê? Porque é agora óbvio que o motivo de experimentarmos derretimento simultâneo no sistema financeiro e no sistema climático é por termos calculado erroneamente o risco nessas duas áreas - produzindo um enorme excesso tanto de ativos tóxicos quanto de ar tóxico que agora ameaça a estabilidade do planeta inteiro.
Da mesma forma que a AIG vendeu derivativos de seguros a preços que não refletiam os custos reais e os riscos verdadeiros de inadimplência em massa (pelos quais nós, os contribuintes, acabamos pagando a diferença), as empresas petrolíferas, as mineradoras de carvão e geradoras e distribuidoras de eletricidade hoje vendem produtos energéticos a preços que não refletem os custos verdadeiros para o ambiente e os verdadeiros riscos de mudanças climáticas adversas (assim os futuros contribuintes acabarão pagando a diferença).
Nossas maiores empresas de serviços financeiros, algumas das quais chegaram a ser vistas como grandes demais para quebrar, envolveram-se em esquemas complexos de negócios financeiros que não avaliaram adequadamente os custos e os riscos de uma reversão do mercado. A AIG, por exemplo, vendia seguros para todos os tipos de instrumentos financeiros e não tinha nem perto das reservas adequadas para cobrir as reclamações se os negócios dessem gravemente errado, como ocorreu. E nossas maiores empresas de energia, empresas de serviços públicos e automotivas tornaram-se dependentes dos hidrocarbonetos baratos que geram os gases que causam o efeito estufa e a mudança climática, e nós claramente não as temos pressionado, por meio da implantação de um imposto sobre a emissão de gás carbono, a calcular os verdadeiros riscos e custos para a sociedade decorrentes desses combustíveis que causam a mudança climática.
"Quando o balanço de uma empresa não captura os custos e os riscos verdadeiros de suas atividades empresariais", e quando essa empresa é grande demais para quebrar, "temos uma empresa que privatiza seus lucros e socializa suas perdas", como Nandan Nilekami, co-chairman da empresa de tecnologia indiana Infosys, comentou comigo. Ou seja, todos começam a acumular seus lucros privados e os distribuem na forma de bonificações e dividendos. Mas quaisquer perdas catastróficas - se a empresa for grande demais para quebrar - "são socializadas e pagas pelos contribuintes".
É por esse motivo que necessitamos de novas regras bancárias que controlem aos negócios alavancados e especulativos que os grandes bancos e seguradoras podem empreender, de forma que nunca se tornem de novo simultaneamente temerárias demais para regular e grandes demais para quebrar e os contribuintes sejam obrigados a pagar pelos ativos tóxicos que acumulam.
E é por isso também que necessitamos de um imposto sobre as emissões de gás carbono - para que nós e nossas empresas elétricas não nos tornemos permanentemente dependentes do carvão barato que produz preços menores de eletricidade hoje, mas emite gases tóxicos que causam o efeito estufa que terá de ser pago pelas gerações futuras amanhã.
É disso que se trata a contabilidade "Mercado-Mãe Natureza". Começa com a premissa de que a distinção entre o G20 e as negociações de mudança climática de Copenhague é totalmente artificial. São só dois lados do mesmo problema global - como nós podemos, em termos globais, continuar elevando os padrões de vida para cada vez mais pessoas, sem que o Mercado e a Mãe Natureza produzam quantidades imensas de ativos tóxicos, como um subproduto. O velho sistema, que alcançou seus limites financeiros e ambientais, funcionava dessa forma: "Construímos mais lojas nos EUA para vender mais produtos, que foram fabricados em mais fábricas chinesas energizadas por toneladas de carvão e que acumularam mais dólares para comprar mais notas do Tesouro americano que voltaram recicladas para os Estados Unidos na forma de crédito barato para a construção de mais lojas e mais casas que originaram mais fábricas chinesas. ..."
Esse sistema foi um motor poderoso da criação de riqueza e tirou milhões de pessoas da pobreza, mas dependia que os riscos para o Mercado e a Mãe Natureza fossem avaliados por baixo e que os lucros fossem privatizados e as perdas socializadas nos tempos difíceis. O motor capitalista não tem de ser descartado; ele necessita de alguns consertos. Para os iniciantes, temos de voltar aos princípios básicos - empréstimos responsáveis, reservas prudentes, capitalização sensata e, mais importante, mais criação de produtos de consumo do que de produtos financeiros.
Algumas de nossas maiores empresas financeiras se afastaram de seus propósitos originais - patrocinar a inovação e financiar o processo de "destruição criativa", pelo qual novas tecnologias que aprimoram a vida das pessoas substituem as antigas, disse Jagdish Bhagwati, economista da Universidade de Columbia, numa entrevista publicada na revista bimensal The American Interest. Em vez disso, ele acrescentou, bancos demais envolveram-se em inovações financeiras exóticas e incompreensíveis - para só gerar dinheiro a partir do dinheiro - que acabou sendo uma "criação destrutiva".
"A criação destrutiva" prejudicou tanto o Mercado quanto a Mãe Natureza. A regulamentação inteligente e a tributação do carbono podem curar ambos.
(Gazeta Mercantil/Caderno A - Pág. 11)(Thomas L. Friedman - The New York Times)
02 abril 2009
Contabilidade e Ambiente
Ponzi e Filipetas
(...) No Rio de Janeiro, década de 1950, certo tenente da Aeronáutica, Felipe de tal, comprava carros a prazo e imediatamente os revendia à vista. Por menos. Na contabilidade de cada transação tinha prejuízo. Mas saía dela com dinheiro no bolso, enquanto deixava, no do otário, um maço de promissórias, as felipetas. (O trocadilho combina "Felipe" com "petas", que, na gíria da época, significava "mentira".) A princípio, aplicava parte do dinheiro apurado para resgatar felipetas no vencimento. Ampliava assim o eixo de crédito, em torno do qual fazia girar uma espiral de valores ascendentes.
O tenente pode ter aprendido o truque com Carlo Ponzi, vigarista italiano que, na década de 1920, fez efêmera fortuna com esse golpe nos EUA. Ponzi passou 13 anos na cadeia e, da Itália para onde o deportaram, veio passar seus últimos anos no Rio; morreu ali, como indigente, em 1949.
Nos esquemas Ponzi e Felipeta, o golpista honra vencimentos e resgates -e embolsa seu ganho- enquanto número crescente de investidores continuar afluindo ao "empreendimento". Pela impossibilidade matemática de essa condição persistir indefinidamente, cedo ou tarde a bolha estoura.
A desmemória coletiva favorece a recorrência episódica do golpe. Quem se lembra de que há apenas dez anos a construtora de pirâmides Encol o aplicou a 42 mil sofisticados otários? Com outros nomes, o esquema Ponzi se repete, se repete, se repete.
Nada aqui, nada aqui - zás!
Folha de São Paulo - 2/4/2009
ALDO PEREIRA
Contabilidade no G20
Según explicaron fuentes de la delegación española tras la cena de los dirigentes de anoche en el número 10 de Downing Street, hay acuerdo general en la necesidad de eliminar los paraísos fiscales, de controlar las agencias de calificación y establecer una contabilidad más transparente.
Líderes G20 tratan de superar sus diferencias en recta final
Dow Jones en Espanol - 2/4/2009
O risco do G20
Argentina = 3752.8
Indonesia = 568.8
Russia = 500.0
Turquia = 395.7
México = 381.5
África do Sul = 361.2
Brasil = 325.8
Árabia Saudita = 227.5
China = 160.0
Itália = 152
Austrália = 130
Grã-Bretanha = 122.5
Japão = 92.8
França = 62
Estados Unidos = 59.7
Alemanha = 58.4
Sem cotação: Canadá, Índia, Coréia do Sul e EU
Fonte: Aqui
Indonesia = 568.8
Russia = 500.0
Turquia = 395.7
México = 381.5
África do Sul = 361.2
Brasil = 325.8
Árabia Saudita = 227.5
China = 160.0
Itália = 152
Austrália = 130
Grã-Bretanha = 122.5
Japão = 92.8
França = 62
Estados Unidos = 59.7
Alemanha = 58.4
Sem cotação: Canadá, Índia, Coréia do Sul e EU
Fonte: Aqui
01 abril 2009
Teste #48
Grau de Dificuldade: *
Partindo de uma letra qualquer, siga as linhas e sem repetir a mesma letra descubra uma palavra vinculada à contabilidade. Todas as letras só podem ser usadas uma única vez.
Resposta do Anterior: Diário
Links

Por que os atletas geralmente ficam em dificuldades financeiras?
Ainda sobre a avaliação da Pedra de Tanzânia (notícia anterior aqui)
O homem é mais propenso a ter na prateleira livros que nunca foram abertos
Arte com fita cassete (foto)
Ernest & Young paga 109 milhões de dolares para acionistas da HealthSouth
Sobre o livro Animal Spirits, de George Akerlof & Robert Shiller
Aracruz e auditoria
Auditoria discorda do registro das dívidas da Aracruz
Valor Econômico - 1/4/2009
Os derivativos tóxicos contratados pela Aracruz na tentativa de elevar os ganhos financeiros, mas que se transformaram em dívida bilionária, não mancharam apenas o balanço de 2008. Os contratos também contaminaram o parecer dos auditores independentes, peça que tem a função de validar a qualidade da contabilidade da empresa. A peça veio com ressalva, ou seja, o auditor não está de acordo com o relato financeiro da companhia.
As apostas cambiais levaram a Aracruz a um prejuízo de R$ 4,2 bilhões em 2008, comparado a um lucro de R$ 1,0 bilhão em 2007. As operações elevaram a dívida da empresa de R$ 3,1 bilhões para um total bruto de R$ 9,7 bilhões.
O parecer dos auditores não coloca em xeque os valores relatados pela empresa. A questão foi a forma de contabilizar a dívida.
A Aracruz registrou a maior parte da dívida, incluindo aquela gerada pelos derivativos, como sendo com vencimento no longo prazo, ou seja, a partir de 2010.
Para a Deloitte, auditoria independente da empresa, os compromissos deveriam ser registrados como de curto prazo, ou seja, com vencimento em 2009. Mais especificamente, uma fatia de R$ 8,7 bilhões do balanço consolidado.
Conforme o parecer, o entendimento vem do fato de o contrato definitivo com os bancos ainda não ter sido assinado pela empresa. Até o momento, foi firmado um pré-acordo. Nele, já foram estabelecidos o prazo e o custo da transformação da perda com derivativos numa dívida de longo prazo. "Até a data deste parecer ainda não existem contratos finais assinados entre as partes que ratifiquem tais condições", diz o parecer.
Marcos Grodetzky, diretor financeiro e de relações com investidores da Aracruz, explicou que não há risco de as condições pré-acordadas se modificarem no contrato. A expectativa é que em meados deste mês sejam assinados os documentos definitivos. Por isso, o executivo disse estar confortável apesar da ressalva, pois entende o papel do auditor. "O contrato é uma bíblia, está cheio de pequenos pontos e questões jurídicas."
