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01 outubro 2007

Imigração: bom ou ruim

Na discussão sobre as vantagens e desvantagens da imigração, um estudo de caso realizado em Cabo Verde mostra que sua economia tem um desempenho melhor do que outras da África devido a existência de capital humano e o seu aproveitamento na economia local.

Risco no mundo atual

Um gráfico feito pelo FMI mostra o risco mundial do sistema financeiro em relação a abril de 2007. Observa-se um crescimento do risco de crédito, enquanto o apetite por risco é menor. Um exemplo de uma figura que informa muito mais do que as palavras.

Links

1) Índice de talento global

2) Mapa dos blogs de economia

3) Álcool, em quantidade moderada, é bom para memória

4) Outra enciclopédia

5) E outra também

6) Outra de matemática

7) Fotos de uma propaganda da Veja

8) Indenização da Varig

Dicionário

Notícia da Reuters informa que mais de 16 mil palavras do Oxford Dictionary perderam o hifém em razão da internet. Agora, ice-cream é ice cream

Mercado

Mark Carhart era um professor de finanças da University of Southern California, aluno de Eugene Fama, o fundador da teoria do mercado eficiente. (A teoria do mercado eficiente diz que os investidores não podem ganhar consistentemente do mercado). Ele fez uma análise de 1.892 fundos, que foi publicado no Journal of Finance. Depois disto, foi contratado para trabalhar num fundo, que obteve um retorno de 21% em dez anos. Em 2006 o fundo perdeu 9% em razão de apostas no ien e no dólar australiano.

Fonte: Aqui

As pessoas mais importantes no ...

A revista Business Week escolheu as 100 pessoas mais importantes na área dos esportes. Naturalmente, um excesso de pessoas na área de futebol americano, beisebol, Nascar e basquete. Fora isso, alguns destaques:

73. Maria Sharapova (Tenis)
53. Bernie Ecclestone (F1)
35. Lance Armstrong (Ciclista)
30. Roger Federe (Tênis)
29. Blatter (FIFA)
17. David Beckham

Créditos de carbono

Empresa de ecologia vale US$ 1 bi
Marianna Aragão
O Estado de São Paulo - 24/9/2007

A luta contra o aquecimento global abriu um novo campo de trabalho e negócios mundo afora. Meio empreendedores, meio ambientalistas, os pioneiros que apostaram há tempos em negócios verdes - comércio de carbono, energias renováveis e tecnologias limpas - hoje colhem os frutos milionários dessa decisão.

Ninguém retrata tão bem esse universo como o engenheiro agrônomo Pedro Moura Costa, que organizou na semana passada o Rio+15, encontro internacional para discutir as realizações na área ambiental 15 anos depois da Eco 92. Apaixonado por guitarra e blues, o carioca Costa deixou há 20 anos a rotina de praia e estudos no Rio para correr mundo e se dedicar a questões ambientais.

Radicado em Londres, Costa criou há dez anos a Ecosecurities, empresa especializada em desenvolver projetos de créditos de carbono - um bônus concedido a quem reduz as emissões e que pode ser vendido para empresas poluidoras, seguindo as regras do Protocolo de Kyoto. Hoje, a Ecosecurities é a maior empresa de créditos de carbono do mundo e vale mais de US$ 1 bilhão na Bolsa de Londres. Costa já vendeu parte de suas ações e ainda tem 10% da companhia. Ele prefere não falar sobre o quanto lucrou. "Mais que qualquer coisa, sou um ecoempreendedor'", responde. Costa começou a atuar no ramo por ser apaixonado por questões ambientais e acabou abrindo um novo mercado. Depois de um período de estudos na Inglaterra, no final dos anos 80, morou cinco anos na Malásia, onde desenvolveu o primeiro Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL) - antes chamado de projeto de seqüestro de carbono - para uma empresa florestal.

O sucesso da experiência estimulou a abertura da Ecosecurities, sete anos depois. "Com dois projetos grandes em cima da mesa, vi que havia chegado a hora", conta. Ele abriu a empresa em sua casa, em Oxford, na Inglaterra, ao lado da esposa Ruth, inglesa que conheceu na temporada na Malásia. "O Pedro jogava nas 11 posições: fazia a visão estratégica, o desenvolvimento científico e a parte comercial da empresa", conta Maurício, o irmão caçula de Costa.

