24 agosto 2013
Poder da comunicação
Uma discussão interessante: quais as competências necessárias para ser um bom presidente de Banco Central (BCs e a arte de contar histórias, Gillian Tett, Valor Econômico - 23/08/2013)
(...) Na década passada, especialmente desde o início da crise, os bancos centrais foram cada vez mais obrigados a reconhecer que as economias também são moldadas por oscilações de humor. Por isso, os responsáveis por bancos centrais estão agora tentando detectar isso usando fontes não qualitativas. Holmes descreve, por exemplo, como os bancos centrais da Inglaterra, Canadá e Nova Zelândia reúnem "inteligência" (ou seja, relatos anedóticos) de "campo".
Ele escreve: "Assim como seus colegas no Banco da Inglaterra, Bollard, [ex-presidente do Banco da Nova Zelândia] ia a campo todo mês em viagens, visitando empresas. O presidente e sua equipe comunicavam a política do banco central durante essas visitas, mas também pediam que lhes fossem relatados "causos" anedóticos.
Além disso, em vez de apenas operar os controles, os banqueiros centrais também tentam controlar a direção da economia usando palavras, não apenas para influenciar preços e expectativas sobre os juros, mas para moldar o ânimo dos agentes econômicos. Assim, os textos secos aparentemente ritualísticos emitidos a cada mês - e complementados por sóbrios discursos -, não apenas descrevem a política, também a criam. A arma são as palavras. (...)
(...) Na década passada, especialmente desde o início da crise, os bancos centrais foram cada vez mais obrigados a reconhecer que as economias também são moldadas por oscilações de humor. Por isso, os responsáveis por bancos centrais estão agora tentando detectar isso usando fontes não qualitativas. Holmes descreve, por exemplo, como os bancos centrais da Inglaterra, Canadá e Nova Zelândia reúnem "inteligência" (ou seja, relatos anedóticos) de "campo".
Ele escreve: "Assim como seus colegas no Banco da Inglaterra, Bollard, [ex-presidente do Banco da Nova Zelândia] ia a campo todo mês em viagens, visitando empresas. O presidente e sua equipe comunicavam a política do banco central durante essas visitas, mas também pediam que lhes fossem relatados "causos" anedóticos.
Além disso, em vez de apenas operar os controles, os banqueiros centrais também tentam controlar a direção da economia usando palavras, não apenas para influenciar preços e expectativas sobre os juros, mas para moldar o ânimo dos agentes econômicos. Assim, os textos secos aparentemente ritualísticos emitidos a cada mês - e complementados por sóbrios discursos -, não apenas descrevem a política, também a criam. A arma são as palavras. (...)
23 agosto 2013
Sorteio de brindes
Queridos leitores,
este tem sido um ano especial. Chegamos a um milhão de visitas e logo a um milhão e meio aqui na página. Além disso, as mídias sociais também tem nos deixado orgulhosos. Comemoramos o reconhecimento de mais de 2.000 fãs na página do Facebook. Estreamos no Instagram (IG) e temos participado de uma forma mais próxima de quem por lá nos acompanha. No IG comemoramos formaturas, novos calouros, sucesso no exame do Conselho Federal de Contabilidade. No Twitter compartilhamos, além do que é publicado no blog, algumas imagens adicionais e textos que consideramos interessantes. Há por lá personalidades muito atraentes! Mas deixemos esse papo para outro dia... ou outra postagem...
Na expectativa de demonstrar que a recíproca é verdadeira - temos muito carinho por vocês - hoje iniciaremos o primeiro sorteio no blog. Ficamos em dúvida quanto à data... Optamos por iniciar no dia 21. Tanto porque 21+21=42 que é a resposta para tudo no universo, como porque é o número do Black Jack, um ótimo jogo para quem sabe contar cartas. Ou seria pelo cumprimento de uma promessa por um dos autores? Quem sabe não seriam as bodas de alguém especial? Ainda: hoje é ainda o aniversário da morte de Raul Seixas, agora faltam 132 dias para o ano acabar. Já se passaram 233. O que motivou essa súbita mudança em meados de agosto? Bem... só saberemos quando a biografia do grupo sair. Quem sabe com o tempo não entraremos para a história, alguém se interessará em contar os bastidores de tudo isso e vocês perceberão como é divertido e diferente de tudo.
Enfim! Vou parar com o lero lero e entrar na parte boa: brindes! \o/ \o/
Hoje sortearemos duas mochilas contendo o Cd com os anais do congresso USP e um livro da Editora Atlas sobre governança (cada mochila contém um livro diferente).
Por aleatoriedade:
- o 1o ganhador ficara com a mochila, Cd e o livro Governança Corporativa na Prática;
- o 2o sorteado receberá a mochila, Cd e o livro Conselho Fiscal.
As regras são simples. Preencham seu nome e sobrenome assim como seu e-mail, que não será divulgado, (até sábado, dia 24) no formulário fixado NO RODAPÉ DA PÁGINA. No domingo divulgaremos o resultado e entraremos em contato com os ganhadores, que têm até três dias para dar retorno ao nosso e-mail (caso contrário sortearemos outro participante). Fiquem atentos, ok?
Entradas sem o nome e sobrenome correto, assim como o e-mail, serão desqualificados.
E o Blog está com a corda toda hoje! Na verdade já temos a honra de nomear um felizardo, o nosso Top Facebook Fan:
O Rafael será presenteado com o livro Contabilidade Pública, também da Editora Atlas.
Obrigada pela companhia, continuem lendo, interagindo e nos deixando mais próximos à vocês!
Lembre-se: vá até o fim da página para acessar o box do ContestMachine e preencher o seu nome e e-mail.
Boa sorte a todos!
Equipe do Blog Contabilidade Financeira
este tem sido um ano especial. Chegamos a um milhão de visitas e logo a um milhão e meio aqui na página. Além disso, as mídias sociais também tem nos deixado orgulhosos. Comemoramos o reconhecimento de mais de 2.000 fãs na página do Facebook. Estreamos no Instagram (IG) e temos participado de uma forma mais próxima de quem por lá nos acompanha. No IG comemoramos formaturas, novos calouros, sucesso no exame do Conselho Federal de Contabilidade. No Twitter compartilhamos, além do que é publicado no blog, algumas imagens adicionais e textos que consideramos interessantes. Há por lá personalidades muito atraentes! Mas deixemos esse papo para outro dia... ou outra postagem...
Na expectativa de demonstrar que a recíproca é verdadeira - temos muito carinho por vocês - hoje iniciaremos o primeiro sorteio no blog. Ficamos em dúvida quanto à data... Optamos por iniciar no dia 21. Tanto porque 21+21=42 que é a resposta para tudo no universo, como porque é o número do Black Jack, um ótimo jogo para quem sabe contar cartas. Ou seria pelo cumprimento de uma promessa por um dos autores? Quem sabe não seriam as bodas de alguém especial? Ainda: hoje é ainda o aniversário da morte de Raul Seixas, agora faltam 132 dias para o ano acabar. Já se passaram 233. O que motivou essa súbita mudança em meados de agosto? Bem... só saberemos quando a biografia do grupo sair. Quem sabe com o tempo não entraremos para a história, alguém se interessará em contar os bastidores de tudo isso e vocês perceberão como é divertido e diferente de tudo.
Enfim! Vou parar com o lero lero e entrar na parte boa: brindes! \o/ \o/
Hoje sortearemos duas mochilas contendo o Cd com os anais do congresso USP e um livro da Editora Atlas sobre governança (cada mochila contém um livro diferente).
Por aleatoriedade:
- o 1o ganhador ficara com a mochila, Cd e o livro Governança Corporativa na Prática;
- o 2o sorteado receberá a mochila, Cd e o livro Conselho Fiscal.
As regras são simples. Preencham seu nome e sobrenome assim como seu e-mail, que não será divulgado, (até sábado, dia 24) no formulário fixado NO RODAPÉ DA PÁGINA. No domingo divulgaremos o resultado e entraremos em contato com os ganhadores, que têm até três dias para dar retorno ao nosso e-mail (caso contrário sortearemos outro participante). Fiquem atentos, ok?
Entradas sem o nome e sobrenome correto, assim como o e-mail, serão desqualificados.
E o Blog está com a corda toda hoje! Na verdade já temos a honra de nomear um felizardo, o nosso Top Facebook Fan:
O Rafael será presenteado com o livro Contabilidade Pública, também da Editora Atlas.
Obrigada pela companhia, continuem lendo, interagindo e nos deixando mais próximos à vocês!
Lembre-se: vá até o fim da página para acessar o box do ContestMachine e preencher o seu nome e e-mail.
Boa sorte a todos!
Equipe do Blog Contabilidade Financeira
Postagens históricas
Há várias semanas estamos publicando, nas segundas, postagens sobre a história do Brasil. A reação de leitores (o Alexandre Alcantara é um dos mais entusiasmados) e o prazer de descobrir novidades sobre o nosso passado torna as postagens marcantes para este blogueiro.
A base das informações é a Biblioteca Nacional e seu acervo digital. Minha pesquisa concentra-se nos jornais, mas já cheguei a usar o acervo da Biblioteca de Portugal para livros e o arquivo digital do Estado de S. Paulo.
Inicialmente selecionava aleatoriamente uma data e lia com atenção o jornal. Mas resolvi fazer uma pesquisa mais extensa e passei a usar a ferramenta de busca da Biblioteca. O problema é que na medida em que a pesquisa avança no tempo o número de jornais (e exemplares) disponíveis cresce substancialmente. E a seleção cada vez mais trabalhosa.
A pesquisa começa com a digitação de uma palavra, como “contabilidade” ou “guarda-livros”, e a escolha de um período. A parte mais difícil é a leitura dos resultados e tentar encontrar algo em comum entre as notícias. Na semana passada estava pesquisando a década de 1920 e surgiram vários assuntos. Somente o Congresso de Contabilidade foi suficiente para escrever uma boa postagem. E sobrou material que irei usar na próxima semana.
Muitas vezes descubro aspectos extremamente curiosos. Um pequeno exemplo: na década de 1920 criou-se o curso superior de contabilidade no Brasil. Os professores eram alguns dos nomes conhecidos da contabilidade da época. Os primeiros alunos tiveram este privilegio. Mas um detalhe importante: os professores eram “guarda-livros”, ou seja, não tinham curso superior. Para resolver este problema, o Instituto Brasileiro de Contabilidade decidiu considerar estes professores como “contadores”. E um dos primeiros contemplados foi o seu presidente. Curioso, não?
A base das informações é a Biblioteca Nacional e seu acervo digital. Minha pesquisa concentra-se nos jornais, mas já cheguei a usar o acervo da Biblioteca de Portugal para livros e o arquivo digital do Estado de S. Paulo.
Inicialmente selecionava aleatoriamente uma data e lia com atenção o jornal. Mas resolvi fazer uma pesquisa mais extensa e passei a usar a ferramenta de busca da Biblioteca. O problema é que na medida em que a pesquisa avança no tempo o número de jornais (e exemplares) disponíveis cresce substancialmente. E a seleção cada vez mais trabalhosa.
A pesquisa começa com a digitação de uma palavra, como “contabilidade” ou “guarda-livros”, e a escolha de um período. A parte mais difícil é a leitura dos resultados e tentar encontrar algo em comum entre as notícias. Na semana passada estava pesquisando a década de 1920 e surgiram vários assuntos. Somente o Congresso de Contabilidade foi suficiente para escrever uma boa postagem. E sobrou material que irei usar na próxima semana.
Muitas vezes descubro aspectos extremamente curiosos. Um pequeno exemplo: na década de 1920 criou-se o curso superior de contabilidade no Brasil. Os professores eram alguns dos nomes conhecidos da contabilidade da época. Os primeiros alunos tiveram este privilegio. Mas um detalhe importante: os professores eram “guarda-livros”, ou seja, não tinham curso superior. Para resolver este problema, o Instituto Brasileiro de Contabilidade decidiu considerar estes professores como “contadores”. E um dos primeiros contemplados foi o seu presidente. Curioso, não?
Relevância e decisão do usuário
Dentro da estrutura conceitual, a questão da relevância é tão crucial que foi considerada uma das características fundamentais da informação contábil. Uma informação é relevante quando influencia as decisões do usuário.
O Accounting Onion lembra que o IAsb está numa campanha para reduzir a quantidade de informação disponibilizada. Segundo o presidente do Iasb, “menos é mais”. Ou seja, um menor número de informação pode representar maior qualidade. O Accounting Onion destaca o fato de que isto pode ter consequências judiciais.
Mas existe outro aspecto importante sobre este assunto. Como a relevância está relacionada com a influencia das decisões do usuário, talvez um dos dilemas das pessoas envolvidas na produção da informação é sabem o que “influencia as decisões do usuário”. Para começar, o usuário não é um individuo, mas um conjunto de interessados, com características distintas. Como saber o que influencia sua decisão?
A procura por reduzir o tamanho das demonstrações contábeis lida então com este dilema. Como resolvê-lo?
Leia Mais
The IASB’s Quixotic Attack on Disclosure “Boilerplate”
O Accounting Onion lembra que o IAsb está numa campanha para reduzir a quantidade de informação disponibilizada. Segundo o presidente do Iasb, “menos é mais”. Ou seja, um menor número de informação pode representar maior qualidade. O Accounting Onion destaca o fato de que isto pode ter consequências judiciais.
Mas existe outro aspecto importante sobre este assunto. Como a relevância está relacionada com a influencia das decisões do usuário, talvez um dos dilemas das pessoas envolvidas na produção da informação é sabem o que “influencia as decisões do usuário”. Para começar, o usuário não é um individuo, mas um conjunto de interessados, com características distintas. Como saber o que influencia sua decisão?
A procura por reduzir o tamanho das demonstrações contábeis lida então com este dilema. Como resolvê-lo?
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The IASB’s Quixotic Attack on Disclosure “Boilerplate”
Os contadores vão salvar o mundo
A Teoria Econômica Clássica é brilhante. A ideia básica, formulada pelo filósofo escocês Adam Smith em 1776, é que o mercado é a melhor maneira de determinar o valor das coisas. Ponha algo para vender, espere até alguém aparecer querendo comprar e pronto: logo um preço surgirá. Se a oferta aumentar, o preço cai, se a demanda subir, o preço sobe. Simples, prático e genial. Mas, infelizmente, essa teoria contém um pequeno erro. Pequeno, mas, se ele não for corrigido, o mundo acaba.
