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18 março 2021

Melhora a imagem pública da indústria farmacêutica

As empresas farmacêuticas tiveram que responder rapidamente a uma demanda da sociedade no último ano: a produção de um medicamento capaz de ajudar a combater o Covid-19. Este esforço fez com que a indústria farmacêutica esteja na galeria dos heróis improváveis. 

Uma pesquisa da Harris Poll, com mais de 100 mil pessoas, mostrou que as vacinas transformaram a percepção do público com o setor. Sua reputação, prejudicada pelo elevado preço dos produtos e a crise dos opiáceos, melhorou nos últimos meses: em janeiro de 2020, 32% dos entrevistados consideraram a indústria de maneira positiva; mais de um ano depois, o percentual era de 62%.



Pix como meio de paquera


A notícia já é um pouco antiga. Quando o Banco Central criou o meio de pagamento Pix, permitiu que o usuário mandasse suas informações e uma mensagem no comprovante de pagamento.  

Normalmente, essa mensagem serviria para uma breve descrição dosmotivos do pagamento, mas...

Mas o brasileiro na internet tem um humor todo peculiar e não demorou para aparecerem coisas como: “Coloquei uma chave pix aleatória na bio do meu Tinder e tem maluco me mandando dindin pelo meu número kkkkkkk” (@Manda_pedrosa). Ou ainda: “Não me mande flores, me mande um PIX. É assim que se paquera agora?”( @lillydearaujo).

Nas redes sociais, a modalidade já foi apelidada de “pixtinder” e seus adeptos de @pixsexuais (pessoas que se sentem atraídas por quem faz transferências financeiras por Pix). A ideia é que, ao se identificara pessoa do seu interesse, o indivíduo faça uma transferência bancária acompanhada por um galanteio(um convite para jantar, um elogio).

Ainda nas redes, nasceu uma tabela que relaciona valores financeiros ao nível de interesse da pessoa. Por exemplo, R$ 1 é igual um “adoro você”; R$ 2 vale um “te acho lindo” e um R$ 10 é um legítimo “quero um date”. Já um depósito de R$ 20 pode significar “te odeio, kkk”.

Como o Pix começou a ser usado como uma plataforma de paquera. Gilberto Amendola, O Estado de S.Paulo, 29 de janeiro de 2021

Grã-Bretanha apresenta proposta para reduzir o poder das Big Four


A Grã-Bretanha apresentou um conjunto de regras para tentar reduzir o domínio das Big Four no mercado de auditoria. Depois de falhas no processo de auditoria de empresas como Carillion, o governo começou a estudar uma maneira de tornar o mercado de auditoria mais competitivo. 

Ontem a BBC informou sobre estas propostas, apresentadas pelo secretário de negócios, Kwasi Kwarteng (foto). Segundo Kwarteng, as mudanças poderiam restaurar a confiança nos negócios. A proposta estará sujeita a uma consulta de cerca de 4 meses. 

Um dos pontos considerados na proposta é a mistura do trabalho de auditoria com o trabalho de consultoria e outros serviços vinculados. Para reduzir a influência das quatro grandes empresas, estas seriam obrigadas a usar firmas de auditoria menores para realizar parte da auditoria anual. 

Uma das pessoas que participaram do estudo, Donald Brydon, ex-presidente da Bolsa de Londres, afirmou o seguinte para BBC: 

as pessoas querem saber três coisas sobre uma empresa: como está seu desempenho, se é administrada honestamente e se sobreviverá. E os auditores são importantes para responder todas as três coisas. 

Um novo órgão de fiscalização contábil, ARGA (algo como Autoridade de Auditoria, Relatórios e Governança) será criado para substituir o FRC. Esta entidade terá poderes para forças as empresas a reapresentar suas informações. Além disto, haverá restrições no pagamento de dividendos e na remuneração das empresas caso exista má conduta, publicação de informações contábeis imprecisas ou caixa insuficiente. As gestores das empresas que faliram poderão ter que devolver seu bônus até dois anos após o pagamento, para evitar o "bônus" pelo fracasso.

Rir é o melhor remédio

 


17 março 2021

Quantidade de UGC e chance de impairment

A literatura acadêmica não contempla este aspecto, mas quanto maior o número de Unidade Geradora de Caixa que uma empresa emprega, maior a chance de fazer uma amortização em razão do teste de impairment. A lógica é simples. Uma empresa tem quatro UGC: A, B, C e D. Para cada uma delas, é calculado o valor em uso (e o valor de troca). Admita que o resultado deste cálculo, já comparando o valor recuperável com o valor contábil, seja o seguinte:

A = - 100

B = - 200

C = - 300

D = 650

Neste caso, usando quatro UGC, a empresa deve fazer uma amortização de $600. Mas se a empresa resolver juntar as quatro unidades em uma só, o valor recuperável desta grande UGC será $50 positivo. Ou seja, não haverá amortização. 

Isto é uma das explicações para dois fatos: (a) o baixo número de empresas que fazem, anualmente, amortização em razão do impairment; (b) o fato de que, mesmo grandes empresas, forçam para terem UGC "enorme" (os exemplos são vários).

Outra vantagem desta estratégia: o menor custo da informação. No exemplo, em lugar de quatro estimativas, a empresa prepara somente um cálculo. 

Obras de arte

 

Uma obra de arte dos nossos tempos saiu muito bem em um leilão de arte. De Mike Winkelmann, o artista nascido em 1981, obteve com uma colagem de imagens da sua série chamada Everydays um valor de 69 milhões de dólares em março de 2021.

SEC e o clima


Desde que Allison Herren Lee (foto) foi nomeada como presidente interina da Securities and Exchange Commission (SEC) em janeiro, a entidade reguladora do mercado de capitais dos Estados Unidos tem focado suas atenções nas questões ambientais, sociais e de governança, a popular sigla ESG. A SEC, nas últimas semanas, está bastante ativa, emitindo diversos avisos sobre a questão da evidenciação. 

É interessante que Lee não deve ficar muito tempo no cargo, já que um novo presidente está em processo de nomeação. Tendo sido nomeada por Donald Trump em 2019, Lee está assumindo uma postura de enfatizar as informações que contemplem o tema ESG. Mas o futuro presidente, Gary Gensler, deve manter esta agenda.

Segundo a newsletter do NY Times, Lee acredita que neste momento as demandas de informações não estão sendo atendidas pela atual estrutura voluntária. 

