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05 janeiro 2023

As pesquisas inovadoras estão diminuíndo?

O número de artigos de pesquisa científica e tecnológica publicados disparou nas últimas décadas - mas a "disruptividade" desses artigos caiu, de acordo com uma análise de quão radicalmente os artigos se afastam da literatura anterior.

Dados de milhões de manuscritos mostram que, em comparação com meados do século XX, as pesquisas feitas nos anos 2000 foram muito mais propensas a empurrar a ciência para frente do que a desviá-la em uma nova direção e tornar o trabalho anterior obsoleto. A análise das patentes de 1976 a 2010 mostrou a mesma tendência.

"Os dados sugerem que algo está mudando", diz Russell Funk, sociólogo da Universidade de Minnesota em Minneapolis e co-autor da análise, que foi publicada em 4 de janeiro na Natureza "Você não tem a mesma intensidade de descobertas inovadoras que já teve".

Os autores argumentaram que se um estudo fosse altamente perturbador, as pesquisas subseqüentes teriam menos probabilidade de citar as referências do estudo e, em vez disso, citar o próprio estudo. Usando os dados de citação de 45 milhões de manuscritos e 3,9 milhões de patentes, os pesquisadores calcularam uma medida de disruptividade, chamada "índice CD", na qual os valores variavam de -1 para o trabalho menos disruptivo a 1 para o mais disruptivo.

O índice médio de CD caiu mais de 90% entre 1945 e 2010 para manuscritos de pesquisa (ver 'A ciência disruptiva diminui'), e mais de 78% entre 1980 e 2010 para patentes. A disruptividade diminuiu em todos os campos de pesquisa e tipos de patentes analisados, mesmo quando se levou em conta as diferenças potenciais em fatores como as práticas de citação.


Os autores também analisaram os verbos mais comuns usados nos manuscritos e descobriram que, enquanto as pesquisas dos anos 50 eram mais propensas a usar palavras que evocavam criação ou descoberta, tais como, "produzir" ou "determinar", o que era feito nos anos 2010 era mais provável que se referisse ao progresso incremental, usando termos como "melhorar" ou "melhorar".

"É ótimo ver este [fenômeno] documentado de maneira tão meticulosa", diz Dashun Wang, um cientista social computacional da Northwestern University em Evanston, Illinois, que estuda a disruptividade na ciência. "Eles olham para isto de 100 maneiras diferentes, e eu acho isto muito convincente no geral".

A perturbação não é inerentemente boa, e a ciência incremental não é necessariamente má, diz Wang. A primeira observação direta de ondas gravitacionais, por exemplo, foi tanto revolucionária quanto o produto da ciência incremental, diz ele.

O ideal é uma mistura saudável de pesquisa incremental e disruptiva, diz John Walsh, especialista em política científica e tecnológica do Georgia Institute of Technology em Atlanta. "Em um mundo em que nos preocupamos com a validade das descobertas, talvez seja bom ter mais replicação e reprodução", diz ele.

Por que isto?

É importante entender as razões para as mudanças drásticas, diz Walsh. A tendência pode resultar, em parte, de mudanças no empreendimento científico. Por exemplo, agora há muito mais pesquisadores do que nos anos 40, o que criou um ambiente mais competitivo e elevou o risco de publicar pesquisas e buscar patentes. Isso, por sua vez, mudou os incentivos para a forma como os pesquisadores realizam seu trabalho. Grandes equipes de pesquisa, por exemplo, tornaram-se mais comuns, e Wang e seus colegas descobriram é mais provável que grandes equipamentos de produção de ciência incremental do que perturbadora.

Encontrar uma explicação para o declínio não vai ser fácil, diz Walsh. Embora a proporção de pesquisas perturbadoras tenha caído significativamente entre 1945 e 2010, o número de estudos altamente perturbadores tem permanecido praticamente o mesmo. A taxa de declínio também é intrigante: Os índices de CD caíram acentuadamente de 1945 para 1970, depois mais gradualmente do final dos anos 90 para 2010. "Qualquer que seja a explicação que você tenha para a queda da disruptividade, você também precisa fazer sentido para nivelá-la" nos anos 2000, diz ele.

(Traduzido via Deepl)

Fonte> Nature

Quando estava lendo este artigo lembrei de uma "definição" antiga do que seria uma "tese". Existia uma percepção que uma tese de doutorado deveria ser necessariamente disruptiva, revolucionária, inovadora e marcante. Pelo visto, não é mais. 

Privatização de aeroportos e receita como medida de desempenho

O que ocorre quando um aeroporto é privatizado? Uma pesquisa, publicada recentemente (via aqui), mostra que a privatização de aeroportos pode ser boa. O trecho a seguir foi extraído da pesquisa. Achei importante que a receita, uma medida contábil, é considerada uma medida de desempenho para o estudo da privatização. O trecho foi traduzido pelo Vivaldi:


Quando os fundos de private equity compram aeroportos dos governos, o número de companhias aéreas e rotas atendidas aumenta, a receita operacional aumenta e a experiência do cliente melhora.

... Em 2020, quase 20% dos aeroportos do mundo haviam sido privatizados. O private equity (PE), geralmente por meio de fundos de infraestrutura dedicados, está desempenhando um papel crescente na privatização, comprando 102 aeroportos de um total de 437 que já foram privatizados.

... Uma métrica chave da eficiência do aeroporto são os passageiros por voo. Quanto mais clientes um aeroporto puder atender com as pistas e portões existentes, mais serviços poderá oferecer e mais ganhos poderá gerar. Quando os fundos de PE compram aeroportos de propriedade do governo, o número de passageiros por voo aumenta em média 20%. Não existe esse aumento quando empresas privadas, que não sejam da PE, adquirem um aeroporto. O tráfego geral de passageiros aumenta sob os dois tipos de propriedade privada, mas o aumento nos aeroportos pertencentes à PE, de 84%, é quatro vezes maior que o dos aeroportos privados não pertencentes à PE. Os volumes de frete e o número de voos, outras medidas de eficiência, mostram um padrão semelhante. Evidências de dados de imagens de satélite indicam que os proprietários de PE aumentam o tamanho do terminal e o número de portões. Essa expansão de capacidade ajuda a permitir que os aumentos de volume e pontos no aeroporto tenham sido restringidos financeiramente sob propriedade anterior.

... As empresas de PE tendem a atrair novas transportadoras de baixo custo para seus aeroportos, o que, por sua vez, pode levar a uma maior concorrência e oferecer aos consumidores melhores serviços e preços mais baixos. No que diz respeito às rotas, os adquirentes de PE aumentam o número de novas rotas, especialmente rotas internacionais, mais do que de outros compradores. Os passageiros internacionais costumam ser os usuários mais lucrativos do aeroporto, especialmente nos países em desenvolvimento.

Uma aquisição de PE também está associada a um declínio nos cancelamentos de voos e a um aumento na probabilidade de receber um prêmio de qualidade. Quando um aeroporto muda de propriedade não-PE privada para PE, suas chances de ganhar um prêmio aumentam 6 pontos percentuais. A chance média de ganhar esse prêmio é de apenas 2%.

As taxas cobradas pelos aeroportos para as companhias aéreas aumentam após as privatizações do aeroporto. Quando o comprador é uma empresa de PE, também há um esforço para desregular os limites do governo nessas taxas. Por exemplo, depois que três aeroportos australianos foram privatizados, em meados da década de 90, os limites máximos de preços que regem as receitas aeroportuárias foram substituídos por um sistema de monitoramento de preços que permite ao governo intervir se taxas ou receitas se tornarem excessivas.

