20 março 2012
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Internacional
Banco do Vaticano envolvido em polêmica
O mistério do petróleo saudita
TV Síria acusa o Barcelona (e Messi) de passarem mensagem cifrada para os rebeldes
Contabilidade
Privatização da universidade dos EUA e influencia sobre a profissão contábil
Ganho de capital versus lucro
Desafios da contabilidade brasileira
Fasb irá definir o que “nonpublic entity”
A redução do custo de sequenciamento genético
Apple
Apple irá distribuir dividendos e recomprar ações
O viés do excesso de Caixa na Apple
O que ocorreu com as ações da Apple antes do fim de semana
Internet
A indústria pornografia se adapta aos novos tempos
Como a Wikipedia matou a Barsa
Empresas
Dez empresas que lucram com a guerra
A bilionária das calcinhas
Retorno sobre o Patrimônio Líquido
Definição – mede o retorno contábil obtido com o investimento do capital próprio. É abreviado como sendo RSPL.
Fórmula – Retorno sobre o Patrimônio Líquido = (Lucro Líquido / Patrimônio Líquido) x 100
Sendo
Lucro Líquido – corresponde ao resultado da entidade após impostos e despesas financeiras.
Patrimônio Líquido – é o capital próprio, originário dos acionistas.
Unidade de Medida – O resultado estará expresso em percentagem.
Intervalo da medida – Pelo menos teoricamente o valor pode estar entre menos infinito a mais infinito. Entretanto, o número de empresas com patrimônio líquido negativo é reduzido, fazendo com que o intervalo mais comum esteja entre menos 100% a infinito.
Como calcular – Para calcular este índice são necessárias duas demonstrações: o balanço patrimonial e a demonstração do resultado. A maior questão com respeito ao cálculo deste índice diz respeito ao valor do denominador. Em geral três soluções são possíveis:
a) Usar o patrimônio líquido do final do exercício – esta solução tem a vantagem de não perder informação quando a análise é feita através da série histórica. Talvez seja mais usada em pesquisas acadêmicas, mas carece de sustentação teórica;
b) Usar o patrimônio líquido médio – calcula-se a média do patrimônio líquido para obter o denominador. O lucro seria decorrente do capital dos acionistas médio existente durante o exercício social;
c) Usar o patrimônio líquido inicial – considerando que alocar recursos numa empresa corresponde a um tipo de investimento, quando desejamos saber o retorno de qualquer investimento comparamos o que foi investido no início do período com o retorno. Assim, esta seria a melhor alternativa. Entretanto, em séries históricas isto pode significar perder uma informação.
A figura abaixo mostra a demonstração do resultado em R$ mil da empresa Alpargatas para o quatro trimestre de 2010, de 2011 e anos de 2010 e 2011, nesta ordem. O lucro de 2011 foi de 307 milhões de reais. Este é o valor que iremos usar no índice.
A figura abaixo mostra um extrato do balanço patrimonial da empresa para 31 de dezembro de 2011 e 2010, nesta ordem, em R$mil, com o destaque para o Patrimônio Líquido.
Usando a terceira forma de calculo do RSPL tem-se:
RSPL = 307 420 / 1 348 073 = 22,80%
Isto significa que os acionistas tiveram um retorno de 22,80% ao investirem na empresa.
Grau de utilidade – Elevado. É uma medida relevante do retorno do investimento de uma empresa.
Controvérsia de Medida – Alguma, em especial com respeito a forma de cálculo do patrimônio líquido. Em algumas empresas isto não provoca grandes alterações no resultado final, como é o caso da Alpargatas, onde o RSPL seria de 20,63%, 21,67% e 22,80%, usando o patrimônio líquido final, médio e inicial.
