Translate

16 novembro 2012

Elétricas

Um texto que explica um pouco a razão da adoção das medidas do governo com respeito as elétricas:

A MP 579, em discussão no Congresso Nacional e com a qual o país pretende reduzir a tarifa de energia em 20% a partir de janeiro, fez o governo rasgar os manuais de contabilidade adotados até hoje por todas as usinas hidrelétricas do país.

Ao usar o VNR (Valor Novo de Reposição) como critério para indenizar investimentos não amortizados, o governo resolveu abandonar um critério que ele próprio instituiu como poder concedente.

A presidente Dilma não fez isso por acaso. O Ministério de Minas e Energia, a EPE (Empresa de Pesquisa Energética) e a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) não dizem com todas as letras, mas não confiam nos números das usinas [1].

A Eletrobras informou que esperava R$ 30 bilhões em indenizações por ativos não amortizados. O governo, segundo seu critério, publicou portaria dizendo que o valor era de apenas R$ 14 bilhões. Diferença de R$ 17 bilhões.

Outro caso é o da Cesp (Companhia Energética de São Paulo). Segundo o secretário de Energia de São Paulo, José Aníbal, o valor registrado em balanço a ser amortizado ainda é de R$ 8 bilhões. A oferta do governo foi de R$ 1 bilhão.

Eletrobras, Cesp e outras geradoras usaram o manual de contabilidade do setor elétrico, o mesmo que agora não vale mais. Está aí o ponto central da discórdia.

Nos bastidores, o governo revela as três razões pelas quais abandonou o modelo contábil de amortização que recomendou ao setor.

São elas: as contas foram afetadas por vários planos econômicos; houve acúmulo de juros na conta de investimento de usinas que levaram anos para serem construídas; e, por fim, o fundo que pagará as indenizações não teria recurso para desembolsar valor acima de R$ 20 bilhões.


[1] Caso típico de informação assimetria. Mas isto sempre irá ocorrer em setores regulados. O que o governo precisa fazer é criar os incentivos corretos.

Fonte: Folha de S Paulo

BP

O vazamento de petróleo no Golfo do México irá render uma indenização de 4 bilhões de dólares durante cinco anos para a BP. Um acordo entre a empresa e o Departamento de Justiça dos EUA evita que o caso chegue aos tribunais. Em 2010 uma plataforma da empresa explodiu, matando 11 trabalhadores e provocando um grande vazamento de petróleo.

O acordo também inclui a solução de um processo da Securities and Exchange Comission (SEC, a CVM dos EUA), com indenizações de US$ 525 milhões a serem pagas ao longo de três anos. Os acordos dependem de aprovação por um tribunal.

Wal Mart e Corrupção

A Wal-Mart foi acusada de prática de suborno no México recentemente. Agora a Reuters informa que tal acusação inclui também China, Índia e Brasil.

O escândalo eclodiu após a publicação de um artigo do jornal The New York Times no dia 22 de abril, no qual o jornal apontou que a empresa escondeu práticas de subornos em grande escala para expandir suas atividades no México.

As autoridades federais e locais mexicanas também iniciaram suas próprias investigações, e vários de seus diretores atuais e anteriores foram alvos de processos por parte dos acionistas da empresa.No início de 2000, em meio à rápida expansão no México do número um mundial da distribuição varejista, o Wal-Mart pagou 24 milhões de dólares em subornos a autoridades mexicanas, ainda segundo o jornal.

Segundo o New York Times, o anúncio pode afetar as operações mundiais da empresa. Mas é importante destacar que a empresa não está dizendo que ocorreu suborno no Brasil, mas que existe evidência suficiente para que seja comunicado ao acionista. Para conduzir as investigações, a empresa contratou a KPMG e uma empresa de advocacia.

A empresa possui mais de dez mil lojas, sendo 2230 no México e 534 no Brasil .

Correios


Os Correios dos Estados Unidos anunciaram um prejuízo de quase 16 bilhões de dólares no exercício findo em 30 de setembro, conforme notícia do New York Times (Postal Service reports loss of 15 billion, Ron Nixon, 16 de Nov de 2012). Além do aumento de algumas despesas contábeis, ocorreu uma redução nas receitas. Apesar de ser um serviço vinculado ao governo daquele país, o resultado obtido deixa dúvidas sobre a continuidade daentidade. A própria agência alertou sobre a possibilidade de uma crise de liquidez.

