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05 setembro 2007

Crise imobiliária nos Estados Unidos

Um artigo interessante sobre a crise do crédito nos Estados Unidos:

Crise de crédito tomou viés moralista
Folha de São Paulo - 01/09/2007
DO "FINANCIAL TIMES"

A CRISE dos empréstimos imobiliários de risco, ou "subprime", nos EUA se transformou em lição de moral. Os devedores "subprime" -pessoas com históricos de crédito desfavoráveis que realizaram hipotecas de custo elevado para comprar casas que estavam além de suas posses- são apresentados como vítimas indefesas. As instituições que realizaram os empréstimos "subprime" (e os investidores que compraram os empréstimos securitizados) são caracterizados como avaros exploradores dos norte-americanos pobres. Agora, toda a turma está esperando que o governo intervenha e os salve das conseqüências da alquimia financeira que eles mesmos inventaram. Washington deveria resistir às pressões.

O presidente George W. Bush anunciou ontem algumas medidas modestas para ajudar os devedores que enfrentam necessidades verdadeiras, mas descartou uma operação de resgate em benefício das pessoas que agiram por simples cobiça (quer se trate dos devedores, quer dos credores). Infelizmente, o Congresso provavelmente não vai parar por aí. Milhões de norte-americanos talvez ainda estejam a ponto de perder suas casas, e outros milhões perderão dinheiro no mercado. É o tipo de crise em que os políticos não conseguem resistir a interferir.

Os candidatos à Presidência estão divulgando suas próprias soluções. Barack Obama planeja um fundo financiado por multas sobre empréstimos "irresponsáveis" (o que quer que isso queira dizer). O Comitê de Serviços Financeiros da Câmara realizará audiências na semana que vem, e isso poderá resultar em novas leis. O presidente do comitê, o democrata Barney Frank, deixou claro que ele acredita que a crise do crédito "subprime" prova que falta regulamentação nos mercados financeiros dos EUA. Ele favorece toda sorte de proposta, de novas normas de subscrição à instauração do direito de processo contra todos os envolvidos.

O resultado pode ter uma nova e sufocante teia de regras e responsabilidades jurídicas que sufocará empréstimos às pessoas para as quais o crédito "subprime" foi originalmente criado: aquelas que necessitam de uma morada modesta, mas não conseguem obter hipoteca normal devido a problemas de crédito. Isso seria uma vergonha. O Congresso deveria se precaver para não reagir de maneira exagerada.

Muito pode ser feito para salvar os norte-americanos de sua irresponsabilidade: os empréstimos hipotecários podem ser mais transparentes, de modo que os devedores saibam o quanto realmente devem. Os devedores podem ser informados de maneira mais completa, para que sejam capazes de escolher bem suas hipotecas.

Mas, se o Congresso impuser risco demais de litígio, o financiamento hipotecário para os devedores abaixo do padrão simplesmente desaparecerá. Não faz sentido acrescentar custos judiciais pesados a um problema que já é muito dispendioso. O mercado aprendeu sua lição: não emprestar a pessoas que não podem pagar. É difícil ver como os legisladores poderiam ensinar algo melhor.

Tradução de PAULO MIGLIACCI

Gigantes da bebida reciclam mais garrafas

As empresas de refrigerantes começam se preocupar com a reciclagem dos plásticos:

Gigantes da bebida reciclam mais garrafas
31/08/2007
Betsy McKay
The Wall Street Journal

(...) As coisas estão começando a mudar. Depois de meses de cobertura nada favorável na imprensa e até uma resolução da Confederação de Prefeitos dos Estados Unidos para que se faça uma pesquisa sobre o impacto no lixo municipal das garrafas usadas, a indústria de bebidas está aumentando os esforços para promover a reciclagem e o uso de mais plástico reciclado na produção das garrafas de seus refrigerantes, águas, sucos e chás. Algumas empresas estão reformulando as garrafas para reduzir a quantidade de plástico.

A Coca-Cola Co. — que tem 36% do mercado americano de bebidas prontas não-alcoólicas, de US$ 106 bilhões por ano — informou que planeja construir uma fábrica capaz de reciclar 2 milhões de garrafas de 600 ml. Isso é equivalente a 12% do volume total de reciclagem de garrafas plásticas nos EUA. (...)

Até agora, as fabricantes de bebidas normalmente lutavam contra as leis americanas que as obrigam a reembolsar consumidores pelas garrafas e latas usadas, encorajando sua devolução. Agora, porém, algumas estão começando a ser mais favoráveis aos incentivos financeiros para a reciclagem. A Coca investiu mais de US$ 2 milhões na RecycleBank LLC, uma empresa de reciclagem da Filadélfia que fornece cupons em troca das garrafas usadas pelos consumidores dos Estados da Pensilvânia, Nova Jersey e Delaware.

Um dos motivos pelos quais os fabricantes de bebidas estão preparando um contra-ataque é que a água engarrafada é vista por muitos como uma alternativa para enfrentar a queda nas vendas de refrigerantes.(...)

04 setembro 2007

Links

1) Simulador no Google

2) A ciência do beijo

3) Porque ex de Renan nao é a capa da Playboy de setembro

4) A Neuroeconomia pode ajudar você a ficar rico?

Propaganda

Se você acha que a Veja tem muita propaganda veja só o número de páginas das revistas:

Allure - 282
Cosmopolitan - 306
Details - 338
Elle - 592
Esquire - 252
Glamour - 418
GQ - 184
InStyle - 184
Lucky - 376
Marie Claire - 306
Martha Stewart Living - 256
Men’s Health - 364
O, The Oprah Magazine - 376
Oxygen - 160
Town & Country - 136
Stuff - 140
Vanity Fair - 415
Vogue - 840

Das 840 páginas de Vogue, 727 são propagandas.

Fonte: Aqui

IASB reformula sua página e vende normas

IASB lança novo sítio e aproveita para vender as normas


O IASB fez uma reformulação no seu sítio e aproveita para anunciar que está vendendo as normas internacionais em CD ROM [] por cerca de 80 libras. A venda de normas é uma das fontes de receitas do Iasb.

Além disto, anuncia o compromisso do Japão para convergência das suas normas com as IFRSs.

O presidente do Iasb estará visitando o Brasil em setembro.

A questão da remuneração dos executivos

A SEC, órgão de regulamenta o mercado de capitais nos Estados Unidos, enviou cartas para 300 empresas norte-americanas sobre a remuneração dos seus executivos.

As cartas foram endereçadas para os CEO e não para os diretores financeiros (CFOs) com é praxe. Entre as empresas estão a GE e a Coca-Cola.

Aqui e aqui para mais detalhes

Planejamento tributário que não deu certo

Uma confusão na área de auditoria, envolvendo grandes empresas e a Deloitte:

Ações de indenizações milionárias na Justiça Cível e uma forte troca de acusações colocaram em campos opostos grandes empresas e consultorias como resultado de R$ 1 bilhão em autuações do fisco paulista relacionadas a supostos créditos indevidos do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) em operações de compra e exportação de soja. As empresas, autuadas em julho de 2005, pleiteiam agora indenização contra a Deloitte Touche Tohmatsu alegando que a auditoria deu o aval para a realização das operações. (...) A Arthur Lundgren Tecidos (Casas Pernambucanas) pede em ressarcimento por danos materiais um total de R$ 92,4 milhões.

A Tigre, fabricante de tubos e conexões, quer R$ 38,6 milhões apenas pelas perdas materiais. As duas empresas pedem ainda indenização por danos morais. A Ficap, indústria de fios e cabos, já havia solicitado, no fim de 2006, R$ 5,1 milhões.

A Deloitte diz que seu papel era o de auditar as notas fiscais e registros contábeis e, por isso, não deve responder pela indenização. Pelo contrário, em ação de reconvenção contra a Tigre e a Pernambucanas, a Deloitte diz que é ela quem deve ser ressarcida por ter tido seu nome envolvido em notícias sobre as autuações.

O conflito entre as empresas e a Deloitte teve origem em operações que se iniciaram em 2002, quando as empresas, mesmo sem tradição no segmento da soja, passaram a comercializar o grão como forma de obter créditos de ICMS. O planejamento, considerado lícito pelos especialistas, se resumia em adquirir o grão em operações interestaduais, beneficiá-lo e exportá-lo. Como as vendas ao exterior são livres do imposto, as empresas acumulavam o crédito das etapas de comercialização e industrialização anteriores. O problema, segundo a Fazenda, é que a soja só existia no papel.

A Pernambucanas diz na ação judicial que sua tomada de créditos de ICMS teve como base os relatórios emitidos pela Deloitte. A rede varejista de tecidos conta que realizou, entre dezembro de 2002 e agosto de 2004, um total de 12 operações. A Deloitte não teria emitido laudos de auditoria somente para as duas últimas. A empresa diz que em outubro de 2003 chegou a receber um laudo no qual a Deloitte afirma que os "players" eram idôneos do ponto de vista fiscal e que os créditos e débitos fiscais eram legítimos.

Autuada pela Fazenda num total de R$ 340,5 milhões, divididos em duas autuações fiscais, a Pernambucanas conseguiu derrubar em tribunal administrativo uma das cobranças e acabou recolhendo ao fisco, no fim de 2006, R$ 99,6 milhões ao aproveitar um programa de anistia de multa e juros. A rede, porém, informa em seu balanço que quer reaver em ação judicial contra a Fazenda paulista R$ 10,3 milhões. Além do dispêndio com a autuação, a Pernambucanas quer ser ressarcida em R$ 2,6 milhões em gastos com advogados.

Os argumentos da Tigre contra a Deloitte são similares. Alega que a participação da auditoria respaldou a entrada na operação e que todas as demais empresas - transportadora, esmagadora e trading - foram apresentadas pela Deloitte, que teria assumido "todas as responsabilidades por garantir a legitimidade da operação". A companhia afirma que "...a Deloitte conseguiu dragar não uma, mas várias das maiores e mais respeitadas empresas nacionais para as mãos de uma quadrilha, auferindo com isto lucro sobre a fraude da qual as empresas foram vitimadas". Em 13 operações de compra e venda de soja, a fabricante de tubos investiu R$ 41 milhões para industrializar e exportar 255 mil toneladas do grão. A empresa foi autuada em R$ 46,12 milhões e também aproveitou a anistia da Fazenda estadual. Segundo um dos advogados contratados pelas empresas, existe a intenção de ingressar contra a Deloitte americana.

