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22 agosto 2008

Rir é o melhor remédio

Advogado: Qual é a data do seu aniversário?
Testemunha: 15 de julho.
Advogado: Que ano?
Testemunha: Todo ano.

Advogado: Essa doença, a miastenia gravis, afeta sua memória?
Testemunha: Sim.
Advogado: E de que modo ela afeta sua memória?
Testemunha: Eu esqueço das coisas.
Advogado: Você esquece... Pode nos dar um exemplo de algo que você tenha esquecido?

Advogado: Que idade tem seu filho?
Testemunha: 38 ou 35, não me lembro.
Advogado: Há quanto tempo ele mora com
você?
Testemunha: Há 45 anos

Advogado: Qual foi a primeira coisa que seu marido disse quando acordou aquela manhã?
Testemunha: Ele disse, "Onde estou, Bete?"
Advogado: E por que você se aborreceu?
Testemunha: Meu nome é Célia.

(Enviado por Matias, grato)

Links

1. O que significa o recorde de Bolt nas Olimpíadas – Um gráfico ilustrativo muito interessante -


2. A origem da frase “não existe almoço grátis”. Não foi Friedman o criador

3. A questão das ginastas chineses (muito magras e baixas para sua idade): um estudo da população


4. Sinais que a companhia aérea está cortando custo

Custo da aspirina a $15

Na Alemanha, segundo esta notícia (Where Aspirins Cost $15, Daniel Hamermesh, NY Times, 18/08/2008) um pacote com 50 aspirinas custa 15 dólares. O custo elevado é decorrente do monopólio e regulação, que não incentiva a concorrência.

Violência no Brasil


Um texto da The Economist (Not as violent as you thought) mostra que a violência no Brasil vem caindo nos últimos anos. A principal razão deve-se a redução da violência em São Paulo, conforme demonstrado no gráfico.

Cruz Vermelha com problemas contábeis nos Estados Unidos

Uma reportagem do The Wall Street Journal (Philanthropy: Red Cross, Strained by Deficit, Could Use Some Relief of Its Own, Mike Spector, 21/08/2008, A8) mostra os problemas gerenciais da Cruz Vermelha dos Estados Unidos. Esta instituição ainda é a entidade de escolha de muitos quando existe uma calamidade. Mas escândalos e problemas administrativos são questões importantes.

Atualmente o deficit é de 200 milhões e existe um empréstimo de 4 milhões de dólares para vítimas do Dolly, um furacão, embora as doações deveriam cobrir os custos.

Recentemente a entidade cortou mil empregos. O ex-administrador renunciou depois de um escândalo sexual. Como conseqûência, doações cairam para 700 milhões (é bem verdade que em 2007 não ocorreu nenhum desastre natural, que tende a aumentar o volume de doações).

Os concorrentes (como o Exército da Salvação) estão mais ativos na questão da doação.

In fall 2005, critics blasted the Red Cross for taking too long to aid victims of Katrina. Victims complained of calling busy telephone hot lines and standing in hours-long lines for aid, only to leave empty-handed. As the storm ravaged New Orleans, the Red Cross borrowed relief money -- more than $400 million -- for the first time. In December of that year, CEO Marsha Evans resigned amid clashes with the board.

Another continuing obstacle: Red Cross headquarters uses a different accounting system from many of its local chapters. That means it can take months for top executives to get data from chapters on donations and other revenue. A Red Cross spokesman says integration of financial and accounting systems is "well under way."

In May 2007, Congress approved an overhaul of the Red Cross's governance, halving the size of its board starting in 2009. Critics often blamed the board for the charity's unfocused strategy and constant executive turnover. Ms. McGovern, the new CEO, said she believes stronger communication about the Red Cross's storied brand can get fund raising on track. Most Americans, she notes, don't realize that 93% of the some 70,000 disasters the Red Cross responds to each year are neighborhood fires. The charity's work with injured soldiers also isn't well known, she says.

Concorrência nas Teles

Após 14 meses de análise de "provas" e indícios, a Secretaria de Direito Econômico abriu processos administrativos contra Vivo, Claro, Oi e TIM, que, juntas, têm 80,6% do mercado de celulares, pela suposta prática de um "cartel soft" e condutas lesivas à ordem econômica.