Para resolver a crise, a agência quer autorização do legislativo para cortar certos custos e entrar em novos negócios.

Enquanto isto no Brasil o nosso serviço postal apresenta um bom desempenho. Em 2011, em relação a 2010, aumentou as receitas e os lucros, gerou fluxo de caixa e transferiu dividendos para o acionista. (é bem verdade que são demonstrações sem o parecer do auditor)

Investidores Institucionais e Boas Práticas de Governança

O estudo objetiva analisar a relação entre a participação acionária dos investidores
institucionais e a adoção de boas práticas de governança corporativa nas maiores empresas brasileiras listadas nos diversos setores econômicos da BM&FBovespa. Realizou-se pesquisa descritiva, conduzida por meio de análise documental, com consulta ao balanço patrimonial; notas explicativas; relatórios de administração; IANs - relatórios de informações anuais disponíveis no site da BM&FBovepa e websites das organizações. A amostra compreendeu as maiores empresas de cada setor econômico da BM&FBovespa que possuíam investidores institucionais como acionistas, totalizando 38 empresas. Para a análise dos dados, foram usadas medidas de estatísticas descritivas (médias, mínimos, máximos e desvio padrão) e análise de correlação de Pearson. Os resultados indicaram um ambiente com possibilidade de conflitos, pois existe concentração de capital. Verificou-se uma proporção média de 23% de investidores institucionais no capital social das empresas. Em relação às práticas de governança corporativa, captadas de acordo com o índice elaborado por Silveira (2004), obteve-se um índice médio de 72%. Os dados também demonstraram uma relação positiva e significativa entre investidores institucionais e boas práticas de governança corporativa, sinalizando que, entre as empresas analisadas, aquelas que possuíam maior participação acionária dos investidores institucionais foram as que apresentaram melhores práticas de governança corporativa.

INVESTIDORES INSTITUCIONAIS E BOAS PRÁTICAS DE GOVERNANÇA CORPORATIVA: UMA ANÁLISE DAS MAIORES EMPRESAS BRASILEIRAS LISTADAS NA BOVESPA
Geovanne Dias de Moura; Francisca Francivânia Rodrigues Ribeiro Macêdo; Nelson Hein

V Congresso ANPCont

Quem é classe média?


[...]As it happens, Mr Pinheiro’s finely-tuned sense of social class fits neatly with the definitions deployed by the World Bank in a ground-breaking new study. Having crunched the numbers from household surveys across the region, it reckons that Latin America’s middle class expanded by 50%, from 103m to 152m, between 2003 and 2009. That represents extraordinarily rapid social progress. But it means that only 30% of the region’s population is middle class (see chart). A larger group has left poverty, but only just, as have many of those in Brasília Teimosa.
What it means to be middle class is a matter of definition and debate. Sociologists and political scientists define the middle class according to education, occupational status and ownership of assets. Economists, by contrast, tend to see income as determining class.
The bank’s economists nod in the direction of sociology by defining the middle class in terms of economic security. They reckon that for a Latin American household to have no more than a 10% chance of falling back into poverty over a five-year period requires an income of at least $10 per person per day (at purchasing-power parity exchange rates). They define those with an income of over $50 per day—just 2% of Latin Americans—as rich. The bank calls those with a daily income of between $4 and $10, “the vulnerable” or the “lower-middle class”. They make up the largest group. The proportion of Latin Americans living in poverty—defined as a daily income of less than $4—has fallen from 41.4% in 2000 to 28% in 2010.



This social progress is the result of a rare combination of faster economic growth, low unemployment and falling income-inequality. Income per person in Latin America grew at an annual average rate of 2.2% between 2000 and 2010, a step up from the previous two decades. And income inequality fell in the same period in 12 of the 15 countries for which data are available (though Latin America continues to rival southern Africa as the world’s most unequal region). Re-distribution, through conditional cash-transfer schemes and other social programmes, has helped to reduce poverty. But most of the expansion in the middle class has come from faster growth.


