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17 abril 2013

Risco País

A tabela mostra o risco país, medido pelos juros do crédito. Apesar da crise européia, o primeiro lugar é ocupado pelos hermanos, com 84,5%. Chipre, que está no centro da crise, ficou em segundo, seguido do Paquistão e Venezuela.

O Brasil possui um taxa de 9,4%, mas com uma tendência crescente. O melhor da América Latina é o Chile, com 4,6%. O melhor do mundo é a Noruega, com 1,9%.

E-mail indiscreto

Uma troca de e-mails, emitidos por dois gerentes de duas agências do Banco do Brasil, foi suficiente para que a CVM suspendesse a abertura de capital da BB Seguridade. Os gerentes lembravam a 61 clientes da oportunidade de comprar as ações.

A abertura de capital possui a chance de ser a maior IPO do mercado brasileiro.

Erro

Um estudo sobre crescimento econômico em diversos países do mundo cometeu um erro grasso:

O estudo apontava uma média de crescimento de -0,1%. Mas observe a figura com atenção: ao calcular a média cometeu-se um erro na marcação das células, excluindo Dinamarca, Canadá, Bélgica, Áustria e Austrália. A média correta seria de 2,2%.

16 abril 2013

Rir é o melhor remédio


Um fiscal fala para um contador de uma pequena empresa:  “Nós acreditamos que é um grande privilegio você viver e morar no Brasil”. “Como cidadão brasileiro você tem a obrigação de pagar os impostos e esperamos que pague com um grande sorriso no rosto.”
“Graças a Deus”, diz o contador. “Eu pensei que pagaria com dinheiro”.

Um empresário entrevistava candidatos a uma vaga na sua empresa. Ele perguntava a cada candidato a seguinte questão: “Quanto é dois mais dois?”
O primeiro candidato era um jornalista e respondeu “vinte e dois”. O segundo era um sociólogo e afirmou “não sei a resposta, mas nos podemos discutir esta importante questão”. O terceiro era um estatístico que sacou de um teste cuja resposta estava entre 3,99 e 4,01. O próximo candidato era um advogado, que afirmou que pela Lei 123, inciso 4º., que dois mais dois era quatro. O último era um contador. O empresário perguntou: “quanto é dois mais dois?”. O contador levantou, fechou a porta e falou em voz baixa: “quanto você quer que seja?”. Foi contratado.

Um contador sugeriu a um político que deveria investir num zoológico. O cliente ficou surpreso com a recomendação. “Um zoológico? Qual a razão para comprar um zoológico?” O contador replicou: “Por causa dos elefantes?”. O cliente continuou sem entender e perguntou: “Os elefantes? Qual a conexão entre elefantes e investimentos?” O contador perguntou: “Você sabe quanto custa alimentar um elefante?” O cliente respondeu: “Não, é claro que eu não sei quanto custa alimentar um elefante.” O contador replicou: “Bem, nem o fiscal do imposto de renda.”

Um investidor encontrou um contador esperto e disse: “Se eu te der mil reais, você pode responder duas perguntas?”. O contador esperto replicou: “certamente, qual a outra pergunta?”

“Alô, é o pastor Feliciano?”
“Sou eu”
“Aqui é do imposto de renda. Você poderia nos ajudar?”
“Eu posso”
“Você conhece José da Silva?”
“Eu conheço”
“Ele membro da sua igreja?”
“É”
“Ele doou 10 mil para sua igreja?”
“Ele irá...”

Piadas de Contadores

O livro The Accountant´s (Bad) Joke Book faz uma compilação de diversas piadas sobre contadores. O livro despertou meu interesse depois que a Isabel fez um breve comentário sobre ele aqui no blog. Resolvi gastar oito dólares num livro de vinte páginas.

Existem diversas piadas “adaptadas” de piadas tradicionais. Sabe aquela dos três papagaios que são vendidos numa loja? No livro, o primeiro papagaio sabe tudo de auditoria e custa $500; o segundo, além de saber auditoria, consegue fazer excelentes projeções, custando o dobro; o terceiro custa 4 mil. Quando questionado sobre o que ele faz, o dono retruca dizendo que nunca o viu fazer nada, mas os outros dois o chamam de Senior Partner. Existem piadas sobre lâmpadas, de atuário, de imposto de renda, entre outras. Algumas piadas são bastante depreciativas ao profissional, mas isto é o espírito das boas piadas, correto? Assim, em algumas piadas, o contador é antissocial, chato, introvertido, entre diversos outros estereótipos deste profissional. Não seria engraçado se não fosse assim.

Nos últimos dias postei algumas das melhores piadas presentes no livro (vide aqui, aqui e aqui). E hoje finalizamos esta compilação.

Vale a pena comprar? Pelo reduzido número de páginas, não. Mesmo se você gostou e riu ao ler os links acima, o valor do livro, com o frete, é muito alto.

Evidenciação: a obra foi adquirida pelo blogueiro com recursos próprios.
The Accountant's (Bad) Joke Book: Have You Heard the One about ... ?


Outros livros: 
The Best Ever Book of Accountant Jokes (English Edition)
The (Surprisingly) Big Book of Accounting Humour (English Edition)
The Best Ever Book of Auditor Jokes (English Edition)
What Obama Knows About Accountants (English Edition)
The Best Ever Book of Money Saving Tips for Accountants (English Edition)




Parceiros do blog:
Amazon Brasil
Americanas
Submarino

De volta ao básico


Na esteira dos escândalos corporativos do início deste século, a introdução da lei Sarbanes-Oxley e o ativismo de grupos de acionistas potencializaram a importância da governança corporativa. O impacto dessas mudanças tem provocado pressões e transformações nos conselhos de administração. Esse é o pano de fundo da obra do renomado consultor americano Ram Charan, autor de vários livros sobre gestão empresarial. Após anos de pesquisa em vários conselhos, ele oferece sugestões práticas para um problema crônico: a frágil conexão entre as ações desse órgão e o desempenho das companhias.

Uma das últimas "caixas-pretas" corporativas em um mundo cada vez mais transparente, o conselho de administração por muito tempo teve características cerimoniais. Hoje, ele está livre dessa condição, mas ainda longe do que Charan considera ideal. Ele advoga que os conselhos devem ambicionar o grau de "progressistas". Isso quer dizer que não devem estacionar na cômoda definição de "preservar o capital dos acionistas" por meio de aderência à regulação e mera prestação de contas, mas sim buscar agregar valor ao negócio com iniciativas objetivas, processos claros e liderança engajada.

O livro vai além da retórica da governança, trazendo a teoria para o "chão de fábrica" dos conselhos. Identifica questões-chave das quais o órgão deve se ocupar e modos de estruturar processos que sustentem uma dinâmica positiva nas interações. A obra é dividida em três partes. Na primeira, Charan rapidamente caracteriza a evolução dos conselhos e comenta sobre o que é preciso para se tornar progressista. Na segunda, trata dos assuntos nos quais os conselheiros deveriam focar sua contribuição, como: sucessão do CEO, remuneração da diretoria, refinamento e aprovação de estratégia, acompanhamento de lideranças, monitoramento de desempenho e gestão de risco. Essa é a parte mais densa do livro, recheada de exemplos objetivos, tabelas e princípios que transformam o bom senso em ações práticas. Trata-se de um material que, literalmente, tem aplicação no dia seguinte à leitura. A terceira parte aborda a manutenção da dinâmica produtiva dos conselhos progressistas por meio de processos claros e a eventual utilização de assessoria externa (consultores e investidores).

Um dos obstáculos mais complicados para a evolução dos conselhos é a dinâmica do próprio grupo de conselheiros. O estabelecimento de um ambiente positivo para o trabalho em conjunto, a comunicação transparente e o espaço de debate construtivo são fundamentais para agregar valor à empresa. A criação e manutenção dessa atmosfera dependem de uma liderança forte e comprometida, principalmente para que o grupo mantenha o olhar em assuntos relevantes.

Embora o meio empresarial brasileiro, de controle tipicamente concentrado, estimule uma dinâmica diferente nos conselhos de administração, a preocupação com o valor agregado é tão presente quanto nos mercados mais desenvolvidos. Nesse sentido, o livro de Charan é excelente para provocar a reflexão em conselheiros e postulantes à posição. Em um mundo ávido por novidades de gestão que celebra gurus instantâneos, nada melhor do que praticar o sábio adágio: "de volta ao básico".