Caso essa saída não tivesse sido negociada com os bancos, a companhia teria de pagar US$ 2,1 bilhões às instituições ao longo deste ano. Pelos termos já acertados, a empresa pagará esse total num prazo de nove anos, que pode ser reduzido para sete conforme o desempenho operacional do negócio, a um custo ponderado de taxa Libor mais 4,6% ao ano.
O prejuízo gerado pelos derivativos trouxe uma outra grave consequência à Aracruz: antecipou o vencimento das dívidas tradicionais anteriormente detidas pela companhia. Em dezembro, a companhia negociava com bancos o equivalente a R$ 1,6 bilhão em responsabilidades antecipadas.
É praxe que a concessão de empréstimos e financiamentos esteja vinculada a cláusulas sobre a saúde financeira da empresa. Ficam estipulados limites de alavancagem da companhia. Caso essa fronteira seja ultrapassada, a empresa fica obrigada a imediatamente honrar os compromissos. É uma forma dos bancos administrarem os riscos. Essas cláusulas são conhecidas pelo jargão financeiro de "covenant".
No caso dos vencimentos antecipados de dívidas tradicionais por conta dos derivativos, a Aracruz informa, na nota explicativa do balanço, que já obteve por parte de todos os credores "propostas visando a reestruturação dos termos e condições dos empréstimos, incluindo a adequação ou isenção de cumprimento dos 'covenants' financeiros."
Porém, também com relação a esses compromissos ainda não havia assinatura de um contrato definitivo. Daí, o entendimento da auditoria no parecer.
Os financiamentos com o BNDES também teriam que ser imediatamente pagos, mas o banco liberou a companhia dessa obrigação e ainda trocou algumas garantias, de forma a não comprometer a unidade industrial do Espírito Santo, principal parque da companhia. A empresa pediu tais concessões à instituição de fomento em 21 de janeiro de 2008 e o BNDES aceitou em 20 de fevereiro.
O banco autorizou a "exclusão da obrigação de manutenção de índices econômico-financeiros previstos no contrato" referente a um empréstimo de R$ 595,8 milhões de novembro de 2006, dos quais R$ 499,7 milhões foram liberados. Além disso, referente a um contrato de R$ 692,7 milhões de 2001, trocou a hipoteca do Espírito Santo pela unidade de Guaíba.
Em relação aos vencimentos antecipados com outros bancos (além do BNDES), Grodetzky explicou que eles serão adicionados ao contrato final dos derivativos, para que tenham as mesmas condições. Com isso, o valor total renegociado sobe de US$ 2,1 bilhões para cerca de US$ 2,6 bilhões.
Os problemas da Aracruz afetaram também o parecer dos auditores da Votorantim Celulose e Papel (VCP). O documento, assinado pela auditoria Terco Grant Thorton, também traz ressalva por conta da contabilização das dívidas de sua investida. Procurada, a empresa preferiu não comentar.
Segundo o parecer dos auditores, a VCP argumenta que os contratos assinados pela Aracruz com os bancos credores, embora sejam um pré-acordo, são "vinculantes". Na prática, isso significaria uma garantia de sua validade. A VCP possui 28% do capital votante da Aracruz e está em meio a um processo de aquisição do controle e fusão das empresas. O BNDES será sócio relevante para viabilizar a fusão, mas tem sua saída do bloco de controle programa para 2014.
O interessante da notícia é que somente agora perceberam que o parecer dos auditores foi com ressalva (pelo menos não li nada sobre o assunto quando a imprensa noticiou o resultado da ARacruz).
Contabilidade como uma atividade política
A iniciativa do Iasb e do Fasb em discutir mudanças nas regras contábeis de marcação a mercado apresenta uma boa oportunidade para enfatizar a contabilidade – e o processo de regulamentação - como atividade política. As mudanças nas normas, através da maior liberdade para a administração nas situações de mercado ilíquido, devem ter o apoio dos bancos. Mas alguns investidores, através de entidades como CFA, são contrários as mudanças. Quem deve ganhar a batalha?
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Proposta de revisão da Lei de Falência
Após quatro anos, a nova Lei de Falências já pede uma revisão
Alfredo Bumachar - Valor Econômico
O Brasil conta com uma moderna legislação de proteção às suas empresas. A nova Lei de Falências e Recuperação de Empresas - a Lei nº 11.101, de 9 de fevereiro de 2005 - permite a superação da crise econômico-financeira de devedoras, tornando possível a manutenção do negócio, dos empregos e dos interesses dos credores, preservando sua função social e o estímulo à atividade econômica. Desde que entrou em vigor, em junho de 2005, a legislação tornou-se gradativamente mais conhecida entre o empresariado e o número de falências decretadas diminuiu continuamente, enquanto as recuperações judiciais aumentaram, mostrando sua eficácia.
Quase quatro anos já se passaram desde que a lei entrou em vigor, e, em um cenário de crise como o atual, há de se pensar em sugestões para o seu aperfeiçoamento. Há três pontos que poderiam ser modificados para tornar esse instrumento jurídico ainda mais benéfico para nossas empresas, especialmente nesse momento de crise.
O primeiro refere-se à abrangência da lei. Seria necessário incluir empresas que não estão sujeitas ao processo de recuperação judicial, como é o caso das instituições financeiras, das seguradoras e dos planos de saúde. A importância dessas empresas para a solidez da economia demanda que estejam igualmente protegidas pela legislação e que tenham a chance de se recuperar. Hoje, uma instituição financeira que sofre intervenção pelo Banco Central dificilmente consegue retomar suas atividades, de nada servindo o processo de intervenção extrajudicial para a superação da situação de crise econômico-financeira.
Como ação anticrise, o governo brasileiro agiu de forma rápida editando duas medidas provisórias: a Medida Provisória nº 442, transformada pela Câmara dos Deputados no Projeto de Lei de Conversão nº 29, de 2008, e a Medida Provisória nº 443. Ambas têm como objetivo o socorro a bancos e instituições financeiras. A primeira através do Banco Central e a segunda por meio do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal. A intervenção governamental, no entanto, não escondeu o fato de que esse setor encontrou-se desamparado legalmente em um momento de incertezas.
O segundo ponto que merece ser revisto é o artigo 57 da nova Lei de Falências, que diz respeito à dívida fiscal. No modo hoje em vigor, para obter a concessão da recuperação, a empresa deve estar em dia com suas obrigações fiscais. O empresário deve ter acesso, ao menos, ao parcelamento dessa dívida para que possa conseguir efetivamente se recuperar e cumprir com o pagamento. Mas de nada adianta um parcelamento curto, de 84 parcelas, ou algo semelhante. As empresas em recuperação judicial precisam de uma oportunidade efetiva para se recuperar e, por isso mesmo, necessitam de um prazo minimamente razoável para honrar as suas dívidas fiscais.
É necessário também esclarecer as diretrizes sobre a exigência de apresentação de certidão negativa de débitos (CND). A lei indica que se consulte uma legislação específica de acordo com os parâmetros do Código Tributário Nacional (CTN), mas até agora essa norma não existe. Com isso, as empresas ficam dependentes do brilhantismo de alguns juízes, como o juiz Luiz Roberto Ayoub, no caso Varig, que dispensou a apresentação da CND até que o Congresso Nacional edite uma lei específica autorizando o parcelamento dos débitos fiscais das empresas em recuperação judicial. Essa exigência deve cair.
Outra revisão necessária é a do inciso I do artigo 83 da nova legislação, que trata da classificação dos créditos da empresa em falência. A Lei nº 11.101 tem entre seus objetivos garantir a função social da empresa e, por isso, deve privilegiar a classe trabalhadora. Atualmente, os trabalhadores estão em primeiro lugar na classificação, mas o limite imposto para o pagamento - de 150 salários mínimos por credor - acaba por privilegiar as instituições financeiras e o fisco, que recebem integralmente. O restante do saldo do trabalhador é pago por último, na categoria dos credores quirografários. A intenção da lei ao estabelecer essa regra nos processos de falência era a de facilitar a cobrança dos créditos bancários e, com isso, aumentar a liquidez no mercado financeiro e reduzir o spread bancário e as extorsivas taxas de juros cobradas pelos bancos. Os juros bancários no Brasil, entretanto, continuam sendo os mais altos do mundo. Não há motivo para se colocar por último o pagamento de parte do valor que o empregado tem direito, após ter dedicado tantos anos de sua vida è empresa. A dignidade do trabalhador deve prevalecer.
A nova Lei de Falências e Recuperação de Empresas é um exemplo de legislação eficiente e moderna, que mantém nosso setor empresarial forte e capaz mesmo em face de dificuldades. Rever o que ainda pode ser aperfeiçoado no texto é assegurar essa garantia. Além de modificar a lei, há de se desmitificar o medo do empresariado com relação à recuperação judicial. A nova legislação coloca à disposição da empresa várias opções para a quitação e renegociação das dívidas junto aos credores e a empresa opera normalmente durante a execução de seu plano de recuperação, com a vantagem de ficarem suspensas pelo período de 180 dias as ações ajuizadas contra o empresário.
GVT e o passivo em dólar
A seguir uma notícia sobre o efeito do passivo em moeda estrangeira sobre o risco e o resultado de uma empresa. A GVT optou, claramente, por dedicar-se ao negócio principal, deixando de lado apostas sobre o comportamento de câmbio, por exemplo.
A operadora de telefonia GVT abriu negociação com seus credores para trocar a dívida que tem em moeda estrangeira por títulos em reais. O objetivo é eliminar - ou pelo menos reduzir - o impacto das oscilações do dólar, que nos dois últimos trimestres levaram a companhia a registrar prejuízos.
A dívida líquida da operadora somava R$ 285 milhões em dezembro do ano passado. Não é um valor alto, mas pesa nos resultados porque a GVT não é adepta dos mecanismos de proteção cambial. "Fazer hedge é muito caro. Estamos negociando com nossos credores algumas alternativas para que essa dívida passe a ser nacional", afirmou ao Valor o vice-presidente de finanças da operadora, Rodrigo Ciparrone.
(...) Mas, quando a crise financeira estourou, em setembro passado, expôs uma fragilidade que já existia e que estava camuflada pelo real valorizado. Não que os prejuízos decorrentes da variação cambial tenham efeito no caixa da operadora, mas são um incômodo registro tornado público nas demonstrações contábeis entregues à Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
Se a turbulência econômica fez estragos na contabilidade, o mesmo não se pode dizer dos negócios da operadora. "No início do fim da crise, percebemos que há oportunidades", afirmou Ciparrone. (...)
GVT negocia com credor troca da dívida em dólar por real
25/3/2009 - Valor Econômico
Venda sem saber o valor
A notícia a seguir mostra a situação da venda de uma empresa sem que os possíveis interessados tenham uma razoável idéia do seu valor. O grifo no texto, de autoria do blog, indicam as incertezas no processo.