O ano decisivo para a Ecosecurities foi 2005, quando as ações da empresa passaram a ser negociadas na Bolsa de Londres. Foi o ano também em que entrou em vigor o Protocolo de Kyoto, estimulando a criação de projetos ambientais pelos 140 países signatários e inflando a carteira de clientes da consultoria, que prepara e acompanha a execução dos projetos que reduzem a emissão de gases do efeito estufa.

Do escritório em Oxford, Pedro administra cerca de 3 bilhões em créditos de carbono. Nas mãos dele estão 422 projetos - o dobro do portfólio de sua maior concorrente, a irlandesa Agcert International. A Ecosecurities tem uma equipe de 250 pessoas em 28 escritórios ao redor do mundo.

"O Pedro é um carioca tranqüilo, mas teimoso. Se não fosse assim, não conseguiria ter feito o que fez", diz Tasso Azevedo, diretor do Serviço Florestal Brasileiro, do Ministério do Meio Ambiente. Ele conheceu Costa a bordo de um barco no rio Tapajós, há 12 anos, quando o carioca ainda trabalhava como consultor independente.

Bovespa

Em outubro de 1843, o então Governo Imperial instituía a primeira regulamentação da atividade de corretores no País, no intuito de concentrar e organizar a arrecadação de impostos. Mas o marco inicial para a criação da Bolsa de Valores do Rio de Janeiro, a primeira Bolsa do Brasil, foi o Decreto Lei nº 417, assinado por D.Pedro II em 14 de junho de 1945. Depois disso, outras Bolsas se estabeleceram no País até a concentração em apenas uma, a Bolsa de Valores de São Paulo, em 2002.

Fundada em 23 de agosto de 1890, a Bovespa tem história de serviços prestados ao mercado de capitais e à economia brasileira. É atualmente o maior centro de negociação de ações da América Latina e possui escritórios em cinco capitais, além de sua sede, no centro histórico da cidade de São Paulo. Em vias de tornar-se uma empresa de capital aberto, a Bovespa, que passará a se chamar Bovespa Holding, carimba o passaporte do mercado acionário brasileiro ao profissionalismo exigido pela globalização. (...)


A rica história das bolsas
ANA PAULA CARDOSO
Jornal do Commércio do Rio de Janeiro - 01/10/2007

Crise começa a aparecer nas demonstrações contábeis

(...) Citando fontes familiarizadas com o assunto, o Financial Times disse que o UBS deve anunciar perdas em seu portfólio de investimentos em renda fixa de mais de 3 bilhões de francos suíços, o equivalente a US$ 2,6 bilhões. Essas baixas em sua contabilidade devem levar o banco a apresentar um prejuízo no terceiro trimestre de pelo menos 600 milhões de francos suíços, ou US$ 516 milhões.

(...) As perdas do banco ocorreram depois que o UBS resolveu abater a cotação de seus títulos de renda fixa, adotando uma posição conservadora, disse o Wall Street Journal, citando uma fonte próxima ao banco.

As perdas, que ultrapassaram de longe as de outros bancos, devem provocar a saída de Huw Jenkins, que comandava o banco de investimentos do UBS, informou o Financial Times em seu site ontem à noite. Meses antes, o banco demitiu seu principal executivo, Peter Wuffli, em meio à insatisfação sobre a maneira como conduziu a área de fundos hedge, a Dillon Read Capital Management.

(...) A crise no mercado de hipotecas subprime nos EUA, iniciada por uma série de calotes em empréstimos de risco, criou um aperto nos mercados de crédito em escala internacional. Apesar dos sinais recentes de que o aperto de crédito está melhorando, alguns bancos continuam a dizer que estão lutando para conseguir dinheiro nos mercados de empréstimo de atacado. REUTERS


O banco suíço UBS deve anunciar hoje que teve perdas de bilhões de dólares em...
O Estado de São Paulo - 01/10/2007

30 setembro 2007

Simples e o planejamento tributário

Simples Nacional multiplica' empresas
Companhias usam laranjas para se dividirem e pagarem menos impostos
Adriana Fernandes BRASÍLIA
O Estado de São Paulo - 30/09/2007

Laranjas são usados como sócios por empresas com faturamento acima de R$ 2,4 milhões que se dividem para caber no Simples. Se for pego, além do processo criminal, o empresário será multado em 150% do imposto devido

O proprietário de uma empresa do Simples abre outra com o uso de laranja e repassa parte das operações da primeira

O empresário abre segunda empresa fora do regime, com declaração pelo lucro presumido, para repassar o crédito do ICMS. Muitos fornecedores do setor comercial e industrial não podem transferir crédito do ICMS para grandes clientes, que estão fora do Simples. Esses clientes estão cobrando um deságio pela falta do crédito ou exigindo que elas saiam do Simples. A segunda empresa resolve o problema. A operação pode estar dentro da lei, se forem observadas as restrições aos sócios

Fiscalização para identificação de fraudes agora tende a aumentar

O Simples Nacional - ou Super-Simples - está provocando o "milagre" da multiplicação das empresas no País. Muitos empresários estão abrindo novas empresas para encaixarem seus negócios no novo regime de tributação simplificada, que permite o pagamento dos impostos federais, estaduais e municipais com redução da carga tributária e de forma mais simplificada.