A infração às leis de concorrência seria a cobrança de VU-M (Valor de Remuneração do Uso de Rede Móvel) pelas teles, cerca de R$ 0,40 o minuto.

Sempre que uma chamada é direcionada a um celular, é cobrado esse preço da operadora responsável pelo telefone de origem. Ou seja, se um usuário liga de um Claro a um Oi, a Claro paga a VU-M para a Oi. O mesmo vale quando a chamada tem origem num telefone fixo.

A VU-M representa 50% do faturamento das operadoras de telefonia móvel, ou cerca de R$ 11,23 bilhões só em 2007. O item também ajuda a explicar por que uma ligação para celular é mais cara. Nas ligações que terminam em telefone fixo, o valor cobrado pelo uso da rede é de R$ 0,03.

(...) No Brasil, o problema encontrado pela SDE é que as quatro maiores operadoras de celular cobram valores altos pelo uso da rede e oferecem baixas tarifas ao público. No curto prazo, o consumidor ganha com uma conta barata, mas, no longo prazo, a saída de concorrentes menores prejudicados pelo alto custo do uso da rede reduz a concorrência.

"Não queremos fixar preço, mas queremos que o preço para o público continue baixo", disse Ana Paula Martinez, diretora do Departamento de Proteção e Defesa Econômica da SDE.

Esse mecanismo recebe o nome técnico de "price squeeze", por literalmente estrangular os concorrentes que não conseguem competir com os custos altos e os preços baixos ao cliente. Grosso modo, isso permite que uma concorrente "financie" a operação da outra. (...)

A investigação da secretaria começou a partir de denúncia da GVT, que apresentou os mesmos dados à Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações). A agência, porém, não viu problemas e arquivou o caso. A Justiça concedeu liminar permitindo que a GVT pagasse um valor menor de VU-M e depositasse a diferença em juízo.

SDE investiga Vivo, Claro, Oi e TIM sob suspeita de cartel
Folha de São Paulo 22/08/2008
Iuri Dantas

A questão contábil do desconto

Relatório divulgado pelo banco Morgan Stanley no dia 18, revisando para baixo o preço-alvo das ações da Kroton, companhia de educação, expôs uma inusitada divergência entre uma empresa com a instituição coordenadora da oferta inicial de ações. Como resultado do confronto, os papéis da holding, que controla uma rede de ensino com 35,4 mil estudantes, caíram mais de 20% em apenas quatro pregões, passando do valor de fechamento de R$ 25,00 alcançado em 15 de agosto para R$ 19,99 nas negociações de ontem, o menor preço desde que a empresa abriu o capital, em julho de 2007.

Segundo o relatório do banco, a companhia gera um lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (lajida) "menor do que considerávamos anteriormente, já que [a empresa] contabiliza os descontos aplicados à mensalidades de forma diferente de que fazem seus concorrentes".

(...) A metodologia contábil utilizada pela Kroton inclui os descontos nas despesas financeiras. Assim, o lajida fica inflado em relação às outras companhias do setor - Anhangüera, Estácio e SEB. O ajuste feito pelo Morgan reduz o indicador em 42%.

O relatório foi contestado ontem pela Kroton. "Toda a nossa conduta de apropriação contábil está expressa no prospecto definitivo de oferta inicial e, em relação à questão específica dos descontos, está descrita, detalhadamente na pag. 81, da versão em português", afirma comunicado divulgado ao mercado. "O Morgan Stanley, como coordenador líder da nossa oferta, tem conhecimento detalhado do conteúdo do prospecto, visto que participou intensamente da construção do mesmo", acrescenta a Kroton.

(...) O Morgan Stanley, ontem, divulgou nota afirmando não julgar "os critérios de contabilidade adotados pelas companhias analisadas", mas assinalou que a Kroton "adota métodos diferentes para relatar descontos nas mensalidades em relação a outras empresas do setor". Foi por causa dessa discrepância que o banco decidiu ajustar "os dados da empresa para torná-los comparáveis às demais".Procurados pelo Valor, Kroton e Morgan Stanley não quiseram comentar o assunto.

Banco Morgan Stanley questiona cálculo de lucro feito pela Kroton
Valor Econômico - 22/08/2008


Afinal, como deve ser o tratamento do desconto das mensalidades? É uma questão contábil óbvia, não?

