Translate

04 maio 2017

Faleceu Baumol

O blog Marginal Revolution anunciou que o economista Baumol faleceu. Durante anos este blog postou diversos textos sobre um dos grandes economistas.

Por diversas vezes Baumol esteve entre os fortes candidatos a receber o Nobel de Economia. Infelizmente isto não ocorreu. A falta da premiação não diminui os méritos do economista. A primeira vez que deparei com o nome de Baumol foi ao estudar capital de giro. Baumol aproveitou a ideia do lote econômico de compra e aplicou para a gestão do caixa. O modelo parece hoje bastante simples, mas ajuda a explicar o fato de que grandes empresas fazem muitas transações de investimento com os recursos financeiros, enquanto pequenas empresas não se incomodam com deixar o dinheiro parado no banco: o custo da transação e a rentabilidade explicam esta diferença de comportamento. Também ajuda a explicar a razão pela qual as pessoas, em ambiente inflacionário, buscavam diariamente aplicar seus recursos. Quem viveu na época anterior ao Plano Real sabe o que isto significa.

A partir do modelo do Baumol de gestão de caixa outros modelos foram construídos. Mas a ideia de ter dois ativos - caixa e investimento - com custo de transação e rentabilidade foi de Baumol.

Infelizmente Baumol é pouco conhecido na área contábil. Pergunte a um especialista de custo ou do setor público se já ouviu o nome do economista. Um trabalho seu da década de sessenta é fundamental para estas duas áreas: a doença do custo. Estudando a evolução dos custos em diversos setores, Baumol, em conjunto com Bowen, propôs a ideia de que a redução dos custos proporcionada pela automoção da economia não representava um ganho para todos os setores. Usando o exemplo de uma orquestra sinfônica é possível perceber que criar máquinas não irá reduzir o custo de tocar a Sinfonia número 9 de Beethoven. O número de músicos e cantores é o mesmo que era exigido no século XIX, XX ou XXI. Outro setor onde não ocorreram grandes ganhos de produtividade é a educação. Para ensinar as partidas dobradas é necessário um professor para trinta ou quarenta alunos. A existência de computadores não afeta esta relação (o ensino a distância foi discutido aqui). Isto ajuda a explicar os custos exponenciais da educação. A saúde é outra área onde existe a doença dos custos.

Como no Brasil a constituinte obriga que o governo cumpra seu papel na saúde e educação da população, a doença do custo ajuda a explicar a dificuldade de reduzir as despesas públicas. E o cenário futuro é pouco animador, já que os custos nestas duas áreas são crescentes em relação a outros setores.

Duas ideias brilhantes oriundas de um dos maiores economistas do século XX: Baumol.

Novamente Neymar

O atacante brasileiro Neymar irá a julgamento pela suposta fraude em sua transferência ao Barcelona, um caso no qual também serão processados o atual presidente do clube e seu antecessor, informa um comunicado divulgado pela Audiência Nacional.

O juiz José de la Mata, da Audiência Nacional, especializada em casos complexos, "abre julgamento oral contra Neymar da Silva Santos, seus pais, o presidente do FC Barcelona Josep Maria Bartomeu e o ex-presidente Alexandre Rosell", por supostos delitos de corrupção nos negócios e fraude, afirma o comunicado.

O caso envolve as supostas irregularidades nos contratos para a transferência do astro brasileiro do Santos ao Barcelona. O atleta de 25 anos foi investigado tanto na Espanha como no Brasil.

A operação foi denunciada pelo fundo de investimentos brasileiro DIS, que era dono de parte dos direitos do jogador, que se considerou prejudicado.

Em um primeiro momento, o Barcelona anunciou a transferência de Neymar com o valor de 57,1 milhões de euros (40 milhões para a família de Neymar e 17,1 para o Santos), mas a justiça espanhola calcula que a transação foi de pelo menos 83,3 milhões de euros.

O DIS, que recebeu 6,8 milhões de euros dos 17,1 destinados ao Santos, considera que Neymar e o Barça se aliaram para ocultar o valor real da transferência.

Barcelona e Santos também serão levados a julgamento pelo juiz José de la Mata.

A Promotoria espanhola solicitou para Neymar dois anos de prisão e multa de 10 milhões de euros.

O atacante alegou que se dedicava apenas ao futebol e seu pai era seu agente exclusivo, em quem confiava cegamente.

A mesma defesa utilizada pelo argentino Leo Messi, que foi julgado e condenado a 21 meses de prisão por delito fiscal.

Fonte: Aqui

Problemas financeiros de Porto Rico

Estados Unidos está experimentado la mayor suspensión de pagos desde hace 176 años, cuando 8 estados y un territorio (Florida) dejaron de pagar sus deudas. Aunque, en términos normales -es decir, si no se considera la inflación- ésta es la mayor de la historia del país. Se trata de Puerto Rico, un territorio con un estatus extraño -no es un estado de EEUU, y no es independiente, sino que es un estado libre asociado-, que se supone que es transitorio pero que lleva existiendo desde 1952 y que ha solicitado protección judicial para sus pasivos de 73.000 millones de dólares (66.900 millones de euros).

Para hacernos una idea de la magnitud de la quiebra, baste decir que la deuda puertorriqueña es más de cuatro veces los 18.000 millones de dólares de pasivos del Ayuntamiento de Detroit, que suspendió pagos hace 4 años, en la que hasta entonces había sido el mayor default en términos nominales de EEUU.

Pero, si la suspensión de pagos es histórica, es embrollo jurídico no es de este mundo. El territorio había estado hasta este momento protegido por una ley llamada Promesa (las siglas en inglés de Ley de Estabilidad Económica, Gestión y Supervisión de Puerto Rico) que, literalmente, la blindaba de las reclamaciones de los tenedores de sus bonos. El objetivo de Promesa era dar tiempo a que Puerto Rico y los fondos que tienen su deuda negociaran quitas y ampliaciones de plazos de modo y manera que la isla pudiera volver a ser solvente. Porque, encima, Puerto Rico lleva en suspensión de pagos técnica desde hace dos años.

Pero esas negociaciones no llegaron a ningún sitio. Ni iban a llegar. Puerto Rico estaba dispuesto a pagar 800 millones de dólares (733 millones de euros) a los fondos. Eso significaba un 75% menos de lo que les correspondía. Así, Promesa ha llegado al final de su mandato. Y Puerto Rico es un territorio sin representación en el Congreso, pero que vota en las elecciones, y que lo hace siempre por el Partido Demócrata.

Un presidente y un Congreso republicanos no tenían ni mucho ni poco interés en salvar la isla, que tiene un 45% de la población viviendo bajo el umbral de la pobreza. Si Hillary Clinton hubiera ganado, la protección para Puerto Rico se habría prolongado, y si los demócratas controlaran el Senado posiblemente hubiera habido un rescate a la griega. No ha sido ése el caso. La deuda de Puerto Rico cotiza con un descuento de alrededor de un tercio de su valor nominal en el mercado.

Técnicamente, la deuda puertorriqueña es municipal (coloquialmente llamada muni), un tipo de activo financiero muy valorado por los estadounidenses porque recibe un tratamiento fiscal muy favorable. No parece que el gigantesco mercado de los munis -3,9 billones de dólares, o sea, casi 3,6 billones de euros- vaya a verse afectado por esta suspensión de pagos.

El mercado ha tenido dos años para prepararse para esta eventualidad, y buena parte de los tenedores de deuda puertorriqueña son fondos oportunistas, que compraron los bonos con descuento cuando el territorio entró de suspensión de pagos en 2015. De hecho, el valor de los bonos de Puerto Rico subió ayer, lo que parece indicar que los operadores le dan más posibilidades a un acuerdo ahora que son los jueces quienes deciden, que cuando se trataba de una negociación entre San Juan y Wall Street.