In all, the bank reckons that two in five Latin Americans were upwardly mobile between 1995 and 2010, though few made the leap directly from poverty to the middle class. Those who moved up tended to have more years of schooling. But the bank cautions that Latin America remains a land of unequal opportunity: children whose parents had few years of schooling tend similarly to be less educated than their middle-class peers.
One ray of hope is that over the past 15 years, the average number of years of school attendance among young Latin Americans has increased sharply, reducing the educational gap generated by social class. But the difference in the quality of the schools attended by the rich and the poor is bigger in Latin America than anywhere else. Higher education is expanding, too, and tends to be a passport to the middle class. But its cost—not least in job income foregone—deters poorer students, making student loans vital.
Fonte: Class in Latin America: The Expanding Middle - The Economist

Dinheiro

O valor da moeda corrente é o próprio valor de face, correto? Nem sempre, sobre a questão da retirada da expressão "Deus seja louvado", o texto a seguir mostra que o valor de face de uma nota pode ser superior:

As primeiras séries da nova moeda antes mesmo de sua circulação, iniciada em 1.° de julho de 1994, saíram sem a frase "Deus seja louvado" no anverso. A frase só voltou a ser impressa na gestão de Rubens Ricupero na Fazenda. Ele assumiu em 30 de março de 1994. A maioria das cédulas sem a expressão é assinada por seu antecessor Fernando Henrique Cardoso e por Pedro Malan, presidente do Banco Central. O restante tem assinaturas de Ricupero, substituto de Cardoso, e Malan.

E aí que os colecionadores ficam atiçados, explica o numismata e autor do livro Cédulas do Brasil. Claudio Amato. A pouca quantidade de notas de R$ 100 sem a expressão e com assinatura de Ricupero mexe com o mercado numismático. Uma dessas notas em perfeito estado, sem dobras e marcas de uso, chega a valer até R$ 2.800, segundo Amato. O valor se explica também pela pouca quantidade de séries impressas com assinatura de Ricupero - apenas 3, ante 1.198 por Fernando Henrique. Cada série tem 100 mil notas.

Aqui uma situação inversa.

14 novembro 2012

Rir é o melhor remédio

Fonte: Aqui

Música e Contabilidade


As artes expressam de certa maneira o sentimento das pessoas comuns. Se a sociedade considera uma profissão positiva, isto deverá estar expresso nos filmes, nas músicas, nas peças de teatro e nos romances. No passado, pesquisas foram feitas verificando como o contador aparecia em filmes, por exemplo.

Dois pesquisadores australianos resolveram investigar como a contabilidade e os contadores apareciam nas letras das músicas. Talvez a mais famosa música relacionada com a contabilidade seja Taxman, de George Harrison, para o álbum Revolver dos Beatles, que protestava contra a grande quantidade de impostos que ele pagava. Ou seja, não é uma imagem muito positiva da contabilidade.

As outras músicas investigadas mostram que a contabilidade – e o contador – é apresentada de maneira negativa: seja como servo do capitalismo ou como opressor ou associado a um escândalo. Este seria o estereotipo que a música passa sobre este assunto. Para os autores, ao contrário da imagem de algo “chato”, a visão das letras é que contabilidade é algo do “mal”.

A pesquisa foi realizada em língua inglesa. Em português não conhecia nenhuma letra que tivesse os dois termos até escrever este artigo. O mais próximo seria uma letra do Ópera do Malandro, de Chico Buarque. Mas pesquisando sobre o assunto encontrei a música Pra se sentir melhor , de LS Jack, com a seguinte letra:

Mas as pessoas não precisam ter ilusões
Pra se sentir melhor
Pra dentista é muito candidato
História não dá status
Contabilidade não dá prestígio

Para ler mais: SMITH, David; JACOBS, Kerry. “Breaking up the Sky” The characterisation of accounting and accountants in popular music. Accounting, auditing & Accountability Journal. V. 24. N. 7, 2011, p. 904-931.