É interessante notar que situações como esta são estudadas dentro da Economia da Informação, geralmente usando o trabalho clássico dos Limões de Akerlof. A consequência natural da ausência de informação é a presença de um elevado deságio no processo.
Entretanto, se ocorrer a participação de muitos interessados no processo de compra, o mesmo pode ser afetado pelo Winner´s Curse. São situações interessantes onde talvez o real valor da empresa só deverá aparecer em alguns meses após a compra.
Corresponde, pois, a comprar um automóvel sabendo que o mesmo pode estar com problemas.
É interessante notar que situações como esta são estudadas dentro da Economia da Informação, geralmente usando o trabalho clássico dos Limões de Akerlof. A consequência natural da ausência de informação é a presença de um elevado deságio no processo.
Entretanto, se ocorrer a participação de muitos interessados no processo de compra, o mesmo pode ser afetado pelo Winner´s Curse. São situações interessantes onde talvez o real valor da empresa só deverá aparecer em alguns meses após a compra.
Corresponde, pois, a comprar um automóvel sabendo que o mesmo pode estar com problemas.
Satyam pode ser vendida antes de eleição na Índia
Valor Econômico - 1/4/2009
O conselho de administração encarregado de gerir a Satyam Computer Services, prestadora de serviços de tecnologia da informação indiana abalada por um escândalo contábil, espera vender a empresa até meados de abril, antes das eleições gerais no país, no que seria um dos acordos de aquisição mais incomuns já vistos.
Os interessados no quarto maior grupo de computação indiano vêm sendo alertados para o fato de não haver contas financeiras confiáveis sobre a empresa e avisados para preparar suas próprias avaliações sobre possíveis passivos com processos de acionistas. "Estamos dizendo às pessoas que não haverá nada disponível nessa frente", disse uma fonte a par da transação, a respeito dos números financeiros.
(...) Desde a admissão em janeiro, o governo indicou um novo conselho para a empresa, que substituiu sua auditoria, a PricewaterhouseCoopers (PwC), pela KPMG e a Deloitte.
As duas empresas de auditoria conduzem uma contabilidade forense nos livros da Satyam e as novas contas completas da empresa são esperadas para daqui a seis meses, bem depois da conclusão do processo de venda.
Apesar das incertezas sobre a real posição financeira da Satyam, a oferta de venda de participação de 51% em seu capital atraiu sete interessados, entre os quais duas empresas indianas, a Larsen & Toubro e a Tech Mahindra. Os outros interessados são investidores estratégicos, como são chamados os compradores que atuam na mesma área da empresa-alvo ou grupos de investimentos em participações.
Possíveis investidores estratégicos estrangeiros, como a IBM, não expressaram interesse, em parte pelo risco representado pelo passivo judicial potencial da Satyam nos Estados Unidos e pelo que pode haver de desconhecido em seu balanço patrimonial.
Os interessados começaram o processo formal de avaliação das contas da empresa na semana passada e devem apresentar suas propostas antes de 15 de abril. As ofertas serão abertas perante um juiz e, em seguida, o vencedor será escolhido.
(...) Analistas dizem que sem os dados financeiros, avaliar a Satyam é uma tarefa altamente subjetiva. A empresa provavelmente será vendida com um grande desconto em relação a seu valor de mercado de US$ 500 milhões. A companhia enfrenta várias ações de investidores nos EUA e um processo da antiga cliente Upaid Systems numa disputa de patentes. O processo de venda vem sendo comparado a uma privatização, mas sem o envolvimento de uma empresa estatal.
31 março 2009
Teste #47
Grau de Dificuldade: **
Usando a chave abaixo, encontre a palavra a partir das pistas fornecidas:

a) É uma palavra com 6 letras e a soma das letras é igual a 56
b) Somente uma delas é número primo
c) A soma da primeira e da sexta letra é igual a soma da terceira e da quarta letra
d) A quarta letra é divisível pela segunda letra
e) São quatro vogais na letra, mas sendo uma repetida
f) A soma das três últimas letras é três vezes a soma das três primeiras letras
Resposta do Anterior: Resposta: 1) Não. Zappa, um dos grandes nomes da contabilidade, nasceu em 1879 e morreu em 1960. A calculadora, conhecida pela notação Polonesa (ou seja, invertida onde 3 + 1 é escrito como “3” “Enter” “1” “+” em lugar do natural “3” “+” “1” “=”) foi lançada em 1972. 2) Paton, grande teórico e pesquisador sobre princípios contábeis, nasceu em 1889 e morreu em 1991. A planilha Lotus, que um dia foi a planilha de cálculo mais popular, já estava no mercado na década de 80. 3) Fisher, importante economista que escreveu sobre capital e lucro em 1906, viveu entre 1867 e 1947. Ficou também conhecido por sua previsão errada sobre a bolsa de valores, antes da crise de 1929. As calculadoras com tela de cristal líquido aparecem somente na década de 70.
Usando a chave abaixo, encontre a palavra a partir das pistas fornecidas:
a) É uma palavra com 6 letras e a soma das letras é igual a 56
b) Somente uma delas é número primo
c) A soma da primeira e da sexta letra é igual a soma da terceira e da quarta letra
d) A quarta letra é divisível pela segunda letra
e) São quatro vogais na letra, mas sendo uma repetida
f) A soma das três últimas letras é três vezes a soma das três primeiras letras
Resposta do Anterior: Resposta: 1) Não. Zappa, um dos grandes nomes da contabilidade, nasceu em 1879 e morreu em 1960. A calculadora, conhecida pela notação Polonesa (ou seja, invertida onde 3 + 1 é escrito como “3” “Enter” “1” “+” em lugar do natural “3” “+” “1” “=”) foi lançada em 1972. 2) Paton, grande teórico e pesquisador sobre princípios contábeis, nasceu em 1889 e morreu em 1991. A planilha Lotus, que um dia foi a planilha de cálculo mais popular, já estava no mercado na década de 80. 3) Fisher, importante economista que escreveu sobre capital e lucro em 1906, viveu entre 1867 e 1947. Ficou também conhecido por sua previsão errada sobre a bolsa de valores, antes da crise de 1929. As calculadoras com tela de cristal líquido aparecem somente na década de 70.
Novo MErcado
Apenas 31% dos comitês do Novo Mercado têm composição adequada
Gazeta Mercantil - 31/3/2009
São Paulo, 31 de Março de 2009 - A principal vantagem de manter comitês de auxílio aos conselho de administração é dar atribuições claras a componentes com perfil considerado mais técnico. "É muito comum que ao final de uma reunião de conselho, todos fiquem mais ou menos responsáveis por checar diversos pontos. Todos ficam responsáveis e ninguém acaba fazendo. Um comitê com papéis claramente estabelecidos resolve grande parte desse problema", diz Alexandre Di Miceli, da Fipecafi.
No entanto, a recomendação de que os comitês de conselho sejam ocupados exclusivamente por conselheiros independentes está longe de ocorrer na prática. De acordo com a KPMG, mesmo entre as empresas brasileiras que negociam seus papéis no mercado norte-americano, isso não é comum: 63% das companhias que listam ADRs mantêm comitês de auditoria apenas com membros independentes. Já no grupo de listadas no Novo Mercado, são apenas 31%. "Alguns desses comitês têm um perigoso híbrido entre executivos e conselheiros. Pode haver, por exemplo, casos de executivos nos comitês de remuneração, que tratam da remuneração de executivos", afirma Di Miceli.
A tradição de ter empresas abertas de origem e controle familiar faz com que muitas delas realizem com frequência transações com partes relacionadas, cuja divulgação está longe de ser a ideal. De acordo com o levantamento da KPMG, é muito próximo do zero o percentual de empresas listadas no mercado brasileiro que têm políticas adequadas sobre o tema. "Esse é um dos pontos sensíveis em governança e que precisam ser bastante melhorados. É preciso instituir regras e macanismos claros de divulgação desses dados", afirma Di Miceli.
O especialista lembra que o mercado brasileiro já registrou diversos casos de más práticas nesse sentido. "Um caso clássico foi aquele em que a Gerdau quis aumentar de cerca de R$ 1 milhão para R$ 16 milhões a remuneração que a família recebe pelos direitos de utilização do nome."
ADRs
Mais acostumadas a partilhar o controle, por meio de acordo de acionistas ou por dispersão acionária, apenas 12% das brasileiras que listam ADRs possuem regras definidas sobre transações com partes relacionadas. "Isso pode ser explicado pela inibição natural que as regras colocam", diz o sócio da KPMG, Sidney Ito.
(Gazeta Mercantil/Finanças & Mercados - Pág. 2)(Luciano Feltrin)
Capitalização dos Bancos


Duas figuras comparam a capitalização dos bancos mundiais, entre 1999 e 2009. Em 1999 a presença forte dos bancos dos EUA (11) e britânicos (4). Em 2009 5 chineses, 2 dos EUA, 2 da Austrália e, surpresa, dois do Brasil.
Fonte: Aqui
Custo da Convergência
Uma das questões relevantes da convergência das demonstrações contábeis é o seu custo. Um estudo da Accenture mostra que as empresas dos EUA devem pagar mais do que as empresas européias pela convergência: de 0,1 a 0,7% da receita anual versus 0,05% das empresas da Comunidade Européia.
Fonte: Aqui
Fonte: Aqui
30 março 2009
Teste #46
Grau de dificuldade: **
1. Gino Zappa poderia ter usado a calculadora HP 35?
2. Paton poderia ter usado a planilha Lotus 1-2-3?
3. Irving Fisher poderia ter usado a calculadora com tela de cristal líquido?
Resposta do Anterior: Nos últimos anos tem havido grande mudança na contabilidade, reflexo da convergência internacional das normas, do desenvolvimento do mercado de capitais, da ampliação das pesquisas acadêmicas e dos cursos de graduação e pós-graduação, a criação do CPC e o fortalecimento do Iasb, entre outros aspectos. Isto tem influenciado a forma como entendemos e aplicamos a teoria.
Fonte: contracapa do livro de Teoria da Contabilidade
1. Gino Zappa poderia ter usado a calculadora HP 35?
2. Paton poderia ter usado a planilha Lotus 1-2-3?
3. Irving Fisher poderia ter usado a calculadora com tela de cristal líquido?
Resposta do Anterior: Nos últimos anos tem havido grande mudança na contabilidade, reflexo da convergência internacional das normas, do desenvolvimento do mercado de capitais, da ampliação das pesquisas acadêmicas e dos cursos de graduação e pós-graduação, a criação do CPC e o fortalecimento do Iasb, entre outros aspectos. Isto tem influenciado a forma como entendemos e aplicamos a teoria.
