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09 novembro 2021

Otimismo e investimento


Optimal stock investment decisions rely on assessments of the distribution of expected returns. Using a representative sample, we find over half the US population cannot answer simple questions on expected stock returns. Respondents who are unable to make any return prediction, who cannot answer questions on the distribution of expected returns, or who reveal unlikely distributional beliefs participate less in the stock market and have smaller stock investments. However, overoptimistic investors are more likely to participate in the stock market and have larger stock investments. These results persist after controlling for financial literacy, intelligence, education, and demographics. People who are ignorant about stock return distribution are more likely to invest in equities if they have higher levels of trust. Therefore, trust can substitute for cognition as a factor positively associated with individuals' propensity to invest.

Stock-Return Ignorance Yulia Merkoulova & Chris Veld Journal of Financial Economics, via aqui

Em outras palavras: para participar do mercado é necessário conhecer sobre os retornos esperados; as pessoas comuns não possuem este conhecimento; serão os otimistas que irão participar do mercado. A pesquisa controlou a educação financeira, a inteligência, a educação e aspectos demográficos. 

Valor de um livro

Um vídeo da Forbes analisa o valor de um livro. No caso, um manuscrito de Leonardo da Vinci. Em 3:30 um especialista comenta algumas das variáveis que podem determinar o valor, resumida por ele em "o que temos em mãos". Logo a seguir, em 5:20, surge o valor de 50 milhões de dólares (foi vendido por um pouco menos de 30 milhões para Bill Gates), chamado de Valor Justo. Mas com a ressalva de que só saberemos o valor quando for a leilão. Mas seria inferior ao valor de um pintura de Da Vinci, pois um quadro seria mais raro. 

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 Como a torcida afeta o resultado de uma partida de futebol - inclui o efeito da pandemia

Brincando com a silhueta do sol (fotografia)

Influência de Musk com suas postagens no mercado de criptomoedas

Como a chegada do telégrafo afetou o preço de produtos agrícolas na China - aumentou também a variabilidade

Rir é o melhor remédio

 

O que a escola ensina e o que eu preciso aprender

08 novembro 2021

Confiança Global

Ipsos faz uma pesquisa em diversos países questionando se algumas profissões são confiáveis ou não. Eis o resultado de 2021:

Médicos e cientistas, que estiveram diante da batalha contra a pandemia, receberam avaliação positiva. O valor do gráfico é a diferença entre quem confia e quem não confia em cada profissão. Por exemplo, os médicos receberam 64% de aprovação e 10% de reprovação, o que corresponde a uma valor de 54%. Políticos (menos 52%) e ministros do governo (-39%) não estão muito bem cotados. 

O relatório também está desmembrado por país. Vejamos as cotações para o Brasil:

Médicos = 66% - 9% = 55%
Cientistas = 68% - 9% = 57%
Professores = 68% - 8% = 60%
Membros das forças armadas = 35% - 26% = 9%
Polícia = 30% - 31% = 1%
Pessoas normais = 35% - 14% = 21%
Juízes = 26% - 32% = -6%
Advogados = 22% - 33% = -11%
Apresentadores de Televisão = 26% - 33% = -6%
Pesquisa de opinião = 33% - 22% = 11%
Padre e Pastor = 25% - 31% = 6%
Jornalista = 34% - 30% = 4%
Servidores públicos = 27% - 26% = 1% 
Líderes empresariais = 23% - 24% = -1%
Banqueiros = 14% - 47% = -33%
Executivos de propaganda = 19% - 28% = -9%
Ministros do governo = 11% - 65% = -54%
Políticos em geral = 6% - 77% = -71%

Ou seja, avaliamos nossos políticos e ministros pior que a média global. 

Mas gostaria de chamar a atenção para um resultado da pesquisa. Você já deve ter lido uma bobeira dizendo que no Japão o único profissional que não curva para o imperador é o professor. Além de não proceder, veja o resultado da pesquisa:
A pior avaliação para professor está na parte debaixo da figura. Veja que o Brasil é um dos países com elevada valorização ao docente. 

Empresas e sustentabilidade


A AAT, uma entidade contábil inglesa, está discutindo a divulgação de sustentabilidade no sentido de evitar a "lavagem verde" (greenwashing). A lavagem verde é a atitude de empresas que induzem investidores e público em geral a acreditar que seus produtos e serviços são mais ecológicos do que são na realidade. É uma manipulação relacionada com a questão da sustentabilidade. 

Neste sentido, "a AAT lançou uma nova orientação ética sobre sustentabilidade, que inclui uma lista de verificação para as empresas seguirem. Inclui: perguntar como sua organização e base de clientes podem ajudar a sociedade e a sustentabilidade; garantir que cada novo projeto ou área de desenvolvimento seja completamente explorada e pesquisada do ponto de vista da sustentabilidade; medir tudo, de KPIs e metas a resultados; realizar regularmente avaliações de risco; e estabelecer metas baseadas na ciência.

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 James Bond, cardápios de restaurante e taxa de câmbio histórica

Como a imprensa pode distorcer a noção percebida de risco: avião x automóvel - viés da representatividade

Um guia rápido de termos climáticos e seu significado

A melhor entrevista de xadrez - Em 2018, no torneio de Gilbratar, Ivanchuk (nascido em 1969) foi questionado sobre sua partida. Ele faz a análise de memória, com detalhes impressionantes. (via aqui). Aqui em português

Usando a linguagem textual para identificar as patentes relevantes (figura acima)

Rir é o melhor remédio

 

Itchy Feet são quadrinhos sobre diferença cultural. Mais aqui e abaixo:







07 novembro 2021

Documentos do IFAC

 O IFAC acaba de publicar Pontos de Vista (POV) em francês, árabe, russo e espanhol. A série apresenta discussão sobre relatórios corporativos, responsabilidade e transparência no setor público, profissão contábil, confiança e crise, auditoria, clima e corrupção e lavagem de dinheiro

A imagem a seguir é do setor público e mostra a quantidade de países que adotam o regime de competência:


Além disto, o IFAC está permitindo uma consulta online aos padrões desenvolvidos pelo International Audit and Assurance Standards Board (IAASB), o International Ethics Standards Board for Accountants (IESBA) e o International Public Sector Accounting Standards Board (IPSASB). Clique aqui

Contar a emissão de carbono faz sentido?


Não tinha pensado desta forma:

(...) as empresas estão sendo solicitadas a fazer é um exercício amplamente sem sentido. O fato é que não queremos medir a quantidade de carbono que está sendo injetada na atmosfera como se fosse assim que resolveremos nossa crise climática. O que nós, como sociedade, queremos é que essas emissões sejam radicalmente reduzidas. Em outras palavras, o problema que as empresas precisam resolver não é como elas medem suas emissões de carbono, mas como as eliminam e a que custo. (...)

