“Se você construir, eles virão”, escuta, misticamente, o fazendeiro Ray Kinsella no filme “O campo dos sonhos”, de 1989, enquanto caminha por seu milharal. Assim, a um custo aparentemente ruinoso, ele derruba o milharal e constrói um campo de beisebol, e é recompensado por uma fila interminável de compradores de ingressos se estendendo até o horizonte do Iowa rural.
Em 2008, os chineses construíram um campo de beisebol - rapaz, e que campo de beisebol - conhecido mundialmente por sua arquitetura em treliças como o Ninho de Pássaros. Mas, ai deles, após a Olimpíada de 2008 os compradores de ingressos não apareceram. Hoje, o Ninho de Pássaros serve como um parque de diversão de inverno conhecido como Feliz Temporada de Gelo e Neve. Em abril, um produtor poderá apresentar um concerto de rock com celebridades para “estabelecer a China como líder mundial para a paz global e um planeta mais saudável”. Ou não.
Depois disso, o governo diz que poderá construir um shopping center no local.
As imagens atuais dos locais da Olimpíada de 2008 em Pequim ilustram sucintamente a vastidão deserta que um corredor de longa distância um dia percorreu. Numa semana em que os Estados Unidos estiveram analisando quanto tempo de seu futuro será passado em endividamento profundo, elas sugerem também quanto seu maior credor está depositando suas esperanças de construir riqueza a partir de sonhos.
Dois verões atrás, a extravagância olímpica da China foi reconhecida mundialmente como uma mal disfarçada metáfora da ascensão do país a uma importância mundial. Dezoito meses depois, a China é mais importante que seus líderes jamais poderiam ter imaginado.
Mas o famoso Cubo de Água de Pequim trilhou o caminho de estádio olímpico para salão de concerto com show de luzes para uma performance russa de “O Lago dos Cisnes”. Sua mais recente encarnação é como parque aquático coberto.
No ano após a Olimpíada, o icônico Ninho de Pássaros de 91 mil assentos recebeu um concerto de Jackie Chan, uma partida de futebol italiana, uma ópera e uma apresentação de canções típicas chinesas. Mas o time de futebol local não quis fazer um acordo para torná-lo seu próprio campo, e os únicos inquilinos agora são turistas que pagam US$ 7 para visitar a loja de suvenires.
Pela maioria das contas, os vendedores que expõem bugigangas fora do estádio superam em número os estrangeiros que ali vão se embasbacar.
Estrangeiros talvez pensem nisso como um desperdício. Afinal, o estádio olímpico de Atlanta virou um estádio de beisebol e o Saddledome em Calgary, um monumento cívico.
Por outro lado, a Olimpíada parece provocar o esbanjamento mesmo de governos conservadores. Considerem Atenas, onde 21 dos 22 estádios construídos para a Olimpíada de 2004 foram registrados como desocupados no ano passado. O custo de US$ 14,4 bilhões daquela festa está sendo citado por alguns como uma fonte dos problemas fiscais potencialmente desestabilizadores da Grécia.
Se a China é diferente - e a China é -, isso ocorre porque as preocupações fiscais na escala diminuta de Atenas mal aparecem na contabilidade de Pequim. Construir demais não é uma preocupação importante. Aliás, alguns poderiam chamar isso de estratégia econômica.
Essa é uma nação de torres de escritórios, hotéis e conjuntos de apartamentos de luxo novos em folha, muitos deles construídos para fins especulativos, muitos financiados por empréstimos subsidiados pelo governo, ou em propriedades subsidiadas pelo Estado, ou com aço de baixo custo de siderúrgicas subsidiadas pelo Estado. Muitos estão mais vazios que cheios.
Segundo a companhia imobiliária Colliers International, os escritórios do distrito comercial no centro de Pequim permanecerão com uma vacância de aproximadamente 38% neste ano. Isso é 12 pontos acima que a cifra para San Bernardino, Califórnia, que a empresa de consultoria REIS diz que foi o pior mercado de escritórios importante nos Estados Unidos no último trimestre de 2009.
Mas o que parece horrível em San Bernardino é a norma da efervescente Pequim. A especulação imobiliária é gritante, muitos especialistas concordam em que habitação e finanças estão formando bolhas, e todos esperam um grande ajuste em algum momento - um ano? dois? - à frente. Mas houve um ajuste após o pânico asiático em 1999, e outro ajuste em 2004, e nas duas vezes o governo salvou os grandes bancos estatais, e o boom continuou.
Aliás, o governo perdoou US$ 120 bilhões de empréstimos podres do Banco da Agricultura da China ainda em outubro passado sem um pio de protesto público.
Se você construir, esse é o sentimento, eles virão. Numa nação tão grande, alguém acabará enchendo o centro de convenções e o parque aquático. E se não, bem, construa assim mesmo. Construir gera empregos, alimenta prestígio e estufa o PIB. Aqui na China, na nação que é grande demais para fracassar, enquanto os empréstimos ruins não superarem os bons, o desperdício é tolerável. “Essa, para mim, é a essência da estratégia chinesa”, disse Eswar Prasad, professor da Universidade Cornell e ex-diretor da divisão China do Fundo Monetário Internacional, numa recente entrevista telefônica. “Apenas deixe a máquina funcionar com velocidade suficiente.”
Após a Olimpíada, cascas vazias em Pequim
Michael Wines - 16/2/2010 - O Estado de São Paulo
Grifo do blog
17 fevereiro 2010
Exemplo Chinês
16 fevereiro 2010
Países mais arriscados
Na ordem, o nome do país, o spread, o rating de crédito e o nível de risco geral
- Islândia – 638 pontos, BBB+ e 46,0
- Grécia – 389 pontos, BBB+ e 42,3
- Hungria – 249 pontos, BBB- e 38,1
- Portugal – 184 pontos, A+ e 36,7
- Espanha – 122 pontos, AA+ e 36,4
- Letônia – 475 pontos, BB e 36,0
- Irlanda – 129 pontos, AA e 35,4
- Ucrânia – 875 pontos, B- e 34,0
- România – 249 pontos, BBB- e 33,5
- Lituânia – 273 pontos, BBB e 33,3
- Turquia – 191 pontos, BB e 32,3
- Bulgária – 239 pontos, BBB e 32,1
- Egito – 270 pontos, BBB- e 30,7
- Índia – Não disponível, BBB- e 30,0
- Itália – 104 pontos, A+ e 29,9
- Estados Unidos – 30 pontos, AAA e 29,5
- Estônia – 140 pontos, A- e 28,4
- Polônia – 135 pontos, A e 26,7
- Cazaquistão – 210 pontos, BBB e 26,6
- Indonésia – 198 pontos, BB+ e 26,5
É uma lista interessante, pois conta com a presença dos Estados Unidos. A fonte é o banco suíço Credit Suisse, tendo por base o rating de crédito, o spread, o potencial de crescimento da economia, a dívida pública, o crédito no setor privado e o equilíbrio do orçamento (via aqui http://www.businessinsider.com/top-20-soverign-default-risks-2010-2#kazakhstan-overall-risk-score-266-2)
perfil do risco
Roberta Scrivano
611 words
15 February 2010
O Estado de São Paulo
ESTADO
Portuguese
Copyright - Agência Estado © 2010 - Todos os direitos reservados - www.estadao.com.br [http://www.estadao.com.br]
Instituições aplicam questionário desde o início do ano, mas poucas sabem dizer quantos clientes já responderam
Depois de 40 dias da implementação do questionário de Análise de Perfil do Investidor (API, também conhecido pela definição em inglês suitability) no mercado financeiro brasileiro, os bancos engatinham na organização dos dados. Por isso, ainda é difícil elaborar um balanço da medida. Não se sabe, por exemplo, quantos investidores já responderam às perguntas.
Instituída pela Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima), a regra começou a valer no primeiro dia útil de 2010. O objetivo é submeter ao questionário todos os clientes que investirem em fundos de ações, multimercados ou de renda fixa com crédito privado.
Acredita-se que, dessa forma, tanto o cliente quanto os bancos ficam mais protegidos. Os primeiros porque, em tese, não escolherão produtos que tenham um nível de risco acima do que estão dispostos a correr. As instituições evitam ser acionadas por investidores que eventualmente tenham perdas.
Com exceção do Itaú Unibanco, que reforçou a assessoria financeira com contratações e contabiliza 96 mil questionários respondidos, e do Banco do Brasil, que soma quase 26 mil questionários preenchidos, as outras principais instituições de varejo (HSBC, Santander e Bradesco) ainda têm dificuldades para dizer quantos clientes já participaram da API.
Rosaline Nunes, vice-coordenadora da Comissão de Distribuição de Produtos de Varejo da Anbima, considera a falta de organização normal. “Ainda é prematuro avaliar esse andamento”, diz. Segundo ela, a Anbima também aguarda os dados dos bancos para elaborar um levantamento geral sobre a aplicação da API no País.
Sem números concretos, Rosaline frisa que, até o momento, não houve nenhuma recusa, por parte dos clientes, em responder ao suitability. “Os clientes têm recebido bem a novidade”, diz. “O processo é um divisor de águas e veio para aperfeiçoar a atuação dos bancos.”