Um escritório de Nova York especializado em ações indenizatórias já foi contatado para estudar o caso. "Lá existe uma rigidez maior ao trabalho das auditorias", diz o advogado, que coordena um grupo de empresas interessadas na ação. Para sustentar o processo, as empresas alegam que os pagamentos feitos à Deloitte eram vinculados à quantidade de soja comercializada, forma considerada pouco usual de remuneração para uma auditoria, que costuma cobrar por horas trabalhadas. A Deloitte era remunerada a R$ 1,50 por tonelada de soja e os pagamentos eram feitos diretamente pelas empresas à auditoria. A Deloitte informa na contestação um precedente a seu favor. Trata-se de uma ação da Adria, fabricante de massas, que pediu indenização de R$ 7,6 milhões pelo mesmo assunto. O juiz da 30 Vara Cível em São Paulo entendeu que a Deloitte não deveria fazer parte da ação, porque a Adria não tinha contrato formal direto com ela.

A Adria não recorreu da decisão e o processo foi extinto.Em nota enviada ao Valor, a Deloitte diz que a Tigre e a Pernambucanas tomaram os créditos fiscais pela compra da soja muito antes da auditoria apresentar qualquer relatório de revisão de documentos. A Deloitte diz que "não pode ser responsabilizada por uma atitude tomada antes da realização e apresentação do seu trabalho." "Acreditamos que operações dessa magnitude jamais seriam realizadas sem aprovação formal e expressa dos executivos de empresas tão grandes", diz a nota. A auditoria se diz alvo "de acusações falsas e mentirosas quanto à nossa responsabilidade profissional."A Globalbank Consulting responde ao lado da Deloitte às ações judiciais da Pernambucanas e da Ficap.

A consultoria diz, ao contestar a ação da Pernambucanas, que ela nunca exerceu consultoria tributária. Segundo a Globalbank, a Deloitte pediu a exclusividade pela auditoria das operações com soja, mas "a empresa de auditoria não poderia contratar diretamente com os clientes - não podia evidentemente auditar as operações que ela própria apresentara, sob pena de violar os mais comezinhos princípios de independência que devem nortear as atividades dos auditores". A solução teria sido, então, intermediar a contratação das empresas via Globalbank.

"Operação soja" leva companhias à Justiça
Valor Econômico, 31/08/2007

A importância do capital humano

Um artigo muito interessante do jornal O Globo compara o capital humano com o capital natural.


Guardiões do subdesenvolvimento
O Globo - 02/09/2007

JOÃO LUIZ MAUAD

Em 1993, o americano Douglass North foi agraciado com o Prêmio Nobel de economia, dentre outras contribuições, por seus estudos sobre a importância das instituições para o desenvolvimento econômico. Segundo aquele economista, a diferença crucial entre as nações prósperas e as demais está fundamentalmente na forma de organizar as relações sociais e comerciais. “O desempenho econômico”, ensina ele, “é função das instituições e de sua evolução. Juntamente com a tecnologia, elas determinam os custos de transação e produção. As instituições constituem as regras do jogo numa sociedade; mais formalmente, representam os limites estabelecidos pelo homem para disciplinar as interações humanas.”

Na esteira das idéias de North, o Banco Mundial publicou (veja em http://siteresources.worldbank.org/ , em 2006, um extenso e detalhado trabalho,intitulado “Onde está a Riqueza das Nações”, cujo objetivo foi medir a participação de três diferentes tipos de capitais — natural (recursos naturais), produtivo (bens de capital) e intangível (capital humano e qualidade das instituições formais e informais) — na produção de riqueza de 120 países.

Os resultados da pesquisa mostram que, quanto mais desenvolvidas (em termos de renda per capita) são as nações, menos elas dependem dos recursos naturais e mais utilizam os chamados capitais intangíveis na produção de suas riquezas. Neste aspecto, a comparação dos índices verificados entre os dez primeiros e os dez últimos do ranking analisado é bastante ilustrativa. Enquanto a participação dos capitais naturais no produto total de nove dos dez países mais ricos varia entre exíguos 0 e 3% (a exceção é a Noruega, com 12%), nos países mais pobres ela nunca é inferior a 25%. Por outro lado, os capitais intangíveis têm um peso médio superior a 80% nas economias avançadas, à medida que navegam por índices que vão de 40% a 60% na maioria dos dez países mais pobres.

Esses resultados comprovam, empiricamente, algo de que já se suspeitava há muito tempo: a inexistência de correlação entre desenvolvimento econômico e disponibilidade de recursos naturais. Do contrário, como explicar a prosperidade de nações como Japão, Cingapura, Suíça e Islândia, por exemplo, localizados em regiões geologicamente pobres e geograficamente inóspitas, em contraste com tantas outras onde o subdesenvolvimento persiste, apesar da relativa abundância de riquezas naturais? Com efeito, não surpreende que, de toda riqueza produzida no mundo, o estudo do Bird tenha estimado em apenas 5% a contribuição dos capitais naturais, contra 17% dos capitais produtivos e nada menos que 77% dos intangíveis.

Um excelente referencial da superioridade dos capitais intangíveis sobre os demais está no Oriente Médio. Dentre os Estados árabes daquela região, o mais próspero é exatamente aquele cujas reservas de petróleo são ínfimas. O Emirado de Dubai tem hoje uma economia vibrante, baseada num dinâmico entreposto aduaneiro, no turismo e nos serviços financeiros e de alta tecnologia, enquanto a maioria dos seus vizinhos, donos de reservas petrolíferas imensas, permanecem econômica e socialmente estagnados.

Infelizmente, na contramão da moderna teoria econômica, encontram-se também diversas nações dessa (cada vez mais) atrasada América Latina. Apesar de todas as evidências acima, alguns de seus líderes — apoiados por boa parte da opinião pública — mantêm uma fé inabalável na velha lengalenga nacionalista (temperada com doses cavalares de marxismo) e insistem no extemporâneo receituário da estatização de empresas e recursos naturais, como se aí estivesse a chave do progresso.

Esses verdadeiros guardiões do subdesenvolvimento desprezam o exemplo dos países ricos, especialmente no que concerne às instituições e ao ambiente de negócios. Expressões como Estado de direito, previsibilidade jurídica, respeito à propriedade privada, liberdade econômica, cumprimento de contratos, desburocratização, combate à corrupção, eficiência e parcimônia com o gasto público não têm qualquer significado para eles. Além disso, não aceitam o fato inexorável de que o grande protagonista do desenvolvimento é a iniciativa privada, não o governo.

Gerenciamento de custos é importante na ginástica

Uma rápida entrevista com o fundador da Curves e sua visão de custos e margem.

Gary Heavin, fundador da Curves, aposta na venda de auto-estima
Gazeta Mercantil

São Paulo, 4 de Setembro de 2007 - Depois de atingir um faturamento de US$ 1 milhão com uma academia tradicional e falir por conta dos altos custos, o empresário norte-americano Gary Heavin criou um modelo de academias de baixo custo focado no público feminino que queria melhorar a forma física mas não tinha tempo ou vontade de frequentar academias badaladas. Há 15 anos, fundou a Curves em formato de franquia, com um programa de 30 minutos de exercícios. Nos Estados Unidos, são 7,5 mil unidades - há uma Curves para cada par de McDonald's. A marca está no Brasil desde 2003, com expansão tão acelerada que estimulou Heavin à sua primeira visita ao País, aos 52 anos de idade.

Gazeta Mercantil - Quando a Curves atingiu o primeiro bilhão de dólares?

Gary Heavin - Em 2003. Somos uma empresa de serviços que propositadamente foi concebida como uma empresa de baixo custo, mas com alta margem de lucro. Foi a maneira que encontrei para crescer. Se um supermercado fatura US$ 1 milhão, gasta boa parte desse valor para pagar seus custos, seus produtos, que são muitos. O faturamento de cada clube pode ser pequeno se comparado a um supermercado, mas a margem de lucro é muito maior.

(...) Gazeta Mercantil - Esta é sua primeira visita ao Brasil. Como conseguir resultados positivos em mercados que sequer conhece?

Heavin - É curioso, mas nosso negócio cresce mais justamente em países com um alto grau de burocracia, como é o caso do Brasil e da África do Sul, onde estive na semana passada. O que vejo é que os brasileiros trabalham duro, mas também conseguem se dedicar à família. Isso não acontece no Japão. Se o Brasil tivesse o dinheiro dos Estados Unidos e os Estados Unidos tivessem a alegria do Brasil, isso seria perfeito.

Gazeta Mercantil - Quando e como você decidiu criar uma academia apenas para mulheres?

Heavin - Eu gosto de mulheres. Aos 20 anos, eu tinha clubes com estruturas tradicionais mas também eram apenas para mulheres. Minha mãe morreu muito cedo, tinha pressão alta, depressão, e nós não tínhamos dinheiro para tratamentos. Quando cheguei aos 40 anos e dava aula para 100 mulheres, comecei a ver em cada uma delas o rosto de minha mãe. Foi ali que decidi construir algo para melhorar a vida das mulheres, como se uma tragédia se transformasse em triunfo.

Gazeta Mercantil - Você tem planos para criar uma marca exclusiva para homens?

Heavin - Não! Acredito que homens e mulheres são muito diferentes. Como diz o livro, homens são de Marte, mulheres são de Vênus. E minha experiência é de Vênus.

(Gazeta Mercantil/Caderno C - Pág. 8)(Maria Luíza Filgueiras)

Ética e responsabilidade social

A discussão sobre ética e responsabilidade social é difícil pois esbarra no juízo de valor. A reportagem a seguir mostra um pouco disto:

Código de ética e responsabilidade social
Gazeta Mercantil - 04/09/2007

(...) As empresas brasileiras estão mais preocupadas em estabelecer códigos de ética para disciplinar suas relações com os stakeholders (as partes interessadas). É o que mostra a 1 Pesquisa sobre Código de Ética no Brasil, realizada pelo Instituto Brasileiro de Ética nos Negócios, que usou com base de dados as 500 maiores empresas em atuação no País, em 2006. Do universo pesquisado, 112 empresas afirmaram ter código de ética. Apesar de ser um resultado positivo, a pesquisa contém revelações sem dúvida inquietantes sobre a qualidade das práticas de responsabilidade social adotadas.

