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Mostrando postagens com marcador 1MDB. Mostrar todas as postagens
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15 março 2022

Julgamento do desvio do fundo soberano da Malásia

O julgamento de um dos maiores desvios de dinheiro público da história está caminhando para seu fim. Roger Ng, ex-funcionário do Goldman Sachs, está sendo acusado de ajudar o grande mentor, Jho Low, no desvio do dinheiro.

Um breve histórico do caso. A Malásia criou um fundo soberano, chamado 1MDB. Este fundo tinha como conselheiro uma pessoa chamada Jho Low. O Goldman ajudava na gestão do fundo e levantou 6,5 bilhões de dólares para o desenvolvimento econômico do país. Mas a maior parte do dinheiro foi desviada por Low e algumas pessoas próximas do então primeiro-ministro, Najib Razak. Razak já foi condenado na Malásia, perdeu o cargo e caiu em desgraça. Low, depois de gastar o dinheiro com festas e presentes para algumas das celebridades conhecidas do mundo (foto), desapareceu. Acredita que Low esteja na China, mas o paradeiro é desconhecido.

O julgamento refere-se a funcionários do Goldman Sachs. A instituição já reconheceu sua culpa e pagou multas no valor de 5 bilhões. Um alto funcionário do Sachs, Tim Leissner, também afirmou ser culpado e deu um depoimento de dez dias para o caso. Agora é a vez de um subordinado de Leissner, Roger Ng.

Provavelmente a participação de Ng deve demorar mais duas semanas. Leissner afirma que Ng era o contato com Low, que marcou uma reunião onde Low indicou quem o Goldman deveria subornar para gerenciar o fundo. O problema é que Leissner é duvidoso como testemunha. O próprio Goldman considera Leissner um vigarista, o que não significa muito. E era chefe de Ng.

Certamente, não há inocente aqui. 

14 fevereiro 2022

Maior Furto da História

O ex-banqueiro Roger Ng está sendo julgado em Nova Iorque por ser cúmplice do que pode ser a maior pilhagem da história. Ng participou do desvio do fundo estatal malaio 1MDB, no valor de 4 bilhões de dólares. Parece que Ng fez a ponte entre Jho Low, o grande responsável pelo desvio, e o Goldman Sachs. Juntamente com Low e Tim Leissner, que já se declarou culpado, pagaram 1 bilhão em suborno para funcionários da Malásia, com objetivo de ter a responsabilidade de gerir 6,5 bilhões do fundo soberano do governo asiático.

O dinheiro foi gasto em festas, iates e até financiamento de um filme, ironicamente The Wolf of Wall Street. A defesa irá dizer que Ng não foi uma figura importante na trama e que não estava ciente do desvio. O vigarista seria Leissner.

A subsidiária malaia do Goldman já se declarou culpada e a matriz fez um acordo, incluindo a retenção de dinheiro de ex-executivos.

Fonte: DealBook, NYT

08 março 2021

Malásia, Fundo Soberano e Deloitte

 


Já fizemos várias postagens sobre o assunto: um fundo soberano foi criado pelo governo da Malásia. Sua gestão sofreu a influência de um bon-vivant (foto), que aparentemente gastou parte dos recursos com festas, presentes caros para namorada (a atriz Miranda Kerr) e outros mimos. Além disto, um ex-presidente estava envolvido e foi preso pelo escândalo. 

O fundo, 1MDB, foi auditado pela Big Four Deloitte, que não viu alguns problemas da gestão. Para resolver as pendências com o governo da Malásia, a Deloitte concordou em pagar 80 milhões de dólares. Entre 2011 a 2014, a Deloitte atuou no fundo. Nada mal: em 2019 o governo da Malásia anunciou uma multa de 584 milhões.

Mais aqui, aqui

26 outubro 2020

Punindo o executivo, não a entidade


O Goldman Sachs admitiu ser culpado, pela primeira na sua história de 151 anos, pelo que aconteceu com sua subsidiária na Malásia, no escândalo do 1MDB. O Goldman foi uma das instituições que participou do gerenciamento inadequado do fundo soberano do país asiático. A multa deverá ser de mais de 5 bilhões de dólares. Este valor já tinha sido contabilizado no balanço do banco. 

O Goldman deverá recuperar 174 milhões dos salários que foram pagos para os executivos. Isto é algo bastante interessante. Na época do escândalo, os executivos Lloyd Blankfein (CEO), Gary Cohn (COO) e David Viniar (CFO) receberam remuneração de desempenho. O atual presidente, David Solomon, e outros executivos, também deverão devolver parte do salário recebido. 

“O ponto importante é que tirar dinheiro do bolso de um humano é mais eficaz do que tirar dinheiro da conta corrente de uma empresa”, afirmou Joseph Grundfest, professor de direito de Stanford e ex-S.E.C., para o New York Times. Além disto, se o pagamento é feito pela executivo, o acionista não seria punido. É bem verdade que o valor a ser pago é bem reduzido em relação a remuneração recebida pelos executivos. Um CEO deste nível recebe mais de 20 milhões por ano.