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19 março 2018

Sobre o BNDESPar

A Suzano comprou a Fibria. Um aspecto interessante foi relatado no Valor Econômico:

A estrangeira Paper Excellence (PE) (...) também encaminhou proposta pela Fibria à BNDESPar, de R$71,50 por ação em dinheiro, mas não conseguiu apresentar em tempo as garantias dos recursos - cerca de R$40 bilhões - , para honrar a transação (...)

Se o objetivo era obter o melhor preço, é estranho que não tenha esperado um pouco mais de tempo. Basta olhar como o mercado reagiu para ver que saiu ganhando e perdendo:

A outra notícia é que o BNDESPar insiste em afirmar que lucraria com a venda das ações da JBS. Já comentamos anteriormente aqui: “esquece” de levar em consideração a inflação do período.

21 agosto 2017

BNDES e teste de impairment

O resultado, contudo, não considera uma possível perda no valor recuperável do investimento na JBS, que será verificado por meio de teste de impairment no balanço de setembro, segundo a superintendente de controladoria do banco de fomento, Vânia Borgerth.

Vânia disse que as denúncias envolvendo a JBS ocorreram perto do encerramento do trimestre, e que o banco teria dificuldade de fazer uma avaliação de qualidade do teste - uma vez que, segundo ela, o próprio auditor da empresa de carnes não se sentiu confortável o suficiente para dar um parecer sobre as demonstrações contábeis.

Ao fim de junho, a BNDESPar, empresa de participações do banco, possuía investimentos em ações da JBS que, caso alienadas naquela data pelo valor de mercado, resultariam numa perda de cerca de R$ 1,2 bilhão. "Essas informações não têm ainda o grau de confiabilidade que utilizamos como requerimento", disse Vânia.
(Juliana Schincariol e Alessandra Saraiva, BNDES lucra R$1,34 bilhão no 1o. semestre e adia avaliação de perdas com papéis da JBS, Valor, 15 de agosto de 2017, A4)

A incerteza não é um motivo razoável para evitar o reconhecimento do teste. Parece muito mais "suavização de resultado".

26 abril 2017

Dez anos depois, TCU diz que BNDESPar favoreceu a JBS. Dez anos depois.

O TCU considerou que ocorreu favorecimento para a empresa JBS numa operação financiamento por parte do BNDES realizada há dez anos. Somente agora o tribunal de contas chegou a esta conclusão. Em 2007 o grupo JBS solicitou ao BNDESPar um empréstimo de 600 milhões de dólares para fazer a aquisição da Swift. O banco aportou 150 milhões a mais, o que permitiu a JBS comprar a empresa de carnes dos EUA. Segundo o TCU (via Estadão), o BNDESPar pagou um ágio de R$0,50 por cada ação ou 70 milhões de reais a mais.

De acordo com o documento, não cabia o pagamento do prêmio, pois não havia “quaisquer razões de cunho mercadológico” que justificassem “oferecer valor maior que o preço justo” para a transação. 

Mas o assunto ainda não terminou. Segundo o jornal:

Os auditores propõem aos ministros da Corte a abertura de uma tomada de contas especial para aprofundar a investigação sobre essas perdas e cobrar eventual ressarcimento. Além disso, sugerem que os envolvidos sejam ouvidos em audiências para explicar diversas outras irregularidades. 

Num país sem um banco oficial de fomento uma operação de financiamento como esta é feita através das instituições financeiras normais, como ocorreu no passado com a Ambev, por exemplo. Além do ágio, a JBS provavelmente foi beneficiada por uma taxa de juros subsidiada.