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26 janeiro 2014

Índice Big Mac

O Brasil possui o quinto Big Mac mais caro do mundo, custando US$ 5,25. O lanche da rede McDonald's é usado como um índice pela revista britânica "The Economist" desde 1986, para mostrar o poder de compra das moedas dos países pesquisados. O último cálculo foi divulgado nesta quinta-feira (23), no site da publicação.

O índice Big Mac aponta que o real está valorizado 13,5% em relação ao dólar. A moeda brasileira é a quinta mais valorizada entre as de 44 países pesquisados.

Noruega, Venezuela, Suíça e Suécia têm o sanduíche mais caro do que o Brasil, segundo a revista. Na Argentina, ele sai por US$ 3,03. Ou seja, com uma mesma quantia se compra muito mais Big Mac na Argentina do que no Brasil, o que mostra que o peso está desvalorizado e o real está caro.

O mais barato é o da Índia, por US$ 1,54, porque a rúpia é a moeda mais fraca: está 66,8% abaixo do dólar. O mais caro, de US$ 7,80, é o da Noruega, que tem a moeda mais valorizada: o kroner, 68,6% acima do dólar. Nos Estados Unidos, país de origem do lanche, o Big Mac sai por US$ 4,62.

Como é o cálculo

A "Economist", uma das mais respeitadas publicações de economia e negócios do mundo, diz que o objetivo do índice Big Mac não é ser preciso, mas tornar mais fácil entender as taxas de câmbio.

Por estar presente em mais de 120 países, o Big Mac, produto-símbolo da proliferação da cultura do fast food é considerado um bom termômetro de quanto o consumidor de cada local pode comprar. Assim, a taxa de câmbio é calculada a partir do preço do sanduíche em cada país.

Para mostrar a variação das moedas frente ao dólar, ela leva em conta a paridade do poder de compra (ou seja, o que se pode comprar com o dinheiro de um país). A diferença é que o índice Big Mac só calcula o valor necessário para comprar o lanche, enquanto cálculos tradicionais consideram vários produtos de consumo, como os da cesta básica.

Fonte: G1


Deterioração das transações correntes

G1, 24/01/2014

A conta de transações correntes do Brasil, um dos principais indicadores da situação da economia brasileira, fechou 2013 com um déficit inédito de US$ 81,37 bilhões, informou o Banco Central nesta sexta-feira (24).

Para chegar a esse valor se somam os resultados da balança comercial (saldo entre importações e exportações) e de outras operações não comerciais que impliquem entrada ou saída de capitais (serviços e rendas).

[...]

Balança comercial piora 

Os números do Banco Central mostram que a deterioração das contas externas está relacionada com a má situação da balança comercial, que registrou, no ano passado, o pior resultado em 13 anos. Em 2013, a balança teve um superávit de US$ 2,55 bilhões, contra um resultado positivo de US$ 19,39 bilhões no ano anterior. Houve, deste modo, uma reversão de US$ 16,83 bilhões no saldo comercial no último ano.
Em outras palavras, estamos vendendo menos os produtos que produzimos e compramos cada vez mais.

Os outros componentes das contas externas, entretanto, também mostraram deterioração no primeiro semestre de 2013. O resultado negativo da conta de serviços (que inclui, entre outras coisas, turismo e aluguel de equipamento), por exemplo, somou US$ 47,5 bilhões em 2013, impulsionadas, entre outros, pelos gastos recordes de brasileiros no exterior , o que representa aumento frente ao déficit de US$ 41 bilhões registrado em 2012.

Nas rendas (nas quais entram desde a multinacional que envia ou traz dinheiro do exterior ao ganho ou perda de rendimentos em investimentos em outras moedas), o déficit somou US$ 39,77 bilhões em 2013 – com alta frente ao mesmo período do ano passado (-US$ 35,44 bilhões).

Investimentos estrangeiros 

O BC informou ainda que os investimentos estrangeiros diretos (empresas ou investidores que resolvem colocar dinheiro no Brasil) somaram US$ 64 bilhões em 2013, com queda de 1,87% frente ao ano anterior (US$ 65,27 bilhões). O valor ficou abaixo também do recorde histórico para este indicador, registrado em 2011 (US$ 66,6 bilhões).

Financiamento do déficit externo 

O BC confirmou, assim, que o resultado negativo da conta corrente (US$ 81,37 bilhões) não foi integralmente "financiado" pela entrada de investimentos produtivos na economia brasileira em 2013 – algo que não acontece desde 2001.

Quando o déficit não é "coberto" pelos investimentos estrangeiros, o país tem de se apoiar em outros fluxos, como ingresso de recursos para aplicações financeiras, ou empréstimos buscados no exterior, para fechar as contas.

Analistas alertam, entretanto, que em um cenário de crescimento menor do PIB e menor disponibilidade de recursos nos mercados (com a sinalização do fim das medidas de estímulo nos Estados Unidos), e com uma confiança menor na economia brasileira, a atratividade do Brasil também é mais baixa – o que pode significar mais dificuldades no financiamento do déficit das contas externas.

[...]

25 janeiro 2014

Rir é o melhor remédio

A arte em lego de Jan Vornmann






Fonte: Aqui e aqui.

Fato da Semana

Fato da Semana: A Europa decidiu fazer uma reflexão sobre a adoção das normas internacionais de contabilidade

Qual a relevância disto? A Europa foi pioneira na adoção das normas internacionais de contabilidade. Somente após sua adoção pelos países europeus é que outras nações resolveram usar estas normas, como foi o caso do Brasil. Apesar das normas, as IFRS, ainda não serem adotadas plenamente por países como Estados Unidos, Japão e Índia, desde a decisão da Europa passamos a contar com duas estruturas conceituais relevantes: a do Iasb e a estadunidense (ou Fasb).

Já se passaram quase dez anos desde a decisão da Europa. Esta semana anunciou-se que a associação de contadores da Inglaterra e do País de Gales, a ICAEW, juntamente com uma empresa francesa de auditoria, irá fazer uma análise da decisão europeia.

Positivo ou negativo? Positivo, sem dúvida. Mesmo que o relatório seja desanimador com respeito aos benefícios, é fundamental conhecer se os benefícios das normas internacionais foram superiores aos custos. Afinal, qual a razão de ter medo de fazer uma reflexão sobre esta escolha? E por que esta atitude não é adotada, de maneira clara e transparente, em outros países?

Desdobramentos – O relatório deverá ficar pronto em 2014 ainda e os desdobramentos estarão associados às conclusões. Mas é preciso ficar atento ao uso do relatório como instrumento de pressão para modificar a estrutura conceitual, como deseja a Europa.

Teste da Semana

Este é um teste para verificar se o leitor está atento ao que foi notícia no nosso blog.