Peter Jancso

IFRS nas Instituições Financeiras Brasileiras 2

O presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, destacou nesta segunda-feira, 15, que as demonstrações financeiras de alta qualidade "são essenciais para proteger o investidor", especialmente por causa de sua grande relação com práticas de boa governança e de responsabilização dos administradores. "Assim, padrões de alta qualidade são referidos como um dos principais ingredientes para uma alocação e uso eficiente de recursos econômicos escassos", comentou. [1] 

Segundo Tombini, a adoção pelo BC das normas internacionais de contabilidade oriundas do IASB (International Accounting Standards Board) está no contexto da regulação do Sistema Financeiro Nacional, que tem como um de seus pilares "a crescente convergência com padrões regulatórios reconhecidos internacionalmente" como de alta qualidade. "O maior protagonismo da economia brasileira no cenário internacional impõe a aderência às melhores práticas", destacou, em palestra do IFRS (International Financial Reporting Standards), realizada em São Paulo.

De acordo com Tombini, o uso desses padrões internacionais eleva a qualidade e a transparência das informações contábeis, facilita o acesso das instituições do sistema financeiro nacional aos mercados financeiros e de capitais internacionais, e reduz seus custos de captação nesses mercados, pois facilita a comparação das demonstrações contábeis das instituições brasileiras com as das instituições estrangeiras. "Entendo oportuno destacar que o Banco Central do Brasil foi pioneiro no processo de adoção dos padrões internacionais, tendo sua Diretoria Colegiada assumido um compromisso com a convergência ainda no ano de 2006, com a emissão do Comunicado n.º 14.259", disse. "Em termos das Normas Internacionais de Informação Financeira (IFRS), a Resolução do CMN n.º 3.786, de 2009, materializou esse compromisso, com a exigência da aplicação do IFRS na elaboração de Demonstrações Contábeis Consolidadas dos bancos a partir do exercício de 2010." [2]

[1] Se é assim, qual a razão pela não adoção pelo Banco Central?
[2] Mas isto não está completo. E as outras situações?

Observe o leitor que este texto é muito mais "parcial" do que aquele publicado na Folha (Vide a outra postagem).

IFRS nas Instituições Financeiras Brasileiras

O Brasil adotará o padrão contábil internacional de forma gradual [1], em um processo de médio a longo prazo, disse nesta segunda-feira (15) o presidente do BC (Banco Central), Alexandre Tombini, em discurso para a IFRS (International Financial Reporting Standards) Conference, em São Paulo.

Tombini afirmou que, entre as atribuições do BC, está a de assegurar que o sistema financeiro seja sólido e eficiente --e é nesse contexto que as normas contábeis são importantes-- e a adoção dos padrões internacionais pode reduzir os custos de captação das instituições financeiras no exterior.

Ele disse, no entanto, que é preciso absorver as mudanças necessária de maneira "paulatina e responsável" [2]. "Como regulador do sistema financeiro, o Banco Central do Brasil deve pensar no equilíbrio entre transparência e estabilidade do sistema [3], de modo que todos os impactos sejam meticulosamente analisados anteriormente à introdução de uma nova norma."

Para o presidente da autoridade monetária, "o processo de alinhamento do Cosif [Plano Contábil das Instituições do Sistema Financeiro Nacional] à norma internacional tende a ser um processo de médio a longo prazo" [4].

Ele destacou a participação do Brasil nas discussões das principais questões contábeis propostas pela Iasb e disse que o BC tem avaliado "com interesse" [5] uma minuta recém-editada que propõe alterações nos padrões para o reconhecimento de provisão para perdas em instrumentos financeiros.

"Esse assunto é de grande interesse de todos os reguladores prudenciais, pois afeta uma parcela considerável dos ativos dos bancos. O modelo atual, baseado nas perdas incorridas, não proporciona provisões em volumes suficientes e de forma tempestiva, o que ficou conhecido internacionalmente no jargão 'too little, too late'", disse Tombini.


Fonte: Folha de S Paulo

[1] Esta frase é relevante. Mostra que ainda não adotamos as normas internacionais de contabilidade plenamente, como creem alguns.
[2] Ou seja, adotar as IFRS é agir de maneira irresponsável? Ele está dizendo que o Banco Central age com cautela quando o assunto é a convergência. Mas e os outros setores?
[3] Mais uma vez Tombini deixa dúvida sobre a qualidade das IFRS. Talvez as críticas recebidas na Inglaterra e EUA com respeito as IFRS tenham aumentado a cautela do Banco Central.
[4] Isto não é bem verdadeiro. O alinhamento já foi feito em outros setores. Qual a razão para o excesso de conservadorismo do Banco Central? Medo?
[5] Novamente cautela excessiva.

Juros sobre o Capital Próprio

A 1ª Seção do Superior Tribunal de Justiça (STJ) começou a julgar, por meio de recurso repetitivo, a cobrança de 9,25% de PIS e Cofins sobre juros sobre capital próprio, que é uma forma de remuneração de sócios e acionistas, em substituição à distribuição de dividendos. A discussão é relevante, principalmente para holdings que recebem juros sobre capital próprio como remuneração por investimentos realizados em empresas do grupo.

O julgamento está empatado com um voto parcialmente favorável ao contribuinte e outro a favor da Fazenda Nacional. Como se trata de recurso repetitivo, o julgamento servirá de orientação para os demais tribunais. O caso analisado é da Ipiranga, mas advogados afirmam que Vale, OAS e Ambev também têm autuações fiscais sobre o tema, que envolvem valores milionários.

A distribuição de juros sobre o capital próprio é uma forma de planejamento tributário que permite uma economia de 34% de Imposto de Renda (IR) e CSLL. Isso porque a operação é lançada na conta de patrimônio líquido como lucros acumulados. Com isso, é dedutível do IR e da CSLL. Já a empresa que recebe os valores contabiliza esses juros como lucro ou dividendo. Mas a Fazenda interpreta a remuneração como receita financeira e, por isso, exige as contribuições sociais.

No ano passado, a 1ª Seção do STJ, em outro recurso repetitivo, já havia analisado a questão, mas por meio de autuações lavradas na vigência da Lei nº 9.718, de 1998, que prevê o regime de cumulatividade desses tributos em um percentual de 3,65%, utilizado por empresas no lucro presumido. O caso envolvia um recurso da Fazenda Nacional contra a holding Frazari Administração e Participações, controladora da rede gaúcha de supermercados Zaffari. A decisão que deu ganho de causa ao contribuinte já serve de parâmetro para os demais tribunais do país.

Agora a discussão envolve as leis nº 10.637, de 2002, e nº 10.833, de 2003, que tratam do regime não cumulativo de tributação, aplicado às empresas que optaram pelo lucro real. No julgamento iniciado na quarta-feira, o relator do caso, ministro Napoleão Nunes Maia Filho, trouxe um entendimento novo, que favoreceu a empresa. Para ele, as leis que instituem a cobrança de PIS e Cofins trazem como base de cálculo o faturamento e, por isso, não haveria incidência sobre a receita. O ministro proferiu um voto parcialmente favorável ao contribuinte.

Já o ministro Mauro Campbell, manteve o entendimento dominante no STJ de que os juros sobre capital próprio seriam receita financeira e, portanto, haveria incidência de PIS e Cofins.

Para os advogados da Ipiranga, José Arnaldo da Fonseca e Vinícius Branco, do Levy & Salomão, o voto do ministro Napoleão Nunes Maia Filho dá esperanças aos contribuintes. Isso porque as decisões anteriores do STJ foram unânimes a favor da Fazenda Nacional. A jurisprudência das turmas do STJ e do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf) é desfavorável aos contribuintes. "Estamos bastante otimistas e temos esperança de reverter esse entendimento", diz Fonseca.

De acordo com o advogado Fábio Canazaro, que representa a holding Frazari - vencedora do julgamento anterior da 1ª Seção do STJ -, há chances de os ministros reverem o entendimento contrário aos contribuintes que prevalece nas turmas. "Temos outras experiências de entendimentos que foram revistos na seção, já que a discussão chega mais aprofundada", afirma.

Apesar de a discussão ter como pano de fundo a mesma argumentação, o advogado acrescenta que há ainda mais um ponto a favor das companhias. Isso porque as leis nº 10.637, de 2002, e nº 10.833, de 2003, dizem expressamente que não incide PIS e Cofins sobre juros sobre capital próprio quando esse advém de equivalência patrimonial. "Outros países que também adotam essa sistemática tratam os juros sobre capital próprio como um dividendo especial", diz.

Por meio de nota, a Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN) informou que espera que a jurisprudência do STJ, que é pacífica a favor da Fazenda Nacional, seja mantida. Isso porque, segundo a nota, "a inclusão dos juros sobre capital próprio na base de cálculo do PIS e da Cofins estão de acordo com o disposto nas Leis nº 10.637, de 2002, e nº 10.883, de 2003".