Então, para usar um dos meus exemplos favoritos, o Aeroporto de Gatwick afirma que é um negócio neutro em carbono. Faz isso ignorando inteiramente suas emissões do escopo 3 [as criadas em razão da existência da empresa]. O fato de todo o seu modelo de negócios depende do envio de aeronaves para as pistas, o que criará grandes quantidades de emissões desnecessárias de carbono, é algo que eles optam por ignorar. Se, no entanto, eles fossem obrigados a eliminar suas emissões do escopo 3, teriam duas opções. Eles poderiam se tornar um centro de aeronaves elétricas, se fosse possível demonstrar que as aeronaves elétricas poderiam ser neutras em carbono. Como alternativa, eles poderiam admitir que é impossível alcançar seu objetivo e poderiam se declarar, nas palavras de contabilidade de custos sustentável, insolvente de carbono.

Foto: Chris LeBoutillier

Rir é o melhor remédio

 

Mídia social e sua melhor representação

04 novembro 2021

Reguladores fabricam narrativas conceituais para diluir críticas


Karthik Ramanna, em Unrealible Accounts: How Regulators Fabricate Conceptual Narratives to Diffuse Criticism antecipa um livro que será publicado em 2022. Ramanna concentra na mudança da estrutura conceitual do Fasb em 2010, que retirou os termos confiabilidade e verificabilidade do texto. Na época, o Fasb e o Iasb trabalhavam juntos e a presença dos termos seria um obstáculo ao uso, mais intenso, do valor justo. 

Para justificar a alteração, criou-se uma narrativa para eximir os reguladores de críticas. A narrativa teria como finalidade o famoso "tirar o c* da reta" (ou CYA em inglês), um termo bastante reconhecido dos jornalistas que cobrem entidades regulatórias. Seria uma forma de desviar a responsabilidade por algo. Neste sentido, como a confiabilidade e a verificabilidade eram obstáculos ao uso do valor justo, argumentou-se que os termos estavam sendo confundidos com objetividade. 


Rir é o melhor remédio


 Qualquer dúvida contábil

03 novembro 2021

FAQ sobre ISSB


A Fundação IFRS anunciou hoje a criação formal do International Sustainability Standards Board (ISSB, na sigla em inglês). Este anúncio já era previsto, mas agora temos alguns detalhes adicionais sobre o novo regulador. Eis um conjunto de perguntas e respostas para você entender o ISSB.

Qual a vinculação com a Fundação IFRS?

A ISSB estará vinculada a Fundação. Para isto, a "constituição" da Fundação foi alterada recentemente para prever a existência de uma entidade como esta. 

O que será feito das outras entidades que se dedicam a regulação na área?

O número excessivo de entidades que emitiam normas já tinha sofrido uma redução recente. Mas algumas destas entidades serão absorvidas pelo ISSB, como é o caso Value Reporting Foundation até junho de 2022. Não está claro como o pessoal destas entidades serão aproveitados na nova entidade, nem como as questões culturais e de estrutura administrativa e financeira será resolvido. 

E o GRI? Continuará existindo?

Sim, de maneira independente. A entidade declarou que pretende continuar colaborando com a Fundação IFRS.

Onde será a sede da ISSB?

Como tem sido praxe de entidades internacionais, a escolha é por cidades aprazíveis, com um bom sistema de transporte, segurança para seus membros e possibilidade de desfrutar uma boa vida. A escolha foi por Frankfurt. Por coincidência, ou não, o atual presidente da Fundação IFRS é alemão. Lembrando que a sede oficial da Fundação IFRS é o Delaware (não Londres). Mas anunciou que haverá centros regionais. 

Quem está apoiando a nova entidade?

Diversos apoios já foram declarados, como o IFAC, o IPSASB, o IOSCO e diversas entidades profissionais. O CFC ainda não declarou apoio, mas deverá fazê-lo breve. Algumas empresas de auditoria manifestaram apoio também. 

E os Estados Unidos?

Boa pergunta. Não vi nenhuma manifestação formal da SEC, por exemplo. O apoio não deixa de lançar uma expectativa de um reatamento entre Fasb e Iasb. Mas particularmente arriscaria que não existirá.

A nova entidade será dedicada ao ambiente, ao social, a governança ou todos os itens?

Formalmente, todos os itens. Mas o presidente da Fundação IFRS declarou que a sustentabilidade, em especial as mudanças climáticas, é a questão definidora.

Como será a representatividade da nova entidade?

Apesar da presença global e a representação de todas as regiões do mundo, incluindo as economias emergentes e em desenvolvimento, acredito que haverá uma distribuição onde os países mais ricos terão um peso maior. Isto ainda não está certo, mas já foi divulgado que serão três membros da região Ásia-Oceania, três membros da Europa, três membros das Américas, um membro da África e quatro membros nomeados de qualquer área.

Quem vai comandar a ISSB?

Ainda não foi definido. Haverá um presidente, um vice, pelo menos, e 14 membros. Depois de definido os membros é que os trabalhos irão começar. Acredito que algumas pessoas da Value Reporting serão aproveitadas aqui, mas não é garantido. 

O trabalho irá começar do zero?

Não. Em março foi criado um grupo, denominado de TRWG, responsável por desenvolver algumas iniciativas e recomendações técnicas. Este grupo já divulgou o seu trabalho, baseado em quatro pilares estratégia, gerenciamento de riscos, e métricas e metas

Qual será a governança?

O ISSB estará no mesmo nível do IASB, sendo supervisionado pelos curadores. E o processo de trabalho será o mesmo da Fundação. Haverá um Comitê Consultivo de Sustentabilidade e grupos regionais criado pelos curadores. 

Qual será a missão do ISSB? 

Segundo divulgado, desenvolver padrões globais e requisitos de divulgação para facilitar relatórios consistentes e comparáveis por empresas em todas as jurisdições, para ajudar a direcionar capital para negócios resilientes a longo prazo, na transição para uma economia de baixo carbono.

Como serão denominado os padrões?

IFRS Sus­tain­abil­ity Dis­clo­sure Standards

Fontes: aqui aqui aqui aqui aqui

Contabilidade e Ambiente - 1


No encontro entre os principais líderes mundiais, em Roma, foi divulgada uma declaração e em um determinado tópico temos:

Saudamos também o programa de trabalho da International Financial Reporting Standards Foundation para desenvolver um padrão global de relatórios de linha de base sob governança robusta e supervisão pública, com base na estrutura da Força-Tarefa do FSB sobre Divulgações Financeiras Relacionadas ao Clima e no trabalho dos definidores de padrões de sustentabilidade.


Netflix e o processo de escolha


Lendo Eric Johnson (que acabou de lançar um livro sobre escolha) no Behavioral Scientist (How the Netflix choice engine tries to maximize happiness per dollar spent) encontrei algo que tentava entender e não conseguia: a razão da mudança do sistema de classificação da empresa, de nota para binário. 