Fonte: Aqui

"Investindo" em Títulos de Capitalização


Figura acima é o balanço dos Supermercados Bahamas (publicado no Valor Econômico, 28 de abril de 2017, p. A9), uma cadeia de lojas com sede em Juiz de Fora (MG) e faturamento de quase dois milhões de reais. Um ponto que chama atenção é um não circulante, no valor de 620 mil reais (de um ativo total de quase 500 milhões de reais) com a denominação de "títulos de capitalização". O que levaria uma empresa a jogar dinheiro fora em títulos de capitalização? Uma reciprocidade das instituições financeiras? A nota explicativa afirma:

"13. Continuidade - A administração considera que a Companhia possui recursos para dar continuidade a seus negócios no futuro. Adicionalmente, a Administração não tem o conhecimento de nenhuma incerteza material que possa gerar dúvidas significativs sobre a capacidade de continuar operando. Portanto, as demonstrações contábeis foram preparadas com base nesse princípio."

Brasil vai falir!

A cada dia que passa a economia do Brasil está mais frágil. Vou indicar nos itens abaixo  alguns dos motivos do Brasil ficar insolvente nos próximos anos:

1- Brasil vai envelhecer antes de ficar pobre;
2- Brasil tem e terá uma baixa taxa de investimento;
3-  Desigualdade social é grande;
4- Juros são altos, pois o governo não consegue controlar os gastos.
5- Despesas com previdência vão continuar crescendo, consumindo ainda mais o orçamento do governo; Brasil será o Japão pobre;
6- Produtividade sempre foi e continuará baixa. Com envelhecimento da população, isso tornará ainda mais dificil o crescimento do pais.
7- Saúde e educação são péssimas.
8- Infraestrutura precária;
9 - Ambiente de negócios é horrível;
10- Estados e municípios vão quebrar por causa de suas previdências (Prazo: 10 anos). Vide o exemplo do Rio.
11- Capacidade de crescimento do PIB gira em torno de 1,5% a.a.
12- O Teto dos gastos não vai funcionar. O governo não conseguirá conter o crescimento das despesas.
13- Brasil já aproveitou 90% do bonus demográfico.
14- A dívida pública continuará subindo. Em 2021, a dívida bruta passará de 90% do PIB, o que é muito elevado pra um país emergente como o Brasil.
15- País voltará a crescer, mas a arrecadação do governo não acompanhará o crescimento, pois boa parte do crescimento da arrecadação nos últimos anos veio da entrada das pessoas no mercado de trabalho formal.
16- Brasil vai demorar a sair dessa crise e o desemprego continuará elevado por alguns anos.
17 - Reforma da previdência é insuficiente. Mais mudanças serão necessárias.
18- Boa parte das estatais estão quebradas, assim como seus fundos de pensão. Em algum momento, o governo terá que privatizar ou injetar dinheiro.
19- Os impostos vao subir prejudicando ainda mais o crescimento econômico.
20- Haverá dificuldade em rolar a dívida pública nos próximos anos.

Em suma, as despesas com Previdência, Assistência, Saúde, Educação e Funcionalismo (principalmente inativos) continuarão crescendo e a arrecadação não será suficiente. Some-se a isso, o país não tem pouca credibilidade diante dos credores e o risco de um calote será cada vez maior diante desse cenário.

O que o governo fará?

Pode dar o calote na dívida, pode continuar imprimindo dinheiro e elevando a inflação ou pode realizar reformas pra tentar melhorar o ambiente de negócios, produtividade etc e tal (o que tornará os itens acima um pouco menos negativo).

Mesmo assim, o futuro do Brasil é cada vez mais sombrio. A farra acabou. O país vai se deparar com um grande problema fiscal nos próximos anos.

Links

Os trabalhadores poetas chineses (via marginal revolution)

Magnachip, da Coreia, comprava seus produtos 

Atletas da NFL irão vender seus batimentos cardíacos

Pirâmides que se perdem no Egito: como é possível?

Apesar da grande quantidade de informação, os usuários estão buscando mais

Balanço e Emoji

O site Quartz resolveu resumir 40 demonstrações contábeis para que o leitor pudesse ler em dois minutos. Para isto usou o emoji (aquelas carinhas do celular, que expressa . Abaixo, o resumo do site (na língua original):

Techstravaganza
Alphabet: Feeling very, very lucky 🤑
Microsoft: Clouds good, computers not so much 😐
Amazon: Resistance is futile 🤑
Intel: Chipping off 😰
Baidu: Bai-don’t 😰
Expedia: Sales up, losses down 😐
GoPro: Not dead yet 😐
Nokia: “Some challenges remain” 😐
LG Electronics: Premium washing machines 🤑
Samsung: ~Explosive~ profit growth 🤑
Nintendo: Zelda to the rescue 😀

Big banks
Deutsche Bank: Low expectations, met 😐
BBVA: Gracias a Mexico 😀
Lloyds: Balance-sheet balancing act 😐
Nordea: Leaving Sweden? 😐
Nomura: Business outside Japan 😀

Big oil
Total: Allez le oil price 🤑
Marathon Petroleum: Surprise! A profit 😀
Gazprom: Those gassy Europeans 😀

Airports, airplanes, air-things
Southwest Airlines: Not great, but not United 😐
American Airlines: Pay the pilots 😰
Lufthansa: Profits at last! 😀
Heathrow: “Best year ever” 🤑
Raytheon: Political turmoil=Tomahawk missiles 😀
Airbus: More like Air-bust 😱

Drugs
AbbVie: Holy Humira! 🤑
Bayer: Stroke-prevention pills 🤑
AstraZeneca: Expired patents 😰
Bristol-Myers Squibb: You say Opdivo, I say Eliquis 😀

What to wear
Under Armour: Ugly shoes, ugly earnings 😱
Hermès: Handbags in Asia 🤑

What to eat
Starbucks: Venti ambitions, grande growth 😐
Domino’s Pizza: Piping-hot profits 😀
GrubHub: Mmm, non-GAAP adjusted Ebitda 🤑
Pret a Manger: Coconut milk FTW 🤑

Best of the rest
Comcast: Get Out! 😀
Ford: Warranty woes 😰
UPS: Saturday shifts 😐
WPP: US ad budgets 😰
Dow Chemical: The world wants silicone 😀

Rolls Royce e os efeitos da investigação brasileira

A empresa britânica Rolls-Royce foi fundada em 1904. Com receita de 15 bilhões de libras esterlinas (cerca de 60 bilhões de reais) e 49 mil empregados, a empresa é um orgulho e exemplo da eficiência britânica. Entre os vários setores onde a empresa atua destaca-se a construção de motores para aviões.

Em janeiro deste ano, a empresa fez um acordo com um regulador britânico, denominado SFO, e concordou em pagar 670 milhões de libras (quase 2,7 bilhões de reais) a um regulador britânico para evitar que as acusações de subornos pudessem impedir contratos de exportação. Neste acordo estava incluso 170 milhões de dólares para autoridades dos Estados Unidos e 25 milhões de dólares para o Brasil.

Descobriu-se posteriormente que alguns destes contratos recebiam dinheiro do contribuinte britânico.

Desde 1995 a empresa era auditada pela KPMG. Em razão da adoção do rodízio que foi adotado no Reino Unido, a empresa será substituída por outra Big Four. O problema é que a auditoria não conseguiu perceber nenhum problema com a empresa, inclusive o pagamento de subornos em outros países, durante estes anos.

Segundo notícia da Reuters e da BBC do dia de hoje, o regulador contábil FRC abriu uma investigação para verificar a qualidade do trabalho do auditor na contabilidade da Rolls-Royce. O Financial Reporting Council informou que irá concentrar no trabalho realizado no exercício findo em 31/12/2010 a 2013, no Rolls-Royce Group e Rolls-Royce Holdings.

Num comunicado, a KPMG afirma estar confiante na investigação do FRC e na qualidade do trabalho realizado na empresa.