Agrenco

A Agrenco, empresa de capital aberto do setor agrícola que está no foco de um escândalo por fraude, prepara-se para pedir recuperação judicial e, com isso, ganhar uma proteção contra os credores que não param de bater às suas portas com faturas vencidas nas mãos.

(...) O ideal para a empresa, até por uma questão de imagem, seria acertar com o novo controlador antes do pedido de recuperação judicial. Mas as conversas não parecem caminhar nessa direção. Os acertos para uma empresa assumir a Agrenco ocorrem num ritmo mais lento do que a delicada situação financeira da Agrenco permite suportar. Tudo indica que a recuperação judicial virá mesmo antes. (...)

Agrenco prepara-se para pedir recuperação judicial
22/08/2008 - Valor Econômico


Mais sobre Agrenco, aqui

Simples e Empresas

O Simples Nacional - regime tributário também conhecido como Super Simples, que unifica o pagamento de oito impostos para empresas que faturam até R$ 2,4 milhões por ano, - é apontado hoje como um dos principais estímulos ao surgimento de novas micro e pequenas empresas (MPEs). Dados do Sebrae-SP mostram que a média anual de abertura de MPEs no País subiu de 120 mil no período anterior ao Simples para 140 mil hoje.

O número de empresas optantes do regime unificado - 2,97 milhões - já representa 74,2% das 4 milhões de MPEs em atividade no País.

Menos imposto, mais empresa - Fábio Leite - O Estado de São Paulo - 22/08/2008


É interessante notar que algumas medidas do governo podem efetivamente ajudar as empresas. Ou pelo menos não atrapalhar.

Existe uma tendência a fazer associações como esta. O correto seria tentar isolar o fato "abertura de empresas" da sua causa, "super simples". Esta questão não é fácil como parece. Ademais, a existência de correlação não representa uma relação de causa e efeito.

21 agosto 2008

Rir é o melhor remédio

Leis bizarras criam 'verão das proibições' na Itália
Com autonomia, prefeitos multam de castelos de areia a uso de tamanco e beijos.
Com maior poder e autonomia para garantir a segurança pública em suas cidades, os prefeitos italianos deram asas à imaginação aprovando normas polêmicas como a proibição de construir castelos de areia na praia, se beijar dentro de automóveis e andar de tamancos.
Algumas leis que entraram em vigor em agosto, pleno verão europeu, causaram surpresa e irritação nos italianos.
Em determinadas cidades, fica proibido circular com garrafas de vinho ou latas de cerveja na mão, andar sem camisa, soltar fogos de artifício em festas privadas - exceto aos sábados entre as 20h30 às 23h - e cortar grama nos finais de semana.
Nas turísticas Positano e Capri, usar tamancos pode dar multa de 50 euros (cerca de 120 reais), por causa do barulho que fazem.
Circular em grupos de mais de duas pessoas nos parques públicos de Novara, no norte do país, depois das 23h30 pode dar até 500 euros de multa (cerca de R$ 1,2 mil reais).
A mesma cifra pode ser cobrada de um casal que se beijar no carro na cidade de Eboli, no sul da Itália.
Autonomia
A onda de legislações bizarras se explica pelo maior poder aos prefeitos concedido pelo pacote de leis sobre segurança pública aprovada pelo governo de Silvio Berlusconi e em vigor desde o final de julho.
De acordo com a nova legislação, os mandatários municipais são encarregados de vigiar "tudo o que possa interessar à segurança e à ordem pública".
A medida está sendo vista como uma contradição do governo Berlusconi, que também instituiu um Ministério especialmente para eliminar leis desnecessárias e agilizar a burocracia italiana.
Em poucas semanas, os prefeitos exercitaram sua criatividade, conforme foi sugerido a eles pelo ministro do interior, Roberto Maroni.
Em Veneza e Assis, terra natal de São Francisco, é proibido pedir esmolas. Em Verona, os clientes de prostitutas podem ser multados em 500 euros, cerca de R$ 1,2 mil reais.
Flanelinhas, além de multados em cerca de 120 reais, também têm o dinheiro ganho apreendido pela policia.
Estão proibidas em toda a Itália as massagens profissionais nas praias. Os massagistas podem levar multa de ate R$ 1 mil euros (cerca de R$ 2,5 mil) e o tradicional top less, muito apreciado pelas italianas, é vetado no litoral de Ravenna.
O prefeito da cidade de Verona, Flavio Tosi, um dos mais ativos na promulgação de normas para garantir segurança e a "compostura", multa também quem for pego andando sem camisa ou comendo e bebendo perto de monumentos.
"É uma legislação em prol da compostura. É o povo que pede estas medidas", disse Flavio Tosi, do partido conservador e separatista Liga Norte, ao jornal La Repubblica.
Ele reivindica mais poder "para colocar na cadeia, por 24 horas, vândalos, bêbados e quem cria confusão".
Segundo Tosi, medidas do gênero são tomadas também por prefeitos da esquerda.
Confusão
Como mudam de cidade para cidade, as medidas impostas pelos prefeitos geram confusão nos italianos e nos milhões de turistas que freqüentam o país.
Em Gênova, por exemplo, é vetado circular pelas ruas com garrafas de vinho ou latas de cerveja na mão.
Em Eraclea, perto de Veneza, o prefeito decretou que é proibido fazer castelos de areia na praia. Quem colher conchas e levar areia para casa pode pegar multa de 25 a 250 euros (R$ 75 a R$ 750).
O problema de leis diferentes nas diversas cidades chamou a atenção de alguns prefeitos, que sugerem a adoção de legislações semelhantes.
"É necessário tornar mais uniformes as normas aprovadas pelas várias cidades", admitiu o prefeito de Roma, Gianni Alemanno ao jornal La Repubblica.
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Enviado por Marcos César
Fonte>: aqui