Das 500 empresas pesquisadas, 63,4% afirmaram adotar práticas de responsabilidade social. No entanto, apenas 22,4% disseram ter código de ética e 24,4% disseram ter balanço social. Adotar ações de responsabilidade social sem código de ética é uma inversão de valores. A distância entre as práticas (código de ética, responsabilidade social e balanço social), mostrada pela pesquisa, abre espaço para um questionamento sobre o que é verdade e o que é mero marketing entre as práticas alardeadas na mídia pelas empresas.

Uma visão unicamente "marketeira" nessa seara precisa ser revista ou vai acabar saindo caro. A imagem da empresa que não entrega o que promete ficará no mínimo chamuscada no mercado financeiro e no consumidor. Os investidores certamente vão pagar menos pelas suas ações. Num mercado tão competitivo quanto o atual - em que os produtos viraram commodities, aumentando o valor da marca - no mercado consumidor cuidar da imagem não é mera vaidade. (...)

(Gazeta Mercantil/Finanças & Mercados - Pág. 4)(Lucia Rebouças)

Quem pagará a conta?

Um artigo sobre a questão das emissões de poluentes faz uma pergunta no seu título: Quem pagará a conta pela redução de emissões? (Valor Econômico - 04/09/2007)

(...) Mas sua aparente concordância só prepara o verdadeiro debate: quem é que vai pagar a conta?Há cada vez mais evidências de que uma força além dos controles governamentais pode estar fazendo mais do que as autoridades reguladoras para enfraquecer o crescimento das emissões. Essa força são os preços do combustível. O sinal mais recente veio num relatório semana passada do grupo nova-iorquino de defesa ambiental Environmental Defense. Ele disse que a alta da gasolina causou mudanças palpáveis no consumo nos EUA em 2005, o mais recente ano estudado no relatório.

(...) O Protocolo de Kyoto requer cortes de emissões apenas para os países industrializados que o assinaram, e ele exige cortes para todo o grupo de apenas 5% em relação aos níveis de 1990 - e isso até 2012. Isso originou um mercado bilionário de "créditos de carbono" em que países - e as empresas neles sediadas - que são obrigados a cortar suas emissões podem limitar seus custos de obediência à norma patrocinando projetos mais baratos de cortes de emissões no mundo em desenvolvimento.É nesses países em desenvolvimento, tais como a China, que as emissões têm crescido mais rápido. Mas eles não têm limites sob o Protocolo de Kyoto - um fato que a indústria na maioria dos países desenvolvidos argumenta que cria uma desvantagem competitiva para eles.

Efeito da crise aérea

Segundo o jornal O Globo (Entidade internacional critica setor aéreo brasileiro, 04/09/2007)

Um relatório da Associação Internacional de Transporte Aéreo (Iata), que representa as principais empresas aéreas do mundo, põe em xeque as condições de segurança do controle de tráfego aéreo do Brasil, e afirma que a crise do setor ainda vai demorar.


Um dos problemas apontados são os custos para as empresas:

Entre os custos elevados, a entidade cita o Ataero (adicional tarifário de 50% sobre todas as taxas cobradas pela Infraero) e os preços do querosene da aviação no Brasil, resultado das alíquotas diferenciadas do ICMS. A incidência do PIS/Cofins sobre o combustível também aparece entre os entraves citados pela Iata.

Democracia


Os países com melhor/pior democracia

Fonte: The Economist

03 setembro 2007

Petrobrás perde dinheiro na Argentina

A partir do momento que a Petrobrás decide aumentar suas operações internacionais, o risco de fracasso de algumas destas decisões passa a ser maior. O que ocorreu na Bolívia pode acontecer novamente em outros países.

Segundo reportagem da Folha de S. Paulo (Petrobras perde R$ 708 mi em operação na Argentina, 01/09/2007, por Pedro Soares), as medidas impostas pelo governo argentino causaram perdas de 708 milhões de reais no período de 2005 a julho de 2007. Estas perdas decorrem do subsídio ao diesel.

Somente no primeiro semestre deste ano a Petrobras Energia, controlada pela estatal com sede na Argentina e negócios na Venezuela, Peru, Equador e Bolívia, registrou resultado operacional negativo em R$ 125 milhões na área de refino e distribuição de combustíveis.

(...) Segundo o diretor da Área Internacional da Petrobras, Nestor Cerveró, a companhia registra prejuízo nas vendas de diesel na Argentina já há dois anos. A perda, diz o diretor, é pontual, pois a Petrobras Energia é lucrativa no conjunto de suas atividades.

(...) Cerveró ressaltou que as atividades da Petrobras na Argentina são "muito diversificadas" (incluem também geração e venda de energia elétrica, petroquímica e fertilizantes) e "todas são lucrativas, com exceção do diesel". A Argentina é o segundo principal mercado da Petrobras.


O fato de ser uma empresa estatal impede que algumas medidas sejam tomadas pela empresa. A reportagem chama isto de "Problema diplomático" e cita o caso ocorrido em março de 2007:

Em resposta às declarações do presidente da Petrobras, José Sergio Gabrielli, sobre o congelamento, a Argentina ameaçou reavaliar concessões da companhia por entender que as afirmações representavam interferência num assunto soberano do país. O mal-entendido, porém, foi desfeito.

Para evitar a disparada da inflação, o governo argentino lança mão da Lei do Abastecimento, que prevê multas e outras sanções às companhias que deixarem de vender os produtos no mercado interno.

No final de 2006, a Shell foi multada em R$ 16,3 milhões por ter supostamente deixado de abastecer seus postos com diesel. A Petrobras já recebeu sanção de R$ 630 mil.


Em outros países da América Latina a empresa teve prejuízo.

Ainda sobre Bolsa

Duas outras notícias sobre bolsa de valores. A primeira informa que a Bovespa solicitou o registro para venda de suas ações (Bovespa pede registro para vender suas ações, Gazeta Mercantil, 03/09/2007). A segunda informa que fundos de investimentos mais agressivos aumentaram seus investimentos no país (Fundo agressivo dobra presença no país, Folha de São Paulo, 03/09/2007, por Toni Sciarretta):

Considerados os agentes mais agressivos do capitalismo financeiro, os fundos de "private equities" [participação fechada em empresas] dobraram sua presença nas fusões e aquisições em menos de dois anos no Brasil, segundo estudo da consultoria PriceWaterHouseCoopers obtido pela Folha.

Segundo a Price, esses fundos, liderados por estrelas do empresariado nacional como Armínio Fraga (Gávea), estão hoje presentes nas maiores aquisições de empresas em território nacional e nas aberturas de capital mais concorridas na Bovespa.

(...) O modelo de negócio é sempre o mesmo: comprar pelo menor preço possível parte ou a totalidade de uma empresa com sérias dificuldades, cortar gastos, demitir muita gente considerada ineficiente, consertar rapidamente a gestão, ampliar as receitas, colocar a contabilidade em dia e sair fora -seja vendendo a participação para uma empresa concorrente ou abrindo o capital na Bolsa de Valores. (...)

A receita deu certo com várias empresas que hoje são vedetes da Bovespa, como a empresa aérea Gol (e mais tarde a Varig), a construtora Gafisa, a distribuidora de TV Multicanal/Globocabo, o site Submarino/Americanas, as varejistas Brasif e ShopTime, os laboratórios Dasa, entre outros casos.

Bolsa de Valores

Uma série de notícias sobre bolsa de valores.

No Valor, Ingleses querem empresas do Brasil na bolsa de Londres, de 03/09/2007, informa que o prefeito do distrito financeiro de Londres, Lord Mayor John Stuttard, gostaria de ter empresas brasileiras na bolsa de Londres.

Na GAzeta, também de 03/09/2007, o foco é nas empresas que estão fora dos níveis de governança do Bovespa (Maioria das empresas está fora dos níveis de governança da Bovespa, por Luciano Feltrin, Finanças & Mercados - Pág. 4). Alguns dados interessantes são apresentados


=> das 402 companhias com papéis negociados na Bovespa, 74,8% do total (números de julho deste ano) ainda estão fora dos níveis de governança da Bolsa

= > O percentual inclui empresas cujas ações estão entre as mais negociadas do mercado, como é o caso da Petrobras.

=> Nos EUA, 92% das empresas não têm mais que 20% de suas ações concentradas em um controlador. Uma das explicações dessa característica é a cultura de mercado das companhias norte-americanas. No Brasil, por outro lado, há concentração dos papéis por um grupo ou família controladora.

=> Segundo dados da GMI Ratings,o Brasil está em penúltimo lugar entre 42 países no que se refere a boas práticas de governança. Só vence a China.


Isto mostra que ainda temos muito que evoluir em termos de governança.

A mesma Gazeta comenta a questão da sustentabilidade (Itaú é líder de sustentabilidade na AL, 03/09/2007, Finanças & Mercados - Pág. 4, por Aluísio Alves)

(...) O Itaú é o banco mais sustentável da América Latina. É o que diz a consultoria espanhola Management & Excellence (M&E), depois de verificar o desempenho das 40 maiores instituições financeiras da região em governança corporativa, ética, responsabilidade socioambiental e transparência. O levantamento consistiu em medir o enquadramento dos bancos a padrões internacionalmente respeitados, como a presença das ações no Dow Jones Sustainability Index (DJSI), a publicação de balanço social segundo o modelo GRI (Global Reporting Initiative) e a obediência a normas corporativas da OECD. Com 95,4 pontos, numa escala de zero a 100, o Itaú ficou em primeiro no ranking pelo terceiro ano consecutivo.

O estudo também apontou, no entanto, que a briga entre os bancos mais adiantados pela ponta ficou mais acirrada. O Bradesco, por exemplo, quase dobrou a pontuação de dois anos atrás, atingindo 94,5 pontos, 0,9 a menos do que o do maior rival. Para o sócio-diretor da M&E, Bill Cox, o esforço dos grandes para se firmar como referência em sustentabilidade se traduz no aumento dos investimentos no setor. "O tema consumiu de US$ 100 milhões a US$ 1 bilhão de cada um dos cinco primeiros em 2006, com um crescimento anual médio de 25%", diz.


Particularmente tenho certa restrição a um indicador que permite que uma instituição consiga dobrar a pontuação, atingindo o segundo lugar, em dois anos.