Apesar de ser uma medida recente no Brasil, a API é uma prática corrente em outros países, sobretudo nos da Europa e nos Estados Unidos. “O fato de chegar ao Brasil demonstra que o mercado financeiro nacional está amadurecendo”, avalia Alexandre Chaia, professor do Insper (ex-Ibmec São Paulo).
Cada banco foi responsável pela elaboração da sua API a partir de diretrizes da Anbima. Os tópicos predefinidos pela associação são informações sobre a situação financeira do investidor, sua experiência em investimentos e seus objetivos com as aplicações. Após a definição desses pontos, que classificará o perfil do cliente como conservador, moderado ou agressivo, cabe à instituição adequar a intenção do investidor com as efetivas aplicações.
Aquiles Mosca, superintendente de investimentos do Santander, diz que a instituição está realizando a API com seus investidores desde 28 de dezembro. “Observamos uma grande maioria no perfil conservador”, afirma. Para ele, o resultado reflete a falta de experiência do brasileiro em investir.
No HSBC, segundo Gilberto Poso, superintendente-executivo de Gestão de Patrimônio, já há a percepção de um redirecionamento dos investimentos graças ao resultado das APIs. “O questionário faz o cliente refletir sobre o horizonte do investimento. Até então, só se pensava no rendimento em si.”
Osvaldo do Nascimento, diretor executivo do Itaú Unibanco, diz que há clientes que têm se surpreendido com o resultado do questionário. “Muitos acham que são conservadores, mas, na realidade, são moderados ou até mesmo agressivos.” Nesses casos, diz ele, com as novas regras, cabe ao banco orientar o cliente a remontar sua carteira de investimentos.
Os executivos do Bradesco e BB responsáveis pelo desenvolvimento do suitability não estavam disponíveis para atender a reportagem.
Conta de chegada
O texto mostra como um modelo matemático, Blum (Brazilian Land Use Model), ajudou os usineiros a comprovarem que o etanol não é responsábel pelo desmatamento da Amazônia. Eis um trecho interessante:
(...) Coube à turma de André Nassar, diretor executivo do Icone, criar o modelo matemático Blum, que provou que o efeito indireto da cana na Amazônia é muito menor do que os americanos achavam.
Em maio de 2009, o EPA apresentou o primeiro cálculo: o etanol de cana reduzia em 44% a emissão de CO2. O resultado foi uma decepção. Para ser avançado, o etanol deveria ter alcançado 50%. Para ser comparado ao celulósico, que ainda não foi desenvolvido comercialmente, acima de 60%.
O resultado do EPA estava aberto à consulta pública. Era a hora de apresentar os argumentos técnicos. Em agosto de 2009, o Itamaraty trouxe uma missão do órgão ao Brasil. Joel conta que ouviu, pela primeira vez, informalmente, qual seria o resultado no início de janeiro. “Um amigo me ligou e disse: Está sentado? Soube que o número do EPA deu 61%.”
Grécia 2
Wall Street ajudou Grécia a ocultar explosão da dívida
Folha de São Paulo - 15/2/2010
DO "NEW YORK TIMES"
Táticas semelhantes às que Wall Street usou e que deflagraram a crise do crédito imobiliário de risco agravaram a crise que abala a Europa e solapa o euro, ao permitir que governos europeus ocultem dívidas cada vez maiores.
Esse tipo de transação permitiu que a Grécia continuasse a gastar em deficit, como um consumidor que faz uma segunda hipoteca sobre sua casa. À medida que preocupações quanto à Grécia abalam os mercados, registros e entrevistas demonstram que, com a ajuda de Wall Street, o país se envolveu em um esforço com duração de dez anos para contornar os limites de endividamento impostos pela União Europeia.
Enquanto a crise se aproximava do ponto de ebulição, os bancos continuavam a procurar maneiras de ajudar a Grécia a postergar o dia do acerto de contas. No começo de novembro, três meses antes que Atenas se tornasse o epicentro da ansiedade financeira mundial, uma equipe do Goldman Sachs chegou à histórica cidade com uma proposta muito moderna a um governo que enfrentava dificuldades para pagar suas contas, relataram duas pessoas informadas sobre o encontro.
Os executivos do banco, liderados por Gary Cohn, presidente do Goldman Sachs, propuseram um instrumento financeiro que teria postergado a dívida do sistema de saúde grego para o futuro distante. O método funcionou no passado. Em 2001, pouco depois da admissão da Grécia à união monetária europeia, o Goldman Sachs ajudou o governo a tomar bilhões em empréstimos discretamente, segundo pessoas familiarizadas com a transação.
A operação foi escondida do público porque foi definida como transação cambial, e não como empréstimo, o que ajudou Atenas a cumprir as metas da União Europeia enquanto gastava mais do que podia.
Atenas optou por rejeitar a mais recente proposta do Goldman, mas, já que o país está sobrecarregado de dívidas e seus vizinhos mais ricos parecem inclinados a sair em sua ajuda, as transações dos últimos dez anos estão despertando questões sobre o papel de Wall Street no mais recente drama financeiro mundial.
Bancos e dívidas
Como na crise do "subprime" nos EUA e na implosão da seguradora AIG, derivativos financeiros desempenharam um papel importante na formação da dívida grega. Instrumentos desenvolvidos por Goldman Sachs, JP Morgan Chase e diversos outros bancos norte-americanos permitiram que os políticos mascarassem a captação adicional na Grécia, na Itália e, possivelmente, em outros mercados.
Em dezenas de transações em todo o continente, os bancos ofereceram dinheiro adiantado em troca de pagamentos pelos governos no futuro, de maneiras que permitiam excluir das contas públicas esses passivos. A Grécia, por exemplo, cedeu os direitos sobre receitas aeroportuárias e de loterias estatais por muitos anos.
A crise da Grécia representa o maior desafio já enfrentado pela moeda comum europeia, o euro, e para a meta de unificação econômica do continente. O país, no jargão dos banqueiros, é grande demais para quebrar. A Grécia deve US$ 300 bilhões ao mundo, e grandes bancos respondem por boa parte dessas dívidas. Uma moratória reverberaria em todo o planeta.
Uma porta-voz do Ministério das Finanças grego afirmou que o governo se reuniu com diversos bancos nos últimos meses, mas não aceitou nenhuma das propostas.
Wall Street não criou o problema da dívida europeia. Mas os bancos norte-americanos permitiram que a Grécia e outros países tomassem mais empréstimos do que podiam, em transações perfeitamente legais. Poucas regras governam a maneira pela qual países podem captar o dinheiro de que necessitam para cobrir despesas como as Forças Armadas e serviços de saúde.
"Se um governo quiser trapacear, há como trapacear", disse Garry Schinasi, veterano da divisão de vigilância de mercados de capitais no Fundo Monetário Internacional (FMI), que monitora a vulnerabilidade dos mercados mundiais de capitais.
Os bancos exploraram avidamente aquilo que era, para eles, uma simbiose altamente lucrativa com os governos perdulários. Embora a Grécia tenha rejeitado a proposta do Goldman Sachs em novembro de 2009, pagou ao banco cerca de US$ 300 milhões em honorários por organizar a transação de 2001, de acordo com executivos que conhecem a operação.
Derivativos como os usados na transação, que não são revelados ou documentados abertamente, reforçam a incerteza quanto à profundidade real dos problemas da Grécia e quanto à possibilidade de outros governos usarem truques de contabilidade extrabalanços. A maré do medo agora está subindo em outros países que enfrentam problemas econômicos, na periferia da Europa, e isso torna a captação mais cara para os governos de Espanha, Itália e Portugal.
Pecado orginal
Apesar de todos os benefícios que criou ao unir a Europa em torno de uma moeda única, o surgimento do euro veio acompanhado de um pecado original: países como Itália e Grécia entraram na união monetária com deficit maiores do que os permitidos sob o tratado que criou a moeda. Em lugar de elevar impostos ou reduzir gastos, no entanto, esses governos reduziram seus deficit artificialmente, por meio de derivativos.
"Os derivativos são um instrumento muito útil", disse Gustavo Piga, professor de economia e autor de um relatório sobre a transação italiana para o Conselho de Relações Exteriores. "Só são perigosos se usados para maquiar contas."
Na Grécia, a prestidigitação financeira foi ainda mais longe. Em uma espécie de venda de garagem conduzida em escala nacional, as autoridades gregas na prática hipotecaram os aeroportos e as rodovias do país, a fim de levantar dinheiro.
Embora truques contábeis como esses possam ser vantajosos em curto prazo, ao longo do tempo os resultados podem se revelar desastrosos.
Tradução de PAULO MIGLIACCI
Grécia
Comissão Europeia vai investigar Grécia por camuflagem de dívida
Jamil Chade - O Estado de São Paulo 16/2/2010
Governo grego hipotecou dívida com apoio do Goldman Sachs e baixou endividamento para aderir ao euro
A Comissão Europeia abre uma investigação e quer explicações para a denúncia de que a Grécia e outros governos europeus teriam mascarado suas dívidas para poder aderir ao euro com a ajuda de grandes bancos internacionais. A denúncia já está sendo chamada de o “subprime europeu”.