1 – Uma análise das contas públicas revelou que o volume de repasse do SUS reduziu em dezembro. A principal motivação deste fato refere-se:
A tentativa de obter um superávit nas contas públicas
A um erro no sistema do SUS
Ao aumento no número de casos relacionados às festas de fim de ano
Ao aumento no rigor da fiscalização dos benefícios

2 – Na entrevista da semana, Francisco Fernandes de Sousa, da Eletronorte, afirmou que a contabilidade hoje é menos
Agressiva
Complicada
Romântica
Teórica

3 – A justiça condenou Nelson Tetsuo Sakaguchi. A razão: um desvio de US$ 242,2 do Banco
Bamerindus
Excel
Nacional
Noroeste

4 – Ainda com respeito a condenação de Sakaguchi, o estranho na história é a presença de uma
Atriz de filmes pornô
Escort girl
Ginasta olímpica
Mãe de santo

5 – O valor de mercado da bolsa brasileira corresponde ao valor de mercado da seguinte empresa:
Burger King
Google
Hasbro
Time Warner

6 – Segundo uma estimativa, a chance do contador ser trocado por um computador é de
0,094%
0,94%
9,4%
94%

7 - O ex-secretário do Tesouro dos Estados Unidos defendeu, numa conferência, que as empresas deveriam contabilizar na demonstração do resultado
O custo de oportunidade do capital
Os custos ambientais
Os derivativos
Os efeitos da qualidade dos produtos

8 – A presidente da Petrobras disse que não se preocupa com os custos já que o ______ é de 54 dólares o barril
Custo de exploração
Ponto de equilíbrio
Preço de mercado
Valor do preço do etanol

Respostas: (1) superávit; (2) romântica; (3) Noroeste; (4) Mãe de santo; (5) Google; (6) 94%; (7) custos ambientais; (8) Ponto de equilíbrio

Corrupção e empresas

Peças-chave nos esquemas de corrupção mais recentes, empresas privadas vão ser multadas por uma legislação mais dura a partir da próxima quarta-feira, 29, quando entra em vigor a chamada lei anticorrupção. A Controladoria-Geral da União corre para fechar a regulamentação da nova legislação que deve mudar o relacionamento das empresas com o poder público. O governo aposta em multas pesadas para tentar coibir o pagamento de propinas a servidores públicos e fraudes em licitações. Também espera estimular a criação de um código de conduta dentro das firmas, que incentive os funcionários a denunciarem atos de corrupção. Medidas acertadas na esteira das manifestações de junho.

Em entrevista ao 'Estado', o ministro da CGU, Jorge Hage, destaca que grande mudança é a punição às pessoas jurídicas, garantindo a proteção ao empregado denunciante. A criação de um programa de compliance (integridade), com a adoção de um código de conduta, pode servir de atenuante na aplicação da multa. A lei também estabeleceu a possibilidade de assinatura de um acordo de leniência, que pode garantir a redução das penas para as empresas que colaborarem efetivamente com as investigações. Até hoje este tipo de acordo não era permitido para atos de corrupção, apenas em investigações de defesa da concorrência, como a formação de cartel. "É uma inovação importante", disse Hage.

A lei anticorrupção garante a punição da empresa independente da responsabilização de um de seus dirigentes ou de agentes públicos. A nova regra vai penalizar as empresas no próprio bolso. O ministro antecipou que o decreto que será publicado nos próximos dias, regulamentando a lei, trará as regras para aplicação dos atenuantes e agravantes no cálculo da multa. "Vamos definir quanto cada componente reduz ou aumenta o valor", disse.

Hage disse que será fixado um piso mínimo que não poderá ser menor que a vantagem obtida pela empresa com o ato de corrupção. Por isso, o decreto definirá a fórmula de cálculo da vantagem obtida e a dosimetria da multa. "Tudo indica que será um sistema parecido com o que está no código penal. Mas a presidente é quem irá bater o martelo sobre a pena base", afirmou.
Na esfera administrativa, a multa pode ter o valor de 0,1% a 20% do faturamento bruto do último exercício anterior ao da instauração do processo administrativo, quando for possível mensurar a vantagem obtida. Caso contrário, a previsão é que a aplicação de multa varie entre R$ 6 mil e R$ 60 milhões.

Outro ponto do decreto será a definição dos procedimentos e prazos para defesa das empresas. O governo fixará a forma de apresentação de testemunhas, os critérios de celebração do acordo de leniência e os procedimentos quando a corrupção for em âmbito internacional. Hage informou que caberá à empresa propor o acordo. Para isso, terá que denunciar as outras firmas envolvidas no processo e não poderá mais estar envolvida no ato lesivo à administração pública.

"Tem que colaborar plenamente com a investigação", explica. A CGU, pelo texto do decreto, garantirá o sigilo das negociações para a assinatura do acordo. O nome da empresa será mantido em segredo até que o termo seja firmado. Se as negociações não chegarem ao acordo, todos os documentos serão devolvidos à empresa.

A regulamentação definirá ainda os critérios de avaliação do programa de compliance e do manual de boa conduta. As empresas terão que preencher um questionário com dezenas de perguntas e, periodicamente, um comitê verificará se elas continuam aplicando o código de ética. Estas práticas servirão como atenuantes em caso de aplicação de multa.

O decreto vale para o poder Executivo federal. Estados e municípios também terão que regulamentar a aplicação local da nova lei. Hage lembra que a legislação também prevê punições na esfera judicial como a perda dos bens, direitos ou valores obtidos direta ou indiretamente com a infração; suspensão ou interdição parcial de suas atividades; dissolução compulsória da empresa; proibição por até cinco anos de recebimento de incentivos, subsídios, subvenções, doações ou empréstimos de órgãos, entidades ou instituições financeiras controladas pelo poder público.

Nova lei obriga empresa corruptora a devolver dinheiro - Por Renata Veríssimo - Estado de S Paulo

Leasing

As duas grandes entidades reguladoras na área contábil, o Iasb e o Fasb, combinaram, no passado, fazer alguns importantes projetos de harmonização contábil. Entre estes projetos, a contabilidade de leasing foi escolhida: havia uma demanda para rever as normas de leasing que, pretensamente, não atendiam aos usuários.


Depois de anos de discussão, as duas entidades chegaram a um consenso em trazer para os balanços as operações de leasing. Esta proposta de norma de leasing foi colocada em discussão nos Estados Unidos, pelo Fasb, e em muitos países do mundo, pelo Iasb. Depois de começar receber as críticas, parece que o ânimo dos dois reguladores reduziu. Segundo o Wall Street Journal os reguladores estão mudando seus planos sobre as regras de arrendamento, evitando trazer para os balanços todas as operações de leasing. Segundo o jornal, os esforços das normas serão no locador, não no locatário. Isto irá representar uma vitória do lobby das empresas de leasing. 

Remuneração no JP Morgan


O banco JPMorgan Chase esteve recentemente envolvido em vários escândalos financeiros. Num deles, um funcionário da entidade, que trabalhava em Londres, deu um grande prejuízo em investimentos, que foram realizados diante dos falhos controles internos.

Pois bem, o seu executivo, Jamie Dimon, teve um aumento no seu salário, com um prêmio de 18,5 milhões de dólares, o dobro de 2012.