Links

1. Lei de Pareto é aplicada a NBA

2. A importância da vírgula

3. Demonstração dos Fluxos de Caixa

4. As diferenças do CPC 03 e IAS 07

5. Reavaliação na nova lei

6. Efeito da taxa de cmabio

7. Estudo de caso da IFRS – Imobiliária

8. Um filme sobre turismo médico

9. A questão do reconhecimento da receita na adoção do IFRS no Canadá

10. Como avaliar a valor justo um Austins 1936 na Nova Zelândia, quando não existe mercado

11. Relatório sobre administração do capital de giro na Europa

20 agosto 2008

Rir é o melhor remédio

A política é a arte de olhar para os problemas, encontrá-los em toda a parte, diagnosticá-los incorretamente e aplicar os remédios errados.
Groucho Marx

Fonte: Aqui

Links

1. Vídeo legal: construindo uma réplica da Casa Branca com cartas

2. Para que o filho seja um campeão olímpico é necessário “paitrocinio”

3. Um manifesto contra o monopólio intelectual

4. O efeito da internet sobre a pesquisa

5. Aplicação do Teorema de Coase na NY University Law School e suas conseqüências (dinheiro e sexo)

6. Nunca acredite em previsão dos economistas

Contabilidade mexicana

A empresa Ernst & Young difunde as normas internacionais também no México:

(...) Ernst & Young México organizó la conferencia "IFRS: El lenguaje global de la información financiera". Se contó con la participación de un panel de expositores encabezado por su presidente y director general, Alberto Tiburcio [nenhum parentesco]; Francisco Álvarez, socio director de Auditoría de Negocios, Alejandro Morán, Carlos Carrillo y Andrés Marín, socios miembros del escritorio IFRS de la firma.

(...) Por su parte, Alejandro Morán expresó que son muchos los países que se encuentran en el proceso de implementación de las IFRS. Explicó que entre 2011 y 2014 se prevé que Estados Unidos, Brasil [sic], Corea, India y Canadá las adopten.

(...) Durante la conferencia se abordaron, entre otros temas: la evolución de la información financiera; IFRS-¿una opción para compañías en México?; SEC: actividades relacionadas con IFRS y las principales diferencias entre IFRS contra MX GAAP.

En el marco del evento se presentó el libro "Principales diferencias US GAAP-IFRS-NIF", publicado por Ernst & Young a través del Instituto Mexicano de Contadores Públicos. La autoría de esta obra es del Escritorio IFRS de la firma y ya puede adquirirse en el portal del instituto, así como en tiendas y librerías especializadas. (...)