Já a Alemanha pretende propor novas regras, exigindo total transparência de bancos e governos em relação a acordos fechados que possam interferir na contabilidade dos Estados.
Segundo uma reportagem publicada no fim de semana pelo jornal The New York Times, o governo grego fechou acordos de derivativos com o Goldman Sachs, permitindo que dados sobre a dívida pública fossem camuflados. O banco receberia o dinheiro de volta por meio do controle da renda da loteria no país e de taxas aeroportuárias.
A notícia provocou uma nova crise na União Europeia (UE) levantando dúvidas sobre a atuação dos bancos e deixando a moeda única europeia em sua pior crise.
No Reino Unido, deputados querem agora saber se o governo britânico também esteve envolvido em acordos como o da Grécia com o Goldman Sachs. Na próxima segunda-feira, o diretor do banco, Gerald Corrigan, será ouvido no Comitê de Finanças do Parlamento. Ontem, parlamentares oficialmente questionaram o governo para saber se esses acordos existiam. A resposta foi negativa por parte do gabinete de Gordon Brown.
Para entrar na zona do euro, governos precisavam ter em 2001 um déficit público de no máximo 3% do Produto Interno Bruto (PIB). Para chegar a esse nível, os gregos teriam hipotecado sua dívida com bancos de investimentos. Em 1999, os gregos fracassaram no teste. Mas, segundo a reportagem, encontraram um meio de driblar as regras e os auditores.
A UE confirmou que a Grécia não passou essa informação à Eurostat, órgão de estatísticas da Europa. Segundo o porta-voz da comissão, Amadeu Altafaj, Bruxelas pediria novos dados aos gregos sobre como teriam sido fechados esse acordos. “A Eurostat pediu explicações às autoridades gregas”, afirmou o porta-voz. Segundo ele, será com base na resposta dos gregos que medidas serão tomadas.
A UE já abriu outro processo contra o ex-governo conservador da Grécia acusando Atenas de ter mentido em 2009 sobre sua dívida no relatório apresentado anualmente a Bruxelas.
Ontem, o governo grego revelou que a investigação partiu do próprio Ministério de Finanças. O resultado da pesquisa, entregue ao governo no dia 1º de fevereiro, não indicou quais teriam sido os bancos envolvidos. “Alguns dos acordos foram feitos para permitir que as taxas de juros (sobre a dívida) fossem jogadas para o futuro”, afirma o documento de 106 páginas, que agora segue para o parlamento grego. O relatório também fala em “interferência política” na elaboração das estatísticas oficiais no país.
Ontem, o ministro grego de Finanças, George Papaconstantinou, confirmou que o uso de acordos de swaps eram “legais naquela época”. Mas garantiu que Atenas não recorre mais a esses instrumentos. Em novembro, o Goldman Sachs teria enviado uma missão de alto nível à Grécia exatamente para negociar mais um acordo desses, jogando parte da dívida do setor de saúde para o futuro e, mais uma vez, camuflando números.
Na semana passada, o ex-presidente da Agência Nacional de Administração da Dívida da Grécia, Christoforos Sardelis, confirmou que o Goldman Sachs havia fechado um acordo de US$ 10 bilhões em transferência de bônus emitidos pelos gregos em dólares e ienes. Ao converter esses bônus para euros e baseado em patamares históricos da moeda, o banco teria conseguido injetar US$ 1 bilhão a mais nos cofres gregos, com a promessa de que seriam pagos no futuro.
O governo alemão também mostrou insatisfação com o escândalo. “O Goldman Sachs quebrou o espírito do Tratado de Maastricht (que estipulou as condições de adesão ao euro), ainda que não esteja claro se violou as leis”, afirmou Michael Meister, porta-voz para temas financeiros do partido da chanceler Angela Merkel.
Berlim quer propor novas leis para exigir que governos e bancos publiquem os acordos fechados, exatamente para evitar novos casos. Segundo o The New York Times, a Itália teria fechado um acordo parecido com o banco JP Morgan.
A medida adotada pelos gregos pode não ser ilegal. Mas, além da UE, as agências de classificação de risco Standard & Poor’s (S&P) e Fitch também pediram informações aos gregos. A S&P, Moody’s e Fitch rebaixaram o rating da Grécia em dezembro. Já o Goldman Sachs, que optou por não dar declarações ontem, obteve em 2009 lucros líquidos de mais de US$ 13 bilhões.
Na Espanha, a crise também leva as autoridades a abrir investigações. O Centro Nacional de Inteligência está apurando se houve pressões de investidores e, diante de ataques duros, qual foi o papel da imprensa anglo-saxã em tentar relacionar a crise grega com a situação na Espanha.
A investigação foi aberta a pedido do governo espanhol, irritado com as repetidas citações do país ligado à situação grega em termos de risco de default. O que Madri quer saber é se as informações e análises de bancos esconderia algum interesse camuflado ou se seria apenas uma dinâmica dos mercados.
O governo espanhol alertou que não entendia os ataques duros, como o do economista Nouriel Roubini, da Universidade de Nova York, apontando que a Espanha seria “uma ameaça ao euro”. Para o ministro do Desenvolvimento, José Blanco, “nada do que está ocorrendo no mundo, incluindo os editoriais de jornais estrangeiros, é casual ou inocente”.
15 fevereiro 2010
Rir é o melhor remédio
Numa paródia do Prêmio Nobel de Economia, a mais elevada distinção da área, este blog criou o prêmio Dinamite em Economia. (O cientista Alfred Nobel ficou rico ao inventar a dinamite)
O objetivo é premiar os economistas que mais contribuíram para crise econômica mundial. Lista dos candidatos inclui os seguintes nomes:
Fischer Black and Myron Scholes
Eugene Fama
Milton Friedman
Alan Greenspan
Assar Lindbeck
Robert Lucas
Richard Portes
Edward Prescott and Finn E. Kydland
Paul Samuelson
Larry Summers
Para votar, clique aqui. Só é possível votar uma vez.
O melhor congresso de Contabilidade do Brasil
Remuneração dos banqueiros 2
Qual o interesse da contabilidade pela remuneração dos banqueiros? Podemos citar pelo menos três motivos que tornam interessante ler sobre o assunto.
Em primeiro lugar, a remuneração representou uma importante discussão contábil sobre a forma de contabilização dos valores. Basicamente a discussão estava em como contabilizar alguns benefícios indiretos, como as opções de ações. Existiam duas correntes, uma que defendia que não deveria aparecer no resultado do exercício da empresa e outra que considerava que o reconhecimento seria como despesa, influenciando o lucro do exercício. Esta discussão foi relevante na década de noventa já que alguns pesquisadores defendiam que considerar as opções como despesas teria impacto sobre o desempenho de empresas em fase de crescimento, reduzindo sua atratividade e, por conseguinte, o volume de investimento. Acredito que existe um consenso que as opções são despesas, apesar de alguma resistência por parte dos executivos de empresas com baixo retorno.
Outro aspecto importante da discussão da remuneração dos banqueiros está em torno da evidenciação das informações. Esta é uma questão mais tropical, já que a transparência destas informações já existe em outros países. Naturalmente que evidenciar estes valores ainda será objeto de resistência por parte dos banqueiros brasileiros.
Finalmente, a discussão sobre remuneração apresenta uma questão interessante dentro da teoria da agência. Esta teoria mostra os conflitos entre principal e agente, discutindo a existência de maneiras de reduzir seus efeitos. Na situação da remuneração, o agente (o executivo) possui interesse de que a remuneração seja a maior possível; mas o principal (os acionistas) provavelmente está interessado em desempenho. Veja o caso do Citi. Apesar de este banco ter apresentado nos últimos anos um baixo desempenho, inclusive sendo socorrido pelo governo dos Estados Unidos, o seu executivo principal, Pandit, recebeu 10,8 milhões de dólares em compensação. Nesta situação específica, provavelmente os interesses do agente estão sobrepujando os interesses dos acionistas, já que maior remuneração significa menor lucro.
Remuneração dos banqueiros
A questão da remuneração dos banqueiros tem despertado muito interesse na imprensa econômica. Uma das questões apresentadas é até que ponto os órgãos reguladores devem interferir no processo que representa uma decisão interna.
Dois gráficos apresentados aqui são interessantes e contribuem para a discussão. Ambos são favoráveis a intervenção neste processo.
O primeiro gráfico foi retirado do blog espanhol El Blog Salmon e mostra a remuneração recebida pelo ex-secretário do Tesouro dos EUA, Henry Paulson. Durante seu mandato ocorreu a crise financeira. Os valores apresentados mostram a razão pela qual Paulson não fez muito por medidas contra os excessivos recebimentos dos executivos: quando fazia parte da Goldman Sachs, Paulson um valor expressivo de remuneração.