"Capital humano, direitos humanos, mudança climática - estas questões são fundamentais para nossos mercados, e os investidores querem e podem ajudar a impulsionar soluções sustentáveis sobre estas questões".

Na audiência de confirmação do Sr. Gensler, o mesmo disse que os investidores querem cada vez mais que as empresas revelem os riscos associados à mudança climática, diversidade, gastos políticos e outras questões da E.S.G..

Foto: newsletter do NY Times

Rir é o melhor remédio


Faz tempos que não vejo um comercial engraçado. Eis um: The Password, da Telekom. Via aqui

16 março 2021

Qual é a velocidade do pensamento?

Mas um incrível TED:

Seu inimigo capturou e aprisionou você em um experimento bizarro. Ele conectou seu sistema nervoso com um neurônio muito longo a um alvo a cerca de 70 metros de distância. Em algum momento, ele vai disparar uma flecha. Se você conseguir ter um pensamento em relação ao alvo antes que a flecha o atinja, seu inimigo deixará você partir. Então, quem vence a corrida? Seena Mathew examina a velocidade do pensamento. Lição de Seena Mathew, dirigido por Andrew Foerster.

Qualis e impacto negativo na ciência brasileira



No geral, os resultados aqui documentados sugerem que o sistema QUALIS tem minado o impacto global da ciência brasileira e reforçado um recente recomendação de um comitê oficial de avaliação de programas de pós-graduação para eliminar o QUALIS.

A influência tem variado conforme a área. As ciências sociais sofreram mais esta influência negativa, conforme a pesquisa

(O gráfico mostra a diferença entre os periódicos indexados e não indexados. As áreas do lado esquerdo são aquelas onde a distorção é maior)

(O sistema está tão ruim que criaram um Qualis "pirata")

5 dicas para defesa online

 


A Enago apresentou um artigo com 5 dicas para uma defesa de tese (ou dissertação ou TCC) adequada. A seguir uma tradução livre do artigo:

1. Aperfeiçoe sua Preparação Antes da Defesa

Alguns universidades ou departamentos fizeram protocolos de apresentação de tese e defesa para melhor atender às exigências remotas. Fale com seu departamento e com o presidente da comissão para decidir como estruturar a defesa. Teste o sistema antes da defesa real a partir do mesmo local que você planeja usar no dia D! Aprenda como trocar ou compartilhar telas, controlar seus microfones e câmera, como permitir perguntas após sua apresentação, etc. Entre em contato com a equipe de suporte técnico e de TI de sua universidade para obter dicas para aprimorar a apresentação.

2. Sobre a Configuração da Defesa

Assegure-se de instalar seu sistema em uma sala silenciosa e bem iluminada. É sempre aconselhável ter uma luz atrás de sua câmera. Sente-se contra uma parede lisa e de cor clara. Assegure-se de que não haja nenhuma obra de arte (ou qualquer outra coisa) que distraia as pessoas ou janelas brilhantes no fundo. Você também pode fazer uso de um fundo virtual sutil fornecido pela plataforma que você está usando. Teste isto com antecedência para verificar se tem boa aparência. Posicione sua webcam ao nível dos olhos, garantindo uma melhor apresentação, com contato cara a cara.

3. Pratique, pratique e pratique!

Pratique sua conversa com seus colegas e orientador. O feedback deles será ser importante para ajustar o ritmo de sua apresentação. Você também pode receber conselhos de pessoas que defenderam anteriormente e que usaram esta modalidade. Além disso, apresentando seu trabalho para amigos de outras áreas do conhecimento o ajudará a obter perspectivas diversas sobre seu trabalho. Grave suas sessões de prática para criticar suas habilidades de apresentação e melhorar com base em sua desempenho. Antecipe-se às perguntas e prepare bem suas respostas. Algumas perguntas muito frequentes incluem: Como seu trabalho contribui para uma área mais ampla de pesquisa?; e Você planeja fazer avançar seu trabalho atual? 

Leia os trabalhos recentes publicados por seus examinadores. Lembre-se de que seus examinadores são especialistas em seu campo de pesquisa e é definitivamente uma vantagem se você os deixar saber como você pode trabalhar relacionar-se ou sincronizar-se com seus objetivos de pesquisa. 

4. Comece cedo sua defesa

Reinicialize seu sistema, faça todas as atualizações essenciais, desligue as aplicações que possam aparecer inesperadamente para garantir um funcionamento suave. Certifique-se de que você tenha uma forte conexão de internet. 

Solicite aos membros da comissão examinadora que façam o login 10-15 minutos antes do seu tempo de defesa para verificar quaisquer questões técnicas em ambos os lados. Recomenda-se usar duas telas para gerenciar seus slides e painel de vídeo. 

5. Você tem um plano B?

Até mesmo os melhores planos podem fracassar. Ao invés de entrar em pânico no momento, é melhor ter uma solução tecnológica alternativa pronta se algo der errado ou parar de funcionar no meio de sua defesa. Discuta o plano B com seu supervisor/comitê, mencionando as circunstâncias sob as quais você pode ter que implementar o plano B. Mantenha um hardware de reserva pronto para uso no caso de haver algumas falhas técnicas.[O plano B inclui uma forma de contato alternativa com a banca e outro software para defesa]

Tornando verde uma empresa com fama ruim

Em meados do ano passado a empresa de petróleo Exxon informou que iria levar a resultado 20% das suas reservas provadas de petróleo e gás. O anúncio teve um significado, já que a Exxon é a empresa mais radical em defender algumas posições favoráveis ao uso de combustível fóssil e tem patrocinado entidades que suportam sua causa. 

Segundo a entidade que regula o mercado de capitais dos Estados Unidos, a SEC, as reservas provadas são as estimativas de insumo onde os dados técnicos demonstram, com certeza razoável, a possibilidade de serem exploradas. As regras da SEC exigem que as empresas do setor de petróleo e gás usem o preço médio do petróleo dos últimos 12 meses. Esta exigência fez com que a Exxon considerassem suas reservas no Canadá fora deste conceito. E também 1,5 bilhão de barris relacionados com a exploração de fracking. Sobre este último, o valor levado a resultado é de US$20 bilhões, vinculados a um acordo onde a Exxon comprou a  XTO. 

Em fevereiro, a Exxon anunciou que o percentual seria de 30%. 