Observações Adicionais
a) O RSPL pode ser comparado com a rentabilidade de investimentos do mercado (por exemplo, a rentabilidade de uma caderneta de poupança) ou com outras empresas;
b) No longo prazo espera-se que a rentabilidade do capital próprio seja superior ao ROI. Isto decorre da taxa de juros do capital de terceiros ser menor que o retorno para os acionistas;
c) Os valores para cálculo do RSPL também podem ser obtidos na Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido da empresa.
Veja também
Endividamento Oneroso
Endividamento
Ebitda
Margem Operacional
NIG sobre Vendas
Valor do Empreendimento
Capitalização
Margem Bruta
ROI
Liquidez Corrente
Fórmula – Retorno sobre o Patrimônio Líquido = (Lucro Líquido / Patrimônio Líquido) x 100
Sendo
Lucro Líquido – corresponde ao resultado da entidade após impostos e despesas financeiras.
Patrimônio Líquido – é o capital próprio, originário dos acionistas.
Unidade de Medida – O resultado estará expresso em percentagem.
Intervalo da medida – Pelo menos teoricamente o valor pode estar entre menos infinito a mais infinito. Entretanto, o número de empresas com patrimônio líquido negativo é reduzido, fazendo com que o intervalo mais comum esteja entre menos 100% a infinito.
Como calcular – Para calcular este índice são necessárias duas demonstrações: o balanço patrimonial e a demonstração do resultado. A maior questão com respeito ao cálculo deste índice diz respeito ao valor do denominador. Em geral três soluções são possíveis:
a) Usar o patrimônio líquido do final do exercício – esta solução tem a vantagem de não perder informação quando a análise é feita através da série histórica. Talvez seja mais usada em pesquisas acadêmicas, mas carece de sustentação teórica;
b) Usar o patrimônio líquido médio – calcula-se a média do patrimônio líquido para obter o denominador. O lucro seria decorrente do capital dos acionistas médio existente durante o exercício social;
c) Usar o patrimônio líquido inicial – considerando que alocar recursos numa empresa corresponde a um tipo de investimento, quando desejamos saber o retorno de qualquer investimento comparamos o que foi investido no início do período com o retorno. Assim, esta seria a melhor alternativa. Entretanto, em séries históricas isto pode significar perder uma informação.
A figura abaixo mostra a demonstração do resultado em R$ mil da empresa Alpargatas para o quatro trimestre de 2010, de 2011 e anos de 2010 e 2011, nesta ordem. O lucro de 2011 foi de 307 milhões de reais. Este é o valor que iremos usar no índice.
A figura abaixo mostra um extrato do balanço patrimonial da empresa para 31 de dezembro de 2011 e 2010, nesta ordem, em R$mil, com o destaque para o Patrimônio Líquido.
Usando a terceira forma de calculo do RSPL tem-se:
RSPL = 307 420 / 1 348 073 = 22,80%
Isto significa que os acionistas tiveram um retorno de 22,80% ao investirem na empresa.
Grau de utilidade – Elevado. É uma medida relevante do retorno do investimento de uma empresa.
Controvérsia de Medida – Alguma, em especial com respeito a forma de cálculo do patrimônio líquido. Em algumas empresas isto não provoca grandes alterações no resultado final, como é o caso da Alpargatas, onde o RSPL seria de 20,63%, 21,67% e 22,80%, usando o patrimônio líquido final, médio e inicial.
Observações Adicionais
a) O RSPL pode ser comparado com a rentabilidade de investimentos do mercado (por exemplo, a rentabilidade de uma caderneta de poupança) ou com outras empresas;
b) No longo prazo espera-se que a rentabilidade do capital próprio seja superior ao ROI. Isto decorre da taxa de juros do capital de terceiros ser menor que o retorno para os acionistas;
c) Os valores para cálculo do RSPL também podem ser obtidos na Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido da empresa.
Veja também
Endividamento Oneroso
Endividamento
Ebitda
Margem Operacional
NIG sobre Vendas
Valor do Empreendimento
Capitalização
Margem Bruta
ROI
Liquidez Corrente
Sobre o Ebitda

Sobre o Ebitda:
EBITDA: WARTS AND ALL.