O erro de Adam Smith é que ele se esqueceu de pensar que certas coisas não têm preço. Isso porque algumas coisas têm mercados que movimentam dinheiro e outras não. Imagine uma árvore milenar, crescendo sem dono no meio da Floresta Amazônica. Não há mercado nenhum em funcionamento aí – dinheiro nenhum muda de mãos enquanto a árvore cresce e os séculos passam. Mas, se formos até a floresta com uma serra, fatiarmos a coitada em tábuas e colocarmos as ditas cujas para vender a R$ 5 o metro linear, vai surgir um mercado. Alguém aparecerá querendo comprar e aí é uma beleza: a economia se move, dinheiro circula, o PIB aumenta, o Brasil cresce. Derrubar árvores aumenta o PIB, plantar árvores não.
A árvore crescendo majestosa no meio da floresta não tem preço, mas isso não quer dizer que ela não tenha valor. Ela tem – por exemplo, para os milhões de seres que habitam sua copa e curtem sua sombra. Ou para as pessoas do futuro que sofrerão de doenças cuja cura está nos genes de um desses seres. Ela tem valor para todos os habitantes da América do Sul, já que as árvores amazônicas propulsionam uma “bomba biótica” – soltam umidade na atmosfera e os ventos oceânicos empurram essa umidade para o continente todo, garantindo as chuvas e, portanto, a fertilidade, do cerrado aos pampas.
Não é um valor teórico – é concreto, real. Se não houvesse a árvore, um monte de gente ia ficar mais pobre. Mas esse valor é difícil de calcular e, portanto, os mercados não o enxergam. É como se árvore fosse grátis. Se a árvore é grátis e a tábua custa R$ 5 o metro, segundo as leis de Adam Smith, cria-se um incentivo para todo mundo derrubar árvores e vender tábua a rodo (e rodo também). Até que, naturalmente, as árvores acabam. Isso é um erro porque, ao final do processo, todos ficamos mais pobres.
O nome desse erro da economia é “externalidade”, que é aquilo que não está computado na formação de um preço. O maior problema do mundo hoje é que a economia está repleta de externalidades. Segundo o economista indiano Pavan Sukhdev, da Universidade Yale, mais de 50% dos ganhos das empresas na realidade são externalidades. Ou seja: a maior parte da economia mundial não são lucros – são roubos. É alguém impondo um custo a outro para fazer dinheiro para si próprio.
Por exemplo, dizem que a maneira mais barata de produzir energia é queimando carvão e usando o calor gerado. O que a economia não calcula é que a produção dessa energia gera um custo para o mundo maior do que seu próprio valor. Segundo Pavan, para cada R$ 1 de energia que é produzida com queima de carvão, impõe-se um custo de até R$ 3,50 para a economia. Ou seja, se fizermos a conta direitinho, descobrimos que as usinas termelétricas não produzem energia: elas queimam dinheiro.
O economista dos transportes Charles Komanoff tem um outro exemplo. Segundo ele, a cada vez que uma pessoa anda de carro em Nova York, os outros habitantes da cidade perdem 3 horas e 15 minutos de suas vidas, no trânsito. Cada novo carro na rua aumenta um tiquinho o congestionamento, fazendo com que cada um dos outros carros percam alguns segundos. O que Komanoff fez foi somar todos esses segundos. Descobriu que, quando um motorista tenta economizar 5 minutos, a cidade perde mais de 3 horas. Não é à tôa que hoje a velocidade média de um carro no trânsito em uma grande cidade é menor do que no tempo das carroças movidas a boi.
E como eliminar as externalidades para corrigir a escorregada de Adam Smith? O único jeito é incluir no preço das coisas todos os custos e esperar que o mercado cuide do resto. Se o carrão que gera trânsito custar mais, cria-se um incentivo para que se escolha veículos menores. Se a tábua incluir no seu preço a sombra perdida e os bichos desalojados, vai ficar mais barato comprar madeira reflorestada.
Vários países estão criando taxas para matar externalidades. Claro que a última coisa que o Brasil precisa é de mais impostos. Mas, e se todos os impostos atuais fossem eliminados e criássemos todo um novo código tributário, do zero, com um único critério: eliminar externalidades?
O primeiro passo é fazer contas: calcular na ponta do lápis o preço exato de tudo que a economia esqueceu. Claro que não vai ser fácil chegar a um acordo sobre o preço justo de coisas como sombra, silêncio e vida humana, e é por isso que precisaremos de gente boa de números. Pavan Suhhdev costuma dizer que são os contadores que vão salvar o mundo.
Aí bastará incluir no preço das coisas os custos escondidos que elas têm. Muita gente vai chiar. Hábitos que costumamos ver como baratos – comer carne, queimar gasolina, misturar cimento – vão ficar bem mais caros. Mas aí é questão de tempo até uma nova geração de empreendedores inventar opções alternativas – veículos que não poluem, comidas que fazem bem, produtos que não destroem – por preços razoáveis. E aí o mercado funcionará, do jeito que Adam Smith descreveu.
O erro de Adam Smith é que ele se esqueceu de pensar que certas coisas não têm preço. Isso porque algumas coisas têm mercados que movimentam dinheiro e outras não. Imagine uma árvore milenar, crescendo sem dono no meio da Floresta Amazônica. Não há mercado nenhum em funcionamento aí – dinheiro nenhum muda de mãos enquanto a árvore cresce e os séculos passam. Mas, se formos até a floresta com uma serra, fatiarmos a coitada em tábuas e colocarmos as ditas cujas para vender a R$ 5 o metro linear, vai surgir um mercado. Alguém aparecerá querendo comprar e aí é uma beleza: a economia se move, dinheiro circula, o PIB aumenta, o Brasil cresce. Derrubar árvores aumenta o PIB, plantar árvores não.
A árvore crescendo majestosa no meio da floresta não tem preço, mas isso não quer dizer que ela não tenha valor. Ela tem – por exemplo, para os milhões de seres que habitam sua copa e curtem sua sombra. Ou para as pessoas do futuro que sofrerão de doenças cuja cura está nos genes de um desses seres. Ela tem valor para todos os habitantes da América do Sul, já que as árvores amazônicas propulsionam uma “bomba biótica” – soltam umidade na atmosfera e os ventos oceânicos empurram essa umidade para o continente todo, garantindo as chuvas e, portanto, a fertilidade, do cerrado aos pampas.
Não é um valor teórico – é concreto, real. Se não houvesse a árvore, um monte de gente ia ficar mais pobre. Mas esse valor é difícil de calcular e, portanto, os mercados não o enxergam. É como se árvore fosse grátis. Se a árvore é grátis e a tábua custa R$ 5 o metro, segundo as leis de Adam Smith, cria-se um incentivo para todo mundo derrubar árvores e vender tábua a rodo (e rodo também). Até que, naturalmente, as árvores acabam. Isso é um erro porque, ao final do processo, todos ficamos mais pobres.
O nome desse erro da economia é “externalidade”, que é aquilo que não está computado na formação de um preço. O maior problema do mundo hoje é que a economia está repleta de externalidades. Segundo o economista indiano Pavan Sukhdev, da Universidade Yale, mais de 50% dos ganhos das empresas na realidade são externalidades. Ou seja: a maior parte da economia mundial não são lucros – são roubos. É alguém impondo um custo a outro para fazer dinheiro para si próprio.
Por exemplo, dizem que a maneira mais barata de produzir energia é queimando carvão e usando o calor gerado. O que a economia não calcula é que a produção dessa energia gera um custo para o mundo maior do que seu próprio valor. Segundo Pavan, para cada R$ 1 de energia que é produzida com queima de carvão, impõe-se um custo de até R$ 3,50 para a economia. Ou seja, se fizermos a conta direitinho, descobrimos que as usinas termelétricas não produzem energia: elas queimam dinheiro.
O economista dos transportes Charles Komanoff tem um outro exemplo. Segundo ele, a cada vez que uma pessoa anda de carro em Nova York, os outros habitantes da cidade perdem 3 horas e 15 minutos de suas vidas, no trânsito. Cada novo carro na rua aumenta um tiquinho o congestionamento, fazendo com que cada um dos outros carros percam alguns segundos. O que Komanoff fez foi somar todos esses segundos. Descobriu que, quando um motorista tenta economizar 5 minutos, a cidade perde mais de 3 horas. Não é à tôa que hoje a velocidade média de um carro no trânsito em uma grande cidade é menor do que no tempo das carroças movidas a boi.
E como eliminar as externalidades para corrigir a escorregada de Adam Smith? O único jeito é incluir no preço das coisas todos os custos e esperar que o mercado cuide do resto. Se o carrão que gera trânsito custar mais, cria-se um incentivo para que se escolha veículos menores. Se a tábua incluir no seu preço a sombra perdida e os bichos desalojados, vai ficar mais barato comprar madeira reflorestada.
Vários países estão criando taxas para matar externalidades. Claro que a última coisa que o Brasil precisa é de mais impostos. Mas, e se todos os impostos atuais fossem eliminados e criássemos todo um novo código tributário, do zero, com um único critério: eliminar externalidades?
O primeiro passo é fazer contas: calcular na ponta do lápis o preço exato de tudo que a economia esqueceu. Claro que não vai ser fácil chegar a um acordo sobre o preço justo de coisas como sombra, silêncio e vida humana, e é por isso que precisaremos de gente boa de números. Pavan Suhhdev costuma dizer que são os contadores que vão salvar o mundo.
Aí bastará incluir no preço das coisas os custos escondidos que elas têm. Muita gente vai chiar. Hábitos que costumamos ver como baratos – comer carne, queimar gasolina, misturar cimento – vão ficar bem mais caros. Mas aí é questão de tempo até uma nova geração de empreendedores inventar opções alternativas – veículos que não poluem, comidas que fazem bem, produtos que não destroem – por preços razoáveis. E aí o mercado funcionará, do jeito que Adam Smith descreveu.
Por Denis Russo Burgierman
Ilustração: Maurício Planel
Este texto foi publicado originalmente na Edição Dourada da SUPER – 111 Ideias Que Valem Ouro. Esta aqui é uma das ideias – as outras 110 estarão nas bancas na sexta-feira.
Ilustração: Maurício Planel
Este texto foi publicado originalmente na Edição Dourada da SUPER – 111 Ideias Que Valem Ouro. Esta aqui é uma das ideias – as outras 110 estarão nas bancas na sexta-feira.
Atraso da Petrobras
Sabe-se que a situação financeira da Petrobras não é boa. Agora uma denúncia que a empresa está atrasando o pagamento de uma prestadora de serviço, que entrou na justiça para garantir a pontualidade do fluxo de caixa (Petrobras é acusada de enriquecimento ilícito. André Borges; Valor Econômico - 22/08/2013). Como a Petrobras é o lado forte na cadeia produtiva, outras empresas prejudicadas - que estão sofrendo atraso na entrada de caixa - talvez não tenham reclamado com receio de perder contratos futuros. O valor devido a Multitek, a empresa que reclamou na justição, é expressivo: 245 milhões de reais. Ao final do texto:
Desde o ano passado, a Petrobras tem sido criticada por atrasos em pagamentos a fornecedores. Em recente audiência realizada na Câmara dos Deputados, a presidente da Petrobras, Graça Foster, negou que a companhia tenha atrasado o pagamento a fornecedores e voltou a dizer que a estatal dispõe de US$ 20 bilhões em caixa para que todos os compromissos sejam honrados.
O fato de dispor de 20 bilhões de dólares não garante que a empresa esteja sendo pontual no pagamento. Além disto, em razão do porte da empresa, este valor não é suficiente para "que todos os compromissos sejam honrados".
Desde o ano passado, a Petrobras tem sido criticada por atrasos em pagamentos a fornecedores. Em recente audiência realizada na Câmara dos Deputados, a presidente da Petrobras, Graça Foster, negou que a companhia tenha atrasado o pagamento a fornecedores e voltou a dizer que a estatal dispõe de US$ 20 bilhões em caixa para que todos os compromissos sejam honrados.
O fato de dispor de 20 bilhões de dólares não garante que a empresa esteja sendo pontual no pagamento. Além disto, em razão do porte da empresa, este valor não é suficiente para "que todos os compromissos sejam honrados".
Julgamento em tempo de crise
Do jornal Valor Econômico, um texto sobre a crise e as normas contábeis (Turbulência testa normas contábeis - Natalia Viri - 22/08/2013):
A volatilidade que tomou conta do mercado brasileiro neste ano deve servir como um teste para o sucesso da adoção das normas internacionais de contabilidade (IFRS) no país, afirmaram especialistas presentes em encontro sobre contabilidade e controladoria realizado ontem pela firma de produtos para gestão contábil SCA Systema em São Paulo.
Além dos problemas do mercado, o aumento do risco Brasil, da taxa de juros básica e do crescimento lento da economia também devem refletir neste aspecto. É importante constatar que as IFRS em situações de crise já foram testadas na Europa, com resultados controversos.
Empresas e auditores devem redobrar o cuidado com a preparação e a revisão das demonstrações financeiras deste ano em meio ao sobe-e-desce de indicadores e as incertezas que rondam a economia. Esse é o primeiro ano de nervosismo exacerbado do mercado sob a vigência do IFRS no país. O padrão internacional passou a vigorar no Brasil em 2008, mas sua adoção só se tornou obrigatória para os balanços referentes a 2010.
"As empresas terão de ter muito cuidado para estabelecer os parâmetros para julgar itens como o valor justo de seus ativos e passivos e realizar eventuais baixas contábeis. Há uma resistência em realizar essas baixas em tempos de resultados menores", afirmou Bruce Mescher, sócio de auditoria da Deloitte.
Um aspecto que pode ajudar a reduzir o número de amortizações é a não adoção da reavaliação dos ativos.
Nesse contexto, os auditores ressaltam a importância de práticas de julgamento contábeis bem estabelecidas dentro das companhias para que se possa tomar decisões referentes à avaliação de seus ativos e passivos, bem como da situação patrimonial.
