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28 abril 2025

Dez problemas contábeis e financeiros do Vaticano hoje


1. Estrutura Financeira Fragmentada

  • Os diversos órgãos do Vaticano (Secretaria de Estado, APSA, Banco do Vaticano, governo da Cidade do Vaticano) operam de maneira independente, dificultando a consolidação e controle das contas.
  • Não há um sistema unificado de gestão financeira, permitindo sobreposição, lacunas e feudos internos.

2. Falta de Prestação de Contas e Transparência

  • Resistência dos monsenhores e altos funcionários a mecanismos de accountability (ex.: reclamações sobre prestação de contas até de despesas pequenas como cappuccinos).
  • Suspensão arbitrária de auditorias (por exemplo, a auditoria comandada por George Pell foi interrompida pelo Cardeal Becciu).

3. Corrupção e Má Gestão de Recursos

  • Envolvimento de altos membros da Cúria em escândalos financeiros (ex.: caso do Cardeal Becciu e a compra suspeita do antigo depósito da Harrods).
  • Uso indevido de recursos do Vaticano em despesas pessoais (ex.: bolsas de luxo adquiridas com verbas destinadas à missão secreta, no caso de Cecilia Marogna).

4. Problemas com o Portfólio Imobiliário

  • Muitos imóveis do Vaticano são alugados a preços abaixo do mercado para funcionários, reduzindo a receita patrimonial.
  •  Falta de gestão ativa para maximizar o valor e rendimento dos ativos imobiliários.

5. Fontes de Receita em Queda

  • O Óbolo de São Pedro, principal fonte de arrecadação, está diminuindo drasticamente.
  • Algumas operações que deveriam gerar receita acumulam prejuízos (como a Rádio Vaticano).

6. Persistência de Práticas de Lavagem de Dinheiro

  • Apesar dos escândalos antigos (como o caso Roberto Calvi nos anos 1980), ainda persiste a suspeita de lavagem de dinheiro envolvendo o Banco do Vaticano.

7. Governança Deficiente

  • Nomeações diretas e pouco criteriosas de bispos e gestores, muitas vezes ignorando processos de verificação e diligência prévia.
  • Casos de má administração em dioceses e nas estruturas internas de governo, gerando instabilidade e escândalos.

8. Falha em Implementar Reformas Estruturais

  • Apesar das intenções de reforma e da criação do Dicastério para a Economia, houve falta de apoio interno, sabotagem e ausência de continuidade nas medidas propostas.
  • A prisão e o afastamento de reformadores como Libero Milone ilustram a resistência sistêmica.

9. Judicialização e Impunidade

  • Processos canônicos de figuras envolvidas em crimes (como Zanchetta e Rupnik) foram mal conduzidos, atrasados ou arquivados, perpetuando a percepção de impunidade dentro da Igreja.

10. Cultura Institucional de Feudos e Clientelismo

  • Prevalência de redes de proteção interna que dificultam a responsabilização individual e protegem membros comprometidos, enfraquecendo as tentativas de saneamento financeiro e administrativo.
Baseado, livremente, nos textos da Forbes, Unheard e Estadão

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