(imagem: aqui)
Espanha
Segundo análise deste sítio, os problemas da Espanha são maiores do que imaginamos.
Primeiro, os bancos espanhóis pegaram quase metade do crédito disponibilizado pelo Banco Central Europeu para liquidez.
Segundo, a relação dívida sobre PIB é maior do que o anunciado pelo governo espanhol.
Primeiro, os bancos espanhóis pegaram quase metade do crédito disponibilizado pelo Banco Central Europeu para liquidez.
Segundo, a relação dívida sobre PIB é maior do que o anunciado pelo governo espanhol.
Pequena e Média Empresa
Observem os dois gráficos a seguir:
O primeiro gráfico mostra a distribuição de número de empregados por porte de empresas. A Alemanha (última linha do gráfico) possui a maior parte dos funcionários em empresas com mais de 250 empregados. Irlanda, Suécia, Inglaterra e França estão logo a seguir, com quase 50% dos trabalhadores nas grandes empresas. Na Grécia as empresas com até nove empregados são responsáveis por mais de 35% da indústria daquele país. As grandes empresas gregas (com mais de 250 empregados) respondem com um pouco mais de 20% da indústria.
O segundo gráfico mostra a produtividade das empresas, por número de trabalhadores. Tendo como parâmetro as grandes empresas, com mais de 250 empregados, o gráfico evidencia que as pequenas empresas, com até nove empregados, possui uma produtividade que não chega a 60% das grandes empresas.
A revista The Economist, de onde os gráficos foram retirados, afirma: small isn´t beautiful. Isto contradiz o que o Brasil tenta praticar há anos: incentivar a pequena empresa. Uma grande quantidade de recursos é direcionada para estas empresas e parece que o resultado é muito mais político que econômico.
O primeiro gráfico mostra a distribuição de número de empregados por porte de empresas. A Alemanha (última linha do gráfico) possui a maior parte dos funcionários em empresas com mais de 250 empregados. Irlanda, Suécia, Inglaterra e França estão logo a seguir, com quase 50% dos trabalhadores nas grandes empresas. Na Grécia as empresas com até nove empregados são responsáveis por mais de 35% da indústria daquele país. As grandes empresas gregas (com mais de 250 empregados) respondem com um pouco mais de 20% da indústria.
O segundo gráfico mostra a produtividade das empresas, por número de trabalhadores. Tendo como parâmetro as grandes empresas, com mais de 250 empregados, o gráfico evidencia que as pequenas empresas, com até nove empregados, possui uma produtividade que não chega a 60% das grandes empresas.
A revista The Economist, de onde os gráficos foram retirados, afirma: small isn´t beautiful. Isto contradiz o que o Brasil tenta praticar há anos: incentivar a pequena empresa. Uma grande quantidade de recursos é direcionada para estas empresas e parece que o resultado é muito mais político que econômico.
Publicação
O New York Times apresenta um texto sobre a questão da publicação de resultados de pesquisas científicas. O texto de Thomas Lin (Cracking Open the Scientific Process) comenta a demora na publicação de resultados de pesquisas científicas. (Aqui uma discussão em língua portuguesa)
Entretanto, o processo de divulgar mais rapidamente os resultados já existe na área de contabilidade e atende pelo nome de “congresso”.
Entretanto, o processo de divulgar mais rapidamente os resultados já existe na área de contabilidade e atende pelo nome de “congresso”.
Selo de transparência fiscal
Por João Villaverde De Brasília
Valor - 09/03/12
O Brasil está a dias de obter o reconhecimento de que conta com uma legislação tributária e práticas administrativas transparentes compatíveis com as dos 108 países que pertencem ao Fórum Mundial sobre Transparência e Troca de Informações, organizado pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).
