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12 julho 2012

Rir é o melhor remédio

Política

Educação e Finanças Comportamentais

Desde que surgiu, na década de setenta, as finanças comportamentais tem sido usada em diversos campos. Uma pesquisa recente, realizada nas escolas da cidade de Chicago, mostrou que é possível aplicar os conceitos desta área na questão dos incentivos aos estudantes.

Recentemente, algumas tentativas têm sido realizadas no sentido de dar incentivos financeiros para os alunos aprenderem. Os alunos que conseguem mostrar que conhecem o conteúdo são premiados com dinheiro. A pesquisa realizada leva o que nós conhecemos na área comportamental para a escola. Os estudiosos fizeram uma série de experimentos para saber qual tipo de incentivo funciona.

Usando testes aplicados a alunos, com duração entre 15 a 60 minutos, procurou-se saber se o dinheiro dado para os estudantes pelo seu desempenho ou a recompensa não monetária (um troféu) funciona. Para fazer sua pesquisa, os alunos ficaram sabendo do incentivo imediatamente antes do teste que eles teriam que responder. Isto garante que os alunos não se preparariam para a avaliação somente com a finalidade de ganhar o prêmio.

Para garantir a qualidade dos resultados, os alunos eram sorteados quanto ao tipo de incentivo: baixo incentivo financeiro (dez dólares), alto incentivo (vinte dólares) e incentivo não monetário. Os resultados encontrados são interessantes. Os pesquisadores encontraram que os incentivos monetários funcionam, incluindo aqui o tamanho: quem ganhou mais (vinte dólares) teve um desempenho superior a quem ganhou menos (dez dólares).  Além disto, os incentivos são mais poderosos quando parece envolver “perdas”. É o conceito de aversão à perda em funcionamento: sob a ameaça de perder dinheiro, o esforço, e o resultado, é melhor.

Mas os resultados mostram que a questão do incentivo, e seu funcionamento, é complicado, variando conforme o gênero, a idade e outras características do estudante. Por exemplo, os incentivos não financeiros têm efeitos sobre o desempenho, principalmente entre os mais jovens. Já nos alunos mais velhos a recompensa financeira funcionou melhor.

Um aspecto curioso da pesquisa: quando a recompensa é dada um a dois meses após o resultado – e não logo após - o desempenho do teste não apresenta melhoria. Em termos financeiros isto confirma uma desconfiança antiga dos pesquisadores sobre os jovens: eles possuem uma elevada taxa de desconto. (Quando a taxa de desconto é muito alta, o valor atual do prêmio é muito menor, tendo pouco efeito sobre o comportamento do aluno)

Para ler mais:
LEVITT, S; LIST, J; NECKERMANN, S; SADOFF, S. The Behavioralist goes to School: Leveraging Behavioral Economics to Improve Educational Perfomance. NBER, 18165

Evidenciação

Tenho tido a oportunidade de participar de alguns artigos muito interessantes. Agora a RBGN - um excelente periódico, por sinal - acaba de publicar um artigo onde sou co-autor. Veja o resumo:

Os gestores conhecem mais sobre o desempenho da organização do que os investidores, o que torna a divulgação de informações uma possível estratégia de diferenciação competitiva, minimizando a seleção adversa. Este trabalho tem como principal objetivo analisar se o nível de divulgação de informações de uma entidade pode impactar a percepção de risco dos indivíduos e o processo de avaliação de suas ações. A pesquisa foi realizada em um estudo experimental por meio de um mercado de capitais simulado com 456 participantes, sendo 353 no experimento principal e 103 no experimento modificado. Investigou-se a precificação das ações de duas empresas com diferentes níveis de divulgação de informação em quatros momentos distintos. A cada momento, informações adicionais sobre o desempenho eram apresentadas aos participantes. A análise dos resultados evidenciou que, mantendo outras variáveis constantes, o nível de divulgação de informações de uma entidade pode impactar as expectativas dos indivíduos e o processo de avaliação de suas ações. Maior nível de divulgação apresentado por uma entidade impactou tanto o valor de sua ação quanto o da outra empresa.


O trabalho de pesquisa mostra que os usuários não somente premiam as empresas que evidenciam como também punem aquelas que não divulgam quando suas concorrentes o fazem. Ou seja, para não sofrer um efeito no preço da sua ação, uma empresa deve sempre divulgar.