Mas antes disto é importante dizer que Johnson mostra como a Netflix trabalha para que você possa usar seus serviços. São vários itens. Por exemplo, a empresa tem um catálogo de 6 mil títulos, mas eles reduzem estas opções para algo em torno de 80, usando seus algoritmos. 

Mas a parte que me interessava: qual o motivo de deixar de usar uma escala de nota? Veja que isto interessa aos pesquisadores, que pedem para seus entrevistados responderem questionários, e gostam de usar a escala de nota. Mas a Netflix parece ter optado pela escala binária. Eis o que Johnson diz:

A Netflix usou uma escala de 5 estrelas, mas acreditava que as pessoas estavam confusas com a escala. As pessoas descobriram que a escala de polegares era mais fácil de usar e a mudança para polegares dobrou o número de classificações coletadas. Eles também descobriram que as pessoas tendiam a avaliar apenas os filmes de alto nível e sérios com uma 5 empresas, embora ficassem felizes em dar um sinal positivo para uma comédia assistida. A escala de resposta binária tornou os avaliadores menos pretensiosos e talvez mais honestos. 

Tudo isto foi feito usando os testes A/B, com milhões de espectadores. 

Globalização e Big Data no mercado financeiro

Marc Flandreau argumenta que as empresas de tecnologia estão cada vez mais parecidas com bancos. O capital de hoje está muito parecido com o que ocorria no século XIX. Eis um trecho:

We argue that the clauses were valuable because they were information. While silent on the process whereby the assets would be repossessed, prospectuses were exceedingly detailed when it came to identifying the resource and describing the algorithm whereby information on foreign payments from the sources would be released. Sworn information intermediaries were involved, monitoring the execution of payments from, say, the borrower’s custom house. The funds became traceable in real-time: If for instance the money for the semester’s dividend was not forthcoming by a certain date specified in the contract, the intermediaries would write or telegraph to the agents for the loan London, and the credit event would be documented in the newspapers.

Fiscalização das auditorias das empresas chinesas: 2024 prazo limite


Com o escândalo da Enron, o legislativo dos Estados Unidos aprovou normas para fiscalização do trabalho dos auditores das empresas com ações negociadas na bolsa. Foi criado o PCAOB e muitas jurisdições estrangeiras, incluindo o Brasil, passaram a permitir que a entidade fiscalizasse os auditores. Duas exceções: China e Hong Kong.

Em 2020, novamente o Congresso dos Estados Unidos aprovaram uma nova norma. Pela lei, as ações de uma empresas serão proibidas de serem negociadas se uma jurisdição impedir que o PCAOB inspecione a auditoria por três anos consecutivos. A SEC regulou a norma e deve iniciar antes do final de 2021. Isto significa que em 2024 o prazo deve finalizar para as empresas chinesas com ações no mercado dos EUA.

Fonte: aqui. Foto: Annie Spratt

Links

Não plante árvores, cultive florestas

Como melhorar a publicação em economia: grande parte do atraso surge do comportamento demorado dos autores na revisão do trabalho (acho que ser para contábeis também)

Até no clero, a Islândia é diferente (via aqui)

Seis razões do ser humano usar máscaras

O plano maluco de Portugal ser um dos maiores países do mundo (vídeo)

Rir é o melhor remédio

 

como pagar menos imposto de renda: compre um zoológico. O fiscal do imposto não sabe quanto custa alimentar um elefante

02 novembro 2021

Maldição do Conhecimento



De um artigo de Tim Harford, a maldição do conhecimento ou a dificuldade que uma pessoa bem informada tem em "apreciar", completamente, a ignorância de outras pessoas. Tim descreve sua experiência em ler as instruções de um exame de Covid, que talvez estivesse clara para quem escreveu, mas era bem confusa para ele. 

Tim comenta de um experimento famoso feito por Elizabeth Newton. Ela dividiu os participantes em dois grupos e pediu que um dele fizesse o som de uma música famosa, como Raindrops Keep Falling on my Head. A outra pessoa tinha que adivinhar a música. Para quem fazia o som, parecia muito fácil a tarefa. Apostavam que o acerto seria de 50%. Mas para quem escutava, tentando adivinhar, era bem difícil. Quem estava fazendo o ruído, podiam "ouvir" a música na cabeça, enquanto faziam o barulho. Eles não pensavam na música sem "ouvir" a letra. 

Isto não é novo, obviamente. Mas em um mundo com tanta informação, a chance de ocorrer aumenta substancialmente. Pense nas vezes que você tentou seguir as instruções de um produto e não conseguiu. Eis aí um exemplo desta maldição. 

Foto: cena clássica do filme Butch Cassidy and Sundance Kid

Passaporte de vacinação pode ser útil para entender as normas contábeis


A revista The Economist trata do caos com os passaportes da vacina no mundo. É um bom exemplo para ilustrar as vantagens e desvantagens do processo de padronização. E como isto envolve questões técnicas, mas também questões políticas. A discussão é válida para as normas contábeis. Abaixo, os trechos mais significativos:

Muitos países não exigiam passaportes para a entrada de estrangeiros antes da 1.ª Guerra. Mas, conforme o conflito se espalhou, Estados se apressaram em adotar documentos de viagens para ajudar a manter a segurança de suas fronteiras. Portanto, após o armistício, acumulou-se uma variedade desconcertante de informações a respeito de diferentes nacionalidades, que provocavam mais caos do que clareza nos postos de controle fronteiriço. Mas retornar a um mundo em que as pessoas podiam viajar livremente pelas fronteiras se tornou inimaginável.

Em 1920, a Liga das Nações entrou em ação e projetou um livreto de 32 páginas, com o nome do país na capa e informações pessoais básicas, como local e data de nascimento. Alguns governos reclamaram. A França achava o livreto caro demais para imprimir em comparação ao cartão de frente e verso que utilizava – e levou alguns anos para eles se adaptarem. Hoje, porém, todos os passaportes seguem o mesmo modelo. Seja em Heathrow, no Reino Unido, ou no Aeroporto Internacional Moshoeshoe I, em Lesoto, autoridades são capazes de olhar para um passaporte e ter uma boa noção a respeito de que privilégios desfruta o portador do documento.

Durante a pandemia, um processo similar ocorre. Estados se apressaram para criar passaportes de vacinas para impedir o vírus de atravessar fronteiras – ou as portas de um restaurante ou de uma academia de ginástica. Com frequência as pessoas têm de provar que foram vacinadas, que testaram negativo recentemente ou que tiveram covid e se recuperaram.

(...) O problema é que esses passes não são interoperáveis. A maioria parece igual: um QR code num smartphone ou num pedaço de papel. Mesmo assim, até escanear os códigos pode ser problemático. Diferentes aplicativos de verificação leem diferentes tipos de passes. Uma vez escaneados, os códigos oferecem informações que variam, dependendo do sistema de saúde nacional ou local ou regras de privacidade. (...)