Fonte: contracapa do livro de Teoria da Contabilidade
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Paul Krugman, Nobel de Economia, é o destaque dos blogs de hoje
Artigo sobre a crise mundial de Krugman
Ele está errado
Capa da Newsweek
Capa da Newsweek 2
Artigo sobre a crise mundial de Krugman
Ele está errado
Capa da Newsweek
Capa da Newsweek 2
Perda da Aracruz
Perda da Aracruz é a 2º maior da história
Valor Econômico - 30/3/2009
A Aracruz atingiu em 2008 o maior prejuízo líquido já registrado por uma companhia aberta de capital privado em mais de duas décadas e tornou-se no mesmo período o segundo maior entre todas as empresas. A fabricante de celulose registrou perda de R$ 4,23 bilhões no ano passado, em decorrência de operações financeiras com instrumentos derivativos que quase a levaram à bancarrota. Apenas no quarto trimestre de 2008, o prejuízo foi de R$ 2,98 bilhões.
Levantamento feito pelo Valor com base nos dados da Economática, consultoria de informações financeiras, mostra que apenas a Cesp, energética controlada pelo governo de São Paulo, teve um prejuízo maior: a estatal acumulou perda líquida de R$ 4,89 bilhões em 2002, ano de forte desvalorização do real frente ao dólar. O prejuízo bilionário da Aracruz no ano passado também superou as perdas da Varig, a companhia de aviação, que também em 2002 apresentou prejuízo de R$ 4,10 bilhões. O levantamento compila os resultados dos balanços financeiros divulgados por empresas privadas e estatais desde 1986, atualizados pelo índice de inflação. (...)
Grifo meu. Observe que o texto inicia afirmando que o resultado foi o segundo pior entre as empresas. Mas esqueceram do Banco do Brasil?
Prejuízo na Sadia e Aracruz
Contratos provocam prejuízos recordes
Valor Econômico - 30/3/2009
Os balanços de 2008 da Sadia e da Aracruz revelaram que os derivativos contratados pelas companhias para ganhos financeiros provaram ser mais tóxicos do que imaginado inicialmente. Além de não trazerem lucro, geraram perdas bilionárias. A contínua escalada do dólar durante o quarto trimestre ampliou os prejuízos estimados quando os problemas foram revelados ao público. A perda da Sadia com os contratos foi 3,3 vezes maior: no lugar dos R$ 760 milhões projetados inicialmente, R$ 2,6 bilhões sairão do caixa da empresa no total. No caso da Aracruz, o prejuízo foi 2,6 vezes superior ao R$ 1,9 bilhão inicialmente calculado, pois transformou-se numa dívida de R$ 5,1 bilhões.
O episódio dos derivativos levou a Sadia a apresentar o primeiro prejuízo líquido anual de seus 64 anos de história. A última linha do balanço do ano passado ficou negativa em R$ 2,5 bilhões, comparado a um lucro de R$ 768 milhões em 2007. Apenas no quarto trimestre, a perda foi de R$ 2 bilhões, frente a lucro de R$ 375 milhões no mesmo intervalo do ano anterior.
O prejuízo foi anunciado na sexta-feira. Durante teleconferência com jornalistas, Gilberto Tomazoni, presidente da companhia, tentou dar um tom otimista ao futuro da companhia. Chegou até mesmo a afirmar que "a Sadia não está procurando ninguém, ela é que está sendo procurada", quando uma eventual capitalização ou associação com a concorrente Perdigão entrou em pauta. Foi praticamente o único comentário sobre a possível fusão com a rival, já que preferiu não tratar do assunto.
O prejuízo da Sadia só não foi maior porque a empresa foi beneficiada por uma reversão de Imposto de Renda e Contribuição Social de R$ 703 milhões em 2008, dos quais R$ 450 milhões foram lançados no quarto trimestre.
O saldo negativo do balanço foi basicamente provocado pelas perdas com os derivativos, mas a pressão nos custos de grãos - principal matéria-prima da empresa - também pesou nas contas operacionais.
Apesar de mostrar um crescimento de 16% na receita líquida do quarto trimestre, para R$ 3,1 bilhões, o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (lajida) recuou 21,7%, para R$ 343,5 milhões, na comparação com igual intervalo de 2007. No ano, o faturamento líquido foi de R$ 10,7 bilhões, com alta de 23,2%, enquanto o lajida recuou 0,7%, para R$ 1,1 bilhão. Na prática, isso significa que a margem do quarto trimestre caiu de 16,6% para 11,2% e a anual, de 13,5% para 10,9%.
A despesa financeira líquida foi de R$ 2,7 bilhões no quarto trimestre e de R$ 3,9 bilhões no acumulado de 2008. Isoladamente, os derivativos responderam por R$ 2,0 bilhões na despesa trimestral e R$ 2,6 bilhões na anual.
Do total lançado no ano de despesas dos derivativos, R$ 706 milhões foram de efeito caixa, de contratos já encerrados, e R$ 1,9 bilhão serão desembolsados até setembro. Welson Teixeira, diretor de relações com investidores, explicou que o total a vencer terá pouca modificação daqui para frente, independentemente da variação cambial. Isso porque os contratos de venda de dólar foram compensados com operações de compra, que permitem travar a perda. "Mas ainda temos de carregar o peso da dívida nos próximos trimestre."
A Sadia fechou dezembro com R$ 8,5 bilhões de endividamento bruto, sendo R$ 4,1 bilhões com vencimento durante 2009. Para fazer frente aos vencimentos, a empresa tinha R$ 3,5 bilhões de caixa, mas apenas R$ 980 milhões disponíveis, pois R$ 1,7 bilhão estava comprometido em garantia para os bancos, por conta dos derivativos, e o restante em aplicações de baixa liquidez.
Dos vencimentos deste ano, R$ 1,4 bilhão está previsto para o primeiro trimestre. "Esse total está tranquilo, já renegociamos", afirmou, explicando que os prazos conseguidos variam de 180 a 360 dias. Outros R$ 2,0 bilhões vencem no terceiro trimestre. "Estamos concentrados no primeiro e no terceiro trimestre."
Atualmente, a dívida líquida equivale a 5,8 vezes o lajida. O plano é alcançar um indicador entre 3,0 e 4,0 vezes em 2010.
Apesar do evidente aperto financeiro, a Sadia planeja investir R$ 600 milhões neste ano, para terminar as obras de expansão já em andamento, que consumiram R$ 1,8 bilhão em 2008. "A empresa não corre nenhum risco de insolvência", disse Tomazoni, quando questionado sobre a origem dos recursos diante do cenário.
O executivo voltou a relatar os planos de vender ativos não operacionais e operacionais não prioritários para explicar a fonte do dinheiro. Foram mencionados como alvos de venda a fábrica da Rússia, a unidade de bovinos e também terras reflorestadas, centros de distribuição e fábricas de ração. A outra alternativa citada é uma eventual capitalização por um novo sócio. Questionado sobre a demora de uma solução, Teixeira disse: "Essas coisas demoram. Não se pode perder de foco o valor da empresa e fazer as coisas às pressas."
Mudança na GM
A Casa Branca iniciou sua tentativa de reformar a indústria automobilística americana pedindo a saída do presidente da General Motors, Rick Wagoner, que deixou a montadora como parte de um acordo para que ela receba um novo pacote de ajuda do governo americano.
Ao enfrentar a crise econômica, o governo exigiu a saída do presidente da seguradora American International Group, mas só quando assumiu uma participação majoritária. Neste caso, o governo retirou um executivo como parte de uma reestruturação em curso.
A medida também indica que o Departamento do Tesouro pretende interferir mais profundamente do que a maioria esperava nas questões da maior e mais antiga montadora do país.
Wagoner foi diretor-presidente desde 2000 e administrou a GM durante alguns de seus momentos mais difíceis. A companhia não registra lucro desde 2004, acumulando prejuízos desde então de US$ 82 bilhões. Ela ficou praticamente sem caixa no fim de 2008, antes que o Departamento do Tesouro dos Estados Unidos fornecesse empréstimos de emergência.
Um funcionário do governo confirmou que Wagoner foi solicitado a pedir demissão como condição para a reestruturação na empresa. Wagoner será substituído, ao menos temporariamente, por Frederick "Fritz" Henderson, o diretor de operações. A GM não respondeu imediatamente a pedidos de comentários. (...)
GM demite seu CEO para receber ajuda
Valor Econômico - 30/3/2009
Sobre o assunto, um comentário interessante do WSJ:
Rick Wagoner demonstrou mais habilidade para salvar seu emprego do que salvar a montadora gigante.
Wagoner, With Knack for Survival, Finally Hits a Dead End - John D. Stoll - 30/3/2009
The Wall Street Journal - A20
Contabilidade e crime
(...) o presidente do Coaf (...) Quer a inclusão de empresas de contabilidade e de auditoria no rol das obrigadas a realizarem comunicações suspeitas ao Coaf.
Entrevista - Antonio Gustavo Rodrigues
RICARDO BRITO - 30/3/2009 - Jornal do Commércio do Rio de Janeiro
(...) Precisamos mudar a legislação para que as empresas de contabilidade e de auditoria comuniquem ao Coaf as operações suspeitas de seus clientes. (...)
Entrevista - Antonio Gustavo Rodrigues
RICARDO BRITO - 30/3/2009 - Jornal do Commércio do Rio de Janeiro
Espanha muda cálculo do PIB
La economía ilegal también cuenta. La revisión de la contabilidad nacional que se ha puesto en marcha en toda la Unión Europea (UE) obligará a incluir actividades como la prostitución, el contrabando y el tráfico de drogas en el cálculo del producto interior bruto (PIB). La fecha prevista para su aplicación es el año 2011 o 2012.
La norma afectará a todos los países de la UE, como ocurre en la actualidad. Formará parte del cambio de base de la contabilidad nacional, que ahora se denomina SEC-95 (Sistema Europeo de Cuentas). Son ajustes que los institutos de estadística realizan para incorporar nuevas actividades y criterios.
En el caso de la economía ilegal, algunas estimaciones sitúan su valor en dos o tres puntos del PIB. Es decir, una vez que se incluyan esas actividades, el volumen del PIB de los países de la UE subirá en torno a ese porcentaje. Ello tendrá implicaciones, por ejemplo, en la contribución que los países hacen al Presupuesto de la UE en base al denominado cuarto recurso (renta nacional bruta). Al elevarse el PIB, la contribución aumentará, aunque en otras ocasiones en que se ha producido una revisión, los efectos han sido neutros. En la actualidad, la contabilidad nacional se calcula con la base 2000. La siguiente será la base 2008, que incluirá, además de la economía ilegal, datos que España ya calcula, como precios de importación y exportación.
El PIB incluirá la prostitución, el tráfico de drogas y el contrabando
El País – Nacional - 0 (1ª Ed. Madrid) – 28 – 30/03/2009
29 março 2009
28 março 2009
27 março 2009
Teste #45
Grau de Dificuldade: **
Um vírus atacou o computador deste blogueiro, quando estava escrevendo da contracapa do seu livro. O vírus tinha uma característica peculiar: trocava as letras de algumas palavras por números. Mas uma vez substituída a letra por um número, esta correspondência permanecerá pelo restante do texto. Assim, a letra “A” corresponde ao número 3 e vice-versa. O texto é o seguinte:
Você seria capaz de recompor a frase como foi redigida?