O fato da Exxon ser uma empresa relutante em reconhecer suas perdas faz com que estes lançamentos contábeis sejam destaque. Em 2015, o ex-CEO Tillerson afirmou, em uma entrevista, que “não fazemos baixas”. Isto reforçou a ideia de que a empresa fraudou suas informações contábeis, valorizando os ativos acima do adequado. 

Mesmo com estes problemas, o atual CEO afirmou que “O ano passado apresentou as condições de mercado mais desafiadoras que a ExxonMobil já experimentou”. E acrescentou que a Exxon encerrou o ano como “uma empresa mais forte”.

Os números dizem algo diferente. Para manter o pagamento dos dividendos, a Exxon fez um financiamento. Em 2018 a empresa tinha 20,5 bilhões de passivo não circulante. Dois anos depois, este valor aumentou para 47 bilhões. E há uma estimativa de que a empresa irá precisar de pelo menos 8 bilhões em 2021 para continuar pagando dividendos 

Um alento para empresa surgiu no início do mês. Dois ativistas ambientais ingressaram no conselho da empresa. Isto ocorreu em razão de um investimento de um fundo “verde” que esta usando capital para comprar ações de empresas que podem ajudar a “melhorar” a sociedade. 

Imagem: aqui

Rir é o melhor remédio

 

Precisando estudar para prova. Procrastinação

15 março 2021

VPL e Impairment


No recente caso julgado pela CVM sobre o teste de impairment na Petrobras, um ponto foi discutido era a análise feita pela área interna, sobre o investimento a ser realizado pela empresa, e o teste de impairment. Especificamente, a discussão centrou no fato de que a área responsável pela decisão de investimento, no início do milênio, usou uma taxa de desconto para analisar a decisão de colocar recursos na Comperj e na Refinaria Abreu e Lima que era diferente daquela usada no teste de impairment.

Na realidade, as decisões de VPL e o teste de impairment estão vinculados, mas não se confundem. Espera-se usar o valor presente líquido como critério de decisão de investimento antes da decisão. Após a decisão de investimento, o VPL deveria focar nos fluxos futuros de caixa. O teste de impairment deve analisar os ativos da empresa sob a ótica de geração de caixa futuro - valor em uso - ou sob a forma de venda - valor de troca, comparando com o valor contábil - valor histórico, em alguns casos. 

Muitas vezes uma decisão ruim pode não passar pelo crivo do VPL, mas não significa, necessariamente, que deva produzir uma perda em razão do teste de impairment

Eis um exemplo numérico onde isto fica mais claro. Uma empresa faz a análise de aquisição de uma máquina no valor de $300, com vida útil de dez anos, sem valor residual. Esta máquina irá gerar um caixa de $48 por ano e a taxa de desconto é de 10%. Ao fazer a análise da decisão de investimento, a área técnica calculou que a máquina terá um retorno um pouco maior que 6 anos. Mas a taxa interna de retorno é de 9,61%, indicando que a aquisição não passa no critério técnico da empresa.

[O valor da taxa interna de retorno pode ser obtido em uma planilha Excel com o seguinte comando: =TIR(-300;48;48;48;48;48;48;48;48;48;48)]. 

Ao calcular o valor presente líquido, o resultado é negativo, com um valor de -5,06. 

[O cálculo no Excel é feito da seguinte forma: =VPL(10%;48;48;48;48;48;48;48;48;48;48)-300]

Ou seja, a empresa não deveria comprar a máquina. Mas muitas vezes a gestão de uma empresa não segue as indicações da área técnica, e toma decisões sem levar em consideração seus cálculos. Vamos imaginar que no dia 1o. de janeiro, a administração da empresa decidiu comprar a máquina, mesmo existindo uma análise técnica em sentido contrário. 

Ao final do ano, é feito o teste de impairment da seguinte forma:

1) Calcula o valor de troca - vamos admitir, para simplificar, que este seja igual ao valor contábil. 

2) Determina o valor em uso - usando os dados estimados, a máquina irá gerar um fluxo de caixa de $48 para os próximos nove anos. O valor presente será então de 276,43, admitindo a mesma taxa de desconto. 

3) Estima o valor contábil. A máquina foi adquirida por $300 e tem vida útil de 10 anos. Isto corresponde a uma depreciação de 30 por ano. O valor contábil será de $270. 

Uma vez que o valor em uso é maior que o valor contábil, não haverá redução do valor do ativo. O que ocorreu aqui? Parte do problema da decisão tomada pela empresa foi para o resultado através da depreciação. O teste de impairment não revelou a decisão ruim que foi realizada pelos gestores no passado. 

Imagem: aqui

Dois novos dados sobre a questão da sustentabilidade

Duas informações em um artigo do Accounting Today mostra o interesse pelo tema da sustentabilidade.  

(...) a Fundação IFRS divulgou recentemente uma primeira análise de alguns dos resultados que recebeu durante o período de consulta. “Eles compartilharam que receberam 576 cartas de comentários, um pouco de interesse, o que era de se esperar”, disse Parham. “Essas respostas indicaram uma demanda crescente e urgente para melhorar a consistência global e comparabilidade nos relatórios de sustentabilidade, realmente reforçando o que a IFRS [Fundação] havia descoberto naquele exercício de força-tarefa. E também observaram uma demanda para que a Fundação IFRS desempenhe um papel. Mais uma vez, isso foi consistente com o que a força-tarefa descobriu em sua investigação preliminar sobre o problema. ”


O segundo fato:

Uma pesquisa recente da BDO USA com 230 membros do conselho corporativo de empresas públicas descobriu que 25% citaram o aprimoramento dos relatórios de sustentabilidade como uma de suas três principais prioridades ESG nos próximos 12 a 18 meses, enquanto 29% disseram o mesmo para o longo prazo.

Produtividade da pesquisa em Finanças durante os tempos da pandemia

 

O gráfico foi construído através de uma pesquisa com os membros da AFA, a associação dos EUA de finanças. A produtividade foi considerada muito pior, especialmente para as mulheres (parte esquerda do gráfico, sendo a barra mais escura as mulheres). Poucos consideraram que a pandemia melhorou a produtividade. 

Rir é o melhor remédio

 



Balanço quando sai da contabilidade e quando é publicado

14 março 2021

Normas do setor público e IFRS

 No mundo ideal, as normas contábeis do setor público deveriam ser equivalentes as do setor privado. Mas há diversas razões para isto não ocorrer (recomendo a leitura do capítulo Setor Público do livro de Teoria da Contabilidade, Niyama e Silva, 4a. ed). 