O segundo gráfico é do blog de Ritholtz e compara a remuneração dos executivos (do lado esquerdo) com a capitalização do mercado, do lado direito. Os bancos chineses pagam valores proporcionalmente reduzidos para seus executivos. Mas os banqueiros estadunidenses recebem valores proporcionalmente elevados.
Nota de zero rúpia
Conforme o sítio Nudge, o programa é um sucesso já que existem pessoas dispostas a utilizar as notas. Elas tem pouco a perder e as notas é um sinal de que existe uma organização que está lutando contra a corrupção.
14 fevereiro 2010
Carnaval e Economia
Alegoria de carnaval da ‘Economist’
O Globo - 13/2/2010
Revista britânica compara alta de gastos do governo brasileiro aos excessos do período
LONDRES. O aumento dos gastos do governo brasileiro é um entrave ao corte da taxa básica de juros (Selic) e ao crescimento do país, afirma a revista “The Economist” que chegou às bancas britânicas esta semana. O artigo, chamado “Entrando no espírito do carnaval”, mostra estranheza com alguns hábitos do país nesta época do ano — “quem chega nos aeroportos ganha camisinhas do programa de saúde pública do governo — e diz que “o excesso deste período parece atingir também os pensamentos de economistas e financistas brasileiros”. O motivo são as projeções de crescimento entre 5% e 6% este ano, depois de superar a crise global, e os sinais de superaquecimento e inflação apontados pelo Banco Central (BC).
Além do avanço da inflação em janeiro, de 0,75%, que levou a taxa dos últimos 12 meses a 4,6%, a “Economist” cita outros sinais das elevadas expectativas para 2010. São eles as ofertas de ações previstas para o ano e as preocupações com os gargalos na infraestrutura, que prejudicam, entre outros, as exportações.
“Para desacelerar um pouco as coisas e tentar evitar uma série de alta nos juros, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou este mês que o Orçamento será enxugado, a fim de obter no ano um superávit primário (receita menos despesas antes do pagamento dos juros da dívida pública) de 3,3%”. A “Economist” lembra ainda o fim das isenções fiscais para automóveis e produtos da linha branca, o que merece elogios: “retirar estímulos em um ano de eleição mostra maturidade política”.
A “Economist” ressalta, porém, que, no caso brasileiro, os estímulos foram pequenos, de apenas 1% do Produto Interno Bruto (PIB, conjunto de bens e serviços produzidos no país). E faz uma crítica: “a maior parte dos gastos extras foi para a contratação de mais funcionários públicos, em vez de construção de estradas, portos e hospitais. Como os funcionários públicos quase nunca são demitidos e enxugar a Previdência Social é cada vez mais difícil, os estímulos deixarão o balanço do governo com uma ressaca bastante prolongada”.
A “Economist” afirma ainda, citando economistas do Itaú, que, para obter o superávit primário prometido por Mantega, o governo teria de cortar suas despesas discricionárias (custeio, investimentos etc., excluindo gastos com pessoal e dívida) em R$496 bilhões. “Isso será difícil em um ano de eleições, quando o governo federal normalmente abre o cofre”, ressalta o artigo.
A revista lembra que as despesas do governo vêm crescendo de forma quase contínua desde 2003, em torno de 8% ao ano em termos reais. “Isso foi possível porque as receitas também cresceram (...). Mas enquanto os recursos extras forem para contratar funcionários em vez de fazer coisas que permitam a economia crescer mais rápido, sem superaquecer, as taxas de juros permanecerão altas”. A Selic hoje está em 8,75% ao ano, o que, segundo a “Economist”, é “absurdamente alta” para a maior parte das grandes economias. “Para o Brasil, é aparentemente muito frouxa”.
“O governo pode gastar menos e abrira caminho para a redução dos juros. Ou pode continuar gastando e ver os juros continuarem elevados, restringindo a taxa sustentável de crescimento do Brasil a cerca de 5%. Isso não é ruim quando se olha o passado recente, mas não é tão bom quanto poderia. O carnaval, porém, trata-se de aproveitar o presente e esquecer o amanhã”.
Política e Contabilidade
Como combater as doações ilegais?
Um dos aspectos mais nefastos no processo eleitoral é justamente o caixa 2. Mas eliminar o caixa 2 não me parece viável.
Por quê?
Porque não tem como, ninguém confessa, nem do lado de cá, nem do lado de lá. O caixa 2 não existe só na eleição, o caixa 2 é geral no Brasil. É relativamente generalizado. Só que eliminar eu não acredito, mesmo em termos eleitorais. Mas é obrigação minimizar o quanto for possível, reduzir o dano.
Reconhece fracasso da Justiça Eleitoral no duelo com o caixa 2?
Não acho que seja fracasso. Acho que há uma extrema dificuldade de se apurar. O ideal, mas não sei se isso é viável, é que a doação apareça imediatamente nos registros, com a identificação do doador. Se ele faz a doação e não declara, fica muito difícil identificar. É a mesma coisa nos crimes de corrupção. Os dois estão de acordo, o corruptor e o corrompido, nenhum deles vai dar subsídio para a Justiça agir. A Justiça só trata com provas e a prova do caixa 2 é que é difícil. A menos que um deles rompa o pacto. Quando alguém rompe é ótimo. (...)
Onde começa o erro?
O problema é que o empresário que doa não quer se identificar. Ele não tem interesse nenhum em se identificar como doador daquele candidato. A lei permite a doação ao partido político que redistribui os recursos da forma como quiser. O que se pretende é que haja uma perfeita identificação. Eu, como eleitor, como cidadão, gostaria de saber quem financiou o meu candidato ou aquele em quem estou cogitando votar. Quem é o financiador? Eu posso concluir: bom, esse financiamento parece absolutamente normal. (...)
'Caixa 2 é geral no Brasil, não só na eleição' - Fausto Macedo - 14/2/2010 - O Estado de São Paulo - Entrevista com Walter de Almeida Guilherme, presidente do Tribunal Regional Eleitoral (TRE) de São Paulo
13 fevereiro 2010
Segredo de Investimento 3
Sergey Aleynikov era funcionário da Goldman Sachs. Quando saiu da instituição, recebeu uma carta de recomendação da empresa. Mas logo depois a Goldman Sachs descobriu que Sergey tinha roubado os códigos secretos de avaliação de investimento da instituição e utilizado para fazer investimentos. Agora a notícia que ele foi formalmente indiciado.
Sergey foi notícia anteriormente neste blog (aqui e aqui)
12 fevereiro 2010
Maldição do Ganhador
Um exemplo conhecido é a “maldição do ganhador”. A maldição decorre de uma característica dos leilões: você só ganha quando os outros interessados acham que você está fazendo um lance muito alto. Posso invocar a maldição e produzir comportamentos desordenados oferecendo em leilão um pote de moedas. Se eu pedir a várias pessoas que estimem o valor total das moedas no pote, provavelmente terei uma resposta bastante precisa. Apesar disso, se eu fizer um leilão do valor das moedas no pote, oferecendo emitir ao vencedor um cheque no valor que for, é quase certo que farei um bom negócio, porque pelo menos um interessado será muito otimista. É a “maldição do ganhador” em ação.
Isso ocorre não porque o leilão produza algum tipo de comportamento psicológico excêntrico, mas sim porque, enquanto a pesquisa com as pessoas nos dá uma estimativa média do valor das moedas, o leilão não produz essa média. Ao contrário, o leilão seleciona automaticamente o maior lance; quanto mais extravagante, melhor. A pesquisa revela aquilo que James Surowiecki, colunista do New Yorker, chama de “sabedoria das multidões”. O leilão, por sua vez, revela o maior dos tolos
HARFORD, Tim. A lógica da vida. Rio de Janeiro, Record, 2009, p. 71-72
A questão da maldição do ganhador é interessante no setor público brasileiro por duas razões principais. A primeira diz respeito ao processo de privatização e a segunda a sistema de compras.
Vamos começar com a privatização. O governo ao promover a privatização das suas empresas está redirecionando seus esforços para áreas que ele entende serem mais relevantes. Assim, em lugar de concentrar na produção de minério, o governo aloca recursos em escolas, por exemplo. Uma das maiores críticas ao processo de privatização promovido na década de noventa do século passado é que as empresas foram vendidas por um preço baixo. A leitura do texto de Tim Harford dá a entender que esta crítica não procede, pois sendo um processo de leilão, o vencedor foi o maior dos tolos.
Mas isto só é verdadeiro quando o processo garante um número razoável de participantes ou pelo menos a possibilidade de que este número seja elevado. Em geral, quando o número de participantes é elevado, aumenta a chance de aparecer um grande tolo. Entretanto, existe aqui um trade-off, pois o governo precisa, de certa forma, garantir que o vencedor tenha realmente condições de absorver a empresa privatizada, o que por si conduz a regras de restringem o aumento no número de participantes.
O sistema de compras possui também um tipo de leilão, sendo o objetivo obter o menor preço. Novamente aqui temos uma grande vantagem, que é reduzir os gastos públicos. Entretanto, o sistema precisa garantir que as empresas que participem possuam um grau mínimo de qualidade; além disto, o risco não pode ser grande, pois isto conduziria a repetição do processo de leilão. Em alguns casos, as empresas que participam terminam por desistir do processo, trazendo prejuízos para a área pública.