Passou da hora de padronizar. Ainda assim, desenvolver um passe digital de saúde é mais complicado do que desenvolver um documento de viagem. Passaportes podem revelar idades, mas passes de vacina são portas de entrada para informações pessoais de saúde. Isso assusta as pessoas.

Mesmo entre países com índices de vacinação relativamente altos, o apoio aos passaportes de vacinação ainda varia, de 52% na Hungria, a 84% no Reino Unido. Na Índia, as pessoas estão acostumadas a compartilhar impressões digitais e escaneamentos de íris, como parte do sistema de identificação biométrica Aadhaar. Ainda assim, muita gente, como a editora executiva Debjani Mazumder, se preocupa com a possibilidade de farmacêuticas e seguradoras terem acesso aos seus registros de saúde. “Sinto-me como uma cobaia”, afirma Mazumder.

(...) Quando agentes de empresas aéreas, empregadores e funcionários de bares escaneiam QR codes, eles checam duas coisas: a confirmação de que os portadores estão vacinados ou testados contra covid e uma assinatura digital provando que a informação vem de um emissor confiável. A uniformidade entre os passes digitais de saúde requereria um amplo acordo a respeito de qual informação exata de saúde incluir – e como qualificá-la e empacotá-la.

Isso deveria ser relativamente fácil. Em agosto, a Organização Mundial da Saúde (OMS) publicou um guia com as recomendações mínimas de dados para um certificado. O nome e a data de nascimento do portador, mais a marca e o número do lote da vacina são considerados necessários. Identificar quem ministrou a inoculação – o que vem incluído em alguns passes –, não.

O mais complicado é criar um sistema unificado de checagem de assinaturas digitais de autoridades de saúde. Criar um repositório de todas as assinaturas confiáveis é uma tarefa cara e carregada de tensão política. Países com sistemas nacionais de saúde pública, como o Reino Unido, possuem apenas um emissor. Mas, nos EUA, há cerca de 300, incluindo governos estaduais, hospitais e farmácias.

Confiança

Sem uma maneira confiável de verificar certificados internacionalmente, até a mais avançada tecnologia falha. George Connolly, diretor da OneLedger, a firma que desenvolveu o OnePass, um passaporte de vacinação com base em blockchain. Ele diz que o aplicativo acessa dados de apenas cerca de 20 jurisdições.

Então, ele faz com que firmas terceirizadas obtenham passes de saúde de outros lugares, telefonando e mandando e-mails para autoridades sanitárias. Dakota Gruener, diretora da id2020, uma parceria público-privada com foco em identificação digital, virou os olhos. “Uma blockchain não é necessária”, afirma. “A blockchain é apenas uma distração.”

Os avessos à tecnologia têm motivos para se orgulhar. Conforme diz Albert Fox Cahn, do Surveillance Technology Oversight Project, um grupo de defesa de direitos, “há tanto dinheiro sendo gasto para instalar essas lindas e brilhantes novas cercas de metal em torno de nossa sociedade, ao mesmo tempo em que as cercas de madeira ainda cumprem bem sua função.”

Pedaços de papel assinados por médicos, como o “cartão amarelo” da OMS, têm sido suficientes para registrar imunizações há décadas. Eles são mais inclusivos globalmente, dado que muita gente em países pobres não tem smartphones. A julgar pelos preços do mercado clandestino, os passes de papel não seriam tão mais fáceis de falsificar. Falsificações de certificados de vacina em papel supostamente emitidos pelos Centros de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA saem por US$ 150 no Telegram, mais caro do que algumas alternativas digitais.

Atribuição O maior impedimento para passaportes de vacina não é a tecnologia, mas a geopolítica. Seria necessário uma organização sofisticada em termos de saúde, tecnologia e diplomacia, para fazer os países concordarem com padrões globais. Isso parece uma função óbvia da OMS. Enroscada na rivalidade entre EUA e China, porém, a organização tem sido atacada por todos os lados em razão da maneira com que tem lidado com a pandemia. A respeito dos passes digitais, a OMS se atrapalhou. Mesmo tendo publicado extensos documentos descrevendo como os passaportes de vacina deveriam ser projetados, a entidade insiste que provas de vacinação não deveriam ser exigidas de viajantes internacionais enquanto a distribuição de vacinas estiver tão concentrada nos países ricos.

Fundamentalmente, a OMS rejeitou se envolver na validação e verificação dos documentos. Manter um registro de signatários confiáveis requerer uma grande equipe de funcionários. Também exige escolhas políticas, como a respeito de reconhecer signatários como Palestina ou Afeganistão – e quais vacinas são válidas. A OMS também deveria ter de adotar algum tipo de ação quando algum Estado violasse as regras. Carmen Dolea, diretora do Secretariado Internacional para Regulações de Saúde, da OMS, diz que essa tarefa vai além de suas atribuições. “Há questões de responsabilização”, afirma.

Ainda assim, mesmo que de maneira destrambelhada, o mundo parece estar convergindo para alguns padrões e tecnologias. Os padrões da UE para certificações digitais relativas à covid, por exemplo, também estão sendo usados na Turquia a na Suíça. Os padrões indianos foram adotados no Sri Lanka e nas Filipinas.

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A restauração de uma pintura, para seu estado original, pode piorar a obra: caso do Vermeer e Van Eyck (foto)

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Periódicos predatórios - inclui cópias piratas de artigos de periódicos legítimos, mudança de nome de periódicos ...

James Bond e o risco nas aventuras - risco que 007 corre nas viagens globais, incluindo patógenos transmitidos por animais, desidratação por excesso de Martinis e sexo inseguro. Especula-se que 007 contraiu toxoplasmose, pelo comportamento imprudente

Covid e a ciência aberta

Quantos sites existem no mundo?

Operação cúpido: Melhor filme sobre vinho?

Rir é o melhor remédio


 Quatro estágios de uma aula

01 novembro 2021

Contadores: Adaptação, não substituição

Quaisquer que sejam seus medos, o avanço perpétuo da tecnologia não substituirá os contadores - mas exigirá que eles mudem significativamente, de acordo com Jason Marx, presidente e CEO da Wolters Kluwer Tax & Accounting.

"Os contadores precisam pensar muito mais em adaptação do que em substituição", disse Marx aos participantes na conferência anual de usuários da empresa, realizada esta semana em Austin, Texas. “A tecnologia melhora a eficiência, removendo etapas manuais e reduzindo o erro humano. Ele impulsiona o processamento direto, em vez de substituir os contadores, e os libera para se concentrarem no trabalho mais estratégico que exige criatividade, colaboração e imaginação."