Brasil - Apesar do acordo de janeiro fazer referência aos problemas de corrupção detectados no Brasil, no ambito das investigações realizadas pela Operação Lava-Jato na empresa Petrobras, o país não é citado pelo FRC. A SFO revelou 12 acusações de corrupção ou falhas do gênero em sete países: Indonésia, Tailândia, Índia, Rússia, Nigéria, China e Malásia. Apesar da BBC e Reuters não afirmarem explicitamente, parece que a corrupção ocorrida no Brasil chamou a atenção para os negócios nestes sete países.

Rir é o melhor remédio


03 maio 2017

Necessidade de reduzir a complexidade

O Fasb, a entidade sem fins lucrativos relacionada com a criação de regras contábeis para o maior mercado acionário mundial, está interessado na redução da complexidade das demonstrações contábeis. Segundo um documento divulgado recentemente a entidade considera que a redução da complexidade beneficia as partes interessadas.

Mas será que a redução da complexidade não significa omitir informações? Para o Fasb a resposta é não. Além de aumentar a compreensibilidade da contabilidade, a menor complexidade pode significar também menor custo de implementação, podendo fazer com que as informações sejam mais consistentes e diretas. Isto poderia ter efeito sobre os auditores, segundo o Fasb, que poderiam emitir seus relatórios em menos tempo. Segundo o Fasb:

Sabendo disso, a Diretoria se esforça continuamente pelo "ponto ideal", entre a criação de padrões contábeis que fornecem informações úteis aos investidores e outros usuários, além de garantir que eles não imporão complexidade desnecessária e custos aos preparadores.


Outro lado - Apesar da aparente boa vontade do Fasb, é difícil de acreditar que "todas as alterações nos GAAP que são projetadas para reduzir a complexidade desnecessária". Afinal, nem todos serão beneficiados com esta redução. Pense nos auditores, onde a remuneração depende das horas trabalhadas. Ou nos gerentes que desejam esconder notícias ruins. Ou no regulador que gostaria de sentir poderoso ou possui um viés. O Fasb reconhece a dificuldade, mas considera que isto é proveniente da complexidade do ambiente econômico.

Mesmo a simplificação significa mudança, e as mudanças podem ser difíceis para as organizações interessadas. Os efeitos da mudança variam amplamente entre as organizações. Algumas partes interessadas podem estar entusiasmadas com uma oportunidade de simplificação, enquanto outras podem não se beneficiar tanto e, portanto, podem ser menos favoráveis.


Entretanto, uma pesquisa publicada no ano passado mostrou que as empresas usam a evidenciação voluntária como uma forma de mitigar os efeitos negativos da complexidade das demonstrações contábeis (GUAY, SAMUELS, TAYLOR. Guiding through the fog. Journal of Accounting and Economics, 2016, dica de Nyalle Mattos).

Links

Como a corrupção afeta a vida da empresa

O Ego do Executivo: quem paga a conta do anúncio num jornal?

O dia mais chato do século XX: 11 de abril de 1954 (se você conhece alguém que nasceu nesta data ...)

Comics: crenças

CVM rejeita termo de compromisso em operação de insider information da Hering

Atraso na publicação do balanço da Odebrecht

Como já era esperado:

Odebrecht S.A., holding que concentra todas as empresas do grupo Odebrecht, não publicou o balanço consolidado de suas operações referentes a 2016 dentro do prazo legal, no fim de abril. O grupo está no centro das investigações de corrupção da operação Lava Jato.

Procurada pelo G1, a Odebrecht confirmou ainda não ter divulgado suas demonstrações financeiras do ano passado. No entanto, informou estar “trabalhando intensamente para finalizar os balanços” e disse que “pretende publicá-los em breve”. A empresa não informou o motivo do atraso.

Raio X da Odebrecht - A lei determina que as empresas de capital fechado que compõem sociedades anônimas (SAs) de grande porte têm quatro meses para fechar e divulgar seus balanços após o fim do ano fiscal, geralmente em dezembro.

Empresas que descumprem o prazo de publicação de seus balanços ficam impedidas de registrar novos atos societários, explica ao G1 o especialista em direito Empresarial, Adelmo Emerenciano, sócio do escritório Emerenciano, Baggio e Associados. “Há também consequências comerciais, como a dificuldade em obter crédito e a impossibilidade de participar de licitações”, afirma.

As subsidiárias da Odebrecht estão impedidas desde dezembro de 2014 de participar de licitações da Petrobras, devido ao possível envolvimento com atos ilícitos da Lava Jato. Outra dificuldade é obter crédito para financiar projetos em andamento, além de planos de vender R$ 10 bilhões em ativos para fazer caixa.

Em 2015, o grupo Odebrecht teve prejuízo de R$ 298 milhões (equivalente a US$ 88 milhões), revertendo o lucro líquido de R$ 494 milhões obtido em 2014 (US$ 210 milhões). O balanço, divulgado somente em julho, foi auditado pela PricewaterhouseCoopers (PwC).

Em fevereiro, a Braskem, uma das empresas do grupo e com capital aberto, divulgou um comunicado informando que "estendeu o cronograma dos trabalhos junto aos auditores independentes" e, por isso, não havia finalizado suas demonstrações financeiras auditadas do exercício de 2016. (...)


Fonte: Aqui

Diante das denúncias, não resisti em colocar a fotografia acima para ilustrar a reportagem. Afinal, com tanto dinheiro para políticos, "somos todos Odebrecht"

Rir é o melhor remédio




Imprensa e Liberdade. Mais aqui

02 maio 2017

Curso de Contabilidade Básica: O significado da Taxa de Depreciação

Os ativos imobilizados de uma empresa sofrem depreciação ao longo da sua vida útil. Este é um caso de despesa diferida, conforme estudamos no livro “Curso de Contabilidade Básica”, capítulo 4 do primeiro volume. O lançamento no ajuste, debitando despesa de depreciação e creditando depreciação acumulada, permite reconhecer no resultado o uso do imobilizado ao longo do período e, ao mesmo tempo, revelar o impacto sobre o ativo, reduzindo o montante existente no balanço patrimonial.

Por ser uma despesa relevante, a depreciação é registrada no balanço patrimonial numa conta específica. Isto permite que o analista tenha uma ideia da idade do imobilizado. Se uma empresa possui as seguintes informações em seu balanço:

Máquinas e Equipamentos 25.000
( - ) Depreciação Acumulada (5.000)

Sabendo que a despesa de depreciação no exercício foi de 2.500, podemos fazer os seguintes cálculos:

Idade Prevista para o Ativo = 25.000 / 2.500 = 10 anos
Idade Remanescente para o Ativo = 10 anos - (5.000/2.500) anos = 8 anos

Assim, neste exemplo hipotético, o imobilizado possui 10 anos de idade prevista, sendo que a idade que falta para que o imobilizado seja substituído é de 8 anos. Em outras palavras, daqui a 8 anos a empresa deverá substituir suas máquinas e equipamentos.

Outra forma de apresentar o dado é através da taxa de depreciação, expressa em percentual. No exemplo apresentado, a taxa é de 10% ou

Taxa de Depreciação = 2.500 / 25.000 = 10%

A partir desta informação é possível calcular a idade prevista:

Idade prevista para o Ativo = 1 / 10% = 10 anos

Vamos agora calcular isto para uma empresa real. Considere o balanço da Eldorado Brasil. As informações divulgadas pela empresa são as seguintes:

Prédios e Edificações
Taxa anual de depreciação = 3,84%
Custo = 1.094.689 mil
Depreciação Acumulada = 126.718 mil
Líquido = 967.971 mil

Neste caso, para os ativos da Eldorado poderemos obter as seguintes informações:

Idade prevista = 1 / 3,84% = 26,04 anos
Despesa de Depreciação Anual = 3,84% x 1.094.689 = 42.036
Idade Remanescente = 26,04 anos - (126.718 / 42.036) = 26,04 - 3,01 = 23,03 anos

Perceba também que não houve informações sobre valores residuais. Valor residual é o valor que se obteria em uma venda do ativo, após o período de utilização na empresa. Quando você adquire um veículo, estima-se que você irá utilizá-lo durante alguns anos e depois revende a outra pessoa. O valor que você obtém na venda do seu veículo usado é o valor residual. Ou seja, ao final dos 23 anos, infere-se que a Eldorado provavelmente deverá aposentar esses ativos (e não vendê-los), dado que seu valor residual seria zero.