Aqui temos talvez o grande problema das IFRS: a dependência de julgamento do gestor. A questão relevante é como um auditor poderá confrontar - e argumentar - numa situação como esta?
"É preciso estabelecer a que instâncias cabem decisões como avaliação das taxas de desconto utilizadas nos modelos. Os preparadores de balanços têm de se perguntar se há um processo estabelecido para isso e se há controle sobre ele", ressaltou Paul Sutcliffe, sócio da Ernst & Young (EY).
Para ele, muitas empresas ainda fazem esse tipo de avaliação "no olho" e trabalham com contas de chegar, ajustando os modelos para obter o resultado final desejado, sem estabelecer os parâmetros prévios de avaliação que dariam mais fidelidade ao registro contábil.
Não é somente a questão da taxa de desconto. O valor do fluxo também influencia. A observação que a avaliação é baseada "no olho" parece bastante pertinente.
Segundo Amaro Gomes, membro do conselho internacional de normas contábeis (Iasb, na sigla em inglês), a padronização dos julgamentos contábeis dentro das companhias exige uma maior integração entre as áreas de controladoria e as divisões mais operacionais. "O IFRS foi desenhado para proteger e ampliar a gama de informações financeiras aos investidores e não mirando o gerenciamento das empresas. Mas o aprimoramento de gestão é uma consequência imprescindível", disse o executivo.
Achei muito estranho o trecho "padronização de julgamentos contábeis". Julgamento poderá ter padronização?
A volatilidade que tomou conta do mercado brasileiro neste ano deve servir como um teste para o sucesso da adoção das normas internacionais de contabilidade (IFRS) no país, afirmaram especialistas presentes em encontro sobre contabilidade e controladoria realizado ontem pela firma de produtos para gestão contábil SCA Systema em São Paulo.
Além dos problemas do mercado, o aumento do risco Brasil, da taxa de juros básica e do crescimento lento da economia também devem refletir neste aspecto. É importante constatar que as IFRS em situações de crise já foram testadas na Europa, com resultados controversos.
Empresas e auditores devem redobrar o cuidado com a preparação e a revisão das demonstrações financeiras deste ano em meio ao sobe-e-desce de indicadores e as incertezas que rondam a economia. Esse é o primeiro ano de nervosismo exacerbado do mercado sob a vigência do IFRS no país. O padrão internacional passou a vigorar no Brasil em 2008, mas sua adoção só se tornou obrigatória para os balanços referentes a 2010.
"As empresas terão de ter muito cuidado para estabelecer os parâmetros para julgar itens como o valor justo de seus ativos e passivos e realizar eventuais baixas contábeis. Há uma resistência em realizar essas baixas em tempos de resultados menores", afirmou Bruce Mescher, sócio de auditoria da Deloitte.
Um aspecto que pode ajudar a reduzir o número de amortizações é a não adoção da reavaliação dos ativos.
Nesse contexto, os auditores ressaltam a importância de práticas de julgamento contábeis bem estabelecidas dentro das companhias para que se possa tomar decisões referentes à avaliação de seus ativos e passivos, bem como da situação patrimonial.
Aqui temos talvez o grande problema das IFRS: a dependência de julgamento do gestor. A questão relevante é como um auditor poderá confrontar - e argumentar - numa situação como esta?
"É preciso estabelecer a que instâncias cabem decisões como avaliação das taxas de desconto utilizadas nos modelos. Os preparadores de balanços têm de se perguntar se há um processo estabelecido para isso e se há controle sobre ele", ressaltou Paul Sutcliffe, sócio da Ernst & Young (EY).
Para ele, muitas empresas ainda fazem esse tipo de avaliação "no olho" e trabalham com contas de chegar, ajustando os modelos para obter o resultado final desejado, sem estabelecer os parâmetros prévios de avaliação que dariam mais fidelidade ao registro contábil.
Não é somente a questão da taxa de desconto. O valor do fluxo também influencia. A observação que a avaliação é baseada "no olho" parece bastante pertinente.
Segundo Amaro Gomes, membro do conselho internacional de normas contábeis (Iasb, na sigla em inglês), a padronização dos julgamentos contábeis dentro das companhias exige uma maior integração entre as áreas de controladoria e as divisões mais operacionais. "O IFRS foi desenhado para proteger e ampliar a gama de informações financeiras aos investidores e não mirando o gerenciamento das empresas. Mas o aprimoramento de gestão é uma consequência imprescindível", disse o executivo.
Achei muito estranho o trecho "padronização de julgamentos contábeis". Julgamento poderá ter padronização?
22 agosto 2013
Tributação
A Receita Federal editou solução de consulta interna para orientar os fiscais a cobrar Imposto de Renda (IR) e CSLL sobre lucros auferidos por coligadas e controladas no exterior, na data do balanço no qual tiverem sido apurados, mesmo que as empresas estejam localizadas em países com os quais o Brasil tenha tratado para evitar a bitributação.
De acordo com a justificativa da Solução de Consulta Interna nº 18, da Coordenação-Geral de Tributação (Cosit), a tributação - de 34% - não viola tratados internacionais porque incide sobre o contribuinte brasileiro. O Brasil, acrescenta a norma, não está tributando os lucros da sociedade no exterior, mas sim o que for auferido pelos sócios brasileiros. Além disso, "a legislação brasileira permite à empresa investidora no Brasil o direito de compensar o imposto pago no exterior, ficando, assim, eliminada a dupla tributação".
Em abril, o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu, em processo da Embraco, que deve incidir IR e CSLL sobre ganhos obtidos no exterior por controladas sediadas em paraísos fiscais. Porém, não definiu qual é a tributação das controladas fora dos países com a chamada "tributação favorecida" - que é a situação mais comum entre as empresas -, com os quais o Brasil tem tratados contra a bitributação. Com essa indefinição, os próprios fiscais ficaram sem saber o que fazer. Por isso, formularam a consulta.
Na esfera administrativa, essa questão também ainda não está definida. No Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf) há pelo menos uma decisão favorável e outra desfavorável. "Por isso, vale a pena para o contribuinte autuado discutir essa tributação primeiro na esfera administrativa", diz o advogado Diego Aubin Miguita, do Vaz, Barreto, Shingaki & Oioli Advogados.
Para o advogado Breno Ferreira Martins Vasconcelos, do escritório Mannrich, Senra e Vasconcelos Advogados, há chance de o Supremo julgar antes um processo da Volvo sobre o assunto. Em 1993, a companhia remeteu lucros à sócia na Suécia. Os resultados distribuídos no Brasil ficaram isentos. A Receita, porém, exigiu a tributação do que foi remetido ao exterior.
A Volvo entrou na Justiça alegando descumprimento do tratado e violação do princípio da isonomia. Mas o processo está parado porque o julgamento, com efeito de repercussão geral, foi suspenso por pedido de vista.
Para Vasconcelos, não cabe a tributação porque o lucro reconhecido no exterior, ainda que resulte em acréscimo patrimonial no balanço, nem sempre está disponível no Brasil. "Lá fora, a controlada ou coligada pode reinvestir esse valor sem que a empresa brasileira tenha acesso a ele", afirma o advogado. "E se reconhecermos que há dois lucros [o da controladora brasileira e o da controlada no exterior], é preciso aplicar o tratado contra a bitributação."
Receita autoriza fiscais a tributar lucro de controladas no exterior - Laura Ignacio - Valor Econômico - 21/08/2013
De acordo com a justificativa da Solução de Consulta Interna nº 18, da Coordenação-Geral de Tributação (Cosit), a tributação - de 34% - não viola tratados internacionais porque incide sobre o contribuinte brasileiro. O Brasil, acrescenta a norma, não está tributando os lucros da sociedade no exterior, mas sim o que for auferido pelos sócios brasileiros. Além disso, "a legislação brasileira permite à empresa investidora no Brasil o direito de compensar o imposto pago no exterior, ficando, assim, eliminada a dupla tributação".
Em abril, o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu, em processo da Embraco, que deve incidir IR e CSLL sobre ganhos obtidos no exterior por controladas sediadas em paraísos fiscais. Porém, não definiu qual é a tributação das controladas fora dos países com a chamada "tributação favorecida" - que é a situação mais comum entre as empresas -, com os quais o Brasil tem tratados contra a bitributação. Com essa indefinição, os próprios fiscais ficaram sem saber o que fazer. Por isso, formularam a consulta.
Na esfera administrativa, essa questão também ainda não está definida. No Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf) há pelo menos uma decisão favorável e outra desfavorável. "Por isso, vale a pena para o contribuinte autuado discutir essa tributação primeiro na esfera administrativa", diz o advogado Diego Aubin Miguita, do Vaz, Barreto, Shingaki & Oioli Advogados.
Para o advogado Breno Ferreira Martins Vasconcelos, do escritório Mannrich, Senra e Vasconcelos Advogados, há chance de o Supremo julgar antes um processo da Volvo sobre o assunto. Em 1993, a companhia remeteu lucros à sócia na Suécia. Os resultados distribuídos no Brasil ficaram isentos. A Receita, porém, exigiu a tributação do que foi remetido ao exterior.
A Volvo entrou na Justiça alegando descumprimento do tratado e violação do princípio da isonomia. Mas o processo está parado porque o julgamento, com efeito de repercussão geral, foi suspenso por pedido de vista.
Para Vasconcelos, não cabe a tributação porque o lucro reconhecido no exterior, ainda que resulte em acréscimo patrimonial no balanço, nem sempre está disponível no Brasil. "Lá fora, a controlada ou coligada pode reinvestir esse valor sem que a empresa brasileira tenha acesso a ele", afirma o advogado. "E se reconhecermos que há dois lucros [o da controladora brasileira e o da controlada no exterior], é preciso aplicar o tratado contra a bitributação."
Receita autoriza fiscais a tributar lucro de controladas no exterior - Laura Ignacio - Valor Econômico - 21/08/2013
Finanças Comportamentais e Tecnologia
A crise de 2008 será um divisor de águas, que deve deixar o mundo financeiro tal como era desenhado menos importante. Isso não significa, porém, que as finanças terão um papel menor nesta nova era que vem ganhando corpo. Ao unir elementos sociais e comportamentais com a tecnologia que permitirá analisar o "big data" - a montanha de dados disponível hoje no mundo virtual, que inclui e-mails, mensagens de celular, fotos, vídeos, cliques na internet, gravações de telefonemas, interações nas redes sociais e várias outras informações -, a ciência financeira poderá promover inovações e verdadeiras revoluções com a criação de ferramentas, modelos e algoritmos.
"Acho que a crise deverá marcar um ponto final para uma espécie de era de ouro das finanças e o início de uma nova era, que vai forçar as finanças a mudar". Essa é a visão de Harrison Hong [foto], um dos mais jovens e precoces estudiosos do assunto, ganhador do Fischer Black Prize em 2009 - prêmio concedido pela American Finance Association, da qual também é diretor, para a pessoa com menos de 40 anos que mais contribui para a teoria e prática das finanças. Aos 42, é PhD pelo Massachussets Institute of Technology (M.I.T), professor da Universidade de Princeton, e sócio-fundador de uma gestora brasileira, a Behavior Capital Management. No mês passado, esteve no Brasil para discutir com outros reconhecidos acadêmicos do mundo das finanças, como Luigi Zingales, o futuro da pesquisa nesse campo.
"Combinar dados, modelos, economia, matemática e criar uma nova ferramenta, isso é fascinante. A ciência vai ter um grande papel para nos ajudar a tornar os mercados mais inteligentes, o planeta mais limpo, as corporações mais responsáveis e as finanças pessoais melhores", afirma Hong. Um pequeno exemplo são as pesquisas nas quais ele vem trabalhando e que juntam dados com finanças comportamentais. Uma delas é sobre como eliminar os vieses presentes nos consensos de mercado. Outro projeto busca ver como as operações que um gestor faz podem revelar sobre a rede de conhecimentos de cada um. "Eu posso saber se um gestor de Boston tem amigos em Chicago ou não", exemplifica ele, revelando outro tema que acredita ser um grande tópico do futuro no mundo financeiro: as redes sociais. "Estamos só começando a ver como funcionam as coisas, é fascinante".
Outro tema relevante, avalia ele, será quantificar, por exemplo, o ganho que atitudes socialmente responsáveis trazem para as corporações. "Depois da crise, há muito questionamento, como se as pessoas dissessem: nós amamos o capitalismo, mas será que esse é o melhor que podemos ter? Como deveriam se organizar as corporações, qual a função delas? Há muito debate sobre a ética e a moralidade", diz ele, lembrando que isso já se tornou uma questão para o mundo da gestão empresarial e agora será também uma questão para o mundo financeiro.
Hong acredita que as novas ferramentas e modelos permitirão análises totalmente novas e que não podiam ser feitas usando os modelos antigos. Tudo isso, diz, será muito mais determinante que a regulação, por exemplo, para melhorar a economia, os mercados, a sociedade e, por que não, a maneira de investir. "Quem sabe qual será a nova invenção? Você pode ter algum cara que inventará uma ferramenta que pode ler suas emoções com uma câmera, então você pode acordar de manhã e ter seus sentimentos analisados e isso ajudará a prever e impedir uma eventual operação estranha que você poderia fazer naquele dia por causa disso. Quem sabe? Seria um grande produto e, um dia, alguns garotos vão inventar isso, vai acontecer", diz Hong.
O especialista lembra que ficou mais difícil para os "hedge funds", por exemplo, levantar dinheiro depois da crise, mas mesmo em meio ao turbilhão continuou havendo muito espaço para o empreendedorismo, a inovação e "startups". "Há muita confiança de que a inovação vai ajudar na reação [da economia e dos mercados nos EUA], não somente regulação. Essa é uma moeda muito poderosa para puxar a economia", diz ele, que acredita - e nisso está em companhia de grandes investidores, como Jim Rogers - que o setor financeiro (como era, pelo menos) vai ficar em baixa por um tempo.
Nesta nova era "behavioral tech" ou "behavioral social tech", Nova York não seria mais uma meca financeira, mas de tecnologia financeira. Para ele, aqueles que souberem analisar dados e lidar com ferramentas quantitativas terão sempre demanda, embora outras funções devam acabar sendo substituídas por robôs. Há quem pense que algoritmos e ferramentas quantitativas são "armas de destruição". Hong é mais esperançoso. "Eu acho que essas ferramentas vão começar a estudar as mensagens que os mercados estão falando e vão mudar as finanças", afirma Hong.