Pagamento

O governo deve enviar ao Congresso no segundo semestre um projeto de lei para regulamentar os pagamentos eletrônicos por meio de telefones celulares. De acordo com o ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, um grupo de trabalho estuda desde maio o projeto e deve concluir a proposta em agosto.

Governo finaliza projeto de pagamento por celular - Anne Warth

Já comentamos aqui: é uma péssima notícia.

Salários

Uma pesquisa nos EUA mostra as profissões com maior valores de salários durante a vida profissional. Em primeiro lugar, engenheiro de petróleo. Mas analista financeira ficou em sétimo e CPA (Contador Certificado) foi o 10o.

Os atletas mais bem pagos

Fonte: Aqui

Homem Comum


O homem comum não especula sobre os grandes problemas. Ampara-se na autoridade de outras pessoas, comporta-se 'como um sujeito decente deve comportar-se', como um cordeiro no rebanho. É precisamente esta inércia intelectual que caracteriza um homem como um homem comum. Entretanto, apesar disso, o homem comum efetivamente escolhe. Prefere adotar padrões tradicionais ou padrões adotados por outras pessoas porque está convencido de que este procedimento é o mais adequado para atingir o seu próprio bem-estar. E está apto a mudar sua ideologia e , consequentemente, o seu modo de ação, sempre que estiver convencido de que a mudança servirá melhor a seus interesses"

Fonte:Ludwig Von Mises, HUMAN ACTION: A TREATISE ON ECONOMICS, trad. Donald Stewart Jr, São Paulo, Instituto Liberal,3ª ed., 2010, pg.75

11 julho 2012

Rir é o melhor remédio

A DIFERENÇA ENTRE ORIGINAL E CÓPIA

Um jovem noviço chegou ao monastério e lhe deram a tarefa de ajudar os outros monges a transcrever os antigos cânones e regras da Igreja. Ele se surpreendeu ao ver que os monges faziam seu trabalho a partir de cópias e não dos manuscritos originais.

Foi falar com o abade e explicou que, se alguém cometesse um erro na primeira cópia, esse erro se propagaria em todas as cópias posteriores. O abade lhe respondeu que há séculos copiavam da cópia anterior, mas que achava bem procedente a observação do noviço.

Na manhã seguinte, o abade desceu até as profundezas da caverna no porão do monastério, onde eram conservados os manuscritos e pergaminhos originais, intocados havia muitos séculos.

Passou-se a manhã, a tarde e depois a noite, sem que o abade desse sinal de vida.

Preocupado, o jovem noviço decidiu descer e ver o que estava acontecendo. Encontrou o abade completamente descontrolado, com as vestes rasgadas, batendo a cabeça ensanguentada nos veneráveis muros do monastério

Espantadísimo, o jovem monge perguntou:

- Meu Deus !!! Abade, o que foi que aconteceu ???

- Aaaaaaaahhhhhhhhhh meu filho!!! CARIDADE ... CARIDADE !!! Eram votos de "CARIDADE" que tínhamos que fazer ... e não de "CASTIDADE"!!!

(Enviado por Alexandre Alcantara, grato)

Diferenças

Uma reportagem do Estado de São Paulo mostra a diferença entre a economia chilena e a brasileira:

Não é à toa que o departamento fiscal da TAM tem 45 pessoas e o da LAN, quatro. No Brasil, as companhias aéreas pagam de 12% a 25% de ICMS sobre o combustível usado no transporte aéreo doméstico. No Chile, a taxa é zero. Aqui, os encargos trabalhistas representam 40% do total da folha de pagamento. Lá, não passam de 5%. Sem contar que o número de horas voadas pelos tripulantes é limitado a 76 horas por mês no Brasil, enquanto no Chile, a média é de 90 horas.

E não é só com isso que os chilenos terão de se preocupar. Acostumados a trocar uma peça com defeito em menos de 24 horas, eles terão de esperar até uma semana no Brasil para fazer a mesma operação. Com os benefícios da chamada "linha azul" (um canal especial com a Receita Federal), as companhias aéreas no Chile conseguem enviar uma peça com problema para o fornecedor e receber a nova quase que imediatamente, numa simples operação de troca. Como as companhias brasileiras não têm esse canal especial, elas são obrigadas a exportar um motor que precisa de manutenção e depois importar o motor novo, num ciclo que esbarra em todas as burocracias aduaneiras que os empresários brasileiros conhecem bem.