Política e Desempenho

Usando dados sobre os visitantes a Casa Branca, entre 2009 até 2015, descobrimos que as reuniões dos executivos corporativos com os principais responsáveis ​​políticos estão associadas a retornos anormais positivos das ações. Também encontramos evidências de que, após reuniões com funcionários do governo federal, as empresas recebem mais contratos governamentais e são mais propensas a receber alívio regulatório (conforme medido pelo tom das notícias regulatórias). O investimento dessas empresas também se torna menos afetado pela incerteza política após as reuniões. Usando a eleição presidencial de 2016 como um choque para o acesso político, descobrimos que as empresas com acesso à administração Obama experimentam em geral retornos significativamente mais baixos nas ações após a liberação do resultado eleitoral do que outras empresas.


All the President's Friends: Political Access and Firm Value - Jeffrey R. Brown, Jiekun Huang

Rir é o melhor remédio


01 maio 2017

A volta do Glass-Steagall Act?

Donald Trump afirmou estar planejando reintroduzir nos Estados Unidos legislação que obriga a separação entre os bancos comerciais e os bancos de investimento, um tema que abordou durante a campanha da corrida à Casa Branca. A iniciativa consiste na adoção de uma lei com disposições semelhantes àquelas que integraram o Glass-Steagall Act, conjunto de normas que entrou em vigor em 1933, durante a Grande Depressão e sob a presidência de Franklin D. Roosevelt, com o objetivo de evitar a contaminação dos bancos retalhistas com os riscos da atividade da banca de investimento. [...]

No essencial, o Glass-Steagall Act impõe uma cisão dos bancos de carácter universal, dividindo-os em duas categorias. Por um lado, aqueles que podem receber depósitos que, posteriormente, financiam o crédito às empresas e às famílias. Num outro grupo ficam as instituições financeiras que transacionam investem em ativos financeiros de risco, a atividade que originou a crise financeira de 2008, desencadeada pelo elevado risco do crédito subprime e pela disseminação de produtos complexos cujo desempenho estava dependente da qualidade daqueles créditos de risco elevado.

Steve Mnuchin, secretário do Tesouro que trabalhou para o banco Goldman Sachs, frequentemente acusado de ser um dos principais responsáveis pela crise que estourou em 2008, já manifestou apoio a que uma versão atualizada do Glass-Stegall Act seja aprovada, numa iniciativa legislativa que não depende apenas da vontade da Casa Branca, já que tem de receber “luz verde” no Congresso. No entanto, os pormenores da legislação a adotar ainda não são conhecidos.

Fonte: Aqui

Rir é o melhor remédio

:/

29 abril 2017

Fato da Semana: Problemas contábeis nos países desenvolvidos

Fato: Problemas contábeis nos países desenvolvidos

Data: durante a semana


Contextualização
A escolha do fato da semana começa com a análise dos posts feitos no blog no período. Esta semana em especial é surpreendente o número de fatos relacionados com problemas contábeis em países desenvolvidos.

Inglaterra (Lloyds Bank, clubes de futebol e fraude no eBay e Amazon), Espanha (governo), Japão (Olympus e Toshiba) e EUA (Wells Fargo, PCAOB e HSBC) foram citados no blog ao longo da semana. Na semana passada escolhemos a questão da corrupção no Brasil, mas parece que esta lista lembra que isto também ocorre nos países onde as instituições são mais sólidas e as pessoas possuem uma cultura mais refratária a este comportamento. Mas acontece também.

Relevância
Algumas pessoas destaca que estamos vivendo a era da transparência e talvez isto seja reflexo disto. Mas nos dias de hoje, as notícias são divulgadas rapidamente.

O combate aos problemas contábeis nas empresas e no setor público parece que não termina. Muitas destas questões envolvem fraudes e crimes; outras, a necessidade de construção de estruturas de normas mais eficientes. Em todas elas o papel relevante da contabilidade.

Notícia boa para contabilidade?
Não, pelo fato de ainda estarmos convivendo com questões em que as pessoas afetadas acreditavam já vencidas.

Desdobramentos
Pela característica do fato da semana escolhido, o desdobramento é específico para cada caso.

Mas a semana só teve isto?
A decisão do TCU de somente agora avalir o favorecimento do BNDESPar num empréstimo para JBS mostra como uma estrutura cara para o bolso do contribuinte pode ser obsoleta. Dez anos para perceber que um empréstimo com o dinheiro público estava sendo feito em condições inadequadas é muito tempo.

Um segundo fato foi a divulgação das demonstrações contábeis por parte da Fundação IASB, mostrando uma boa saúde financeira, mas ainda com grande dependência nas doações das Big Four.

A finalização do período de apuração do imposto de renda de pessoa física é um momento importante para o profissional contábil.

Rir é o melhor remédio

28 abril 2017

Links

Propaganda de contador e consultor

Executivos da Olympus são condenados a pagar uma multa de US$ 529 milhões por fraude contábil

O mais rico da Índia obriga seus filhos a usar transporte público

Decisão médica e Teste de Reflexão Cognitiva

Pesquisa AICPA: notícias financeiras falsas

Ainda KPMG e Wells Fargo

Astrologia e Decisões Financeiras

A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) suspendeu nesta quarta-feira, 26, as atividades da Astroinvest por atuação irregular no mercado de capitais. O portal oferece análises de cenários e recomendações de investimento com base na astrologia financeira e empresarial.
"O portal Astroinvest oferece aos assinantes, baseado nos ciclos e movimentos astrológicos, os dias ideais para compras e vendas, planejamento, novos investimentos, os tipo de setores em alta nas bolsas, os dias de viradas e momentos ideais para abrir um novo negócio, bem como as melhores oportunidades de ganhos e muito mais", diz o site.


A alegação da CVM é que o dono do site não tem orientação para dar conselhos financeiros. Rigor em excesso da entidade?

Curso de Contabilidade Básica: Ativos Biológicos e sua mensuração

Para algumas empresas existe um tipo de ativo bastante interessante: os ativos biológicos. Como o nome já diz, este grupo de ativos diz respeito a itens que a empresa pode usar para gerar riqueza que são provenientes da natureza. É o caso de uma plantação.

O que torna este ativo interessante e diferente dos demais ativos é que o mesmo pode aumentar de valor com o simples passar do tempo. Vamos voltar um pouco e lembrar o caso de um prédio. Se uma empresa não usar um prédio, o mesmo deve sofrer o desgaste do tempo. Assim, na medida em que o tempo vai passando, o prédio tende a perder parte de sua utilidade e, por isto, deve sofrer depreciação.

Com o ativo biológico ocorre algo diferente. Se uma empresa planta árvores, que mais adiante serão usadas para gerar riqueza, o passar do tempo funciona no sentido contrário: a árvore cresce e seu valor aumenta com o tempo.

Assim, ao final de cada exercício social, de acordo com o CPC 29, a empresa deve fazer uma mensuração do valor justo do seu ativo biológico. E espera-se que o mesmo aumente seu valor, mantendo as demais variáveis constantes. Para isto, a empresa calcula a possibilidade de crescimento das árvores e a perspectiva de gerar riqueza no futuro, no momento do seu uso econômico.

Considere o exemplo dos eucaliptos de uma empresa que produz celulose. Para gerar o produto agrícola (celulose), a árvore, quando se tornar adulta, precisará ser extraída. Quando as árvores são plantadas o seu valor é reduzido. Na medida em que existe o crescimento deste ativo, o seu valor aumenta. Perto do corte, o valor atinge o máximo: corresponde à capacidade da plantação de eucaliptos gerar dinheiro para a empresa na produção de celulose. Nesse momento, mesmo que a empresa não tenha feito a mensuração do ativo biológico a valor justo (tenha usado apenas a métrica de custo), no ponto de corte, a empresa terá que lançar em seu estoque o produto agrícola a valores justos, já que teria ali base confiável para determinar adequadamente esse valor.