O fenômeno já era conhecido no antigo Simples Federal, mas a prática ganhou ainda mais espaço com a entrada em vigor, em julho passado, do Super-Simples, que alcança as empresas com receita bruta de até R$ 2,4 milhões por ano. A legislação proíbe que as empresas resultantes de cisão (desmembramento e divisão) ocorrida nos últimos cinco anos ingressem no Simples Nacional. A restrição foi incluída na lei para evitar que as empresas com faturamento acima de R$ 2,4 milhões se subdividem para se "encaixarem" nos limites de receita bruta e, com isso, pagarem menos impostos. Mas é comum o empresário abrir uma segunda empresa em nome de um laranja, geralmente um parente próximo, fazendo um contrato de gaveta.

A Receita Federal afirma que está atenta ao problema e que tem condições de descobrir a fraude com o uso de laranjas por meio de cruzamentos de dados. "Essa prática não é novidade. A Receita já descobria essas situações e autuava, e continuará atenta", avisa o secretário-adjunto da Receita, Carlos Alberto Barreto. Segundo Barreto, se na operação de divisão da companhia o empresário vende uma das unidades para uma terceira pessoa, não há problemas. "Mas, se o empresário coloca um laranja e faz um contrato de gaveta, esse negócio não tem propósito real, negocial. A finalidade é simplesmente burlar o fisco. Nesse caso, se for detectada a fraude, a empresa será autuada", adverte o secretário-adjunto. A multa prevista para esses casos é de 150% do imposto devido. Além disso, o fraudador terá de responder pelo crime de sonegação na Justiça. Barreto lembra que uma grande rede de pizzarias foi autuada pela Receita Federal por ter dividido a empresa em várias outras em nome de laranjas. O mesmo aconteceu também com uma fábrica de sapatos, lembra. Para o secretário-executivo substituto do Comitê Gestor do Simples Nacional, Paulo Alexandre Ribeiro, a fiscalização no novo sistema tende a aumentar para a identificação das fraudes. Isso porque, no antigo Simples Federal, somente a Receita Federal tinha competência para efetuar a fiscalização das micro e pequenas empresas.

Já no Super-Simples, a competência, além da Receita, também passou a ser das secretarias de Fazenda dos Estados e municípios. "Na hipótese, de uma empresa efetuar um desmembramento visando à opção pelo Simples Nacional, a chance de ela ser apanhada numa fiscalização aumenta consideravelmente. E, se isso acontecer, ela será excluída do regime de forma retroativa", diz Ribeiro.

CRÉDITO DE ICMS

O gerente da Unidade de Políticas Públicas do Sebrae, Bruno Quick, acredita que a falta da transferência do crédito do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) no Super-Simples deve estar levando muitos empresários do setor industrial a abrirem uma outra empresa com declaração do Imposto de Renda pelo lucro presumido.

Essa prática é feita, segundo ele, porque muitas empresas fornecedoras não podem transferir o crédito do ICMS para os seus grandes clientes, que estão fora do Super-Simples. Como conseqüência, esses clientes estão cobrando um deságio (redução do preço) pela falta do crédito ou exigindo que elas saiam do Simples. Segundo Quick, para resolver o problema, o empresário abre uma segunda empresa pelo lucro presumido para poder repassar o crédito do ICMS. "O empresário fica entre a cruz e caldeirinha", diz ele. Ele ressalta que, apesar de a operação ser legal, a situação é grave justamente por essa exigência, em alguns casos, de que as empresas saiam do Simples. Responsável pela implementação do antigo Simples Federal, o ex-secretário da Receita Federal, Everardo Maciel, classifica o fenômeno de multiplicação de empresas como "nanismo tributário". "O empresário quer ser anão. Não quer crescer", diz. Para Maciel, essa prática fraudulenta é de natureza equivalente à omissão de receitas.