Por conta disso, a TAM chega a ter mais de 30% de peças em estoque do que a LAN normalmente tem. Isso significa "capital de giro imobilizado", no jargão de contadores. "É dinheiro que poderia estar circulando, mas está parado no estoque", afirma Marco Antonio Bologna, presidente da TAM S.A. Ele faz questão de listar mais duas desvantagens do mercado brasileiro que mexem diretamente com a rentabilidade das empresas. "No Brasil as companhias têm de arcar com o custo de imprevistos que não foram causados por elas, como problemas meteorológicos", diz. "E nós temos um outro defeito que é a lei de direitos dos passageiros. No Chile, por exemplo, não existe lei do SAC."

Desilusão

Eis um comentário sobre o processo de convergência entre o Fasb e o Iasb:


[na conferência anual do IMA] Leslie [Seidman, presidente FASB] e Bob Herz [ex-presidente] falaram, não ao mesmo tempo. Cada uma delas tinha essencialmente a mesma mensagem. Convergência total está fora de cogitação. No máximo a SEC irá incentivar o FASB "endossar" as propostas do IASB, se elas fazem sentido no contexto dos relatórios financeiros dos EUA. Parece que o grande otimismo de anos atrás desapareceu sob o impacto da experiência real em trabalhar juntos.
Nada disse explicitamente, mas nas entrelinhas, o FASB está um pouco desiludido com o IASB e todo processo. 


Segundo Tom Selling, a saída de Kroeker da SEC é uma constatação disto: Kroeker defendia a convergência , mas não seria ele que anunciaria o fim do projeto conjunto. Esta é uma questão que Selling deixa em aberto: quem irá anunciar que o projeto conjunto fracassou? O Fasb ou o Iasb? Ou seja, quem irá assumir o ônus político do anúncio da possibilidade dos Estados Unidos um dia adotarem as normas internacionais?

Conflito de Interesses: Investidores x Brokers


A Fancy Financial Adviser Title Does Not Ensure High Standards
By TARA SIEGEL BERNARD
The New York Times
Published: July 6, 2012


Most investors don’t realize that when they walk into a bank or brokerage firm branch, the representatives there are essentially free to emblazon their business cards with whatever titles they please — financial consultants, advisers, wealth managers, to name a few. But if you’re looking for someone who is qualified to give smart advice about all aspects of your financial life while keeping costs down, you may not be in the right place.

The issue came up again earlier this week in an article by my colleagues at The New York Times, who quoted former JPMorgan Chase brokers as saying they were encouraged to promote the firm’s own funds to customers even when more competitive investments were available. Not only were the funds expensive, but the bank also exaggerated at least one investment portfolio’s returns.

This may be one of the more blatant examples of the possible pitfalls when working with a bank or brokerage firm. Investors can’t be blamed for failing to recognize the differences between a glorified salesman pushing a particular fund and a true investment adviser who is required to act in your best interest, but there are many.

Let us name a few. If two similar mutual funds are available, brokers can choose to put you in the one that lines their pocket at your expense as long as it’s considered “suitable” for your needs (that goes for brokers selling investments or insurance). They aren’t always required to disclose conflicts of interest that may influence what they ultimately decide to recommend, experts said. Nor are they always obliged to tell you how they are compensated or who is ultimately paying them. True investment advisers are supposed to do all of those things, by law.

Two years ago, the Dodd-Frank financial overhaul law gave the Securities and Exchange Commission the authority to write rules that would require brokers to adhere to the same standard as advisers — a standard known as “fiduciary duty” — but the law stopped short of requiring that the rules be written. Not surprisingly, the S.E.C. has yet to write the rules. While the insurance and financial industries initially pushed back against the rule, the most recent delay was reportedly tied to the commission’s efforts to study the costs and benefits of a rule so that it could withstand a court challenge. So its fate and timing are still uncertain.