A figura abaixo é o resumo destas diferenças. Obtido de um relatório do IFAC, nos trechos azuis é onde não existe convergência. 





Ainda o aeroporto do México


O governo anterior do México decidiu construir um imenso aeroporto na cidade do México. O aeroporto, localizado em Texcoco, foi cercado de controvérsias, seja de natureza ambiental, seja em relação ao tamanho do seu orçamento. Durante as eleições presidenciais, o candidato Andrés Manuel López Obrador, conhecido como AMLO, defendeu a interrupção das obras e uma investigação sobre os valores já pagos e a serem pagos. Eleito, Amlo realmente paralisou as obras e fomentou uma investigação. 

Acontece que o cancelamento de uma obra possui custo e este seria também a situação do aeroporto. O governo mexicano fez um cálculo para tomar sua decisão. Em fevereiro, um relatório de um auditor especial do legislativo fez uma estimativa e chegou a um valor três vezes maior: 331 bilhões de pesos ou quase 90 bilhões de reais. E logo depois foi destituído do cargo. 

O governo mexicano negou pressão para destituir o auditor. O profissional defendeu seus números, afirmando que trata-se da metodologia onde se usa os custos contábeis e econômicos:

“la Auditoría utilizó una metodología económica, que  observan los costos económicos y no solo los contables” [sic]

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Tributos na Europa


A União Europeia tomou medidas para tentar extrair mais impostos de algumas empresas que utilizam paraísos fiscais. Segundo o The Guardian, as medidas obrigam as empresas multinacionais a evidenciar os impostos pagos em cada um dos estados membros do bloco e nos paraísos fiscais. 

Esta evidenciação poderá esclarecer como empresas como Apple, Facebook e Google conseguem reduzir sua carga tributária, através da transferência de lucros de países como França e Alemanha, para países como Irlanda, Luxemburgo e Malta. 

A norma foi proposta há cinco anos e o próximo passo é ampliar o alcance para todos os países, não somente os países que compõe a Comunidade. Votaram contra a medida os seguintes países: Alemanha, Irlanda, Luxemburgo, Malta, Suécia, República Tcheca, Hungria e Chipre. Votaram a favor: Eslovênia, Áustria, Finlândia, Grécia, Dinamarca, Estônia, Romênia, Polônia, Holanda, Itália, Espanha, França, Bulgária e Bélgica.

A regra terá validade para empresas com faturamento anual acima de 750 milhões de euros. 

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Rir é o melhor remédio

 

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13 março 2021

Musk e a rede social

No passado, o executivo Elon Musk disparou algumas mensagens no Twitter que provocaram uma reação do regulador do mercado de capitais dos Estados Unidos. A SEC fez um acordo com Musk, que deveria ser mais contido nas suas mensagens.

Na semana passada, um investidor entrou com queixa contra Musk e o conselho da empresa para assegurar o cumprimento do acordo. Conforme a queixa, Musk fez várias postagens no Twitter que provocaram uma alteração no preço da ação da empresa. No dia 1o. de maio de 2020, Musk escreveu uma mensagem dizendo que o preço da ação esta alto demais. Isto provocou uma queda de 13 bilhões no valor de mercado da empresa. 

O processo mostra como mensagens de executivos em rede social pode ter uma relevância cada vez maior; isto tem influência sobre o trabalho do setor responsável pela divulgação de divulgação de informação ao mercado. O caso de Musk mostra que isto nem sempre funciona. No caso dele, seu grande número de seguidores e o fato de ser um executivo sinônimo da empresa potencializa o efeito de uma mensagem em rede social. 



Imposto, custo histórico e valor de mercado


 Eis a notícia:

O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse nesta sexta-feira, 12, que o governo deve anunciar uma medida que vai permitir cobrar no Imposto de Renda uma taxa pela valorização dos imóveis declarados. Em live do site Jota, o ministro defendeu que é melhor atualizar os preços dos imóveis regularmente e pagar "extraordinariamente" cerca de 3% a 4% do valor do que pagar 15% de Imposto de Renda sobre Ganho de Capital apenas quando for feita a venda do bem.

Em termos contábeis, o ministro está defendendo o abandono do custo histórico para um valor de mercado. O problema óbvio que surge é como calcular este valor. Isto talvez seja muito complexo para o sistema tributário brasileiro. Outro ponto é como fazer com quem sofreu desvalorização do seu imóvel, depois do bem ter sido valorizado para fins tributários. 

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Rir é o melhor remédio

 Este é um Rir diferente. O Good Fortune Burger, de Toronto, Canadá, mudou o nome dos sanduíches


para nomes relacionados com "artigos para escritório". Com isto, a pessoa pode incluir mais facilmente sua conta no relatório de despesa da empresa. Alguém pode questionar uma batata fritas com parmesão, mas não um CPU Wireless Mouse.  

12 março 2021

Investir em Bitcoin faz sentido


Um texto do Accounting Today deixa claro que a decisão de investimento em Bitcoin, por parte de uma empresa, pode trazer, na contabilidade, a volatilidade, em caso de perda, mas o custo histórico, em caso de ganho. Ou seja, investir em bitcoin traz todas as desvantagens, mas nenhuma das vantagens. Isto em termos contábeis. 

Recentemente, a Tesla anunciou que irá comprar 1,5 bilhão na moeda digital e irá aceita como forma de pagamento. Faz sentido? É preciso cuidado aqui. 

Nos Estados Unidos, o bitcoin é considerado um ativo intangível. Na aquisição, registra o valor pelo custo histórico. Se o preço subir, isto não irá aparecer no balanço. Mas se cair, isto deverá ser registrado. 

Auditoria de algoritmos


Por mais de uma década, jornalistas e pesquisadores têm escrito sobre os perigos de depender de algoritmos para tomar decisões pesadas: quem é preso , quem consegue um emprego, quem consegue um empréstimo - mesmo quem tem prioridade para vacinas COVID-19. 

(...) A grande questão desde então: como resolvemos esse problema? Legisladores e pesquisadores têm defendido auditorias algorítmicas, que dissecariam e testariam algoritmos para ver como eles funcionam e se estão cumprindo seus objetivos declarados ou produzindo resultados tendenciosos. E há um campo crescente de firmas de auditoria privadas que pretendem fazer exatamente isso. Cada vez mais, as empresas estão recorrendo a essas empresas para revisar seus algoritmos, principalmente quando enfrentam críticas por resultados tendenciosos, mas não está claro se essas auditorias estão realmente tornando os algoritmos menos tendenciosos - ou se são simplesmente boas relações públicas. 