Isso, claro, só é verdade se eles tirarem proveito das ferramentas em questão: Marx contrastou uma pesquisa de Robert Half de 2019, na qual os contadores relataram esmagadoramente estar preocupados com o potencial de tecnologia, com um estudo de Wolters Kluwer, de 2021, que mostrou que apenas 7% das pequenas empresas — e apenas 2% surpreendentes das grandes empresas — acreditam que eles estão maximizando o uso da tecnologia.

Ele acredita que os profissionais tributários e contábeis estão mais do que prontos para o desafio. "Você faz parte de uma profissão que provou sua coragem, determinação e resiliência repetidamente", disse ele aos participantes da conferência. “Você serviu como heróis calmos nos bastidores para manter as empresas funcionando durante tempos muito, muito difíceis. Você está equilibrando as implicações de novas regulamentações tributárias, acelerando as tendências do mercado para tecnologia e mobilidade, uma verdadeira guerra por talentos e demandas urgentes de clientes o tempo todo."

Para ajudá-los a entender e enfrentar todos esses desafios, ele explicou cinco grandes tendências de mercado que estão moldando a contabilidade e que precisam ter em mente à medida que avançam.

1. A mudança para a nuvem - "A pandemia serviu como catalisador para estabelecer o valor e a flexibilidade do software em nuvem", disse Marx. "Isso trouxe fatores como alta disponibilidade, custos mais baixos para recuperação de desastres, continuidade de negócios, gerenciamento remoto da força de trabalho e agilidade dos negócios", e a mudança só está se acelerando.

2. A mudança para o trabalho remoto - Embora esse movimento esteja gerando uma necessidade de colaboração e eficiência mais rigorosas na experiência do cliente, seu impacto está realmente sendo sentido internamente. "A experiência da equipe se tornou muito mais relevante, com os crescentes impactos da guerra para os principais talentos, que certamente foram agravados pela pandemia", explicou Marx.

3. Os crescentes requisitos para troca e relatórios de dados em tempo real - "Isso está sendo impulsionado pela captura automatizada de dados de origem por relatórios regulatórios que exigem dados consistentes e pela crescente importância das APIs que permitem às empresas tratar plataformas como nosso próprio CCH Axcess como um hub central", segundo Marx.

4. Tecnologia emergente que permite um trabalho de maior valor - Ao reduzir a entrada manual de dados e melhorar a precisão, ferramentas tecnológicas emergentes e avançadas - e pelo menos 90% das empresas esperam que essas ferramentas os ajudem a obter melhores resultados na próxima temporada de impostos, de acordo com uma pesquisa de 2021 da Wolters Kluwer citada por Marx. “Quarenta por cento de todas as empresas disseram que eram inovadoras ou adotantes iniciais de tecnologia e 54% das grandes empresas, e todas elas relataram níveis mais altos de confiança e melhores resultados do que as empresas que se rotulam como mais lentas para adotar."

5. Mudança legislativa e regulatória - O volume, a velocidade e a intensidade das mudanças legislativas e regulamentares estão ficando esmagadores. “Não há dúvida de que o ritmo da regulamentação mudou nos últimos anos - bem, você sabe disso; você vive isso. É praticamente ininterrupto, e não vemos isso mudando ", disse Marx. “Muitos de vocês se perguntam se algum dia veremos um retorno a uma temporada normal de impostos, mas planejar a temporada de impostos está se tornando mais complicado por mudanças tardias no preenchimento de prazos e formulários."

Fonte: aqui

Meta

 

No final da semana passada o executivo do Facebook anunciou que haveria uma mudança no nome da empresa para Meta. (Na realidade o anúncio vai um pouco além da mudança do nome)

Na sexta, a empresa Meta Materials teve um acréscimo de 24% no preço das ações, antes que o investidor desse conta que era outra empresa. Não é a primeira vez, nem será a última, onde o mercado confunde o nome de uma empresa. Aconteceu com a Zoom (software), logo no início da pandemia. Ou até em termos geográficos, com uma confusão entre Nigéria e Niger

Imposto mínimo


O governo democrata de Joe Biden quer aumentar a arrecadação. Uma primeira ideia era taxar os bilionários. A proposta é bastante controversa. Agora outra proposta surgiu: o imposto mínimo para as empresas. Nos Estados Unidos - assim como aqui, em alguns momentos da nossa história - as empresas apresentam uma demonstração financeira para o fisco e outra para os acionistas. A alíquota nominal é de 21% e a proposta seria a seguinte: a empresa pagaria pelo menos 15% sobre o lucro que informam aos acionistas, se o valor for maior que os 21% indicado ao fisco.

Apesar do apoio dos políticos do partido de Biden, a proposta parece não ter agradado aos contadores de lá, segundo informa a newsletter do Deal Book. Uma pesquisa informal entre 39 acadêmmicos de contabilidade não encontrou nenhum apoio. A resistência refere-se a redução da qualidade das informações contábeis para os acionistas. Além disto, os políticos estimam um geração adicional de 400 bilhões de dólares em dez anos, mas uma estimativa da Universidade da Pensilvânia encontrou um valor de 227 bilhões e outra do Centro de Política Tributária achou US $ 110 bilhões.

Foto: aqui

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Os CAPTCHAs são deprimentes porque as fotos são sombrias, sem alegria e carecem de humanidade 

Como vacinar o mundo mais rapidamente - A produção global tem sido impressionante e acelerada: de acordo com a Airfinity, uma empresa de análise de ciências da vida, a marca de produção de bilhões de doses foi atingida em 12 de abril. Um bilhão a mais foi produzido em 26 de maio e o terceiro bilhão em 22 de junho. Isso é bom. Mas precisamos de 11 bilhões de doses para vacinar completamente 70% do mundo, o que pode não acontecer até 2022. (...) se reduzirmos o tamanho da dose, podemos vacinar mais pessoas de cada frasco de vacina. 

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Lêmures possuem senso de ritmo

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Três regras para investir em ações

30 outubro 2021

Dez Filmes para Contadores


Vejo agora uma relação de dez filmes com contadores. É diferente das tradicionais listas e como conhecia 8 dos 10 filmes resolvo trazer aqui (com meus comentários)

Dez filmes com contadores

1. Dave, Presidente por um dia - com Kevin Kline e Sigourney Weaver - onde o presidente dos EUA é substituído por um sósia.

2. Primavera para Hitler - onde um contador sugere criar uma peça ruim para, com o prejuízo, resolver os problemas de um empresário. Mel Brooks é garantia de coisa boa.

3. A Honra do Poderoso Prizzi - com Kathleen Turner e Jack Nicolson. Turner é uma especialista em impostos. O diretor é John Huston, que não precisa de apresentações, em um dos últimos trabalhos

4. Lista de Schindler - A história real de  Itzhak Stern, que ajudou a salvar judeus na Segunda Guerra. Spielberg dirigiu. 