24 janeiro 2014

Rir é o melhor remédio

Entrevista com Lars Peter Hansen

Lars Peter Hansen, an economist at the University of Chicago, is one of three winners of this year’s Nobel Memorial Prize in Economic Science, along with Eugene F. Fama, a fellow professor at the University of Chicago, and Robert J. Shiller, a professor at Yale.
The Nobel committee cited all of them for contributing to the study of asset prices. But each person’s work is very different.
Professor Fama is known as the father of the “efficient-markets hypothesis,” while Professor Shiller, a frequent contributor to the Economic View column in Sunday Business, is a founder of the field of behavioral finance and is a critic of aspects of Professor Fama’s theory. I interviewed both of them last month, and Professor Shiller has also expressed his views in a column.
Professor Hansen, on the other hand, has received less attention from the news media, and he has stayed clear of the debate over efficient markets and irrational behavior. He has been recognized for creating advanced techniques in econometrics, enabling researchers in many fields of social science to create better mathematical models.
Lars Peter Hansen with his Labradoodle at a coffee shop in Chicago last month after learning he had won the Nobel Memorial Prize in Economic Science.

Continua aqui

Listas: 10 coisas normais e cotidianas dos anos 1990

E essa era a vida nos anos 90…



1. Você assistia filmes em fita VHS


2. Você tinha que rebobinar a fita senão pagava multa na locadora


3. Este era o jogo mais viciante de celular


4. Um retroprojetor auxiliava os professores na escola


5. Quem tinha um iMac era muito rico (muito mais que atualmente)


6. Ouvia música em seu moderno walkman


7. Esperava tocar suas músicas favoritas na rádio, para poder gravar em uma fita cassete


8. Assistia video clips na TV e venerava os VJs


9. Tirava fotos em máquinas fotográficas e tinha que pôr o filme para revelar


10. Não tinha google, mas tinha Páginas Amarelas



Fonte: Aqui

Despreocupada com o custo

Graça Foster, presidente da Petrobras, disse ontem que está confortável com os custos da companhia.

"O ponto de equilíbrio é de US$ 54 por barril [de petróleo]", afirmou ao participar de um painel, além de reuniões fechadas, no Fórum Econômico Mundial, em Davos, nos alpes suíços.


A questão é que o conceito de ponto de equilíbrio está relacionado com o operacional da empresa. Ademais, o ponto de equilíbrio está associado ao caixa (o ponto de equilíbrio financeiro), as receitas e despesas (o contábil) ou a remuneração do capital (o econômico). Qual conceito ela se refere? Ela sabe a diferença?

"A produtividade é boa no pré-sal e o custo da exploração é 'muito bom'."

O custo de exploração ser muito bom representa o que?

A executiva estimou que o Brasil se tornará o sexto maior produtor mundial de petróleo, atrás de Arábia Saudita, Estados Unidos, Rússia, Iraque e Canadá.

A companhia brasileira deverá dobrar sua produção até 2020 e triplicar até 2035, segundo Graça.

Você acredita? A empresa não está investindo o que deveria, então como dobrar a produção?

A presidente da Petrobras afirmou que a empresa investirá US$ 236 bilhões nos próximos cinco anos -95% serão aplicados no Brasil.

Tenho dúvidas sobre esta capacidade de investimento. A empresa está endividada e não consegue gerar recursos com seus ativos.

Graça comentou ainda a importância da regra que estabelece a necessidade de que 65% dos fornecedores tenham conteúdo nacional.

Esta regra é importante em razão do aumento dos custos e a chance de atraso na produção?

Para a presidente da Petrobras, os preços médios do petróleo no mercado internacional não devem se reduzir de forma significativa nos próximos dez anos.

Interessante este ponto, já que a produção de combustível a partir do xisto parece ser promissora.

Receita e Ativo

O texto a seguir, publicado na Folha, parece fazer uma confusão entre receita e ativo.

A decisão de contabilizar como receita R$ 719 milhões das contas encerradas por irregularidades no cadastro, em 2012, permitiu à Caixa Econômica Federal ganhar duas vezes com os mesmos recursos.

O termo ganhar geralmente está associado a DRE. Mas na linguagem coloquial do jornal refere-se a "aproveitar".

A maior parte do valor, cerca de 97% segundo o banco, estava em contas de poupança, aplicação que serve como fonte de recursos para financiamentos habitacionais.

Os bancos captam o dinheiro dos poupadores com a obrigação de pagar mensalmente a remuneração prevista -juros de 6,17% ao ano mais a variação da TR (Taxa Referencial)- e usam para conceder empréstimos imobiliários, cobrando mais caro dos mutuários.

A diferença é uma receita financeira da instituição, que serve para cobrir custos e ainda gera lucro para o banco.

É meio óbvio isto. O custo de captação deve ser menor que o custo da aplicação; caso contrário, o banco terá prejuízo.

No caso específico das contas de poupança que tinham irregularidade no cadastro, em 2012, a Caixa decidiu que o mesmo dinheiro -que lhe garantiu receita financeira- também fosse contabilizado como receita operacional no balanço.

Uma confusão geral. O dinheiro dos poupadores é, para Caixa, um passivo. Afinal estamos tratando de uma instituição financeira, onde a lógica é inversa. Já o empréstimos, que foi realizado com os recursos, é um ativo, gerando receita financeira. Entretanto, como já dizia meu orientador, "não existe dinheiro carimbado". A partir do momento que o dinheiro entrou no banco, não há obrigação de associar com este passivo.

O procedimento, segundo a Folha apurou, não é permitido pelas normas do Banco Central. Técnicos do próprio governo consultados pela reportagem afirmaram que isso é irregular, a mesma avaliação de analistas especializados em contabilidade bancária.

O texto não cita nenhum técnico e nenhum especialista. Em geral os jornalistas são especialistas na "falácia do jornalista", onde a partir de um ou dois depoimentos, fazem conclusões. Aqui a fonte não foi revelada.

Após questionamentos feitos pela CGU (Controladoria-Geral da União), o banco estatal anunciou que a operação será desfeita na divulgação do balanço de 2013, prevista para fevereiro.

Parece que aqui refere-se a baixa do passivo, que gerou uma receita.

Para registrar como receita própria os R$ 719 milhões, a Caixa argumenta que "não havia uma norma específica sobre a forma de contabilização desses valores".

O banco ainda respondeu que as chances de os correntistas irem pegar o dinheiro de volta eram baixas. Assim, a instituição precisou reconhecer, em seu balanço, os recursos como receita.

Interessante. Apesar das críticas, considero que a posição da Caixa, sob a lógica contábil, tem certo fundamento. Particularmente agora onde a prudência não faz parte da estrutura conceitual.

RESSALVA

Segundo o analista da Austin Rating Luís Miguel Santacreu, se era considerada correta, a operação deveria ter sido detalhada em nota explicativa na divulgação da contabilidade daquele ano. Se não era, o balanço deveria ter sido publicado com ressalva dos auditores independentes.

Procurada, a PwC (PricewaterhouseCoopers), que auditou o balanço de 2012 da Caixa, alegou que, por questões de contrato, só poderia falar se tivesse autorização do banco estatal.

Questionado, o Ibracon (Instituto dos auditores independentes do Brasil) também não se manifestou.

Perguntado se adotou ou adotará alguma punição à Caixa pelo procedimento considerado irregular, o Banco Central respondeu que não se posiciona sobre casos específicos

Contar poupança como receita faz Caixa ganhar duas vezes - SHEILA D'AMORIM - Folha de S Paulo

As IFRS em julgamento

Segundo Accounting Today , a Comissão Européia designou a empresa de contabilidade Mazars e o Institute of Chartered Accountants in England and Wales (ICAEW) para fazer um relato dos efeitos do uso das normas internacionais de contabilidade pela União Europeia.