É uma discussão importante. Uma das profissionais citadas no texto é Cathy O ' Neil, autora de Algoritmos de Destruição em Massa. (Ela também foi palestrante TED)

Sobre o efeito Dunning-Kruger

 O efeito Dunning-Kruger é uma das pesquisas comportamentais mais citadas. Inicialmente a pesquisa venceu o IgNobel, mas posteriormente foi levada a sério, sendo usada para explicar muitas coisas. Um texto da McGill tenta desfazer um pouco do mito do efeito Dunning-Kruger. Eis um trecho interessante:

O erro mais importante que as pessoas cometem sobre o efeito Dunning-Kruger, de acordo com o Dr. Dunning, tem a ver com quem é vítima dele. “O efeito é sobre nós, não sobre eles”, escreveu-me ele. “A lição do efeito sempre foi sobre como devemos ser humildes e cautelosos conosco.” O efeito Dunning-Kruger não tem a ver com pessoas burras. É principalmente sobre todos nós, quando se trata de coisas nas quais não somos muito competentes.

Em poucas palavras, o efeito Dunning-Kruger foi originalmente definido como um viés em nosso pensamento. Se eu sou péssimo em gramática inglesa e recebo ordens para responder a um questionário testando meu conhecimento da gramática inglesa, esse viés em meu pensamento me levaria, de acordo com a teoria, a acreditar que obteria uma pontuação mais alta do que realmente teria. E se eu for excelente na gramática do inglês, o efeito dita que eu provavelmente subestimaria um pouco o quão bem eu faria. Posso prever que obteria uma pontuação de 70%, enquanto minha pontuação real seria de 90%. Mas se minha pontuação real fosse de 15% (porque sou péssimo em gramática), poderia pensar mais de mim mesmo e prever uma pontuação de 60%. Essa discrepância é o efeito, e acredita-se que seja devido a um problema específico com a capacidade de nosso cérebro de avaliar suas habilidades.


(...) O Dr. Dunning me disse que acredita que o efeito “tem mais a ver com estar mal informado do que desinformado”. Se me perguntam o ponto de ebulição do mercúrio, fica claro que meu cérebro não tem a resposta. Mas se me perguntarem qual é a capital da Escócia, posso pensar que sei o suficiente para dizer Glasgow, mas descobri que é Edimburgo. Isso é desinformação e está pressionando aquele botão de confiança em meu cérebro.

Então, caso encerrado, certo? Pelo contrário. Em 2016 e 2017, dois artigos foram publicados em um periódico de matemática chamado Numeracy . Neles, os autores argumentaram que o efeito Dunning-Kruger era uma miragem. E eu tendo a concordar.

Rir é o melhor remédio

 


11 março 2021

Conclusões de experimentos são válidas


Um dos principais métodos de pesquisa em finanças comportamentais, o experimento, teve sua validade testada e aprovada.  Um artigo do American Economic Review deste ano (vol. 111, n. 2, fevereiro, 2021) Erik Snowberg e Leeat Yariv verificaram se experimentos possuem validade. Para isto, eles testaram o comportamento humano de alunos versus outras populações e a conclusão é que os resultados são confiáveis. 

Os experimentos de laboratório têm algumas vantagens importantes, permitindo aos pesquisadores coletar grandes quantidades de dados em um ambiente totalmente controlado pelos pesquisadores. Mas os críticos argumentaram que as pessoas no final da adolescência e início dos 20 anos provavelmente fazem escolhas diferentes da população em geral. Além disso, há dúvidas sobre se os participantes do laboratório se comportam de maneira diferente no laboratório do que em outros ambientes e se há algum viés de seleção com os alunos que se inscrevem para esses estudos. (...)

O ambiente em que a pesquisa foi administrada também não pareceu importar. Yariv e Snowberg convidaram quase 100 alunos do Caltech para responder à pesquisa novamente, mas desta vez em um laboratório. Novamente, suas respostas foram virtualmente idênticas às fornecidas fora do laboratório.

Concentração de citações


Uma análise de mais de 26 milhões de estudos científicos publicados por mais de 4 milhões de pesquisadores entre 2000 e 2015 descobriu que, em 2015, os 1% dos autores mais citados representavam 21% de todas as citações. 

  Essa desigualdade de citações tornou-se mais extrema com o tempo, e a participação de cientistas nos Estados Unidos nas citações está caindo. 

 (...) Nielsen e Andersen também encontraram uma diminuição na participação de citações dadas a artigos de autoria dos Estados Unidos e um aumento nas citações de artigos de autoria da Europa Ocidental e Australásia. As maiores concentrações de pesquisadores de 'elite de citações' estavam na Holanda, Reino Unido, Suíça e Bélgica.

Um problema da pesquisa é que os autores só levaram em consideração os pesquisadores que tinham mais de cinco publicações na base de dados. Mas esta limitação é compreensível, já que a qualidade dos dados pode piorar. 

CVM revisa regras de ofertas públicas de ações

Saiu no Estadão

 A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) iniciou nesta quarta-feira, 10, a audiência pública da aguardada reforma do regime brasileiro de ofertas públicas. O objetivo é reduzir custos, modernizar e dar maior previsibilidade às regras. [...] 

A revisão do arcabouço regulatório das ofertas públicas é esperada desde 2019 e chega em um momento de ebulição do mercado. O ano começou com recorde de captações na Bolsa, com mais de R$ 30 bilhões levantados em ofertas de ações, e uma fila de IPOs aguardando análise na CVM. A tendência é que as mudanças ajudem a desafogar o órgão regulador em momentos de hiperatividade no mercado. [...] 

Com a mudança, o órgão regulador quer criar um regime único, consolidando as Instruções 400 (que regula ofertas com registro prévio e abertas ao público) e 476 (que disciplina as ofertas públicas com esforços restritos, dispensadas de registro e voltadas ao investidor profissional), além de outras normas menores. 

A proposta estabelece um arcabouço de regras que prevê diferentes ritos de registro de ofertas. Em comunicado, a CVM explica que as exigências e informações serão moduladas em função do investidor a que a oferta se destina - público em geral, qualificado ou profissional -, da categoria do emissor, do tipo de ativo ofertado e da regularidade com que o emissor acessa o mercado de capitais. Há regras distintas, por exemplo, para ofertas públicas iniciais de ações (IPOs) de companhias em fase operacional e pré-operacional. 