O efeito líquido de uma aquisição de PE é uma duplicação aproximada da receita operacional de um aeroporto, devido principalmente a maiores receitas de companhias aéreas e varejistas no terminal, em vez de redução de custos. As forças motrizes por trás dessas melhorias parecem ser novas estratégias de gerenciamento, que provavelmente incluem maior remuneração para os gerentes, além de investimentos em nova capacidade, além de melhores serviços e tecnologia de passageiros.

Foto: Artur Tumasjan

Escolha da contabilidade

Uma pesquisa sobre os determinantes na escolha de contabilidade ou finanças como especialização acadêmica

Os resultados desta investigação demonstraram que a intenção de escolha de contabilidade é determinada, de forma positiva, pela atitude face à especialização em contabilidade e pelo grau de controlo comportamental percebido face à especialização. A intenção de escolha de contabilidade é ainda determinada pelo género, sendo maior a probabilidade de escolha de contabilidade nos estudantes do género feminino. Os resultados revelaram que a intenção de escolha de finanças é determinada de forma positiva pelo grau de controlo comportamental percebido relativamente à especialização em finanças. Além disso, a probabilidade de escolher finanças é maior nos estudantes do género masculino. As normas subjetivas relativas às especializações em contabilidade e finanças não são determinantes da intenção de escolha de contabilidade ou finanças, respetivamente.

A pesquisa foi realizada em 2022, em Portugal. Os fatores usados:


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04 janeiro 2023

Apuração do lucro para fins de tributação dentro das normas internacionais de contabilidade

A Comunidade Europeia publicou oficialmente uma norma para tributação mínima para multinacionais e grandes empresas. A tributação mínima é de 15%. 

Um trecho da norma cita o Brasil:

‘acceptable financial accounting standard’ means International Financial Reporting Standards (IFRS or IFRS as adopted by the Union pursuant to Regulation (EC) No 1606/2002 of the European Parliament and of the Council (8)) and the generally accepted accounting principles of Australia, Brazil, Canada, the Member States of the European Union, the Member States of the European Economic Area, Hong Kong (China), Japan, Mexico, New Zealand, the People’s Republic of China, the Republic of India, the Republic of Korea, Russia, Singapore, Switzerland, the United Kingdom and the United States of America;

A norma é compatível com o ajustado pela OCDE, mas levanta uma questão importante sobre a apuração do lucro para fins de tributação dentro das normas internacionais de contabilidade. Assim, as normas IFRS agora devem ter um papel tributário dentro dos países da União Europeia. 

Fiscais de fidelidade

Um serviço disponibilizado: fiscal de fidelidade. Por um valor, uma pessoa é contratada para tentar namorar um alvo, tentando verificar até que ponto a pessoa é fiel. O texto fala em mulheres provocando homens comprometidos. 


O texto fala de uma pessoa tendo receita de 4 a 5 mil por mês. Como a provocação é feita através de mensagens de celulares, o custo da prestação do serviço é praticamente zero. O print das mensagens é a comprovação do serviço realizado. Seria a representação fiel da qualidade do namorado/esposo. 

Qual a garantia de que a pessoa contratada irá fazer o serviço com qualidade? Após a comprovação da não fidelidade, os ganhos poderiam ser maiores caso vendesse a comprovação para o faltoso. Mas aqui a "reputação" da fiscal da fidelidade poderia ser relevante. 

Bolhas imobiliárias no mundo

 

São 25 cidades que foram analisadas em termos de um risco de uma bolha imobiliária. O índice foi criado pelo UBS e a figura é do Visual Capitalist (via aqui). Poucas cidades não estariam diante de uma bolha; São Paulo é uma delas. 

Imagine agora um contador canadense diante da avaliação de um imóvel em Toronto, a cidade com maior índice:

deveria ele confiar no "valor de mercado" como um critério de mensuração imobiliária? Mesmo sabendo deste índice? 

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Especialista

03 janeiro 2023

Índice de Progresso Social

O Índice de Progresso Social de 2022 mostrou que o mundo aumentou a "pontuação" de 59,84 (em 100) para 65,24. Mas a taxa de progresso diminuiu nos últimos anos, em especial no ano passado. Este é um índice baseado em diversos itens, como a nutrição, a assistência médica, o acesso à educação superior, totalizando 60 indicadores. 

O gráfico mostra que nos últimos 11 anos alguns países tiveram um grande avanço, como Serra Leoa, enquanto alguns poucos tiveram redução no progresso social. Na verdade, somente quatro países tiveram queda no índice em um comparativo de longo prazo. A Venezuela, não é uma surpresa, teve o pior desempenho entre 169 países. A mudança do Reino Unido pode ser consequência do Brexit. Se em 2011 o Reino Unido ocupava a 11a. posição, em 2022 sua colocação era bem pior: 19o. 

Apesar do foco do índice ser o desempenho social, o relatório produzido mostra que existe uma relação com o PIB per capita, conforme o gráfico a seguir:


O Brasil teve um pequeno avanço no índice. Em 2011 nosso país ocupava a 50a posição, com 70,68. No ano passado ele caiu na posição relativa, para 62o, embora tenha tido um avanço no índice, para 71,26. O painel com o resultado do Brasil encontra-se a seguir:

Onde o país é forte? Nos seguintes itens: Access to online governance, Acceptance of gays and lesbians e Quality weighted universities. Esta informação pode ser acessada aqui e na figura acima são os pontos azuis. 

ChatGPT 3

“A Inteligência Artificial pode ser usada para digitalizar processos, gerenciar, aprimorar a qualidade do transporte público, identificar padrões e tendências nos dados que são coletados da cidade e outras aplicações. A Inteligência Artificial pode ajudar a fornecer informações precisas sobre a cidade, aumentar a eficiência energética, melhorar a qualidade do ar e melhorar a segurança pública.”


O parágrafo acima foi escrito pelo ChatGPT, um “robô de conversa” do laboratório de inteligência artificial OpenAI, cofundado por Elon Musk em novembro, que é capaz de escrever notícias em várias línguas, compor músicas e programar em JavaScript e Python. Programas de IA como o DALL·E e Midjorney, por exemplo, tornam possível, num minuto, digitar algumas palavras relacionadas com as suas preferências e a plataforma gera uma imagem em consonância.

Fonte: aqui

Aqui um texto mais técnico

ChatGPT - 1

Nas últimas semanas o Chatbot chamado ChatGPT despertou a atenção de muitas pessoas. Desenvolvido pela empresa OpenAI, o chat foi lançado em novembro de 2022 e caracteriza pela qualidade das respostas. Além disto, o ChatGPT pode ser usado em redações textuais, com boa qualidade. Em razão desta característica, há previsões que o ChatGPT poderá afetar o trabalho de pessoas como jornalistas e produtores de conhecimento. E até mesmo de psicólogos e psiquiatras.  


Eis algumas das considerações sobre o chat, presentes no verbete da Wikipedia:

Em um artigo de opinião, o economista Paul Krugman escreveu que o ChatGPT afetaria a demanda dos trabalhadores do conhecimento. James Vincent , do The Verge, viu o sucesso viral do ChatGPT como prova de que a inteligência artificial se tornou popular. No The Atlantic, Stephen Marche observou que seu efeito na academia e especialmente nos ensaios de aplicação ainda não foi compreendido.  O professor e autor do ensino médio da Califórnia, Daniel Herman, escreveu que o ChatGPT dará início ao "Fim do inglês do ensino médio".

No jornal Estado de S. Paulo, um artigo Nico Grant e Cade Metz chama a atenção para o fato de que o ChatGPT pode ser uma grande ameaça ao Google, já que é capaz de responder, de forma simples e clara, as dúvidas que temos. Geralmente quando temos dúvida sobre um assunto ou queremos mais informações, usamos o Google. E a empresa, além da resposta correta, indica também possíveis links que são propagandas. O uso do ChatGPT pode ajudar o usuário a ter uma resposta mais precisa e que não inclua os links pagos do Google. 