Crise aérea nos Estados Unidos

Apesar de não ser tão grave quanto a nossa crise, os Estados Unidos também estão passando por uma crise aérea.

O New York Times (Most Flights Are Late, and the Situation May Only Get Worse, por Jeff Balley, 03/09/2007) apresenta alguns dados dos atrasos nos vôos naquele país.

Já a Gazeta Mercantil apresenta reportagem no mesmo sentido (Sistema aéreo está saturado nos EUA, 03/09/2007) com um enfoque na American Airlines (a reporter, Regiane de Oliveira, viajou a convite da empresa). O destaque é a boa gerência da empresa


Na última semana, o presidente da American Airlines, Gerard. J. Arpey, fez um apelo as autoridades norte-americanas para que voltem a investir no setor. "Precisamos de infra-estrutura no ar", afirmou o executivo. "E melhorar a capacidade dos aeroportos". De acordo com Arpey, o aumento da demanda e a expansão das companhias de baixo custo levaram a saturação do sistema aéreo. Por enquanto, nada que afete a segurança dos passageiros. Só por enquanto.

(...) O modelo norte-americano prevê que as aéreas podem construir os terminais, mas eles devem ser doados ao estado. Em contrapartida, as empresas recebem, além de contrato - no caso da AA de 30 anos - benefícios de locação.

(...) Erli Rodrigues, diretor-geral da American Airlines no Brasil, lembra que foram períodos desgastantes. O projeto de reestruturação de custos tinha como objetivo inicial reduzir US$ 4 bilhões de um faturamento de US$ 20 bilhões ao ano da companhia. "Não dava só para cortar, tivemos de mudar processos", explica Rodrigues. A empresa vendeu ativos, fez leasing de aviões, cancelou encomendas e renegociou os contratos de funcionários com sindicatos, demitiu pessoas. Isso tudo tendo de concorrer com novos competidores. "Até 2000 enfrentávamos as empresas de baixo custo em cerca de 25% de nossas linhas. Hoje 80% do segmento já é operado por elas", explica.

Após 11 de setembro, a principal diferença foi o comportamento dos passageiros. "As pessoas ficaram com medo de voar e o fator custo começou a ser muito relevante", conta Rodrigues. A prioridade do passageiro passou a ser pontualidade e preço, e depois, conforto. Até o serviço de bordo mudou. "Hoje não temos mais serviço de bordo em vôos de até duas horas".

A primeira meta de corte de custos foi atingida, mas não foi suficiente. "Começamos a trabalhar num sistema de cortes constantes de custos", afirma. E segundo ele foi a criatividade que garantiu que a empresa não passasse por mais reduções. "Em vez de cortar mais ou terceirizar serviços, resolvemos oferecer alguns de nossos serviços para fora, como a manutenção", diz. Hoje a AA tem contrato com a Rolls Royce para manutenção de turbinas. "Isso trouxe receita de US$ 500 milhões ao ano". O resultado de todas as ações foi um caixa de US$ 6 bilhões.

Agências de Rating: conflito de interesse?

Já o periódico ABC informa que a Comunidade Européia está investigando se as agências de ratings tiveram culpa na crise (Bruselas investiga a fondo si las agencias de calificación cayeron en conflicto de interés, 03/09/2007, por David León)

La investigación abierta a las agencias de calificación de riesgo «rating» por parte de la Comisión Europea (CE) a través de la Organización Internacional de Comisiones de Valores (IOSCO) por no detectar la crisis de las hipotecas basura «subprime» norteamericanas, está centrada en analizar si estas agencias vulneraron los principios de independencia, objetividad y conflicto de interés, a los que voluntariamente están adscritas en su «Código de Conducta».

(...) Ahora no es validar con una firma toda la contabilidad de una empresa, pero son muchos los expertos consultados que creen que si estas agencias encargadas de «poner notas» hubieran alertado del cambio de expectativas de riesgo en fondos e inversiones ligados a las hipotecas «basura», la actual crisis podría haberse limitado.

Crise imobiliária e reputação das agências de rating

Acredita-se que o Brasil deverá receber nos próximos meses o grau de investimento por parte das agências de rating.

O problema é que as agências estão sendo questionadas pelo comportamento no caso da crise imobiliária dos EUA. Uma reportagem do Estado de S. Paulo de 02/09/2007 tenta fazer este vínculo (Crise imobiliária dos EUA faz estragos nas agências de rating, Patrícia Campos Mello, p. B10)

"A reputação das agências foi bastante prejudicada; só vamos saber a extensão do dano quando a crise acabar", disse ao Estado Lawrence J. White, professor de Economia da Universidade de Nova York, que vê semelhanças com a situação de empresas de auditoria como a Arthur Andersen durante os escândalos contábeis. As ações da Moody's, negociadas a mais de US$ 70 há três meses, estão hoje na faixa dos US$ 45.

(...) Segundo ele, é um problema inerente à função das agências, que tentam apresentar um panorama de longo prazo, e não flutuações diárias na saúde financeira. O segundo problema, segundo White, é que essas empresas têm consciência da importância de seus ratings - os mercados respondem vigorosamente a uma promoção ou rebaixamento de nota. Um grau de investimento funciona como um selo de qualidade que economiza milhões em juros de empréstimos. Já um rebaixamento pode custar milhões a uma empresa ou mesmo excluí-la de alguns negócios - certos fundos são proibidos, em seus estatutos , de comprar títulos de empresas ou países que não tenham atingido o grau de investimento.

01 setembro 2007

30 anos de Doutorado

Ontem foram as comemorações dos 30 anos do Doutorado em Ciências Contábeis da Universidade de São Paulo. Como doutor pela USP fica difícil postar algo para expressar o agradecimento pela instituição que transformou minha vida. A contribuição da pós-graduação da USP para o crescimento da contabilidade no Brasil é enorme e inegável.

Obrigado Departamento de Contabilidade e Atuária da FEA/USP por tudo.

Internet: dois gráficos

Dois gráficos interessantes sobre a internet no mundo. O primeiro mostra a velocidade da internet em diferentes países do mundo. Inveja do Japão.



O segundo apresenta a relação da internet no mundo e os países onde ela é controlada pelo governo.

31 agosto 2007

Como Calcular Percentual?

O cálculo de variações percentuais representa sempre um problema para análise econômico-financeira.

Uma situação ocorre quando uma empresa apresentou um lucro próximo a zero para o seu porte. Se no ano seguinte o lucro volta ao patamar normal, o resultado pode sofrer uma grande variação. Por exemplo, uma empresa com um lucro de R$1.000 num ano e R$10 milhões no seguinte terá uma variação no lucro de um ano para outro altamente expressiva.

Outro problema ocorre quando existe a possibilidade do valor ser positivo e negativo. Uma empresa de tinha prejuízo e agora tem lucro terá a variação do lucro calculada como se fosse negativo. (Experimente colocar um prejuízo de R$100 e um lucro de R$100 numa planilha Excel. Peça para calcular a variação com a expressão [(-R$100/R$100)-1]x100. O resultado será menos duzentos por cento, o que não faz sentido).

Como resolver? A solução dada por este blog não parece adequada.

Restaurantes e métricas

Uma reportagem interessante da revista Forbes mostra as três métricas mais relevantes para um restaurante. Apesar do lucro contábil ser interessante, a reportagem recomenda o fluxo de caixa. A segunda medida é a percentagem de clientes que retornam. Segundo dados da National Restaurant Association, 3/4 das vendas de restaurantes são de clientes antigos. Finalmente, a terceira medida é a rotação dos funcionários. Em média seria de20% para pessoal administrativo e 150% para horistas.

Wal-Mart com Medo da Tesco

Segundo o Financial Times (aqui e aqui ) a empresa Wal-Mart está considerando a aquisição de concorrentes no mercado norte-americano.

Esta proposta talvez seja uma resposta a abertura da Tesco´s nos Estados Unidos. A Tesco´s é um mercado de pequeno porte de origem inglesa. A tentativa da Wal-Mart de abrir lojas em grandes centros urbanos, como nas cidades de Nova Iorque e Chicago, enfrentou oposição política.

Valor justo em discussão

Existe uma tendência de adoção do valor justo na contabilidade. Até que ponto esta opção é adequada? Existe uma corrente que defende seu uso pela qualidade da informação em relação ao custo histórico. O valor justo seria mais útil para o usuário da informação.

Entretanto, outra vertente tem preocupação com a volatilidade nos valores dos balanços e seus efeitos. Agora, uma pesquisa parece indicar que o uso do valor justo pode levar a redução na informação devido a flutuação dos preços dos produtos. Isto muda um conceito arraigado de que "quanto mais informação, melhor" (eu não acredito nisto).

O texto da The Economist, que trata deste item e que reproduzo a seguir, finaliza parodiando um famoso general alemão que dizia que a guerra é muito importante para se deixado nas mãos dos generais. A contabilidade também?

A seguir o texto:

Economics focus
A book-keeping error

Aug 30th 2007
The Economist
The accounting principle that is meant to capture fair value might end up distorting it


AS THE old joke goes, there are three types of accountant: those who can count and those who cannot. What and how they count is often contentious. A long-fermenting issue is how far “fair-value” accounting, which uses up-to-the-minute market information to price assets, should be pushed in banking. The bodies that set accountancy standards believe the more accurate disclosures are, the better. Regulators meanwhile have fretted that market-based accounting would increase fluctuations in banks' earnings and capital, which might increase risks to financial stability. And commercial banks are reluctant to expose the idiosyncrasies of their loan books to the glare of market scrutiny.

The attractions of fair-value accounts are straightforward. By basing values on recent prices (“marking to market”), they paint a truer picture of a firm's financial health than historical-cost measures. These gauge net worth from the arbitrary dates when assets and liabilities were first booked. In principle, fair-value accounting makes a firm's viability plainer and enables shareholders and regulators to spot financial trouble more quickly. Proponents say that market-based accounting would have limited the fallout from America's savings-and-loan crisis and stopped the rot from Japan's non-performing loans much earlier.
An arbitrary past versus a distorted present

New research suggests that the increasing reach of fair-value accounting might be a mixed blessing. A paper* by Guillaume Plantin of the London Business School, Haresh Sapra of the University of Chicago and Hyun Song Shin of Princeton University concludes that fair-value accounting could sometimes generate fluctuations in asset values that distort the very price information that it puts such store by.