Na Behavior, gestora que fundou com o amigo Marco Bonomo, professor da FGV e PhD pela Universidade de Princeton, eles já põem em prática algumas das ideias de Hong. As estratégias de compra e venda de ativos combinam modelos quantitativos que detectam sinais a partir da literatura de finanças comportamentais. Mas por que o Brasil? "Havia muito interesse no país, é interessante aprender mais sobre a cultura e o mercado brasileiro."
A nova era 'comportamental tec' do mundo das finanças - Catherine Vieira - Valor Econômico - 21/08/2013
"Acho que a crise deverá marcar um ponto final para uma espécie de era de ouro das finanças e o início de uma nova era, que vai forçar as finanças a mudar". Essa é a visão de Harrison Hong [foto], um dos mais jovens e precoces estudiosos do assunto, ganhador do Fischer Black Prize em 2009 - prêmio concedido pela American Finance Association, da qual também é diretor, para a pessoa com menos de 40 anos que mais contribui para a teoria e prática das finanças. Aos 42, é PhD pelo Massachussets Institute of Technology (M.I.T), professor da Universidade de Princeton, e sócio-fundador de uma gestora brasileira, a Behavior Capital Management. No mês passado, esteve no Brasil para discutir com outros reconhecidos acadêmicos do mundo das finanças, como Luigi Zingales, o futuro da pesquisa nesse campo.
"Combinar dados, modelos, economia, matemática e criar uma nova ferramenta, isso é fascinante. A ciência vai ter um grande papel para nos ajudar a tornar os mercados mais inteligentes, o planeta mais limpo, as corporações mais responsáveis e as finanças pessoais melhores", afirma Hong. Um pequeno exemplo são as pesquisas nas quais ele vem trabalhando e que juntam dados com finanças comportamentais. Uma delas é sobre como eliminar os vieses presentes nos consensos de mercado. Outro projeto busca ver como as operações que um gestor faz podem revelar sobre a rede de conhecimentos de cada um. "Eu posso saber se um gestor de Boston tem amigos em Chicago ou não", exemplifica ele, revelando outro tema que acredita ser um grande tópico do futuro no mundo financeiro: as redes sociais. "Estamos só começando a ver como funcionam as coisas, é fascinante".
Outro tema relevante, avalia ele, será quantificar, por exemplo, o ganho que atitudes socialmente responsáveis trazem para as corporações. "Depois da crise, há muito questionamento, como se as pessoas dissessem: nós amamos o capitalismo, mas será que esse é o melhor que podemos ter? Como deveriam se organizar as corporações, qual a função delas? Há muito debate sobre a ética e a moralidade", diz ele, lembrando que isso já se tornou uma questão para o mundo da gestão empresarial e agora será também uma questão para o mundo financeiro.
Hong acredita que as novas ferramentas e modelos permitirão análises totalmente novas e que não podiam ser feitas usando os modelos antigos. Tudo isso, diz, será muito mais determinante que a regulação, por exemplo, para melhorar a economia, os mercados, a sociedade e, por que não, a maneira de investir. "Quem sabe qual será a nova invenção? Você pode ter algum cara que inventará uma ferramenta que pode ler suas emoções com uma câmera, então você pode acordar de manhã e ter seus sentimentos analisados e isso ajudará a prever e impedir uma eventual operação estranha que você poderia fazer naquele dia por causa disso. Quem sabe? Seria um grande produto e, um dia, alguns garotos vão inventar isso, vai acontecer", diz Hong.
O especialista lembra que ficou mais difícil para os "hedge funds", por exemplo, levantar dinheiro depois da crise, mas mesmo em meio ao turbilhão continuou havendo muito espaço para o empreendedorismo, a inovação e "startups". "Há muita confiança de que a inovação vai ajudar na reação [da economia e dos mercados nos EUA], não somente regulação. Essa é uma moeda muito poderosa para puxar a economia", diz ele, que acredita - e nisso está em companhia de grandes investidores, como Jim Rogers - que o setor financeiro (como era, pelo menos) vai ficar em baixa por um tempo.
Nesta nova era "behavioral tech" ou "behavioral social tech", Nova York não seria mais uma meca financeira, mas de tecnologia financeira. Para ele, aqueles que souberem analisar dados e lidar com ferramentas quantitativas terão sempre demanda, embora outras funções devam acabar sendo substituídas por robôs. Há quem pense que algoritmos e ferramentas quantitativas são "armas de destruição". Hong é mais esperançoso. "Eu acho que essas ferramentas vão começar a estudar as mensagens que os mercados estão falando e vão mudar as finanças", afirma Hong.
Na Behavior, gestora que fundou com o amigo Marco Bonomo, professor da FGV e PhD pela Universidade de Princeton, eles já põem em prática algumas das ideias de Hong. As estratégias de compra e venda de ativos combinam modelos quantitativos que detectam sinais a partir da literatura de finanças comportamentais. Mas por que o Brasil? "Havia muito interesse no país, é interessante aprender mais sobre a cultura e o mercado brasileiro."
A nova era 'comportamental tec' do mundo das finanças - Catherine Vieira - Valor Econômico - 21/08/2013
Tributação e Incentivos
A maioria dos estados da federação cobra um ICMS sobre combustível de 25%. Mas algumas unidades da federação praticam uma alíquota menor. O resultado:
(...) a diferenciação atual faz com que aviões busquem o abastecimento preferencialmente nos aeroportos onde a alíquota do ICMS deixa o querosene mais barato. A implicação disso não é apenas financeira. Cláudia destacou os reflexos dessa política tributária no meio ambiente. "Isso faz com que as aeronaves voem com mais peso, gastando mais combustível, e despejem mais gás carbônico na atmosfera."
Moreira Franco lembrou o exemplo bem-sucedido do Distrito Federal. Em abril, o governo local reduziu sua alíquota de ICMS de 25% para 12%. "Foram criadas 56 novas frequências semanais", ressaltou o ministro. - ICMS cria "jabuticaba" do querosene - Valor Econômico - 21/08/2013 (Cartoon aqui)
(...) a diferenciação atual faz com que aviões busquem o abastecimento preferencialmente nos aeroportos onde a alíquota do ICMS deixa o querosene mais barato. A implicação disso não é apenas financeira. Cláudia destacou os reflexos dessa política tributária no meio ambiente. "Isso faz com que as aeronaves voem com mais peso, gastando mais combustível, e despejem mais gás carbônico na atmosfera."
Moreira Franco lembrou o exemplo bem-sucedido do Distrito Federal. Em abril, o governo local reduziu sua alíquota de ICMS de 25% para 12%. "Foram criadas 56 novas frequências semanais", ressaltou o ministro. - ICMS cria "jabuticaba" do querosene - Valor Econômico - 21/08/2013 (Cartoon aqui)
21 agosto 2013
Rir é o melhor remédio
Esta por causa da volta às aulas:
Alunos: sejam bons com os seus professores. *.*
Aqui a dica de uma postagem falando sobre como ser um bom aluno de Ciências Contábeis.
Alunos: sejam bons com os seus professores. *.*
Aqui a dica de uma postagem falando sobre como ser um bom aluno de Ciências Contábeis.
Remuneração desigual de macacos
Frans de Waal, professor de comportamento de primatas da Universidade de Emory, mostra o que acontece quando dois macacos-prego são pagos de forma desigual. Depois de receber uma pedra como pagamento o macaco do lado esquerdo é dado um pepino, mas quando ele vê o macaco sobre o direito a ser pago em uvas, ele fica irado e rejeita o pagamento.
Dica de Humor Inteligente.
Dica de Humor Inteligente.
Azul suspende a abertura de capital
A Azul Linhas Aéreas desistiu de abrir o capital. Por meio de sua assessoria de imprensa, a empresa confirmou que protocolou o pedido de desistência do processo de registro de oferta pública inicial de ações (IPO) na Comissão de Valores Mobiliários (CVM) "em razão de condições macroeconômicas desfavoráveis".
A companhia reforçou, no entanto, que mantém a intenção de abrir capital e "continuará acompanhando de perto o mercado para determinar o melhor momento de realizar sua IPO". [...]
A expectativa da empresa era levantar entre US$ 500 milhões e US$ 700 milhões com a oferta. A Azul planejava utilizar os recursos captados com a oferta para comprar novos aviões e acrescentar rotas, mas David Neeleman, fundador da entidade, afirmou que a companhia não precisa de dinheiro. Assim, a empresa não tem outros planos de financiamento no momento, porque seriam desnecessários.
A Votorantim Cimentos também pediu a retirada do registro de oferta pública inicial de units à CVM e à U.S. Securities Exchange Comission (SEC), comissão de valores mobiliários dos Estados Unidos..
Adaptado daqui.
A companhia reforçou, no entanto, que mantém a intenção de abrir capital e "continuará acompanhando de perto o mercado para determinar o melhor momento de realizar sua IPO". [...]
A expectativa da empresa era levantar entre US$ 500 milhões e US$ 700 milhões com a oferta. A Azul planejava utilizar os recursos captados com a oferta para comprar novos aviões e acrescentar rotas, mas David Neeleman, fundador da entidade, afirmou que a companhia não precisa de dinheiro. Assim, a empresa não tem outros planos de financiamento no momento, porque seriam desnecessários.
A Votorantim Cimentos também pediu a retirada do registro de oferta pública inicial de units à CVM e à U.S. Securities Exchange Comission (SEC), comissão de valores mobiliários dos Estados Unidos..
Adaptado daqui.
A Segunda razão mais comum para assassinatos? Problemas financeiros!
No que deve ser um dos mais obscuros projetos de pesquisa já feitos, uma equipe britânica estudou casos de “Destruidores de Famílias”, em que um membro da família assina outros. Alguns padrões emergiram dos 71 casos encontrados.
Por um lado, a maioria dos assassinos era do sexo masculino: 59 dos 71. Destes, mais da metade estava na casa dos trinta. Cerca de 20% das mortes aconteceu em agosto e quase metade aconteceu nos fins de semana, principalmente aos domingos.
Por quê?
Os pesquisadores afirmam que muitos dos casos são baseados em percepções de masculinidade e sensações de ser desafiado. A razão de tantos casos acontecerem nos fins de semana e, em agosto , os cientistas argumentam, é que um pai afastado (novamente, geralmente o pai) terá acesso às crianças durante os meses de verão (no Hemisfério Norte) e fins de semana – mas, no final desse tempo, ele pode ter que devolvê-los à mãe, o que explicaria os assassinatos que acontecem em agosto e aos domingos.
Os dados confirmam isso: o motivo mais comum por trás dos assassinatos, os pesquisadores descobriram, era uma família com pais separados, que incluiu questões como o acesso a crianças. Essa categoria foi responsável por dois terços dos motivos declarados.
A equipe também quebra algumas suposições que as pessoas podem fazer sobre os assassinos, como a de que são sempre homens frustrados com histórico de doença mental. Na verdade, 71% dos assassinos estavam empregados, e muitos tinham carreiras de sucesso (embora muitos também não fossem – os pesquisadores afirmam que a segunda razão mais comum para os assassinatos era a dificuldade financeira).
Os dados defendem a colocação de assassinatos como estes em uma nova categoria de crime, diferente dos “assassinatos por diversão”, com os quais às vezes são confundidos. Os pesquisadores vão ainda mais longe para categorizar os assassinatos familiares em quatro diferentes subcategorias:
Hipócrita: O assassino tenta colocar a culpa por seus crimes sobre a mãe, que ele responsabiliza pela quebra da família. Isso pode envolver o assassino telefonar para o seu parceiro antes do assassinato para explicar o que ele está prestes a fazer. Para estes homens, o seu ganha-pão é fundamental para a sua ideia de família ideal;
Desapontado: Este assassino acredita que sua família foi responsável por deixá-lo para baixo ou agiu de forma a prejudicar ou destruir a sua visão de vida familiar ideal. Um exemplo pode ser a decepção de que as crianças não estão seguindo os costumes religiosos ou culturais tradicionais do pai;
Anárquico: Nestes casos, a família tornou-se, na mente do assassino, firmemente ligada a economia. O pai vê a família como o resultado de seu sucesso econômico, permitindo-lhe mostrar suas realizações. No entanto, se o pai se torna um fracasso econômico, ele vê a família como não servindo esta função;
Paranoico: Aqueles que percebem uma ameaça externa à família. Muitas vezes são os serviços sociais ou o sistema legal, que o pai tem medo que o coloque contra os filhos ou até o tire dele. Aqui o crime é motivado por um desejo de proteger a família.
Por Ana Claudia Cichon
Por um lado, a maioria dos assassinos era do sexo masculino: 59 dos 71. Destes, mais da metade estava na casa dos trinta. Cerca de 20% das mortes aconteceu em agosto e quase metade aconteceu nos fins de semana, principalmente aos domingos.
Por quê?
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| Agosto, mês do desgosto. |
Os dados confirmam isso: o motivo mais comum por trás dos assassinatos, os pesquisadores descobriram, era uma família com pais separados, que incluiu questões como o acesso a crianças. Essa categoria foi responsável por dois terços dos motivos declarados.
A equipe também quebra algumas suposições que as pessoas podem fazer sobre os assassinos, como a de que são sempre homens frustrados com histórico de doença mental. Na verdade, 71% dos assassinos estavam empregados, e muitos tinham carreiras de sucesso (embora muitos também não fossem – os pesquisadores afirmam que a segunda razão mais comum para os assassinatos era a dificuldade financeira).
