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26 janeiro 2007

Governança nas estatais

Notícia do Globo de 25/01:

O diretor do Departamento de Coordenação e Controle das Empresas Estatais do órgão, Eduardo Scaletsky, disse que o objetivo é modernizar as práticas de governança corporativa, adequando-se às recomendações da Organização para Coordenação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).

Outra meta é rever a representação da União nos conselhos de administração e fiscal das estatais. O governo quer maior alinhamento com as estratégias gerais.


Acho difícil rever a questão dos conselhos. Trata-se de uma remuneração indireta para ministros e outros gestores públicos. Além disso, o poder das estatais no Brasil é muito grande para que isso seja revisto.

Herz no Fasb

Robert Herz foi reconduzido para mais um mandato de 5 anos no Financial Accounting Standards Board, a partir de 1o. de julho. Seu grande mérito no primeiro mandato foi fazer o início da convergência (harmonização) das normas dos EUA com o IASB.

A quem interessa a globalização?

Notícia do jornal Cinco Dias, da Espanha, de 18/01/2007:

El negocio de auditoría de las cuatro grandes (Deloitte, PricewaterhouseCoopers, KPMG y Ernst & Young) en España continúa activo. Las adaptaciones a las normas contables internacionales siguen suponiendo un auténtico balón de oxígeno para las firmas de servicios profesionales, que mantienen importantes crecimientos en este área de negocio. (...) Para Deloitte, que sin embargo es la firma cuyo crecimiento en comparación con la facturación del ejercicio anterior es menor (el 6%), la buena marcha del negocio auditor tiene que ver con "el incremento de servicios relacionados con la adaptación a las normas de información financiera y con los servicios relacionados con el asesoramiento de control interno".


Além disso, o mercado é oligopólio:

Deloitte, Ernst & Young, PricewaterhouseCoopers y KPMG emitieron durante el ejercicio 2005 el 91,3% del total de informes de auditoría que se remitieron a la CNMV. Pero en el caso de las compañías que pertenecen al Ibex 35 el porcentaje se eleva hasta el 100%. Ahí las cuatro grandes copan el mercado y aunque en ciertos concursos alguna de las firmas que se encuentran por detrás en el ranking, como BDO, ha logrado meter la cabeza, no ha conseguido romper el monopolio que se reparten las cuatro grandes.

Contabilidade pública

A inscrição de valores em restos a pagar, a cada início de ano, é inevitável, por causa da defasagem de tempo entre a fase de empenho, que necessariamente antecede a contratação de obra ou serviço pelo setor público, e a fase de pagamento, que só pode ocorrer depois do serviço prestado ou da obra entregue. Principalmente no caso dos investimentos, porém, Francisco Lúcio avalia que tem havido uso exagerado desse instituto pelos poderes da União. Esse é um dos fatores que colaboram para fazer do Orçamento federal uma peça de ficção, muito diferente do fluxo efetivo de receitas e desembolsos, com base no qual é apurado o resultado fiscal do setor público e aferido o cumprimento das metas de superávit primário (conceito que exclui gastos com juros).


Fonte: Valor Econômico, 17/01/2007

Notícia da semana passada

Entre os balanços divulgados nesta jornada, aparecem o do Citigroup e o da General Electric (GE), que aproveitou para alertar que está revendo o lucro de 2001 a 2006 em US$ 343 milhões em conexão com uma investigação anterior da Securities Exchange Commission (SEC, a comissão de valores mobiliários dos Estados Unidos) sobre a contabilidade de derivativos da companhia


Valor 19/01/2007

A GE também informou que irá republicar os balanços de 2001 a 2005, bem como dos primeiros nove meses de 2006, para ajustá-los à contabilidade de swaps de juros.


Reuters 19/01/2007

Brasil ganha com a terceirização

Notícia do Wall Street Journal:

A terceirização parece que também está dando certo para o país mais populoso da América do Sul. Com uma onda de novos contratos de tecnologia da informação, o Brasil pode ser o grande vencedor latino-americano do boom mundial da terceirização. Ano passado a varejista americana de roupas Gap Inc. transferiu serviços de informática para o Brasil, como parte de um contrato de dez anos e US$ 1,1 bilhão com a International Business Machines Corp. A Whirlpool Corp. administra seus dados por aqui e algumas empresas americanas menores estão usando o Brasil para estrear no mundo da terceirização.