Apesar dos erros, o fato do ChatGPT conseguir escrever textos razoáveis, a partir do que aprendeu na internet, pode ser uma facilitador na produção de relatórios. Isto deve afetar o trabalho de auditores, analistas de balanços e contadores gerenciais. Pode ajudar os reguladores a redigirem seus manuais de forma mais clara. Na área acadêmica, artigos podem ser escritos, sem serem pegos em um programa de plágio. 

Aqui já tem uma pesquisa comparando o ChatGPT na produção de resumos de artigos científicos. (aqui também)

ChatGPT e a educação

Como nativos digitais, os alunos ficam cientes das novas tecnologias e começam a usá-las muito mais cedo do que os educadores podem começar a entendê-las, dizem os especialistas em tecnologia educacional.

O mais recente chatbot da OpenAI, ChatGPT, pode escrever redações elaboradas e roteiros de filmes, depurar códigos e resolver problemas matemáticos complexos. Sua capacidade de gerar respostas legíveis para qualquer pergunta que você possa imaginar pode ser um recurso suplementar promissor nas salas de aula. Mas os professores estão preocupados com o fato de os alunos usarem a ferramenta gratuita e acessível como um substituto da Wikipédia para fazer o dever de casa e escrever tarefas para eles, colocando em risco a vontade dos alunos de desenvolver habilidades como redação e pesquisa.

“Os alunos vão usar este chatbot como se fosse um sabe-tudo”, diz Austin Ambrose, professor do ensino médio em Idaho, Estados Unidos. “Isso porque é uma tecnologia que está criando essas coisas que parecem realmente legítimas, eles vão assumir que é o normal”.

Nas últimas semanas, o ChatGPT explodiu, com mais de um milhão de usuários se inscrevendo para usá-lo uma semana após seu lançamento. O algoritmo é um modelo de linguagem treinado por meio de feedback humano e uma grande quantidade de dados públicos de várias fontes, como livros e artigos da Internet. Mas só porque parece saber do que está falando não significa que as informações fornecidas sejam totalmente precisas. Por um lado, por ter sido treinado com dados disponíveis até 2021, o ChatGPT não é capaz de fornecer respostas factuais atualizadas. Às vezes, apresenta pequenas imprecisões. Por exemplo, disse que a cor do uniforme dos Royal Marines durante a guerra de Napoleão era azul quando na verdade era vermelho. Além disso, o ChatGPT tem problemas com perguntas com palavras confusas, que também podem levar a respostas incorretas.

O algoritmo também tem problemas de viés, já que foi treinado em grandes quantidades de dados extraídos da internet. Ele pode renderizar conteúdo racialmente tendencioso: quando questionado sobre uma maneira de avaliar o risco de segurança dos viajantes, propôs um código que calculava as pontuações de risco, que mostravam pontuações mais altas para sírios, iraquianos e afegãos do que para outros viajantes.

O próprio CEO da Open AI, Sam Altman, reconheceu essas armadilhas em um tweet, dizendo: “ChatGPT é incrivelmente limitado, mas bom o suficiente em algumas coisas para criar uma impressão enganosa de grandeza. É um erro confiar nele para qualquer coisa importante agora.”

Com essas preocupações em mente, os professores dizem que é ainda mais importante ensinar alfabetização digital desde cedo e enfatizam a importância de avaliar criticamente de onde vem a informação. Os professores dizem que a ferramenta também pode enfatizar e reforçar o uso de citações em trabalhos acadêmicos.

“Existe muito conhecimento barato por aí. Acho que isso pode ser um perigo na educação e não é bom para as crianças. E isso se torna uma questão para o professor ensinar aos alunos o que é apropriado e o que não é apropriado na busca pelo conhecimento”, diz Beverly Pell, consultora de tecnologia para crianças e ex-professora de Irvine, Califórnia.

Como nativos digitais, os alunos ficam cientes das novas tecnologias e começam a usá-las muito mais cedo do que os educadores podem começar a entendê-las, dizem os especialistas em tecnologia educacional. Natalie Crandall, diretora de alfabetização do ensino médio na Kipp New Jersey, uma rede de escolas públicas, diz que é inevitável que os alunos usem dispositivos dentro e fora das salas de aula, e é melhor para os educadores adotá-los e ensinar os alunos como usar a tecnologia de forma ética e honesta. “Temos um ditado na educação que diz que ‘adolescentes vão virar adolescentes’, o que significa que eles vão se tornar academicamente criativos em termos de encontrar coisas online e usá-las nas salas de aula”, diz Crandall.

No entanto, nem todos os currículos e programas escolares são projetados para acomodar um chatbot de IA de ponta em mente, diz Ambrose. “Muitas vezes, não apenas o currículo, mas também as escolas e os programas de ensino são estruturados de forma que os professores não tenham conhecimento para trazer essas tecnologias avançadas e inovadoras”, diz ele.

Há um lugar para a IA nas salas de aula, diz Ambrose, mas a IA teria que fazer tarefas mais específicas, como corrigir gramática ou explicar um problema de matemática, em vez de realizar uma ampla gama de tarefas como o ChatGPT, que a torna vulnerável a erros. “Seria ótimo se pudéssemos criar um programa que fornecesse feedback direcionado aos alunos no momento, porque os professores nem sempre conseguem atender todas as crianças”, diz ele, enfatizando que os professores, que geralmente são responsáveis ​​por uma turma de 30 a 35 estudantes, poderiam usar o suporte adicional.

Como existem várias ferramentas que ajudam os alunos a economizar ao concluir as tarefas, os professores geralmente digitalizam as tarefas enviadas por meio de um software antiplágio como o Turnitin, que verifica as semelhanças entre o trabalho de um aluno e o texto localizado em outro lugar. Mas como o banco de dados usado por ferramentas como o Turnitin não inclui respostas geradas por um chatbot de IA, as informações copiadas e coladas diretamente do ChatGPT passarão pelo software e não serão detectadas. Exigir que os professores comparem as respostas de um aluno com as respostas do ChatGPT daria aos professores outra camada de tarefas e tiraria tempo do planejamento de aulas e do feedback aos alunos, diz Stephen Parce, diretor de uma escola de ensino médio no Colorado.


Como os textos são um componente importante do ensino de habilidades como leitura, escrita e compreensão, usar um atalho como o ChatGPT também pode significar que os alunos não estão desenvolvendo essas habilidades cruciais. “Com uma ferramenta como esta na ponta dos dedos, pode confundir as águas ao avaliar as capacidades reais de escrita de um aluno, porque você está dando às crianças potencialmente uma ferramenta onde elas podem deturpar sua compreensão de um prompt”, diz Whitney Shashou, fundador e consultor da consultoria educacional Admit NY.

Apesar da conversa on-line sobre o recém-revelado chatbot potencialmente substituindo os professores, alguns educadores vêem a invenção como uma oportunidade e uma ferramenta para incorporar nas salas de aula, em vez de algo a temer. Os educadores dizem que o chatbot pode ser usado como ponto de partida para os alunos quando eles enfrentam um bloqueio de escrita, ou também pode ser usado para obter exemplos de como uma resposta deve ser. Também poderia disponibilizar informações na ponta dos dedos dos alunos, incentivando-os a realizar pesquisas e verificar novamente seus fatos. Do lado da escola, os professores dizem que isso pode levar os membros do corpo docente a atualizar seu currículo para acomodar essas tecnologias abertamente na sala de aula e para que o ChatGPT atue como co-professor.