5. Os Intocáveis - de Brian de Palma, com Kevin Costner e De Niro, sobre a prisão de Al Capone, acusado de sonegação de impostos

6. Império do Crime - um filme de 1991. Confesso que não vi. 

7. A Felicidade não se compra - Frank Capra com James Stewart sobre a importância de uma pessoa na vida de outras. É interessante que indiquei este filme no podcast da dissertação da Tais Lara. Só não emociona quem não tem coração. No final do filme um contador aparece em uma cena bem conhecida. 

8.  Um sonho de liberdade - Tim Robbins é um prisioneiro que ajuda o diretor a fazer seu imposto de renda. Considerado o melhor filme, segundo a nota do Imdb: 9,3. Mais da metade dos que assistiram deram nota 10. 

9. Fuga a Meia Noite - Robert De Niro ajuda um contador na sua fuga. 

10. Tudo bem no ano que vem - Alan Alda é o contador da história, com Ellen Burstyn. Confesso que não vi. 

28 outubro 2021

Efeito Streisand

efeito Streisand, aquela coisa em que você tenta encobrir algo ruim dizendo às pessoas para pararem de falar sobre isso, e então, opa, todo mundo está falando sobre isso, porque você lhes disse para não falar. 


A primeira lei do efeito Streisand é que ninguém aprende com exemplos anteriores do efeito Streisand. Alguns vão pelo menos tentar sutileza, mas esses esforços também fracassam inevitavelmente. 

A Arábia Saudita, por exemplo, está tentando evitar a publicidade tóxica, comprando um time da Premier League inglesa, o que é como comprar um traje de carne para evitar cachorros. Em primeiro lugar, ninguém gosta de donos de equipes EPL, nem mesmo os fãs dessas equipes. 

Em segundo lugar, você já ouviu as coisas que os fãs de futebol britânicos dizem uns aos outros? Como crianças malvadas no ônibus escolar, só que mais bêbadas, eles vão identificar sua fraqueza mais sensível e martelá-la com cânticos, canções e sinais que passam de geração em geração. 

Antes do novo time da Arábia Saudita, o Newcastle United, jogar sua primeira partida sob nova direção contra o Tottenham Hotspur, os fãs do Spurs tiveram a ideia de usar máscaras de Jamal Khashoggi e gritar sobre o técnico do Newcastle, Steve Bruce, sendo assassinado como o jornalista. 

As cabeças mais frias prevaleceram, porque os fãs dos Spurs não são nada senão elegantes. Em vez disso, eles meramente previram a demissão inevitável de Bruce. Mas aonde quer que Newcastle vá agora, os fãs e a mídia vão trazer à tona todas as coisas que a Arábia Saudita fez de errado nos últimos 50 anos ou mais, desde o assassinato de Khashoggi até seu tratamento abismal com as mulheres. O efeito Streisand não poupa ninguém.

(Bloomberg)

O efeito Streisand recebeu o nome em homenagem a atriz e cantora, Barbara Streisand, que tentou impedir que falasse da sua mansão (foto). Obviamente que o efeito foi o inverso. 

Sobre a norma da descontinuidade


A equipe do Australian Accounting Standards Board (AASB) publicou 'Divulgações de preocupação: um caso para definição de padrões internacionais'.

O documento analisa o feedback recebido de várias partes interessadas, australianas e internacionais, no período de julho de 2020 a março de 2021, incluindo preparadores de demonstrações financeiras, auditores, reguladores e usuários. A pergunta feita foi se os atuais requisitos de relatórios de continuidade operacional do IAS 1, Apresentação das Demonstrações Financeiras, são suficientes em sua forma atual ou se é um assunto que precisa ser tratado pelo IASB

Em relação à adequação das divulgações atuais de continuidade operacional, o feedback indicou que há problemas em torno da inconsistência e da interpretação inadequada dos requisitos atuais. Além disso, foram levantadas preocupações em relação à diversidade na prática em relação às informações divulgadas nas circunstâncias em que as demonstrações financeiras são preparadas com base em continuidade, mas a administração está ciente de eventos ou condições que podem lançar dúvidas significativas sobre esse julgamento. Os entrevistados também sugeriram que o desenvolvimento de orientações seria útil para garantir consistência e comparabilidade das demonstrações financeiras quando a entidade não for mais uma preocupação permanente.

No geral, com base nas conclusões apresentadas, o documento recomenda que o IASB revise a IAS 1 para desenvolver exemplos e orientações específicas para os preparadores sobre como avaliar e divulgar questões relacionadas a assuntos. Os autores também recomendam que o IASB inicie um projeto de pesquisa para entender melhor a extensão das considerações subjacentes em relação à preparação de demonstrações financeiras de forma não contínua.

Fonte: aqui. Foto: Ruffa Jane Reyes

Conversando com Estranhos


Na última década e meia, os pesquisadores  começaram a se perguntar se interagir com estranhos também poderia ser bom para nós: não como um substituto para relacionamentos íntimos, mas como um complemento para eles. Os resultados dessa pesquisa foram impressionantes. Repetidas vezes, estudos mostraram que conversar com estranhos pode nos tornar mais felizes, mais conectados às nossas comunidades, mentalmente mais afiados, mais saudáveis, menos solitários e mais confiantes e otimistas. No entanto muitos de nós desconfiam dessas interações, especialmente depois que a pandemia de coronavírus limitou nossas vidas sociais com tanta severidade.(...)

Em um experimento diferente desenvolvido pelo psicólogo da Universidade de Chicago, Nicholas Epley e sua então estudante Juliana Schroeder, pessoas foram instruídas a falar com estranhos em transporte de massa, relatando um trajeto significativamente mais positivo e agradável do que aqueles que não o fizeram. Em média, as conversas duraram 14,2 minutos, e os falantes gostaram muito dos estranhos com quem conversaram. Pessoas de todos os tipos de personalidade se divertiram.

(...) Se conversar com estranhos é tão agradável - e tão bom para nós - por que as pessoas não fazem isso com mais frequência? Essa é uma grande questão, respondida por questões de raça, classe e gênero, cultura, densidade populacional e décadas de mensagens (às vezes válidas) do "perigo do estranho". Mas a resposta principal parece ser dupla: não esperamos que estranhos gostem de nós e também não esperamos gostar deles.

Um fenômeno semelhante apareceu no trabalho de Sandstrom com outro grupo de psicólogos, liderado por Erica Boothby, chamado de "lacuna de gostar".”A pesquisa deles descobriu que os participantes do experimento (especialmente os mais tímidos) acreditavam que gostavam mais do estranho do que o estranho gostava deles. Essa percepção errônea impede as pessoas de procurar essas interações e, por sua vez, as priva não apenas de aumentos de felicidade e pertencimento a curto prazo, mas também de benefícios mais duradouros, como conhecer novos amigos, parceiros românticos ou contatos comerciais.