STJ julga juros sobre capital próprio - Adriana Aguiar | De São Paulo - Valor Econômico - 15/04/2013


Crenças

Uma pesquisa questionou as crenças das pessoas em diversas lendas urbanas. 51% das pessoas acreditam que John Kennedy foi morto por uma conspiração; 37% acham que o aquecimento global é uma farsa; 29% que ETs existem; 20%, que vacinas estão vinculadas ao autismo; 15% que o governo controla a mente das pessoas pela televisão, o mesmo percentual que acredita que a indústria farmacêutica inventa doenças; 7%, que a visita do homem a lua é uma farsa; 6% que Bin Laden está vivo; 5%, que Paul McCartney morreu em 1966; e 4% que lagartos controlam a política.

15 abril 2013

Rir é o melhor remédio

Um doente estava no consultório médico depois de um exame completo. O médico diz: “Eu tenho uma notícia grave para você. Você terá somente seis meses de vida”. O paciente pergunta: “O que eu devo fazer?”. O médico responde: “Case com uma contadora.” “Eu irei viver mais?”, pergunta o paciente. “Não”, diz o médico, “mas irá parecer uma eternidade”

Um contador tem dificuldades para dormir e vai ao médico. “Eu não consigo dormir à noite”. “Você tem contado carneirinhos?”. “Este é o problema. Eu cometi um erro e gastei três horas tentando encontrá-lo.”

Um professor faz uma excelente aula sobre evasão fiscal e planejamento tributário. Ao final da aula pergunta aos alunos: diga-me, resumidamente, qual a diferença entre evasão fiscal e planejamento fiscal?
Um aluno responde: “cadeia”.

Um contador estava lendo a história da Cinderela para sua filha de quatro anos. A pequena estava fascinada com a transformação da abobora em uma carruagem de ouro. “Pai, ela pergunta, quando a abobora é transformada ela é classificada em resultado ou ativada?”

Existem dois tipos de pessoas que reclamam quando estão pagando seu imposto de renda: Homem e Mulher.

O médico se encontra com o paciente que irá receber um transplante de coração. “Existem dois doadores viáveis para o seu novo coração. Um é professor e o outro um contador.” “Eu prefiro o coração do contador” afirma o paciente. “Ele nunca foi usado”.

Fonte: Adaptado de The Accountant´s Joke Book. (Dica de Isabel Sales, grato)

Frase

Ciência é muito mais uma maneira de pensar do que um corpo de conhecimento.

Partidas Dobradas e Brasil no início do século XX

Já vimos em diversas postagens anteriores (1) que o método das partidas dobradas era razoavelmente bem difundido no Brasil no final do século XIX. Uma curiosidade importante é que ao contrário dos dias de hoje, o método das partidas dobradas era ensinado junto com as primeiras noções de alfabetização. Um anúncio publicado no jornal A República, no ano de 1889, da Eschola Realista mostra isto:

A escola, localizada na Rua do Riachuelo, na cidade de Curitiba, Paraná, oferecia aulas para meninos de 5 a 14 anos, sendo que o primeiro grau consistia em noções de contabilidade. É bem verdade que isto parece que era uma exceção na época, mas o fato de ensinar contabilidade no ensino regular era algo normal. Um Regulamento da Instrução Pública do Estado do Paraná indicava que o ensino naquele estado teria matérias complementares que incluía “as regras de contabilidade usual e a escripturação mercantil” (2). Também neste mesmo ano já existiam concursos públicos com provas de conhecimento, onde se cobrava “escripturação mercantil por partidas dobradas” (3) para ser funcionário do tesouro do estado do Paraná.

Além do ensino tradicional, existiam professores particulares que ensinavam a contabilidade, como pode ser comprovado por este anúncio publicado em 1896 (4):


Um ano depois, um classificado oferecia serviços de contabilidade, mostrando que já naquele momento existia a terceirização de serviços contábeis (5):

Observe que os serviços eram oferecidos ao público em geral, com ênfase no comércio. E que o profissional fazia a escrituração pelas partidas dobradas ou por partidas simples. No mesmo ano uma piadinha, um tanto quanto sem graça, era publicada no jornal A República (6):

- O senhor quebrou duas vezes
- É exacto, mas peço licença para observar-lhe que todo o bom negociante faz as suas operações por partidas dobradas.

Apesar destas constatações é importante destacar que a adoção das partidas dobradas já era fato corriqueiro no Brasil do final do século XIX. Pelo contrário, em alguns setores as partidas dobradas só foram adotadas no setor público no século XX. As primeiras experiências ocorreram em 1906 no estado do Paraná, através do secretário de Finanças, Coronel Chichorro Junior (7). Logo após, o estado de São Paulo também adotaria as partidas dobradas na área pública. Naquele estado destaca-se os nomes de Carlos de Carvalho (8), Levy Magano e Francisco D´Aurea (9).

Mas somente em 1914 é que o governo central, através de Rivadavia Correa (8), interessa por adotar as partidas dobradas na área pública. Naquela época, os estados de São Paulo e provavelmente Minas, Rio de Janeiro e Pernambuco (10), adotavam o método. Paraná, o pioneiro, tinha abandonado o método, já que os resultados não foram “satisfatórios” (11).

Apesar do atraso na adoção das partidas dobradas, a expansão do método na área pública parece que foi rápida na década de 20. Em 1929 já se tem notícia que a prefeitura municipal da cidade de Palmeira, no Paraná, já o adotava, conforme a seguinte citação:

A escripta da Prefeitura já se encontra sendo feita pelo systema de partidas dobradas e o seu methodo esta organisado muito regularmente (12).

____________________
(1) Vide, por exemplo, A educação nas Províncias na Segunda Metade do século XIX 
(2) A Republica, edição 26, 1890. Trata-se do artigo 3º., paragrafo 3º.
(3) A República, edição 162, 1890, p. 3.
(4) A República, edição 28, 1896, p. 3.
(5) A República, edição 130, 1897, p. 3.
(6) A República, edição 195, 1898, p. 1.
(7) A República, edição 240, 1907, p. 1. Vide também o mesmo jornal, edição 290, 1906, p. 1. Ou, edição 156, 1906, p. 1. São textos longos, onde o articulista informa que o estado do Paraná estaria usando o método adotado no comércio.
(8) A República, edição 290, 1914, p. 1.
(9) A República, edição 132, 1914, p. 1.
(10) A República, edição 27, 1915, p. 2.
(11) A República, edição 14, 1915, p. 1.
(12) A República, edição 107, 1929, p. 3.

Principais erros no Imposto de Renda

Saiba quais os principais motivos que levam os contribuintes a cair na malha fina:

- Informar despesas médicas diferentes daquelas que constam nos recibos, principalmente em função da DMED
- Informar incorretamente os dados do informe de rendimento, principalmente valores e CNPJ
- Não dar informações sobre rendimentos recebidos durante o ano (as vezes, é comum esquecer de empresas em que houve a rescisão do contrato)
- Deixar de informar os rendimentos dos dependentes
- A empresa alterar o informe de rendimento e não comunicar o funcionário
- Deixar de informar os rendimentos de aluguel recebidos durante o ano
- Informar rendimentos diferentes dos declarados pelos administradores ou imobiliárias.

A empresa pode levar o funcionário à malha fina quando:
1) Deixa de informar na DIRF ou declara com CPF incorreto
2) Não repassa o IRRF retido do funcionário durante o ano
3) Altera o informe de rendimento na DIRF sem avisar o funcionário.


Fonte: Aqui

14 abril 2013

Rir é o melhor remédio

Pergunta: Qual a diferença entre o advogado e o contador?
Resposta: O contador sabe que ele é chato.

Pergunta: Qual a diferença entre o contador introvertido e o extrovertido?
Resposta: O contador introvertido olha para os sapatos dele quando está falando como você. O extrovertido olha para os seus sapatos quando está falando com você.

Pergunta: Como é conhecido um contador que parece estar falando com alguém?
Resposta: Popular

Pergunta: Como é chamado um contador sem uma planilha?
Resposta: Perdido.

Pergunta: O que é a economia sem suposições?
Resposta: Contabilidade

Pergunta: Quantos auditores são necessários para trocar um lâmpada?
Resposta: Quantos fizeram isto no ano passado?

Pergunta: Quantos contadores de custos são necessários para trocar uma lâmpada?
Resposta: Hummm... Deixe eu fazer algumas contas e retorno com a resposta.

Pergunta: O que um contador diz quando você pergunta as horas?
Resposta: São 19:31 e 13 segundos. Não, 14 segundos. Não, 15 segundos.

Fonte: Adaptado de The Accountant´s Joke Book. (Dica de Isabel Sales, grato)

Juventude e Resultado

Quando o engenheiro João Vicente Araújo chegou à presidência da Ferroeste, a estatal de ferrovias do Paraná, há seis meses, tinha de idade o que boa parte de seus comandados tinha de empresa.