Percepção do Valor Justo

Os usuários das demonstrações financeiras podem tomar decisões econômicas corretas se possuírem informações contábeis de qualidade. No entanto, a obtenção da qualidade da informação não é um processo simples. Seus atributos essenciais, a relevância e representação fiel, podem ser mensurados por meio da análise diferencial e do efeito da utilização de diferentes modelos de mensuração, como custo histórico e valor justo. Assim, o objetivo geral do presente trabalho é analisar a opinião dos contadores e professores, de graduação e pós-graduação em Ciências Contábeis, acerca da mensuração a valor justo, conforme normas do FASB e do IASB. Através da estatística descritiva, foram analisados 258 questionários respondidos por profissionais de todas as regiões do Brasil, os quais continham 9 questões objetivas. Os principais resultados obtidos foram as sugestões de novas expressões para substituir a atual “valor justo”, como Valor de mercado corrigido, Valor intrínseco, Valor equivalente, Valor adequado de mercado ou Valor agregado; a constatação de que, para 60,1% da amostra pesquisada, a contabilidade deve utilizar múltiplus critérios de mensuração de seus itens, mesmo que isso prejudique a homogeneidade da classificação; e a verificação da existência de uma predominância de respostas coletadas que corroboram com a visão do IASB e FASB nos seguintes pontos: o valor justo é o critério de mensuração que gera as informações mais relevantes, mesmo sacrificando a objetividade e verificabilidade e a mensuração a valor justo deve utilizar os 3 níveis previstos para mensuração.

MENSURAÇÃO A VALOR JUSTO: UM ESTUDO SOBRE A PERCEPÇÃO DOS PROFESSORES E PROFISSIONAIS CONTÁBEIS
Clayton Levy Lima de Melo, Edzana Roberta Ferreira da Cunha Vieira Lucena, Jorge Katsumi Niyama, Anderson Luiz Rezende Mól
Revista Ambiente Contábil, v. 4, v. 1, 2012.

Prejuízo bilionário

Podemos ter um prejuízo recorde no Brasil:

A proposta do governo para a renovação das concessões do setor elétrico definida na MP 579 tem efeitos devastadores sobre a Eletrobras, a principal empresa no setor no Brasil. Em documento obtido pelo Valor e datado de 5 de setembro, a empresa informa ao governo que a proposta, nos moldes oferecidos, levaria a um prejuízo de R$ 11,146 bilhões já em 2012 devido ao não reconhecimento, no balanço, da diferença entre o valor contábil dos ativos afetados e os valores reconhecidos para indenização.

(...) Nessa condição, informou a Eletrobras ao governo no documento, a companhia ficará incapacitada de "fazer a contrapartida dos seus investimentos, cumprir com o pagamento das dívidas e dos dividendos".

Os efeitos da proposta sobre a estatal são tão relevantes que um dos membros do conselho fiscal da Eletrobras, Manuel Jeremias Leite Caldas, disse ao Valor que aceitar a proposta será uma irresponsabilidade dos administradores da Eletrobras. Caldas representa os acionistas minoritários detentores de ações ordinárias.

Pelos cálculos de Caldas, que é engenheiro elétrico, se aceitar a proposta do governo, a Eletrobras perderá cerca de R$ 41,8 bilhões. (...)

A conta do conselheiro mostra que a empresa teria de fazer uma baixa bruta de R$ 30,5 bilhões de ativos não amortizados e abriria mão de R$ 20,6 bilhões em receitas com as tarifas nos níveis atuais, totalizando uma perda de R$ 51,1 bilhões. Para chegar nos R$ 41,8 bilhões, ele desconta R$ 9,3 bilhões, que é o efeito da indenização de R$ 14 bilhões que será paga pelo governo, após Imposto de Renda e Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL). Ele destaca que há tributação sobre a indenização recebida, mas não o benefício fiscal imediato pela baixa contabilizada, já que isso só ocorreria se a concessão acabasse e começasse uma nova, o que não é o caso. (...)


Eletrobras alerta sobre prejuízos bilionários - 13 de Novembro de 2012 - Valor Econômico - Cláudia Schüffner

Contabilidade e Economia

Eis um exemplo de como a contabilidade pode ser útil na análise do panorama econômico. A partir das informações do balanço da Petrobras, a reporter descobriu que está ocorrendo manipulação nas contas externas:

As importações brasileiras estão subestimadas em cerca de US$ 6 bilhões este ano por causa de compras de petróleo e derivados realizadas pela Petrobrás que ainda não foram contabilizadas na balança comercial. A discrepância ajuda a melhorar o superávit do País, que vem sendo duramente afetado pela crise global.

Se essas importações já tivessem sido computadas, o saldo comercial estaria em US$ 11,4 bilhões, em vez dos US$ 17,4 bilhões apurados de janeiro a outubro. No período, o superávit registra recuo de 31,6% em relação ao ano passado. Sem a "ajuda" do petróleo, essa queda poderia chegar a 55,2%.

