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17 outubro 2022

Rir é o melhor remédio

 

Minha pesquisa, depois do parecerista. Ri muito do meme e lembrei de várias situações onde tive que acrescentar "outros autores" (leia, a pesquisa do parecerista), "fazer testes adicionais" com outros modelos e outras coisas. 

04 agosto 2022

"Precisamos de mais estudos"


Eis a frase típica das conclusões de um artigo acadêmico. Faz sentido? Vamos para o Ciência Picareta, livro de Ben Goldacre:

um fato pouco conhecido é que essa frase ["há necessidade de mais pesquisas"] foi banida do British Medical Journal por muitos anos, pois não acrescenta nada; você pode dizer qual pesquisa falta ser feita, com quem, como, medindo o que e por que você deseja fazê-la, mas a afirmação superficial e aberta da necessidade de mais pesquisas é inútil e sem significado

Foto: Janko Ferlič

28 novembro 2020

Rejeição de artigos


Em geral um periódico de boa qualidade tem uma taxa de rejeição de 90% ou mais. Um periódico de boa qualidade este número é menor, algo em torno de 75%. Assim, ter um artigo rejeitado é algo comum. Há histórias de pesquisas fundamentais que foram recusadas pelos periódicos; a teoria das opções é um exemplo.  

Alguns periódicos apresentam esta informação para ajudar o autor na escolha da submissão. Existem sites que também divulgam isto. Há aqui um problema: o que seria rejeição de um artigo? Quando um autor submete um artigo fora das normas do periódico, o texto pode ser devolvido para correções. Este caso entraria na estatística de rejeição? Alguns periódicos consideram que sim, outros só passam a contar a partir da análise do texto. 

Alguns estudos mostraram que a taxa de rejeição estaria em torno de 60% (vide aqui as referências). Mas que artigos submetidos por países como China, Índia e Brasil o nível de aceitação é menor. Por exemplo, artigos de países desenvolvidos tem uma taxa de rejeição média de 50%; já países com piores desempenho - que inclui o Brasil - a taxa de rejeição estaria entre 73% a 81%

Os periódicos abertos possuem uma taxa de rejeição menor. Mas estes periódicos são mais recentes e geralmente estão em áreas onde a aceitação é geralmente maior. 


05 fevereiro 2019

Como maximizar sua pesquisa: submeta na terça. Nunca aos domingos.

Em 2016, uma pesquisa verificou se existia relação entre o dia da submissão de um artigo em um periódico e a sua aceitação. Usando dados da Serbian Chemical Society de 596 artigos, a pesquisa concluiu que a maioria dos trabalhos era submetida na quarta, mas a melhor proporção de aceitação ocorria com os trabalhos submetidos na terça. Os trabalhos submetidos no sábado ou no domingo geralmente eram rejeitados.

No ano passado, uma pesquisa examinou mais de 70 mil artigos aceitos na revistas Physica A , PLOS ONE, Nature e Cell. Em todos os quatro periódicos existia o efeito do dia da semana. Os artigos submetidos no final de semana era aprovados em uma proporção de 6%; os submetidos durante a semana tinham uma taxa de aceitação de 17,5%.

Qual a razão? Ainda não está claro se o efeito religioso afeta. Será que o pesquisador que submete no sábado ou domingo observa mais o custo de oportunidade entre trabalhar mais no artigo versus assistir a partida de tênis na televisão?

Adaptado daqui

22 setembro 2018

Autores prolíferos

Um artigo da Nature investiga autores que publicam muito. Por publicar muito isto equivale a ter 72 artigos em um ano ou um artigo para cada 5 dias. Usando a base Scopus, o texto tem algumas conclusões interessantes:

* Entre 2000 e 2016, mais de nove mil pessoas conseguiram atingir esta meta;
* Deste total, 86% publicaram em física. Nesta área, é muito comum a publicação com grandes equipes internacionais de projetos, algumas delas com mais de mil pessoas. Retirando esta área, sobraram 909 autores.
* Em razão dos nomes chineses e coreanos similares, foram excluídos, restando 265. Este número representa um crescimento de 20 vezes, entre 2001 a 2014.
* Do que sobrou, metade eram das ciências médicas e da vida
* O cientista de materiais Akihisa Inoue, ex-presidente da Tohoku University no Japão e membro de várias academias de prestígio, se destaca: detém o recorde. Ele este classificado como hiperprolífico entre 2000 e 2016. Desde 1976, seu nome aparece em 2.566 artigos completos.
* O país com maior número de autores é os EUA, com 50. Destaque para Malásia (13) e Arábia Saudita (7).
* A Erasmus University Rotterdam, na Holanda, teve nove autores hiperprolíficos

13 março 2017

Título de um artigo

Alguns periódicos perguntam para os pareceristas se o título do artigo analisado representa o conteúdo do texto de maneira clara e precisa. Particularmente não gosto desta pergunta, pois entendo que o título pode ser muito representativo sem precisar ser burocrático. No passado, o finado Black escreveu um texto com o título "Noise". O texto foi publicado no Journal of Finance de 1986.

A patrulha sobre o título faz com que tenhamos que ler sobre "A relação entre o endividamento e a liquidez nas empresas de Brasília do setor calçadista: 2010 a 2014" ou algo do gênero.

O que tenho observado é que muitos pesquisadores optam pela criatividade no título. "Economista como encanador" de Esther Duflo ou "Quando Harry demitiu Sally". Thompson, em Hit Makers, discute sobre o bom título para um artigo não científico. E suas considerações podem ser extrapoladas para o título de uma pesquisa. O título "Quando Harry demitiu Sally" funciona bem para aqueles que conhecem cinema dos anos noventa, mas não para quem é mais novo. Que assistiu o filme pode se interessar pelo artigo ao ler o título. Melhor ainda é o "Economista como Encanador", de domínio mais amplo, ao mesmo tempo que instiga pela comparação pouco usual.

Quando escrevi a minha tese de doutorado não coloquei o termo "uma contribuição", já que achava desnecessário; afinal, a tese tem que dar uma contribuição. Mas um dos membros da banca sugeriu mudar o título, que foi acatado. Afinal estava numa posição inferior e não iria discutir o título do meu trabalho. Da mesma forma, se um parecerista sugerir um novo título para um artigo, irei acatar.

Mas certamente entre um artigo com o título de "a relação entre o endividamento e a liquidez nas empresas de Brasília do setor calçadista: 2010 a 2014" e "Quando Harry demitiu Sally" irei ler o seguinte.

Por sinal, o artigo When Harry Fired Sally é muito interessante. Mostra que as mulheres são punidas de forma mais pesada e frequente que os homens por comportamento de "má conduta": existe 20% a mais de chance de uma mulher perder seu emprego.

10 fevereiro 2016

O papel da contabilidade nas finanças comportamentais

Resumo:

This short letter argues that insights from behavioral accounting are highly relevant for studies examining human aspects in finance. This is important because research focusing on the users of financial information and their characteristics often assumes that financial information in itself is neutral, unbiased and value-free. However, the information used by investors and capital markets participants for making economic decisions is prepared by accountants, who use their professional judgments by interpreting and applying accounting standards.

Fonte: Andreas Hellmann, The role of accounting in behavioral finance, Journal of Behavioral and Experimental Finance, Volume 9, March 2016, Pages 39-42, ISSN 2214-6350.

27 novembro 2014

Escrevendo um artigo científico



Timothy Weninger mostra (via aqui), no vídeo acima, a construção de um trabalho científico. O texto passou por 463 versões, até o final do vídeo.