A ideia é que o registro passe pelo crivo antecipado do regulador quando houver mais riscos ao mercado e aos investidores. A CVM prevê, por exemplo, a dispensa de análise prévia do registro nas ofertas subsequentes (follow ons) de empresas de categoria A ou B, voltadas a investidores qualificados (com mais de R$ 1 milhão em investimentos financeiros) ou profissionais (com investimentos superiores a R$ 10 milhões). No follow on destinado ao investidor comum, o registro deve ser analisado pela CVM ou por uma entidade autorreguladora credenciada. 

Além disso, o órgão regulador do mercado de capitais quer tornar definitivas medidas adotadas em caráter experimental desde 2019: a análise confidencial da oferta, o fim da proibição de concessão de registros nos 16 dias que antecedem a divulgação de informações financeiras e a dispensa da exigência de aprovação prévia de material publicitário da operação pela autarquia. 

Em sintonia com o aumento do número de investidores pessoas físicas na Bolsa, a autarquia tenta simplificar e dar maior precisão às informações divulgadas nos prospectos de ofertas, em geral calhamaços com letras miúdas. A capa do prospecto deverá ter, no máximo, uma página, reunindo “de forma legível, direta e objetiva” informações expressamente solicitadas. A seção 2 terá de apresentar as características da operação em até 15 páginas. 

Além do prospecto, a CVM passa a exigir a divulgação da lâmina da oferta. O novo documento vai sintetizar as informações e riscos essenciais da oferta e do emissor. Ela terá de ser redigida de forma que permita a sua leitura em dispositivos eletrônicos móveis, programas e aplicativos. A lâmina não será obrigatória nas ofertas em que a elaboração do prospecto for dispensada. 

Alvo de críticas, a regra conhecida como ‘período de silêncio’ é mantida, mas com adequações. Pela redação atual, emissora, ofertante e instituições intermediárias devem “abster-se de se manifestar na mídia sobre a oferta ou o ofertante até a divulgação do anúncio de encerramento de distribuição”. A restrição imposta no período de silêncio (ou ‘quiet period’) começa 60 dias antes do protocolo do registro na CVM ou desde a data em que a oferta foi decidida ou projetada. A minuta da reforma fala em reduzir esse prazo para 30 dias. 

Embora parte do mercado defenda o fim do ‘quiet period’, a CVM considera o período de silêncio importante para preservar as informações oficiais da oferta (prestadas no prospecto) e evitar que declarações inadequadas induzam o investidor a erro. A autarquia entendeu, entretanto, que o prazo de silêncio pode ser reduzido. [...] 

A CVM vai receber sugestões e comentários do mercado sobre a proposta até o dia 8 de julho. Assim, a edição da norma definitiva ficará pelo menos para o segundo semestre de 2021.

Rir é o melhor remédio


 Pedido de desculpa

10 março 2021

Mudança de Visual

 

Algumas empresas estão fazendo uma mudança no logo. Foco é a simplicidade. Via Bloomberg

Custo de entrada, Queima de Caixa e Remuneração dos Acionistas


Os carros elétricos tornaram-se o "futuro" da indústria automobilística. Há controvérsias se são adequados para um ambiente mais sustentável, mas o certo que a batalha entre os elétricos e os modelos tradicionais parece estar pendendo para os primeiros. 

Quando comparamos os novos fabricantes - liderados pela Tesla - e os fabricantes atuais, a questão da competição entre estes dois grupos deve levar em consideração o custo de entrada, a queima de caixa e a remuneração dos acionistas.

A indústria tradicional (GM, Volks, Toyota e outros) estão sob a ameaça de uma mudança tecnológica que poderá tornar obsoleto o carro movido a derivado do petróleo. O dilema destes fabricantes é que para entrar na briga eles precisam de dinheiro para "queimar". Isto inclui fazer investimento em novos modelos e novos processos de produção. Mas este grupo precisa também de distribuir dividendos para seus acionistas. E não sobra recurso para ambos.

Os novos concorrentes conseguiram obter recursos via financiamento e a captação via mercado acionário. Alguns deles possuem uma grande reserva de caixa para queimar, podendo ter fluxo operacional negativo e grande saídas com investimento. Além disto, o acionista sabe que este é um jogo arriscado e não espera dividendos neste momento. E isto dispostas a destruir a indústria tradicional.

Neste ambiente, os fabricantes de carros elétricos estão reduzindo cada vez mais o preço dos modelos. E estão fazendo isto em razão da elevada concorrência, que não se resume somente a Tesla.

As empresas tradicionais resolveram investir. GM e Ford deverão gastar mais de 20 bilhões cada. A Volks disse que seu investimento na linha de carros elétricos será de quase 90 bilhões nos próximos cinco anos. 

As montadoras tradicionais podem enfrentar um outro problema: os fabricantes novos planejam entrar no mercado de picapes. Este é o produto mais rentável. Mais concorrentes neste segmento significa redução no preço e nas margens. E menos dinheiro para as tradicionais empresas. Entre as montadoras tradicionais, quem estiver mais atrasada ou depender mais de captação de recursos, talvez não sobreviva. 

Imagem: Tokyo EV

Crise? Na contabilidade?

 

O crescimento anual da receita de 100 maiores empresas de contabilidade está plotado no gráfico. E olha a surpresa aí: 2020, o ano da pandemia, a receita destas empresas cresceu. É bem verdade que a taxa foi menor que nos anos anteriores, quando o crescimento anual estava entre 6 a 9%. Mas foi o ano da crise para muitas pessoas. 

A Era de Ouro da Ignorância

Não concordo, mas Tim Hadford é provocativo ao afirmar que estamos na era de ouro da ignorância:

(...) Como chegamos a isso? A explicação mais simples - para reaproveitar uma frase do ex-secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Larry Summers - é: “Existem idiotas. Olhe em volta." Mas embora haja uma certa satisfação visceral nessa explicação, há muito mais coisas acontecendo.

Robert Proctor, um historiador, cunhou o termo “agnotologia” [vide aqui] para descrever o estudo acadêmico da ignorância. Ele se interessou pelo fenômeno depois de estudar o esforço bem-sucedido da Big Tobacco para semear dúvidas sobre as evidências científicas sobre os riscos dos cigarros.