O prazo é até o outono de 2014 e as duas entidades irão avaliar o efeito de oito anos de uso das IFRS na Europa e determinar o impacto da adoção das normas internacionais do Iasb na comparabilidade e transparência das empresas europeias. O ICAEW já realizou um trabalho parecido em 2006, quando apresentou um relato sobre a implementação dos padrões do Iasb. O estudo, de mais de duzentas páginas, foi publicado em 2007.

É importante lembrar que a Europa pretende retomar o conceito de prudência na estrutura conceitual das IFRS.

A ideia é realmente muito interessante e poderia ser aplicada ao Brasil. Afinal, valeu a pena adotar as normas internacionais?

23 janeiro 2014

Rir e o melhor remédio


Tecnologia e trabalho


INNOVATION, the elixir of progress, has always cost people their jobs. In the Industrial Revolution artisan weavers were swept aside by the mechanical loom. Over the past 30 years the digital revolution has displaced many of the mid-skill jobs that underpinned 20th-century middle-class life. Typists, ticket agents, bank tellers and many production-line jobs have been dispensed with, just as the weavers were.

For those, including this newspaper, who believe that technological progress has made the world a better place, such churn is a natural part of rising prosperity. Although innovation kills some jobs, it creates new and better ones, as a more productive society becomes richer and its wealthier inhabitants demand more goods and services. A hundred years ago one in three American workers was employed on a farm. Today less than 2% of them produce far more food. The millions freed from the land were not consigned to joblessness, but found better-paid work as the economy grew more sophisticated. Today the pool of secretaries has shrunk, but there are ever more computer programmers and web designers.
Optimism remains the right starting-point, but for workers the dislocating effects of technology may make themselves evident faster than its benefits (see article). Even if new jobs and wonderful products emerge, in the short term income gaps will widen, causing huge social dislocation and perhaps even changing politics. Technology’s impact will feel like a tornado, hitting the rich world first, but eventually sweeping through poorer countries too. No government is prepared for it.

Why be worried? It is partly just a matter of history repeating itself. In the early part of the Industrial Revolution the rewards of increasing productivity went disproportionately to capital; later on, labour reaped most of the benefits. The pattern today is similar. The prosperity unleashed by the digital revolution has gone overwhelmingly to the owners of capital and the highest-skilled workers. Over the past three decades, labour’s share of output has shrunk globally from 64% to 59%. Meanwhile, the share of income going to the top 1% in America has risen from around 9% in the 1970s to 22% today. Unemployment is at alarming levels in much of the rich world, and not just for cyclical reasons. In 2000, 65% of working-age Americans were in work; since then the proportion has fallen, during good years as well as bad, to the current level of 59%.

Worse, it seems likely that this wave of technological disruption to the job market has only just started. From driverless cars to clever household gadgets (see article), innovations that already exist could destroy swathes of jobs that have hitherto been untouched. The public sector is one obvious target: it has proved singularly resistant to tech-driven reinvention. But the step change in what computers can do will have a powerful effect on middle-class jobs in the private sector too.

Until now the jobs most vulnerable to machines were those that involved routine, repetitive tasks. But thanks to the exponential rise in processing power and the ubiquity of digitised information (“big data”), computers are increasingly able to perform complicated tasks more cheaply and effectively than people. Clever industrial robots can quickly “learn” a set of human actions. Services may be even more vulnerable. Computers can already detect intruders in a closed-circuit camera picture more reliably than a human can. By comparing reams of financial or biometric data, they can often diagnose fraud or illness more accurately than any number of accountants or doctors. One recent study by academics at Oxford University suggests that 47% of today’s jobs could be automated in the next two decades.

[...]

Fonte: aqui

As duas Américas Latinas

As duas Américas Latinas
Editorial O Estado de S.Paulo, 17/01/2014


A Aliança do Pacífico, bloco comercial formado por México, Colômbia, Peru e Chile, deverá ter neste ano um crescimento médio de 4,25%, com inflação baixa e forte investimento estrangeiro, conforme estimativa do Morgan Stanley. A mesma instituição financeira calcula que Brasil, Argentina e Venezuela, as três principais economias do Mercosul, terão expansão média de apenas 2,5% - e o Brasil crescerá modesto 1,9%. Tal perspectiva evidencia o crescente contraste entre a América Latina que optou pelo livre-comércio e a América Latina estatizante, protecionista e intervencionista.

Conforme notou The Wall Street Journal, essas diferenças permitem acompanhar, no mesmo continente e sob condições relativamente semelhantes, uma espécie de certame sobre qual modelo de desenvolvimento é o mais adequado, algo como um "experimento econômico controlado".
Ao longo da última década, parecia que o grupo dos brasileiros, argentinos e venezuelanos levaria a melhor, sob o impulso da alta dos preços das commodities e das boas condições macroeconômicas para conceder estímulos fiscais. O ministro da Fazenda, Guido Mantega, chegou a sugerir, em 2009, no auge da crise internacional, que "os países avançados deveriam caminhar para o novo modelo colocado pelos países emergentes". Em 2010, a economia brasileira não só conseguiu evitar a contaminação pela crise, como cresceu 7,5%, enquanto o mundo desenvolvido patinava.

Em pouco tempo, a fantasia desse triunfo se esfumou. Confiou-se excessivamente no crescimento chinês como motor da expansão das economias latino-americanas exportadoras de petróleo, minérios e soja, sem levar em conta a possibilidade de desaceleração da China e a consequente queda nos preços dessas commodities. O "modelo de sucesso" emergente inebriou incautos e adiou reformas necessárias que tornariam a economia menos dependente dos humores chineses.

Enquanto isso, países latino-americanos menos afeitos ao populismo optaram pelo livre mercado, aproximando-se dos Estados Unidos depois que a ideia da Área de Livre-Comércio das Américas (Alca) foi torpedeada, em 2005, pela aliança entre o petismo e o kirchnerismo - que queria fazer da hostilidade aos americanos o eixo da política comercial da região. Nos anos seguintes, a Aliança do Pacífico usufruiu da vantagem de ter acesso preferencial ao mercado americano. Já o Brasil enfrentou - e ainda enfrenta, sem se queixar - o inflexível protecionismo argentino, que distorce as relações comerciais no Mercosul.

Assim, enquanto Brasil, Argentina e Venezuela se atavam a compromissos ideológicos, o bloco do Pacífico se preparava para os novos tempos. O Chile, cuja dependência do comércio de cobre é conhecida, está se esforçando para diversificar as exportações. No caso do México, as vendas externas de manufaturados hoje representam 25% do total, enquanto no Brasil essa fatia ainda é de 4%.