Analiza Ernst & Young la contabilidad global
Reforma - 19/08/2008

Contabilidade e política 2

O conselheiro Heinz Herwig, educado que é, preferiu não comentar as declarações que o governador Roberto Requião fez a respeito das ressalvas do Tribunal de Contas à prestação de contas de 2007 do governo estadual. Requião criticou o voto de Herwig – aprovado por unanimidade em sessão plenária do TC – durante a transmissão da “escolinha” pela TV Educativa ontem pela manhã. Depois, longe das câmeras, ouviu-se de Requião uma afirmação, digamos, pouco republicana, que a coluna, desculpando-se com seus leitores, reproduz: “Os auditores do Heinz precisam tirar a bunda da cadeira”.

Requião referia-se à parte do relatório assinado por Heinz Herwig em que lamenta a falta de informações sobre pelo menos duas questões nebulosas nas contas estaduais: a falta de repasses para a Paranaprevidência e uma contabilidade paralela de precatórios na Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa).

Requião disse que as informações sempre estiveram disponíveis para o Tribunal de Contas e acusou – na frase malcriada dita depois – os auditores de não terem cumprido a parte que lhes competia.

Requião é desmentido, porém, no próprio relatório do conselheiro Heinz Herwig, que cita os reiterados ofícios encaminhados aos dois órgãos e que não obtiveram resposta. O conselheiro foi condescendente com a demora. Tanto que pediu 15 dias de prazo suplementar para concluir seu relatório em razão da demora das informações solicitadas. Não foi suficiente: as informações não chegaram até hoje.

Requião critica Heinz
Gazeta do Povo - 20/08/2008

Contabilidade e política

A divulgação da primeira prestação de contas parcial das eleições deste ano mostra que 72% do dinheiro doado aos 11 candidatos à Prefeitura de São Paulo foi feito de forma indireta, o que dificultará -e, em alguns casos, impossibilitará- a futura identificação entre doador e candidato.

Dos R$ 9,047 milhões reunidos pelas candidaturas, R$ 6,5 milhões entrou por meio desse mecanismo, popularizado nos últimos anos, no meio político, como forma de atender a empresas que não querem ter o nome associado aos políticos para os quais contribui. (...)

A legislação eleitoral permite que as doações sejam feitas dessa forma. "É uma doação indireta. Dificulta a contabilização, mas não é irregular. (...) Acho que é feito para dificultar mesmo. Não chega a ser uma ocultação da contabilidade, mas dificulta (...) saber exatamente quem está doando, quem não está doando", afirmou o procurador-regional eleitoral de São Paulo, Luiz Carlos Gonçalves.

O "drible" para não ter o nome vinculado diretamente ao candidato funciona assim: as empresas ou pessoas físicas que quiserem fazer doações aos candidatos a prefeito podem fazer de quatro maneiras:

1) diretamente para o próprio candidato, o que "carimba" claramente a doação como "dinheiro da empresa tal para o candidato tal"; 2) ao "comitê financeiro municipal para prefeito", o que também "carimba" a doação; 3) ao "comitê financeiro municipal único"; ou 4) ao partido político.

As duas últimas opções dificultam muito ou inviabilizam completamente a identificação de qual empresa ou pessoa doou para cada candidato. Isso ocorre porque, ao repassar a doação ao candidato, o "comitê financeiro municipal único" e o partido político não precisam fazer, em suas prestações de contas, a ligação clara entre doador e beneficiário. Geralmente, eles misturam todas as doações em uma coluna de receitas e, então, listam a coluna de despesas, sem estabelecer uma ligação clara entre elas.

Além disso, enquanto os candidatos e os comitês apresentam suas prestações de contas em um período curto após as eleições, a dos partidos políticos é entregue somente em abril do ano seguinte. (...)

Doações "ocultas" somam 72% da verba de candidatos em SP
Folha de São Paulo - 20/08/2008
RANIER BRAGON

19 agosto 2008

Rir é o melhor remédio

IFRS e metodologia

Sobre a notícia do relatório CVM, Ernest Young e Fipecafi:

A questão metodológica:

O estudo foi contratado pela CVM, que determinou, no ano passado, que todas as sociedades de capital aberto no Brasil adotem as práticas internacionais, em vigor na Europa desde 2005. A idéia é que o balanço de uma empresa brasileira seja publicado numa linguagem internacional, compreensível por qualquer analista que conheça o padrão IFRS. Embora a norma passe a valer só em 2010, os balanços do ano que vem também terão de ser elaborados (não necessariamente publicados) segundo o padrão internacional, para que, nos resultados de 2010, seja possível fazer uma comparação entre um ano e outro.
Brasileiras têm prática contábeis muito longe do padrão internacional - 19 Augusto 2008 - Gazeta do Povo