Com 25 anos, foi escolhido para recuperar a rentabilidade da companhia que leva a produção agrícola do oeste do Estado ao porto de Paranaguá --demanda crescente, mas que dava prejuízos mensais de até R$ 1 milhão.

O histórico era ruim: o antigo concessionário não investira e perdera a ferrovia na Justiça, em 2006. Com pouco pessoal, caixa zerado e equipamentos sucateados, a operação era deficitária.

Com Araújo, chegou um novo diretor de produção, Rodrigo César de Oliveira --com iguais 25 anos. Oriundos da iniciativa privada (ambos foram trainees da ALL, famosa pela cobrança de metas), começaram a cobrar produtividade, cortar gastos e fechar acordos para investimentos em equipamentos e logística, em troca de transporte.

As parcerias deram fôlego ao caixa. Seis meses depois, a Ferroeste já opera no azul. O lucro ainda é quase zero, mas, desde fevereiro, o faturamento aumentou 30%.

"Quando cheguei, havia uma piada interna de que uma Kombi do Conselho Tutelar iria me levar embora a qualquer momento", diz o presidente, aos risos.

Para ele, resistências internas ficaram para trás.

TINO COMERCIAL

Fontes consultadas pela Folha relatam que os objetivos da empresa, antes da nova direção, estavam muito mais ligados à elaboração de grandes projetos que quase nunca saíam do papel.

Segundo Araújo, a empresa não tinha indicadores de velocidade dos trens e gastava "de forma desordenada" --como no aluguel de locomotivas, a R$ 50 mil mensais, que não funcionavam.

Apesar das melhorias, a Ferroeste não tem verba para investir e compete com empresas privadas que fazem grandes aportes com agilidade. "Na iniciativa privada, tinha duas horas para resolver um problema. Aqui, demoro meses. Você não imagina a agonia." Não à toa, ele não gosta de reuniões.

Ainda assim, a expectativa é aumentar a produção da empresa em "chineses" 30% neste ano, por meio de acordo inédito com a ALL que irá permitir às duas empresas transportar vagões na malha alheia. A meta é fechar 2013 com faturamento de R$ 20 milhões --80% a mais do que em 2012

BVA

A reunião de cotistas de um fundo de investimentos que possui títulos do banco BVA, realizada nesta sexta em São Paulo, acabou sem acordo. O impasse levou o grupo Caoa, do empresário Carlos Alberto de Oliveira Andrade, a desistir oficialmente de comprar a instituição. Com isso, cresceu a probabilidade de o BVA, que está sob intervenção do Banco Central (BC) desde 19 de outubro, ser liquidado.

O fundo em questão tem como cotistas quase 50 fundos de pensão distribuídos pelo País. Nesta sexta, representantes de 22 dessas entidades reuniram-se para analisar a proposta de Caoa.

A oferta era a mesma apresentada a outros investidores do BVA: pagamento à vista de 35% do valor aplicado no banco e a possibilidade de reaver mais 35%, conforme a recuperação dos créditos na carteira da instituição. A proposta nem sequer foi votada. Irritados, alguns representantes deixaram o encontro ameaçando processar o BVA.

Os controladores do banco trabalham agora para que a assembleia seja reaberta entre segunda e terça-feira, o que, em tese, pode permitir que o BVA seja salvo.Se a maioria dos cotistas aceitar as condições, Caoa pode retornar para o negócio.

O fundo em questão tem papel-chave na tentativa de uma solução para o banco. Em sua carteira está um CDB emitido pelo BVA com uma remuneração bem superior à média do mercado - cerca de 30% ao ano, segundo fontes ligadas ao Caoa.

Originalmente, esse papel valia perto de R$ 50 milhões, mas, com a remuneração já embutida, o valor subiria para cerca de R$ 300 milhões. Oliveira Andrade não aceita comprar o BVA com esse passivo na carteira.

Um consultor de Andrade que participa das negociações informou que, na segunda-feira, haverá uma reunião entre representantes do grupo e do Fundo Garantidor de Créditos (FGC). Segundo esse consultor, se o FGC conceder um empréstimo no valor equivalente ao do CDB, o negócio pode se tornar viável novamente. O Estado apurou, no entanto, que o FGC reluta em aceitar novas condições.

O prazo de seis meses da intervenção pelo BC expira quinta-feira, dia 18. Tecnicamente, existe a possibilidade de que seja renovado por mais 180 dias, mas diferentes fontes consideram a hipótese remota.

Oliveira Andrade surgiu como principal (e, posteriormente, único) interessado no BVA porque possui cerca de R$ 600 milhões aplicados no banco. Para não perder o dinheiro, resolveu tentar comprá-lo. Para que a proposta vingasse, estabeleceu que seria preciso a adesão de ao menos 90% dos credores. Até esta sexta, 70% haviam aceitado as condições - R$ 650 milhões num total de R$ 900 milhões.

A negativa dos cotistas do fundo, aliada à resistência de parte dos credores, levou o Caoa a desistir. Mas a novela ainda não terminou. Como lembra uma fonte, em meio a tantas condicionantes (reunião com o FGC e eventual continuidade da assembleia), a situação pode virar de uma hora para a outra.

Fonte: Aqui

13 abril 2013

Tempo: Causa e Efeito


Rir é o melhor remédio

Adaptado daqui

Fato da Semana

Fato: O escândalo do auditor da KPMG

Qual a relevância disto? Os escândalos contábeis estavam relacionados com a manipulação de informações que chegavam ao usuário. As empresas de auditoria eram questionadas pela sua incapacidade de enxergar os engodos cometidos por gestores inescrupulosos.

O escândalo da KPMG é de outro tipo. Um partner da empresa, de sobrenome London, que fazia auditoria de empresas como a Herbalife, renunciou a sua função na empresa e confessou ter passado informações para um investidor. Este investidor, obviamente, aproveitou-se das informações para aplicar no mercado de capitais.

A KPMG abriu mão de continuar fazendo a auditoria da Herbalife, que já era complicada em razão do estilo de negócio da empresa, parecido com uma pirâmide. A entidade que regula o negócio de auditoria nos Estados Unidos já comenta da possibilidade de apertar a fiscalização, com novas normas. Algumas destas normas poderão abrir a possibilidade de processo na justiça contra os relatórios de auditoria que não alertaram sobre a manipulação de informações.

Até então, a preocupação com a informação privilegiada estava voltada para o gestor da empresa. Agora se percebe que o auditor externo também pode usar esta informação.

Positivo ou Negativo? – Para o setor de auditoria é um fato lamentável. Além da série de problemas já enfrentados, a possibilidade de um auditor usar a informação privilegiada de uma empresa é assustadora e poderá significar mais normas restritivas para o setor. A imagem das grandes empresas de auditoria também fica arranhada.

Desdobramentos – O partner deverá sofrer um processo do órgão regulador e deverá ser penalizado. A KPMG tentará defender-se dizendo que é um caso isolado – o que de certa forma tem um pouco de razão.

Outras possibilidades de fato da semana: tem semana onde parece que nada ocorreu. Esta foi bastante emocionante: a posição do STF sobre o imposto das controladas, o reconhecimento que o Iasb está precisando de dinheiro e o novo posicionamento do Fasb quanto ao leasing são situações que merecem destaque.

Teste da Semana

Este é um teste para verificar se você acompanhou de perto os principais eventos do mundo contábil. As respostas estão nos comentários.