É a comparação com a Argentina e a Venezuela, contudo, que torna as diferenças mais claras. Os venezuelanos, donos de uma das maiores reservas de petróleo do mundo, enfrentam escassez crônica e inflação na casa dos 50% ao ano, como resultado dos delírios do "socialismo do século 21".
A Argentina, por sua vez, viu sua moeda perder 32% do valor em relação ao dólar no mercado oficial em 2013. A inflação, maquiada pelo governo, ronda os 30% anuais, mesmo com o controle de preços praticamente generalizado. O país convive com apagões diários, graças à falta de investimentos das empresas de energia, prejudicadas pelo represamento das tarifas.


Para o Journal, a atual conjuntura sugere que o Brasil está se tornando uma Argentina, a Argentina está virando uma Venezuela, e a Venezuela já é quase um Zimbábue. Pode ser um exagero, mas a comparação com a Aliança do Pacífico é, de fato, constrangedora. Como disse o ex-ministro da Fazenda peruano Pedro Pablo Kuczynski, "no fim das contas, os resultados dos dois diferentes blocos vão resolver o debate" sobre qual é o melhor modelo, "mas as más ideias levam muito tempo para morrer".

Brasil, importando etanol


Pasmem: o Brasil está importando etanol dos Estados Unidos! O país que inventou o Proálcool, pátria dos veículos flex, o maior produtor mundial de cana-de-açúcar, anda de marcha à ré no combustível renovável. Primeiro incentivou, depois maltratou sua destilaria, dando prioridade à poluente gasolina. Um vexame internacional.

Navios carregados de álcool anidro norte-americano começaram a descarregar 100 milhões de litros no Porto de Itaqui (Maranhão). É somente o começo, destinado ao abastecimento do Nordeste. No total, as importações serão bem mais volumosas. Para facilitar, o governo Dilma desonerou de impostos (PIS e Cofins) as compras de etanol no exterior, dando um tapa na cara dos produtores nacionais. Surreal.

Há décadas, na agenda planetária os combustíveis renováveis começaram a se impor nos transportes, preliminarmente, por causa do encarecimento do petróleo. Recentemente, com a ameaça do aquecimento global, nações investiram na busca de energias alternativas, ambientalmente vantajosas diante das de origem fóssil. O sonho dos países desenvolvidos, liderados pela Europa, é esverdear sua matriz energética utilizando fontes solares, eólicas ou oriundas da biomassa. Todos avançaram nas energias chamadas limpas. Aqui andamos para trás.

Tudo caminhava bem. Eleito o PT, no seu primeiro mandato o presidente Lula recebeu George W. Bush usando o boné dos usineiros. Interessado em abastecer o crescente mercado dos Estados Unidos, o setor sucroalcooleiro nacional estava animado. O etanol brasileiro, mais competitivo, ganharia o mundo. Nesse contexto vitorioso, as montadoras lançaram, em 2003, os carros flex, dando mais segurança aos consumidores. Em cinco anos a quilometragem rodada por veículos movidos a etanol ultrapassou os a gasolina, trazendo grande vantagem ecológica. Segundo Décio Gazzoni (Embrapa), especialista em agroenergia, as emissões líquidas de CO2 equivalente causadas pela queima de um litro de etanol somam apenas 400 gramas, ante 2.220 gramas da gasolina. Além da redução do desmatamento na Amazônia, o País também contribuía para a agenda do clima reduzindo as emissões de CO2 na atmosfera em razão do efeito substituição da gasolina pelo etanol. Show de bola.

A partir de 2009, surpreendentemente, entramos na contramão da História. Uma trágica concepção da política pública levou o governo Lula a dar prioridade à a gasolina da Petrobrás, em detrimento do álcool combustível. Ninguém sabe explicar ao certo os motivos dessa reversão. Houve, isso é patente, uma contenção artificial dos preços da gasolina, impedindo, por tabela, o etanol de remunerar seus custos de produção. Pode ter segurado a inflação. Mas quebrou a Petrobrás e faliu o setor sucroenergético nacional. Ao invés de dominar o mercado exportador, o Brasil tornou-se importador de etanol. De milho.

[...]Mas saiu errado. Após um período de forte expansão, com grandes investimentos, chegou a pasmaceira, seguida da quebradeira. Em vez do sucesso, seguiu-se o desânimo. Os carros flex passaram a encher o tanque com gasolina. No interior do País, entre 385 unidades, 100 encontram-se endividadas, praticamente paralisadas ou fecharam as portas. Dezenas de projetos nem saíram do papel. Frustração total.

Lula, em nome do populismo, destruiu uma das maiores invenções brasileira. As importações de etanol de milho do Brasil configuram o maior fracasso mundial de uma política pública na área da energia renovável. Dilma Rousseff, pregressa ministra de Energia, adota discursos contemporizadores. Está, na verdade, num beco sem saída.

Xico Graziano* - O Estado de S.Paulo

Contribuição Social para a Saúde

PT e a nova CPMF Marcos Cintra* 
16/01/2014 15:58

 Mesmo sendo um tributo operacionalmente justo e eficiente, a criação da CSS aumenta a carga tributária e permite a continuidade do esfolamento do contribuinte brasileiro. Pesando os argumentos a favor e contra, os parlamentares petistas deveriam abortar a proposta de implantação do novo tributo... Cerca de vinte deputados do PT querem recriar a CPMF para financiar a área da saúde. O novo tributo, agora chamado de CSS (Contribuição Social para a Saúde), teria uma alíquota de 0,15% sobre o débito das movimentações financeiras, o que garantiria uma receita de cerca de R$ 30 bilhões por ano.

 O governo tentou trazer a CPMF de volta em 2011 e não conseguiu. Agora a iniciativa parte de um grupo de parlamentares petistas, cuja estratégia é sedimentar a ideia em 2014 para que o debate ganhe força no Congresso a partir de 2015. Cumpre dizer que a cobrança da CPMF por cerca de onze anos no Brasil teve um lado positivo ao testar a eficácia de um imposto sobre movimentação financeira, que era então totalmente desconhecido. A experiência entre 1997 e 2007 comprovou que esse tipo de imposto é uma forma eficiente de arrecadação, com enorme potencial de geração de receita e de baixo custo.

 É um tributo justo, pois elimina a sonegação, fenômeno concentrador de renda nas camadas mais ricas da população. Cabe lembrar que a CPMF foi repudiada como um tributo a mais a elevar a carga tributária brasileira. Porém, ela seria aceita pela sociedade se fosse instituída como substituta de outros tributos. Levantamento realizado em 2007 pela empresa Cepac-Pesquisa & Comunicação revela que 64% das pessoas a aceitariam se ela substituísse a contribuição ao INSS incidente sobre a folha de pagamento das empresas. Mesmo sendo um tributo operacionalmente justo e eficiente, a criação da CSS aumenta a carga tributária e permite a continuidade do esfolamento do contribuinte brasileiro. 

Pesando os argumentos a favor e contra, os parlamentares petistas deveriam abortar a proposta de implantação do novo tributo. Em primeiro lugar, a CSS deve ser rejeitada porque ela não substitui nenhum dos atuais impostos, que são escorchantes, injustos, distorcivos e ineficientes. Será apenas mais um tributo que irá contribuir para aumentar o arrocho tributário sobre o setor produtivo e a classe média. Além disso, vale lembrar que quando a CPMF foi extinta o governo compensou essa perda aumentando a alíquota do IOF, cuja arrecadação saltou de R$ 5 bilhões em 2007 para R$ 20 bilhões no ano seguinte. 