“O objetivo final é realmente que queremos que os alunos cresçam e expandam suas habilidades”, diz Parce. “É necessário que o currículo continue a ser revisto e adaptado ao objetivo de acompanhar a evolução das diferentes ferramentas e tecnologias.”

Fonte: aqui

Rir é o melhor remédio

 

Bons momentos

02 janeiro 2023

A questão da auditoria de empresas chinesas

O ano terminou com o aumento da pressão dos legisladores dos Estados Unidos sobre as empresas da China que não forem transparentes com suas auditorias.

Um pouco antes do Natal, o Congresso dos Estados Unidos aprovou uma legislação que pode ser mais radical na punição de empresas que não permitirem o trabalho de auditoria independente. Mas a pressão foi compensada pela admissão de que o PCAOB, entidade que supervisona o trabalho de auditoria nos Estados Unidos, teve acesso aos documentos de empresas chinesas. 

O assunto começou com a criação do PCAOB, logo após o escândalo da Enron, que teria a função de verificar o trabalho de auditoria em empresas de capital aberto. Mas a China sempre dificultou este acesso de verificação, alegando que isto poderia comprometer sigilo estratégico para o país. Embora as empresas chineses tivessem acesso ao mercado de capitais dos Estados Unidos, a restrição ao trabalho do PCAOB era um problema. A China era o único país - e isto inclui também Hong Kong - que tinha este problema. 

Comunicação científica e sua divulgação: duas postagens

Entre as postagens do LSE referente a comunicação científica, em 2022, duas foram interessantes. 


Fatos divertidos: O humor como uma estratégia de comunicação da pesquisa

Se você leu alguma pesquisa produzida por universidades, organizações da sociedade civil ou grupos de reflexão, muito provavelmente terá lutado para encontrar alguma boa piada. No entanto, ao longo da história, o humor tem desempenhado um papel importante ao criticar a sociedade e ao levantar questões sociais para um público popular. Baseando-se em um exemplo recente de uso do humor para explicar a complexa crise política e econômica no Sri Lanka, Chalani Ranwala sugere que este meio frequentemente negligenciado pode, quando bem utilizado, fornecer informações oportunas baseadas em pesquisas a um público mais amplo.

Os blogs acadêmicos pessoais são uma coisa do passado?

O blog pessoal foi uma característica marcante no início da Internet e ainda há uma série de blogs acadêmicos de alto nível, mantidos estudiosamente por acadêmicos solitários. No entanto, para pesquisadores recém-chegados ao blog acadêmico, ainda vale a pena montar seu próprio blog? Refletindo sobre sua própria trajetória de blogs Mark Carrigan, sugere que talvez seja a hora de colocar o blog acadêmico pessoal para descansar.

Algumas coisas que aprendemos em 2022

Do MentalFloss, cem itens que aprendemos em 2022. Entre eles, selecionei quatro:

Mais de 14 por cento da população mundial contraiu a doença de Lyme - Segundo um estudo com mais de 158 mil participantes, mais de 14%. A doença é transmitida por carrapatos. 

Entre as músicas que podem ajudar você a dormir, destaque para Your Song, de Elton John. O estudo usou músicas de ninar clássicas, ponderando tempo e compasso, e aplicou em outras músicas. 


Os médicos do Canadá podem prescrever para seus pacientes um passeio em um parque nacional como uma forma de ajudar no tratamento de certas doenças. Os ingressos para o parque são gratuitos. 

A tecnologia da Alexa já consegue imitar a voz de qualquer pessoa, viva ou morta. A função ainda não foi disponibilizada e não  se sabe se será. 

Rir é o melhor remédio

 

Fonte: @teoeominimundo

01 janeiro 2023

Ainda o imposto de renda de Trump

Este é um assunto que já tratamos no blog diversas vezes. O ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, rompeu uma tradição de deixar disponível a declaração do imposto de renda. Isto trouxe a curiosidade do público em geral, e dos adversários políticos, sobre o que Trump não queria que fosse divulgado. 


O assunto traz componentes contábeis uma vez que Trump contratava uma empresa de contabilidade para fazer sua declaração. As notícias recentes mostram que Trump não pagou imposto no ano da disputa eleitoral, de 2020. 

Além disto, durante a campanha da sua eleição, Trump tinha prometido doar seu salário. E a declaração mostra que ele não fez isto, pelo menos plenamente. Outra informação interessante é que o ex-presidente tinha contas bancárias na China. 

Além das notícias sobre a informação existente na declaração do imposto de renda, o legislativo dos Estados Unidos descobriu que a Receita Federal de lá não auditou os impostos de Trump. Estas novas divulgações (via aqui) elevaram o clima político, já que há um entendimento entre alguns republicanos que as revelações possuem um caráter vingativo. E como Trump anunciou que pretende ser candidato para 2024, as notícias poderiam ser ruins. 

foto: Jon Tyson

Rir é o melhor remédio

 


31 dezembro 2022

ML usada para melhorar a auditoria em tributos

 We study the extent to which ML techniques can be used to improve tax auditing efficiency using administrative data, without the need of randomized audits. Using Italy's population data on sole proprietorship tax returns, audits and their outcome, we develop a new approach to address the so called selective labels problem - the fact that a ML algorithm must necessarily be trained on endogenously selected data. We document the existence of substantial margins for raising revenue from audits by improving the selection of taxpayers to audit with ML. Replacing the 10% least productive audits with an equal number of taxpayers selected by our trained algorithm raises detected tax evasion by as much as 38%, and evasion that is actually payed back by 29%.

Fonte: aqui

As atletas mais bem pagas de 2022

 

Simone Biles
Fonte da imagem: Aqui



1. Naomi Osaka • US$ 51,1 milhões (R$ 265,8 milhões)
ESPORTE: TÊNIS | NACIONALIDADE: JAPÃO | IDADE: 25 | EM CAMPO: US$ 1,1 milhões • FORA DE CAMPO: US$ 50 milhões

2. Serena Williams • US$ 41,3 milhões (R$ 214,8 milhões)
ESPORTE: TÊNIS | NACIONALIDADE: EUA | IDADE: 41 | EM CAMPO: US$ 0,3 milhões • FORA DE CAMPO: US$ 41 milhões

3. Eileen Gu • US$ 20,1 milhões (R$ 104,5 milhões)
ESPORTE: ESQUI LIVRE | NACIONALIDADE: CHINA | IDADE: 19 | EM CAMPO: US$ 0,1 milhões • FORA DO CAMPO: US$ 20 milhões

4. Emma Raducanu • US$ 18,7 milhões (R$ 97,2 milhões)
ESPORTE: TÊNIS | NACIONALIDADE: REINO UNIDO | IDADE: 20 | EM CAMPO: US$ 0,7 milhões • FORA DE CAMPO: US$ 18 milhões

5. Iga Świątek • US$ 14,9 milhões (R$ 77,5 milhões)
ESPORTES: TÊNIS | NACIONALIDADE: POLÔNIA | IDADE: 21 | EM CAMPO: US$ 9,9 milhões • FORA DE CAMPO: US$ 5 milhões

6. Venus Williams • US$ 12,1 milhões (R$ 62,9 milhões)
ESPORTE: TÊNIS | NACIONALIDADE: EUA | IDADE: 42 | EM CAMPO: US$ 0,1 milhões • FORA DE CAMPO: US$ 12 milhões

7. Coco Gauff • US$ 11,1 milhões (R$ 57,7 milhões)
ESPORTE: TÊNIS | NACIONALIDADE: EUA | IDADE: 18 | EM CAMPO: US$ 3,1 milhões • FORA DE CAMPO: US$ 8 milhões