Still, some experts might argue that even after a fiduciary rule is passed there will still be reasons to take extra care when working with a broker (in fact, some brokers are already subject to the fiduciary rules because they collect a fee or have discretionary control over their customers’ accounts). That’s not to say there aren’t many capable advisers who work at banks and brokerage firms — they just might be limited in the type of advice they can provide because they’re working within the confines of their firm’s longtime business model, one with a deep-rooted sales culture that can’t entirely change its spots.

Indeed, several former brokers quoted in my colleagues’ article echoed a point that I’ve also heard from former brokers in recent years: As much as their firms would like to recast brokers’ images as trusted advisers, it is still hard for them to fully shed the sales mentality.

“A fiduciary duty will help at the margins, raising the amount of due diligence brokers will have to do before recommending a security, but a fiduciary standard will not rewrite the history and culture of the brokerage services industry that has existed since before the Great Depression,” said Arthur Laby, a professor at Rutgers School of Law-Camden, and a former assistant general counsel at the S.E.C.

Brokers, for instance, aren’t typically paid for advice — that is, they aren’t paid for creating a financial plan, and they rarely charge by the hour (though there also aren’t enough independent advisers that operate this way). Instead, they make money after they sell you something. “The more they sell, the more they make,” said Alois Pirker, research director at the Aite Group, a financial research firm. He says that brokers might take a 45 percent cut of the commission they collect, or, if they collect an annual fee, they will be paid a portion of that (and typically the more business they bring in, the higher the percentage they will collect).

The average fee that brokerage firms charge customers for a managed account — or an account that includes a mix of investments like mutual funds — is 2.02 percent, according to Cerulli Associates, an asset management research firm. That includes a 1.1 percent management fee, while the remainder is for the underlying investments. Accounts with cheaper underlying investments like exchange-traded funds will cost slightly less, though that data wasn’t available. (The proprietary JPMorgan portfolio charged an annual fee of as much as 1.6 percent, plus the cost of the investments.)

Independent financial planners typically include an annual charge of 0.85 percent to 1.15 percent of your money, according to Cerulli, plus the investment costs. Alternatively, you can seek out a planner who will charge either a flat fee or by the hour. But the biggest difference between a broker and a financial planner is that the planner’s fee, more often than not, will include a holistic financial checkup — a detailed analysis of where your money goes, how to approach paying down debts, how much life insurance to buy and how to set up a saving and investment plan to reach your goals, whether that includes saving for a down payment on a house, college or your retirement. They’ll also go over your estate plan, among other things.

Brokers, on the other hand, may work for firms that encourage the kind of training that would allow them to offer similar advice, but you have to ask yourself if they will be willing to spend the time with you if they get paid only after they make a sale, particularly if that portfolio isn’t worth millions of dollars. On top of that, many brokers’ training is quite limited. (Only about 17 percent of the advisers at brokerage firms are certified financial planners, according to Cerulli.) “ ‘How much do I need to have to retire?’ is the sole focus of the majority of these investment planners,” said Scott Smith, an associate director at Cerulli, though he added that many larger firms had professionals on hand with broader experience if you requested that kind of help.

(...) Still, the biggest danger right now, experts say, goes back to the fact that most consumers don’t know who they are dealing with when they sit down with a broker. “The greatest risk the average investor runs is the risk of being misled into thinking that the broker is acting in the best interest of the client, as opposed to acting in the firm’s interest,” Professor Laby said.

Imposing a higher standard will go a long way to solving a large part of the problem, experts said, but it won’t necessarily eradicate it. “I do not believe a fiduciary standard would be a panacea by any means,” Professor Laby added. “It would, however, raise the industry standard, requiring the larger firms with good compliance programs to think very carefully about whether their brokers’ recommendations could be defended in court, or before the S.E.C., as consistent with a fiduciary standard.”

Mercer E. Bullard, an associate professor at the University of Mississippi School of Law who served on the commission’s Investor Advisory Committee, said that a fiduciary duty wouldn’t necessarily ensure that investors would always be told about the myriad ways the brokerage firm makes money, including revenue sharing, where mutual fund managers may share a portion of their revenue with the brokerage firm (which may cause the funds to land on its list of preferred funds). Some brokerage firms disclose this information on their Web site now, or at the point of sale, but good luck deciphering all of it.

Regardless of what the law says now or how it may change, you can always ask any adviser you are working with who is paying them. And then, ask the adviser to sign a fiduciary pledge, something you can find in a blog post I wrote in 2010, which is attached to the online version of this column.