Outro ponto é que o governo precisa fazer uma ampla e radical reforma tributária, e qualquer remendo, por mais necessário que seja, apenas dará mais fôlego para a manutenção da atual estrutura disfuncional. É preciso coragem para desmontar o atual modelo. Dar-lhe continuidade, através de um tributo que será meramente um arremedo para arrecadar mais, serve para manter o sofrimento do contribuinte. Por fim, manter o atual sistema apoiado em mais um tributo agravará distorções sociais que uma reforma tributária deveria corrigir. Uma das forças concentradoras de renda no Brasil encontra-se na estrutura de impostos, regressiva e vulnerável à evasão. Os ricos encontram brechas para sonegar impostos e a classe média é penalizada de forma compensatória pagando mais tributos sobre os salários e sobre o consumo. 

O bom senso indica que a CSS deve ser rejeitada. Louvável seria se esses deputados se articulassem por uma reforma tributária que recriasse a CPMF para substituir tributos como, por exemplo, o INSS patronal, a Cofins e o ICMS. Seria um ato em sintonia com as necessidades do país. 

* Marcos Cintra - É doutor em Economia pela Universidade Harvard (EUA), professor titular e vice-presidente da Fundação Getulio Vargas. - 

Listas: As 10 profissões que mais engordam

Um estudo da CareerBuilder, realizado com cerca de 5.700 trabalhadores, analisou a propensão ao aumento de peso de diversas áreas profissionais. Confira as dez mais:

- Agente de Viagens;

- Advogado e juiz;

- Assistente social;

- Professor;

- Artista, Designer e Arquiteto;

- Auxiliar administrativo;

- Médico;

- Policial e Bombeiro;

-Marketing e Relações Públicas;

- Tecnologia da Informação

Principais causas:

- Comer para aliviar o estresse - 36%
- Refeiçoes fora de casa - 23%
- Ter que pular refeições em decorrência da falta de tempo - 19%
- Comemorações no local de trabalho - 18%

Fonte: Aqui e aqui.

... Isso porque a profissão de blogueiro ainda não é regulamentada ...

Rir é o melhor remédio

Justin Bieber

Coelhos, vinhedos e pássaros

Entre os produtores de vinho, o Chile é um dos países mais adiantados no cultivo sustentável do vinhedo (o outro é a distante Nova Zelândia). A solução para os pássaros, na Viña Montes, é um exemplo de como um olhar atento para o cultivo pode reduzir, em muito, o uso de agrotóxicos. Até dois, três anos atrás, os pássaros eram um problema nos vinhedos no vale de Apalta. Aurélio Montes Jr., enólogo e representante da segunda geração da vinícola, conta que os pássaros surgiram de uma hora para a outra e que adoravam comer as uvas que amadureciam. “ Fizemos redes, armadilhas, tudo, e não resolvia”, lembrou ele em visita ao Brasil no final do ano passado. A solução chegou por um pesquisador da Universidade do Chile, que disse que o problema dos pássaros era a falta de coelhos.
vinhedo-chile.JPG

A associação pode parecer estranha. O que tem a ver coelhos com pássaros? Mas a explicação é simples: com o crescimento da região, os coelhos não conseguiam passear entre as vinhas e muitos morriam, ao tentar cruzar as estradas locais. Sem estes animais, desapareceram as águias e, assim, apareceram os pássaros, que não precisavam fugir de seu predador natural. A solução foi fazer caminhos para os coelhos e reestabelecer o equilíbrio local. “Criamos microssistemas de uma maneira mais preocupada com o meio ambiente. Agora, temos muitos coelhos, mas que não atacam as vinhas”, diz o enólogo.


Fonte: Aqui

Luz Solar Virtual


A poluição em Pequim (ou Beijin) é tão forte que grandes telas digitais estão lembrando o nascer do sol para seus habitantes. Na fotografia abaixo, turista tira fotos na Praça Tiananmen no dia 16 de janeiro de 2014:


Custos Ambientais como Despesas das Empresas


O ex-secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Robert Rubin, defendeu, numa conferência sobre mudança do clima, que as empresas deveriam incluir os custos ambientais que elas impõe ao resto da sociedade como despesas. Segundo Rubin, se as regras contábeis exigissem esta mudança, as pessoas iriam reagir. Para Rubin:

Não é uma questão de preço do carbono, é uma questão de contabilidade: "Eu tenho um negócio. Eu emito. Eu não pago o preço para as emissões. Eu produzo um produto. Eu vendo. Eu não me importo com as emissões, porque não é o meu custo. É o custo da sociedade.


A proposta de Rubin pode parecer interessante para os sonhadores, mas possui sérios problemas. Primeiro, a dificuldade de mensurar estes efeitos. Apesar de toda evolução da área contábil, a mensuração desta externalidade ainda é subjetiva e sujeita a erros.

Segundo lugar, como reconhece a Bloomberg News, isto exigiria uma mudança nas normas, já que os custos ambientais a rigor não são despesas. É bem verdade que isto pode ser resolvido com a alteração da estrutura conceitual.

Terceiro, e ainda conforme a Bloomberg, isto é incoerente com o pensamento de Rubin. Quando estava no Citigroup Rubin apontou a necessidade de retirar algumas despesas da demonstração do resultado da sua entidade. Agora deseja acrescentar.

Quarto, é difícil imaginar que as empresas aceitarão incluir estes custos na DRE.

22 janeiro 2014

Rir é o melhor remédio


Resenha: Análise Multivariada de Dados

Em geral quando queremos usar métodos quantitativos em nossas pesquisas sempre ficamos em dúvida sobre qual método usar. A quantidade de técnicas é grande, temos dificuldade de entender as limitações, precisamos saber colocar os dados num programa estatístico e analisar as principais saídas.

Entre os diversos livros que ensinam as técnicas de tratamento estatístico com mais de uma variável, ou seja, a análise multivariada, este livro se destaca. Primeiro, é o livro mais citado entre as outras sobre este assunto. Segundo, os capítulos iniciais são extremamente didáticos e possibilitam um grande panorama sobre as técnicas existentes. Terceiro, a obra concentra-se na descrição da técnica e sua aplicação, sem se deter sobre as considerações teóricas ou de expressão desnecessária. Para que o leitor saiba o que isso significa, é aquele tipo de livro que você consegue ler deitado num sofá. Em quarto lugar, é possível acompanhar os exemplos com um software, em especial o SPSS, apesar de neste quesito não ser tão didático quanto o livro de Field.

Ao final de sua leitura é possível ter uma boa ideia das principais técnicas existentes. Além disto, a obra pode ser lida por capítulos, conforme as necessidades do leitor. Minha sugestão para quem deseja solucionar um problema estatístico com uma técnica multivariada é ler as primeiras páginas do texto e depois ir direto para técnica indicada. Apesar de todos os exemplos apresentados serem da área de marketing, é facilmente possível transportar para uma situação contábil ou financeira.

Um grande problema da obra é o fato de estar atrelado particularmente ao SPSS, um pacote estatístico da IBM. Se você deseja usar o Gretl, um software estatístico de livre acesso, terá um pouco de dificuldade com este livro. Além disto, se você deseja aprender a abordagem de dados em painel, esqueça. Mas nesta área é impossível agradar a todos.