Com uma cultura e fuso horário mais parecidos com os dos Estados Unidos do que Pequim ou Bangalore, autônomos como Lazarski e multinacionais como a Accenture LTD. e a IBM estão apostando que o Brasil pode ser o grande centro da América Latina para contratos empresariais baratos, e um dos cinco melhores destinos do mundo.

As empresas brasileiras também estão tentando captar oportunidades de negócio nos EUA. Há dois anos, a Politec Ltda. iniciou um esforço para ressaltar as vantagens da proximidade, e assim conseguir contratos de empresas americanas. A Politec diz que até agora conseguiu vários trabalhos pequenos de US$ 1 milhão cada, mas espera que 2007 seja um ano bem melhor. (...)

A principal vantagem do Brasil é estar no máximo três horas à frente do horário de Nova York, dependendo da época do ano, enquanto na Índia a diferença pode chegar a 12 horas. Outro fator lembrado com freqüência são os "valores compartilhados", uma referência às diferenças culturais que vez ou outra atrapalharam projetos na Ásia. "Dizer 'sim' no Brasil geralmente significa 'sim'. Na Índia, pode significar 'não'", diz Peter Bendor-Samuel, diretor-presidente da Everest.

Ironicamente, o setor de tecnologia do Brasil ganhou um grande impulso do passado caótico do País. Durante os anos 80 e 90, a proibição de importar computadores incentivou a indústria nacional. E, para lidar com a inflação galopante, os grandes bancos tiveram de desenvolver sofisticados sistemas de computação. (...)

O Brasil também traz algumas dificuldades novas para o jogo da globalização. O hábito brasileiro de se cumprimentar com beijos e abraços mesmo no ambiente de trabalho não é comum em outros lugares. Um vídeo produzido pela IBM para visitantes americanos alerta que os brasileiros podem se atrasar para as reuniões. "Faça muito contato visual e não tente argumentar usando tabelas e dados", aconselha o vídeo.


Observe que o termo "lidar com a inflação galopante, os grandes bancos tiveram de desenvolver sofisticados sistemas de computação" pode ser lido como "correção monetária de balanço" também

Fiat recupera

"Enquanto a Ford mundial afunda na crise, a italiana Fiat, que há alguns anos esteve em situação de quase falência, confirma sua recuperação. O grupo obteve lucro líquido de 1,151 bilhão em 2006, contra 1,420 bilhão no ano anterior, montante que incluía itens extraordinários como o aporte recebido da GM com o fim da parceria na área de motores e compras.

No Brasil, o grupo, que inclui empresas como Iveco, CNH e Magneti Marelli, teve receitas líquidas de R$ 19 bilhões, 14,5% a mais que em 2005, também puxado pela divisão de automóveis. O resultado financeiro da filial será divulgado em fevereiro, mas o presidente da empresa, Cledorvino Belini, já avisou que será “azulzinho claro”. Em 2005, a montadora teve lucro de R$ 511 milhões no País.

(...) A Fiat italiana apontou 2006 como um marco do fim de uma luta de três anos para se recuperar de uma quase falência. A virada foi atribuída ao presidente-executivo, Sergio Marchionne. Ele conduziu parcerias que levaram a custos menores e fez o lançamento de novos modelos.


Fonte: Estado de S. Paulo, 26/01/2007

Ford tem prejuízo

O prejuízo da Ford de 2006 foi de 12,7 bilhões. Além disso, a Ford deve perder a segunda posição no mercado norte-americano. Mas na América do Sul a empresa teve lucro de 551 milhões de dólares.
"A maior parte do prejuízo global do ano passado veio do programa de reestruturação, que inclui o fechamento de 16 fábricas e a demissão de 44 mil trabalhadores nos EUA. Esses custos reduziram o resultado do ano em US$ 9,9 bilhões."

25 janeiro 2007

De mendigo a milionário

Já a Isto é tem uma reportagem sobre Chris Gardner, "o sem-teto que virou corretor da Bolsa, acumulou US$ 600 milhões e agora tem sua vida contada em livro e filme." (clique aqui)

Planos de Continuidade 2

Outra reportagem da mesma Isto É Dinheiro mostra como não fazer uma reportagem: usando uma única fonte. O título é A ameaça dos grandes riscos. Comenta sobre "Acidentes expõem atraso das empresas brasileiras no ramo de seguros corporativos que mais cresce no mundo". O tema é Planos de continuidade, que já comentamos anteriormente (clique aqui)

Situações que envolvem responsabilidade civil e danos ambientais, em que ficou patente o despreparo das companhias para enfrentar situações de crise – o que parece especialmente grave no caso da Rio Pomba, que fora responsabilizada por acidente semelhante um ano antes e nem assim criou planos de contingência. (...)Outra frente estará no setor bancário, que, por conta da Resolução 3380 do Conselho Monetário Nacional, exige que as instituições financeiras em operação no País apresentem, até dezembro próximo, seus planos de gestão de riscos.