Três elementos [ajudam a explicar isto e] vale a pena destacar - nenhum deles [é] inteiramente novo.

Primeiro, distração. É possível que as pessoas gastem horas todos os dias consumindo o que é descrito como “notícias”, sem nunca se envolver com nada significativo. Algumas distrações são óbvias: fazer o sudoku não ajudará você a entender as implicações do acordo comercial pós-Brexit, assim como olhar para fotos de celebridades.

(...) Em segundo lugar, tribalismo político. Em um ambiente polarizado, toda afirmação factual se torna uma arma em um argumento. (...)

As distrações nos impedem de prestar atenção ao que importa, e o tribalismo político nos faz rejeitar evidências que colocam nossa tribo em uma posição ruim. Combine os dois, adicione esteróides e você terá o terceiro elemento da era da ignorância: o pensamento conspiratório.

Os pensadores da conspiração dedicam enorme energia mental para extrair significado de trivialidades. Evidências esmagadoras podem ser descartadas como notícias falsas fabricadas pela conspiração. Então, a ignorância pode ser banida? Não é fácil. David McRaney, criador do livro e podcast You Are Not So Smart , e Adam Grant, autor de Think Again , oferecem conselhos semelhantes: não comece com os fatos.

Em vez disso, estabeleça um relacionamento, faça perguntas e ouça as respostas. (Desnecessário dizer que isso é muito mais fácil em uma conversa na vida real do que nas redes sociais.) 

(...) Em vez de tentar esclarecer outra pessoa, sugiro que cada um de nós comece com seus próprios pontos cegos. Estamos todos distraídos. Todos nós também temos tribos: sociais, senão políticas. Somos todos vulneráveis, então, a acreditar em coisas que não são verdadeiras. E somos igualmente vulneráveis ​​a negar ou ignorar verdades importantes. Devemos todos desacelerar, nos acalmar, fazer perguntas e imaginar que podemos estar errados. É um conselho simples, mas muito melhor do que nada. É também um conselho muito fácil de ignorar.

Minha opinião é que a ignorância sempre existiu. Talvez agora seja mais fácil de mapear.

Imagem: aqui

Rir é o melhor remédio


 Como o sucesso acontece

09 março 2021

Clima e relatório para instituições financeiras


Duas semanas depois da eleição do presidente Joe Biden, o Partnership for Carbon Accounting Financials (PCAF) lançou o primeiro Global Greenhouse Gas Emissions Accounting and Reporting Standard for the Financial Industry.

Com estes padrões, as instituições financeiras podem medir e divulgar suas emissões em razão dos empréstimos e financiamentos (e investimentos) que fizeram. 

Aqui um relatório de um funcionário das Nações Unidas sobre a questão do clima e as instituições financeiras.

A Febraban, uma entidade que reuni as instituições financeiras brasileiras, está apoiando este esforço e foi citada em um relatório de um Força-Tarefa sobre Divulgações Relacionadas com o Clima (TCFD).

Mudança na definição de Estimativas Contábeis


O Iasb (via aqui), entidade que emite normas contábeis de contabilidade financeira, está propondo uma alteração em um antiga norma, o IAS 8. Esta norma trata da questão de políticas contábeis e estimativas contábeis. A proposta é que a norma entre em vigor em 2023. 

A distinção é importante, pois mudanças de políticas contábeis tem um efeito retroativo. Já as mudanças nas estimativas contábeis são registradas em termos prospectivo. Ou seja, é um assunto com impacto nas demonstrações contábeis de muitas empresas. 

Achei interessante a proposta de definição de estimativa contábil. Segundo a proposta as estimativas são “valores monetários nas demonstrações financeiras que estão sujeitos à incerteza de mensuração”. Bastante abrangente, não? 

Imagem: aqui

Auditoria de ESG


Os relatórios que combinam as questões sociais, ambientais e de governança estão na moda. Uma novidade é que os auditores podem contar com uma espécie de manual para o trabalho na área.

Uma parceria entre o AICPA e o CAQ, o relatório pretende ajudar os auditores na questão relacionada com a ESG, sigla para os três termos (ambiente, social e governança). O documento pode ser obtido no link acima. 

Sorteio: Fraudes Contábeis

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 Concentração

08 março 2021

Confiança é Confiável

E já está no ar o Episódio #21 – A Confiança é Confiável? – da Série Ciência Aberta!

Neste episódio, conversamos sobre a pesquisa de dissertação de mestrado do PPGCont/UnB - A Confiança é Confiável? – da Pesquisadora Thais Mota Crabbi (UnB), orientado pelo Prof. Dr. César Augusto Tibúrcio Silva (PPGCont/UnB) e com apresentação do discente de graduação em Ciências Contábeis, Anderson Oliveira Menezes (UnB).



Malásia, Fundo Soberano e Deloitte

 


Já fizemos várias postagens sobre o assunto: um fundo soberano foi criado pelo governo da Malásia. Sua gestão sofreu a influência de um bon-vivant (foto), que aparentemente gastou parte dos recursos com festas, presentes caros para namorada (a atriz Miranda Kerr) e outros mimos. Além disto, um ex-presidente estava envolvido e foi preso pelo escândalo. 

O fundo, 1MDB, foi auditado pela Big Four Deloitte, que não viu alguns problemas da gestão. Para resolver as pendências com o governo da Malásia, a Deloitte concordou em pagar 80 milhões de dólares. Entre 2011 a 2014, a Deloitte atuou no fundo. Nada mal: em 2019 o governo da Malásia anunciou uma multa de 584 milhões.

Mais aqui, aqui

SEC cria uma força tarefa para o clima

 


A SEC, entidade que fiscaliza o mercado de capitais dos Estados Unidos, criou uma força tarefa, liderada pela vice-diretora de fiscalização da entidade, para tratar das questões de clima. A equipe irá verificar questões de má conduta relacionada não somente com o clima, mas também governança e questões sociais. Isto abrange a sigla ESG - ambiente, social e governança.

A equipe foi criada pela presidente interina da SEC, Allison Lee, mas provavelmente deverá persistir após a aprovação do novo presidente da SEC e sua nomeação. Afinal, o atual presidente, Joe Biden, prometeu em campanha fortalecer as políticas governamentais para o clima. 

O trabalho da força tarefa deverá incluir a análise das divulgações relacionadas com o clima, o que inclui distorções naquilo que é divulgado. Com isto, a SEC coloca o clima como uma das prioridades.