Na semana passada, uma comitiva de técnicos da Receita Federal, do Banco Central e da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) entregou os documentos exigidos pelos especialistas tributários da OCDE e teve a pré-aprovação dos avaliadores da Itália e da Índia, que fizeram o escrutínio dos dados brasileiros. A aprovação do Brasil, que deve ocorrer até o fim do mês, colocará a burocracia estatal brasileira no mesmo estágio de países como Áustria, Bélgica e Suíça.
O reconhecimento, aguardado com ansiedade pelos tributaristas e reguladores do governo brasileiro, colocará mais pressão sobre a Receita Federal, afirma Flávio Araújo, coordenador-geral de relações internacionais do Fisco. "A partir do momento em que recebermos o sinal verde, vamos trabalhar para justificar na OCDE que podemos avançar para o segundo e último estágio, que é aquele que comprova a aplicação efetiva do intercâmbio de informações tributárias e financeiras do país com outras nações que são reconhecidas como transparentes", afirmou o coordenador.
O secretário da Receita Federal, Carlos Alberto Barreto, deu a Araújo a missão de iniciar os trabalhos tão logo o governo receba a aprovação dos 108 integrantes do fórum pela transparência fiscal e regulatória da OCDE. A organização divide em duas fases a análise das informações concedidas pelos países.
Na primeira, o centro de política e administração tributária da OCDE, dirigida pelo tributarista Pascal Saint-Amans, verifica se a legislação tributária e de natureza regulatória sobre o sistema financeiro permite ao governo ter acesso total às informações necessárias para uma gestão transparente. É nessa fase que o Brasil deve entrar.
A partir daí, os especialistas da OCDE passam a cobrar documentos e a trazer comitivas de técnicos ao país, para comprovar que a legislação e as normas são efetivamente transparentes. "Um país pode ter regras e normas perfeitas, mas não usá-las integralmente", explica Araújo.
Países como Suíça e Uruguai, conhecidos por sua fraca disposição para dividir informações financeiras e tributárias com outros países, já foram aprovados pelos especialistas da OCDE para a primeira fase, mas encontram dificuldades para ingressar no segundo e último estágio elaborado pela OCDE, que comprova a transparência.
Nesse critério estão países como Estados Unidos, Alemanha, Japão, Noruega e Espanha. "O desejo do governo brasileiro é fazer parte desse segundo grupo, e é essa a nossa missão para 2012", disse Araújo.
Valor - 09/03/12
O Brasil está a dias de obter o reconhecimento de que conta com uma legislação tributária e práticas administrativas transparentes compatíveis com as dos 108 países que pertencem ao Fórum Mundial sobre Transparência e Troca de Informações, organizado pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).
Na semana passada, uma comitiva de técnicos da Receita Federal, do Banco Central e da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) entregou os documentos exigidos pelos especialistas tributários da OCDE e teve a pré-aprovação dos avaliadores da Itália e da Índia, que fizeram o escrutínio dos dados brasileiros. A aprovação do Brasil, que deve ocorrer até o fim do mês, colocará a burocracia estatal brasileira no mesmo estágio de países como Áustria, Bélgica e Suíça.
O reconhecimento, aguardado com ansiedade pelos tributaristas e reguladores do governo brasileiro, colocará mais pressão sobre a Receita Federal, afirma Flávio Araújo, coordenador-geral de relações internacionais do Fisco. "A partir do momento em que recebermos o sinal verde, vamos trabalhar para justificar na OCDE que podemos avançar para o segundo e último estágio, que é aquele que comprova a aplicação efetiva do intercâmbio de informações tributárias e financeiras do país com outras nações que são reconhecidas como transparentes", afirmou o coordenador.
O secretário da Receita Federal, Carlos Alberto Barreto, deu a Araújo a missão de iniciar os trabalhos tão logo o governo receba a aprovação dos 108 integrantes do fórum pela transparência fiscal e regulatória da OCDE. A organização divide em duas fases a análise das informações concedidas pelos países.