Segundo Maciel, que é hoje consultor tributário, a parte do texto da Lei Complementar 123 - que criou o Simples Nacional - que trata das restrições às divisões de empresas não é boa, porque tem algumas "desinformações".

29 setembro 2007

Correlação espúria

Correlação espúria é o nome que se dá para a existência de relação estatística entre duas ou mais variáveis, mas sem significado teórico. Por este motivo é comum afirmar que a correlação não significa causação.

Uma notícia interessante aqui afirma que a melhor medida de correlação com o índice da bolsa de valores norte-americana (SP 500) é a produção de manteiga em Bangladesh. Este é um exemplo de correlação espúria.

28 setembro 2007

Rir é o melhor remédio



Fonte: Slate

Links

1. Pierluigi Collina é considerado uma homem sexy na Itália

2. Manobra contábil no Corinthians

3. Um campeonato de futebol diferente na Argentina

4. O que uma cirurgia plástica pode fazer numa celebridade

Salário de professor



Outra figura do The Economist: agora salário de professores.

Teaching in Turkey and South Korea has a very high status, with earnings more than double the average income per head. In Germany and Japan teachers are high up the pay scale, but they are somewhat less valued in Italy, France and America.

Corrupção: Como estamos?

Mais um ranking de corrupção da Transparency International. O Corruption Perceptions Index é um índice muito respeitado e novamente traz os países mais ricos como sendo os menos corruptos. Fonte: The Economist

A revolução da Internet

Mais um exemplo do poder da internet. Diversos sítios (aqui, aqui e aqui, por exemplo) publicaram a foto, tirada de satélite, de um prédio do governo norte-americano que possui um formato arquitetônico interessante:



Não entendeu? Clique aqui

Ainda sobre a contabilidade de políticos

O New York Times (28/09/2007, Mexico's Former President Is Under Investigation on Allegations of Financial Abuse, James McKinley Jr) traz uma reportagem sobre a contabilidade de um político, no caso, o ex-presidente do México, Vicente Fox.

O foco é a casa de Fox, que possui piscina, lago artificial, jardins suntuosos, entre outras mordomias. O Congresso mexicano começou uma investigação das finanças pessoais do ex-presidente após a eleição e a relação com a reforma na sua residência.

Fox afirma, segundo o jornal, que cada peso gasto na residência tem origem legal. O México tem um histórico de ex-presidentes que obtiveram uma imensa fortuna quando ocuparam os seus cargos. Mas o caso de Fox é interessante pois foi o primeiro presidente de oposição que governou o México em 71 anos de domínio do PRI.

Contabilidade do ex-primeiro ministro do Japão

Algumas pessoas estranham quando falamos da possibilidade de cada indíviduo fazer a "sua" contabilidade. Uma notícia da Agencia EFE mostra a questão contábil do ex-primeiro ministro do Japão:

Detectan irregularidades en los libros contables del ex primer ministro Abe
Agencia EFE - Servicio General - 28/09/2007

Tokio, 28 sep (EFE).- Los informes contables del año 2006 del ex primer ministro nipón Shinzo Abe y de otros parlamentarios del gubernamental Partido Liberal Demócrata (PLD) contienen irregularidades, según informa hoy la agencia local Kyodo.

En concreto, el informe contable del año pasado del capítulo del PLD en el distrito electoral 17 de Tokio da cuenta de un donativo de 200.000 yenes (1.740 dólares) proveniente del grupo gestor del fondo de Shinzo Abe, pero esa misma partida no aparece registrada en las cuentas de este grupo.

(...) Así, el grupo gestor del fondo del anterior adjunto al ministro portavoz, Hakubun Shimomura, declaró en sus cuentas haber recibido 1,5 millones de yenes (13.045 dólares) de una organización política perteneciente a una facción del PLD leal al actual ministro portavoz, Nobutaka Machimura, pero esta organización registró en sus cuentas una donación de tan sólo un millón de yenes (8.700 dólares).

A este respecto, sin embargo, se pronunció el grupo gestor, que aseguró que la diferencia entre ambas cantidades corresponde a un préstamo de Hakubun Shimomura que se sumó por error a la donación general de la organización política que lidera este político.

El grupo añadió además que ya había mandado la pertinente corrección al Comité Gestor Electoral de Tokio, un organismo encargado de la supervisión contable de los partidos políticos.

Asimismo, otro grupo político ligado a Hakubun Shimomura indicaba en su informe contable una donación de 30.000 yenes (260 dólares) al capítulo del PLD en el distrito electoral 11 de Tokio, mientras que este segundo organismo no incluía la cantidad correspondiente entre las ayudas recibidas.