Recentemente um estudo mostrou que empresas dos Estados Unidos estavam atrás das similares europeias na questão relacionadas com o clima, a questão social e a governança. 

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 Semana, antes e depois do Covid

07 março 2021

Quando encerrar uma conversa...


Um estudo publicado em 1º de março na revista Proceedings of the National Academy of Sciences USA relata o que os pesquisadores descobriram quando subiram na cabeça dos locutores para avaliar seus sentimentos sobre quanto tempo uma determinada conversa deveria durar. A equipe descobriu que as conversas quase nunca terminam quando ambas as partes querem - e que as pessoas julgam muito mal quando seu parceiro deseja encerrar. Em alguns casos, porém, os interlocutores ficavam insatisfeitos não porque a conversa durasse muito, mas porque era muito curta. (...) 

No primeiro, eles questionaram 806 participantes online sobre a duração de sua conversa mais recente. A maioria deles aconteceu com uma pessoa importante, familiar ou amigo. Os indivíduos envolvidos detalhavam se havia um ponto na conversa em que desejavam que ela terminasse e estimaram quando foi em relação ao momento em que a conversa realmente terminou. (...) 

No segundo experimento, realizado em laboratório, os pesquisadores dividiram 252 participantes em pares de estranhos e os instruíram a falar sobre o que quisessem por um período de um a 45 minutos. Posteriormente, a equipe perguntou aos sujeitos quando eles gostariam que a conversa tivesse terminado e adivinhar a resposta do parceiro à mesma pergunta. (...) 

Mastroianni e seus colegas descobriram que apenas 2% das conversas terminaram no horário que ambas as partes desejavam e apenas 30% delas terminaram quando um dos dois queria. Em cerca de metade das conversas, as duas pessoas quiseram falar menos, mas o ponto de corte geralmente era diferente. Os participantes de ambos os estudos relataram, em média, que a duração desejada da conversa era cerca de metade da duração real. Para surpresa dos pesquisadores, eles também descobriram que nem sempre as pessoas ficam reféns de conversas: em 10% das conversas, os dois participantes do estudo desejaram que a conversa tivesse durado mais. E em cerca de 31 por cento das interações entre estranhos, pelo menos um dos dois queria continuar.

A maioria das pessoas também falha em intuir os desejos de seus parceiros. Quando os participantes adivinharam quando o parceiro queria parar de falar, eles erraram em cerca de 64% do tempo total da conversa.

Eu gostei desta parte aqui:

O fato de as pessoas falharem tão completamente em julgar quando um parceiro de conversa deseja encerrar as coisas “é uma descoberta surpreendente e importante”, diz Thalia Wheatley, psicóloga social do Dartmouth College, que não esteve envolvida na pesquisa. Por outro lado, as conversas são “uma expressão elegante de coordenação mútua”, diz ela. “E, no entanto, tudo desmorona no final, porque simplesmente não conseguimos descobrir quando parar.” Esse quebra-cabeça é provavelmente um dos motivos pelos quais as pessoas gostam de conversar enquanto tomamos um café, uma bebida ou uma refeição, acrescenta Wheatley, porque “o copo vazio ou o cheque nos dão uma saída - uma muleta crítica para o fim da conversa”.

Outro ponto interessante:

As descobertas também abrem muitas outras questões. As regras de conversação são mais claras em outras culturas? Quais pistas, se houver, os conversadores especialistas pegam? E quanto à dinâmica dos chats em grupo?

Acrescentaria também assunto, idade, gênero, ...

Fonte: aqui

Razão para ESG


Hoje, mais de $ 40,5 trilhões globalmente são investidos de acordo com princípios ambientais, sociais e de governança. Mas quem define o que constitui um investimento ESG e até que ponto podemos confiar nas declarações ESG emitidas por empresas? Precisamos de um conjunto de normas ESG genuinamente globais - e a Europa pode, e deve, desempenhar um papel de liderança na sua formulação e implementação.

Longe de ser uma questão puramente técnica, avaliar o desempenho não financeiro das empresas é uma questão profundamente política. O primeiro passo é a escolha de indicadores para medir o desempenho ambiental ou social de uma empresa. Depois, há a questão de estabelecer padrões ESG básicos que a Europa, os Estados Unidos ou a China exigirão de todas as empresas que desejam fazer negócios em seus mercados, bem como um quadro de referência que influenciará diretamente os fluxos financeiros e de investimento.

Fonte: aqui

Rir é o melhor remédio

 Diversos de Nowak:





06 março 2021

Locais de filmagens no mundo

Um infográfico com os principais locais de filmagens em cada país aqui. Na América Latina, a natureza:

(Esperava que fosse o Cristo no caso do Brasil ou as Cataratas)

Ranking das Consultorias


 A seguir, a lista das 11 mais prestigiosas empresas de consultoria: 

1) McKinsey & Co. 

2) Boston Consulting Group 

3) Bain & Company 

4) Deloitte Consulting LLP 

5) PwC Advisory/Strategy 

6) Ernst & Young LLP Consulting Practice 

7) Accenture 

8) Booz Allen 

9) Hamilton Oliver Wyman 

10) EY-Parthenon 

11) KPMG LLP (Advisory)

Fonte: aqui

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Balanço bonito

05 março 2021

Mais sobre a ESG


Mais sobre relatórios relacionados com ambiente, social e governança: 

O Center for Audit Quality e o American Institute of CPAs divulgaram um guia na quarta-feira para relatórios e atestados ambientais, sociais e de governança para contadores.

O relatório, “Relatório e atestado ESG: um roteiro para profissionais”, oferece um plano que os auditores podem usar para fornecer garantia a seus clientes sobre divulgações ESG. Ele vem com estudos de caso de empresas que buscaram a garantia de auditor de suas informações ESG, incluindo Etsy, UBS e Vornado Realty Trust.

O CAQ e o AICPA divulgaram o relatório em um momento em que os investidores estão prestando mais atenção às divulgações ESG das empresas em meio à crescente demanda por fundos ESG à medida que aumentam os riscos das mudanças climáticas. O governo Biden prometeu se concentrar no combate à crise climática. Os contadores podem desempenhar um papel no fornecimento de garantia de que as divulgações ESG são precisas. Ao mesmo tempo, a parte social do ESG está se mostrando mais na forma como as empresas respondem às crescentes demandas por diversidade, igualdade e inclusão nas contratações e promoções.

Imagem aqui