Resposta do Anterior: O débito é do lado esquerdo. O crédito é do lado direito
Um vírus atacou o computador deste blogueiro, quando estava escrevendo da contracapa do seu livro. O vírus tinha uma característica peculiar: trocava as letras de algumas palavras por números. Mas uma vez substituída a letra por um número, esta correspondência permanecerá pelo restante do texto. Assim, a letra “A” corresponde ao número 3 e vice-versa. O texto é o seguinte:
Nos últimos anos tem havido 1-2-3-4-5-6 mudança na 7-8-4-9-3-10-11-12-11-5-3-5-6, reflexo da convergência internacional das 4-8-2-13-3-14, do desenvolvimento do mercado 5-6 7-3-15-11-9-3-11-14, da ampliação das pesquisas acadêmicas e dos cursos de graduação e pós-graduação, a 7-2-11-3-16-3-8 5-8 7-15-7 e o fortalecimento do 11-3-14-10, entre outros aspectos. Isto tem influenciado a forma como entendemos e aplicamos a 9-6-8-2-11-3.
Você seria capaz de recompor a frase como foi redigida?
Resposta do Anterior: O débito é do lado esquerdo. O crédito é do lado direito
Homem e mulher
Uma pesquisa comprovou que as mulheres são atraídas por homens que possuem automóveis caros. A pesquisa, comandada por Dr Michael Dunn, da University of Wales Institute, em Cardiff, foi publicada no British Journal of Psychology, encontrou que a mulher julga o homem principalmente por sua riqueza e status, enquanto o homem pela aparência física da mulher. Dunn acredita que isto não irá mudar no futuro, mesmo com uma mulher mais independente e com maior renda.
Dunn dirige um Ford Ka velho.
Fonte: Aqui
Dunn dirige um Ford Ka velho.
Fonte: Aqui
Sadia e Aracruz
Sadia e Aracruz anunciam maior prejuízo da história
Valor Econômico - 27/3/2009
Os investidores conhecerão hoje dois dos balanços mais aguardados da atual safra de resultados. Aracruz e Sadia divulgarão seus números para o mercado, antes e depois do fechamento do pregão da bolsa paulista, respectivamente. Trata-se das duas companhias de capital aberto que sofreram as maiores perdas com derivativos cambiais alavancados. A expectativa é de que as duas anunciem os maiores prejuízos de sua história.
A intensidade das perdas foi tão grande que ambas as empresas tiveram de buscar alternativas fora de casa para a sobrevivência dos negócios.
A Aracruz já selou seu futuro com a aquisição pela Votorantim Celulose e Papel (VCP), além de ter transformado o problema dos derivativos numa dívida de longo prazo, para ser honrada em nove anos, após uma longa negociação com os bancos. Já a Sadia ainda vive o nervosismo de buscar uma saída para o aperto das finanças.
No caso da Aracruz, antes mesmo de as perdas serem conhecidas, já havia uma negociação pública para união com a VCP. A expectativa é de que a junção das companhias, com a incorporação da Aracruz pela VCP, esteja completa até meados do ano.
A Sadia, por sua vez, ainda está em busca de concretizar as medidas que podem aliviar a pressão dos vencimentos dos contratos, que possuem acertos mensais até setembro deste ano. A companhia tenta levantar recursos com a venda de ativos não operacionais, o que inclui o banco e a corretora Concórdia, e até mesmo de unidades menos rentáveis, como seria o caso da operação na Rússia. O entendimento é de que a companhia necessite de R$ 3,5 bilhões até setembro. Somente neste ano a administração vem tentando travar a perda e alongar os prazo de pagamento.
Além disso, procura uma capitalização por um novo sócio ou a união com a Perdigão. Esse capítulo ainda está em aberto e as companhias têm discursos opostos. Enquanto a Sadia afirma que as conversas com a concorrente ainda estão ocorrendo, a Perdigão diz que houve conversas, mas a ausência de um consenso sobre as condições interrompeu as negociações. As famílias controladoras da Sadia queriam ter uma fatia de 10% da empresa resultante, o que foi considerado excessivo pelo grupo que administra a Perdigão - seis fundos de pensão com cerca de 36% do capital da empresa.
Posições divergentes sobre o assunto foram oficialmente divulgadas pelas empresas na segunda-feira, dia 17. A Sadia, aflita por uma solução, dava a entender a existência de conversas com a concorrente. Já a Perdigão, que acredita que o tempo esteja ao seu favor, informou que houve contato, mas o processo foi interrompido pela falta de acordo.
Desde o dia seguinte, 18 de março, a superintendência de relações com empresas da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) iniciou uma investigação com Sadia e com Perdigão para avaliar a comunicação das empresas. Procurada, a autarquia não comenta os trabalhos.
Há ansiedade na Sadia para apresentar, junto com o balanço do quarto trimestre, uma solução para os problemas. Isso porque a fotografia não trará uma imagem positiva. A companhia havia assumido um compromisso com o mercado de manter uma posição de caixa de R$ 1 bilhão para o giro operacional da empresa. No entanto, esse valor está cada dia mais difícil de ser mantido em função dos depósitos com margens e garantias dos contratos consumirem parte relevante da liquidez da empresa.
As estimativas dos analistas ouvidos pelo Valor para o balanço do quarto trimestre da Sadia variam de um prejuízo de R$ 87 milhões (Fator Corretora) a R$ 2,8 bilhões (Banif ). A conta financeira será determinante para os números. Também o tamanho da despesa financeira projetada varia, enquanto a Fator calcula R$ 1,5 bilhão, a Brascan Corretora estima R$ 2,2 bilhões e a Banif, R$ 2,8 bilhões.
A despesa financeira reflete a marcação dos contratos de risco pelo dólar do fechamento de 2008. No entanto, a saída dos recursos ocorre gradativa e mensalmente até setembro, prazo final dos derivativos.
A projeção dos especialistas precisa levar em conta que a companhia iniciou o quarto trimestre com uma posição vendida (apostando na queda) de dólar aberta de US$ 6,4 bilhões. Desde então, vem tentando conter os prejuízos com contratros de compra de dólar futuro. No entanto, eles não anulam por completo as perdas, apenas limitam parte do prejuízo. No começo do quarto trimestre, a exposição líquida vendida era de US$ 2,4 bilhões e ao fim, de US$ 700 milhões.
Na Aracruz, embora a urgência financeira tenha diminuído, os números seguirão negativos, impactados pela perda com derivativos, transformada numa dívida.
As projeções do analista de papel e celulose da Ágora Corretora, Luiz Otávio Broad, para o resultado do último trimestre de 2008 da Aracruz apontam para um prejuízo líquido de R$ 2,5 bilhões, comparado com um lucro de R$ 187,3 milhões, em igual período. A despesa financeira da companhia é estimada em R$ 2,4 bilhões. A companhia travou as perdas ainda no mês de novembro, embora tenha alcançado um consenso com os bancos sobre as condições para pagar seus compromissos apenas em janeiro. Nas previsões da Ágora, a companhia deve fechar 2008 com um prejuízo de R$ 3,7 bilhões.
Broad estima para o quarto trimestre do ano passado um lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (lajida) de R$ 397 milhões ante R$ 429 milhões no quarto trimestre de 2007, indicando uma queda de 7,3% na comparação ano contra ano. A receita líquida da Aracruz deve fechar o último trimestre de 2008 em R$ 939 milhões ante R$ 962 milhões registrado no mesmo período de 2007, acusando uma queda de 3,7%. (Colaborou Vera Saavedra Durão)
Nota Fiscal Eletrônica
Empresas ainda não estão preparadas para implementar escrituração digital
Valor Econômico - 27/3/2009
Empresas de diversos setores que serão obrigados a aderir ao Sistema Público de Escrituração Digital (Sped), criado para informatizar e interligar a arrecadação de tributos no país e formado pela nota fiscal eletrônica (NF-e), pelo Sped Fiscal e pelo Sped contábil, ainda não estão preparadas para isso. Uma pesquisa realizada pela consultoria Everis Brasil com 88 empresas que estão entre as 500 maiores do país mostra que apenas metade delas concluiu o projeto de implantação da nota fiscal eletrônica, apenas cerca de 11% terminaram a implantação do Sped fiscal e aproximadamente 10% finalizaram o Sped contábil - dentre as razões apontadas para o atraso, está a contenção de custos em meio à crise mundial.
Até abril, quase 30 mil empresas devem implantar o Sped fiscal, que unificará as informações fiscais dos contribuintes de ICMS e de IPI, transformando em virtual a escrituração em livros fiscais. Também em abril, 25 setores já estarão obrigados a emitir notas fiscais eletrônicas - até setembro, serão 54. E até junho, empresas que apuram tributos pelo sistema do lucro real e que possuem um acompanhamento diferenciado da Receita Federal do Brasil devem aderir ao Sped contábil, que visa substituir os registros contábeis em livros para equivalentes em arquivos digitais - para as demais empresas, o prazo é junho de 2010.
A pesquisa da Everis dividiu o andamento do projeto de implantação dos três pilares do Sped em quatro estágios: estudo, implementação, homologação e conclusão. As empresas que estão mais à frente na adesão à nota fiscal eletrônica são as que primeiro foram obrigadas a aderir ao sistema ou estão em vias de fazê-lo - e os setores mais avançados são o químico e automotivo. Já o ramo de papel e celulose, que está obrigado a emitir a nota eletrônica a partir de setembro, possui apenas 33,34% dos projetos concluídos e, do restante, metade está em fase de estudo e metade em processo de homologação. No setor de siderurgia, que deve aderir em abril à nota eletrônica, somente 50% das empresas pesquisadas já o fizeram de forma definitiva, enquanto 16% estão em fase de homologação e o restante ainda se encontra nas fases iniciais. "Há um alto risco de descumprimento no setor", diz Nelson Wilson, sócio responsável da Everis Brasil. Para Wilson, a crise econômica mundial agravou o cenário de adesão ao Sped, pois muitas empresas entraram em processo de contenção de gastos e acabaram deixando os investimentos no projeto para a última hora. "A baixa qualidade dos dados das empresas tem sido um grande problema da adesão ao Sped", afirma.
Em alguns casos apontados pela pesquisa, é possível supor uma relação direta entre o avanço na implementação da nota fiscal eletrônica e do Sped fiscal e contábil - por exemplo, na indústria automotiva, na qual metade das companhias entrevistadas está em fase de homologação de ambos. No setor de saúde, foram pesquisados grandes hospitais do Estado de São Paulo que aderiram desde cedo à nota fiscal paulista, e todos eles estão em fase de homologação do Sped fiscal e contábil. Já a totalidade das empresas do setor de máquinas e equipamentos - que apresentou percentual nulo quanto à implementação concluída da nota eletrônica - ainda está nas primeiras fases do Sped fiscal e contábil. O atraso ocorre também nas empresas de papel e celulose, setor em que 66% das pesquisadas encontram-se ainda em fase de estudo para o Sped fiscal e contábil. Pela pesquisa, 33% delas já aderiu à nota eletrônica. Segundo Willian Ferraz de Almeida, gerente da Everis, a relação é natural, pois as empresas que já aderiram à nota eletrônica estão melhor preparadas para recepcionar os outros sistemas, tendo em vista que os dados já estariam nos moldes exigidos pela Receita Federal.