Los implicados aseguraron que este error contable también ya ha sido subsanado.

Por su parte, el capítulo del PLD en el distrito electoral 15 de Tokio, encabezado por Ben Kimura, un viceministro del ministro portavoz, detallaba en sus libros de contabilidad una donación de 2,7 millones de yenes (23.480 dólares) a otro capítulo del PLD en Tokio liderado por Kimura, que sólo reflejaba en su informe la recepción de 2,4 millones de yenes (20.870 dólares).

Shinzo Abe dimitió el pasado 12 de septiembre tras menos de un año al frente del gobierno, después haber perdido el apoyo de gran parte de su partido y de la opinión pública.

La imagen del gabinete del ex primer ministro se vio dañada en repetidas ocasiones por la publicación de presuntos casos de corrupción de sus miembros.


Note o poder do método das partidas dobradas: o registro de um lado não corresponde ao registro de outro.

Ainda o Corinthians

R$ 1 milhão em notas frias
Duas empresas de contabilidade teriam recebido a quantia por serviços nunca prestados
Martín Fernandez
O Estado de São Paulo - 28/09/2007

O rombo deixado pela administração de Alberto Dualib nas contas do Corinthians é maior do que se pressupunha. Segundo o Estado apurou, duas empresas de contabilidade teriam recebido quase R$ 1 milhão por serviços nunca prestados. Há suspeitas sobre o destino de outros R$ 900 mil.

Uma delas é a NBL, alvo de investigação por parte do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco). No dia 4 de setembro, o Gaeco e a Polícia Civil apreenderam computadores e notas frias no valor de R$ 436 mil.

Outro inquérito policial mostra que a empresa Goodwill Consultoria Empresarial emitiu 39 notas fiscais, entre 2 de janeiro de 2003 e 13 de dezembro de 2005, no valor de R$ 15 mil cada uma. Total: R$ 535 mil.

De acordo com perícia fiscal e contábil a que o Estado teve acesso, não existem contratos entre o Corinthians e essas empresas. "Nem comprovantes da efetiva realização dos serviços cobrados em 2003, 2004 e 2005", mostra o documento. O desvio de dinheiro já ocorria antes da parceria com a MSI, que começou em novembro de 2004. A sangria dos cofres corintianos - pelo menos por meio de notas frias - foi estancada em 2005, quando as empresas pararam de receber.

Os principais beneficiados pelo esquema, segundo as investigações, eram o ex-presidente Alberto Dualib, o ex-vice presidente Nesi Curi e o ex-vice-presidente de finanças Carlos Roberto de Mello, apontado como sócio-proprietário da Goodwill.

Esta foi a primeira empresa a receber dinheiro do clube nesse esquema. A primeira nota fiscal data de 2 de janeiro de 2003. A última é de 13 de dezembro de 2005. Todas por supostos serviços de "assessoria e consultoria".

As investigações mostram que a NBL Consultoria começou a faturar em 22 de outubro de 2003. Até setembro de 2005, foram quatro notas mensais, em média, por "serviços de revisão contábil", de valores que variavam entre R$ 1,5 mil e R$ 9 mil.

Além das investigações do Ministério Público e da Polícia Civil, o Corinthians é motivo de ações na Justiça Federal, por conta da parceria com a MSI - que ainda não foi encerrada judicialmente.

O advogado José Luiz Toloza, que defende Dualib e Nesi Curi apenas na esfera federal (acusações de lavagem de dinheiro e formação de quadrilha), informou que os dois não dariam entrevistas. Ainda não foi definido quem os defenderá das acusações por conta das notas frias.

O ex-vice presidente de Finanças Carlos Roberto de Mello não foi localizado para falar sobre o assunto. Sua mulher informou apenas que "ele não está mais no Corinthians há anos" e que "só voltaria para casa muito tarde".

CONTRATO VERBAL

O proprietário da NBL, Juraci Benedito, não quis dar entrevistas. O advogado dele, Ubirajara Mangini Pereira, confirmou que não existe contrato entre o Corinthians e a empresa. Mas declarou que os serviços cobrados foram, sim, executados pela NBL. "Havia um contrato verbal. E as notas fiscais provam que o trabalho foi feito", alegou. "O serviço foi interrompido porque deu problema com o pessoal da MSI. Entraram outros dirigentes, trocou o comando." Pelo menos outras duas empresas são suspeitas de fazerem parte do mesmo esquema.