1. Estrutura Financeira Fragmentada
- Os diversos órgãos do Vaticano (Secretaria de Estado, APSA, Banco do Vaticano, governo da Cidade do Vaticano) operam de maneira independente, dificultando a consolidação e controle das contas.
- Não há um sistema unificado de gestão financeira, permitindo sobreposição, lacunas e feudos internos.
2. Falta de Prestação de Contas e Transparência
- Resistência dos monsenhores e altos funcionários a mecanismos de accountability (ex.: reclamações sobre prestação de contas até de despesas pequenas como cappuccinos).
- Suspensão arbitrária de auditorias (por exemplo, a auditoria comandada por George Pell foi interrompida pelo Cardeal Becciu).
3. Corrupção e Má Gestão de Recursos
- Envolvimento de altos membros da Cúria em escândalos financeiros (ex.: caso do Cardeal Becciu e a compra suspeita do antigo depósito da Harrods).
- Uso indevido de recursos do Vaticano em despesas pessoais (ex.: bolsas de luxo adquiridas com verbas destinadas à missão secreta, no caso de Cecilia Marogna).
4. Problemas com o Portfólio Imobiliário
- Muitos imóveis do Vaticano são alugados a preços abaixo do mercado para funcionários, reduzindo a receita patrimonial.
- Falta de gestão ativa para maximizar o valor e rendimento dos ativos imobiliários.
5. Fontes de Receita em Queda
- O Óbolo de São Pedro, principal fonte de arrecadação, está diminuindo drasticamente.
- Algumas operações que deveriam gerar receita acumulam prejuízos (como a Rádio Vaticano).
6. Persistência de Práticas de Lavagem de Dinheiro
- Apesar dos escândalos antigos (como o caso Roberto Calvi nos anos 1980), ainda persiste a suspeita de lavagem de dinheiro envolvendo o Banco do Vaticano.
7. Governança Deficiente
- Nomeações diretas e pouco criteriosas de bispos e gestores, muitas vezes ignorando processos de verificação e diligência prévia.
- Casos de má administração em dioceses e nas estruturas internas de governo, gerando instabilidade e escândalos.
8. Falha em Implementar Reformas Estruturais
- Apesar das intenções de reforma e da criação do Dicastério para a Economia, houve falta de apoio interno, sabotagem e ausência de continuidade nas medidas propostas.
- A prisão e o afastamento de reformadores como Libero Milone ilustram a resistência sistêmica.
9. Judicialização e Impunidade
- Processos canônicos de figuras envolvidas em crimes (como Zanchetta e Rupnik) foram mal conduzidos, atrasados ou arquivados, perpetuando a percepção de impunidade dentro da Igreja.
10. Cultura Institucional de Feudos e Clientelismo
- Prevalência de redes de proteção interna que dificultam a responsabilização individual e protegem membros comprometidos, enfraquecendo as tentativas de saneamento financeiro e administrativo.
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