8. Simone Biles • US$ 10 milhões (R$ 52 milhões)
ESPORTE: GINÁSTICA | NACIONALIDADE: EUA | IDADE: 25 | EM CAMPO: US$ 0 • FORA DE CAMPO: US$ 10 milhões

9. Jessica Pegula • US$ 7,6 milhões (R$ 39,5 milhões)
ESPORTE: TÊNIS | NACIONALIDADE: EUA | IDADE: 28 | EM CAMPO: US$ 3,6 milhões • FORA DE CAMPO: US$ 4 milhões

10. Minjee Lee • US$ 7,3 milhões (R$ 37,9 milhões)
ESPORTE: GOLFE | NACIONALIDADE: AUSTRÁLIA | IDADE: 26 | EM CAMPO: US$ 4,8 milhões • FORA DE CAMPO: US$ 2,5 milhões

11. Candace Parker • US$ 7,2 milhões (R$ 37,5 milhões)
ESPORTE: BASQUETEBOL | NACIONALIDADE: EUA | IDADE: 36 | EM CAMPO: US$ 0,2 milhões • FORA DE CAMPO: US$ 7 milhões

12. PV Sindhu • US$ 7,1 milhões (R$ 36,9 milhões)
ESPORTE: BADMINTON | NACIONALIDADE: ÍNDIA | IDADE: 27 | EM CAMPO: US$ 0,1 milhão • FORA DE CAMPO: US$ 7 milhões

13. Leylah Fernandez • US$ 7 milhões (R$ 36,4 milhões)
ESPORTE: TÊNIS | NACIONALIDADE: CANADÁ | IDADE: 20 | EM CAMPO: $ 1 milhão • FORA DE CAMPO: $ 6 milhões

14. Lydia Ko • US$ 6,9 milhões (R$ 35,8 milhões)
ESPORTE: GOLFE | NACIONALIDADE: NOVA ZELÂNDIA | IDADE: 25 | EM CAMPO: US$ 4,4 milhões • FORA DE CAMPO: US$ 2,5 milhões

15. Ons Jabeur • US$6,5 milhões (R$ 33,8 milhões)
ESPORTE: TÊNIS | NACIONALIDADE: TUNÍSIA | IDADE: 28 | EM CAMPO: US$ 5 milhões • FORA DE CAMPO: US$ 1,5 milhão

16. Paula Badosa • US$6,2 milhões (R$ 32,2 milhões)
ESPORTE: TÊNIS | NACIONALIDADE: ESPANHA | IDADE: 25 | EM CAMPO: US$ 1,7 milhão • FORA DE CAMPO: US$ 4,5 milhões

17. Lexi Thompson • US$ 5,9 milhões (R$ 30,7 milhões)
ESPORTE: GOLFE | NACIONALIDADE: EUA | IDADE: 27 | EM CAMPO: US$ 1,9 milhão • FORA DE CAMPO: US$ 4 milhões

18. Jin Young Ko • US$ 5,8 milhões (R$ 30,1 milhões)
ESPORTE: GOLFE | NACIONALIDADE: COREIA DO SUL | IDADE: 27 | EM CAMPO: US$ 1,3 milhão • FORA DE CAMPO: US$ 4,5 milhões

19 (empate). In Gee Chun • US$ 5,7 milhões (R$ 29,6 milhões)
ESPORTE: GOLFE | NACIONALIDADE: COREIA DO SUL | IDADE: 28 | EM CAMPO: US$ 2,7 milhões • FORA DE CAMPO: US$ 3 milhões

19 (empate). Alex Morgan • US$ 5,7 milhões (R$ 29,5 milhões)
ESPORTE: FUTEBOL | NACIONALIDADE: EUA | IDADE: 33 | EM CAMPO: US$ 0,7 milhão • FORA DE CAMPO: US$ 5 milhões

19 (empate). Megan Rapinoe • US$ 5,7 milhões (R$ 29,5 milhões)
ESPORTE: FUTEBOL | NACIONALIDADE: EUA | IDADE: 37 | EM CAMPO: US$ 0,7 milhões • FORA DE CAMPO: US$ 5 milhões

22 (empate). Brooke Henderson • US$ 5,4 milhões (R$ 28 milhões)
ESPORTE: GOLFE | NACIONALIDADE: CANADÁ | IDADE: 25 | EM CAMPO: US$ 2,4 milhões • FORA DE CAMPO: US$ 3 milhões

22 (empate). Nelly Korda • US$ 5,4 milhões (R$ 28 milhões)
ESPORTE: GOLFE | NACIONALIDADE: EUA | IDADE: 24 | EM CAMPO: US$ 1,4 milhão • FORA DE CAMPO: US$ 4 milhões

24 (empate). Caroline Garcia • US$ 5,2 milhões (R$ 27 milhões)
ESPORTE: TÊNIS | NACIONALIDADE: FRANÇA | IDADE: 29 | EM CAMPO: US$ 3,7 milhões • FORA DE CAMPO: US$ 1,5 milhão

24 (empate). Garbiñe Muguruza • US$ 5,2 milhões (R$ 27 milhões)
ESPORTE: TÊNIS | NACIONALIDADE: ESPANHA | IDADE: 29 | EM CAMPO: US$ 0,7 milhões • FORA DE CAMPO: US$ 4,5 milhões

Fonte: Forbes

Rir é o melhor remédio

 

Fonte: Eduardo Arruda 



30 dezembro 2022

As de 2022 mais lidas

Continuando a nossa série de listas de fim de ano, apresentamos agora as postagens de 2022 mais lidas.

O primeiro lugar é merecidíssimo para uma matéria sobre o lado controverso da Materialidade, escrita pelo professor César. Vale a leitura e a releitura!

Em segundo lugar temos a postagem sobre Teoria da Agência e Contabilidade, que está com notas de rodapé com comentários pessoais do autor, que deixam a leitura com um sabor a mais.

A frase “”Em Deus nós confiamos". Todos os outros trazem dados", do executivo Barry Beracha, aparece em uma postagem na super interessante 3ª colocação: Frases sobre Dados (Ciência de Dados).

Em 4º lugar figura o texto sobre A Existência de Trapaça no Xadrez, com vários aspectos inusitados sobre este mundo.

A 5ª colocada fala sobre Resoluções CVM emitidas no dia 22 de março. Achei curioso ela ter aparecido com tantos acessos.

Continuando a nossa lista de forma ilustre, a 6ª colocada deu o que falar, tanto que foi postada há 11 dias e já apareceu no ranking: Avaliação Capes dos Programas de Pós.

A KPMG é mencionada nas posições 7 e 8, com as postagens Theranos e Auditoria e KPMG e os Problemas na Ilha.

Na 9ª posição temos a parte 2 da postagem Ativo, Segundo o Fasb. A primeira parte ficou na 11ª posição.

Decidimos colocar 12 itens ao invés dos tradicionais 10, porque a que aparece em 12º lugar é interessante demais para ficar de fora: Contabilidade é um trabalho chato? O que você acha?

Covid e prefeitura municipal no Brasil: viés de gênero

Uma pesquisa realizada no Brasil tentou explorar o viés de gênero entre os eleitores e como isto afeta as decisões políticas entre prefeitos. 


Durante a pandemia, o então presidente do país relutou em implementar medidas de contenção. Isto jogou para os prefeitos a responsabilidade na resposta da pandemia. A pesquisa tentou mostrar como uma crise sanitária afetou as chances de candidatos a reeleição. Eis um ponto interessante :

Sua análise mostra uma evolução muito diferente no número de mortes na COVID-19 e nas escolhas políticas dos prefeitos em municípios liderados por mulheres, em comparação com os municípios liderados por homens. Nomeadamente, as municipalidades lideradas por mulheres sofreram mais mortes e as prefeituras tiveram menos probabilidade de impor bloqueios comerciais em comparação com suas contrapartes masculinas no início, quando havia maior incerteza sobre o risco representado pela COVID-19.