1 – O Iasb reconheceu esta semana que está com problemas de caixa. Para isto ele solicitou ajuda financeira a um país específico
China, que não tem contribuído muito
Estados Unidos, que reduziu sua doação
Inglaterra, onde fica sua sede

2 – O Fasb avançou na proposta para a contabilidade do leasing. Numa votação apertada, a proposta é
Diferente a do Iasb
Próxima a do Iasb
Sem nenhuma relação com a do Iasb

3 – O STF decidiu sobre a questão dos impostos das controladas. A decisão sobre o pagamento do imposto de renda e contribuição social sobre o lucro é que o mesmo
É constitucional
É inconstitucional
Somente será constitucional a partir de 2014

4 – “Eu não compartilho da tese de que parte dos estádios [da Copa do Mundo] se tornarão ‘elefantes brancos’”. O autor desta frase foi
O deputado federal, Romário
O lobista e ex-jogador, Ronaldo
O ministro do Esporte, Aldo Rabelo

5 – O banco Cruzeiro do Sul não deverá pagar mais da metade do que deve aos seus credores. Isto significa
R$5 bilhões
R$10 bilhões
R$2,5 bilhões

6 – A Comissão de Assuntos Econômicos aprovou o projeto que obriga que este cargo seja ocupado por auditor de carreira. O objetivo é diminuir a influencia política do cargo de
Presidente da Controladoria Geral da União
Secretário da Receita Federal
Secretário da STN

7 – O Senado aprovou a indicação desta mulher para presidir a SEC
Elisse Walter
Mary Jo White
Mary Schapiro

8 – Estas empresas foram consideradas um bom local para se trabalhar
Big Four
Empresas brasileiras com sede nos EUA
Empresas financeiras envolvidas nos escândalos financeiros

9 – O ator Wesley “Blade” Snipes saiu da prisão para a prisão domiciliar. Seu crime foi
Não pagar imposto de renda
Ter usado seu dinheiro para adquirir substancia ilícita.
Usar informação privilegiada no mercado financeiro

10 – Mais de 700 mil reais de dinheiro do contribuinte deverão ser devolvidos ao Fundo Partidário, segundo determinação do TRE de São Paulo. O PTB foi condenado por
Ter recebido dinheiro a mais daquilo que lhe cabia
Ter uma prestação de contas do uso do dinheiro com irregularidade
Ter usado o tempo da televisão além do estabelecido em lei

Censura da internet na China

A percentagem de censura na internet na China é assustadora. Fonte: aqui

12 abril 2013

Rir é o melhor remédio

Pergunta: Qual a razão pelo qual os contadores não leem romances?
Resposta: Os únicos números são as páginas.

Pergunta: Como os contadores resolvem o problema de insônia da esposa?
Resposta: Eles contam sobre seu trabalho.

Pergunta: Quantos contadores são necessários para mudar uma lâmpada?
Resposta: Dois. Um para mudar a lâmpada e outro para verificar se está dentro do orçamento.

Pergunta: Qual a definição de contador?
Resposta: É alguém que soluciona um problema que você não sabe que tem, de uma maneira que você não entende.

Pergunta: Por que Deus criou os economistas?
Resposta: Para que os contadores pudessem rir de alguém.

Adaptado de The Accountant´s Joke Book. (Dica de Isabel Salles, grato)

Iasb precisa de dinheiro

Segundo o jornalista Huw Jones (U.S. urged to bridge accounting body cash gap, Reuters), a entidade responsável pela emissão de normas internacionais está atravessando uma grave crise financeira. O Iasb deseja que os Estados Unidos aumente a sua contribuição à entidade para poder fazer seu trabalho.

Uma das razões para a falta de dinheiro do Iasb diz respeito a perspectiva da não adoção das normas internacionais por parte da maior economia do mundo. Isto reduziu a quantidade de dinheiro recebida em doação pela entidade, prejudicando o trabalho desenvolvido atualmente.

O presidente do Iasb, Hans Hoogervorst reconheceu a necessidade de dinheiro. Jones comentou sobre a existência de um deficit de 1,4 milhão de libras, podendo aumentar para 1,8 milhão em 2014 e 2,2 milhões em 2015. A razão disto é a menor contribuição dos Estados Unidos.

Uma possível solução é solicitar as quatro grandes empresas de auditoria, principal beneficiária da convergência, um aumento na contribuição de 6 milhões de libras feita no ano passado. Isto teria um efeito político ruim para o Iasb, já que aumentaria a dependência da entidade do dinheiro das Big Four.

Fasb e Leasing

A entidade que normatiza as regras contábeis nos Estados Unidos decidiu, na quarta-feira, avançar numa proposta de contabilidade para leasing que se aproxima daquela proposta pelo Iasb. A decisão foi apertada, com o voto de minerva da presidente, Leslie Seidman. A proposta deverá ir para audiência pública em maio.

A filosofia é colocar no balanço todos os contratos de leasing, exceto aqueles de curto prazo. Um dos membros do Fasb afirmou que a proposta aprovada irá aumentar a complexidade, pois a informação de leasing poderá estar em vários locais das demonstrações contábeis.

Frase

"Contadores são os cowboys da informação" - David Foster Wallace, escritor, quando estudava contabilidade fiscal para escrever um romance sobre cobradores de impostos

Efeitos do escândalo KPMG

A notícia que um contador da KPMG repassou informação confidencial sobre a Herbalife e outras empresas, onde era responsável pela auditoria, ainda repercute no mercado.

O New York Times disse que o fato poderá forçar os auditores a repensar suas práticas. O trader que recebeu as dicas do auditor pediu desculpas.

11 abril 2013

Rir é o melhor remédio

Fonte: Aqui

Bitcoin é ativo?


A Bitcoin é uma moeda digital, que não possui vínculo nenhum com algum tipo de governo ou banco central. Três possíveis aspectos podem contribuir para a dúvida sobre o fato de a moeda Bitcoin ser ou não um ativo: (a) a questão legal; (b) o fato de ser digital; (c) não ter um respaldo de uma autoridade monetária.

A moeda não é reconhecida oficialmente como tal por algumas autoridades monetárias. Entretanto, isto não impede da moeda ser aceita por entidades legalmente constituídas. E que já existam regras sobre o uso de moeda digital em certos países. Assim, apesar da aceitação por parte dos governos ainda ser uma questão pendente, isto não pode ser considerado uma restrição para a aceitação do Bitcoin como ativo. É importante relembrar que a legalidade não é um requisito para o reconhecimento e mensuração de um ativo.

De igual forma, o fato de o Bitcoin ser um bem intangível não é uma restrição séria ao seu reconhecimento. Existem diversos exemplos de ativos intangíveis, como ágio, patentes, entre outros. Finalmente, a falta de um respaldo por parte de um banco central também não é problema.

O importante é que o Bitcoin tenha condições de gerar futuro benefício econômico, controlado da entidade e baseado em transações passadas. Aceitando que o Bitcoin cumpre os três quesitos, pode-se afirmar que é um ativo. 

FAQs sobre Bitcoin


O que é Bitcoin?
Bitcoin é uma moeda digital, sem vínculo com nenhum governo (banco central) ou empresa. Foi criada em 2009.

Por que o interesse no Bitcoin?
No último ano, de abril de 2012 a abril de 2013, o valor do Bitcoin foi multiplicado por 20. A valorização trouxe a atenção dos analistas sobre o assunto. Alguns acreditam que o Bitcoin é uma tecnologia que irá revolucionar os serviços bancários. Outros acham que é um esquema Ponzi. Acredita-se que exista uma relação entre a valorização do Bitcoin e a crise de Chipre.

Quem está usando o Bitcoin?
Alguns endereços da internet já aceitam pagamento com Bitcoin. Em junho de 2011 o Wikileaks passou a aceitar doações em Bitcoin. Alguns bancos já visitam os mercados de troca de bitcoin, segundo informação da Reuters. Também é possível trocar Bitcoin por Linden, a moeda virtual do second Life.

O Bitcoin é somente uma moeda?
Há certa controvérsia com respeito a isto. Alguns acreditam que o Bitcoin pode ser considerado também como sendo uma fonte de investimento. Esta crença decorre da valorização ocorrida nos últimos anos. E já existem derivativos em bitcoins.

Quais as vantagens do Bitcoin?
Além do fato de ser um investimento, o Bitcoin tem a vantagem do anonimato. Como moeda, o Bitcoin poderá revolucionar o sistema bancário (vide mais adiante).

Como a moeda é criada?
Existe um sistema denominado de mineração. Ele está associado com a solução de certos problemas matemáticos complexos, que geralmente são feitos com a utilização de elevados recursos computacional. Isto limita a criação da moeda. E incentiva aqueles que desejam criar moeda de maneira pouco ética, como usar os computadores de uma empresa sem a permissão do empregador.

Como o processo de criação do Bitcoin afeta a criação de vírus?
Uma vez que a criação da moeda depende da utilização de computadores, alguns programas foram desenvolvidos para instalar nos computadores pessoais ao longo do mundo, com a finalidade de usar as máquinas para “criar” moedas para terceiros. Estes programas não provocam efeito sobre os arquivos, mas torna o equipamento mais lento.

Existe roubo de Bitcoin?
Já existem casos de roubo de Bitcoin, com prejuízos expressivos. Algumas empresas que armazenam Bitcoin já foram roubadas.

Qual a explicação para o comportamento do preço recente do Bitcoin?
Como existe uma limitação na oferta da moeda e a procura é crescente, a resposta da pergunta é fácil: a velha lei da economia. Além disto, algumas das vantagens da moeda, como o anonimato, atraem pessoas.

Existe algum respaldo legal para o Bitcoin?
Em geral não. As autoridades monetárias de diversos países não reconhecem o Bitcoin como moeda de troca. Mas o serviço financeiro da ilha de Malta reconhece o uso do Bitcoin.