O balanço a seguir é da empresa Eldorado. Observe como o valor dos ativos biológicos (imobilizado) é significativo no total do ativo. Ou seja, trata-se de um ativo importante para a empresa.

Como a empresa mensurou o valor do seu ativo biológico? Pelas normas contábeis, a empresa faz uma projeção do crescimento da floresta, estima uma idade de corte - no exemplo entre 6 e 8 anos, determina a produtividade da floresta (quantos metros cúbicos de madeira será produzida na época da colheita) e determina os custos necessários em termos de adubos, controle de pragas, manutenção das estradas e aceiros e outros. Como o resultado da floresta irá ocorrer no futuro, a riqueza gerada é trazida a valor presente da data da demonstração contábil. Esse método é o fluxo de caixa descontado. É um cálculo difícil de ser feito.

Em termos contábeis, a valorização da floresta que ocorre no final de cada exercício social, pela mensuração do ativo biológico, é lançada no ativo (débito – Ativo Biológico – Valor Justo) e no resultado (crédito – Ajuste a Valor Justo). Existindo um corte de parte da floresta, o lançamento será débito na conta de estoque, Produtos Agrícolas, e o crédito corresponde a baixa do Imobilizado.
Quando o estoque for finalmente vendido, registra-se o resultado (custo, debitando) e no ativo (crédito, reduzindo o estoque). Nesse momento, já não teremos mais lucro, visto que o custo do estoque foi sendo aumentado à medida que a planta foi crescendo.

27 abril 2017

IFRS publica suas demonstrações contábeis

A Fundação IFRS divulgou as demonstrações contábeis referente ao exercício de 2016 e 2015. No documento, a fundação apresenta as realizações do ano, faz uma breve apresentação da estrutura (com currículo dos seus membros), além de divulgar as informações financeiras.

O documento possui 64 páginas e gostaria aqui de destacar alguns pontos.

Representação brasileira e apoio financeiro - o documento serve para comprovar que o Brasil está bem representado. Maria Helena Santana participa do Trustees da Fundação (mandata termina no final de 2019), Amaro Luiz de Oliveira Gomes é do Board (mandato termina em 30 de junho de 2019), Leonardo Gomes Pereira é da monitoração do Board, Vania Maria da Costa Borgeth é do Advisory Council, Carl Douglas é do Comitê de Interpretação. É bem verdade que o país tem sido um dos doadores para a Fundação. Em 2016 o Brasil fez uma doação de 318.218 libras esterlinas, sendo que 100 mil foram da Fundação de Apoio ao Comitê de Pronunciamentos Contábeis, 50 mil do BNDES e 25 mil do Banco Central. O valor doado pelo Brasil corresponde, em reais na data de hoje, a quase 1,3 milhão de reais.

Desempenho financeiro da Fundação - Durante o ano de 2016, a Fundação IFRS obteve uma receita de 30,6 milhões de libras, um aumento de mais de 3 milhões em relação ao ano anterior. Mas o relatório reconhece, na nota explicativa 5, que parte deste desempenho se deve ao câmbio favorável. As contribuições representam boa parte da receita da Fundação: 24,1 milhões ou quase 80%. Os custos com as atividades administrativas e de assessoria foram de 16,6 milhões, quase o mesmo valor do ano anterior. O aumento das contribuições e a manutenção dos custos com pessoal fez com que o lucro da Fundação aumentasse de 2,7 milhões para 3,2 milhões de libras esterlinas. O desempenho também se reflete no balanço patrimonial: a Fundação possui elevada liquidez e dívida reduzida.

Apesar do aumento no lucro, o fluxo das atividades operacionais reduziu em 2016 em mais de 2 milhões de libras. A explicação está no caixa recebido das contribuições, que foi de 21,4 versus 23,4. É possível notar a discrepância entre o caixa das contribuições e a receita das contribuições, indicando que parte da receita não foi realizada financeiramente.

Doações das Big Four - Nos anos anteriores, grande parte da receita da Fundação eram as doações das Big Four. Cada uma das empresas fizeram uma doação de 2,5 milhões de doláres ou 10 milhões no total. Ao câmbio de hoje, isto significa 7,8 milhões de libras esterlinas ou 25% da receita da Fundação. É bem verdade que este número foi maior, mas ainda é expressivo o papel das contribuições das Big Four, bem superior as contribuições da Comunidade Européia (3,8 milhões de libras) ou da China (2,1 milhões).

Uma doação interessante foi de 300 mil libras da Grant Thornton, empresa de auditoria que também fez a auditoria da Fundação, cujo parecer foi sem ressalva, por sinal.

Links

O filme "Contador 2" está em andamento

Escândalos de corrupção no governo espanhol

TCU considera que dirigentes do BNDES por prejuízo com JBS

Toshiba resolve trocar de auditor

STF: Universidades públicas podem cobrar por curso de especialização

Rir é o melhor remédio


26 abril 2017

Listas: liberdade de imprensa

Ranking mundial da liberdade de imprensa 2017: disponível aqui e publicada pela organização Repórteres Sem Fronteira.

O ranking utiliza diversos critérios para medir a liberdade de imprensa, considerando desde ataques a jornalistas até a existência de leis que possam dificultar ou limitar essa liberdade.

As classificações são: países em boa situação, situação relativamente boa, situação sensível, situação difícil e situação grave.

O Brasil está em 103, com uma situação considerada sensível. A Coréia do Norte é o país que ocupa a última posição.

Países em Boa Situação:

1 Noruega
2 Suécia
3 Finlândia
4 Dinamarca
5 Países Baixos
6 Costa Rica
7 Suíça
8 Jamaica
9 Bélgica
10 Islândia
11 Áustria
12 Estônia
13 Nova Zelândia
14 Irlanda
15 Luxemburgo
16 Alemanha


TED: Por que o único futuro que vale a pena construir inclui todo mundo

Uma única pessoa é suficiente para que a esperança exista, e essa pessoa pode ser você, diz Sua Santidade o Papa Francisco nessa palestra TED ardente dada diretamente da Cidade do Vaticano. Numa mensagem positiva para pessoas de todas as crenças, para aquelas que têm poder a para as que não têm também, o líder espiritual fornece argumentos esclarecedores sobre o mundo como o vemos hoje e pede que a igualdade, a solidariedade e a ternura prevaleçam. "Ajudemo-nos uns aos outros, todos juntos, para lembrarmos que o 'outro' não é uma estatística, ou um número", diz ele. "Nós todos precisamos uns dos outros."
Eu já sou fã das TED Talks... Imagina a minha reação com uma aparição inesperada do Papa Francisco!? *.*

Leia aqui uma reportagem falando sobre o caso. O vídeo está abaixo, já com legendas.

Links

Quando o escândalo ocorre nos países desenvolvidos:

Ainda sobre o escândalo entre KPMG e PCAOB

Auditor, ceticismo e confiança no cliente

Lloyds Bank contrata um juiz aposentado para verificar caso de suborno (que incluía presentes, sexo e outras coisas) 

Clubes de futebol da Inglaterra investigados por fraude (inclui West Ham)

A reunião dos acionistas da Wells Fargo termina em tumulto

Dez anos depois, TCU diz que BNDESPar favoreceu a JBS. Dez anos depois.

O TCU considerou que ocorreu favorecimento para a empresa JBS numa operação financiamento por parte do BNDES realizada há dez anos. Somente agora o tribunal de contas chegou a esta conclusão. Em 2007 o grupo JBS solicitou ao BNDESPar um empréstimo de 600 milhões de dólares para fazer a aquisição da Swift. O banco aportou 150 milhões a mais, o que permitiu a JBS comprar a empresa de carnes dos EUA. Segundo o TCU (via Estadão), o BNDESPar pagou um ágio de R$0,50 por cada ação ou 70 milhões de reais a mais.

De acordo com o documento, não cabia o pagamento do prêmio, pois não havia “quaisquer razões de cunho mercadológico” que justificassem “oferecer valor maior que o preço justo” para a transação. 