Teste #231
Ser presidente de um banco central não é uma tarefa fácil. Imagina-se que o salário seja compensador. Os três presidentes de bancos centrais abaixo ganham 1,320 mil de dólar, 450 mil dólares e 191 mil dólares. Quem você acha que ganha 1,32 milhão por ano?
Ben Bernanke - dos EUA
Jean-Claude Trichet - da Comunidade Européia
Joseph Yam - de Hong Kong
Resposta: está na ordem. O blog do Becker é o mais relevante. Fonte: Blogmetrics , de Franklin G Mixon Jr. and Kamal P Upadhyaya, Eastern Economic Journal (2010) 36, 1–10
Representatividade dos investidores no Iasb
Na semana passada, duas pessoas com background corporativos foram nomeados para o IASB. (...)
Historicamente, os investidores raramente têm uma representação adequada no IASB e nas organizações antecessoras. Normalmente, os membros do IASB têm um background de uma grande empresa de auditoria, mas uma grande minoria dos membros tem origem na contabilidade das empresas. Dos atuais 15 membros do grupo, apenas dois ou três membros possuem um background de um fundo de investimento. (...)
Este é um evento significativo, com implicações graves. Empresas preferem regras contábeis flexíveis, de modo que as transações semelhantes podem ser contabilizadas de forma diferente por empresas ou mesmo por uma única empresa. Os investidores preferem regras contábeis mais rígidas, para que as transações são contabilizadas de maneira uniforme.
Corporações e os auditores afirmam que a contabilidade flexível irá fornecer divulgações mais informativas. Os investidores estão céticos (...)
Investidores nos Estados Unidos devem estar cientes da diferença de foco entre as regras contábeis do FASB e do IASB. Nos Estados Unidos, o objetivo da contabilidade financeira é visto amplamente como o fornecimento de informações aos investidores para que eles possam tomar as melhores decisões de investimento. Em contraste, a finalidade da contabilidade financeira no âmbito do IASB é ajudar as empresas a levantar capital. Na prática, as regras contábeis podem diferir significativamente nas duas ênfases. (...)
Fonte: Investors dissed as Two Appointed to Iasb, David Albrecht, 6 de fevereiro de 2010-02-11
Agrenco
CVM cassa registro e tira Agrenco da Bolsa
Folha de São Paulo - 12/2/2010
A CVM (Comissão de Valores Mobiliários) suspendeu os negócios com os papéis da Agrenco, uma das maiores exportadoras de soja do Brasil. O motivo foi que a empresa deixou de cumprir, por mais de 12 meses, com as obrigações de prestação periódica de contas e de informações.
Executivos da Agrenco chegaram a ser presos sob acusação de fraude ao simular vendas de grãos, falsificar documentos, lavar dinheiro e sonegar impostos, entre outros crimes.
Apesar de ter a maior parte do negócio no Brasil, a Agrenco foi admitida à Bolsa como empresa estrangeira e não podia ser processada por ferir regras do mercado local.
Mais sobre Agrenco, aqui
Convergência
Tendências e Técnicas de Contabilidade IFRS: novo livro publicado pela AICPA sobre como as 100 Maiores Empresas Públicas Internacionais usam as Normas IFRS
Business Wire - 12/2/2010
NOVA IORQUE - (BUSINESS WIRE) - O Instituto Americano de Contadores Públicos Certificados (American Institute of Certified Public Accountants - AICPA) publicou um novo recurso importante para as empresas dos EUA, investidores e contadores, levando em conta a esperada conversão dos EUA a um conjunto global de normas para relatórios financeiros – Tendências e Técnicas de Contabilidade IFRS (IFRS Accounting Trends & Techniques).
Tendências e Técnicas de Contabilidade IFRS foi escrito para administradores, preparadores de declarações financeiras, investidores, analistas e acadêmicos, para expandir o entendimento e a consciência sobre as Normas Internacionais para Relatórios Financeiros (International Financial Reporting Standards - IFRS) e os regulamentos sobre contabilidade em setores diferentes em todo o mundo, que já usam o sistema IFRS.
Tendências e Técnicas de Contabilidade IFRS trata da experiência de 100 empresas -- incluindo nomes importantes como BP, Nokia, Siemens, GlaxoSmithKline, Novartis, Vodafone, Royal Dutch Shell e Telecom Itália - usando as normas IFRS. As empresas têm sede no Reino Unido, Países Baixos, Austrália, África do Sul, Rússia e outros lugares, e publicaram relatórios financeiros preparados em conformidade com as normas IFRS.
“É proveitoso para as empresas verem como seus colegas corporativos do mundo inteiro usam as normas IFRS, assim elas têm uma base com a qual trabalhar enquanto consideram a transição para uma nova forma de normas para relatórios financeiros”, disse Arleen Thomas, Vice-Presidente Sênior para Capacitação e Desenvolvimento dos Membros do AICPA.
A Comissão de Valores Mobiliários Americana (Securities and Exchange Commission - SEC) está avaliando um plano de trabalho de cinco anos que conduzirá à conversão de todas as empresas públicas dos EUA às normas IFRS. Esse plano é estimulado pela demanda global de reguladores, investidores, empresas e firmas de auditoria para um conjunto único de normas de contabilidade de alta qualidade; uma demanda que está impulsionando o aumento da adoção das normas IFRS mundialmente e uma convergência com os princípios de contabilidade geralmente aceitos nos EUA. Mais de 100 países agora exigem ou permitem o uso das Normas Internacionais para Relatórios Financeiros na preparação de suas declarações financeiras.
Embora a Europa seja a maior região a ter adotado as normas IFRS, importantes parceiros comerciais dos EUA, como o Japão e a Índia, já estão programando uma adoção mais ampla das normas IFRS.
“Ao escrever o Tendências e Técnicas de Contabilidade IFRS, minha esperança era usar o comentário narrativo para atacar as exigências complexas para quando as empresas fizessem a transição às normas IFRS”, disse Patricia Doran Waters, PhD, CFA e autora do livro. “Preparadores de declarações financeiras que lerem esse livro terão uma vantagem crítica e estratégica”.
Tendências e Técnicas de Contabilidade IFRS foi publicado em janeiro de 2010. Mais de 800 cópias do livro já foram vendidas. Para mais informações ou para solicitar uma cópia, visite o site www.cpa2biz.com/IFRSTrends [http://www.cpa2biz.com/IFRSTrends]. (...)
Contabilidade criativa grega
Goldman Sachs ayudó a que el gobierno griego ocultara la verdadera magnitud de sus déficit con la creación de contratos de derivados que legalmente permiten eludir las normas de control. Grecia entregaba información estadística a Eurostat de una manera que no tenía como ser contrastada con la realidad.
Una cosa es la contabilidad creativa, pero otra es el intento de fraude y engaño. Como las normas de Maastricht amenazan con aplicar fuertes multas a los países miembros del euro que superen el límite del déficit presupuestario del 3%, Grecia recurrió al malabarismo financiero que le ofreció el banco estadounidense y hasta el momento principal ganador con la crisis financiera.
Las operaciones de cosmética contable se iniciaron el año 2002. En una ocasión todos los gastos militares fueron sacados de balance y en otro los miles de millones de euros de la deuda hospitalaria. Por eso, los expertos de Eurostat sufrían dolores de cabeza cada vez que les tocaba revisar las finanzas griegas. La ayuda de Goldman permitió crear figuras invisibles a los ojos de los controladores: los complejos derivados financieros con los cuales el gobierno podía obtener liquidez en préstamos diluídos a 30 años.
Goldman ideó un tipo especial de cambio para Grecia que le permitía acceder a créditos adicionales de hasta mil millones de euros. Este crédito se disfrazaba como intercambio y no aparecía en la deuda griega. Anteriormente, Italia también empleó un truco similar para enmascarar su verdadera deuda pública. En el caso de Grecia, el déficit que presentó el año 2002 fue de 1,2% del PIB. Cuando Eurostat revisó los datos el año 2004 el déficit llegó al 3,7% (tres veces el valor dado originalmente). De acuerdo a los registros actuales el déficit para ese año llegó al 6,1% (seis veces el valor inicial).
Todos estos temas serán debatidos hoy en la cumbre europea que decidirá los mecanismos de rescate que se aplicarán a Grecia. Si no se consigue un apoyo multilateral, Alemania ha comprometido su apoyo a Grecia para mantener la integridad de Europa. En todo caso, no actuar ya no se considera una opción válida.
Goldman Sachs ayudó a Grecia a disfrazar los déficit fiscales - Marco Antonio Moreno
11 fevereiro 2010
Contabilidade, Gestão e Governança
Aqui o novo endereço da revista. Permanece o convite para submissão de trabalhos.