A reivindicação de muitas empresas que estão com dificuldades na implementação do Sped fez com que a Receita acenasse com a possibilidade de adiar o prazo de adesão ao Sped fiscal. De acordo com Carlos Oda Sussumu, gerente do projeto Sped na Receita Federal, o tema está na pauta de uma reunião que se realizará na semana que vem entre os secretários de Fazenda estaduais. Mas Sussumi deixa claro que está fora de cogitação estender o prazo para a adesão à nota eletrônica e ao Sped contábil.
Liminar adia prazo de nota eletrônica
Valor Econômico - 27/3/2009
Algumas empresas que estão na berlinda para se adequar à nota fiscal eletrônica (NF-e), um dos três pilares do Sistema Público de Escrituração Digital (Sped), criado em janeiro de 2007 para tornar virtual toda a escrituração fiscal e contábil das empresas e interligar as três esferas fiscais da administração pública, estão arrumando estratégias jurídicas para tentar adiar o prazo de adesão. Em uma primeira liminar que se tem notícia sobre o tema, o juiz prorrogou o prazo de uma empresa do setor químico de 1º de abril - quando diversos setores terão que se adequar à exigência no Estado de São Paulo - para 1º de setembro. Outras empresas de diversos Estados já entraram com pedidos administrativos para prorrogar a obrigatoriedade de emissão de notas eletrônicas.
O prazo de adesão à nota fiscal eletrônica depende do segmento e do Estado em que a empresa está localizada. No caso da liminar concedida pela Justiça, a empresa que a obteve foi notificada pessoalmente no início de março para aderir obrigatoriamente ao sistema em abril. Porém, segundo seu advogado, Alexandre Favero Marcos, do escritório LFFP Advogados, a inclusão da companhia nesse prazo não seria correta, já que a descrição da atividade da empresa química não constava expressamente no anexo da Portaria nº 162, de 2008, da Coordenadoria de Administração Tributária (CAT) da Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo - norma que disciplinou as atividades e os prazos para emissão obrigatória da notas fiscais eletrônicas paulistas. Com isso, ele argumentou na Justiça que a empresa não teve tempo hábil para se preparar para a emissão eletrônica das notas, já que tinha certeza que não seria obrigada a aderir em abril. Também frisou que a empresa, por ser de grande porte, teria, obrigatoriamente, que cotar, testar compatibilidade e ainda adquirir, por um valor superior a R$ 50 mil, e em menos de um mês, um software que permitisse a emissão das notas, já que o programa gratuito disponível no site da Fazenda paulista para a emissão das notas é direcionado apenas para micro e pequenas empresas. Para o advogado, a liminar é "relevantíssima, pois aplica o princípio da razoabilidade, além de não causar qualquer prejuízo ao fisco paulista, já que a empresa não se negou a emitir a nota fiscal eletrônica, apenas necessita de um prazo factível para cumprimento da obrigação".
Outra via encontrada pelas empresas na mesma situação para prorrogar o prazo de adesão ao sistema é a administrativa. Só o escritório Gaia, Silva, Gaede & Associados assessora mais de dez empresas em casos como esse. Uma das opções, nesse caso, segundo o advogado Nereu Ribeiro Domingues, responsável pela área do Sped no escritório, tem sido a de entrar com um processo de consulta na Receita Federal do Brasil - assim a exigência da emissão da nota fiscal eletrônica fica suspensa até que o fisco se manifeste a respeito. Essa é uma boa via, na opinião de Domingues, para os casos em que a empresa está sendo obrigada a adotar a nota eletrônica por ter praticado uma atividade listada no normativo estadual, mas que represente uma fatia insignificante do total de atividades praticadas por ela e que têm outro prazo de adesão. Já há casos mais simples de empresas que colocam em seu objeto social uma atividade mais geral do que a que realmente praticam ou ainda que registram o máximo de atividades possíveis - algumas nem praticadas - e uma delas fica enquadrada no prazo estipulado pelo Estado, sem que seja a principal. Nessa situação, diz o advogado, se o cadastro não estiver condizente com a atividade da empresa, a recomendação é alterá-lo.
O gerente do projeto Sped na Receita Federal do Brasil, Carlos Oda Sussumu, no entanto, adianta que se a empresa se adequar a qualquer uma das atividades estabelecidas pelos Estados para aderir à nota fiscal eletrônica, ela está obrigada a aderir. Ele também não cogita o adiamento dos prazos de adesão à nota fiscal eletrônica por abalos financeiros gerados por conta da crise, já que não houve nenhuma empresa paralisada por conta da implantação da nota fiscal. Até porque, segundo ele, há softwares de secretarias da Fazenda estaduais disponíveis - usados por 37% das empresas de pequeno porte que já usam a nota eletrônica.
Turismo Saúde
Um exemplo interessante do turismo saúde. A cidade de Los Algodones, localizada no México, possui 4 mil habitantes e 350 dentistas e 160 consultórios. Quase 10% da população é dentista.
A cidade recebe turistas dos EUA interessados no tratamento dentário. Este geralmente tem um desconto de 70% em relação ao valor pago nos EUA.
Fonte: Carpe Diem
A cidade recebe turistas dos EUA interessados no tratamento dentário. Este geralmente tem um desconto de 70% em relação ao valor pago nos EUA.
Fonte: Carpe Diem
26 março 2009
Links
Uma lista de postagens interessantes do Alexandre Alcantara e da Cláudia Cruz:
Balanço das Limitadas
Novas Regras para Preço de Transferência
Desafio na análise de balanços com novas regras
Normas: reavaliação ou correção monetária
Estoques baixados como perda
Poder das Marcas
Balanço das Limitadas
Novas Regras para Preço de Transferência
Desafio na análise de balanços com novas regras
Normas: reavaliação ou correção monetária
Estoques baixados como perda
Poder das Marcas
Leasing
Conforme postado aqui, o Iasb e o Fasb estão discutindo novas normas para o arrendamento (leasing).
Conforme afirma Jennifer Hughes (Accounts proposals threaten leasing shake-up, Financial Times, 23/3/2009, Asia Ed1, 16) o objetivo é acabar com a distinção entre leasing operacional e financeiro (vide o capítulo de Leasing do Teoria da Contabilidade onde isto é discutido). Mas existe uma preocupação sobre os efeitos da medida. Existem muitas empresas que não apresentam suas informações de leasing nos balanços, o que distorce a análise das demonstrações, afetada pela falta de comparabilidade.
O setor aéreo é o mais citado. Mas isto naturalmente contraria os interesses das empresas de arrendamento.
Conforme afirma Jennifer Hughes (Accounts proposals threaten leasing shake-up, Financial Times, 23/3/2009, Asia Ed1, 16) o objetivo é acabar com a distinção entre leasing operacional e financeiro (vide o capítulo de Leasing do Teoria da Contabilidade onde isto é discutido). Mas existe uma preocupação sobre os efeitos da medida. Existem muitas empresas que não apresentam suas informações de leasing nos balanços, o que distorce a análise das demonstrações, afetada pela falta de comparabilidade.
O setor aéreo é o mais citado. Mas isto naturalmente contraria os interesses das empresas de arrendamento.
Lease accounting should be based on the principle that all leases give rise to liabilities for future rental payments and assets that should be recognized in an entity’s balance sheet. (Fonte: aqui)
Caixa
Administração financeira com falta de caixa
23/3/2009 - (Gazeta Mercantil/Caderno A - Pág. 3) Marco Antonio Papini
A administração financeira não tem a obrigação de prever uma desvalorização cambial. Contudo, a ela cabe traçar planos de ação que minimizem os riscos, sendo fundamental diminuir as possibilidades de falta de caixa, por meio de melhores controles internos, de tal forma que as possibilidades de perdas financeiras, por erro ou fraude, sejam ao máximo reduzidas. É aconselhável ainda que se efetuem as projeções de liquidez de curto e médio prazos.
A integração da contabilidade é um aspecto fundamental para o bom funcionamento de todos os processos operacionais. A tomada de decisões não deve apenas focar-se na rentabilidade antes dos impostos, pois minimizar ou postergar o pagamento de tributos e contribuições constitui uma questão extremamente delicada e, por isso, é importante.
(...) Pequenas ações, como implantar um controle de portaria, introduzir a obrigatoriedade de assinatura dupla para pagamentos, implantar um fundo fixo de caixa, introduzir políticas de monitoramento e supervisão já diminuem sensivelmente os riscos de perdas financeiras, seja por erro ou fraude, com a consequente melhoria da governança corporativa e dos padrões éticos. (...)
23/3/2009 - (Gazeta Mercantil/Caderno A - Pág. 3) Marco Antonio Papini
A administração financeira não tem a obrigação de prever uma desvalorização cambial. Contudo, a ela cabe traçar planos de ação que minimizem os riscos, sendo fundamental diminuir as possibilidades de falta de caixa, por meio de melhores controles internos, de tal forma que as possibilidades de perdas financeiras, por erro ou fraude, sejam ao máximo reduzidas. É aconselhável ainda que se efetuem as projeções de liquidez de curto e médio prazos.
A integração da contabilidade é um aspecto fundamental para o bom funcionamento de todos os processos operacionais. A tomada de decisões não deve apenas focar-se na rentabilidade antes dos impostos, pois minimizar ou postergar o pagamento de tributos e contribuições constitui uma questão extremamente delicada e, por isso, é importante.
(...) Pequenas ações, como implantar um controle de portaria, introduzir a obrigatoriedade de assinatura dupla para pagamentos, implantar um fundo fixo de caixa, introduzir políticas de monitoramento e supervisão já diminuem sensivelmente os riscos de perdas financeiras, seja por erro ou fraude, com a consequente melhoria da governança corporativa e dos padrões éticos. (...)
Nash e sua dissertação
Nash ficou conhecido pelo filme Uma Mente Brilhante. Mas venceu o Nobel de Economia por sua contribuição na área de Teoria dos Jogos. Aqui tem um link para sua dissertação, escrita após a II Guerra Mundial.
Peter Klein o fato do trabalho não ter nenhuma discussão sobre sua aplicação, ser pobre de bibliografia e ter somente 27 páginas. Com estas características, Nash provavelmente não seria aprovado num programa de pós-graduação do Brasil e teria dificuldades de publicar seu trabalho.
Peter Klein o fato do trabalho não ter nenhuma discussão sobre sua aplicação, ser pobre de bibliografia e ter somente 27 páginas. Com estas características, Nash provavelmente não seria aprovado num programa de pós-graduação do Brasil e teria dificuldades de publicar seu trabalho.