Os dados defendem a colocação de assassinatos como estes em uma nova categoria de crime, diferente dos “assassinatos por diversão”, com os quais às vezes são confundidos. Os pesquisadores vão ainda mais longe para categorizar os assassinatos familiares em quatro diferentes subcategorias:
Hipócrita: O assassino tenta colocar a culpa por seus crimes sobre a mãe, que ele responsabiliza pela quebra da família. Isso pode envolver o assassino telefonar para o seu parceiro antes do assassinato para explicar o que ele está prestes a fazer. Para estes homens, o seu ganha-pão é fundamental para a sua ideia de família ideal;
Desapontado: Este assassino acredita que sua família foi responsável por deixá-lo para baixo ou agiu de forma a prejudicar ou destruir a sua visão de vida familiar ideal. Um exemplo pode ser a decepção de que as crianças não estão seguindo os costumes religiosos ou culturais tradicionais do pai;
Anárquico: Nestes casos, a família tornou-se, na mente do assassino, firmemente ligada a economia. O pai vê a família como o resultado de seu sucesso econômico, permitindo-lhe mostrar suas realizações. No entanto, se o pai se torna um fracasso econômico, ele vê a família como não servindo esta função;
Paranoico: Aqueles que percebem uma ameaça externa à família. Muitas vezes são os serviços sociais ou o sistema legal, que o pai tem medo que o coloque contra os filhos ou até o tire dele. Aqui o crime é motivado por um desejo de proteger a família.
Por Ana Claudia Cichon
20 agosto 2013
Inovação: a estrela do capitalismo
An economist says his own experience in starting a business has helped shape his thinking on the subject of capitalism and culture.
http://nyti.ms/1cOFOZZ
http://nyti.ms/1cOFOZZ
Why Innovation Is Still Capitalism’s Star
By ROBERT J. SHILLER
CAPITALISM is culture. To sustain it, laws and institutions are important, but the more fundamental role is played by the basic human spirit of independence and initiative.
The decisive role of the “spirit of capitalism” is an old concept, going back at least to Max Weber, but it needs refreshing today with new evidence and new thinking. Edmund S. Phelps, a professor of economics at Columbia University and a Nobel laureate, has written an interesting new book on the subject. It’s called “Mass Flourishing: How Grassroots Innovation Created Jobs, Challenge and Change” (Princeton University Press), and it contains a complex new analysis of the importance of an entrepreneurial culture.
Professor Phelps discerns a troubling trend in many countries, however, even the United States. He is worried about corporatism, a political philosophy in which economic activity is controlled by large interest groups or the government. Once corporatism takes hold in a society, he says, people don’t adequately appreciate the contributions and the travails of individuals who create and innovate. An economy with a corporatist culture can copy and even outgrow others for a while, he says, but, in the end, it will always be left behind. Only an entrepreneurial culture can lead.
Is the United States really becoming corporatist? I don’t entirely agree with such a notion. Even so, President Obama has been talking a lot about innovation as a job creator this year, and while some of his intentions may be good, I’m afraid that some of his proposals look a little corporatist, and might suppress individual initiative.
In his State of the Union address in January, for example, the president proposed that the government should create 15 new “innovation institutes,” modeled on a public-private partnership that he helped start in Youngstown, Ohio, that is devoted to developing 3-D printers. There was more in this vein in his administration’s 2014 budget, offered in April. And in a speech on July 30 in Chattanooga, Tenn., Mr. Obama suggested extending the number of innovation institutes to 45, or almost one for every state. The institutes, he said, would be “getting businesses, universities, communities all to work together to develop centers of high-tech industries all throughout the United States.”
Will such measures work? Should the government really be trying to start a 3-D printer center? And why in Youngstown? It is easy to be skeptical of such a plan, especially when it was started in a swing state just before the presidential election. Web sites of the two senators and two representatives introducing bills this month supporting the president’s latest proposals are suggesting, in not-too-subtle terms, that the legislation would bring jobs to their own states.
Successful companies aren’t usually started this way. Professor Phelps, citing a McKinsey study, suggests that in free-market capitalism, “from 10,000 business ideas, 1,000 firms are founded, 100 receive venture capital, 20 go on to raise capital in an initial public offering, and two become market leaders.” It is easy to doubt, as Professor Phelps does, that the odds are favorable for a Youngstown 3-D printer center.
How you view the innovation institutes, and the topic of capitalism and culture, may depend on your own experience. Many people have never seen the hatching of a successful business idea. That makes it hard to judge the subtle changes that may be occurring in the nation’s culture and in its potential for innovation.
My own business experience has certainly helped shape my thinking. Yale, like many other universities, sensibly allows its professors to spend limited time in business, providing the opportunity for faculty members to gain valuable experience outside of the ivory tower and to offer their technical skill to the business world.
In 1991, I started a business with Karl Case, an economics professor at Wellesley College, and Allan Weiss, a former student of mine at Yale. We called it Case Shiller Weiss, Inc., and it was devoted to an innovation we dreamed up. The idea was a new “repeat sale” home price index — which would track the changes in the value of the same houses over time.
At the time, this was an entirely new line of business. And, at first, that posed a problem: we were spectacularly unsuccessful in raising money. We talked to venture capitalists and their committees, to no avail. They just didn’t seem to get our business plan. We must have appeared odd to them — overly academic, perhaps. One remarked that we’d do better proposing a new shopping center.
But we went ahead with our idea anyway. At first, Allan worked without pay. A friend of Professor Case, Chuck Longfield, contributed some money. And in 1995, I took out a home equity line of credit on my house in New Haven so I could personally lend more money to help keep our business afloat. The experience was stressful, especially when adding it to the burdens of my main job, as a professor. I have much to thank my wife, Virginia, for her tolerance of my overwork and my worrying, and for allowing me to put our family savings at risk.
In the end, our business was successful, and I think a big part of it was that we relied on our own ideas and energy and, to a large extent, our own money. In 2002, we sold the business to Fiserv Inc., then licensed Standard & Poor’s to create what are now known as the S&P/Case-Shiller Home Price Indices. In 2006, the Chicago Mercantile Exchange began trading futures on 11 of our indexes. Fiserv sold the index business to CoreLogic early this year.
In short, our business made its mark without any help from the government.
This little real-life experiment convinces me that committees of experts, even at smart venture capital firms, will often not recognize real innovation. I think that America’s business success through the decades has occurred because we have so many people with specialized knowledge who are willing to put their money, time and resources on the line for ideas that can’t be proved to a committee.
THAT experience may also help explain why I think the new crowdfunding initiative, started by the Jobs Act that the president signed last year, is an exciting step forward. It’s all about finding and mobilizing people who really understand specific, hard-to-prove ideas for important investments.
At the same time, other of my experiences incline me to think that government-appointed committees of experts can help set the stage for an entrepreneurial culture, under certain limited circumstances.
Long before I started any commercial ventures of my own, I received some federal government support — in the form of National Science Foundation research grants, awarded to me decades ago as a young professor. They allowed me to do research, and though it was not directly related to my later business endeavors, the process developed my expertise and reinforced a sense of entrepreneurial opportunity.
These grants were awarded competitively, based on the quality of the proposals, and gave me experience with a system focused on creating opportunities for those who try hard. Later, from 1983 to 1985, I evaluated others’ proposals when I served on the foundation’s panel for economics. Observing the process from the government side convinced me that the foundation really works. Maybe it’s because the panelists are chosen from successful scientists, who serve anonymously out of public spirit.
In any case, as Professor Phelps has argued, direct government involvement in capitalism is a delicate thing. The system’s success depends on subtle cultural factors — and these require careful nurturing.
Robert J. Shiller is Sterling Professor of Economics at Yale.
PUBLISHED AUGUST 17, 2013
http://www.nytimes.com/2013/08/18/business/why-innovation-is-still-capitalisms-star.html
Quanto dinheiro?
Na série Breaking Bad, Walter, o químico que começa a produzir meta, pretendia ganhar 737 mil dólares. No último episódio apareceu o galpão onde Walter guardava seu dinheiro (foto). Há um bocado de notas, heim!?
Sua esposa tentou ajudá-lo "lavando" a graninha num lava-jato (vide aqui). ... Mas é muito dinheiro!
Aqui uma estimativa do valor existente na pilha: se todas as notas fossem de 100 dólares, a pilha pode totalizar cerca de 80 milhões. Considerando-se que parte do dinheiro deve conter notas de 10 ou 20 dólares, o valor cai para a vizinhança dos 20 milhões de dólares.
Os mais bem pagos
No esportes (EUA):
Floyd Mayweather - 90 milhões
Lebron James - 56 milhões
Drew Brees - 47,8 milhões
Kobe Bryant - 46,8 milhões
Tiger Woods - 40,8 milhões
(todos os 50, homens)
Modelos:
1. Gisele Bündchen — $42 milhões (foto)
2. Miranda Kerr — $7.2
3. Adriana Lima — $6
4. Kate Moss — $5.7
Atrizes
1. Angelina Jolie — $33 milhões
2. Jennifer Lawrence — $26
3. Kristen Stewart — $22
4. Jennifer Aniston — $20
Celebridades
1. Lady Gaga — $80 million
2. Justin Bieber - $58 million
3. Taylor Swift — $55 million
4. Calvin Harris — $46 million
Floyd Mayweather - 90 milhões
Lebron James - 56 milhões
Drew Brees - 47,8 milhões
Kobe Bryant - 46,8 milhões
Tiger Woods - 40,8 milhões
(todos os 50, homens)
Modelos:
1. Gisele Bündchen — $42 milhões (foto)
2. Miranda Kerr — $7.2
3. Adriana Lima — $6
4. Kate Moss — $5.7
Atrizes
1. Angelina Jolie — $33 milhões
2. Jennifer Lawrence — $26
3. Kristen Stewart — $22
4. Jennifer Aniston — $20
Celebridades
1. Lady Gaga — $80 million
2. Justin Bieber - $58 million
3. Taylor Swift — $55 million
4. Calvin Harris — $46 million
Ciências Contábeis: Calouros 2013
Nesta semana as aulas na Universidade de Brasília tiveram início. Analisei rapidamente os resultados do segundo vestibular de 2013. O destaque é um xará do nosso blogueiro César Silva. Quanta honra e quanto peso leva o seu nome, heim? ;) Mais uma vez não há nenhuma Isabel. Vou me contentar com a Isa, quase xará. Pedros há de montão! Ao colocar os nomes no Wordle, eis a nuvem:
Diferentemente de anos anteriores em que fiz a análise, neste ano há claramente mais homens (58%) que mulheres (42%). Os nomes mais comuns também estão na imagem abaixo:
Gabriel está maior por ser o nome mais comum. Das mulheres o nome mais frequente é Carolina.
Sejam bem vindos ao curso. Espero que aproveitem, agreguem conteúdo, se apaixone pelo curso e sejam excelentes profissionais! Acompanhem o blog, participem e interajam. Vocês são a próxima geração! Deixe nos orgulhosos.
Deixo um parabéns especial para a Janaína de Sousa Rocha. Eu a vi crescer e nem imaginava que ela tinha optado por Contábeis. Fiquei muito contente com a notícia! Felicidades! :)
Diferentemente de anos anteriores em que fiz a análise, neste ano há claramente mais homens (58%) que mulheres (42%). Os nomes mais comuns também estão na imagem abaixo:
Gabriel está maior por ser o nome mais comum. Das mulheres o nome mais frequente é Carolina.
Sejam bem vindos ao curso. Espero que aproveitem, agreguem conteúdo, se apaixone pelo curso e sejam excelentes profissionais! Acompanhem o blog, participem e interajam. Vocês são a próxima geração! Deixe nos orgulhosos.
Deixo um parabéns especial para a Janaína de Sousa Rocha. Eu a vi crescer e nem imaginava que ela tinha optado por Contábeis. Fiquei muito contente com a notícia! Felicidades! :)
19 agosto 2013
História da Contabilidade – Os Anos 20 do século XX
O período compreendido entre 1920 a 1929 foi muito rico para a contabilidade brasileira. Entretanto, iniciou com a triste notícia do falecimento de Carlos de Carvalho (1). Carvalho dominou a área técnica brasileira durante mais de quinze anos, sendo um dos responsáveis pela implantação das partidas dobradas na área pública (2).
Entre os fatos de destaques ocorridos no período merece destaque: a aprovação do código de contabilidade pública, a criação do imposto sobre lucros comerciais, a consolidação das entidades de classe – em especial o Instituto Brasileiro de Contabilidade, a criação do primeiro curso superior de contabilidade, tentativa de organização da classe contábil, o primeiro congresso de contabilidade e o aumento do contato com outros países. Iremos nesta postagem concentrar no Congresso de Contabilidade
Congresso de Contabilidade
Este evento chegou a ser considerado mais uma reunião para defesa dos interesses dos profissionais de contabilidade, mas foi muito mais técnico (3).
Os trabalhos apresentados no congresso de contabilidade foram divididos em quatro sessões, mas os temas eram bastante diversos. Para se ter uma ideia, a quarta sessão incluía: dos deveres dos negociantes em relação a sua escrita, dos cálculos dos direitos de importação, da reforma do sistema monetário brasileiro, da reforma do código comercial, da contabilidade de falências, dos preceitos de correspondência comercial, do idioma da correspondência para o exterior, da estatística na contabilidade comercial (4).Um dos temas controversos foi a utilização do esperanto no ensino da contabilidade (5).
A influência do congresso foi muito expressiva no meio contábil brasileiro. Os trabalhos apresentados foram, durante muitos anos, referência na discussão de diversos assuntos. (6) Por exemplo, um texto de Ubaldo Lobo, diretor da Revista Brasileira de Contabilidade, em 1929, usava uma das pesquisas apresentadas no referido congresso, cinco anos antes (7).
O primeiro congresso de contabilidade ocorreu em agosto de 1924 na sede da Associação dos Empregados do Comercio. O objetivo do Congresso era “estudar todos os assumptos relacionados com a Contabilidade, em todas as suas modalidades, e com o exercício da profissão contabilista – visando o aperfeiçoamento e a disseminação desse ramo de conhecimentos, o prepara technico e a elevação natural da classe e procurando tornar mais eficiente a colaboração que ella presta no Commercio, a Industria e a Administração publica” (8). O congresso permitiu a apresentação de “theses”, que corresponderia, nos dias de hoje, aos “trabalhos” ou “artigos” (9). Entretanto, cada these, depois de apresentada, era discutida e votada pelos presentes. Existia, também, um relator (10). Este formato do congresso contribuiu para sua influencia: os assuntos aprovados passaram por uma discussão intensa, o que conferia um grau de legitimidade aos textos (11).
Foto: Jornal do Brasil, 19 de agosto de 1924, p. 6, ed. 199.