The paper examines the incentives of a bank faced with a choice between selling a loan or keeping it on the balance sheet. Because the bank knows its borrower better than anyone else, it has the best idea of what the loan is really worth. Its managers are rewarded according to the accounting profit of the bank.

If loans are valued at historical cost and market values are rising, the loans are likely to be sold if this is the only way of realising profit, even if the market undervalues them. The banks' managers take a profit and get paid accordingly, although shareholders would be better off if the loans were kept. Fair-value accounting gets around this agency problem. Loans do not have to be sold to cash in on their rising value: marking the assets to their market value has the same beneficial effect on profits and on managers' pay.

However, in the wrong circumstances fair-value accounting could also induce wasteful sales—of long-term, illiquid loans. Left on the books and marked to market, a loan will be valued at the price at which others have managed to sell. But when there are only a few potential buyers, that may be especially low. So managers will be tempted to sell in the hope of a better price. Because all banks with similar assets face the same incentives, they will all sell, driving the price down. Their shareholders would have been better off had the loans been kept until they fell due. The temptation to sell is greater for longer-term loans.

In this way, a fair-value regime can itself distort the very prices that are supposed to reflect the true worth of assets. The prospect of lower prices can encourage selling which drives down prices further. The information derived from market prices becomes corrupted, and the result is a growing divergence between reported net worth and true value.

This theoretical model is a challenge to the ideal of fair-value accounting: that more information is always better. Although it is technically feasible to mark to market even idiosyncratic assets such as loans to small businesses, it might not be desirable. The authors point to a well-established principle in economics, that incremental moves towards perfect competition are not always good. Eliminating one market imperfection (such as poor information) need not bring the ideal of a frictionless economy closer, because this may magnify the effect of remaining distortions (such as managerial short-termism or illiquid markets).

The paper also underlines some lessons about market liquidity that have been painfully learned outside of academia in the recent market troubles. There is a fair chance that asset markets will stay liquid (in the sense that willing sellers are matched with willing buyers), as long as the actions of market participants are essentially random. But anything that co-ordinates the actions of sellers—in this case, the disclosure required by fair-value accounting—can easily lead to sharp movements in asset prices.

Is the model of self-defeating co-ordinated selling very realistic? Recently, for example, Bear Stearns, a Wall Street investment bank, held off from selling assets into an illiquid market because the transaction prices would have set a nasty benchmark for its other portfolios. So illiquidity prevented asset sales rather than induced them. Mr Shin replies that in instances like this, where there happens to be a dominant holder of assets, there is less chance of sales into a falling market.

Although more accurate disclosure of balance sheets is desirable, the work of Mr Shin and his colleagues is a reminder that there are always trade-offs to any policy change. These authors put their argument in stark terms: “The choice between these measurement regimes boils down to a dilemma between ignoring price signals, or relying on their degraded versions.” In their advocacy of fair-value accounting, accountants are rightly pursuing the interests of investors. But policymakers have to worry about wider issues. Accountancy may be too important to be left solely to accountants. Even the ones that can count.

* “Marking-to-Market: Panacea or Pandora's Box?” Forthcoming in the Journal of Accounting Research.

Uma análise da Google

A The Economist desta semana faz uma análise profunda da Google. O seu crescimento rápido (a internet só tem doze anos, clique aqui), mas o crescimento no valor de mercado, receitas, número de pessoas que pesquisam suas páginas, volume de propaganda, número de advogados e lobistas impressionam.

Quem tem medo da Google?, pergunta a revista. O volume de informação acumulado pela empresa seria um teste para a sociedade?

A revista afirma que algumas das acusações são injustas. A Google não adota políticas para dominar o mercado como a Microsoft fez (e faz). A Google tem um papel importante em resgatar obras que estariam na obscuridade.

Em outro artigo (Inside the Googleplex) a análise é na estrutura administrativa e financeira da Google.

Para a revista, o custo da Google é principalmente fixo, o que significa dizer que qualquer receita adicional é lucro. A razão disto são os computadores da empresa (que representam a parcela fixa do seu custo). A Google possui uma das maiores estruturas de computadores do mundo. E também uma das mais complexas. Se existe uma demanda não esperada pelo Gmail, o sistema da empresa automaticamente aloca mais capacidade para este serviço.

A revista lembra que o fato da estrutura de custo ser essencialmente fixa faz com que a empresa possa lança novos serviços por um custo reduzido. Se falhar, tudo bem; caso contrário, a Google terá agora mais clientes.

Este blog é da Google. Tenho usado a Google como fonte de pesquisa (inclusive acadêmica) e também o seu editor de texto, acessível de qualquer computador com acesso a internet.

Clique aqui e aqui para ler

Atratividade dos países


A figura mostra a atratividade dos países em receber terceirização. Ele é feito pela AT Kearney e avalia 50 paíse em três categorias: atratividade financeira, trabalhadores disponíveis e ambiente para negócios.

Fonte: Aqui

Iliquidez e Crise

Para a The Economist (The long and the short of it, 30/Agosto/2007) a origem da crise recente do mercado de capitais está na iliquidez, ou seja, a dificuldade de vender ativos por um preço razoável.

A revista traduz de maneira simples e clara o problema: apesar do sistema financeiro ter sofrido transformações nos últimos 25 anos, com novos investidores (fundos hedge, por exemplo) e novos produtos (derivativos, entre outros), a essência é a mesma. Investidores vão aos bancos e deixam seus recursos, que são líquidos. Os bancos investem em ativos que não são líquidos, como empréstimos para imóveis.

A iliquidez implica num risco. A The Economist cita dois artigos que sugerem que as crises são inerentes aos mercados financeiros:

“Market Liquidity and Funding Liquidity”, by Markus Brunnermeier and Lase Heje Pedersen, June 2007.

“Collective Risk Management in a Flight to Quality Episode”, by Ricardo Caballero and Arvind Krishnamurthy, August 2007.

Mais uma lista

Este endereço mostra os verbetes da Wikipedia mais editados na última hora, no último dia, nos últimos três dias, na última semana e no último mês. Representa, de certa forma, os assuntos "quentes", do momento. Por exemplo, ao consultar agora o endereço aparece o quinto album de Britney Spears e o Campeonato da FIBA (pré-olímpico de basquete).

Os primeiros endereços

Em 1985 nascia os primeiros endereços da internet (há 12 anos apenas). O primeiro endereço? Symbolics.com, de 15 de março de 1985. O segundo endereço aparece mais de um mês depois, o BBN.com. Um mês depois surge o Think.com. A lista dos primeiros dez endereços abaixo:

1. 15-Mar-1985 SYMBOLICS.COM
2. 24-Apr-1985 BBN.COM
3. 24-May-1985 THINK.COM
4. 11-Jul-1985 MCC.COM
5. 30-Sep-1985 DEC.COM
6. 07-Nov-1985 NORTHROP.COM
7. 09-Jan-1986 XEROX.COM
8. 17-Jan-1986 SRI.COM
9. 03-Mar-1986 HP.COM
10. 05-Mar-1986 BELLCORE.COM

Uma lista completa, aqui

Outra opinião

Recebo outra opinião sobre este blog, do professor Marcelo Avelino de Fortaleza:

Gostaria de ressaltar que seu site é bastante consultado por mim e
amplamente divulgado para os meus alunos aqui em Fortaleza.


Grato.

30 agosto 2007

Rir é o melhor remédio

Links

1. Se o capital próprio é mais caro, qual a razão da IPO?

2. Otimismo na taxa de crescimento

Petrobrás e PDVSA

Duas reportagens distintas mostram como estas duas empresas são diferentes. Na Gazeta Mercantil destaca-se o uso da empresa de petróleo da Venezuela para fins políticos. Basicamente a empresa está deixando de alocar recursos na área produtiva e destinando dinheiro para uma parte da população venezuelana (políticas sociais do governo Chavez) e de outros países.

Já o Wall Street Journal (Beyond 'Petrosaurus': How a Sleepy Oil Giant Became a World Player --- Petrobras Taps Well Of Brazilian Talent; Inspired by Tadpoles, de Matt Moffett, 30/08/2007), numa extensa reportagem, faz uma análise da Petrobrás, no passado conhecida como Petrosaurus. O texto não deixa de fazer comparações, inclusive com a PDVSA.

O artigo é bastante positivo para a empresa e encontra-se, em português, a seguir:


Petrobras passa de gigante adormecida a potência mundial
August 30, 2007 4:05 a.m.

Por Matt Moffett
The Wall Street Journal

Há dez anos, a Petrobras era tão lenta em comparação com as concorrentes que ganhou um apelido: Petrossauro.

Seus funcionários eram 25% menos produtivos que a média do setor, e o Brasil dependia de importações para quase metade do petróleo que consumia. O conselho de administração da Petrobras só tinha veteranos da própria empresa.

Atualmente, a Petróleo Brasileiro SA tem mais reservas do que a Chevron Corp., custos menores para encontrar petróleo que a Exxon Mobil Corp. e está listada na Bolsa de Nova York — com um valor de mercado de cerca de US$ 130 bilhões.

É uma história de sucesso rara entre as petrolíferas estatais, que cumprem um papel cada vez mais importante num mundo faminto por energia. Três quartos das reservas mundiais estão nas mãos de petrolíferas estatais, segundo a Agência Internacional de Energia. James Mulva, o presidente do conselho da americana ConocoPhillips, disse recentemente que as grandes multinacionais petrolíferas de capital aberto têm acesso direto a apenas 5% das reservas mundiais, com outros 30% teoricamente disponíveis através de joint ventures.

A maioria das petrolíferas estatais é muito menos eficiente no desenvolvimento de suas reservas do que a Petrobras. A produção da gigante Petróleos de Venezuela SA, a PDVSA, caiu um quarto desde que Hugo Chávez assumiu a presidência do país, em 1999, e começou a sugar os cofres da empresa para financiar programas sociais. A Indonésia, cuja petrolífera estatal tem um histórico de corrupção e clientelismo, recentemente passou de exportadora para importadora líquida de petróleo.

"Se pelo menos nossos amigos na Opep fossem mais como a Petrobras, estaríamos muito mais felizes, porque haveria muito mais petróleo", diz Leo Drollas, economista-chefe do Centro para Estudos Globais de Energia, de Londres.