Because with or without a stronger law, the burden will always be on the investor to find a conflict-free “financial planner,” in the purest sense of the title.

Veja um exemplo de "nota de compromisso":

The Fiduciary Pledge

I, the undersigned, pledge to exercise my best efforts to always act in good faith and in the best interests of my client, _______, and will act as a fiduciary. I will provide written disclosure, in advance, of any conflicts of interest, which could reasonably compromise the impartiality of my advice. Moreover, in advance, I will disclose any and all fees I will receive as a result of this transaction and I will disclose any and all fees I pay to others for referring this client transaction to me. This pledge covers all services provided.

X________________________________

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Futebol: o poder do dinheiro

A Forbes apresentou um gráfico interessante sobre dinheiro e futebol:
Em cima, a mediana das seis grandes equipes do futebol inglês em termos de salários e valor de transferência. Em baixo, o valor total. De azul, o Chelsea; preto é o Manchester United; vermelho, Liverpool; amarelo escuro, Arsenal; amarelo claro, Tottenham; cinza, Manchester City. Em todo o período, o Chelsea mostrou o clube mais rico e ganhou três campeonato inglês. Após, United, que venceu cinco campeonatos no período. Nos últimos anos, destaque para o crescimento do City, que venceu o último campeonato. Mas Liverpoll, Tottenham e Arsenal gastam menos e possuem somente um campeonato (do Arsenal, em 2003-2004)

Risco de Fraude

Uma empresa de consultoria, AGR, classifica as empresas dos Estados conforme o nível de risco de "fraude" contábil. Isto é bastante curioso, já que as consultorias geralmente olham aspectos como rentabilidade ou risco da ação. A classificação da AGR parece levar em consideração valores contábeis assim como características de governança. Empresas com notas baixas são mais propensas a ter eventos negativos - como litígios com acionistas, reapresentações de demonstrações contábeis, com influencia no retorno e na volatilidade das ações.

O relatório da AGR está restrito aos EUA, mas no mais recente apresentava as seguintes empresas, por ordem de risco:

1. Pfizer
2. Medtronic
3. Netflix
4. Kraft

Gran Misión Vivienda


Programa habitacional é a maior aposta de Chávez em ano eleitoral
Autor: Por Fabio Murakawa De Caracas
Valor Econômico - 23/05/2012


Vitaminado pelos dólares do petróleo, o principal programa social do governo venezuelano está fazendo bombar a economia do país e a popularidade o presidente Hugo Chávez, no ano em que ele tenta se reeleger para um novo mandato de seis anos.

Inspirado no brasileiro Minha Casa, Minha Vida, o "Gran Misión Vivienda" foi lançado em meados do ano passado com a meta de zerar, até 2018, o déficit habitacional da Venezuela. Desde o lançamento, o governo diz ter entregue 215 mil unidades. O objetivo é chegar a 350 mil até dezembro. A partir de então, pelo cronograma divulgado por Chávez, o programa deve se acelerar até alcançar a meta final, de 3 milhões de moradias, número a que o governo chegou após realizar um cadastramento na população. Só para os dois primeiros anos do programa, o governo diz ter destinado cerca de US$ 16,3 bilhões, valor próximo ao desembolsado pelo Brasil no Minha Casa, Minha Vida desde abril de 2009.

Com menos de 10% de seus objetivos já cumpridos, o "Gran Misión Vivienda" tem sido um dos pilares da popularidade de Chávez neste ano de eleição. Em meio às incertezas sobre a saúde do presidente - que luta contra um câncer sobre o qual muito se especula e pouco se sabe - o programa tem ajudado a manter a fidelidade dos setores mais pobres da população, alvo principal do programa.

Chávez tem se mantido à frente do candidato da oposição, Henrique Capriles, na maioria das pesquisas, e até ampliado a vantagem em algumas delas.

Na capital, Caracas, o impacto do programa é visível. Obras e prédios já concluídos se espalham por áreas centrais e também pela periferia da cidade. A prioridade é atender os mais de 150 mil desabrigados pelas chuvas de 2010, que agravaram ainda mais o déficit habitacional do país. Muitos deles aguardam a nova moradia em espaços improvisados em edifícios de órgãos públicos, cedidos por ordem do presidente.