Em termos práticos, a taxa de mortalidade em municípios dirigidos por mulheres era três vezes maior que os municípios comandados por homens, na primeira onda. E o lockdown imposto por prefeitas ocorreu 33 dias mais tarde. Mas no final do ano, os municípios liderados por mulheres sofreram menos mortes. 

Isto inverteu na segunda onda, quando os municípios liderados por mulheres sofreram menos mortes e as cidades impuseram menos restrições. Além do gênero, a escolha também foi afetada pelo fato do prefeito estar concorrendo à reeleição. 

Os resultados estão de acordo com a realidade política, onde as prefeitas, sabendo do preconceito de gênero, tinham menor incentivo para impor restrições nos primeiros dias da doença. 

Consenso científico

A pandemia e algumas discussões políticas, em conjunto com o crescimento de mídias sociais, fez com que a questão do consenso científico adquirisse relevância. O site Skeptical Science trouxe um texto explicativo bem interessante sobre este assunto. As considerações a seguir estão baseadas neste artigo.

Inicialmente é bom destacar que consenso científico (vamos chamar, a partir de agora, de CC) não é sinônimo de verdade absoluta e nem prova de uma teoria científica. Consenso significa que existe uma convergência de evidências, todas aparentemente apontando na mesma direção. O CC não é parte do método científico, mas sim resultado da aplicação dele. Assim, o consenso científico só pode surgir nas discussões onde o método científico é usado. Não existe consenso científico nas coisas da fé. 

Por não ser uma verdade absoluta, o consenso não é infalível, mas significa o que melhor sabemos com as condições atuais sobre um determinado tópico. O desenvolvimento científico, a criação de novos instrumentos ou mais discussões pode mudar este consenso científico. 

Ao contrário de uma eleição ou um grupo social, o CC está baseado no ... conhecimento científico. Conforme lembra o texto, ciência não é democracia. Pelo contrário, é uma ditadura, a ditadura da evidência. Se o conhecimento é estruturado conforme o método científico, este irá prevalecer sobre a opinião dos cientistas. 

Neste sentido, o termo "consiliência da evidência" pode ser importante. Isto significa dizer que muitas evidências, surgidas de forma independente, podem apontar para a mesma conclusão. Isto não significa concordância em todos os aspectos, mas que os resultados gerais são consistentes para diferentes áreas científicas. 

Como o site explora bastante a questão ambiental, o exemplo citado é nesta linha. Diversas áreas, como meteorologia, geologia, geofísica, química atmosférica, entre outras, estudaram a questão do clima e chegaram a resultados consistentes sobre o recente aquecimento global em razão das atividades humanas nos últimos séculos. Isto é um exemplo de consiliência. 

A ciência depende de que as evidências se unam e contem a mesma história. Quando consideramos a temperatura média da Terra, com medições no solo, nos oceanos e em balões no ar, todos os métodos apontam um aumento na temperatura. Além da mera mensuração da temperatura, a observação das geleiras, do nível do mar, o comportamento dos animais, entre outras observações, fazem com que o quebra-cabeça do clima se encaixe e tenhamos uma evidência consistente, que gera o CC.

É na evidência que podemos dizer que a ciência está cumprindo seu papel. Mesmo com todas as evidências, ainda há pessoas que contestam a questão do aquecimento global. A divergência faz parte do CC, pois não existe a necessidade de que 100% dos cientistas estejam convencidos de algo para que faça parte do CC. 


Mas faz parte do CC a diversidade. Em uma questão como o aquecimento global o número de grupos de apoiam esta ideia é muito grande, conforme pode ser notado na figura acima. São países com culturas distintas que chegaram a mesma conclusão. Dos mais de 200 países, 80 deles, os mais relevantes, consideram que o ser humano tem um papel no aquecimento global. Aqui temos não somente CC como diversidade geográfica, social e econômica. 

Isto é diferente de um pequeno grupo de pesquisadores, com formação similar, que chegaram a um acordo. Não, aqui não temos CC, mas uma tendência de pequenos grupos promoverem a harmonia entre seus membros. 

Assim, o CC é baseado na consiliência da evidência, na calibração social e na diversidade social. Tendo os três elementos, provavelmente iremos encontrar o CC. Não será no seu grupo de amigos ou na opinião de uma pessoa. É na ciência. 

Ainda sobre a desconexão dos livros de finanças pessoais

Ainda sobre a divergência existente entre a teoria e os livros de finanças pessoais, eis o comentário de Andy Preston:

Vale a pena notar, neste momento, que não acredito que os economistas estejam sempre certos e que os gurus de finanças pessoais estejam errados quando há um ponto de discórdia. Muitas vezes como as pessoas realmente se comportam pode nos dizer algumas coisas úteis sobre quais os fatores os modelos [dos economistas] podem estar omitindo. 


Preston discute as regras de economia ao longo do ciclo de vida. Os autores de finanças pessoais defendem um percentual da renda como padrão de economia. A lógica é que a habilidade de poupança precisa ser aprimorada no tempo, começando quando jovem; uma regra simples, como um percentual de 10 a 15% pode ajudar neste sentido; e os juros compostos, enfatizados pelos autores, são considerados nesta regra. 

As pessoas não possuem disciplina perfeita e não fazem decisões racionais o tempo todo. E as regras simplórias dos livros de finanças ajudam neste sentido. 

Foto: Aaron Burden

Rir é o melhor remédio

 

Ficar bem no Instagram

29 dezembro 2022

Descobrindo fraude em cripto

We introduce systematic tests exploiting robust statistical and behavioral patterns in trading to detect fake transactions on 29 cryptocurrency exchanges. Regulated exchanges feature patterns consistently observed in financial markets and nature; abnormal first-significant-digit distributions, size rounding, and transaction tail distributions on unregulated exchanges reveal rampant manipulations unlikely driven by strategy or exchange heterogeneity. We quantify the wash trading on each unregulated exchange, which averaged over 70% of the reported volume. We further document how these fabricated volumes (trillions of dollars annually) improve exchange ranking, temporarily distort prices, and relate to exchange characteristics (e.g., age and userbase), market conditions, and regulation.


Veja o texto completo aqui

O apêndice C traz uma revisão da Lei de Benford

Lucros Extraordinários são tributados na Europa e a Exxon entra na justiça

A petrolífera norte-americana Exxon Mobil intentou uma ação contra a União Europeia devido ao "windfall tax", na tentativa de bloquear o novo imposto sobre os lucros extraordinários das empresas do setor da energia (e distribuição alimentar), avançou o Financial Times.


A Exxon Mobil argumenta que a UE excedeu a sua autoridade legal com a imposição desta taxa extraordinária, que também abrange os grupos petrolíferos, e que foi criada com o intuito de responder ao aumento acentuado dos preços da energia.

Segundo o FT, as subsidiárias alemã e holandesa da Exxon Mobil intentaram a ação no Tribunal Geral da União Europeia, sediado no Luxemburgo.

Este imposto extraordinário "mina a confiança dos investidores, desencoraja o investimento e aumenta a dependência da energia importada", afirmou Casey Norton, porta-voz da Exxon, citado pelo jornal britânico.

Recorde-se que a Comissão Europeia definiu, com a "luz verde" dos Estados-membros dada em outubro, uma "contribuição temporária de solidariedade" sobre os lucros extraordinários gerados pelas empresas que operam na UE nos setores do petróleo, do gás, do carvão e da refinação.

Os lucros excedentários têm lugar quando, em 2022 e 2023, houver o correspondente a 20% de aumento em relação à média dos lucros tributáveis nos quatro anos anteriores, e a taxa aplicável é de 33%.