AIG e o dinheiro do contribuinte
Agora, quando a mesma AIG paga US$ 165 milhões em bônus - dinheiro que é obrigada a pagar contratualmente - todo o sistema político enlouquece. O presidente Barack Obama diz que encontrará uma forma de anular os contratos e pegar o dinheiro de volta. Um senador dos EUA afirma que os funcionários da AIG deveriam matar-se.
(...) Podemos observar, a partir deste episódio, várias verdades gerais em relação à crise financeira e às tentativas para solucioná-la:
1) Para o processo político, todos os grandes números parecem iguais; acima de certa quantia, o dinheiro torna-se meramente simbólico. O público geral não tem percepção para sentir o peso relativo de US$ 173 bilhões e de US$ 165 milhões. (...)
2) À medida que a crise financeira evolui, sua moral vem sendo simplificada de forma grotesca. (...)
3) A complexidade das questões cruciais da crise paralisa a capacidade dos processos políticos de encará-las de forma inteligente. Não tenho dúvidas de que, quando esta saga terminar, todos saberemos o que ocorreu a cada centavo dos US$ 165 milhões em bonificações pagas e cada um de nós terá sua opinião sobre a moralidade da questão.
Por outro lado, tenho sérias dúvidas se alguma vez entenderemos a moralidade do pagamento de US$ 173 bilhões, um problema muito mais grave. Por exemplo, o Goldman Sachs, que recebeu cerca de 8% do total, declarou publicamente que, para eles, o dinheiro era uma questão indiferente, já que o banco de investimento havia se protegido contra uma possível quebra da AIG - fazendo apostas financeiras contra a AIG.
Histeria coletiva com AIG obscurece verdades óbvias
26/3/2009 - Valor Econômico
Michael Lewis é colunista da "Bloomberg News"
Teste #44
Grau de Dificuldade: **
A mãe de Roberto estava preocupada com o primeiro dia de emprego do filho num grande escritório de contabilidade. Para garantir que o filho saísse bem neste grande dia, a mãe enviou para o celular de Roberto a seguinte mensagem:
6 33´2486 3´ 36 5236 37783736. 6 273´3486 3´ 36 5236 3473486.
Qual a mensagem encaminhada para Roberto?
Resposta do Anterior: César – Remuneração – 900 palavras; Claudia – Fraude – 300; Alexandre – SPED – 600; Marcos – IFRS – 1200
A mãe de Roberto estava preocupada com o primeiro dia de emprego do filho num grande escritório de contabilidade. Para garantir que o filho saísse bem neste grande dia, a mãe enviou para o celular de Roberto a seguinte mensagem:
6 33´2486 3´ 36 5236 37783736. 6 273´3486 3´ 36 5236 3473486.
Qual a mensagem encaminhada para Roberto?
Resposta do Anterior: César – Remuneração – 900 palavras; Claudia – Fraude – 300; Alexandre – SPED – 600; Marcos – IFRS – 1200
Mercado, Racionalidade e Crise 2
O texto a seguir é uma tradução do Financial Times, comentado na postagem feita aqui.
Crise econômica derruba mitos da teoria financeira
Valor Econômico - 26/3/2009
A crise econômica criou várias subcrises no setor bancário, na área de governança e assim por diante. Mas existe outro queixume sob a superfície: uma crise da teoria financeira.
Vejamos três artigos publicados pelo "Financial Times" na semana passada. O primeiro diz que as autoridades dos Estados Unidos darão aos bancos mais liberdade para avaliar seus ativos financeiros. O segundo diz que a Shell vai gastar um extra de US$ 5 bilhões a US$ 6 bilhões para tapar o rombo do fundo de previdência dos funcionários. O terceiro afirma que o ex-presidente da General Electric Jack Welch desistiu de pregar o valor para os acionistas, descrevendo-o agora - no curto prazo e de qualquer maneira - como "uma ideia estúpida".
Os três artigos podem ser remetidos ao mesmo fundamento: a ideia de que o preço de mercado de uma ação ou outro título é de certa forma adequado, ou de outra forma mais adequado do que qualquer outro preço que venham a conseguir.
Isso, por sua vez, repousa sobre a noção, entranhada na teoria financeira no último meio século, das expectativas racionais. Os mercados personificam o balanço das opiniões consideradas e informadas sobre resultados prováveis. Os indivíduos podem ser otimistas demais ou pessimistas demais, mas o mercado não é nenhum dos dois. Os dois se anulam.
Um momento de reflexão nos diz que isso é uma tolice. Tome um único exemplo simples, o dos títulos residenciais "prime" lastreados em hipotecas da Holanda. Eles estão sendo vendidos agora - se você conseguir encontrar um comprador - a cerca de 50 centavos por euro de valor de face. Isso aparentemente implica que 75% dos detentores de hipotecas vão dar calote, e que suas casas vão valer apenas 25% do valor da hipoteca. Como a Holanda perdeu a bolha imobiliária residencial dos últimos anos, ninguém na verdade acredita nisso.
Mas os investidores profissionais, queimados na queda dos mercados, não estão dispostos a apostar seus empregos de que isso é o fundo do poço. Esse medo pode não ser irracional, mas está longe de ser considerado uma opinião estudada.
Isso nos leva de volta às diretrizes emitidas na semana passada pelo Financial Accounting Standards Board dos Estados Unidos (FASB), sobre quando os títulos devem ser marcados a mercado. Em essência, se não há um mercado ativo e há evidências de vendas motivadas por pânico, os títulos podem, em vez disso, serem marcados de acordo com modelos.
A assimetria disso faz pensar. No "boom" pontocom, houve muita compra pressionada de ações da bolha. Assim como aconteceu com os títulos hipotecários holandeses, os investidores em nenhum momento acreditaram nas avaliações do mercado. Mas seus empregos estavam em jogo do mesmo jeito.
A diferença, é claro, é que num mercado em uma fase de alta irracional sempre há giro, enquanto que, numa fase irracional de baixa, não. Portanto, é quase uma ordem contabilizar lucros quando uma ação passa de US$ 10 para US$ 100, mas não perdas quando elas despencam para US$ 1 - como aconteceu com algumas ações do bolha pontocom.
A falta de lógica vai mais adiante quando comparamos o exemplo da Shell. Alguns bancos podem estar hoje de fato insolventes. Se o pior acontecer, seus ativos serão vendidos a preços de mercado, sendo isto justo ou não.
Mas a Shell não está insolvente e seu fundo de pensão terá décadas para se ajustar antes de pagar boa parte de seus benefícios. O número de déficit hoje pode ser uma informação interessante para os investidores. Por que isso deveria exigir um desvio do tão necessário fluxo de caixa da empresa neste momento, é uma questão diferente.
Isso vale para Welch. A administração baseada no valor criado para o acionista - ou baseada no valor, no retorno total para o acionista, ou o que quer que seja - se tornou popular na década de 1980.
Enquanto teoria, ela foi criada sob medida para uma fase de alta do mercado. O sucesso administrativo - e as recompensas - eram medidos pela soma dos ganhos de capital e dividendos. Em outras palavras, ela dizia respeito principalmente ao preço das ações.
A doutrina das expectativas racionais dizia, é claro, que se o preço das ações de uma companhia caía, aquilo somente podia estar acontecendo porque suas perspectivas haviam piorado. A dedução lógica - de que, num mercado em baixa sustentado, todos os administradores devem ser tolos juntos - não foi invocada.
Mais uma vez, essa falta de lógica pode ser levada um estágio adiante. Se o trabalho dos administradores era aumentar o preço das ações, seus objetivos eram os mesmos dos acionistas. Mas, embora os acionistas obviamente soubessem bem menos coisas sobre a companhia, eles ainda eram conclamados a exercer uma maior influência.
Agora, ao que parece, este não é mais o trabalho dos administradores. Portanto, os acionistas, cujos objetivos não mudaram, sabem ainda menos sobre o que a administração deveria estar fazendo. Mesmo assim, eles são exortados por várias partes - incluindo os governos - a enfrentarem a crise exercendo ainda mais influência. Vai entender!
Minha conclusão com tudo isso é a que eu já afirmei antes nesta coluna: é melhor não saber nade de alguma coisa, do que saber um pouco.
Nos anos de alta do mercado, era certo que os preços das ações carregavam informações únicas e objetivas. Essa noção, ao que parece agora, era uma mera confirmação agradável do que estava acontecendo.
Por trás disso tudo, estava um grupo de teorias sobre o comportamento racional do mercado que agora viraram poeira. Não está claro o que as vai substituir, mas estamos melhor sem elas do que com elas.
25 março 2009
Teste #43
Quatro blogueiros, César, Claudia, Alexandre e Marcos, postaram no domingo sobre quatro assuntos diferentes (IFRS, Remuneração, SPED e Fraude), com número de palavras diferentes (300, 600, 900 e 1200 palavras). Com base nas dicas a seguir, descubra o que cada blogueiro postou e sua fonte de informação:
1. A postagem de César era maior que a da blogueira, mas inferior a da IFRS
2. A postagem de Alexandre era superior a 300 palavras, mas inferior em 600 palavras a postagem realizada por Marcos, que não era sobre SPED
3. A postagem sobre remuneração era de 900 palavras
Resposta do Anterior: 1) Sim. Samuel Lowell Price, contador britânico, nasceu em 1821 e morreu em 1887. Foi um dos fundadores da atual PwC. O livro Os Três Mosqueteiros, de Alexandre Dumas, foi publicado em 1844. 2) Não. William Welch Deloitte, fundador da empresa de auditoria que leva seu nome, nasceu em 1818 e morreu com 80 anos, em 1898. Carlitos, personagem de Charles Chaplin, só começa a aparecer no início do século XX 3) Não. Sir William Barclay Peat, inglês, nasceu em 1852 e morreu em 1923 e foi um dos criados da KPMG. A primeira copa do mundo de futebol ocorreu em 1930.
1. A postagem de César era maior que a da blogueira, mas inferior a da IFRS
2. A postagem de Alexandre era superior a 300 palavras, mas inferior em 600 palavras a postagem realizada por Marcos, que não era sobre SPED
3. A postagem sobre remuneração era de 900 palavras
Resposta do Anterior: 1) Sim. Samuel Lowell Price, contador britânico, nasceu em 1821 e morreu em 1887. Foi um dos fundadores da atual PwC. O livro Os Três Mosqueteiros, de Alexandre Dumas, foi publicado em 1844. 2) Não. William Welch Deloitte, fundador da empresa de auditoria que leva seu nome, nasceu em 1818 e morreu com 80 anos, em 1898. Carlitos, personagem de Charles Chaplin, só começa a aparecer no início do século XX 3) Não. Sir William Barclay Peat, inglês, nasceu em 1852 e morreu em 1923 e foi um dos criados da KPMG. A primeira copa do mundo de futebol ocorreu em 1930.