O problema é que a reportagem só citou uma única fonte. Propaganda ou pressa?

Uma empresa chamada Ivete Sangalo

Da reportagem da Isto é Dinheiro:

[Ivete Sangalo] tem oito empresas que deverão faturar R$ 40 milhões até o fim de 2007. O seu grupo, o Caco de Telha, atua em quase todas as áreas do entretenimento. Tem uma gravadora de discos, produtora de DVDs, agência de marketing promocional, organiza shows para outros artistas, realiza eventos corporativos para grandes empresas, faz festas de formaturas e casamentos, vende ingressos e os chamados abadás de blocos carnavalescos e, em breve, terá uma casa de shows para 12 mil pessoas em Salvador. (...) Do total de toda a receita do grupo, os shows e contratos de Ivete representam 70% e os outros 30% são de eventos corporativos e do faturamento com artistas empresariados pela Caco de Telha, como Banda Eva, Luiz Caldas, Netinho e outros baianos.


A artista ganha R$400 mil por show. Eis um caso de ativo intangível.

Classificação de Doação

Comentamos sobre critérios e classificação (clique aqui). Agora a AIP (Instituto Norte-Americano de Filantropia) fez uma classificação, com notas, para as instituições que merecem receber doação, nas diferentes áreas. As notas, por sinal, obedecem aquelas que os alunos recebem na escola.

Ou seja, antes de fazer uma doação, é necessário considerar que o dinheiro gasto foi bem gasto. Isso inclui os eventuais benefícios fiscais. A Cruz Vermelha recebeu, por exemplo, a nota A+.

Para as notas, a AIP considerou o relatório anual, as demonstrações auditadas e documentos fiscais.

Para determinar as melhores instituições, a AIP usou os seguintes indicadores:

Percentagem Gasto em Filantropia = proporção de despesas totais gasto em programas filantrópicos. A AIP considera 60% ou mais como razoável. O restante deve ser gasto na atividade de obtenção de fundos e despesas administrativas. A AIP faz alguns ajustes nos números, como desconsiderar os custos de obtenção de recursos como despesas de filantropia.

Custo para obter $100 = reflete quanto foi gasto para obter $100 de fundos. Nos padrões da AIP, $35 ou menos é considerado razoável.

Anos de Ativo = número de anos que os ativos disponíveis podem continuar a operar no nível atual sem qualquer necessidade de obtenção de fundos. O padrão é 3 anos.

Alguns itens diminuem a nota. Por exemplo, instituição com um volume de ativos igual ou maior de 3 a 5 anos de despesas operacionais.

Clique aqui para ler mais

Cauda Longa existe?





O livro Cauda Longa, de Chris Anderson, comenta que no mundo atual o foco das informações estaria disperso. Os grandes sucessos seria exceção, sendo um mundo atual comandado pelas inúmeras fontes com um grande poder sobre um público específico. Isso já tinha sido comentado aqui anteriormente (clique aqui), em outubro de 2006

A figura acima mostra uma pesquisa realizada Ilya Grigorik com os dados do Netflix no período de 2000 a 2005. Parece que aqueles endereços mais populares estão ganhando terreno, o oposto do que foi previsto por Anderson. Ou será que não?

Corrupção


Uma notícia de dezembro, mas ainda atual:

No relatório anual do Banco Mundial sobre o Desenvolvimento (Annual Review of Development Effectiveness 2006: Getting Results) entre as conclusões um gráfico da p. 72 mostra que a corrupção percebida nos países onde o World Bank patrocinou reformas no setor público piorou. Conclusão do Global Development: O World Bank não sabe como ajudar os países.

Classificação 2


Com respeito a mania de classificação, saiu o novo ranking dos melhores lugares para fazer negócios. A figura mostra a posição do Brasil em relação a outros países (o traço da figura é a média). Clique aqui para ler

24 janeiro 2007

Classificação

Uma das manias modernas é criar classificações (rankings) para todas as coisas: a melhor empresa, o maior lucro, o melhor desempenho, a maior empresa etc. Isso espalhou para outras coisas como o melhor presidente, os melhores vídeos, as pessoas mais influentes.