O Bitcoin é volátil?
Sim. A conversão do Bitcoin para o dólar já sofreu variações enormes nos últimos anos. Em 2011 o preço caiu de 30 para 2, o dólar. No final de março atingiu a 50 dólares.

Existem alternativas ao Bitcoin?
Sim. Um deles é o mavros, criado pelo russo Sergey Mavrodi. Entretanto, o currículo de Mavrodi não é muito bom para ser um substituto adequado.

O Bitcoin é revolucionário?
Pelo fato do Bitcoin não depender do sistema bancário tradicional, as transações eletrônicas podem ter um custo menor. Assim, é possível que o Bitcoin seja uma disruptive innovation, na definição de Clay Christensen

Imposto de Controlada

O Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu nesta quarta-feira que a cobrança de Imposto de Renda e Contribuição Social pelo Lucro Líquido (CSLL) de empresa controlada que esteja estabelecida fora de países considerados paraísos fiscais é constitucional. Momentos antes, o Supremo definiu que a cobrança de impostos sobre companhias coligadas no exterior é inconstitucional desde que não estejam em paraísos fiscais.

Na mesma sessão, mais cedo, o STF também decidiu que a cobrança dos impostos é constitucional no caso de companhias controladas que estejam situadas em paraíso fiscal e definiu que cobrança de impostos não pode ser retroativa. Agora, o Supremo derrubou também a retroatividade da cobrança prevista em lei para as empresas controladas que estejam fora de paraísos fiscais.

Uma empresa é controlada por outra quando tem poder de eleger a maioria dos administradores ou tomar as principais decisões relacionadas com a companhia. Não há necessidade, assim, de deter mais da metade do capital da empresa. Já uma empresa coligada a outra é quando uma delas tem influência sobre a outra de forma significativa, ainda que não haja um porcentual mínimo de detenção de ações. Na prática, a coligação se dá quando uma empresa consegue exercer poder sobre as decisões da companhia, mesmo sem controlá-la.


STF: cobrança de IR de controlada é constitucional
Por Célia Froufe e Felipe Recondo

Sonhos

Fonte: Aqui

Elefante Branco

O ministro do Esporte, Aldo Rebelo, rechaçou a possibilidade de que alguns estádios construídos para a Copa do Mundo se tornem os chamados “elefantes brancos”, ou seja, grandes obras sem utilidade após o evento. “Eu não partilho da tese de que parte dos estádios se tornarão 'elefantes brancos'. O Brasil passa por um processo de modernização do nosso futebol. Manaus e Cuiabá, que estão sendo olhadas com maior desconfiança, talvez pelo desconhecimento e pela distância, também justificam a construção dessas arenas. A de Manaus representará 60% do território brasileiro, que é a Amazônia. É concebível fazer uma Copa do Mundo deixando de fora 60% do nosso território? Desconhecendo cidades históricas como Cuiabá, representando um bioma único do planeta, que é o Pantanal, hoje marcadas como destino turístico importante? Acho que não”.

(...) O presidente da comissão, deputado Romário (PSB-RJ), externou ao ministro sua preocupação com o dinheiro investido nos estádios. “Segundo o então presidente Lula, o Brasil gastaria, nos estádios de futebol, R$ 2,2 bilhões. Hoje, estamos em R$ 5,7 bilhões. Eu não sou engenheiro, arquiteto ou matemático, mas se eu vou fizer um orçamento para a minha obra, tudo bem que chegue a 20%, 30% de aumento. Mas 159%? Acho que isso é total falta de respeito com o dinheiro público”. (...)


Ministro do Esporte não crê em "elefantes brancos" após a Copa do Mundo
Por Agência Brasil

10 abril 2013

Rir é o melhor remédio



Cartoons políticos: Irã, França e Rússia

KPMG e Herbalife

A empresa Herbalife é uma empresa que vende “shakes” através de um esquema que lembra uma pirâmide. Para aumentar seu faturamento, a empresa possui uma série de patrocínios. Entre eles, o time de futebol do Los Angeles Galaxy, ex-time de futebol de David Beckham.

A Herbalife é auditada pela KPMG. Agora, Jonathan Weil, da Bloomberg, revela uma estranha coincidência: o auditor responsável pela conta da KPMG é chairman do Los Angeles Sports Council, que tem por missão, a promoção de esportes na região de Los Angeles. Que apoia o time de futebol dos Galaxy. A questão da independência do auditor seria altamente questionável.

Mas nada que não possa ficar pior. Noticiou ontem que o referido auditor também estava envolvido numa situação de utilização de informação privilegiada. O auditor trabalhava na KPMG a quase 30 anos.

Além de demitir o auditor, a KPMG anunciou que está entregando as contas da empresa auditada. A demissão traz a discussão sobre a frequência do uso de informação privilegiada, que pode ser muito mais comum do que se acredita. E que a história ainda está obscura.

Mas a KPMG lembra que possui 22 mil partners e a possibilidade de ocorrer um problema com um deles é razoável.

BVA

A próxima sexta-feira é uma data vital para definir o destino do banco BVA, sob intervenção do Banco Central (BC) desde 19 de outubro. Nesse dia, credores de um fundo de investimentos que possui títulos emitidos pelo BVA reúnem-se para decidir se aceitam a proposta do controlador do Grupo Caoa, Carlos Alberto de Oliveira Andrade, pelas suas aplicações.

O Estado apurou que, se não aceitarem, o empresário desistirá do negócio. Nessa hipótese, o BVA deverá ser liquidado pelo BC, uma vez que o prazo de 180 dias da intervenção termina na próxima quinta-feira, dia 18.

O fundo em questão é administrado pela gestora carioca Drachma. Tem na carteira um CDB emitido pelo BVA que paga uma remuneração excepcional para os padrões atuais do mercado financeiro brasileiro: 33% ao ano.

O valor original do papel é de R$ 50 milhões, comprazo de vencimento de 10 anos. O investidor que firmou o negócio com o BVA revendeu o CDB para o fundo da Drachma. Esse fundo, por sua vez, tem como cotistas quase meia centena de fundos de pensão e outras entidades de previdência de estatais.

O grupo Caoa não quer comprar o BVA com esse passivo no balanço. Por isso, propôs aos detentores do papel o mesmo desconto que tem sido oferecido aos outros credores do BVA: 35% do valor à vista e a possibilidade de receber outros 35% dependendo do índice de recuperação dos créditos do BVA no mercado.

Quem tem, por exemplo, R$ 1 milhão, recebe à vista R$ 350 mil e ganha a possibilidade de receber outros R$ 350 mil.

O problema é que muitos dos investidores que estão no fundo Drachma têm se mostrado irredutíveis. Na conta deles, o CDB em questão não vale mais os R$ 50 milhões originais, mas mais de R$ 300 milhões - valor que embute a remuneração de acordo com o prazo acertado. É um procedimento conhecido como marcação a mercado.

"O que esses investidores não conseguem entender é que, hoje, eles não têm nem R$ 50 milhões e muito menos R$ 300 milhões. Possuem apenas R$ 70 mil, que é o valor coberto pelo Fundo Garantidor de Créditos (FGC) caso o BVA seja mesmo liquidado", afirma uma fonte a par das negociações.

Na sexta-feira, representantes dessas fundações farão uma assembleia em São Paulo para decidir se aceitam ou não a proposta do grupo Caoa.

Se eles derem sinal verde para a oferta, o caminho estará aberto para que Oliveira Andrade faça uma proposta oficial pelo banco. Mas uma fonte lembra que, mesmo nessa hipótese, o negócio não estará garantido.

Faltará saber se a adesão total dos credores à proposta da Caoa alcançou o montante pretendido pelo empresário: 90%. Se as duas condições forem cumpridas, a proposta será feita. A decisão, então, caberá ao BC.


Destino do BVA pode ser definido esta semana - Leandro Modé - O Estado de S. Paulo - 09/04/2013

Cruzeiro do Sul

Liquidado seis meses atrás em meio a uma série de denúncias de fraudes, o banco Cruzeiro do Sul calcula hoje que não deverá pagar a seus credores mais do que metade dos R$ 10 bilhões que eles têm a receber. A estimativa foi feita ao 'Estado' pelo liquidante da instituição, Sérgio Rodrigues Prates.

Nomeado pelo Banco Central (BC), Prates está lá para cobrar clientes que tomaram empréstimos no Cruzeiro do Sul e assim devolver ao menos parte do dinheiro dos investidores que tinham aplicações no banco. Por enquanto, boa parte dos empréstimos está retornando.