A grande maioria dos cadastrados receberá o apartamento de graça. Para quem tem renda de menos de um salário mínimo (cerca de R$ 1.300 pelo câmbio oficial, ou metade disso no paralelo) tem 100% de subsídio. A partir daí, há cerca de 40 faixas de subsídio. O grosso do programa visa atender quem ganha de um salário mínimo a dois. Os recursos são todos advindos da receita do petróleo.

O Minha Casa, Minha Vida chavista já apresenta reflexos na economia. O Produto Interno Bruto (PIB) venezuelano subiu 5,6% no primeiro trimestre deste ano, em relação ao mesmo período do ano passado. Segundo o ministro do Planejamento, Jorge Giordani, o crescimento foi impulsionado principalmente pela construção civil, que teve alta de 29,6% no período - desempenho atribuído em boa parte ao programa habitacional. O setor petroleiro, responsável por 30% do PIB, 90% das exportações e metade da arrecadação fiscal do país, cresceu apenas 2,2% no trimestre.

"O impacto do "Gran Misión Vivienda" no PIB é grande, tendo em vista o tamanho da economia venezuelana", diz Pedro Silva Barros, titular da missão do brasileiro Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) na Venezuela. "É uma prioridade absoluta do governo, que envolveu todos os órgãos governamentais no programa."

Chávez escolheu um momento favorável para lançar o "Gran Misión Vivienda", em um período bem próximo às eleições e com o petróleo sempre acima de US$ 100 o barril. "Isso trouxe ao governo um alívio fiscal para que o programa de habitação tivesse um cumprimento de metas bastante adequado", afirma Barros.

Com os cofres cheios de petrodólares, Chávez criou o Órgão Superior de Vivienda ("moradia", em espanhol), presidido por ele próprio e gerenciado por Rafael Ramirez, presidente da estatal petrolífera PDVSA - que se tornou na era chavista uma espécie de superministério, com ingerência sobre quase todas as ações do governo. O organismo também reúne os Ministérios de Habitação, Justiça, Educação, Agricultura, Planejamento, Trabalho, Transporte, Meio Ambiente e Comunas, entre outros.

(...)Para o venezuelano Johnny Reis, que há 30 anos presta consultoria para empresas brasileiras querendo fazer negócios no país, o "Gran Misión Vivienda" tem metas bem mais ambiciosas do que o similar brasileiro. Ali, não se trata de um simples programa habitacional. "A importância do programa é bem maior que a do Minha Casa, Minha Vida. O governo aqui assumiu o programa de habitação como sua prioridade política, sua prioridade nacional hoje", explica ele. "Isso é muito evidente. Todos os dias aqui tem uma notícia de alguma entrega de habitação no país."

Críticos do presidente colocam em dúvida o cumprimento da meta de zerar o déficit habitacional - e sobretudo a continuidade do ritmo de obras após as eleições. Mas, com o sucesso nesta fase inicial, ficou difícil até para a oposição criticar os programas sociais do governo, as chamadas "missões".

Sped

Um levantamento realizado pela FISCOSoft, Prosoft e Systax com empresas de serviços contábeis revelou que Sped (Sistema Público de Escrituração Digital) não reduziu o custo com o cumprimento de obrigações necessárias. A afirmação foi apontada por 82%.


O estudo explica que a eliminação de redundâncias de informações prestadas está entre as premissas do sistema, o que, consequentemente, deveria ter reflexos nos custos para cumprimento das obrigações acessórias.


Além de não reduzir os custos, as empresas tiveram que fazer investimentos. Pelos dados, apenas 4,8% das empresas contábeis não tiveram que investir na troca do software, em soluções específicas para validação e auditoria ou treinamento para seus funcionários.


Erros e atraso
O estudo indicou ainda que 50% dos arquivos do SPED foram entregues no prazo, mas com erros, por isso terão que ser retificados. Apenas 12% dos arquivos não demandaram correções por parte das empresas contábeis.


Outro número preocupante é que 7% dos arquivos não foram entregues no prazo e já estariam sujeitos a penalidades pelo descumprimento dessas obrigações. No caso da EFD-Contribuições, por exemplo, a multa pela não entrega é de R$ 5 mil por mês.