Teste #230
Gary Becker
Gregory Mankiw
Nouriel Roubini
Resposta do Anterior: A obra de Giacometi, L’Homme qui marche I, foi comercializada por $104,4 milhões de dólares. A obra de Picasso, Parisian boy smoking a pipe , foi adquirida por 104,1 milhões. E Dora Maar au chat, de Picasso, custou 95,2 milhões. Fonte: aqui
Probabilidade
Espanha
Inglaterra
Brasil
Argentina
Itália
Alemanha
Holanda
França
Portugal
Costa do Marfim
Os menos prováveis são:
Suiça
Coréia do Sul
Eslovênia
Eslováquia
Japão
Argélia
Honduras
Nova Zelândia e, com menor probabilidade,
Coréia do Norte
Fonte: aqui
Links
Lucro segundo Marx
Visão econômica do lucro
Lucro segundo a contabilidade
Inveja
KPMG sem auditoria
KPMG foge à regra e evita auditoria em seu balanço
Fernando Torres, de São Paulo - Valor Econômico - 11/02/2010
A KPMG não seguirá as rivais PricewaterhouseCoopers (PwC), Deloitte e Ernst & Young e será a única entre as quatro grandes firmas de auditoria que não terá o próprio balanço auditado. A Lei 11.638 estabelece que sociedades com receita bruta anual de acima de R$ 300 milhões devem ter as demonstrações auditadas. O limite também vale para o conjunto de sociedades sob controle comum.
A KPMG teve faturamento de R$ 492 milhões entre outubro de 2008 e setembro de 2009. Segundo Pedro Melo, presidente, a decisão de não ter os números checados por outra firma do setor se deve a que as diferentes áreas da empresa não são controladas pelos mesmos sócios. Consideradas separadamente, as áreas de auditoria, consultoria e de tributos não atingem o limite mínimo de R$ 300 milhões de receita.
Valor Justo
Las reglas para auditar el valor razonable
Expansión - 11/2/2010 - por L.Junco
El concepto del valor razonable cuenta con una sencilla definición, pero su aplicación y verificación han resultado bastantes complejas en las empresas. Tanto, que, después de tres años sin desarrollar una norma técnica de auditoría (NTA), el Instituto de Contabilidad y Auditoría de Cuentas (Icac, organismo dependiente del Ministerio de Economía encargado de la promulgación de las leyes de los auditores) ha sometido a consulta la nueva NTA 34, que entrará en vigor en mayo de este año.
El Plan General de Contabilidad nacional (que entró en vigor en enero de 2008) define el valor razonable como "el importe por el que puede ser intercambiado un activo o liquidado un pasivo entre partes interesadas y debidamente informadas, que realicen una transacción en condiciones de independiencia mutua". Así, es fácil de seguir cuando se opera en mercados líquidos, pero difícil de evaluar cuando no hay liquidez y, por lo tanto, existe un mayor grado de dificultad y riesgo. Por ello, según la nueva norma, "la aplicación del criterio del valor razonable consistirá en la búsqueda, en un momento concreto, de un precio estimado al que dicha transacción ocurriría".
Las empresas cotizadas españolas emplean este concepto de valoración desde 2005, ya que presentan sus informes financieros de acuerdo con las Niif. Pero las compañías no cotizadas aplican este método desde hace apenas dos años. Desde entonces, los auditores se han visto obligados a revisar unas cuentas basadas en un concepto de valoración para el que no existía una norma técnica de auditoría que les permitiría conocer qué procedimientos se deben seguir para la verificación de la estimación del valor del activo o pasivo.
Urgencia
Cuando no existe normativa en el ordenamiento jurídico nacional, habitualmente se acude a las Niif, aunque, en este caso, "por su carácter de urgencia", según Carlos Puig, presidente del Registro de Economistas, ha tenido que crearse una nueva regla. Durante el pasado ejercicio, las tres agrupaciones de auditores (censores, economistas y titulados mercantiles) han trabajado en el desarrollo de la norma que pone luz sobre la responsabilidad del revisor en la verificación del valor razonable, su marco de aplicación, los procedimientos de valoración empleados por la compañía y en cómo se deben evaluar los planes de la dirección en la valoración, entre otros. En este sentido, el auditor deberá tener en consideración, entre otros aspectos, "la intención" de los administradores, los procedimientos de control interno empleados por la compañía y las posibles irregularidades en el proceso de estimación.
Según Manuel Arranz, representante de la Comisión Técnica y de Control de Calidad del Instituto de Censores (Icjce), "hasta ahora, en la revisión de los informes individuales, los revisores empleaban la norma técnica de estimaciones contables, pero era necesaria una norma concreta, basada en las normas internacionales, de forma que cuando éstas se adapten a la normativa nacional, no se produzca un gran cambio".
Crise na Grécia
A Grécia e o FMI
Folha de São Paulo - 11/2/2010
PAULO NOGUEIRA BATISTA JR.
A Europa tem enorme influência no FMI, mas recorrer ao Fundo seria uma perda
de prestígio intolerável!
SERIA A Grécia um novo Lehman, capaz de desencadear uma nova rodada de turbulências financeiras em escala global, ou pelo menos europeia? O dilema das autoridades europeias é, de fato, semelhante ao que enfrentavam as autoridades americanas na época da crise do Lehman Brothers, como notou o economista Eduardo Loyo, meu antecessor aqui no FMI.
De um lado, socorrer a Grécia pode estimular comportamentos irresponsáveis de outros países e pedidos de apoio de outros integrantes da zona do euro que estão sob forte pressão neste momento. É o chamado risco moral ("moral hazard"). De outro, deixar a Grécia quebrar traz o risco de provocar a propagação da crise financeira para outros países do Mediterrâneo.
A decisão de deixar o Lehman quebrar foi celebrada inicialmente (inclusive por alguns no FMI) como o restabelecimento da "disciplina do mercado". A celebração não durou 48 horas. Quando o colapso do banco de investimentos contagiou a AIG -uma das maiores (se não a maior) seguradoras do mundo-, as autoridades americanas jogaram as preocupações com o "risco moral" para o espaço e patrocinaram uma operação gigantesca de salvamento da companhia.
No caso da Grécia, o risco de contágio também é alto. Portugal e Espanha já sentem os efeitos da turbulência. A Itália também pode ser afetada. Alguns economistas temem que até o Reino Unido possa ser tragado por um alastramento da crise. Foi o que declarou, por exemplo, Simon Johnson, ex-economista chefe do FMI, apontando para a fragilidade das contas fiscais britânicas.
Um aspecto parece claro: a Grécia dificilmente conseguirá administrar a crise sem apoio financeiro externo. A primeira alternativa é obter apoio da Europa (ou de alguns países europeus). A segunda alternativa é o FMI. Uma terceira possibilidade (talvez a melhor) é combinar as duas alternativas, como ocorreu no caso da Hungria, da Romênia e da Letônia, por exemplo. A dificuldade é que a Grécia integra a zona do euro. As regras da área do euro dificultam operações de socorro. Por outro lado, apelar para o FMI é visto como uma humilhação.
Seria a primeira vez em que um país da área do euro recorreria ao Fundo. Alguns europeus importantes temem a perda de prestígio do euro e de instituições como o Banco Central Europeu. No início desta semana, o ministro das Finanças da Alemanha, Wolfgang Schaeuble, disse enfaticamente: "A Grécia é um assunto dos europeus, e não do Fundo Monetário Internacional". Veja, leitor, o paradoxo. A Europa está super-representada no FMI.
Diria mesmo: escandalosamente sobrerrepresentada. A União Europeia detém quase um terço do poder de voto na instituição (quase o dobro dos Estados Unidos). Por tradição, um europeu sempre ocupa o cargo mais alto do Fundo, o de diretor-gerente. No momento, os europeus comandam 9 das 24 cadeiras da diretoria. Nas reuniões da diretoria-executiva do FMI, não raro, temos que exercer toda a nossa paciência e escutar nove vezes a mesma mensagem...
Em outras palavras, a Europa tem uma enorme influência, uma influência até excessiva aqui no FMI. E, no entanto, a Grécia ou qualquer outro país do euro recorrer ao Fundo seria uma perda de prestígio intolerável para os europeus!
Receita Federal
Com o objetivo de diminuir a quantidade de informações a serem processadas e permitir um acompanhamento mais focado nos grandes contribuintes, a Receita Federal alterou alguns critérios de exigibilidade para declarações de Imposto de Renda em 2010. A estimativa do fisco é que 5 milhões de pessoas deixem de ser obrigadas a entregar a declaração de IR neste ano, referente aos rendimentos de 2009.
As novas regras foram anunciadas ontem na apresentação do Programa Gerador de Declarações do IR-2010, que estará disponível no site da Receita a partir do dia 1º de março. O prazo para o envio das informações vai até as 23h59 do dia 30 de abril.
Entre as mudanças anunciadas para este ano, está um novo valor mínimo para o patrimônio, que obriga o contribuinte a remeter as declarações ao fisco independentemente do seu rendimento no ano. O limite, que até o ano passado era de R$ 80 mil, a partir de agora será de R$ 300 mil.
Além disso, os titulares ou sócios de empresas de qualquer porte, mesmo inativas, que também estavam automaticamente obrigados a realizar a declaração anual, agora só precisam fazê-la se estiverem enquadrados nos critérios que medem a renda durante o exercício anterior.