Da liquidação até o fim de março, entraram no caixa do banco R$ 1,3 bilhão. A maior parte dessa receita vem do pagamento de empréstimos consignados, mas há também dívidas de cartões de crédito e financiamentos a empresas. Por enquanto, o dinheiro vai ficar quase todo com o banco. "Ainda não estamos pagando ninguém", diz Prates. "Esse caixa vai ficar aplicado até que a gente tenha uma noção clara de quem são todos os credores."

Beneficiados. O liquidante acha que a lista final de credores ficará pronta até o fim deste mês. Entre eles, há vários investidores estrangeiros, que compraram títulos do banco. Prates não arrisca nenhum prazo para que eles comecem a resgatar o dinheiro que um dia aplicaram no Cruzeiro do Sul.

De acordo com o balanço do ano passado, que foi finalizado em março, o banco tem passivos que atingem R$ 10 bilhões e cerca de R$ 6,5 bilhões em ativos - a maior parte, operações de empréstimos. "Não é certo que conseguiremos receber tudo, mas vamos tentar chegar o mais próximo possível", afirma Prates.

A taxa de inadimplência tem ficado entre 7% e 10%. "Muitos devedores acham que não precisam mais pagar por causa da liquidação ou que suas dívidas serão esquecidas. Mas a gente vai atrás", diz o liquidante.

O Cruzeiro do Sul foi liquidado pelo BC em setembro, após a apuração de um rombo contábil de R$ 3,1 bilhões. Dezessete pessoas foram acusadas pelo Ministério Público Federal (MPF) de praticar crimes como gestão fraudulenta, caixa 2 e lavagem de dinheiro. De acordo com a denúncia, o banco teria criado mais de 300 mil empréstimos consignados falsos para maquiar seus balanços e dar a impressão de que seus números eram bons.

Na Justiça. O ex-controlador do banco, Luís Felippe Índio da Costa, chegou a passar duas semanas na cadeia, em São Paulo. Seu pai, Luís Felippe, ficou em prisão domiciliar, no Rio. Eles sempre negaram as acusações e afirmam que as avaliações feitas na contabilidade do banco desde a época da intervenção estariam incorretas.

No momento, segundo seus advogados, eles avaliam a possibilidade de entrar na Justiça contra medidas adotadas pelo BC e pelo Fundo Garantidor de Créditos (FGC), que atuou como interventor no Cruzeiro do Sul antes de sua liquidação.

Auditor

A Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado aprovou na manhã desta terça-feira, em votação simbólica, projeto que obriga o presidente da República a escolher o secretário da Receita Federal entre os integrantes da carreira de auditor da instituição. A justificativa do projeto, de autoria do senador Francisco Dornelles (PP-RJ), ex-secretário da Receita, é diminuir a potencial influência política na escolha.

"Efetivamente, a nosso entendimento, é imperativa a necessidade de se buscar a profissionalização das funções públicas relativas a posições estratégicas no aparelho estatal federal, e, nesse ambiente, certamente avulta, pela sua importância na área tributária e nas atividades ligadas à arrecadação, o cargo de secretário da Receita Federal", afirmou o senador Romero Jucá (PMDB-RR), relator da proposta.

A matéria segue para apreciação da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado. Caso seja aprovada nessa segunda comissão, e não haja recurso de senadores para que a proposta seja votada em plenário, o texto seguirá para apreciação da Câmara dos Deputados.

Fonte: Aqui

09 abril 2013

Rir é o melhor remédio

Fonte: Aqui

SEC

O Senado dos Estados Unidos confirmou a indicação da Mary Jo White para SEC. Existia uma preocupação que a indicação poderia enfrentar resistências, por conta das vinculações de White com algumas firmas de Wall Street.

White irá assumir o posto de Elisse Walter que, por sua vez, tinha assumido a SEC com a saída de Mary Schapiro em dezembro de 2012.

Existe uma expectativa que a experiência de Mary Jo White seja útil para uma posição mais forte da SEC com as fraudes financeiras. Esta talvez seja a sua principal preocupação. A decisão sobre a posição dos Estados Unidos com respeito as normas contábeis internacionais deverá ficar em segundo plano.

08 abril 2013

Rir é o melhor remédio

Adaptado daqui

A educação nas províncias na segunda metade do século XIX

O Brasil sempre foi centralizado. Talvez por este motivo seja uma surpresa agradável descobrir que existia uma vida bastante agitada nas diversas províncias do segundo império. Uma análise nas diversas publicações provincianas permite comprovar que o ensino de contabilidade era algo normal, não uma exceção. As poucas pessoas que tinham condição de fazer o ensino, primário e médio, podiam ter contato com as noções básicas das partidas dobradas e aprender a técnica da escrituração.

Veja o caso da província do Pará. Em 1867 foi fundado o Colégio de Santa Maria de Belém (1), na Rua do Rosário, através de um acordo entre o presidente da província e o Cônego Antonio Feliciano de Souza. O colégio deveria dar instrução primária e entre os conteúdos citados estava a escrituração mercantil.

Vizinho, a província do Maranhão também já tinha o ensino da contabilidade um pouco antes. No Colégio Nossa Senhora da Gloria (2), localizado na Rua Grande, e dedicado a educação das meninas daquela província, a leitura e contabilidade era ensinada pela Dona Raymunda Emilia Abranches Moura. Já no Collegio Episcopal de N. S. dos Remedios (3), localizado na Rua de San Pantaleão 39, a primeira cadeira do ensino primário contava com leitura, escrita e contabilidade. No Liceu Maranhense (4) existia a disciplina de Calculo Mercantil e Escripturação por partida dobrada, ministrada por Luiz José Joaquim Rodrigues Rocha.

Algo comum naquela época, onde os recursos não eram tão fartos, é que a aula poderia ocorrer na escola ou na casa do próprio professor. O Liceu da Bahia (5), cuja disciplina era ministrada pelo professor Antonio Joaquim Damasio. Na mesma Bahia, a Associação Comercial já dispunha de uma sala de aula específica para contabilidade, conforme consta um proclama (6) da Caixa de Economias, “instalada no dia 29 de novembro de 1853, no salão d´aula de contabilidade da associação comercial”.

A mostra que o ensino de contabilidade florescia nas províncias no segundo reinado é a criação do Curso Commercial Pernambucano (7), através da lei provincial 414, de 30 de abril de 1857. O curso tinha três cadeiras somente, uma das quais era contabilidade, escrituração e prática de operações comerciais.

O que se percebe é que no segundo império o ensino de noções de contabilidade era comum nas províncias. Mas não a educação específica e aprofundada, como nós conhecemos hoje.

(1) Almanak: Administrativo, Mercantil e Industrial, 1868, edição 1, p. 192, Pará.
(2) Almanak: Administrativo, Mercantil e Industrial, 1858, edição 1, p. 156, Maranhão
(3) Almanak: Administrativo, Mercantil e Industrial, 1858, edição 1, p. 180, Maranhão
(4) Almanak: Administrativo, Mercantil e Industrial, 1858, edição 1, p. 39, Maranhão
(5) Almanak: Administrativo, Mercantil e Industrial, 1854, edição 1, p. 168, Bahia
(6) Almanak: Administrativo, Mercantil e Industrial, 1854, edição 1, p. 227, Bahia
(7) Almanak: Administrativo, Mercantil e Industrial, 1860, edição 1, p.581, Pernambuco

Resumo: O Mundo é Plano III

Por Isabel Sales

Como as Empresas se Ajustam

            “Todos querem o crescimento econômico, mas ninguém deseja mudanças”. Infelizmente é impossível conseguir uma coisa sem a outra. Esse capítulo é um esforço para apresentar algumas estratégias utilizadas por empresas que conseguiram prosperar nos dias de hoje.

Regra nº 1.
Quando o mundo se achata – e você se sente achatado – procure uma pá e cave dentro de si mesmo. Não tente construir muralhas.
Ao invés de se sentir vítima da modernização o certo é tomar uma atitude e buscar soluções estratégicas e modernas. O exemplo é uma empresa de fotografias que inicialmente apenas tirava as fotos enquanto outros especialistas mexiam com outros processos como o tratamento da imagem. Com o tempo a empresa se modernizou, adotou máquinas digitais e programas de tratamento eletrônico da imagem, mas não se sentia confortável pois seu forte era tirar a fotografia. Atualmente vendem visão estratégica, o instinto criativo e a inspiração artística. Vende soluções inspiradas e criativas, personalidade. Sua competência básica foca aquilo que não pode ser digitalizado.