Participaram do Congresso os maiores nomes da contabilidade brasileira da época. Sua presidência ficou a cargo do Senador João Lyra Tavares , sendo Franscisco D´Auria o primeiro vice-presidente (12). Apesar das distâncias físicas, estiveram presentes representantes de diversos estados (Alagoas, Maranhão, Mato Grosso, Pará, Paraíba, Pernambuco, Santa Catarina e São Paulo) e cidades brasileiras (Alto Juruá, Juiz de Fora, Laguna, Natal, Nova Friburgo, Pelotas e Porto Alegre) (13).
Foto: Jornal do Brasil, 19 de agosto de 1924, p. 6, ed. 199.
Um aspecto interessante é que todos os discursos da sessão de abertura foram transmitidos pela Estação da Praia Vermelha da Repartição Geral dos Telégrafos, sendo ouvidas pelos radioamadores (n). Além disto, vários jornais da época deram notícia de primeira página para o congresso (14).
A sessão de encerramento aconteceu no dia 28 de agosto, com a presença do ministro da Fazenda (15). Como o congresso iniciou no dia 17 de agosto, isto significa que o congresso teve 11 dias de duração, um período de tempo bastante longo de discussão.
Três anos após, ocorreu em São Paulo, o segundo congresso brasileiro (16). Mas isto é outra história.
Fonte: Revista Fon-Fon, 23 de agosto de 1924, p 39, ed. 34.
Fonte: O Careta, p 19, ed 844, 1924.
(1) Carvalho faleceu em Santos, no dia 2 de janeiro de 1920. Vide Estado de S Paulo, 3 de janeiro de 1920, p. 3. E Correio Paulistano, 3 de janeiro de 1920, p. 3 ed 20296.
(2) Durante o Congresso de Contabilidade de 1924 foi prestada uma homenagem a Carvalho, com um minuto de silêncio. Conforme Jornal do Brasil, 19 de agosto de 1924, p. 6, ed. 199.
(3) A Noite, 16 de agosto de 1924, p. 1, ed. 4571.
(4) Estado de S Paulo, 18 de agosto de 1924, p. 1, n. 16.615. Com adaptação da grafia da época. Vide também O Paiz, 14 de agosto de 1924, p. 7, ed. 14543 ou O Imparcial, ed 4069, p. 8, 8 de fevereiro de 1924.
(5) Jornal do Brasil, 3 de setembro de 1924, p. 5, ed. 212. Entretanto, uma das teses aprovadas é que a contabilidade somente deveria adotar o idioma português. Conforme Jornal do Brasil, 11 de outubro de 1924, p. 8, ed. 245. As teses aprovadas foram publicadas, de forma resumida, nesta edição.
(6) Entretanto, é forçoso reconhecer que os anais do referido congresso aparentemente encalharam. Conforme reunião do Instituto Brasileiro de Contabilidade, realizada no dia 20 de dezembro de 1927. Jornal do Brasil, 24 de dezembro de 1927, ed. 306, p. 6.
(7) Fallencias e Contabilidade, Estado de S Paulo, 28 de maio de 1929, p. 4.
(8) Regulamento publicado em Jornal do Brasil, 8 de fevereiro de 1924, ed 34, p. 7. É interessante notar que a comissão executiva do evento reuniu-se periodicamente desde o início do ano até a realização do congresso. Vide, por exemplo, Jornal do Brasil, 28 de maio de 1924, p. 5, ed 128. Ou O Paiz, 2 fevereiro de 1924, ed. 14349, p. 5. Existiam diversas comissões na preparação do Congresso: Comissão de Convites, de Recepção e Interna, por exemplo. Vide Gazeta de Notícias, 3 de julho de 1924, p. 3, ed. 159.
(9) Jornal do Brasil, 28 de maio de 1924, p. 5, ed 128. Certamente entre as teses aprovadas não estava a reforma do calendário e a denominação dos meses, como publicado num pequeno texto do jornal A Noite, 20 de setembro de 1924, ed 4606, p. 4.
(10) Jornal do Brasil 20 de agosto de 1924, p. 8. Ed. 200. É interessante notar que os jornais da época deram um grande destaque as discussões ocorridas no evento. Por exemplo: Gazeta de Notícias, 22 de agosto de 1924, p. 2, ed. 203. Este jornal publicou o discurso na sessão inaugural de João Lyra, nas edições do final de agosto e início de setembro. Ver também A Noite, 19 de agosto de 1924, ed 4574, p. 6.
(11) Vide, por exemplo, a questão da falências em A Indústria das Fallencias. Correio da Manhã, 27 de outubro de 1926, p. 4, ed. 9745.
(12) Jornal do Brasil, 17 de agosto de 1924, p. 7, ed. 198.
(13) Jornal do Brasil, 17 de agosto de 1924, p. 7, ed. 198 e Gazeta de Notícias, 19 de agosto de 1924, p. 2, ed. 200.
(14) Jornal do Brasil, 19 de agosto de 1924, p. 6, ed. 199.
(15) A Noite, 16 de agosto de 1924, p. 1, ed. 4571.
(16) Estado de S Paulo, 30 de agosto de 1924, p. 3. Ver também A Noite, 29 de agosto de 1924, p. 7, ed. 4584.
Entre os fatos de destaques ocorridos no período merece destaque: a aprovação do código de contabilidade pública, a criação do imposto sobre lucros comerciais, a consolidação das entidades de classe – em especial o Instituto Brasileiro de Contabilidade, a criação do primeiro curso superior de contabilidade, tentativa de organização da classe contábil, o primeiro congresso de contabilidade e o aumento do contato com outros países. Iremos nesta postagem concentrar no Congresso de Contabilidade
Congresso de Contabilidade
Este evento chegou a ser considerado mais uma reunião para defesa dos interesses dos profissionais de contabilidade, mas foi muito mais técnico (3).
Os trabalhos apresentados no congresso de contabilidade foram divididos em quatro sessões, mas os temas eram bastante diversos. Para se ter uma ideia, a quarta sessão incluía: dos deveres dos negociantes em relação a sua escrita, dos cálculos dos direitos de importação, da reforma do sistema monetário brasileiro, da reforma do código comercial, da contabilidade de falências, dos preceitos de correspondência comercial, do idioma da correspondência para o exterior, da estatística na contabilidade comercial (4).Um dos temas controversos foi a utilização do esperanto no ensino da contabilidade (5).
A influência do congresso foi muito expressiva no meio contábil brasileiro. Os trabalhos apresentados foram, durante muitos anos, referência na discussão de diversos assuntos. (6) Por exemplo, um texto de Ubaldo Lobo, diretor da Revista Brasileira de Contabilidade, em 1929, usava uma das pesquisas apresentadas no referido congresso, cinco anos antes (7).
O primeiro congresso de contabilidade ocorreu em agosto de 1924 na sede da Associação dos Empregados do Comercio. O objetivo do Congresso era “estudar todos os assumptos relacionados com a Contabilidade, em todas as suas modalidades, e com o exercício da profissão contabilista – visando o aperfeiçoamento e a disseminação desse ramo de conhecimentos, o prepara technico e a elevação natural da classe e procurando tornar mais eficiente a colaboração que ella presta no Commercio, a Industria e a Administração publica” (8). O congresso permitiu a apresentação de “theses”, que corresponderia, nos dias de hoje, aos “trabalhos” ou “artigos” (9). Entretanto, cada these, depois de apresentada, era discutida e votada pelos presentes. Existia, também, um relator (10). Este formato do congresso contribuiu para sua influencia: os assuntos aprovados passaram por uma discussão intensa, o que conferia um grau de legitimidade aos textos (11).
Foto: Jornal do Brasil, 19 de agosto de 1924, p. 6, ed. 199.
Participaram do Congresso os maiores nomes da contabilidade brasileira da época. Sua presidência ficou a cargo do Senador João Lyra Tavares , sendo Franscisco D´Auria o primeiro vice-presidente (12). Apesar das distâncias físicas, estiveram presentes representantes de diversos estados (Alagoas, Maranhão, Mato Grosso, Pará, Paraíba, Pernambuco, Santa Catarina e São Paulo) e cidades brasileiras (Alto Juruá, Juiz de Fora, Laguna, Natal, Nova Friburgo, Pelotas e Porto Alegre) (13).
Foto: Jornal do Brasil, 19 de agosto de 1924, p. 6, ed. 199.
Um aspecto interessante é que todos os discursos da sessão de abertura foram transmitidos pela Estação da Praia Vermelha da Repartição Geral dos Telégrafos, sendo ouvidas pelos radioamadores (n). Além disto, vários jornais da época deram notícia de primeira página para o congresso (14).
A sessão de encerramento aconteceu no dia 28 de agosto, com a presença do ministro da Fazenda (15). Como o congresso iniciou no dia 17 de agosto, isto significa que o congresso teve 11 dias de duração, um período de tempo bastante longo de discussão.
Três anos após, ocorreu em São Paulo, o segundo congresso brasileiro (16). Mas isto é outra história.
Fonte: Revista Fon-Fon, 23 de agosto de 1924, p 39, ed. 34.
Fonte: O Careta, p 19, ed 844, 1924.
(1) Carvalho faleceu em Santos, no dia 2 de janeiro de 1920. Vide Estado de S Paulo, 3 de janeiro de 1920, p. 3. E Correio Paulistano, 3 de janeiro de 1920, p. 3 ed 20296.
(2) Durante o Congresso de Contabilidade de 1924 foi prestada uma homenagem a Carvalho, com um minuto de silêncio. Conforme Jornal do Brasil, 19 de agosto de 1924, p. 6, ed. 199.
(3) A Noite, 16 de agosto de 1924, p. 1, ed. 4571.
(4) Estado de S Paulo, 18 de agosto de 1924, p. 1, n. 16.615. Com adaptação da grafia da época. Vide também O Paiz, 14 de agosto de 1924, p. 7, ed. 14543 ou O Imparcial, ed 4069, p. 8, 8 de fevereiro de 1924.
(5) Jornal do Brasil, 3 de setembro de 1924, p. 5, ed. 212. Entretanto, uma das teses aprovadas é que a contabilidade somente deveria adotar o idioma português. Conforme Jornal do Brasil, 11 de outubro de 1924, p. 8, ed. 245. As teses aprovadas foram publicadas, de forma resumida, nesta edição.
(6) Entretanto, é forçoso reconhecer que os anais do referido congresso aparentemente encalharam. Conforme reunião do Instituto Brasileiro de Contabilidade, realizada no dia 20 de dezembro de 1927. Jornal do Brasil, 24 de dezembro de 1927, ed. 306, p. 6.
(7) Fallencias e Contabilidade, Estado de S Paulo, 28 de maio de 1929, p. 4.
(8) Regulamento publicado em Jornal do Brasil, 8 de fevereiro de 1924, ed 34, p. 7. É interessante notar que a comissão executiva do evento reuniu-se periodicamente desde o início do ano até a realização do congresso. Vide, por exemplo, Jornal do Brasil, 28 de maio de 1924, p. 5, ed 128. Ou O Paiz, 2 fevereiro de 1924, ed. 14349, p. 5. Existiam diversas comissões na preparação do Congresso: Comissão de Convites, de Recepção e Interna, por exemplo. Vide Gazeta de Notícias, 3 de julho de 1924, p. 3, ed. 159.
(9) Jornal do Brasil, 28 de maio de 1924, p. 5, ed 128. Certamente entre as teses aprovadas não estava a reforma do calendário e a denominação dos meses, como publicado num pequeno texto do jornal A Noite, 20 de setembro de 1924, ed 4606, p. 4.
(10) Jornal do Brasil 20 de agosto de 1924, p. 8. Ed. 200. É interessante notar que os jornais da época deram um grande destaque as discussões ocorridas no evento. Por exemplo: Gazeta de Notícias, 22 de agosto de 1924, p. 2, ed. 203. Este jornal publicou o discurso na sessão inaugural de João Lyra, nas edições do final de agosto e início de setembro. Ver também A Noite, 19 de agosto de 1924, ed 4574, p. 6.
(11) Vide, por exemplo, a questão da falências em A Indústria das Fallencias. Correio da Manhã, 27 de outubro de 1926, p. 4, ed. 9745.
(12) Jornal do Brasil, 17 de agosto de 1924, p. 7, ed. 198.
(13) Jornal do Brasil, 17 de agosto de 1924, p. 7, ed. 198 e Gazeta de Notícias, 19 de agosto de 1924, p. 2, ed. 200.
(14) Jornal do Brasil, 19 de agosto de 1924, p. 6, ed. 199.
(15) A Noite, 16 de agosto de 1924, p. 1, ed. 4571.
(16) Estado de S Paulo, 30 de agosto de 1924, p. 3. Ver também A Noite, 29 de agosto de 1924, p. 7, ed. 4584.
História da Contabilidade – Balanço da Melhoramentos de São Paulo em 1924
A empresa Companhia Melhoramentos de São Paulo publicou suas demonstrações contábeis do exercício de 1923 em 20 de fevereiro de 1924. As informações estavam divididas em:
a) Relatório da Diretoria – com a descrição das principais atividades da empresa no ano de 1923.
b) Balanço Geral
c) Demonstração da Conta de Lucro e Perdas
d) Parecer do Conselho Fiscal
Com respeito ao balanço patrimonial, o lado direito era denominado de “Passivo” somente. A primeira conta era o Capital da empresa. A seguir, debentures e fundo de reserva. As últimas contas são “diversas contas que figuram no ativo”: caução da diretoria e contas correntes em consignação. O ativo também apresentava uma ordem estranha, iniciando com propriedades industriais, passando por móveis e utensílios, investimento em outras empresas, adiantamento a empregados e caixa. O ativo encerra com estoques (denominados de “stocks”) e “diversas contas que figuram no passivo”: ações em caução e mercadorias em consignação. Observe o leitor que o balanço é assinado pelo diretor-presidente e o chefe da contabilidade.
A Demonstração da Conta de Lucros e Perdas parece mais uma razonete. Do lado esquerdo, os débitos: despesas, reparações de equipamentos, ordenados etc. É importante notar que aparece a conta de “depreciação feita sobre máquinas de papel e suas instalações”
Isto não era muito comum naquela época (2). Finalmente o Parecer do Conselho Fiscal, que examinou a contabilidade da empresa:
(1) Publicado no Estado de S Paulo, 20 de fevereiro de 1920, p.