Mas o assunto ainda não terminou. Segundo o jornal:

Os auditores propõem aos ministros da Corte a abertura de uma tomada de contas especial para aprofundar a investigação sobre essas perdas e cobrar eventual ressarcimento. Além disso, sugerem que os envolvidos sejam ouvidos em audiências para explicar diversas outras irregularidades. 

Num país sem um banco oficial de fomento uma operação de financiamento como esta é feita através das instituições financeiras normais, como ocorreu no passado com a Ambev, por exemplo. Além do ágio, a JBS provavelmente foi beneficiada por uma taxa de juros subsidiada.

Resenha: Breaking Bad, The Movie

A série de televisão Breaking Bad foi um dos maiores sucessos, especialmente de crítica, dos últimos anos. Narrando a vida final de um químico habilidoso, que doente e endividado, descobre com câncer. Walter White decide então fabricar e vender metanfetamina com ajuda de um ex-aluno. A esposa, uma contadora, inicialmente não sabe das atividades ilegais de Walter, mas depois o ajuda a legalizar o dinheiro num lava-jato. Durante cinco sessões a trama prendeu a atenção daqueles que gostam de um bom roteiro e bons atores. Venceu mais de cem prêmios entre 2008 a 2013.

Dois fanáticos pela série decidiram condensar os cinco anos num “filme” de duas horas. Sem acrescentar nenhuma cena nova ou qualquer explicação, as cenas da serie vão se sucedendo na tela. Para quem assistiu é possível notar que muitas tramas ficaram de fora. Quem assistiu há tempos ou quem não viu nenhum episódio da série, o filme é difícil de entender, pois não existe uma explicação para muitas cenas que aparecem na tela.

Vale a Pena? - Não. Para quem não assistiu a série o melhor é assistir as cinco temporadas. Ver o filme não ajuda a entender a razão da série receber uma nota de 9,5 no IMDB. Também perde muitas tramas interessantes que ficaram de fora da seleção feita. Para quem acompanhou a série, o filme pode ser uma tentativa de lembrar alguns dos melhores momentos. O ideal seria rever cada episódio.

Rir é o melhor remédio


25 abril 2017

Bolsa Família e punição

O programa social do bolsa-família é bastante rico em informações. Recentemente, duas pesquisas, do mesmo trio de pesquisadoras (Fernanda Brollo, Katja Kaufmann e Eliana La Ferrara) usaram os dados deste programa social para verificar o efeito da punição sobre o comportamento das pessoas. Um dos pontos do programa é que quando um aluno deixa de frequentar a escola, o dinheiro pode ser suspenso. As três pesquisadoras estudaram o efeito sob duas óticas.

Num primeiro estudo, Learning about the Enforcement of Conditional Welfare Programs: Evidence from Brazil, as autores verificaram os casos de famílias que receberam a punição e a influencia sobre a frequência das crianças na escola. Além de provocar um efeito sobre as famílias que receberam a punição, as famílias próximas também responderam, aumentando a frequência dos alunos.

O segundo lida com outro efeito: o efeito eleitoral da punição. Em The Political Economy of Program Enforcement: Evidence from Brazil as autoras descobriram que os votos dos candidatos alinhados com o presidente (eleição de 2008) era menor nos locais onde ocorreram mais penalidades. E que os políticos manipulam a execução das punições.

Rir é o melhor remédio

O grande mestre e campeão mundial Wilhelm Steinitz estava tendo uma discussão política. Seu oponente diz: "Você pensar que entende de política por jogar xadrez?".

Steinitz responde: "Você pensa que entende de política por não jogar xadrez?"

Fonte: Aqui

24 abril 2017

Curso de Contabilidade Básica: Venda do Ativo não Circulante

O ativo de uma empresa é classificado em dois grandes grupos, conforme sua liquidez. Quando o ativo deverá ser convertido em dinheiro até o final do exercício seguinte, o mesmo é classificado no grupo do ativo circulante. Caso isto não ocorra, é considerado como ativo não circulante. Considere o exemplo do estoque. Se existe a pretensão da empresa de vender o estoque até o final do exercício seguinte, o mesmo será considerado como um item do ativo circulante. Por outro lado, se a chance de venda for reduzida, classifica este estoque como um ativo não circulante.

Observe que existe um grau de imprecisão nesta classificação, já que é impossível prever com certeza que um item será convertido em dinheiro até o final do exercício. Aquele estoque que a empresa acreditava vender até o final do exercício pode não ter sido transacionado. Assim como o estoque que existia a previsão de não ser convertido em dinheiro pode ser comercializado. Por isso, a classificação é dada com base na pretensão de venda e não na realização, propriamente dita.

Dessa forma, o que é válido para o estoque também é aplicado a outros itens do ativo. É o caso de terrenos. Se a empresa tiver a pretensão de vender um terreno até o final do exercício seguinte, o ativo é classificado no circulante. Não existindo a intenção de venda, trata-se de um ativo não circulante.

O exemplo apresentado a seguir é da CEB, uma empresa de energia elétrica com atuação no Distrito Federal e entorno. Observe o balanço da empresa:
No dia 31/12/2015 constava do circulante a conta “ativo não circulante mantido para venda” no valor de R$276 milhões. No ano seguinte o valor era de quase R$4 milhões. A empresa pretendia vender diversos terrenos que possuía em Brasília em 2016. Para isto, classificou os valores como circulante, na conta em destaque. No final de 2016 o valor caiu. Pode ter acontecido dois fatos: ou a empresa vendeu parte destes terrenos e por isto não consta mais do seu ativo ou desistiu da venda e novamente considerou estes terrenos como não circulante.

Como os valores são expressivos, a empresa faz um esclarecimento em nota explicativa:

Veja o leitor que ocorreu a segunda hipótese: a empresa não vendeu e passou a considerar os terrenos novamente como não circulantes.

Ao fazer a classificação como “não circulante mantido para venda” a empresa informa ao usuário a intenção de vender seu patrimônio. As razões para isto são as mais diversas. Uma consequência talvez não prevista (ou intencional) é que a classificação adotada no final de 2015 altera a liquidez da empresa.

Links

100 pessoas mais influentes da Time (Neymar na lista)

Estácio faz ocorrência sobre espionagem do presidente (e ex-CEO é suspeito)

Prêmio Sony de fotografia

Reino Unido perde 1 bilhão por fraude de vendedores da Amazon e eBay

HSBC irá pagar para encerrar processo de fraude nos EUA

River piracy ocorreu no Canadá

Rir é o melhor remédio



Dica do Lino! \o/

23 abril 2017

Aulas de Contabilidade no YouTube: Eugenio Montoto

Recebemos um comentário mencionando canais de contabilidade no YouTube e vamos dar algumas dicas. A primeira é o canal relativamente novo do professor Eugênio Montoto, autor do livro "Contabilidade Geral e Avançada" da coleção "Esquematizado".

Abaixo um exemplo do vídeo com resolução de exercícios relacionados à DVA. Os comentários às questões acrescentam conteúdo considerável ao tema tratado.



Como já mencionei anteriormente, acho mais produtivo aumentar um pouco a velocidade de reprodução. Basta colocar o mouse em cima do vídeo sem clicar em nada até que o menu apareça sobre o vídeo. Depois clique no símbolo de engrenagem, vá para a opção "velocidade" e escolha a que melhor se adéqua ao conteúdo assistido.

E você, que vídeo indica?