"Muitas pessoas criam empresas pequenas e nem sequer dão baixa depois de fechá-las. No ano passado, 5 milhões de contribuintes fizeram declaração apenas por esse motivo", afirmou o supervisor nacional do IR, Joaquim Adir.
No entanto, mesmo não tendo mais que obedecer à obrigatoriedade, boa parte dessas pessoas deve continuar realizando o processo, porque tem imposto a restituir ou ainda utiliza a declaração como comprovante de renda.
Segundo o fisco, o menor número de declarações efetuadas não terá impacto na arrecadação. "Vamos eliminar apenas aqueles que declaram sem necessidade", disse Adir.
Em 2009, a Receita recebeu 25 milhões de declarações e a estimativa para 2010 é que o número caia para 24 milhões. Segundo o supervisor, se não houvesse essas mudanças, a quantidade a ser processada pela Receita neste ano poderia chegar a 27 milhões.
O programa gerador também sofreu modificações na interface com o objetivo de torná-lo mais amigável aos usuários. As deduções de despesas com saúde continuam ilimitadas, mas os descontos por dependente e sobre os gastos com educação ganharam novos tetos.
Além disso, os campos para as declarações de despesas e receitas por meio de pensões alimentícias ganharam maior detalhamento. Para a contadora Dora Ramos, o ajuste é importante porque muitas pessoas que recebem pensões acabavam não declarando os rendimentos no programa.
"Tive dois ou três casos nos quais apenas quem pagava informava a despesa para abatimento. Dessa forma, quando a Receita cruzava os dados e havia essa incongruência, o contribuinte ficava preso na malha", conta.
Já a nova especificação, avalia, pode até resultar em aumento da arrecadação, uma vez que a contabilização das pensões aumentará a base de cálculo do imposto devido por quem as recebe. "Em algumas ocasiões, até mesmo quem estava isento poderá agora ter imposto a pagar", diz Dora.
Como anunciado no fim de 2009, a partir deste ano quem não conseguir comprovar despesas declaradas pagará multa. "É importante guardar todos os comprovantes e recibos durante todo o ano, em vez de pensar no IR apenas quando chega o mês de março", aconselha.
Receita libera 5 milhões de declarar IR - 11/2/2010 - Folha de São Paulo
EDUARDO RODRIGUES
TCU e política
Com ampla maioria no Congresso, a base aliada do governo manteve os vetos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao Orçamento Geral da União que liberam obras da Petrobras paralisadas pelo TCU (Tribunal de Contas da União). Apesar dos protestos da oposição, a maioria dos deputados e senadores acatou a posição de Lula de que o Orçamento deve garantir os repasses para que as obras sejam retomadas.
Como a votação foi secreta em sessão realizada na noite de ontem, técnicos do Congresso finalizaram a contabilidade dos votos somente nesta quarta-feira. Para derrubar os vetos, era necessário que pelo menos 257 deputados votassem contra a sua aprovação, mas o máximo que a oposição conseguiu reunir foi 122 votos contrários em uma das votações.
(...) Em votação secreta, os deputados e senadores analisaram 74 vetos --dos quais 71 são referentes às obras da Petrobras liberadas por Lula. Apesar de somente quatro obras terem sido liberadas pelo presidente, as votações chegaram a 71 porque cada contrato firmado nas obras foi embargado individualmente no Orçamento da União de 2010 --o que aumenta a quantidade de vetos. Os deputados e senadores ainda analisaram outros três vetos de um anexo da lei orçamentária que liberou a criação de cargos em ano eleitoral.
As obras que a lei orçamentária mandava paralisar são a refinaria Abreu e Lima (PE), o Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro, a modernização da refinaria Presidente Getúlio Vargas (PR) e o terminal de Barra do Riacho (ES). Outras 38 obras, inclusive do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), foram mantidas como irregulares no Orçamento (que não podem receber recursos públicos em 2010).
Foi a segunda vez na história que o presidente mandou liberar verbas para obras consideradas irregulares pelo TCU, por meio de veto. Em 2005, Lula também vetou o bloqueio de dinheiro público para a construção da usina de Angra 3.
Congresso mantém vetos de Lula que liberam obras da Petrobras - Gabriela Guerreiro -
10/02/2010 - Folha de São Paulo
Paródia
If I were an auditor, and you were a lady
Would you marry me anyway? Would you hold or trade me?
If an auditor were my trade, would you still find me?
Or would you always second guess me, like everybody following behind me?
Save our love through loneliness,
Save our love through sorrow,
Would you give me sale treatment,
Or tell me I was borrowed?
If I worked for an audit firm, would you still love me?
Answer me babe, 'Yes I would," you wouldn't put the lawyers above me
If I worked a million hours, in audit, tax, or advising
Would our love grow every day, or only be amortizing?
So I can document today, you mean what you say, in the story you tell.
I need evidence today, to rely on what you say, before wedding bells.
If I were an auditor, and you were a lady
Would you marry me anyway? Would you hold or trade me?
Would you marry a CPA? You can count on me, baby.
Fonte: aqui
P.S. Mais aqui, aqui e aqui
10 fevereiro 2010
Rir é o melhor remédio
- Qual a diferença entre SOLUÇÃO e DISSOLUÇÃO?
Resposta de um aluno:
- Colocar UM dos POLÍTICOS BRASILEIROS num TANQUE DE ÁCIDO para que DISSOLVA é uma DISSOLUÇÃO. Colocar TODOS é uma SOLUÇÃO!
Enviado por Matias, grato
Teste #229
L’Homme qui marche I

Parisian boy smoking a pipe

Dora Maar au chat

Resposta do Anterior: Stanley e Fiona, seguidos de John. Os Gates em terceiro. Fonte: WSJ
Previsão para o ano
Segundo o indicador Sports Illustrated Swimsuit Issue o mercado acionário neste ano deverá ter um desempenho acima da sua média histórica.
Por este indicador, a nacionalidade da modelo da capa da edição da revista Sports Illustrated swimsuit edition está relacionada com o retorno do mercado acionário: se a capa é uma modelo dos EUA o desempenho é melhor.
Entre 1978 a 2008 o retorno da SP 500, índice de mede o desempenho das ações no mercado do EUA, foi de 10,5%. Mas quando a modelo era dos EUA o retorno foi de 13,9%; se a modelo era não-estadunidense o retorno era de 7,2%.
Mas no período, o maior retorno, de 34,1% em 1997, teve uma modelo da República Tcheca.
Este ano a revista tem como modelo Brooklyn Decker, também conhecida como esposa do tenista Andy Roddick. (Foto ao lado)
Obviamente que está é uma situação onde a elevada correlação não significa necessariamente a existência de uma teoria. Ou seja, é uma correlação espúria.
Aqui postagem deste blog do ano passado.
Os maiores doadores
Na listagem, a surpresa do maior doador: Stanley e Fiona Druckenmiller, com 705 milhões de dólares. Eis os dez maiores:
1. Stanley e Fiona Druckenmiller, $705 milhõesn para Druckenmiller Foundation
2. John M. Templeton (Bequest), $573 milhões para Templeton Foundation
3. Bill e Melinda Gates, $350 milhões para Gates Foundation
4. Michael R. Bloomberg, $254 milhões para 1,358 groups
5. Louis Nippert, $185 milhões para Greenacres Foundation
6. George Soros, $150 milhões: $100 milhões para Fund for Policy Reform; $50 milhões para Central European University.
7. Eli e Edythe L. Broad, $105.2-milhões para Broad Foundations
8. J. Ronald e Frances Terwilliger, $102 milhões: $100 milhões para Habitat for Humanity Intl.; $2 milhões para outros
9. William P. Clements Jr., $100 milhões para Southwestern Medical Foundation
10. Pierre e Pam Omidyar, $92 milhões: $50 milhões para Hawaii Community Foundation; $41 milhões para HopeLab e Humanity United; $1 milhões para U. of Hawaii
Fonte: aqui
09 fevereiro 2010
CVM versus Banco Central
Contabilidade: Cruzeiro do Sul expõe regras diferentes de BC e CVM
Fernando Torres, de São Paulo - Valor Econômico - 9/2/2010
O registro contábil de cessão de carteiras de crédito e a divergência de normas entre o Banco Central (BC) e a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) voltaram a dar dor de cabeça para o Banco Cruzeiro do Sul. Por determinação da CVM, o banco teve de republicar o balanço consolidado de 2008, com uma diferença negativa de R$ 14 milhões no resultado e patrimônio. Assim, o prejuízo do banco conforme essa regra subiu de R$ 116,4 milhões para R$ 130,6 milhões.
Esse entendimento levou à interrupção da oferta primária e secundária de ações que o banco queria fazer neste início de ano. Mas nada mudou no balanço enviado pelo Cruzeiro do Sul ao BC, que segue com lucro de R$ 178,9 milhões em 2008. É esse balanço que é usado como referência para dividendos e cálculo de limite de alavancagem da instituição.