(2) Isto carece de uma maior investigação. Quem sabe voltamos a este assunto brevemente.
a) Relatório da Diretoria – com a descrição das principais atividades da empresa no ano de 1923.
b) Balanço Geral
c) Demonstração da Conta de Lucro e Perdas
d) Parecer do Conselho Fiscal
Com respeito ao balanço patrimonial, o lado direito era denominado de “Passivo” somente. A primeira conta era o Capital da empresa. A seguir, debentures e fundo de reserva. As últimas contas são “diversas contas que figuram no ativo”: caução da diretoria e contas correntes em consignação. O ativo também apresentava uma ordem estranha, iniciando com propriedades industriais, passando por móveis e utensílios, investimento em outras empresas, adiantamento a empregados e caixa. O ativo encerra com estoques (denominados de “stocks”) e “diversas contas que figuram no passivo”: ações em caução e mercadorias em consignação. Observe o leitor que o balanço é assinado pelo diretor-presidente e o chefe da contabilidade.
A Demonstração da Conta de Lucros e Perdas parece mais uma razonete. Do lado esquerdo, os débitos: despesas, reparações de equipamentos, ordenados etc. É importante notar que aparece a conta de “depreciação feita sobre máquinas de papel e suas instalações”
Isto não era muito comum naquela época (2). Finalmente o Parecer do Conselho Fiscal, que examinou a contabilidade da empresa:
(1) Publicado no Estado de S Paulo, 20 de fevereiro de 1920, p.
(2) Isto carece de uma maior investigação. Quem sabe voltamos a este assunto brevemente.
Gavin Pretor-Pinney: Nublado com chance de alegria
Você não precisa planejar uma viagem exótica para encontrar inspiração criativa. Basta olhar para cima, diz Gavin Pretor-Pinney, fundador da Sociedade da Apreciação das Nuvens. Enquanto compartilha fotos encantadoras da mais fina arquitetura aérea da natureza, Pretor-Pinney lança um chamado para todos nós sairmos um pouco da correria digital, relaxarmos e admirarmos a beleza do céu.
18 agosto 2013
O peso da previdência
A Folha de S. Paulo, em Gastos fixos do governo impedem redução relevante de impostos mostra que o esforço que o governo faz para economizar pode ser inútil diante de certos gastos "fixos". É o caso do gasto com a previdência:
Entre os vilões da despesa pública, destaca-se o gasto previdenciário. Em 2012, foram R$ 246 bilhões com aposentadorias urbanas e R$ 71 bilhões com aposentadoria rural, somando R$ 317 bilhões.
(O exemplo deveria considerar também a arrecadação).
Veja o caso das passagens. Pode até existir espaço para reduzir desperdícios. Mas, mesmo se um decreto determinar que todo mundo sossegue na repartição, e nunca mais ninguém viajar pelo governo, esse gasto zero poderia ser arruinado por um mero aumento de 0,25% nos gastos previdenciários.
Entre os vilões da despesa pública, destaca-se o gasto previdenciário. Em 2012, foram R$ 246 bilhões com aposentadorias urbanas e R$ 71 bilhões com aposentadoria rural, somando R$ 317 bilhões.
(O exemplo deveria considerar também a arrecadação).
Veja o caso das passagens. Pode até existir espaço para reduzir desperdícios. Mas, mesmo se um decreto determinar que todo mundo sossegue na repartição, e nunca mais ninguém viajar pelo governo, esse gasto zero poderia ser arruinado por um mero aumento de 0,25% nos gastos previdenciários.
Falta de transparência
Detentor de um patrimônio líquido que atingiu em junho R$ 27,121 bilhões, o Fundo de Investimento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FI-FGTS) tem aporte significativo em empresas de capital fechado. Sem ações em bolsa, esses ativos não têm liquidez nem são acompanhados pelo mercado. Apesar disso, o fundo não tem informações detalhadas no site da Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
Gerido pela Caixa Econômica Federal, o FI-FGTS investiu, até 2012, R$ 25 bilhões em 45 operações para 36 projetos. O regulador de mercado alega que a indisponibilidade de dados no site ocorre por falha tecnológica da própria CVM.
A publicação de informações, como número de cotas, composição da carteira e demonstrações contábeis na página da CVM é praxe e facilita o acompanhamento pelo investidor. No caso do FI-FGTS, criado em 2008 para aplicar recursos públicos em projetos de infraestrutura, o cotista único é o próprio FGTS.
Participação acionária
O informe trimestral de junho mostra investimentos pesados em companhias de capital fechado. Ao todo, são R$ 5,4 bilhões em participações acionárias relevantes em grupos como a empreiteira Odebrecht, que já recebeu R$ 2,55 bilhões. É o resultado da soma da fatia de 26,53% na Foz do Brasil, subsidiária ambiental e de saneamento, com 30% na Odebrecht Transport S/A.
A Foz do Brasil é parceira da Odebrecht Engenharia Industrial na prestação de serviços à Petrobras na refinaria de Pasadena, no Texas (EUA). A estatal é investigada por ter comprado a unidade por preço muito acima do mercado. Neste ano, a petroleira reviu contratos no exterior e cortou em 43% os valores a serem pagos à Odebrecht, como revelou o jornal O Estado de S. Paulo em junho.
"Nossa carteira de 45 operações mostra que o FI-FGTS está posicionado em projetos que têm como sócios os grandes grupos empresariais do País, não só a Odebrecht", aponta o superintendente Nacional de Fundos de Investimentos Especiais da Caixa, Cassio Viana de Jesus.
Sócio da consultoria Mesa Corporate e ex-diretor da Previ, Renato Chaves alerta para a necessidade de maior transparência. "Como não há liquidez nos investimentos em empresas de capital fechado, tão importante quanto a avaliação econômico-financeira no momento da entrada é a negociação de saída, seja pela abertura de capital ou compromisso de recompra das ações pelo controlador", diz. Viana de Jesus diz que as políticas de saída de cada empreendimento constam dos acordos com as empresas investidas e não são abertas a priori.
Uma consulta sobre o fundo no site da CVM redireciona o interessado ao serviço de atendimento ao cidadão. Procurada, a autarquia informou que a Caixa tem enviado os dados exigidos pela instrução que foi criada especificamente para regular o FI-FGTS. Também é possível acessar os relatórios na página do FGTS.
Na carteira do FI-FGTS, R$ 14,4 bilhões estão investidos em debêntures (títulos de dívida privada). O fundo aplicou R$ 7 bilhões em títulos do BNDES, em 2008. Também investiu em debêntures em empresas como a fabricante de sondas Sete Brasil (R$ 1,850 bilhão), a hidrelétrica Santo Antônio (R$ 1,5 bilhão) e da LLX Açu (R$ 750 milhões).
De acordo com o relatório de gestão do ano passado, foram liberados até agora R$ 289,5 milhões para a construção do Superporto do Açu, um dos empreendimentos em xeque em meio à crise do grupo de Eike Batista. "Todos os projetos têm cláusula de proteção contra inadimplementos, o que não existe até agora nesse projeto", afirma Viana de Jesus.
Rede
A estratégia de ações iniciada em 2009 já rendeu contratempos, como no caso do Grupo Rede Energia. Em 2010 o FI-FGTS investiu R$ 617 milhões na Empresa de Eletricidade Vale Paranapanema (EEVP), adquirindo uma participação de 25% do grupo.
A crise que levou o Rede a pedir recuperação judicial em 2012 e fez o FI-FGTS reconhecer perdas com o ativo e exercer uma opção de venda para um dos controladores da EEVP, a Denerge, por R$ 712 milhões. Hoje, o FI-FGTS é um dos principais credores no plano de recuperação da Rede Energia.
Gerido pela Caixa Econômica Federal, o FI-FGTS investiu, até 2012, R$ 25 bilhões em 45 operações para 36 projetos. O regulador de mercado alega que a indisponibilidade de dados no site ocorre por falha tecnológica da própria CVM.
A publicação de informações, como número de cotas, composição da carteira e demonstrações contábeis na página da CVM é praxe e facilita o acompanhamento pelo investidor. No caso do FI-FGTS, criado em 2008 para aplicar recursos públicos em projetos de infraestrutura, o cotista único é o próprio FGTS.
Participação acionária
O informe trimestral de junho mostra investimentos pesados em companhias de capital fechado. Ao todo, são R$ 5,4 bilhões em participações acionárias relevantes em grupos como a empreiteira Odebrecht, que já recebeu R$ 2,55 bilhões. É o resultado da soma da fatia de 26,53% na Foz do Brasil, subsidiária ambiental e de saneamento, com 30% na Odebrecht Transport S/A.
A Foz do Brasil é parceira da Odebrecht Engenharia Industrial na prestação de serviços à Petrobras na refinaria de Pasadena, no Texas (EUA). A estatal é investigada por ter comprado a unidade por preço muito acima do mercado. Neste ano, a petroleira reviu contratos no exterior e cortou em 43% os valores a serem pagos à Odebrecht, como revelou o jornal O Estado de S. Paulo em junho.
"Nossa carteira de 45 operações mostra que o FI-FGTS está posicionado em projetos que têm como sócios os grandes grupos empresariais do País, não só a Odebrecht", aponta o superintendente Nacional de Fundos de Investimentos Especiais da Caixa, Cassio Viana de Jesus.
Sócio da consultoria Mesa Corporate e ex-diretor da Previ, Renato Chaves alerta para a necessidade de maior transparência. "Como não há liquidez nos investimentos em empresas de capital fechado, tão importante quanto a avaliação econômico-financeira no momento da entrada é a negociação de saída, seja pela abertura de capital ou compromisso de recompra das ações pelo controlador", diz. Viana de Jesus diz que as políticas de saída de cada empreendimento constam dos acordos com as empresas investidas e não são abertas a priori.
Uma consulta sobre o fundo no site da CVM redireciona o interessado ao serviço de atendimento ao cidadão. Procurada, a autarquia informou que a Caixa tem enviado os dados exigidos pela instrução que foi criada especificamente para regular o FI-FGTS. Também é possível acessar os relatórios na página do FGTS.
Na carteira do FI-FGTS, R$ 14,4 bilhões estão investidos em debêntures (títulos de dívida privada). O fundo aplicou R$ 7 bilhões em títulos do BNDES, em 2008. Também investiu em debêntures em empresas como a fabricante de sondas Sete Brasil (R$ 1,850 bilhão), a hidrelétrica Santo Antônio (R$ 1,5 bilhão) e da LLX Açu (R$ 750 milhões).
De acordo com o relatório de gestão do ano passado, foram liberados até agora R$ 289,5 milhões para a construção do Superporto do Açu, um dos empreendimentos em xeque em meio à crise do grupo de Eike Batista. "Todos os projetos têm cláusula de proteção contra inadimplementos, o que não existe até agora nesse projeto", afirma Viana de Jesus.
Rede
A estratégia de ações iniciada em 2009 já rendeu contratempos, como no caso do Grupo Rede Energia. Em 2010 o FI-FGTS investiu R$ 617 milhões na Empresa de Eletricidade Vale Paranapanema (EEVP), adquirindo uma participação de 25% do grupo.
A crise que levou o Rede a pedir recuperação judicial em 2012 e fez o FI-FGTS reconhecer perdas com o ativo e exercer uma opção de venda para um dos controladores da EEVP, a Denerge, por R$ 712 milhões. Hoje, o FI-FGTS é um dos principais credores no plano de recuperação da Rede Energia.
17 agosto 2013
Fato da Semana
Fato: A safra de demonstrações contábeis que foram divulgadas nos últimos dias.
Qual a relevância disto? Um levantamento preliminar mostra que a receita praticamente não aumentou em termos reais, mas o lucro teve um bom desempenho. Isto mostra que as empresas conseguiram cortar custos.
Além disto, a divulgação das informações trouxe duas discussões subsidiárias, mas relevantes. A primeira refere-se na adoção de opções na contabilização do hedge, conforme já discutido no Fato da Semana anterior. Petrobras e Braskem optaram por mudar sua política contábil durante o ano, melhorando seu resultado. O segundo tema é o desempenho do patinho feio (que já foi um cisne) do mercado: o grupo X. As demonstrações mostram empresas endividadas, que não estão conseguindo gerar caixa com as operações e possuem passivo que deverão vencer no curto prazo.
De qualquer forma, sempre que chega uma nova safra de balanços, a contabilidade é destaque nos jornais, agora nos cadernos de “economia” ou “negócios”, não nas páginas policiais.
Positivo ou Negativo? - Positivo. É a contabilidade provando seu papel de confirmar projeções e levantar questões sobre a gestão das empresas.
Desdobramentos – A discussão de alguns assuntos ainda irá persistir nos próximos dias. Os problemas do Grupo X não devem ser resolvidos facilmente e seu caixa deverá ser “queimado” mais ainda. Outras empresas devem seguir a trilha da Petrobras e Braskem.
Qual a relevância disto? Um levantamento preliminar mostra que a receita praticamente não aumentou em termos reais, mas o lucro teve um bom desempenho. Isto mostra que as empresas conseguiram cortar custos.
Além disto, a divulgação das informações trouxe duas discussões subsidiárias, mas relevantes. A primeira refere-se na adoção de opções na contabilização do hedge, conforme já discutido no Fato da Semana anterior. Petrobras e Braskem optaram por mudar sua política contábil durante o ano, melhorando seu resultado. O segundo tema é o desempenho do patinho feio (que já foi um cisne) do mercado: o grupo X. As demonstrações mostram empresas endividadas, que não estão conseguindo gerar caixa com as operações e possuem passivo que deverão vencer no curto prazo.
De qualquer forma, sempre que chega uma nova safra de balanços, a contabilidade é destaque nos jornais, agora nos cadernos de “economia” ou “negócios”, não nas páginas policiais.
Positivo ou Negativo? - Positivo. É a contabilidade provando seu papel de confirmar projeções e levantar questões sobre a gestão das empresas.
Desdobramentos – A discussão de alguns assuntos ainda irá persistir nos próximos dias. Os problemas do Grupo X não devem ser resolvidos facilmente e seu caixa deverá ser “queimado” mais ainda. Outras empresas devem seguir a trilha da Petrobras e Braskem.