Devido a estes problemas, quase a metade das empresas entrevistadas (48%) avalia o SPED como sendo uma ferramenta de alta complexidade. Nesse sentido, a EFD-Contribuições é o módulo do SPED que apresenta a maior dificuldade, conforme declarou 64% dos entrevistados. Em seguida vem o SPED Fiscal com apenas 28%


Fonte: aqui

Frase

O problema do Barclays não era que Bob Diamond é uma má pessoa - o fato de que ele é um fã Chelsea prova isso - mas sim que as pressões estruturais levou a desonestidade.

Fonte: Aqui

10 julho 2012

Rir é o melhor remédio



Fonte: Aqui

Governo & Fundo de Pensão 3

As duas postagens seguintes sobre governo e fundos de pensão mostram como a questão atuarial na área pública é relevante. Se pensarmos na previdência oficial em três grandes ramos (rural, pública e privada), a questão das aposentadorias do setor público é a mais grave de todas. A evidenciação de salários astronômicos, em especial no judiciário e legislativo, é um indicativo de que falta controle sobre a folha de pagamento na área pública. Isto, com certeza, será um peso gigantesco para nossos filhos, que irão pagar esta conta. Falta controle, auditoria e mensuração. Falta contabilidade.

Governo & Fundo de Pensão 2

Ainda sobre o GASB e a questão dos fundos de pensão, uma postagem do blog Grumpy Old Accountants  mostra os problemas decorrentes da contabilidade. O GASB 50 exige que o passivo de um fundo de pensão projetado para uma unidade governamental (cidade ou estado, por exemplo) deve ser divulgado. Mas não incluindo no balanço patrimonial.

Isto tem trazido um efeito perverso para a geração futura. Ao não incluir no balanço tal passivo, os políticos podem fingir que o problema não existe, conforme destaca o blog.

Os autores contam uma história de um condado onde um aumento nas obrigações com o fundo de pensão gerou uma discussão sobre o conceito de passivo. De um lado, os favorecidos afirmavam que o fato do GASB não exigir que este aumento fosse apresentado no balanço seria uma comprovação de que não seria um passivo. Por outro lado, alguns defendiam que a existência da obrigação atende a definição de passivo, mesmo não sendo reconhecido como tal no balanço.

A criação de uma obrigação ou o aumento desta diz respeito a um passivo. Mas as decisões judiciais do caso conduziram para o caminho oposto: não reconhecer o item como passivo.

Governo & Fundo de Pensão

O Gasb, sigla de Government Accounting Standards Board, é a entidade responsável pela emissão de normas contábeis para o setor público nos Estados Unidos. Assim como o Fasb, responsável pelas normas contábeis das empresas de capital aberto daquele país, o Gasb é uma entidade privada, não governamental. Suas normas contábeis são válidas desde 1984 para os governos locais e estaduais daquele país.

Apesar das normas do Gasb serem avançadas, diante do que temos hoje no Brasil, alguns problemas sérios são encontrados nas mesmas. Um dos graves problemas são as normas para os passivos dos fundos de pensão. Neste caso, isto representa um grave problema na evidenciação destes passivos. Por uma norma do Gasb, os passivos são descontados pelo retorno esperado dos ativos. Isto vai contra a lógica da teoria de finanças, que defende que a taxa de desconto deva refletir o risco apropriado.

Dois pesquisadores analisaram 116 fundos estaduais para verificar qual o valor presente do passivo. Em lugar de usar a taxa recomendada pelo Gasb, os pesquisadores optaram por um valor que refletisse o risco sob a ótica do contribuinte. Usando o risco da dívida de cada estado, encontrou-se um passivo de 3,2 trilhões de dólares. Usando a taxa dos títulos do tesouro encontrou-se um valor de 4,43 trilhões. Os valores são muito mais elevados que aqueles que constam dos relatórios contábeis apresentados.

O trabalho foi publicado no prestigioso Journal of Finance, talvez a principal publicação da área de finanças, em agosto de 2011. Agora, o texto foi escolhido como o melhor trabalho do ano de 2011 (Smith Breeden Prize for 2011).

Leia mais em
Public Pension Promises: How Big Are They and What Are They Worth? Robert Novy-Marx & Joshua Rauh. Journal of Finance, vol LXVI, n. 4, ago 2011.