Fonte: aqui

O ano que cansamos dos narcisistas

Do Politico, um artigo de Joanna Weiss:

(...) Elon Musk, Sam Bankman-Fried, Ye (né Kanye West), Elizabeth Holmes, Meghan Markle, Donald Trump: Todos eles usaram a atenção como moeda e ego como combustível e foram recompensados por um tempo com o que desejavam. Somos atraídos por pessoas que se amam.

Mas em algum lugar entre a quinta e sexta hora de "Harry e Meghan", a nova série documental Netflix produzida pelo ex-Duque e Duquesa de Sussex e filmada em sua mansão na Califórnia minha simpatia natural pelo casal começou a me irritar, e me ocorreu que o ego tem seus limites. E passei a achar que o que levou à mega-série ser duramente criticada é o mesmo impulso que transformou Elon Musk em um terror no Twitter, levou Ye a aumentar a aposta de um comportamento ultrajante até que ele cruzou a linha para um anti-semitismo flagrante e enviou Bankman-Fried do topo do mundo para uma prisão das Bahamas.

Algumas dessas reviravoltas do destino são mais dramáticas e completas que outras. Mas uma vez que contabilizamos as perdas, pode ser que 2022 marque o ano em que nosso caso de amor com narcisistas começou a vacilar. (...)


“Eu acho que agora as pessoas estão ficando cansadas disso ”, disse John P. Harden, professor de ciências políticas do Ripon College, quando testei meus limites da teoria do narcisismo por telefone. Eu entrei em contato porque Harden estuda narcisismo na política: para um artigo de 2021 ele revisou pesquisas detalhadas de historiadores presidenciais, correlacionou-as com pesquisas em psicologia e criou uma espécie de índice de narcisismo para presidentes dos EUA até o início dos anos 2000. No fundo estavam Jimmy Carter, George H.W. Bush e Calvin Coolidge. No topo estavam Lyndon Johnson, Richard Nixon e Theodore Roosevelt. A teoria de Harden é que o ego pode conduzir a história: em conflitos internacionais, é provável que um presidente narcisista se preocupe em ser desrespeitado, ameace os oponentes e aja unilateralmente, ignorando conselheiros ou aliados. (...)

Para outras histórias de advertência, veja Elizabeth Holmes e Sam Bankman-Fried, que conquistaram os investidores criando mitos em torno de si: gênios jovens em roupas exclusivas (ela, a gola alta preta; ele, o short de carga), mais espertos que os céticos e os especialistas. Holmes, através de sua empresa de testes de sangue Theranos, ia mudar a indústria farmacêutica; Bankman-Fried, com sua troca de criptomoedas, iria ofender as finanças e a filantropia.

Continue lendo aqui

Rir é o melhor remédio


 Inspiração para escrever um artigo

28 dezembro 2022

As mais lidas de 2022

Chegou aquela tão esperada época do ano: os dias em que só enrolamos até o ano virar, para podermos começar tudo de novo. E para te ajudar a passar o tempo, voltamos com as nossas listas de fim de ano. Hoje vamos revisitar as postagens mais lidas de 2022!

As mais lidas do ano geralmente envolvem postagens sobre análise de balanço e este ano não foi diferente. A mais lida foi Margem Bruta (1º), seguida por: Endividamento Oneroso (2ª) e CCL (3ª).

Para quebrar um pouco a seriedade, em 4º lugar apareceu um Rir é o Melhor Remédio com uma imagem das roupas da rainha Elizabeth em degradê. Não temos como não dizer que não é uma postagem suntuosa!

A 5ª mais lida é Patrimônio de Referência, que menciona uma dissertação de mestrado em Regulação e Gestão de Negócios, mostrando informações sobre o PR dos bancos brasileiros.

Em seguida aparece a postagem Fontes Para Leitura de Textos Longos (6ª), que tive a oportunidade de reler e achar super informativa. Especialmente a parte em que fala que uma fonte com serifa é boa para leitura impressa, mas não tão agradável em tela.

Por que falamos estou em débito com você? Você pode descobrir isso ao revisitar a nossa 7ª postagem mais lida, publicada originalmente em 2011. Aumente também o seu exponencial cultural ao visitar a nossa 8ª colocada, Lei Brandolini.

Em 9ª lugar temos um texto clássico sobre Depreciação Acelerada e, para fechar as 10 mais lidas, temos a postagem sobre as Letras Mais Usadas na Língua Portuguesa (10ª).

Margem Bruta

Endividamento Oneroso

CCL

Rir é o Melhor Remédio

Patrimônio de Referência

Fontes Para Leitura de Textos Longos

Por Que Falamos Estou em Débito com Você

Lei Brandolini

Depreciação Acelerada

10º

Letras Mais Usadas na Língua Portuguesa


É uma mistura interessante sobre postagens tradicionais, descontração e curiosidades.

Você tem uma postagem preferida?

Livros de Finanças Pessoais e a Teoria

James Choi analisou os 50 livros de finanças pessoais mais populares do mercado e comparou com os conselhos da teoria. O artigo é bem interessante e pode ser encontrado, na versão preliminar, no site NBER. Em uma entrevista, Choi disse que os teóricos também podem aprender com os livros de finanças pessoais. 


Nesta entrevista, uma questão interessante:

Smith: Qual foi o pior conselho que você notou nesses livros?

Choi : O conselho mais irresponsável provavelmente vem de Robert Kiyosaki, que também tinha o livro mais popular da lista dos 50 que pesquisei. Ele basicamente aconselha você a comprar imóveis com muita dívida e a pagar muito rapidamente. É basicamente um esquema de enriquecimento rápido, com muito pouca diversificação e muita influência. Eu acho isso realmente muito perigoso.

Choi comenta que os livros populares de finanças pessoais talvez estejam com a razão sobre coisas como pagar a menor dívida primeiro, para motivar. Mas considera que o desprezo pela diversificação pode ser uma ideia ruim. 

Excel ainda é importante

Na postagem anterior há uma discussão sobre R e Python. A questão da tecnologia parece ser uma demanda enorme das empresas. Veja um trecho de uma postagem da AAT:


88% das empresas concordam que um entendimento da tecnologia é importante para os contadores, de acordo com uma pesquisa recente da agência de marketing PracticeWeb. E 66% pagariam mais a um contador experiente em tecnologia - o que significa que aprimorar suas habilidades em TI também pode aumentar seu poder aquisitivo nos estágios iniciais de sua carreira.

A postagem comenta cinco maneiras de obter conhecimento técnico: online (seminários, fóruns, cursos, entre outros), Excel avançado (isto inclui as funções de organizar e manipular dados), Inteligência Artificial e aprendizado de máquina, nuvem (79% das empresas no Reino Unido estão migrando para nuvem) e segurança cibernética. 

Particularmente achei interessante o foco em Excel. 

Python ou R? Eis um conjunto de considerações interessantes

Mesmo sendo um blog de contabilidade financeira, é inegável que temas relacionados com ciência de dados sejam de nosso interesse. O debate entre Python e R é um daqueles assuntos emocionantes na área. Recentemente encontrei um post que fazia um comparativo entre os dois de forma mais isenta. Ao contrário do livro de Joel Gus, que afirma, nos agradecimentos, que "pessoas que preferem a R ao Python são moralmente reprováveis", Luca Zavarella é mais ponderado. Eu fiz um resumo da sua postagem (traduzido via Vivaldi e Deepl, com adaptações) a seguir:

Entre R e Python, qual idioma eu sugeriria para um especialista em análise de dados aspirante?