Construção civil: Formação Estratégica e Sistemas de Controle Gerencial

Saiu a nova edição da revista Contabilidade, Gestão e Governança e gostei muito deste artigo:

Relação Entre Formação Estratégica e Sistemas de Controle Gerencial dos autores: Marcia Athayde Moreira, Danilo Lacerda Borges, Ana Margarida Santiago

O resumo diz: Esta pesquisa teve como objetivo analisar as relações existentes entre a formação estratégica das empresas e seus sistemas de controle gerencial [...]. Foram realizados dois estudos de caso em duas empresas do setor de construção civil da região metropolitana de Belo Horizonte/MG. Nessa perspectiva, identificou-se que as empresas pesquisadas utilizam estratégia genérica de enfoque para vender seus empreendimentos, sendo que uma empresa possui planejamento de longo prazo e a outra se guia por perspectivas de curto prazo. As empresas analisadas possuem diversas ferramentas formais de controle, contudo notou-se que parte dessas ferramentas existem com o objetivo de atender as normas e auditorias estabelecidas por órgãos certificadores, não sendo utilizadas para a tomada de decisão. Nesse sentido, concluiu-se que a relação existente entre os controles gerenciais e a formação da estratégia dessas empresas se dá de forma passiva, servindo os sistemas de controle gerencial como garantidores da realização das estratégias e metas organizacionais, mas não sendo os mesmos usados efetivamente como forma de identificação de oportunidades e fonte da formação de novas estratégias.

A pesquisa com duas empresas já foi bem interessante, imagina com mais! Torna-se ainda mais atraente quando consideramos que as empresas de construção civil têm chamado muita atenção do público em geral frente aos escândalos sobre a corrupção no Brasil. Dá pra fazer uma campanha pras empresas obrigarem incentivarem os gestores e contadores a participarem com mais afinco de questionários e trabalhos acadêmicos?

Sobre a amostra:

Foram realizados dois estudos de caso em duas empresas do setor de construção civil da região metropolitana de Belo Horizonte, MG, entre 19 empresas originalmente selecionadas junto ao Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de Minas Gerais (SINDUSCON-MG), tendo como critério o nível de estruturação dos controles internos. Todas as 19 empresas foram contatadas por e-mail e telefone e as duas empresas pesquisadas foram as que aceitaram o convite.

Rir é o melhor remédio


22 abril 2017

Fato da Semana: Efeitos do combate à corrupção

Fato: Efeitos do combate à corrupção

Data: durante a semana

Contextualização
- Na medida que as investigações e os processos da operação lava-jato e de outras investigações avançam é possível sentir seus efeitos. Numa semana é os dirigentes de uma empreiteira, revelando os bastidores de corrupção da política brasileira; na outra, é a delação de algum político; a seguir, mais revelações, prisões e segredos revelados. Sabemos hoje que muitas empresas só conseguiam competir através de esquemas que envolviam fraudes, pagamentos indevidos e outros crimes. Outras, parece que foram constituídas com esta intenção.

Nesta semana tivemos mais um pouco do que já ocorre nos últimos meses. Podemos estar neste exato momento construindo as bases de um país mais honesto, onde o dinheiro público do contribuinte é usado de maneira mais justa. Ou veremos nas próximas semanas a reação dos investigados.

Relevância
- Trata-se de um momento histórico, onde a forma desonesta de fazer negócios está sendo julgada.

Neste cenário é interessante o esforço da Odebrecht em tentar salvar algo que resta do império, vendendo ativos e tentando negociar dívidas.

Notícia boa para contabilidade?

Sim. As instituições estão funcionando e colocando nas grades vários corruptos. Não, onde estão as entidades de classe da profissão?

Desdobramentos
O otimista dirá que estamos fazendo algo inédito no mundo. O pessimista irá lembrar que os corruptos não ficarão parados, esperando sua condenação. Haverá um pacto? Quanto à Odebrecht acredito que hoje suas chances de sobrevivência são iguais as de descontinuidade.

Mas a semana só teve isto?
A questão da governança da Aramco, a persistência do problema do desemprego do setor e os 11 anos do blog são outras notícias da semana.

P.S. Como ocorre muitas vezes, tive muita dificuldade de escolher o fato da semana. Confesso que a questão dos efeitos do combate à corrupção é um fato de várias semanas, como o leitor já deve ter notado. E o fato da semana é algo mais pontual e específico e nas semanas anteriores sempre encontrei algo relevante. Nesta semana as alternativas disponíveis não me pareceram tão importantes assim: Aramco é uma notícia que já se estende há semanas; os dados do desemprego não apresentaram uma grande mudança recente que fosse motivo de destaque; e os 11 anos do blog pareceu uma notícia de interesse dos nossos leitores.

Rir é o melhor remédio


21 abril 2017

Saga do Desemprego Continua no Setor Contábil

Segundo dados do Ministério do Trabalho, divulgados esta semana e coletados por este blog, o problema do desemprego no setor contábil continua. No mercado de trabalho formal foram contratados 8.221 profissionais em março e demitidos 9.790, indicando uma variação negativa de 1.569 vagas.

É interessante lembrar que em janeiro de 2017 tivemos o primeiro mês com criação de vagas no mercado de trabalho formal do setor contábil desde outubro de 2015. Em fevereiro foi a vez dos dados globais apresentarem criação de vagas, a primeira desde março de 2015. De 2014 para cá foram quase 3 milhões de vagas de empregos que foram destruídas na economia brasileira. No setor contábil foram 33.450 vagas a menos de janeiro de 2014 até março de 2017.

Assim, a reversão de tendência ocorrida em janeiro no setor contábil (e em fevereiro na economia) parece muito mais algo passageiro. Os números do mês são ruins: o salário dos demitidos é 22% mais alto do que o salário dos admitidos e o tempo médio de emprego dos demitidos está aumentando (36,83 meses em média) indicando que a crise também ocorre nos funcionários com maior experiência de trabalho. O pior é que o número de demitidos foi sempre maior do que os admitidos, não importa o gênero, o grau de escolaridade e o tipo de trabalho. Em nove categorias pesquisadas (gênero, escolaridade e tipo), em todas tivemos destruição de vagas de trabalho.

20 abril 2017

Texto Como Dado

As primeiras pesquisas na área contábil usavam os números produzidos pela contabilidade e os preços das ações das empresas. Nos últimos anos, cresce as pesquisas que extrapolam o conforto de tomar as cotações das ações e fazer relações estatísticas com alguma variável (divulgação de uma notícia, desempenho da empresa, evolução temporal são alguns dos itens de uma lista grande). Os pesquisadores começaram a perceber que contabilidade não significa só número. Quando uma empresa divulga suas demonstrações contábeis, a grande maioria das informações, nos dias de hoje e para grandes empresas, são apresentadas em textos. Somente uma pequena parcela sãos os números das demonstrações contábeis. Mais ainda, a comunicação de desempenho de uma empresa com seus investidores não ocorre somente em quatro datas fixas ao longo do ano; nos dias de hoje, uma empresa está entregando informações sobre seu desempenho cada vez que divulga uma informação na rede social ou num fato relevante ou numa declaração de um gestor para algum canal de comunicação.

Se o número tem o poder de dar uma informação de forma “precisa”, o texto pode ser amorfo. Se a coleta do valor do lucro de uma empresa é feita rapidamente através da linha deste item na demonstração do resultado, o mesmo não se pode dizer do sentimento da empresa sobre as suas perspectivas futuras, que poderia estar expressa no relatório da administração ou num comentário do seu twitter oficial.

Assim, não é surpresa nenhuma olhar a história da pesquisa contábil e certificar que a grande maioria dos artigos tiveram nas suas informações numa base de dados numérica. Além disto, o pesquisador que se aventurou em usar os dados textuais – oral ou escrito – teve que enfrentar dois grandes desafios. O primeiro é a coleta e tratamento dos dados. As narrativas geralmente não estão disponíveis a um clique da base de dados existente na minha universidade; elas precisam ser coletadas, reunidas, convertidas de PDF para um arquivo texto e criadas as condições de análise. O trabalho é enorme.

O segundo grande desafio é a subjetividade da informação. Quando um pesquisador coleta um lucro de 134 milhões de reais num exercício social de uma empresa, esta é a informação “precisa” e clara que ele irá usar. Mas quando um executivo de uma empresa escreve “outra conquista importante foi conviver e superar um contexto macroeconômico hostil” o que isto significa? (Esta frase peguei por acaso o Relatório da Administração da CEB) Isto é uma afirmação otimista ou pessimista? E junto com a subjetividade existe a desconfiança sobre a existência de “erros” na pesquisa.