Teste da Semana
Este é um teste para verificar se você acompanhou de perto os principais eventos do mundo contábil. As respostas estão ao final.
1 – Na construção da linha de transmissão que liga o Rio Madeira ao mercado consumidor, com mais de 2 mil quilômetros de extensão, existem trechos incompatíveis entre si. Isto não estava claro:
Na fiscalização da obra
Na liberdade de escolha dos equipamentos
No edital da obra
2 – Braskem e Petrobras estiveram em destaque na semana por conta de um assunto contábil:
Gerenciamento da receita
Hedge accounting
Uso de empréstimo de bancos estrangeiros
3 – Sobre a questão anterior, existe um vínculo com uma variável macroeconômica que é
Aumento nas exportações
Baixo crescimento da economia
Desvalorização do Real
4 – A decisão da Petrobras e da Braskem
Aumentou o resultado
Aumentou o resultado da Petrobras e diminuiu da Braskem
Diminuiu o resultado
5 – Ainda com respeito aos itens anteriores, uma entidade reguladora decidiu investigar de perto o que ocorreu com as duas empresas:
CADE
CVM
SEC
6 - O Banco Central concluiu um estudo informando as instituições financeiras com maior potencial de contágio para o sistema financeira internacional. O principal fator considerado foi (foram)
As relações de vizinhança
O porte
O volume de capital
7 – A família de Michael Jackson está tentando processar a empresa de shows AEG Live. Na fase de depoimentos, um contador forense informou que o artista tinha:
Dívidas entre 400 a 500 milhões de dólares
Um ativo de 200 milhões de dólares
Um patrimônio líquido positivo de 200 milhões de dólares
8 – Ainda com respeito a Jackson, o contador forense revelou que o artista pagava juros anuais de
10 milhões de dólares
20 milhões de dólares
30 milhões de dólares
9 – Dolce e Gabbana estão falando em fechar sua grife. A razão seria uma condenação da justiça italiana por
sonegação fiscal
lavagem de dinheiro
trabalho escravo
10 – A OGX divulgou suas demonstrações. A empresa reduziu o volume de caixa nos últimos meses. O Ebitda
foi negativo, já que o caixa reduziu
foi negativo, pois o lucro reduziu
foi positivo
Acertando 10 ou 9 questões = medalha de ouro; 8 ou 7 = prata; 6 ou 5 = bronze
Respostas: (1) No edital da obra. (2) Hedge accounting; (3) Desvalorização do Real; (4) Aumentou o resultado; (5) CVM; (6) As relações de vizinhança; (7) Dívidas entre 400 a 500 milhões de dólares; (8) 30 milhões de dólares; (9) sonegação fiscal; (10) positivo
1 – Na construção da linha de transmissão que liga o Rio Madeira ao mercado consumidor, com mais de 2 mil quilômetros de extensão, existem trechos incompatíveis entre si. Isto não estava claro:
Na fiscalização da obra
Na liberdade de escolha dos equipamentos
No edital da obra
2 – Braskem e Petrobras estiveram em destaque na semana por conta de um assunto contábil:
Gerenciamento da receita
Hedge accounting
Uso de empréstimo de bancos estrangeiros
3 – Sobre a questão anterior, existe um vínculo com uma variável macroeconômica que é
Aumento nas exportações
Baixo crescimento da economia
Desvalorização do Real
4 – A decisão da Petrobras e da Braskem
Aumentou o resultado
Aumentou o resultado da Petrobras e diminuiu da Braskem
Diminuiu o resultado
5 – Ainda com respeito aos itens anteriores, uma entidade reguladora decidiu investigar de perto o que ocorreu com as duas empresas:
CADE
CVM
SEC
6 - O Banco Central concluiu um estudo informando as instituições financeiras com maior potencial de contágio para o sistema financeira internacional. O principal fator considerado foi (foram)
As relações de vizinhança
O porte
O volume de capital
7 – A família de Michael Jackson está tentando processar a empresa de shows AEG Live. Na fase de depoimentos, um contador forense informou que o artista tinha:
Dívidas entre 400 a 500 milhões de dólares
Um ativo de 200 milhões de dólares
Um patrimônio líquido positivo de 200 milhões de dólares
8 – Ainda com respeito a Jackson, o contador forense revelou que o artista pagava juros anuais de
10 milhões de dólares
20 milhões de dólares
30 milhões de dólares
9 – Dolce e Gabbana estão falando em fechar sua grife. A razão seria uma condenação da justiça italiana por
sonegação fiscal
lavagem de dinheiro
trabalho escravo
10 – A OGX divulgou suas demonstrações. A empresa reduziu o volume de caixa nos últimos meses. O Ebitda
foi negativo, já que o caixa reduziu
foi negativo, pois o lucro reduziu
foi positivo
Acertando 10 ou 9 questões = medalha de ouro; 8 ou 7 = prata; 6 ou 5 = bronze
Respostas: (1) No edital da obra. (2) Hedge accounting; (3) Desvalorização do Real; (4) Aumentou o resultado; (5) CVM; (6) As relações de vizinhança; (7) Dívidas entre 400 a 500 milhões de dólares; (8) 30 milhões de dólares; (9) sonegação fiscal; (10) positivo
Imposto dos bancos
O Itaú Unibanco informou, por meio de comunicado ao mercado, que recebeu auto de infração da Receita Federal com cobrança de imposto de renda no valor de R$ 11,844 bilhões, acrescido de mais R$ 6,867 bilhões referentes a contribuição social sobre o lucro líquido, ambos acrescidos de multas e juros.
A instituição, no entendimento da Receita, teria deixado de recolher os impostos no ano de 2008, na operação de associação com o Unibanco.
A despesa total cobrada do banco é de R$ 18,7 bilhões, quase três vezes maior que o lucro semestral de R$ 7 bilhões divulgado há poucos dias.
A Receita, conforme comunicado do banco, discorda da forma societária adotada para unificar as operações com o Unibanco e sugere, no auto de infração enviado em 25 de junho último, que deveriam ter sido feitas operações societárias de natureza diversa, que teriam gerado um ganho tributável.
No entanto, a operação, sugerida pela Receita, não encontra, de acordo com o Itaú, respaldo nas normas aplicáveis às instituições financeiras.
O Itaú Unibanco informa que contestou o auto de infração uma vez que considera que as operações realizadas foram apropriadas.
"É descabido, portanto, o entendimento da receita federal de que houve ganho tributável. A companhia considera remoto o risco de perda no procedimento fiscal em referência, entendimento esse corroborado por seus advogados e assessores externos", destaca a instituição, no documento. (1)
Além disso, o Itaú "reafirma" que as operações feitas em 2008 foram "legítimas", aprovadas pelos órgãos da administração das empresas envolvidas e seus respectivos acionistas, e posteriormente sancionadas pelas autoridades competentes, tais como a Comissão de Valores Mobiliários (CVM), Banco Central (BC) e Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE). (2)
A instituição também informa que "continuará tomando todas as medidas necessárias à defesa de seus interesses e de seus acionistas".
"Por fim, a companhia compromete-se a manter seus acionistas e o mercado informados acerca do desfecho desse procedimento fiscal, em linha com seu compromisso de transparência com os acionistas", conclui o Itaú, em comunicado.
O Itaú informou, por meio de sua assessoria de imprensa, que vai se limitar ao comunicado enviado ao mercado. Há pouco a ação PN do Itaú recuava 1,81%.
Itaú recebe cobrança de R$ 18,7 bilhões da Receita Federal - Aline Bronzati e Fernanda Guimarães - EStado de S Paulo
(1) Ou seja, não irá reconhecer no seu passivo.
(2) Mas a aprovação do Cade, CVM e BC não significa que estaria isenta de imposto.
A instituição, no entendimento da Receita, teria deixado de recolher os impostos no ano de 2008, na operação de associação com o Unibanco.
A despesa total cobrada do banco é de R$ 18,7 bilhões, quase três vezes maior que o lucro semestral de R$ 7 bilhões divulgado há poucos dias.
A Receita, conforme comunicado do banco, discorda da forma societária adotada para unificar as operações com o Unibanco e sugere, no auto de infração enviado em 25 de junho último, que deveriam ter sido feitas operações societárias de natureza diversa, que teriam gerado um ganho tributável.
No entanto, a operação, sugerida pela Receita, não encontra, de acordo com o Itaú, respaldo nas normas aplicáveis às instituições financeiras.
O Itaú Unibanco informa que contestou o auto de infração uma vez que considera que as operações realizadas foram apropriadas.
"É descabido, portanto, o entendimento da receita federal de que houve ganho tributável. A companhia considera remoto o risco de perda no procedimento fiscal em referência, entendimento esse corroborado por seus advogados e assessores externos", destaca a instituição, no documento. (1)
Além disso, o Itaú "reafirma" que as operações feitas em 2008 foram "legítimas", aprovadas pelos órgãos da administração das empresas envolvidas e seus respectivos acionistas, e posteriormente sancionadas pelas autoridades competentes, tais como a Comissão de Valores Mobiliários (CVM), Banco Central (BC) e Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE). (2)
A instituição também informa que "continuará tomando todas as medidas necessárias à defesa de seus interesses e de seus acionistas".
"Por fim, a companhia compromete-se a manter seus acionistas e o mercado informados acerca do desfecho desse procedimento fiscal, em linha com seu compromisso de transparência com os acionistas", conclui o Itaú, em comunicado.
O Itaú informou, por meio de sua assessoria de imprensa, que vai se limitar ao comunicado enviado ao mercado. Há pouco a ação PN do Itaú recuava 1,81%.
Itaú recebe cobrança de R$ 18,7 bilhões da Receita Federal - Aline Bronzati e Fernanda Guimarães - EStado de S Paulo
(1) Ou seja, não irá reconhecer no seu passivo.
(2) Mas a aprovação do Cade, CVM e BC não significa que estaria isenta de imposto.
Grupo X possui passivo de 22 bilhões
A safra de balanços do grupo de empresas controladas pelo empresário Eike Batista mostra uma piora ainda maior dos números, com aumento da dívida líquida, que cresceu de R$ 19 bilhões para R$ 22,5 bilhões entre março e junho, e a queima de caixa das empresas. A dívida de curto prazo de cinco companhias abertas do Grupo X atingiu R$ 7 bilhões no segundo trimestre, enquanto o caixa somado se reduziu para R$ 2,43 bilhões.
Para sair desse aperto financeiro, Batista está conduzindo um processo de redução de sua participação nos negócios. Foi o que ocorreu com a entrada da alemã E.ON no controle da MPX, empresa de geração de energia termelétrica. Na LLX o grupo EIG vai assumir o controle com aporte de até R$ 1,3 bilhão, enquanto a MMX tem vários interessados.
Mas nem todas as empresas estão com problema resolvido. A OGX teve prejuízo de R$ 4,7 bilhões e tem agora apenas R$ 722 milhões em caixa para uma dívida de R$ 8,7 bilhões. Por isso negocia a venda de ativos.
(...) Faltariam R$ 4,6 bilhões se as cinco empresas tivessem que pagar os compromissos financeiros de curto prazo com o caixa de que dispõem hoje.
(...) Se a entrada do fundo EIG no controle da LLX se confirmar, Eike consegue resolver dois problemas. De um lado entram R$ 1,3 bilhão no caixa da empresa. De outro, a LLX também deixa de ser controlada pela EBX. A dívida de curto prazo das três empresas que restariam no portfólio, MMX, OSX e OGX, somaria então R$ 3,5 bilhões, para uma posição de caixa de R$ 2 bilhões. O buraco ficaria, assim, em "apenas" R$ 1,5 bilhão.
Grupo X acumula dívidas de R$ 22,5 bi - Cláudia Schüffner e Fernando Torres - Valor Econômico - 16/08/2013
(Cartoon: Aqui)
Para sair desse aperto financeiro, Batista está conduzindo um processo de redução de sua participação nos negócios. Foi o que ocorreu com a entrada da alemã E.ON no controle da MPX, empresa de geração de energia termelétrica. Na LLX o grupo EIG vai assumir o controle com aporte de até R$ 1,3 bilhão, enquanto a MMX tem vários interessados.
Mas nem todas as empresas estão com problema resolvido. A OGX teve prejuízo de R$ 4,7 bilhões e tem agora apenas R$ 722 milhões em caixa para uma dívida de R$ 8,7 bilhões. Por isso negocia a venda de ativos.
(...) Faltariam R$ 4,6 bilhões se as cinco empresas tivessem que pagar os compromissos financeiros de curto prazo com o caixa de que dispõem hoje.
(...) Se a entrada do fundo EIG no controle da LLX se confirmar, Eike consegue resolver dois problemas. De um lado entram R$ 1,3 bilhão no caixa da empresa. De outro, a LLX também deixa de ser controlada pela EBX. A dívida de curto prazo das três empresas que restariam no portfólio, MMX, OSX e OGX, somaria então R$ 3,5 bilhões, para uma posição de caixa de R$ 2 bilhões. O buraco ficaria, assim, em "apenas" R$ 1,5 bilhão.
Grupo X acumula dívidas de R$ 22,5 bi - Cláudia Schüffner e Fernando Torres - Valor Econômico - 16/08/2013
(Cartoon: Aqui)
Balanços do Segundo Semestre
A safra de balanços do segundo trimestre mostrou que os empresários estão se adequando rapidamente à nova realidade da economia. A receita das companhias abertas subiu apenas 5,5% em relação ao mesmo período de 2012, menos que a inflação acumulada no período. Ainda assim, o lucro (1) avançou 29,3%, para R$ 10,1 bilhões, considerando-se os balanços de 205 companhias de capital aberto apurados pelo Valor Data com base nos dados da Economática.
Empresas Freiam Expansão e Procuram Rentabilidade - Marina Falcão - Valor Econômico - 16/08/2013
(1) O texto não informa qual lucro. Provavelmente o lucro líquido.
Cartoon adaptado daqui
Empresas Freiam Expansão e Procuram Rentabilidade - Marina Falcão - Valor Econômico - 16/08/2013
(1) O texto não informa qual lucro. Provavelmente o lucro líquido.
Cartoon adaptado daqui
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