Uma das chaves para o sucesso da Petrobras é a tecnologia. A mais de 100 km para dentro do Oceano Atlântico, uma plataforma flutuante do tamanho de um prédio de dez andares, a P-37, é uma amostra do avanço tecnológico da empresa em águas profundas. Cerca de um em cada três poços novos perfurados pela Petrobras nessa área, a Bacia de Campos, resultou em descobertas viáveis, uma porcentagem extraordinária para os padrões da indústria.

Desde a sua fundação, nos anos 50, a Petrobras tem atraído brasileiros talentosos, muitos motivados pelo patriotismo de trabalhar numa empresa que simboliza o nacionalismo brasileiro. O que mudou desde os anos 90 é a estrutura corporativa. Para incentivar a Petrobras a ser mais aberta e transparente, o governo formou um conselho independente e passou a negociar as ações da empresa em Nova York. Ele também aboliu o monopólio da Petrobras na perfuração de petróleo em território brasileiro.

A entrada de empresas estrangeiras aumentou as pressões por competitividade e ajudou a acelerar uma revolução de produtividade dentro da Petrobras. Nos últimos dez anos, a empresa dobrou a produção de petróleo, aumentou suas reservas em cerca de 50% e expandiu-se internacionalmente, da Argentina à Índia. Os sucessos da Petrobras, além do programa nacional de uso do álcool combustível, ajudaram o Brasil a se tornar auto-suficiente em petróleo.

A Petrobras "aprendeu nos últimos dez anos a pensar por si mesma como uma empresa internacional de petróleo, mas ainda reteve a força e as vantagens de uma empresa nacional", diz Richard D. Taylor, presidente das operações brasileiras da petrolífera britânica BP PLC.

Outros países produtores de petróleo estão prestando atenção. Delegações de vários países, como México, Nigéria e Peru, foram ao Rio de Janeiro para estudar o modelo do setor petrolífero brasileiro, diz Haroldo Lima, diretor-geral da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis.

Algumas petrolíferas vêm buscando criar joint ventures com a Petrobras, atraídas pelo acesso às reservas brasileiras e pela tecnologia da Petrobras. Entre elas está a estatal norueguesa Statoil ASA, que também é conhecida por sua eficiência. A Statoil está estudando as técnicas da Petrobras para instalar cabeças de poço no fundo do mar, ao mesmo tempo em que fornece à Petrobras conhecimentos técnicos sobre a extensão da vida útil de campos já maduros. O rei Harald V da Noruega visitou o Rio em 2003 para formalizar um acordo com o Brasil.

Enquanto isso, a Petrobras se expandiu no exterior e hoje atua em 27 países, mais do que o dobro do número onde atuava dez anos atrás. Recentemente, ela se tornou a primeira petrolífera a obter aprovação das autoridades americanas para instalar uma plataforma flutuante no Golfo do México. Se um furacão surgir na área, os operários podem desconectar a plataforma do poço, permitindo que ela saia do caminho da tormenta.

Mesmo com todo o sucesso da empresa, alguns analistas brasileiros reclamam que os políticos estão interferindo na fórmula vitoriosa da Petrobras. Boa parte da base para a transformação da empresa foi estabelecida durante o governo de Fernando Henrique Cardoso, que deixou a presidência no início de 2003. Seu sucessor e rival de longa data, Luiz Inácio Lula da Silva, enfrentou críticas por injetar um pouco de política na administração da empresa. Sob o comando de Lula, a Petrobras às vezes perdeu receita quando não repassou imediatamente aos consumidores finais os aumentos internacionais em produtos essenciais e politicamente sensíveis como gasolina, gás de cozinha e óleo diesel.

Mais controversa ainda é a medida tomada por Lula de fazer com que a Petrobras compre mais equipamentos fabricados no Brasil, que segundo ele estimulará a indústria nacional. Depois que algumas plataformas feitas no Brasil estouraram o orçamento, alguns analistas criticaram essa política.

José Sérgio Gabrielli, que é presidente da Petrobras desde julho de 2005, diz que as críticas não procedem. Ele diz que os custos extras das plataformas resultaram do aumento do preço do aço e da valorização do real em relação ao dólar. Em relação à política de preços, a Petrobras diz que está somente tentando suavizar flutuações dramáticas. Gabrielli diz que os críticos deviam se concentrar nos lucros recordes da empresa, no forte desempenho de sua ação, e no melhor histórico ambiental da empresa.

Funcionários da Petrobras argumentam que a dupla identidade da empresa — parte a personalização do nacionalismo brasileiro, parte uma empresa de crescimento aos olhos de Wall Street — é um patrimônio. "Nos vemos como tendo o melhor dos dois mundos", diz o diretor financeiro, Almir Guilherme Barbassa.

A empresa consegue atrair algumas das melhores cabeças do país, tanto em seus vastos laboratórios de pesquisa quanto em suas parcerias com universidades brasileiras.

Nos últimos anos, a Petrobras vem fechando parcerias com universidades num ritmo de uma por dia útil. Um projeto de parceria custeado pelos royalties da Petrobras é uma gigantesca caixa d'água na Universidade Federal do Rio de Janeiro. A caixa, ligeiramente maior que um campo de tênis, e com profundidade de 15 metros, faz a simulação de ventos e ondas encontradas em mar aberto, e ajuda a projetar plataformas mais seguras.

Ney Robinson Salvi dos Reis, um engenheiro do laboratório da própria Petrobras, tem várias patentes de robótica creditadas a ele. Um robô cilíndrico que ele projetou limpa o lodo de oleodutos marítimos. Ele se inspirou para fazê-lo estudando o movimento do nado dos girinos.

A última invenção de Reis se parece com algo saído de "Guerra nas Estrelas": um cockpit de vidro montado num bugue com grandes rodas de fibra de vidro. Esse "robô ambiental", com uma câmara montada no cockpit, consegue rodar sobre a terra e flutuar nos rios para monitorar o impacto de um gasoduto da Petrobras na Amazônia.

Com mais de 80% do petróleo brasileiro em áreas marítimas, a Petrobras começou a adaptar plataformas terrestres para condições marítimas e a utilizar equipes de mergulhadores para fazer o perigoso trabalho de mantê-las. Quando atingiu profundidades abaixo dos 300 metros, a Petrobras construiu robôs para fazer a manutenção submarina.

A Petrobras foi criada em 1953 em meio à campanha nacionalista "O petróleo é nosso!", um slogan um tanto retórico, já que à época o Brasil produzia somente 2.700 barris por dia. Ao contrário de muitas estatais, que nasceram sem reservas ou as nacionalizaram, "nosso objetivo era descobrir reservas", diz Gabrielli.

Apesar da competência técnica da empresa, sua administração era provinciana e algumas vezes enfraquecida por indicações políticas. Seu conselho tinha executivos do alto escalão da Petrobras, e o monopólio da empresa em território brasileiro a liberava da necessidade da aumentar a eficiência. Sua divisão de trading internacional se ocupava com a venda de sapatos e lagostas.

Nos anos 80 e em parte dos 90, o governo artificialmente conteve os preços da gasolina e de outros produtos da Petrobras para tentar conter a inflação galopante que assolava o Brasil. A política acabou com o capital de investimentos da empresa. Enquanto outras petrolíferas enchiam os cofres durante a alta do petróleo em meio à Guerra do Golfo em 1991, a Petrobras entrou no vermelho porque vendia petróleo importado e caro abaixo do preço de custo.

Quando assumiu a presidência em 1995, Fernando Henrique diz que a Petrobras estava num estado de "confusão total". Sabendo que ele queria mudar completamente a empresa, o poderoso sindicato dos petroleiros o desafiou com uma greve nacional em 1995. Mas o tiro saiu pela culatra. Com a escassez de gás de cozinha e longas filas nos postos de gasolina, a opinião pública ficou contra a movimento.

Fernando Henrique chamou sua política para a Petrobras de "flexibilização". Ele não queria privatizá-la totalmente, mas usou a força do mercado, como a venda de mais ações ao público e a concorrência estrangeira, para fazer com que a Petrobras se comportasse mais como uma empresa privada.

Em 1999, o governo começou a permitir que petrolíferas estrangeiras competissem com a Petrobras nos leilões de blocos marítimos. Para preparar a empresa para a concorrência, Fernando Henrique indicou o banqueiro de investimentos Henri Philippe Reichstul para ocupar a sua presidência. Ele acabou com os acordos que favoreciam os fornecedores, iniciou um sistema de bônus por desempenho para os diretores e limpou a contabilidade ao reconhecer bilhões de dólares em gastos com aposentadoria e plano de saúde dos funcionários.

No ano seguinte, o governo vendeu 16% da Petrobras por US$ 4 bilhões na Bovespa e na Bolsa de Nova York. Embora as ações da Petrobras já fossem negociadas em nível local, a listagem em Nova York "teve um grande impacto na governança", diz Gabrielli. "Ela força a transparência. Ela força a divulgação de dados".

A Petrobras adotou padrões americanos de contabilidade e passou a viver sob a vigilância de 50 analistas de Wall Street que acompanham as ações da empresa, que estão entre as ADRs mais negociadas na Bolsa de Nova York. O governo federal mantém a maioria do capital votante, mas cerca de 60% das ações agora estão nas mãos de acionistas privados.

O governo FHC também criou o primeiro conselho de administração independente na história da empresa. Até mesmo os críticos de Lula o elogiam por incrementar o conselho da petrolífera com quatro executivos peso pesado do mundo empresarial brasileiro. Entre eles está Roger Agnelli, diretor-presidente da Companhia Vale do Rio Doce, e Jorge Gerdau, que comanda o Grupo Gerdau SA.

A chegada da concorrência estrangeira teve um impacto psicológico enorme na Petrobras. Mas as petrolíferas internacionais encontraram grandes dificuldades para operar com as rígidas leis trabalhistas e ambientais brasileiras. Em vez de concorrer com a Petrobras em exploração e produção, muitas empresas internacionais, como a Royal Dutch Shell PLC e a Repsol YPF da Espanha, criaram joint ventures com ela. A americana Devon Energy tornou-se recentemente a primeira estrangeira a produzir petróleo no Brasil sem a ajuda da Petrobras.

O usuário está cada vez mais exigente

O usuário da informação contábil está cada vez mais exigente. Podemos observar isto pelo artigo a seguir. Ou seria o excesso de normas?