Vale a Pena? Apesar do grande número de páginas, que assusta e do preço da obra (acima de R$150 a versão traduzida), é recomendável para quem pretende fazer pesquisas. Vale a pena.

HAIR, Joseph et al. Análise Multivariada de Dados. Bookman, 2009.


Ciclo orçamentário: 4 ou 8 fases?



Tradicionalmente, o ciclo orçamentário é considerado como o período em que se processam as atividades típicas do orçamento público. É um processo contínuo, dinâmico e flexível, por meio do qual se elabora/planeja, aprova, executa, controla/avalia a programação de dispêndios do setor público nos aspectos físico e financeiro. Dessa forma, o ciclo orçamentário possui quatro fases. 

Entretanto, existe também o que pode ser denominado como ciclo orçamentário ampliado. Tal termo designa o ciclo, em conjunto, do plano plurianual, da lei de diretrizes orçamentárias e da lei orçamentária. Dessa forma, o ciclo orçamentário possui oito fases.

Segundo Sanches, extraído de “SANCHES, Osvaldo Maldonado: O ciclo orçamentário: uma reavaliação à luz da Constituição de 1988: Revista de Administração Pública, Rio de Janeiro: FGV, v. 27, n.4, pp. 54-76, out./dez. 1993”, o ciclo orçamentário ampliado desdobra-se em oito fases, quais sejam:

- Formulação do planejamento plurianual, pelo Executivo;
- Apreciação e adequação do plano, pelo Legislativo;
- Proposição de metas e prioridades para a administração e da política de alocação de recursos pelo Executivo;
- Apreciação e adequação da LDO, pelo Legislativo;
- Elaboração da proposta de orçamento, pelo Executivo;
- Apreciação, adequação e autorização legislativa;
- Execução dos orçamentos aprovados;
- Avaliação da execução e julgamento das contas.

Ainda segundo o autor, tais fases são insuscetíveis de aglutinação, dado que cada uma possui ritmo próprio, finalidade distinta e periodicidade definida. O plano plurianual, por exemplo, não pode ser aglutinado à fase de elaboração do orçamento, porquanto constitui instrumento superordenador daquela, como evidenciado pelo cenário institucional articulado pela Constituição de 1988.


Por Sérgio Mendes, aqui.
Imagem, aqui aqui.

Em tempo: No topo direito da imagem está representada a votaçao no Plenário Nacional. Todavia, segundo o professor Sérgio Mendes, a votação ocorre na Comissão mista permanente de senadores e deputados - e não no Plenário. A fase de discussão  do ciclo orçamentário corresponde ao debate entre os parlamentares sobre a proposta, constituída por: proposição de emendas, voto do relator, redação final e proposição em plenário. 

Mulheres no Afeganistão

Antes do Talibã, as mulheres afegãs tinham muito mais liberdade:

According to a State Department report from the Bureau of Democracy, Human Rights and Labor from 2001: Prior to the rise of the Taliban, women in Afghanistan were protected under law and increasingly afforded rights in Afghan society. Women received the right to vote in the 1920s; and as early as the 1960s, the Afghan constitution provided for equality for women. There was a mood of tolerance and openness as the country began moving toward democracy. Women were making important contributions to national development. In 1977, women comprised over 15% of Afghanistan’s highest legislative body. It is estimated that by the early 1990s, 70% of schoolteachers, 50% of government workers and university students, and 40% of doctors in Kabul were women. Afghan women had been active in humanitarian relief organizations until the Taliban imposed severe restrictions on their ability to work. These professional women provide a pool of talent and expertise that will be needed in the reconstruction of post-Taliban Afghanistan. Even under Hamid Karzai’s government, with the recently approved Code of Conduct for women, all of the women shown in these photographs, taken in the ‘50s, ‘60s, and early ‘70s, could still can be faulted with improper behavior, according to clerics and government officials.


Uma loja de discos em Kabul



Uma aula de biologia na Universidade de Kabul



Afghan university students, 1967. Photo credit: Dr. Bill Podlich, Retronaut




Afghan university students, 1967. Photo credit: Dr. Bill Podlich, Retronaut

Public transporation in Kabul


University students, early 1970s



Women working in one of the labs at the Vaccine Research Center



Mothers and children playing at a city park—without male chaperones

Davos, aula gobal

No momento em que você lê este artigo, estarei chegando a Davos, na Suíça, onde participo de workshop com o Prêmio Nobel da Paz Muhammad Yunus, dentro do Fórum Econômico Mundial.
Mas, mais do que falar, vou ouvir e ouvir muito. Para quem tem a mente aberta e os ouvidos mais abertos ainda, Davos é o lugar.

Durante uma semana, numa pequenina estação de esqui da Suíça, o poder discute o mundo. E não é só o poder político ou o poder financeiro, mas o poder moral, o poder das ideias, o poder acadêmico, o poder da ciência, o poder da espiritualidade.

Existe algo importante no mundo que nós ainda não conseguimos implementar no Brasil -fazer com que a nossa academia, as nossas universidades, sejam ouvidas com a atenção que elas merecem e sejam parte atuante de nossa vida econômica e de nosso "establishment".

É tão fascinante ver jovens e velhos, artistas e bilionários, índios, lamas e "nerds", gente que fala línguas tão diferentes, se falando e se compreendendo. A presidente Dilma Rousseff e muitos de seus ministros estarão lá, o que é muito bom. Afinal, chefes de Estado de todo o mundo estarão presentes, inclusive praticamente todos os presidentes da América Latina. É muito oportuno que o Brasil também esteja lá para vender o seu peixe.

A quantidade de empresários brasileiros presentes também aumentou neste ano. É importante para nós que o mundo ouça, por exemplo, um Roberto Setubal falar. Isso valoriza o nosso país. A imprensa também prepara uma cobertura profunda do evento. E tudo isso vai inserindo o Brasil, com nossas forças e nossas mazelas, no grande palco internacional.

Nossos grandes concorrentes, como Índia, Rússia e México, por exemplo, estarão também presentes massivamente com todos os seus problemas, como corrupção, drogas, burocracia, problemas muito parecidos com os nossos. Mas estarão lá comunicando o que eles têm de força e o que eles têm de bom, discutindo e opinando sobre as grandes questões globais.


Davos ficou rotulado por alguns como encontro de direita e da elite desalmada do mundo, local do "rolezinho" do dinheiro. Isso é preconceito ou falta de informação. Davos é tudo. Davos é o lugar onde você pode ver Bill Gates, o fundador da Microsoft, subir ao palco e doar US$ 5 bilhões ou se surpreender ouvindo de maneira sublime um grupo de cientistas e financistas discutirem a felicidade.
Ao lado do TED Global (que neste ano será no Rio) e do South by Southwest, Davos é um dos principais "think tanks" do mundo, um lugar que me inspira, que me faz pensar, que me dá raiva, que me enche de esperança e me enche de medo. Mas nunca saio de lá o mesmo ou vazio.