A discrepância nos números existe desde 2007 quando, por ocasião da sua abertura de capital, o Cruzeiro do Sul passou a ter que seguir as normas contábeis da CVM para o balanço consolidado. A Instrução nº 408/04 da CVM diz que, independentemente da participação societária, as entidades de propósito específico devem ser consolidadas nos balanços das empresas quando, na essência, a relação entre as entidades for de controle. Essa instrução foi uma antecipação da norma internacional de contabilidade (IFRS).
Na prática, ela muda a forma de baixa do ativo e de reconhecimento do resultado quando um banco vende uma carteira de crédito para outro banco ou para um Fundo de Investimento em Direitos Creditórios (FIDC), mas retém a maior parte dos riscos e benefícios.
Na regra antiga e ainda válida para o BC, o lucro com a operação é registrado todo de imediato e o ativo sai do balanço do banco vendedor. Pela regra da CVM e também do IFRS, o ganho com a operação passa a ser diferido ao longo do tempo do contrato de crédito e o ativo permanece no balanço.
Segundo nota explicativa, o motivo da republicação do balanço foi que a CVM entendeu que havia um FIDC a mais que deveria ter sido consolidado, por ser considerado entidade controlada. "A premissa adotada pela administração (...) era que a detenção de cotas seniores de um fundo, pelas suas características, não configurava o controle do mesmo", diz o banco.
Dessa forma, segundo a CVM, o ganho de R$ 29,4 milhões com a cessão de carteira feita pelo banco em 2008 ao Prosper Flex FIDC Multicedentes, que estava em constituição, não poderia ser registrado no balanço consolidado. Segundo uma fonte, já havia investigação na CVM sobre o caso, o que coincidiu com o pedido de registro da oferta pública. A KPMG, que havia emitido parecer sem ressalvas para o balanço, disse no novo relatório que a opinião anterior tinha se baseado nas informações recebidas da administração do banco.
A diferença entre os números divulgados ao BC e à CVM diminuiria nos próximos balanços, não fosse a Resolução 3.803, editada em outubro pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). A norma adiou do início deste ano para 2011 a adoção da Resolução 3.533 que aproximaria a regra contábil de cessão de crédito usada pelo BC daquela adotada pela CVM.
Só que o tema ficou ainda mais complicado. Isso porque até então o CMN tinha autorizado que os bancos adotassem antecipadamente a Resolução 3.533. Mas a Resolução 3.803 vedou essa antecipação, embora tenha permitido que as operações já registradas nos balanços fiquem como estão. Isso significa que algumas instituições terão dois tipos de registro contábil para operações semelhantes convivendo nos balanços individuais.
Para João Santos, sócio da PricewaterhouseCoopers, não é boa essa "dualidade" da regra do BC. Para ele, se há preocupação com o nível de alavancagem dos bancos, a contabilidade poderia ser preservada e o regulador faria um ajuste no patrimônio de referência.
Teste #228
Doação para caridade é uma atividade comum nos EUA e divulgada na imprensa. Em 2009, os três nomes a seguir foram os maiores doadores, com valores de 705, 573 e 350 milhões de dólares. Você arriscaria em dizer qual foi o maior doador?
Bill e Melissa Gates
John M Templeton
Stanley e Fiona Druckenmiller
Resposta do Anterior: Este teste foi claramente obtido no blog Carpe Diem
As empresas do grupo A estavam na Fortune 500 em 1959, mas não em 2009; do grupo B estavam na Fortune 500 em 1959 e em 2009; as do grupo C estavam na Fortune 500 de 2009, mas não de 1959.
Homens ficam bobos com mulheres bonitas

Um estudo, publicado no Journal of Experimental Social Psychology (via Gazitz), mostrou que os homens ficam com o cérebro prejudicado quando falam com mulheres bonitas. A explicação é que parte do cérebro dos homens é desviada para a tentativa de impressionar a mulher.
Os pesquisadores da universidade holandesa responsável pelo estudo fizeram um teste de memória com homens heterossexuais. Depois, parte do grupo falou com mulheres e parte com homens, durante sete minutos. O teste de memória foi novamente repetido e o grupo que falou com mulheres atraentes teve um resultado pior do que o grupo de falou com homens.
A pesquisa foi realizada com mulheres e não ocorreu nenhuma variação no resultado. Para os pesquisadores, os homens ficam procurando pistas físicas nas mulheres para um futuro "acasalamento".
(Foto: Rajesh, personagem The Big Bang Theory, que não consegue falar com mulheres)
Frase
"Nada de lo que está ocurriendo en el mundo, incluidos los editoriales de periódicos extranjeros, es casual o inocente"
Ministro espanhol Jose Blanco, no Expansion, citado pelo Financial Times, 8/2/2010)
Fuja para os States

Você já deve ter notado que no cinema quando um bandido quer fugir e ficar a salvo da justiça ele escolhe o Brasil? Pois os ditadores de países africanos, e seus parentes, parecem que escolhem os Estados Unidos.
Um caso interessante é o de Teodoro Nguema Obiang Mangue (foto), filho de um ditador da Guiné Equatorial, transferiu 110 milhões de dólares para os EUA entre 2004 e 2008. Com este dinheiro, ele comprou um jato Gulfstream (bagatela de 38,5 milhões) e uma casa em Malibu, Califórnia, por 30 milhões. O dinheiro desviado por Mangue corresponde a cerca de 1% do PIB daquele país.
Um comerciante de armas angolano, Pierre Falcone, possui 60 milhões em conta corrente e casa no Arizona. Omar Bongo, presidente do Gabão por 41 anos até sua morte, deixou muitos bens nos EUA, inclusive 1 milhão de dólar para sua filha em moeda corrente.
Salários em Hollywood
2. Steven Spielberg, produtor-diretor ($85 milhões)
3. Roland Emmerich,produtor-diretor ($70 milhões)
4. James Cameron, produtor-diretor ($50 milhões)
5. Todd Phillips, diretor ($44 milhões)
6. Daniel Radcliffe, ator ($41 milhões)
7. Ben Stiller, ator ($40 milhões)
8. Tom Hanks, ator ($36 milhões)
9. J. J. Abrams, produtor-diretor ($36 milhões)
10. Jerry Bruckheimer, produtor ($35.5 milhões)
Fonte: Aqui
Convergência, segundo o CFC
Portal Terra - 08/02/2010
A adequação do Brasil às normas contábeis internacionais trouxe como efeito o aumento do emprego para contabilistas no país. Na avaliação do presidente do Conselho Federal de Contabilidade (CFC), Juarez Carneiro, "esse é o curso de ciências contábeis que tem a melhor relação custo/benefício". [1]
Na prática, significa dizer que, ao fim do curso, com o diploma mão, o graduado tem grandes chances de já estar empregado. "A mão de obra é logo requisitada, porque a profissão é exigida de forma legal por toda e qualquer empresa, independentemente do porte que tenha." [2]
O CFC representa 417 mil contabilistas e 73 mil empresas contábeis em todo o país. A profissão se encontra em franca ascensão, apresentando índice de maior empregabilidade no Brasil. O processo de capacitação dos profissionais da área contábil para se adequar às novas normas é feito em parceria com a Federação Nacional das Empresas de Serviços Contábeis (Fenacon), que congrega os sindicatos de contabilidade do país.
O escândalo com a maquiagem contábil para esconder o balanço financeiro e esconder débitos de milhões de dólares da empresa norte-americana Enron, em 2001, deflagrou o interesse pela profissão de contabilista. "Hoje, na Europa, é a terceira profissão mais requisitada", diz Carneiro.
Pesquisa realizada no ano passado mostra que a contabilidade é a sexta profissão mais procurada por 27 países em nações em desenvolvimento. Carneiro observou, ainda, que o curso de Ciências Contábeis no Brasil apresenta um ingresso crescente de mulheres na última década. Para o presidente do CFC, esse é um fator positivo, na medida em que "a mulher tem mais organização e disciplina e agrega valor à profissão". [3]
O Brasil é o terceiro país do mundo a firmar acordo com a Junta Internacional de Normas Contábeis (IASB) para fortalecer o processo de adequação das normas brasileiras aos padrões internacionais, com o objetivo de padronizar a linguagem contábil. Memorando de entendimento com esse objetivo foi assinado no final de janeiro pelo CFC. Os primeiros países a aderir foram os Estados Unidos e a China.
No caso brasileiro, os balanços contábeis das empresas já devem estar de acordo com as normas internacionais a partir deste ano. Cada país tem um prazo limite para a implementação dos balanços padronizados.
Carneiro afirmou que isso significa que "as nossas demonstrações contábeis vão estar em condições de serem analisadas, da mesma forma que os países que estão implementando ou já implementaram as normas internacionais. Nós vamos falar uma mesma linguagem, produzir um mesmo nível de entendimento". [4]
[1] Dados, onde estão os dados? Veja aqui outra forma de analisar o problema.
[2] O foco é no profissional, não no usuário.
[3] Afirmação questionável.
[4] Não é bem assim. Tanto é que o processo denomina-se convergência.