A sustentabilidade da natura
Gazeta Mercantil - 30/08/2007

Com práticas consistentes e ações estrategicamente planejadas de relacionamento, a empresa construiu uma imagem que a levou a ser percebida como a mais sustentável por diversos segmentos da sociedade. Isso fez com que a Natura se tornasse referência no assunto, tanto em gestão como em comunicação. Seu relatório anual é considerado modelo por vários agentes da sociedade, muito provavelmente por seguir as diretrizes da GRI (Global Reporting Initiative).

(...) Apesar de um grande número de companhias abertas publicar a DBSI (Demonstração do Balanço Social - Ibase), o que possibilita fazer uma análise vertical e horizontal dos dados ali relatados e desenvolver avaliações e diagnósticos em conjunto com outras demonstrações, a Natura não a publica. Quase todas as empresas que publicam a DBSI e também a auditam.

O CFC (Conselho Federal de Contabilidade) editou em 2004 uma norma que trata sobre a publicação das informações de natureza socioambiental, uma espécie de DBSI ampliada. (...) Mas a Natura também não publica os dados de acordo com essa norma.

(...) Nas notas explicativas, a empresa aborda sua gestão de risco no item "instrumentos financeiros", que trata da exposição cambial, taxa de juros e risco de credito. Mas não há nenhuma menção sobre riscos ambiental, trabalhista, comunitário, todos itens esperados nas notas explicativas de uma empresa modelo em sustentabilidade. (...) A meu ver, para a sustentabilidade estar 100% presente na Natura, faz-se necessários que suas demonstrações contábeis expressem isso.

Gazeta Mercantil/Finanças & Mercados - Pág. 4 - 30/08/2007 - Roberto Sousa Gonzalez

Seleção natural nas IPOS

A análise dos dados é simples, pois ignora os efeitos posteriores (de médio e longo prazo) das IPOs. Mas a questão se a crise imobiliária afeta ou não o mercado de novas ofertas de ações no Brasil já foi comentado anteriormente.

Seleção natural
Valor Econômico – 30/08/2007
A crise financeira internacional começou a corrigir alguns dos excessos de "exuberância" no mercado brasileiro. Segundo levantamento da consultoria Capital Partners, as empresas obtiveram em suas aberturas de capital um múltiplo médio - calculado a partir da relação preço/lucro líquido (P/L) - de 73,4 vezes, enquanto as grandes companhias do Ibovespa têm um índice médio de 14,7. A amostra tem 95 empresas que abriram o capital desde 2000. O P/L dá uma idéia de quantos anos o investidor levaria para obter o retorno do investimento e, quanto menor, mais barata está a ação. "Essas empresas terão que entregar aos investidores um crescimento extraordinário para fazer face a esses múltiplos, muitas vezes maiores que os de empresas de mercados maduros", afirma Paulo Esteves, sócio da Capital Partners. O ágio sobre o valor patrimonial obtido nas ofertas de ações no Brasil chegou a níveis altos até mesmo para o mercado japonês, onde as taxas de juros são negativas.

(...) Chama a atenção na amostra o grande número de companhias com prejuízo depois de abrir o capital. E o pior: em vários casos, foi justamente o custo do IPO - taxas aos bancos, advogados etc - que levou a companhia ao vermelho. Jorge Simino, diretor da Fundação Cesp, diz que registrar prejuízo porque pagou a abertura de capital não é normal. "É como dizer que estourou o orçamento do mês porque foi comer no McDonald's", afirma. "Isso indica que ou a empresa não tinha porte e retorno suficiente para ir à bolsa, ou que há algum problema de gestão."(...)

Quanto maior a participação de estrangeiros no IPO, mais prejudicadas foram suas ações durante a crise. Fundos hedge desesperados pela falta de liquidez no auge da crise saíram vendendo ativos em todo mundo, o que pode ter contribuído para quedas exageradas de alguns papéis, apesar de resultados e gestão positivos. Esse fator foi o principal a afetar as "blue chips" brasileiras.A valorização de algumas companhias mostra, entretanto, que a questão não é de aversão total a risco, mas de seletividade.


Mas a reportagem faz um alerta interessante para o custo de abrir o capital.

As empresas de auditoria voltam a fazer consultoria

O problema do conflito de interesses entre a auditoria e o braço de consultoria está de volta, conforme constata uma reportagem do Valor Econômico. Aliado a isto, temos a questão do oligopólio do mercado de auditoria, onde as grandes empresas contratam somente uma das quatro grandes empresas (Big Four):

Consultoria volta a mostrar suas garras
Valor Econômico – 30/08/2007

(...) Na Enron, a Arthur Andersen havia ganho US$ 25 milhões em honorários de auditoria e US$ 27 milhões por serviços de consultoria no ano anterior ao colapso espetacular da empresa. Isso aumentou as suspeitas de que os auditores estavam sendo tolerantes com os grandes clientes de consultoria. (...)
Os custos dos empréstimos dispararam na esteira do fechamento da Arthur Andersen, enquanto as receitas encolheram na medida em que clientes de auditoria cautelosos começaram a cancelar contratos que não envolviam auditoria. (...) A forte demanda por consultoria à adequação à lei Sarbanes-Oxley, risco, investigações forenses e terceirização vêm ajudando a alimentar a demanda. Assim como o boom das fusões e aquisições.Hoje, a consultoria é o segundo maior negócio da Deloitte nos EUA, um segmento de US$ 3 bilhões que respondeu por mais de um terço das receitas da companhia nos EUA em 2006, perdendo apenas para as auditorias. No mundo, a consultoria é um negócio ainda maior para a Deloitte, totalizando US$ 8,9 bilhões, ou 45% dos US$ 20 bilhões que ela consegue em receitas globais, segundo a Kennedy Information, de Peterborough, New Hampshire. (...) Não demorou muito para que outras firmas de auditoria fizessem as contas e decidissem que deveriam reconstruir rapidamente seus braços de consultoria. No ano passado a KPMG vendeu no mundo serviços de consultoria avaliados em US$ 5,3 bilhões, um aumento de 12% sobre o ano anterior. Na PricewaterhouseCoopers(PwC) esse número foi de US$ 3,7 bilhões, com crescimento de 20%, e na Ernst & Youngde US$ 2,4 bilhões, com aumento de 2%. "É uma indústria com um crescimento enorme e um negócio com grandes margens de lucro", afirma Clark R. Beecher, um consultor de busca de serviços executivos profissionais da Magellan International, de Houston. Beecher estima que a demanda por consultores que fazem os serviços nas quais as "Big Four" são especialistas é hoje 15 vezes maior que a oferta. "É a volta da velha mentalidade: vender tudo o que você conseguir".Mas é exatamente isso que criou problemas para as empresas da última vez, afirmam os críticos. Alguns temem que o ressurgimento da consultoria possa distrair as firmas de auditoria da atenção adequada a essa parte central de seus negócios. "O verdadeiro problema será: vocês aprenderam a lição, ou isso vai acabar mal outra vez?", diz Tom Rodenhauser, vice-presidente da divisão de consultoria da Kennedy Information.Certificar-se que os auditores não vão extrapolar as fronteiras permitidas é responsabilidade do comitê de auditoria de cada empresa. Mas Lynn E. Turner, ex-contador-chefe da SEC, diz que esses comitês nem sempre estão sintonizados com as questões de independência quanto deveriam. Ele cita exemplos recentes, que não são informações públicas, em que uma firma de auditoria de uma determinada companhia foi em parte paga por um trabalho que não era de auditoria com um honorário que dependia do grau de sucesso. Comissões desse tipo são inaceitáveis para as firmas de auditoria sob as regras americanas, mas os comitês de auditoria não perceberam.Em função do que aconteceu na Enron, WorldCom, Adelphia, Tyco e outras empresas, é uma ironia que os mesmos perigos destacados pelos colapsos dessas empresas estejam agora conduzindo grande parte da demanda pelos serviços não ligados a auditorias das Big Four. (...)

Novas regras para brinquedos e seu impacto

Controle mais rigoroso pode fazer subir preço de brinquedo no varejo
Valor Econômico - 30/08/2007

As novas regras do Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Inmetro) para aumentar a segurança dos brinquedos importados, divulgadas na segunda-feira, podem ter reflexos no preço final dos produtos e no prazo para chegada das mercadorias às lojas. Segundo as determinações do órgão, os brinquedos trazidos do exterior precisarão ser testados lote a lote. Por outro lado, a demanda por certificação irá aumentar, fazendo com que novos laboratórios passem a oferecer o serviço.Celso Pilnik, diretor da rede de varejo PBKIDS, calcula que o prazo para liberação dos lotes de importados pode dobrar para mais de 20 dias. Além disso, se diz preocupado com o impacto nos custos. "Estimamos que os produtos no ponto-de-venda possam ter um preço entre 1% a 2% maior", afirma.

(...) Alfredo Lobo, diretor de qualidade do Inmetro, é categórico quanto à necessidade das novas regras. Ele sabe, no entanto, que não há unanimidade no setor sobre a decisão do órgão. Mas não se preocupa. "A complexidade (do processo de importação), o tempo e o custo vão aumentar. Mas essas são variáveis que eu não posso considerar. Tenho que pensar na segurança. Cabe a eles (importadores) se programarem para minimizar esses efeitos", diz.Antes de ser determinada a certificação lote a lote, era possível enviar uma amostra do produto a um laboratório brasileiro ou do país de origem (que estivesse de acordo com regras internacionais) para obter o selo.


É óbvio que novas regras, mais rigorosas, para os brinquedos terão impacto sobre os custos e os preços. A questão é o mercado informal, que a reportagem não comenta, onde uma grande parcela dos produtos é importada sem passar pelos controles do Inmetro.

A questão da captação de recursos

A empresas brasileiras já estão sentido o efeito da crise do crédito. Algumas adiaram a captação (Usiminas, por exemplo), outras buscaram novas fontes (Gerdau). Isto terá impacto futuro nas despesas financeiras, na competitividade futura, na rentabilidade etc.

Empresas brasileiras de primeira linha já são hoje obrigadas a pagar quase 50% a mais em prêmios de risco pelo crédito externo, como parte do impacto do estouro da bolha imobiliária nos Estados Unidos. Muitas companhias, como a Usiminas, adiam transações que seriam realizadas para investimentos. Outras empresas e fundos, como a Gerdau e o GP Investments, no entanto, foram pegos pela crise bem no meio de processos de aquisição e são forçados a aceitar condições menos favoráveis nos empréstimos, de US$ 4,2 bilhões e US$ 880 milhões, respectivamente.