Uma comparação entre os dados do balanço da Petrobrás e os registros da balança comercial mostra o tamanho do descompasso. A quantidade de petróleo e derivados importada cresceu 13,5% no terceiro trimestre em relação ao segundo trimestre, conforme o balanço da estatal, mas recuou 38,8% segundo a Secretaria de Comércio e Exterior (Secex), do Ministério do Desenvolvimento. Exclusivamente na gasolina, a diferença é maior: alta de 90% segundo a Petrobrás e queda de 35,8% pela Secex.

(...) A Petrobrás contabiliza a importação quando tira o produto do navio, enquanto a Secex no momento em que a estatal entrega a documentação completa para a Receita. Publicada em 16 de julho, a instrução normativa 1.282 mudou as regras para o desembaraço de petróleo e derivados.

Na prática, o prazo para a Petrobrás entregar os documentos à Receita aumentou em 50 dias.


Petrobrás adia registro de importação e infla saldo comercial do País em US$ 6 bi - 13 de Novembro de 2012 - O Estado de São Paulo - Raquel Landim

Multinacionais e impostos

As multinacionais adeptas da otimização fiscal, praticada pelos grandes grupos para reduzir seus impostos, estão na mira do fisco francês, que avalia em até 1 bilhão de euros o rombo para os cofres públicos deixados pela sonegação dessas companhias.

O site de pesquisas Google, por exemplo, apresentou volume de negócios entre 1,250 e 1,4 bilhão de euros em 2011, segundo estimativas. Contudo, os ingressos declarados na França para 2011 pela companhia seriam de 138,4 milhões de euros, considerado pouco pelos especialistas.

A Microsoft, por sua vez, pagou 21,6 milhões em impostos para um volume de negócios de 493 milhões, enquanto Apple e Facebook pagaram respectivamente 6,7 milhões e 117.241 euros de impostos para um volume de negócios de 52 milhões e 4,9 milhões.

"Estas cifras são muito surpreendentes quando se conhece o volume de negócios real" destas empresas da era digital, estima Eric Vernier, investigador associado do Instituto de Relações Internacionais e Estratégicas e especialista em lavagem de dinheiro. "Estimamos algo entre 500 milhões e 1 bilhão de euros em perdas fiscais por ano para a França", completou.

Implementando uma série de montagens financeiras, batizadas de "sanduíche holandês", o Google estaria pagando uma porcentagem de impostos inferior à devida.

O Tesouro francês exige ainda 252 milhões de dólares da líder mundial de comércio eletrônico Amazon em impostos e multas correspondentes aos anos de 2006 a 2010, segundo um documento oficial do grupo que pode ser consultado no site das autoridades da bolsa americanas SEC.

A Amazon diz estar em "desacordo" com a estimativa da administração fiscal francesa e advertiu que lutará para defender suas posições, segundo o texto, que figura em um anexo dos resultados trimestrais do grupo e que foi colocado no site no fim de outubro.

Contudo, os gigantes da internet não são os únicos que pagam pouco ou nada em termos de imposto.

Presente na França há oito anos, a rede de café Starbucks jamais pagou impostos. O grupo alega que não ganha dinheiro no país e por isso não paga impostos sobre os lucros.

A empresa, com sede em Amsterdã, emprega "mais de 200 pessoas" e serve "enormemente em serviços de apoio financeiro, contabilidade e design", explica Olivier de Mendez, diretor de comunicação do grupo.

"Nosso objetivo não é reter os lucros rapidamente e se isso significa que depois teremos de pagar os impostos sobre os lucros, teremos prazer em fazê-lo", disse à AFP.

A investigação francesa indica que a alocação dos recursos entre diferentes jurisdições estrangeiras, onde os grupos estão presentes.

Os diretores de Starbucks, Amazon e Google explicaram na segunda-feira por que as grandes multinacionais norte-americanas pagam poucos impostos também no Reino Unido, diante de deputados visivelmente pouco convencidos de suas explicações.


Fonte: Aqui

Evidenciação dos Impostos

O consumidor brasileiro deverá ser informado do montante de impostos pagos na compra de mercadorias e serviços. Projeto nesse sentido foi aprovado nesta terça-feira no plenário da Câmara obrigando a discriminação do valor do projeto e dos impostos na nota fiscal. Apresentada ao Congresso em 2006 com mais de um milhão de assinaturas, a proposta já foi aprovada pelo Senado e agora vai à sanção da presidente Dilma Rousseff para entrar em vigor.