Efeitos da IFRS
Empresas 'perdem' R$ 10 bi com novas regras contábeis
Cesar Bianconi
O Estado de São Paulo - 25/3/2009
De 23 empresas do Ibovespa que divulgaram balanço pelas duas regras, 70% tiveram lucro contábil menor
A entrada em vigor no País de novas regras contábeis para os balanços fez com que as empresas listadas no índice da Bolsa de Valores de São Paulo (Ibovespa) tivessem em 2008 um lucro menor do que teriam se usassem as regras antigas. Segundo levantamento da Agência Estado, 70% das 23 companhias não financeiras do índice que divulgaram o resultado de 2008 com e sem os efeitos da nova lei 11.683 tiveram lucro contábil menor. Somada, essa “perda”, somente nessas empresas, chega a R$ 10,6 bilhões
“Os dados não surpreendem. Na maioria dos balanços que eu tenho olhado, o lucro caiu. Algumas normas sempre irão reduzir o lucro e outras podem aumentá-lo ou diminuí-lo”, diz Tadeu Cendon, sócio da PriceWaterhouseCoopers.
No geral, as empresas mais afetadas pela queda relativa no lucro no ano passado são as que possuem ativos no exterior. De acordo com Fernando Próspero, sócio da Ernst & Young, os principais fatores que têm influenciado negativamente os balanços são a forma de se registrar a variação cambial de ativos no exterior, o reconhecimento de perdas por desvalorização de ativos (“impairment”), a marcação a mercado de instrumentos financeiros, a remuneração por meio de opções de ações e o arrendamento mercantil.
Em valores absolutos, Petrobrás e Vale foram as empresas que mais sofreram com a nova lei. Embora os ajustes na maioria dos casos não tenham efeito caixa, têm influência no lucro contábil, que é a base para a distribuição de dividendos aos acionistas.
Por causa disso, à primeira vista, a adoção da nova lei foi ruim para os acionistas. Mas especialistas avaliam que o resultado pelas novas normas é mais puro, o que beneficiaria os acionistas no longo prazos.
Para Guillermo Braunbeck, professor da Fundação Instituto de Pesquisas Contábeis, Atuariais e Financeiras (Fipecafi), de qualquer forma, não deve haver muita volatilidade nos dividendos em função das novas normas. “De uma forma ou de outra, o que determina o dividendo é puramente a visão econômica da empresa e as projeções dos investimentos que ela precisa realizar adiante”, diz.
Cesar Bianconi
O Estado de São Paulo - 25/3/2009
De 23 empresas do Ibovespa que divulgaram balanço pelas duas regras, 70% tiveram lucro contábil menor
A entrada em vigor no País de novas regras contábeis para os balanços fez com que as empresas listadas no índice da Bolsa de Valores de São Paulo (Ibovespa) tivessem em 2008 um lucro menor do que teriam se usassem as regras antigas. Segundo levantamento da Agência Estado, 70% das 23 companhias não financeiras do índice que divulgaram o resultado de 2008 com e sem os efeitos da nova lei 11.683 tiveram lucro contábil menor. Somada, essa “perda”, somente nessas empresas, chega a R$ 10,6 bilhões
“Os dados não surpreendem. Na maioria dos balanços que eu tenho olhado, o lucro caiu. Algumas normas sempre irão reduzir o lucro e outras podem aumentá-lo ou diminuí-lo”, diz Tadeu Cendon, sócio da PriceWaterhouseCoopers.
No geral, as empresas mais afetadas pela queda relativa no lucro no ano passado são as que possuem ativos no exterior. De acordo com Fernando Próspero, sócio da Ernst & Young, os principais fatores que têm influenciado negativamente os balanços são a forma de se registrar a variação cambial de ativos no exterior, o reconhecimento de perdas por desvalorização de ativos (“impairment”), a marcação a mercado de instrumentos financeiros, a remuneração por meio de opções de ações e o arrendamento mercantil.
Em valores absolutos, Petrobrás e Vale foram as empresas que mais sofreram com a nova lei. Embora os ajustes na maioria dos casos não tenham efeito caixa, têm influência no lucro contábil, que é a base para a distribuição de dividendos aos acionistas.
Por causa disso, à primeira vista, a adoção da nova lei foi ruim para os acionistas. Mas especialistas avaliam que o resultado pelas novas normas é mais puro, o que beneficiaria os acionistas no longo prazos.
Para Guillermo Braunbeck, professor da Fundação Instituto de Pesquisas Contábeis, Atuariais e Financeiras (Fipecafi), de qualquer forma, não deve haver muita volatilidade nos dividendos em função das novas normas. “De uma forma ou de outra, o que determina o dividendo é puramente a visão econômica da empresa e as projeções dos investimentos que ela precisa realizar adiante”, diz.
Links
Problemas com a GE Capital
Eugene Fama: Mandelbrot está certo (sobre a Curva Normal)
Uma explicação comportamental para crise
Conselho Administrativo de Recursos Fiscais veta multa em situações de denúncia espontânea
O caso da avaliação de uma Pedra da Tanzania: 11 milhões de libras ou 300 mil?
Os gastos da AIG com Lobistas
A Contabilidade deve adaptar-se as condições econômicas?
‘Imobiliária’ da União aumenta a cada dia
Uma publicação para artigos que foram rejeitas em periódicos de matemática
Eugene Fama: Mandelbrot está certo (sobre a Curva Normal)
Uma explicação comportamental para crise
Conselho Administrativo de Recursos Fiscais veta multa em situações de denúncia espontânea
O caso da avaliação de uma Pedra da Tanzania: 11 milhões de libras ou 300 mil?
Os gastos da AIG com Lobistas
A Contabilidade deve adaptar-se as condições econômicas?
‘Imobiliária’ da União aumenta a cada dia
Uma publicação para artigos que foram rejeitas em periódicos de matemática
Mercado, Racionalidade e Crise
Tony Jackson, em Theories of rational behaviour are facing crisis (Financial Times, 23/3/2009, London Ed1, 18) traz uma consideração importante sobre a contabilidade e a crise econômica. Jackson lembra que histórias recentes estão baseadas na crença de que o preço de mercado de um bem ou ação é algo verdadeiro e inquestionável em relação a qualquer outro preço possível. Isto tem sua origem nas expectativas racionais, onde o mercado é composto por pessoas bem informadas.
Este pressuposto é essencial na questão da marcação a mercado e em outras bases de mensuração apresentadas nos últimos anos por entidades reguladoras contábeis. Um argumento daqueles que defendem a extinção do valor justo é exatamente este aspecto: não existe mercado hoje para muitos bens e ações. (Muito embora, quando o mercado estava em alta – e este tipo de avaliação não era questionado – existia também irracionalidade).
A doutrina das expectativas racionais é que se o preço da ação da empresa está em queda é que suas perspectivas pioraram.
Este pressuposto é essencial na questão da marcação a mercado e em outras bases de mensuração apresentadas nos últimos anos por entidades reguladoras contábeis. Um argumento daqueles que defendem a extinção do valor justo é exatamente este aspecto: não existe mercado hoje para muitos bens e ações. (Muito embora, quando o mercado estava em alta – e este tipo de avaliação não era questionado – existia também irracionalidade).
A doutrina das expectativas racionais é que se o preço da ação da empresa está em queda é que suas perspectivas pioraram.
Passivo
A dívida teve origem numa cobrança indevida do Banco Bandeirantes contra a empresa Transporte Pontes. Eram exatos R$ 2.260,20. Esse valor aumentou em virtude da cobrança de juros sobre juros e de atualizações de acordo com as taxas praticadas pelo banco para o cheque especial que, em alguns anos chegou a 90%. Isso fez com que a dívida ganhasse contornos dramáticos.É interessante notar que no livro Teoria da Contabilidade consta, na página 169, um caso parecido referente ao Bradesco.
(...) O processo só não se tornou um pesadelo para o Itaú porque o STJ barrou a tese de que os bancos devem ser punidos por danos causados aos correntistas.
Em julgamento realizado em 19 de fevereiro, o relator do processo, ministro Carlos Fernando Mathias, afirmou que, se houve o débito de quantias indevidas, "o que se impõe não é aplicação dos encargos próprios das instituições financeiras, mas, sim, os juros moratórios e a correção monetária". O ministro Aldir Passarinho Junior disse que essa tese de punir os bancos aplicando contra eles os juros cobrados em cheque especial "foi banida pela jurisprudência do STJ, por redundar em enriquecimento sem causa do credor". (...)
STJ nega pedido de indenização de R$ 1,77 bi – 23/3/2009 Valor Econômico
Agora a Contabilidade Ameaça dos Clubes na Espanha
Além de ser culpada pela crise financeira, a contabilidade agora é considerada como um problema para os clubes desportivos, com ameaça de desaparecimento de muitos clubes da liga espanhola.
A questão é a contabilidade dos direitos de televisão, que representam parcela significativa da receita dos clubes. Atualmente são considerados como recursos próprios do clube, de uma única vez; mas a nova norma determina considerar como antecipação, mudando a forma como estes valores irão aparecer no tempo.
Veja se você, caro leitor, consegue entender a explicação do risco para os clubes:
A questão é a contabilidade dos direitos de televisão, que representam parcela significativa da receita dos clubes. Atualmente são considerados como recursos próprios do clube, de uma única vez; mas a nova norma determina considerar como antecipação, mudando a forma como estes valores irão aparecer no tempo.
Veja se você, caro leitor, consegue entender a explicação do risco para os clubes:
De esta forma, los equipos ya no pueden incluir como partida para posibles incobrables todos los ingresos plurianuales de ingresos televisivos, como permitía la norma anterior (de 1991). Este cambio, según fuentes del sector, dispara las posibilidades de quiebra de los clubs. El PGC, así, ha rematado la maltrecha situación que atravesaban los equipos, especialmente en Segunda, Segunda B y Tercera División. Mientras, gran parte de los clubes de Primera admiten que se han retrasado en la aplicación del nuevo PGC. Por ahora, sólo han coqueteado con estas normas, que no se plasmarán del todo en las cuentas hasta julio.
Así, las consecuencias de esta situación empezarán a verse en los próximos meses en los grandes equipos, ya dañados por las deudas con Hacienda, que asciende a 625 millones. Para hacer frente a estos pagos, ya se han visto abocados a acogerse a la ley concursal ocho clubs históricos del fútbol español -Celta, Málaga, Sporting, Las Palmas, Levante, Real Sociedad, Alavés y Murcia-, que ahora están al borde de la quiebra.
La nueva contabilidad pone en riesgo de quiebra a los clubes de fútbol
20/3/2009 – Expansión – GENERAL - 21
Economista e o Mundo
A revista Time listou as cem pessoas mais influentes do mundo neste ano. Um comentário de Steven Levitt , co-autor de Freakonomics, é que os economistas não estão em destaque, com somente um representante. Gelman, em Economist-centrism, faz uma observação interessante: um economista, numa lista de cem, representa 1%. Mas os economistas representam 0,1% da população dos EUA.
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