No levantamento, ficou claro que os detalhes publicados pelas brasileiras estão num nível muito inferior ao que é divulgado pelas empresas que já adotaram o IFRS. Segundo Farah, da Ernst & Young, as grandes companhias européias que passaram a usar o IFRS aumentaram em 30% o número de páginas nos seus resultados financeiros
Brasileiras têm prática contábeis muito longe do padrão internacional - 19 Augusto 2008 - Gazeta do Povo

É natural que existam diferenças. São situações diferentes e a afirmação de que o nível da contabilidade de empresas brasileiras é inferior é por demais óbvio: as empresas brasileiras não adotam o IFRS.

Educação e IFRS

Talvez o grande destaque da imprensa seja o relatório CVM, Ernest Young e Fipecafi sobre a adoção da IFRS no Brasil. O estudo tem mais de 5 mil folhas (a imprensa informa) e compara 26 temas contábeis relevantes em 50 empresas brasileiras de capital aberto e 50 empresas européias.

Como o volume das notícias é substancial, faço a seguir um resumo de dois aspectos cruciais da notícia:

A dificuldade educacional:

Diante da complexidade do tema, o presidente do Conselho Curador da Fipecafi, Eliseu Martins, coloca a questão educacional como o "grande drama" da migração para as práticas internacionais. "O grande enigma é adquirir o espírito de interpretar e aplicar.
Educação é desafio na migração para padrão internacional
Valor Econômico - 19/08/2008

Os maiores desafios que as empresas brasileiras terão para adaptar seu padrão contábil à lei 11.638 - que aproximará os balanços das companhias locais ao modelo International Financial Reporting Standards (IFRS) - estão relacionados às áreas jurídicas e educacional.
Adequação traz desafio educacional Gazeta Mercantil – 19/08/2008

Pelo lado do desafio educacional, está a dificuldade de formar mão-de-obra especializada. "Embora tenhamos mais de mil instituições de ensino encarregadas de formar bacharéis em ciências contábeis, há poucos profissionais habilitados ao ensino em normas internacionais", explica Nelson Carvalho, presidente do conselho consultivo do International Accounting Standard Board (IASB), órgão responsável pelo preparo e emissão de normas contábeis no mundo todo.
Adequação traz desafio educacional Gazeta Mercantil – 19/08/2008

Já no que diz respeito às dificuldades de adaptação pela ponta jurídica, ela deve ocorrer pelas mudanças filosóficas que o IFRS embute. "As normas não contêm pisos ou tetos, não se prendem aos números, mas sim a juízos de valor, interpretação", compara Carvalho.

É justamente por tentar fazer refletir nos balanços das companhias a realidade das transações por seu princípio econômico - deixando de lado a forma jurídica em que foi concebida - que a chegada do novo modelo deve trazer ao País muitos embates com advogados e mesmo juizes. "Temos no Brasil a tradição de uma legislação societária muito apegada ao legalismo, por isso sempre houve muita expectativa em relação às mudanças que serão incorporadas pelo IFRS", afirma a presidente da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), Maria Helena Santana.

Adequação traz desafio educacional Gazeta Mercantil – 19/08/2008

Segundo ele [Nelson Carvalho], o Ministério da Educação informa a existência de mais de 1,2 mil instituições que lecionam contabilidade, porém o número de docentes aptos a ensinar a contabilidade internacional não passa de 20.
Educação é desafio na migração para padrão internacional
Valor Econômico - 19/08/2008


Sem dúvida nenhuma, a questão educacional é importante. Mas será que não está sendo valorizada demais? Afirmar que só existem 20 pessoas no Brasil aptas a ensinar contabilidade internacional é muito questionável.

Não existiria nesta questão um conflito de interesses?

Quem ganhou com a compra da Anheuser-Busch?

Segundo esta notícia, os bancos que participaram da operação e Busch IV (o CEO da Anheuser), que irá receber 10 milhões de dólares até 2013.

O problema é o aumento no passivo (e no seu custo) para nova empresa.

Mais sobre o acordo, aqui.