Afinal, é alvissareiro ver como um ator do calibre de Matt Damon entende tanto sobre o problema de água. Ou ver mentes poderosas como Paul Polman, da Unilever, Eric Schmidt, do Google, Carlos Brito, da AB Inbev, Jamie Dimon, do JPMorgan, Indra Nooyi, da Pepsi, e Gary Cohn, do Goldman Sachs, discutindo não apenas a economia e os negócios mas a sustentabilidade e o futuro deste planeta superaquecido de mais de 7 bilhões de pessoas.

Além disso, Davos lhe dá a oportunidade única de se atualizar sobre o que está acontecendo na sua região e na sua indústria. No meu caso, ouvir os presidentes da América Latina, os principais executivos da nossa região e as grandes cabeças do meu setor, o setor de mídia e comunicação, como Sheryl Sandberg, do Facebook, Maurice Levy e John Wren, da Publicis Omnicon, e Sir Martin Sorrell, da WPP.

Enfim, é uma aula.

Muita gente, quando cresce, acha que já sabe tudo e que não precisa aprender mais nada. Num mundo mutante como este em que vivemos, não é assim. O nome do jogo deste século é aprender. Agora, a tradição é passada de filho para pai.
É por isso que, quando me perguntam se eu vou falar em Davos, eu respondo: não, eu vou ouvir. 
nizan guanaes
Nizan Guanaes publicitário baiano, é dono do maior grupo publicitário do país, o ABC. Escreve às terças-feiras, a cada duas semanas.

Listas: 8 músicas que já foram usadas como tortura

Se você costuma dizer que algumas canções soam como tortura para os seus ouvidos, vai se surpreender ao descobrir que (do alto do seu mau humor) pode ter acertado. Por mais incrível que pareça, o uso de músicas como forma de intimidação em interrogatórios é prática recorrente e aplicada para minar a resistência e obrigar a cooperação de prisioneiros. Achou ~moleza~? Pense de novo, colega.

Para a Anistia Internacional, existe uma linha tênue entre o que constitui desconforto e o que constitui tortura – e, como a prática costuma ser acompanhada por um prolongado período de privação do sono e outros métodos de intimidação, para a instituição, ela pode muito bem ser considerada um método de tortura. E a ideia parece ser mesmo essa. “Se você tocar estas músicas [para os prisioneiros] por 24 horas, o cérebro e as funções do corpo começam a falhar, a linha de pensamento fica mais lenta e a força de vontade é quebrada. É nesse momento que entramos para falar com eles”, afirmou à BBC o Sargento Mark Hadsell dos EUA, responsável por operações psicológicas, ao confirmar o uso de músicas da banda Metallica e do programa infantil Vila Sésamo (!) para interrogar prisioneiros no Iraque em 2003.

Conheça 8 músicas que já foram usadas como métodos de tortura:


1. Enter Sandman (Metallica)

Para quem curte a clássica canção do Metallica, ouvir a música deve trazer lembranças bem distantes da ideia de uma sala de tortura. Mas, provavelmente, nem os fãs mais fervorosos achariam muito agradável ouvir a faixa por mais de 24 horas seguidas sem conseguir dormir ou colocar fim ao looping infinito. Taí um pesadelo digno do temido Sandman – figura da cultura popular europeia que, em versões mais sinistras do conto, joga areia e coleta os olhos de criancinhas que não vão para a cama na hora certa.

2. Bodies (Drowning Pool)

A canção, que faz parte da trilha sonora do filme Triplo X (2002), foi apontada como uma das “mais tocadas” da playlist das salas de interrogatório. Nem Vin Diesel aguentaria.

3. Vila Sésamo (música tema)

Não é só rock pesado que rola nas cabines de interrogatório. A música tema do programa infantil com maior duração da história, Vila Sésamo, exibido desde 1969, é um dos sons escolhidos para “quebrar” prisioneiros. De acordo com documentos liberados com base na lei de liberdade de imprensa dos EUA, as alegres canções estão na lista de músicas usadas nos interrogatórios conduzidos por americanos na prisão da Baía de Guantánamo. E esta não é a única do gênero a ser usada no ambiente hostil, como você vê no item seguinte.

4. Amo vocês (música de Barney e seus amigos)


(para relembrar a versão em português da música-chiclete, clique aqui)

Se você sempre alimentou uma antipatia não-declarada (ou, talvez, nem tão secreta assim) pelo excessivamente simpático dinossauro roxo Barney, pode aproveitar esta chance para argumentar que seu ódio não é gratuito. Além de ser usada para torturar prisioneiros, a recorrente canção do seriado Barney e seus amigos, “Amo vocês”, é também trilha sonora de treinamentos militares. “No treinamento, eles me forçaram a ouvir a canção por 45 minutos. Nunca mais quero passar por isso novamente”, declarou à BBC um soldado norte-americano. Nas prisões, a coisa fica ainda pior:segundo a CNN, em Guantánamo, a música pode já ter sido usada em looping por 24 horas seguidas.

5. Killing In The Name (Rage Against the Machine)

Os integrantes da banda Rage Against the Machine, críticos do governo de George W. Bush, não gostaram nada de descobrir que uma de suas canções estava sendo usada como método de tortura na Baía de Guantánamo. Em 2008, ano que marcou o aniversário de 60 anos da adoção pela ONU da Declaração Universal dos Direitos Humanos, o grupo se juntou a outros artistas cujas obras constavam na “playlist” no movimento Zero dB (“zero decibéis”), que tinha o objetivo de ajudar a por fim à prática de tortura musical.

6. The Real Slim Shady (Eminem)

Binyam Mohamed, um prisioneiro de Guantánamo e ex-morador de Londres, relatou à Reprieve, organização de direitos humanos que fornece representação legal para os presos na Baía, ter sofrido meses de tortura encabeça por agentes da CIA, enquanto era mantido em uma prisão secreta. “Havia música alta, incluindo Slim Shady e Dr. Dre, durante 20 dias. Ouvi isso sem parar, por dias e mais dias (…). Muitos enlouqueceram. Eu podia ouvir as pessoas batendo suas cabeças contra as paredes e as portas”, afirmou.

7. My Sweet Lord (George Harrison)

Até um ex-beatle entrou sem querer na roda. Segundo o Telegraph, durante a ditadura chilena de Augusto Pinochet, canções de George Harrison, a trilha sonora do filme de Stanley Kubrick,Laranja Mecânica (1971), e faixas de Julio Iglesias eram usadas como forma de tortura. “Tocadas intensamente em altos volumes por dias a fio, músicas populares foram usadas para infligir danos psicológicos e físicos”, afirmou a pesquisadora da Universidade de Manchester, Katia Chornik, ao veículo.

8. Born in the U.S.A. (Bruce Springsteen)

“Então eles colocaram um fuzil na minha mão / Enviaram-me para uma terra estrangeira / Para ir e matar o homem amarelo”

Patriotismo às avessas? Documentos divulgados pelo WikiLeaks relatam que a música de Bruce Springsteen, Born in the U.S.A., também foi usada em altíssimo volume em Guantánamo como forma de intimidação e coação. Apesar do título aparentemente ufanista, a canção está longe de exaltar o american way of life e lida com os efeitos negativos da guerra do Vietnã sobre os próprios estadunidenses.

Fonte: Aqui