Empréstimo externo mais caro - Valor Econômico - 30/08/2007

Fortuna de Slim e a ajuda do governo

Uma reportagem do NY Times, publicada no Estado, mostra uma visão da fortuna do bilionário mexicano Slim. Apesar de fazer uma comparação entre o valor de sua fortuna (que corresponderia, a grosso modo, ao ativo) com o PIB do México (que seria o equivalente a receita), uma comparação que os mais puristas não concordam, o texto é ilustrativo dos efeitos do oligopólio.

Fortuna de Slim cresce com ajuda do governo
Empresário ainda é dono de 90% da telefonia fixa no México
Eduardo Porter THE NEW YORK TIMES
O Estado de São Paulo - 29/08/2007

Mexicanos pagam acima da média pela telefonia e pelo acesso à internet

E no início deste mês a revista Fortune informou que Carlos Slim Helú, um mexicano, tinha ultrapassado Bill Gates, tornando-se o homem mais rico do mundo - corroborando uma informação que havia sido divulgada em julho pelo portal mexicano Sentido Común -, com uma fortuna avaliada em US$ 59 bilhões.

Para se ter uma perspectiva desse valor, o tesouro de Slim é equivalente a pouco menos de 7% da produção total de bens e serviços do México - US$ 1 para cada US$ 14 de bens produzidos por toda a população no país. (...)

Como um barão ladrão, um oligarca russo ou um executivo da Enron, Slim faz-nos lembrar as palavras de Honoré de Balzac: "Por trás de cada grande fortuna há um crime." O pecado de Slim, mesmo que tecnicamente ele não seja um criminoso, é como o de Rockefeller, o pecado do monopolista. Em 1990, o governo do presidente Carlos Salinas de Gortari vendeu ao amigo Slim a empresa telefônica estatal mexicana Telmex, tendo sido firmado um compromisso de que ele ficaria com o seu monopólio por anos. E depois concedeu à Telmex a única licença nacional para explorar a telefonia celular.

Quando os concorrentes conseguiram finalmente entrar no mercado, a Telmex os manteve à distância usando alguns subterfúgios bastante criativos, como conseguir que um juiz emitisse um mandado de prisão contra o principal advogado de uma das empresas concorrentes. Hoje, a Telmex ainda controla 90% dos serviços de telefonia por linha terrestre e quase três quartos do mercado de telefonia celular no México.

EXPANSÃO

Os monopólios tendem a gerar muito dinheiro. Slim, um investidor astuto, utilizou esse dinheiro muito bem, comprando centenas de empresas mexicanas e entrando nos mercados de telefonia sem fio em toda a América Latina. Difícil passar um dia sem que um mexicano lhe propicie algum dinheiro.

Mas o México tem pago por isso, e muito. Em 2005, existiam menos de 20 linhas de telefone fixo para cada 100 mexicanos e menos da metade possuía telefones celulares. Apenas 9% das casas tinham acesso à internet. Os mexicanos pagam muito acima da média por todos esses serviços.

29 agosto 2007

Conflito de interesses

Uma notícia interessante do Bluebus mostra a existência de um conflito de interesses entre jornalista da Globo e Bernandinho:

E a ONG de jornalista da Globo recebeu doaçoes da ONG de Bernardinho

Chefe de redaçao dos programas esportivos da Globo, Joao Pedro Paes Leme mantem projeto social que recebeu em 2005 e 2006 cerca de R$ 30 mil por ano da ONG Instituto Compartilhar, de Bernardinho. É o que diz hoje na Folha o colunista Daniel Castro, referindo a prestaçao de contas que o projeto do tecnico publica na internet. A coluna aponta conflito de interesses - "Bernardinho é seu objeto de trabalho", diz sobre Paes Leme. Segundo Daniel, o vinculo entre os projetos do jornalista e do tecnico chama atençao por conta de reportagem exibida no Globo Esporte no ultimo dia 15. Teria sido contraria ao jogador Ricardinho, cortado da seleçao por Bernardinho as vesperas do Pan, e positiva para o tecnico. A Globo declarou a coluna que Paes Leme tem a "confiança irrestrita" da emissora e que as ONGs envolvidas sao independentes. E segundo a TV, o jornalista nao se manifestaria antes da publicaçao da nota na Folha. 27/08 Blue Bus

O que faz um perfeito rebolado?

Depois de um link para um periódico de correlação espúria, nada melhor do que uma pesquisa "diferente":

Pesquisadores descobrem o que faz uma mulher caminhar de modo sexy

Pesquisadores na Universidade de Cambridge, na Inglaterra, concluiram qual é a receita para um perfeito caminhar rebolando. Os matematicos chegaram a uma relaçao de 0.7 entre a cintura e os quadris - ou seja, a medida da cintura deve ser 70% da medida dos quadris. Quando mais perto disso, mais sexy é o modo de andar. As atrizes Jessica Alba (Quarteto Fantastico) e Sophia Loren, a modelo brasileira Alessandra Ambrosio e a Venus de Milo sao exemplos de medida 0.7. Marilyn Monroe chegava quase lá, 0.69. Dica do Gizmodo. 28/08 Blue Bus

E os contadores estão preocupados com a mensuração do ativo? Cambridge mostra que existem outras mensurações interessantes.

Links

1. Viés do Otimismo e Decisão de investimento

2. Otimismo e investimento

3. The Journal of Spurious Correlations

4. Ranking de Periódicos em Economia

5. Estudo diz: não faça muitas coisas ao mesmo tempo. Você não é um computador

Os endereços mais populares de Finanças

1 Forbes.com
2 CNN Money.com
3 Yahoo! Finance.com
4 MarketWatch.com
5 MSN Money
6 Business.com
7 Fool.com
8 BankRate.com
9 Wall Street Journal.com
10 TheStreet.com
11 BusinessWeek.com
12 BizJournals.com
13 Bloomberg.com
14 Hoovers.com
15 Entrepreneur.com
16 FT.com
17 BusinessWire.com
18 Google Finance.com
19 CNBC.com
20 FastCompany.com
21 Kiplinger.com
22 Investors.com
23 Economist.com
24 SeekingAlpha.com
25 Barrons.com

Consulto, regularmente, somente 4 destes endereços. Quem lê tanta notícia?

Fonte: Aqui

Regra básica da economia: incentivos e pessoas

Uma regra geral do comportamento econômico das pessoas: elas reagem aos incentivos.

Mankiw conta que uma universidade norte-americana tem todas as classes de introdução a economia, sem exceção, com 49 alunos. Qual a razão deste número? O ranking do US News penaliza universidades com turmas com 50 ou mais estudantes.

Fotos de um panda bebê







Realmente, o panda é o animal mais cativante do mundo. Clique aqui para ver o album completo.

Wikipedia: o tamanho desta enciclopédia


A figura mostra o tamanho de uma Wikipedia impressa. O cálculo foi feito por aproximação. Fonte: Aqui e aqui

Origem dos furacões


A origem dos furacões. O número 1 relata o furacão Catarina, de 2004, próximo a Torres, RS. Fonte: Aqui

Limite do Valor Justo

As normas internacionais e norte-americanas exigem tipicamente que ativos fixos seja avaliados pelo custo e sujeitos a testes periódicos de impairment. Ativos financeiros, no entanto, são geralmente avaliados pelo "valor justo" - o preço que uma terceira parte poderia pagar por eles. Existem exceções. (...)

Valor justo funciona bem para títulos que podem ser comercializados a um preço de mercado. Mas quando os ativos são raramente comercializados ou altamente complexos, o valor justo é obscuro. Derivativos são geralmente avaliados usando modelos administrativos, que são algumas vezes "verificados" por terceiros. (...)

Primeiro, o desempenho pode ser "suavizado", mascarando a volatilidade real (...); segundo, a administração pode resistir em reconhecer as perdas. (...)

The limits of fair value - Financial Times - 28/08/2007 - London Ed1 - Page 12

Vale, Cade e tempo é dinheiro


O Superior Tribunal de Justiça (STJ) rejeitou por quatro votos a zero um recurso da Companhia Vale do Rio Doce para impedir uma determinação do Conselho Administrativo de Defesa (Cade), tomada em agosto de 2005, quanto à aquisição de oito mineradoras pela empresa. Segundo a decisão do Cade, mantida pela primeira turma do STJ na tarde de ontem, a Vale terá de escolher entre se desfazer da mineradora Ferteco ou abrir mão do seu direito de preferência na compra de produção excedente da mina Casa de Pedra, da CSN.


Vale perde ação contra o Cade no STJ por quatro votos a zero - Valor Econômico - 29/08/2007

No mundo dos negócios, tempo é dinheiro. Foram 24 meses para fechar este ciclo (e olha que a empresa ainda tem possibilidade de recurso)

28 agosto 2007

Rir é o melhor remédio



Fonte: Aqui

Existe problema de infra-estrutura?

Esta pergunta do blog do WSJ

A queda da ponte em Minneapolis criou um debate nacional sobre a crise nas estradas e pontes dos Estados Unidos (observe a similaridade com a nossa situação).

O economista Gary Becker lembra que o risco do terrorismo e de uma queda de uma ponte é pequeno em relação aos acidentes de automóveis. Motorista dirigindo bêbado deve provacar de 15 mil a 40 mil mortes por ano nos EUA. O dinheiro gasto numa política pública neste sentido teria mais efeito sobre a segurança nas estradas.

Já Posner lembra que engenheiros civis tem interesse em declarar que estradas e pontes não são seguras. E os governos tendem a preferir gastar o dinheiro dos impostos com programas de benefícios imediatos.

Onde o executivo ganha mais


Fonte: The Economist, via Captain Capitalism. Exclui opções e bônus. Observe que os executivos em países mais "complicados" recebem melhor.

Mil e uma utilidades

Parece propaganda, mas o mercado acionário possui mil e uma utilidades. O paper Detecting Illegal Arms Trade (clique aqui), de Stefano DellaVigna e Eliana La Ferrara tenta verificar a existência de comércio com armas ilegais através do mercado de ações. Tendo como foco o embargo das Nações Unidas no período de 1990 a 2005, os autores analisam o impacto de notícias sobre guerra no preço das ações das empresas belicas. O aumento no preço traduziria um aumento na demanda por armas ilegais.