Nos últimos anos, vi a evolução do uso de ambos os idiomas no mundo do Data Analytics. Aqui estão meus pensamentos.


✔ A linguagem R é muito mais direta na análise interativa de dados e exploração de dados, especialmente para analistas ou para aqueles que vêm do mundo da inteligência de negócios, onde o SQL domina. Transformar os dados com R é uma reminiscência do processo mental realizado por quem usa SQL, com a vantagem de poder usar funções específicas que simplificam transformações complexas (como rotação de dados, por exemplo) ou que aplicam operações estatísticas úteis para análise .

A abordagem adotada pela Python para transformar dados está mais relacionada à experiência de um programador. Ter que recorrer necessariamente a expressões lambda, por exemplo, para tarefas bastante básicas de manipulação de dados, o que desorienta qualquer analista acostumado a uma abordagem mais baseada em conjuntos (que é a maneira correta de pensar quando se trabalha com dados!) e nos faz perceber que aqueles que desenvolveram os pacotes Python necessários para a manipulação de dados eram principalmente desenvolvedores e não analistas.

✔ R é a linguagem por excelência usada na academia (estatística, matemática, ciência de dados e assim por diante). Portanto, é muito provável que encontre novos algoritmos de ciência de dados implementados diretamente em R, mesmo antes de encontrá-los implementados em Python. Portanto, se você precisar usar esses novos algoritmos para um projeto, deverá necessariamente usar R .

✔ Tanto quanto visualização de dados No que diz respeito, R é a principal ferramenta que permite produzir belos gráficos prontos para publicações profissionais. Certamente, gráficos desse tipo também são obtidos no Python, mas não tão facilmente quanto você pode fazer em R, especialmente com a infinidade de pacotes desenvolvidos para adicionar necessidades gráficas específicas.

✔ Quanto a painel profissional, as plataformas mais usadas evoluíram e admitem o uso dos dois idiomas. Por exemplo, Plotly Dash e Shiny permitem o desenvolvimento de aplicativos de dados em nível empresarial em Python e R. Para aqueles conectados ao mundo da plataforma de dados da Microsoft, o Power BI também permite que você use os dois idiomas.

✔ Python é uma linguagem de programação de uso geral muito clara, muito versátil devido ao ecossistema de pacotes desenvolvidos pela comunidade e predominantemente usada por estudantes e desenvolvedores de programação. Por esse motivo, é mais fácil encontrar um programador que conheça Python que também queira entrar em análise de dados. É por isso que existem tantos pacotes dedicados à transformação de dados e análise de dados agora disponíveis no Python. Como resultado, o mercado de tecnologias relacionadas à Análise de Dados se voltou para a adoção do Python.

✔ No lado da engenharia de dados, o vencedor claro é certamente Python. Primeiro, o Python é um dos poucos idiomas suportados por todas as APIs que permitem interagir com os serviços de dados de todos os principais provedores de nuvem (Azure, AWS, Google). 

✔ Devido ao fato de toda a parte de engenharia de dados ser tratada em Python, geralmente é conveniente desenvolver modelos de aprendizado de máquina sempre usando Python (você também pode desenvolvê-los em R). 

✔ Python é a escolha necessária quando você precisa enfrentar projetos que exigem soluções de Aprendizado profundo (visão computacional, reconhecimento automático de linguagem falada, processamento de linguagem natural, reconhecimento de áudio usando as estruturas TensorFlow, Keras e PyTorch). Implicitamente, estamos afirmando que o mundo inteiro da Inteligência Artificial é fortemente baseado em Python.

Dito isto, tento responder à pergunta feita no título do artigo.

Conclusões

Atualmente, o Python permite que você lide com tópicos puros de Análise de Dados e Ciência de Dados, bem como Engenharia de Dados e Inteligência Artificial, graças ao vasto ecossistema de pacotes desenvolvidos pela comunidade. É verdade que problemas específicos relacionados mais a Estatísticas e Visualização de Dados são resolvidos mais facilmente usando a linguagem R, mas ainda são casos específicos que compõem uma porcentagem muito pequena dos casos para os quais o Python é mais necessário.

Portanto, embora eu seja mais fluente em R do que em Python,

Eu recomendo que aqueles que desejam abordar os tópicos do Data Analytics se dediquem principalmente ao aprendizado do Python e como usar melhor os pacotes mais importantes para transformação de dados e aprendizado de máquina (pandas, scikit-learn, etc.).).

A versatilidade do Python permite que você alterne de uma função para outra (por exemplo,., de Data Scientist a Data Engineer, ou vice-versa), caso seus interesses mudem durante sua carreira.


Isso não tira o fato de que, depois de se aprofundar no Python, estudar para ter um entendimento básico de R e seus pacotes do ecossistema Tidyverse é definitivamente uma vantagem que será muito útil em muitos casos. Você não deve subestimar que a comunidade R é grande e que muitas soluções foram desenvolvidas em R. Adicionar o conhecimento desse idioma ao seu arsenal é, portanto, uma escolha vencedora. Também porque, ao contrário do que alguns podem pensar, Python e R não são mais dois mundos compartimentados. 

Faço um adendo: na nossa comunidade científica (de contabilidade e áreas afins) há um predomínio de pessoas que conhecem R, mas não Python. Se estudar Python pode ser um diferencial, saber R não te deixa sozinho. 

Rir é o melhor remédio

 

Sim, mas ...

27 dezembro 2022

Blogs podem mudar o mundo

O blog da LSE apresentou um artigo que começa sob forma de pergunta: os blogs podem mudar o mundo? O texto analisa o caso específico do LSE mas creio ser interessante reproduzir o resumo:

Para alguns acadêmicos que estão sendo solicitados a escrever um post de pesquisa, pode parecer gritar no vazio, outra adição a uma massa em constante expansão de conteúdo on-line. No entanto, a rede de conexões que podem surgir desses compromissos e seu potencial de influenciar o mundo em geral são significativos e também são cada vez mais rastreáveis. Neste post Kat Hart usa o banco de dados Overton para avaliar a influência política da plataforma LSE Blogs e a maneira pela qual os blogs acadêmicos podem informar debates públicos e de políticas.

O texto traz uma série de documentos de política que citam o blog da LSE.  

Isto é um alento. Cada vez menos há postagens nos blogs de contabilidade. O esforço de produção é muito grande e as pessoas fazem uma análise do tipo custo-benefício e concluem de maneira negativa. Além disto, outras formas de produção surgiram, como vídeos de curta duração. Este ano postamos mais de mil itens, o que é pouco em relação as 2500 postagens de 2011. 

Mas iremos continuar insistindo. Que venha 2023





Valor de uma assinatura falsa

A notícia é de novembro, mas vale o registro.


A editora Simon & Schuster ofereceu uma edição especial do livro Philosophy of Modern Song, assinada à mão por Bob Dylan. Cada exemplar custaria 600 dólares, que incluía o livro autografado e uma carta do CEO da editora atestando a autenticidade. 

Mas os compradores perceberam que a assinatura do livro é idêntica entre os exemplares, sem nenhuma diferença. E fotos dos livros e da assinatura de Dylan começaram a circular. Dylan pediu desculpas aos fãs e a editora resolveu devolver o dinheiro de quem comprou a edição especial. Segundo a editora, o livro continha a "assinatura original em forma de réplica", o que é realmente estranho. Dylan apelou para a pandemia e a impossibilidade de autografar todos os livros de forma "segura". 

Aqui temos um caso interessante de mensuração contábil. A autenticidade da assinatura poderia justificar o elevado preço do livro. Como alguém que passou horas na fila de uma sessão de autógrafos. Mas uma réplica realmente não vale o preço pago. Além disto, uma editora que garante a autenticidade e não cumpre perde muito da reputação.