Nesse endereço mesmo temos mostrados algumas dessas classificações. Recentemente foi postado as melhores mais influentes no setor de entreterimento.

Em vários dessas classificações não sabemos qual a metodologia escolhida e os cuidados existentes. Ou seja, existem rankings e rankings. Alguns são razoáveis em refletir o que se propõe. Outros são infelizes, em especial na metodologia.

Recentemente li numa revista Placar o ranking do futebol brasileiro. A proposta era refletir o desempenho dos clubes de futebol. Os problemas eram inúmeros que talvez fosse melhor a revista não ter feito tal sistema. Em primeiro lugar, o desempenho era de toda a história do clube. Isso significa dizer que clubes que ganharam títulos no passado, mas que não existem mais, ainda fazem parte do ranking da revista.

O segundo problema é que o ranking só considera os vencedores de cada torneio. Se uma determinada equipe consegue um vice-campeonato num torneio importante isso não conta nada para seu ranking. É um critério metodológico que distorce o desempenho.

Outro problema é considerar como igual peso torneios realizados em períodos diferentes com grau de dificuldade diferente. Um torneio que conta com a participação dos melhores times deveria valer mais do que um torneio com times ruins.

Finalmente, o ranking não mostra o desempenho atual da equipe. Talvez essa seja a informação mais relevante para as pessoas interessadas na informação.

Nesse sentido, o sistema de classificação do xadrez deveria ser considerado o exemplo melhor de ranking (ou rating, como é dito no xadrez). Cada jogador possui uma pontuação que indica o grau de qualidade atual do seu jogo. O melhor jogador do mundo hoje deve ter algo como 2700 a 2800 pontos de rating. Um grande mestre internacional algo como 2500 ou mais.

Quando dois jogadores se encontram para uma partida, o sistema de rating já antecipa o provável vencedor tendo por base seu rating. Se o jogador mais fraco ganha de um mais forte, seu rating irá aumentar; o rating do jogador mais forte irá diminuir.

Periodicamente o rating é atualizado para incluir os resultados recentes, sendo descartados os mais antigos. O sistema permite dizer quem é hoje o melhor jogador do mundo ou de um determinado país. Permite também dizer se um torneio que está sendo disputado entre diversos jogadores é forte ou não.

(CONTINUA)

CVRD

Notícia do Blog Seeking Alpha sobre a Companhia Vale do Rio Doce (RIO): aumento nos dividendos em 2007 em 27%.

A administração da Vale aprovou a proposta de pagamento de US$1.65 bilhão, pagos em reais e convertidos em dólares para investidores estrangeiros. De 2001 a 2006 o retorno do acionista da Vale foi de 42,7% ao ano.

Clique aqui para ler mais

Novas

Estou terminando minhas férias e espero normalizar as notícias nesse blog amanhã. Nesse final de ano e início de 2007 finalizei o material didático para o curso de Administração da Universidade Aberta do Brasil. É um livro de mais de 180 páginas com conteúdos de contabilidade e custos.

Para o início do ano tenho mais tarefas: (a) fazer a revisão final do livro Custos no Setor Público, que sou o organizador; (b) finalizar o livro de Teoria Contábil, onde sou co-autor; (c) trabalhos para o Congresso da Usp.

23 janeiro 2007

Cerébro enganado

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China e o IFRS

"O ministro das Finanças exigiu que 1200 empresas listadas nas bolsas de Shenzhen e Shangai adotassem, com importantes exceções, as normas do International Financial Reporting Standards (IFRS). Esses padrões podem soar como instrumentos de tortura de contabilidade, mas países de todo o mundo estão adotando-o. China tem dado as outras empresas a opção de usá-lo "voluntariamente" - uma palavra com muito significado. (...) Na China muitas empresas adotam muitos livros contábeis - um para o governo, outro para os livros contábeis da empresas, outro para estrangeiros e outro com o relato do que realmente acontece. (...) Teoricamente a contabilidade serve como uma força para a democracia. Dados esses benefícios, a decisão de adotar padrões contábeis não é igual, como diz um observador informado, a decisão de ter uma Olimpíadas. (...) Contabilidade, no entanto, faz parecer fácil as Olimpíadas. (...) padrões internacionais são construídos em fundações que a China não possui, como experiência em registro verdadeiro, profundo e claro para usar o valor "justo" (...)


Fonte: The Economist