Mas uma força mais profunda também está em jogo aqui. Os participantes desses estudos esperavam muito pouco das próprias conversas. Quando Epley e Schroeder pediram aos passageiros que imaginassem como se sentiriam se conversassem com uma nova pessoa versus permanecessem solitários, aqueles que imaginavam conversar com um estranho previram que seus deslocamentos seriam significativamente piores. Essa previsão é reveladora. Por que foi uma surpresa tão grande que um estranho pudesse ser acessível, cordial e interessante? (...)

Sandstrom tinha uma explicação diferente (e mais simples) de por que não conversamos com estranhos: ela acreditava que as pessoas simplesmente não sabiam como fazê-lo. Então ela decidiu ensiná-los.

Em colaboração com o agora extinto grupo londrino chamado Talk to Me, Sandstrom realizou uma série de eventos que visavam mostrar às pessoas o quão agradável era conversar com estranhos - e aprender mais sobre por que as pessoas estavam tão hesitantes em fazê-lo. Desde então, ela desenvolveu algumas técnicas para ajudar a acalmar esses medos. Por exemplo, ela diz às pessoas para seguirem sua curiosidade - observe algo, elogie uma pessoa ou faça uma pergunta. Geralmente, porém, ela apenas deixa as pessoas descobrirem por si mesmas. Depois de superar o desafio inicial, eles acham que ela chega a eles naturalmente. "Você não pode calá-los", diz ela. "No final, eles não querem parar de falar. É fascinante. Eu amo isso."(...)

Fonte: aqui

Rir é o melhor remédio

 

Planejado e realizado

27 outubro 2021

Memes e Pandemia


Os memes, imagens engraçadas compartilhadas na internet, ajudaram as pessoas a lidar melhor com o enfrentamento da pandemia de covid-19. É o que indica um estudo realizado por pesquisadores da Universidade do Estado da Pennsylvania e da Universidade da Califórnia Santa Barbara. O trabalho foi publicado no periódico científico Psychology of Popular Media.

Segundo a Associação Americana de Psicologia, responsável pelo jornal onde o estudo foi publicado, as pessoas que viram memes tiveram níveis mais altos de humor. O levantamento foi feito via internet e contou com a participação de 748 pessoas.

Os melhores resultados na melhoria do humor foram com os memes especificamente relacionados com a pandemia.

A pesquisa apontou ainda que as pessoas que viram memes sobre bebês ou filhotes de animais tendiam a pensar menos sobre a pandemia.

"Embora a Organização Mundial da Saúde recomende que as pessoas evitem mídias relacionadas com a covid-19 para o benefício da saúde mental, nossa pesquisa mostra que os memes sobre a covid-19 podem ajudar as pessoas a se sentirem mais confiantes na capacidade de lidar com a pandemia", disse, em nota, Jessica Gall Myrick, autora do estudo e professora da Pennsylvania State University.

Fonte: Exame

Futuro do profissional e Análise dos Dados


Em 3 habilidades necessárias para o futuro profissional tem-se:

2). Análise de dados Com o ritmo atual de mudança, a análise de dados é uma habilidade essencial que os contadores precisarão no futuro. Isso inclui não apenas a perspicácia tecnológica, mas também as habilidades de mineração e extração de dados, análise operacional e habilidades de modelagem estatística, bem como a capacidade de identificar as principais tendências de dados. Os contadores devem ser capazes de entender os dados e conversar com seus clientes e / ou colegas sobre o desempenho dos negócios, não apenas sobre finanças. 

Tenho visto cursos enfatizando "econometria" ou "cálculo" como conteúdo, inclusive o de graduação, mestrado e doutorado da minha universidade. Acho isto um grande erro. Mas mudar a mentalidade das pessoas é muito difícil. O que dirá mudar o currículo.

Foto: aqui

Confiança, Marketing ou Mentira

Quando é muito difícil definir um executivo: confiante, marqueteiro ou mentiroso? O texto procura uma resposta:


(...) Mais especificamente, Baron pressionou Musk a respeito de seu grande plano para um “telhado solar”: um telhado para casas que seria feito de painéis solares. Ele revelou a ideia em 2016, em parte para justificar o acordo com a SolarCity, e em determinado momento afirmou que estaria pronto para implantação generalizada no ano seguinte – uma afirmação ousada para o que, na época, era um conceito nada funcional. Cinco anos depois, o telhado ainda não está em produção em massa, embora Musk não tenha desistido.

“Tenho o hábito de ser otimista com os cronogramas”, disse Musk. “Se eu não fosse otimista, não acho que teria fundado uma empresa de carros elétricos ou de foguetes”.

Baron não estava comprando a ideia. “É mais do que otimista”, disse ele sobre os prazos do telhado solar. “É simplesmente mentira”.

Então Musk é otimista ou mentiroso? A verdade pode ser um pouco de cada coisa: seja sua previsão de um telhado solar em 2017, um Tesla totalmente autônomo em 2018 ou um milhão de robô-táxis nas ruas em 2020, Musk muitas vezes falha em cumprir o prometido. E, no entanto, é essa mesma ambição ultrajante que levou suas empresas a realizações que poucos pensavam possíveis, desde liderar uma revolução elétrica na indústria automotiva até o pioneirismo na exploração comercial do espaço.

Da mesma forma, as travessuras e os tuítes bizarros de Musk – desde se coroar “Rei da Tecnologia” da Tesla num processo federal até vender lança-chamas, fumar maconha no podcast de Joe Rogan e batizar seu filho X Æ A-12 – podem ser vistos de duas maneiras. Um ponto de vista é que ele é um idiota imaturo, mimado e sem autocontrole. O outro, que o próprio Musk sugeriu no tribunal esta semana, é que ele é um marqueteiro e showman inventivo.

(...) Mas não há como negar que ele teve sucesso em transformar a Tesla num nome famoso em todo o mundo sem fazer um único comercial de carro. Mais uma vez, as duas coisas podem ser verdadeiras: Musk é um tagarela imprudente e ególatra, mas também um mestre da mídia.

Elon Musk é um gênio do marketing ou um narcisista? - Por Will Oremus - The Washington Post

26 outubro 2021

CFC e a elaboração de normas do setor público


Em reunião realizada no dia 7 de outubro, o Plenário do Conselho Federal de Contabilidade (CFC) aprovou a criação do Comitê Permanente para Contabilidade Aplicada ao Setor Público (CP Casp). A iniciativa surgiu em razão do relevante trabalho de convergência normativa que vem sendo executado pelo Grupo Assessor (GA) das Normas Brasileiras de Contabilidade Aplicadas ao Setor Público (NBC TSP). 