Mas o aparente esgotamento das pesquisas estritamente numéricas, a exigência dos avaliadores de que uma pesquisa deve trazer algo mais que uma aplicação de um método quantitativo para um conjunto de números que estão disponíveis, a expansão da comunicação não numérica entre empresa e usuário, além do surgimento de instrumentos para este tipo de pesquisa, podem ser um anúncio de que as pesquisas com textos serão promissoras.

Neste sentido, o artigo “Text as Data”, de Matthew Gentzhow, Bryan Kelly e Matt Taddy não somente destacam a relevância deste tipo de pesquisa, como indicam algumas das ferramentas existentes e apresentam alguns exemplos relevantes. Um exemplo é sua utilização para preços das ações. Outro, a determinação de autoria de um texto. Também é possível usar a pesquisa narrativa para determinar o sentimento de um banco central nos seus comunicados. Ou observar o sentimento da imprensa. E assim por diante.

Futuros pesquisadores: o desafio está lançado.

Links

Ação contra PwC (EUA) por discriminação na idade

Os melhores designs anunciados (ao lado)

As vantagens de fazer o resumo de um artigo numa linguagem simples

A cor do automóvel e a chance de roubo

Fotografias de dentistas no passado

O desafio da marca Sharapova na sua volta ao tênis

Esforço da Odebrecht para sair da crise

O Valor Econômico traz uma análise da situação financeira do grupo Odebrecht. (O texto pode ser acesso aqui, para assinantes). Diante das revelações e da desconfiança do setor financeiro, a empresa trava uma luta pela continuidade. Os processos judiciais representam uma grande saída de caixa, seja em multas, impostos atrasados, além de sinalizar um potencial enorme nos atrasos dos repasses do governo. Reduzindo a entrada de caixa e aumentando os pagamentos, o saldo existente de 17 bilhões de reais pode ser pouco para suportar a crise. O texto também afirma que o balanço deve ser publicado com atraso. E, segundo estimativa deste blogueiro, com um grande prejuízo, já que a empresa deve reconhecer provisões judiciais, perdas de recuperabilidade e resultado negativo na venda de ativos.

Com respeito a este último item, o esforço do grupo é fazer caixa (vide figura acima). É a estratégia do "vão-se os anéis, ficam os dedos". Mas a forma de fazer negócios da empresa precisa ser alterada e este fato também deve ser levado em consideração. Além disto, a Odebrecht virou um nome maldito: fazer negócios com o grupo será visto com desconfiança.

As chances de descontinuidade são grandes neste momento. Uma mudança radical, com a venda do grupo, a saída da família dos negócios, a mudança do nome ou o conjunto destas medidas pode ser a solução possível.

Resenha: Imposters

Um dia Ezra Bloom descobre que sua esposa, a mulher dos seus sonhos, foi embora. Mas não somente isto: ela limpou as finanças da empresa da família e alertou que se Ezra tentasse segui-la, um segredo familiar seria revelado. Ao final do primeiro episódio, Ezra descobre que não está sozinho no reino dos trouxas: Richard aparece para dizer que também sofreu o mesmo golpe. Os dois decidem procurar a vigarista e descobrem Jules, uma artista que também foi enganada. O trio se junta para encontrar a impostora, que aplica estes golpes junto com Max e Sally, sob a supervisão de uma figura sinistra, chamada Doctor. Maddie, a vigarista, está em Seattle para mais um golpe num gerente de banco.

Este é o início da série Imposters. Não é nenhum Breaking Bad ou House of Cards, que permite grandes reflexões. Sua nota é um 7,8 no IMDB, o site com informações sobre filmes e televisão. Mas é aquele programa que tem uma surpresa a cada episódio, sem muita enrolação. Os personagens são simpáticos e a cultura dos golpistas mostra que a malandragem não é exclusividade brasileira. Cada episódio tem o padrão de 41 minutos. Não existe nenhum astro conhecido, a exceção de Uma Thurman (a noiva de Kill Bill e Mia de Pulp Fiction), que faz um papel relativamente pequeno.

No primeiro episódio, Max, um dos parceiros de Maddie, trabalha como contador na firma da família de Ezra Bloom. Em outros episódios existem casos de lavagem de dinheiro, uso de dinheiro público sem controle e outros assuntos pertinentes.

Vale a Pena? - Para quem deseja uma série para passar o tempo, sem muita pretensão, Imposters é uma boa recomendação.

Rir é o melhor remédio

Fonte: Aqui

19 abril 2017

Links

CVM divulga o estado atual dos processos relacionados com a Petrobras

Um site com buscador para os documentos da Lava-Jato: contabilidade tem 1700 resultados

Usar "brancos" em personagens "não brancos" é péssimo para Hollywood

O propósito da felicidade e sua origem

(E a evolução do verbete hapiness na Wikipedia)

Curso de Contabilidade Básica: Processos Judiciais para uma empresa

Há uns dias atrás, fizemos um texto que tratava sobre processos judiciais da empresa BrasilBrokers (ver aqui). Ali, informamos que um processo judicial contra uma empresa deve ser classificado de acordo com a expectativa de perda em: prováveis, possíveis ou remotas. Essa classificação do passivo é importante para o tratamento contábil das provisões. Encerramos o texto com uma pergunta questionando em que situações essa empresa poderia não reconhecer esse passivo em seu Balanço Patrimonial? A resposta é que, nos casos em que a possibilidade de perda é remota, a empresa não contabiliza um passivo em seu Balanço. Ela apenas reconhece o processo judicial em Notas Explicativas.

Vejamos o caso da Tim, empresa de comunicações. Observe o balanço, no passivo de longo prazo. Existe uma provisão para processos judiciais e administrativos, com valor de 478 milhões de reais, na coluna de 2016. Este valor é uma estimativa da empresa, baseada na opinião dos seus consultores jurídicos. É um valor superior ao existente no final de 2015, de 416 milhões. Isto significa que o risco de perdas nos processos que correm na justiça aumentou em 62 milhões (a primeira coluna refere-se ao exercício que terminou em 31/12/2016; a segunda coluna, aquele que terminou em 31/12/2015):


Trata-se de uma provisão, conforme discutimos no segundo volume do livro Curso de Contabilidade Básica. A nota explicativa 24 mostra esta mudança com detalhes:

Em razão do grande número de normas existentes no Brasil e da morosidade do judiciário em julgá-las, as empresas podem estar envolvidas numa grande quantidade de processos, na área cível, trabalhista ou tributária. E quando a empresa atua em certos setores, podem existir clientes com processos de valores elevados.

Observe que a empresa pagou 413 milhões de reais nestes processos, sendo que a maior parte eram processos cíveis, ou seja, ações movidas por consumidores, Procon, Ministério Público, ex-parceiros e outros.

O balanço da empresa apresenta outra conta que desperta interesse, agora no ativo da empresa: depósitos judiciais. Este é um item com valor expressivo: 1,1 bilhão de reais ou 3,1% do ativo da empresa. Uma pergunta interessante: como um depósito judicial pode ser um ativo?


Em muitos processos que a empresa responde, a justiça determina que a Tim reserve um dinheiro para o caso de perda. A empresa então deposita este dinheiro numa conta bancária, que fica retido até o término da questão. Como já dito, os processos judiciais no Brasil são numerosos e a justiça é lenta. Estes valores vão se acumulando nesta conta bancária. Se a empresa vencer o processo, o dinheiro é liberado e volta para a conta bancária normal da empresa; se perder, o dinheiro é usado para quitar a dívida do processo.

De certa forma, a Tim informa que tem reservados 1,1 bilhão de reais para os processos, mas acredita que deverá pagar menos da metade deste valor. Ou seja, deverá perder 43%. Observe que esta é uma estimativa grosseira, já que nem sempre há uma relação direta entre os Depósitos Judiciais (conta de Ativo) e a Provisão (conta de Passivo).