Regra nº 2.
Os pequenos se comportam como grandes (...) Uma maneira para que as firmas pequenas sobrevivam no mundo plano é aprender a comportar-se como se fossem realmente grandes. E a chave para agir como grandes sendo pequenas é a rapidez em aproveitar todos os novos instrumentos de colaboração a fim de chegar mais longe,mais depressa, mais ampla e profundamente.
O exemplo utilizado é o da Aramex, o primeiro serviço de entregas domésticas do mundo árabe. O cofundador, Fadi Ghandour, teve a ideia de entrar em contato com empresas norte-americanas que não operavam no Oriente Médio e oferecer-se para fazer serviços de entrega para elas, aproveitando o fato de que uma firma árabe conheceria bem a região e saberia ficar afastada de coisas desagradáveis como a invasão do Líbano por Israel, a guerra entre Irã e Iraque e a invasão do Iraque pelos norte-americanos. A Airborne respondeu afirmativamente, e Ghandour utilizou esse fato para construir sua própria empresa. Em seguida comprou ou associou-se com pequenas firmas de entregas desde o Egito e Turquia até a Arábia Saudita, criando sua própria rede regional. As ponto-com decolaram e o mercado simplesmente não reconhecia o valor da Aramex. A Airborne foi comprada por outra empresa e encerrou suas transações com os prestadores de serviços. Com isso Ghandour percebeu que não somente podia fazer coisas novas, como também precisava fazer coisas que nunca imaginara antes.  Ele utilizou uma geração de novos engenheiros industriais e de software jordanianos recém-formados para desenvolver seu próprio sistema que foi recepcionado com sucesso. Os parceiros ficaram satisfeitos e assim nasceu a aliança Global de Distribuição, com a Aramex fornecendo o apoio nos arredores de Amã.
Em suma, Fadi Ghandour aproveitou diversas novas formas de colaboração – cadeias de fornecimento, terceirização, empreitadas e todos os esteróides – para fazer com que sua pequena companhia de 200 milhões de dólares anuais crescesse muito.
  
Regra nº 3.
E os grandes se comportarão como pequenos (...) Uma maneira pela qual as grandes empresas aprenderam a prosperar no mundo plano foi se habituando a agir como se fossem pequenas e permitindo a seus clientes agir como grandes.
A Starbucks transforma os clientes em designers da bebida e permite que eles mandem prepará-la sob medida conforme suas especificações exatas. A firma criou uma plataforma que permite ao cliente individual servir-se da maneira que preferir, com seu próprio ritmo, segundo seu próprio gosto. Na verdade, transformou seus clientes em empregados e ao mesmo tempo os fazem pagar por isso!
            
Regra nº 4.
As melhores companhias são os melhores colaboradores. No mundo plano, cada vez mais negócios serão levados a efeito no interior das empresas ou entre elas, por uma razão muito simples: as novas camadas de criação de valor – seja na tecnologia, no marketing, na biomedicina ou nas manufaturas – estão se tornando de tal maneira complexas que nenhuma firma ou departamento individual será capaz de dominá-las sozinho.
As empresas se unem para criar. O exemplo mais expressivo são os videogames. Os fabricantes dos jogos acabaram por descobrir que ao combinar a música certa com o jogo adequando, não apenas vendiam mais exemplares daquele jogo como também podiam utilizar a música adicionalmente para vender num CD ou ser baixada no computador do usuário. Assim, algumas grandes empresas recentemente começaram a organizar suas próprias divisões musicais, e alguns artistas acham que a melhor maneira de divulgar suas músicas seria lançá-la em algum novo jogo digital, em vez do rádio. Quanto mais os diferentes polos de conhecimento se ligarem no mundo plano, mais especializações e especialistas aparecerão, mais inovações surgirão de suas diferentes combinações e mais a gerência terá de cuidar da capacidade de fazer exatamente isso.

Regra nº 5.
Num mundo plano, as melhores empresas se mantêm saudáveis fazendo exames raio X dos pulmões e em seguida vendendo os resultados aos clientes.
Laurie Tropiano, vice-presidente da IBM, e sua equipe tiram uma radiografia da empresa cliente para que ela possa estudar seu próprio esqueleto corporativo. Cada departamento, cada função é esmiuçada, colocada em uma caixa e identificada para saber se representa um custo para a empresa ou uma fonte de rendimentos, ou um pouco de cada uma das duas coisas, e trata-se de uma competência central própria da companhia ou de uma função baunilha que qualquer um poderia realizar, possivelmente melhor e a custo mais baixo.
O Banco da Índia enfrentava crescente competição de tantos de bancos públicos e privados, quanto de empresas multinacionais. Havia compreendido que precisava adotar serviços bancários baseados na web, padronizar e aperfeiçoar seus sistemas de computadores, reduzir o custo das transações e tornar-se em geral mais accessível aos clientes. Por isso, fez o que qualquer multinacional faria – submeteu-se a uma radiografia dos pulmões e resolveu terceirizar todas as funções que em sua visão não faziam parte de sua competência central ou para as quais simplesmente não possuía a capacidade interna para executá-las no nível mais elevado.

Regra nº 6.
As melhores companhias terceirizam para vencer e não para encolher-se. Terceirizam para inovar com maior rapidez e a custos mais baixos a fim de crescer, ganhar fatias de mercado e contratar mais funcionários de diferentes especialidades, e não para economizar despedindo empregados.
As companhias terceirizam para adquirir talentos na área do conhecimento a fim de que seus negócios cresçam mais depressa, e não simplesmente pra reduzir custos e encolher. As melhores companhias estão procurando meios de combinar o melhor que existe na Índia com o melhor que há em Dakota do Norte e o melhor que há em Los Angeles. Isso é o que o mundo plano ao mesmo tempo permite e exige, e as empresas que o praticam da maneira correta acabam obtendo fatias mais amplas de mercado e mais funcionários em toda parte, e não o oposto.

Regra nº 7.
Terceirização não é somente para a Benedict Arnolds. Também serve para os idealistas.
Uma das mais recentes figuras a emergir no palco mundial nos últimos tempos é o empresário social. Em geral é alguém que possui um grande desejo de causar um impacto social positivo no mundo. Um exemplo é Jeremy Hockenstein, jovem que inicialmente seguiu um caminho tradicional ao estudar em Harvard e em seguida trabalhar para a firma de consultoria McKinsey, mas que depois abriu com seus amigos a Digital Divide Data com a ideia de transcrever em computadores material do qual firmas dos Estados Unidos necessitavam em formato digital, para que pudessem ser armazenados em bancos de dados e recuperados ou pesquisados em computadores. O material seria escaneado nos Estados Unidos e os arquivos transmitidos pela Internet. Eles então contrataram os primeiro vinte digitadores, muitos dos quais eram refugiados de guerra cambojanos, e compraram vinte computadores e uma linha para Internet. Os digitadores cambojanos não precisavam saber inglês, somente digitar caracteres em inglês; trabalhavam em duplas, cada qual digitando o mesmo artigo e, em seguida, o programa de computador comparava os textos para certificar-se de que não havia erros. 

Elétricas

Uma forte crise de confiança tem abalado o setor elétrico brasileiro e colocado em risco investimentos na expansão do parque gerador. Desde a edição da Medida Provisória 579, em setembro, com as regras de renovação das concessões, o governo publicou uma série de decretos, resoluções e portarias envolvendo mercado livre, distribuidores e geradores que podem ter efeito negativo em várias áreas, afirmam especialistas.

A turbulência atingiu em cheio as ações do setor. Levantamento da empresa de informação financeira Economática mostra que, após a MP, as elétricas já perderam R$ 34 bilhões do valor de mercado, sendo R$ 8,7 bilhões da Eletrobrás e R$ 8,4 bilhões da Cemig.

Até 2021, a capacidade instalada no País terá de ser ampliada em 58%, para 182 mil MW
O resultado preocupa diante da necessidade de investimentos do setor nos próximos anos, afirma o analista de um grande banco de investimentos, que prefere não se identificar. Até 2021, a capacidade instalada no País terá de ser ampliada em 58%, para 182 mil MW.

Desde 2004, quando o modelo elétrico foi implementado pela presidente Dilma Rousseff, então ministra de Minas e Energia, o setor não vivia sob tanta pressão. "Hoje o setor está muito instável. Algumas medidas têm motivações que não necessariamente seguem a lógica econômica, mas política", afirma o sócio da comercializadora Compass, Marcelo Parodi.

Em parte das decisões, um dos objetivos foi evitar que a queda média de 20% nas tarifas obtida com a renovação das concessões fosse corroída, por exemplo, pelo alto custo das térmicas a óleo —essas unidades tiveram de aumentar a produção por causa do baixo volume de chuvas que derrubou o nível dos reservatórios.

Desde a MP, o setor vive um vaivém de medidas sem fim. A redução das tarifas é legítima. O problema é que as decisões apenas vão adiar o repasse ao consumidor, avaliam especialistas.


Estado de S Paulo, via aqui