De acordo com o vice-presidente Técnico do CFC, Idésio da Silva Coelho Júnior, a criação do Comitê resulta de uma necessidade de corpo técnico permanente e especializado, com representatividade, autonomia e mecanismos de governança apropriados para zelar pelo interesse público durante as etapas de emissão das NBC TSP. Notícia do CFC 

Na notícia constava o nome dos 20 membros do CPCasp. Manter o mandato de quatro anos garante estabilidade para os membros e pode ser uma boa ideia. Eu particularmente não gosto de conselhos/comitês com um número par de membros, pois isto pode ser problemático em assuntos controversos. Mas com 20 membros, a chance de uma divisão é bem reduzida

Análise financeira da Copa do Mundo Bianual

Recentemente surgiu uma proposta de fazer a Copa do Mundo um evento a cada dois anos. Christina Philippou, Professora de Contabilidade e Gestão Financeira, da Universidade de Portsmouth faz uma análise 


(...) Mas, como a maioria das decisões tomadas no mundo dos negócios, seja bancário ou esportivo, não se trata apenas de prós e contras. É sobre benefícios e custos financeiros.

Para a FIFA, o maioria de sua receita vem das taxas de transmissão, dos direitos de licenciamento e da venda de ingressos do torneio masculino da Copa do Mundo, realizado a cada quatro anos desde 1930. De fato, existe um ciclo financeiro claro no qual as perdas se acumulam em três em cada quatro anos. Mais Copas do Mundo poderiam gerar mais renda.

Então, por que a Uefa não está interessada em fazer o mesmo? (...) A principal diferença é que a Uefa simplesmente não depende tão financeiramente de um único evento. Em vez disso, tem algo que a Fifa não tem: mais de um grande evento que gera dinheiro. Isso inclui as competições da Liga dos Campeões (masculina e feminina) e da Liga Europa.

Como resultado, a Uefa ganha muito mais dinheiro do que a Fifa. Nos últimos quatro anos, as receitas da UEFA, de US $ 12,5 bilhões (£ 9,4 bilhões), foram quase o dobro dos da FIFA, que arrecadou US $ 6,4 bilhões (£ 4,6 bilhões).

É também uma receita muito mais suave ano a ano, enquanto a Fifa depende mais de um grande impulso a cada quatro anos. Claramente, a FIFA precisa mais da Copa do Mundo masculina do que a Uefa precisa dos Euros.

De fato, a maioria da receita anual da Uefa vem de competições de clubes, que eles não gostariam de atrapalhar. (...)

Quanto aos clubes, há custos potencialmente graves de disponibilizar seus jogadores para mais tarefas internacionais, como os riscos de fadiga e lesão dos jogadores. É mais provável que os grandes clubes tenham vários jogadores da equipe nacional e, portanto, mais propensos a enfrentar um risco geral maior para sua equipe. Clubes menores podem ter um jogador nacional como ator principal.

Mas o que as emissoras pagam por direitos depende da demanda do público em potencial. Quanto mais as pessoas querem assistir a algo, mais estão dispostas a pagar para superar seus concorrentes.

Tornar um evento importante menos raro (e, portanto, talvez menos importante), ocorrendo duas vezes mais e colidindo com outros eventos esportivos que as pessoas querem assistir (como as Olimpíadas) pode facilmente diluir o valor para as emissoras, tornando-as menos dispostas a pagar.

Esta é a aposta. Com mais eventos, mas potencialmente menos dinheiro por evento, o efeito geral será positivo para a renda da Fifa? E vale a pena arriscar qualquer dinheiro extra que arrisque a ira da Uefa, alguns dos maiores clubes do mundo e, crucialmente, os fãs?

Talvez o custo de preparação seja alto e isto não interessa. O que seria isto? Quando há uma Copa do Mundo, a convocação e o treinamento dos jogadores para atuarem juntos demanda alguns dias. Com a mudança na periodicidade, isto não afetaria este custo?

Vantagens do trabalho presencial


Vantagens do trabalho presencial

Quando trabalham separados, os funcionários mais jovens perdem a chance de fazer contatos, desenvolver mentores e ganhar uma experiência valiosa observando os colegas de perto, dizem os gerentes veteranos.

Em alguns casos, os millennials mais velhos, como Jonathan Singer, de 37 anos, advogado imobiliário em Portland, Oregon, se veem defendendo a ideia de voltar ao escritório para colegas mais jovens e mais céticos que se acostumaram a trabalhar em casa.

“Como gerente, é muito difícil obter coesão e coleguismo sem estarmos juntos regularmente, e é difícil ser mentor de alguém sem estar no mesmo lugar”, disse Singer. Mas não tem sido fácil persuadir os trabalhadores mais jovens a ver as coisas do seu jeito.

“Com a vantagem que os funcionários têm e a prova de que podem trabalhar em casa, é difícil colocar a pasta de dente de volta no tubo”, disse ele.

Alexander Fleiss, de 38 anos, presidente-executivo da empresa de gestão de investimentos Rebellion Research, disse que alguns funcionários estavam resistindo a voltar ao escritório. Ele espera que a pressão dos colegas e o medo de perder uma promoção por falta de interações face a face atraiam as pessoas de volta.

“Essas pessoas podem perder o emprego por causa da seleção natural”, disse Fleiss. Ele disse que não ficaria surpreso se os trabalhadores começassem a processar as empresas por acharem que foram demitidos por se recusarem a voltar para o escritório.

Fleiss também está tentando convencer os membros de sua equipe de que estão trabalhando em projetos de retorno se concentrando nos benefícios das colaborações cara a cara, mas muitos funcionários preferem continuar com as ligações de Zoom.

“Se é isso que eles querem, é isso que eles querem”, disse ele. “Nos dias de hoje, você não pode forçar ninguém a fazer nada. Você só pode pedir.”

Retorno ao escritório encontra um obstáculo: jovens resistentes - Nelson D. Schwartz e Coral Murphy Marcos , The New York Times


Publicação na área pública

 A Revista Contabilidade, Gestão e Governança está propondo uma edição especial na área pública. Serão recebidas pesquisas científicas que reflitam o estado da arte nos seguintes temas:

Relação entre normas The International Public Sector Accounting Standards (IPSAS), as European Public Sector Accounting Standards (EPSAS), em possíveis efeitos no Sistema de Normalização Contabilística para as Administrações Públicas (SNC-AP) em Portugal e no Brasil; Impacto das reformas do setor público no sistema de contabilidade governamental; Órgãos de controle e nova governança pública; Accountability e gestão de políticas públicas; Informação contábil e tomada de decisão na Administração Pública; Contribuição da informação contábil na elaboração do orçamento público.

Submissões

Os autores deverão observar os orientações de submissão da CGG (https://www.revistacgg.org/contabil/about/submissions);

Na Carta ao editor deverá ser informado que se trata da Edição Extra: Reformas do Setor Público e Mudanças na Contabilidade Pública;

Recepção dos artigos até 30 de abril /2022

Publicação da edição extra: outubro/2022

Maiores informações acesse: https://www.revistacgg.org/contabil

Rir é o melhor remédio


 Fazendo a reunião mais curta (comigo duraria 30 segundos)