Pelo projeto, as novas regras passarão a valer daqui a seis meses. A proposta prevê que sejam computados globalmente nove tributos que incidem sobre produtos e serviços. Estudo do Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário (IBPT) revela que a carga tributária incidente sobre a gasolina, por exemplo, chega a 53%. O sabão em pó tem 41% de impostos, enquanto sabonete e pasta de dente chegam a 37%. Ao comprar uma camisa ou um vestido, o consumidor paga 35% de impostos, taxas ou contribuições.


A evidenciação da quantidade de impostos poderá tornar as pessoas mais críticas quanto a crescente participação do governo na economia.

13 novembro 2012

Rir é o melhor remédio

Serviços para Cães: Pet Motel. É verdade. Deu no New York Times.

Aquecimento Global e Mercado Acionário

No século dezenove os Rothschild construíram o sistema de correios mais eficiente da época. Mais até que o do rei inglês. Em junho de 1815 os londrinos esperavam a notícia sobre quem tinha vencido a batalha de Waterloo, entre ingleses e franceses. A família Rothschild sabia que a notícia teria influencia sobre seus negócios: se fossem os franceses os vencedores, a queda seria inevitável; caso fossem os ingleses, o mercado reagiria positivamente.

Quando o mensageiro chegou com a notícia, os outros corretores perceberam que a reação dos Rothschild sinalizaria o que teria ocorrido no mercado. Assim que o mercado abriu, a família começou dando ordens de venda. Os outros investidores deduziram que a Inglaterra tinha perdido a batalha.  E todos começaram a vender seus títulos, antecipando uma perda maior com a vitória dos franceses. Passado o primeiro momento, com uma grande queda no mercado, os Rothschild retornaram ao mercado comprando. Afinal, a Inglaterra tinha vencido a batalha contra Napoleão.

Esta história ilustra bem o poder da informação. Saber uma notícia antes dos outros traz grandes vantagens nos negócios. Esta lógica tem sido aplicada ao mercado de capitais.

Num mundo em que a informação chega às pessoas com uma enorme rapidez, ainda existem situações onde é possível lucrar com isto. Trata-se das operações de alta frequência (aqui também) (high frequência trading).

E o aquecimento global com isto? A elevação da temperatura tornou possível explorar as regiões mais geladas do planeta. Mas além de explorar a riqueza destas regiões, empresas estão interessadas em gastar uma grande fortuna para colocar cabos de comunicação entre os principais mercados financeiros. Passando os cabos pelo ártico, será possível economizar cinco mil quilômetros de cabo. Mas mais do que isto: será possível que a informação chegue antes que os concorrentes.

É bem verdade que a diferença de tempo entre a situação atual e os novos canais de comunicação será de partes de segundo. Mas no mercado financeiro uma pequena diferença temporal pode ser uma grande vantagem.

Algo como receber, antes de todas as pessoas, o comportamento do mercado japonês. E poder usar a informação para ganhar dinheiro. Como fizeram os Rotschild.

Leia mais em: The problem with high frequency trading ; Felix Salmon


Pecking Order Theory

Você sabe o que é "Pecking Order Theory"? Ou Teoria do Equilíbrio das Fontes?

É uma teoria de estruturação de capital que defende que as empresas devem dar prioridade às fontes de financiamento com um "nível de esforço menor".

A teoria foi desenvolvida em 1984 por Myers e teve início ao partir-se do pressuposto que há assimetria informacional entre gestores e investidores. Em sua dissertação, Nascimento (2012) explana:

A Pecking Order Theory não impõe um nível alvo de capital a ser idealizado pelas empresas - as entidades seguem uma ordem hierárquica, preferencialmente por tipos de financiamentos de suas atividades.

Hierarquização das fontes de financiamento:
1. Autofinanciamento: reversão de reservas de lucros.
2. Recursos de terceiros captados por meio de dívidas: emissão de debêntures e títulos conversíveis.
3. Recursos captados por meio de emissão de novas ações.

Enquanto na Trade-Off Theory a obtenção de maiores lucros está relacionada a um maior nível de endividamento, acarretando em uma maximização do benefício fiscal; na Pecking Order Theory, os lucros acumulados reduziriam a necessidade da utilização de capitais de terceiros, pois as empresas mais lucrativas são as menos endividadas.