Na primeira, o centro de política e administração tributária da OCDE, dirigida pelo tributarista Pascal Saint-Amans, verifica se a legislação tributária e de natureza regulatória sobre o sistema financeiro permite ao governo ter acesso total às informações necessárias para uma gestão transparente. É nessa fase que o Brasil deve entrar.
A partir daí, os especialistas da OCDE passam a cobrar documentos e a trazer comitivas de técnicos ao país, para comprovar que a legislação e as normas são efetivamente transparentes. "Um país pode ter regras e normas perfeitas, mas não usá-las integralmente", explica Araújo.
Países como Suíça e Uruguai, conhecidos por sua fraca disposição para dividir informações financeiras e tributárias com outros países, já foram aprovados pelos especialistas da OCDE para a primeira fase, mas encontram dificuldades para ingressar no segundo e último estágio elaborado pela OCDE, que comprova a transparência.
Nesse critério estão países como Estados Unidos, Alemanha, Japão, Noruega e Espanha. "O desejo do governo brasileiro é fazer parte desse segundo grupo, e é essa a nossa missão para 2012", disse Araújo.
Propaganda
Um conjunto de peças publicitárias de um biscoito. Criatividade. Na ordem: cubismo, pacman, TV a Cores, Rock, smile, futebol, ioiô, branca de neve e saturno.
19 março 2012
Data da divulgação
A Gol Linhas Aéreas alterou, pela segunda vez, a divulgação de resultados do quarto trimestre de 2011, desta vez para o próximo dia 26 de março. Por meio de comunicado, a companhia informou que a mudança foi feita "em função da finalização da consolidação das demonstrações financeiras da Webjet".
Essa é a terceira data fixada pela Gol para a divulgação dos resultados do quarto trimestre de 2011
Fonte: Aqui
A justificativa pode até ser verdadeira, mas isto pode ser interpretado como problemas na empresa.
Essa é a terceira data fixada pela Gol para a divulgação dos resultados do quarto trimestre de 2011
Fonte: Aqui
A justificativa pode até ser verdadeira, mas isto pode ser interpretado como problemas na empresa.
Não haverá um amanhã
"Alguns combustíveis possuem mais energia que outros. Isso se chama 'densidade'. Dos combustíveis, o petróleo é o mais crítico. O mundo consome 300 bilhões de barris por ano, igual a 16 Km3 de petróleo que contêm a mesma energia gerada por 52 plantas nucleares trabalhando nos próximos 50 anos".
Esse texto faz parte do vídeo indicado por Daniel Pedrinha (a quem agradecemos): "There's no tomorrow", um documentário em cartoon. Achei a parte sobre energia fascinante. Apenas senti falta (ou perdi) comentários sobre a experiência do etanol brasileiro, com a cana de açúcar... Eles chegam a comentar a tentativa com milho.
Esse texto faz parte do vídeo indicado por Daniel Pedrinha (a quem agradecemos): "There's no tomorrow", um documentário em cartoon. Achei a parte sobre energia fascinante. Apenas senti falta (ou perdi) comentários sobre a experiência do etanol brasileiro, com a cana de açúcar... Eles chegam a comentar a tentativa com milho.
Gestão Fiscal dos municípios brasileiros

Índice Firjan de Gestão Fiscal, novo estudo da FIRJAN, revela que apenas 95 municípios brasileiros têm excelência na gestão orçamentária
A situação fiscal é difícil ou crítica para quase 65% dos municípios brasileiros, enquanto a excelência na gestão fiscal está restrita a 2% das cidades do país. As regiões Sul e Sudeste concentram os municípios com melhor qualidade de gestão fiscal, com 81 cidades entre as 100 melhores do Brasil. Do lado oposto, aparecem Norte e Nordeste, com 93 municípios entre os 100 piores no que diz respeito à eficiência na gestão orçamentária das prefeituras. Os dados são do IFGF (Índice Firjan de Gestão Fiscal), criado pelo Sistema FIRJAN para avaliar a qualidade de gestão fiscal dos municípios brasileiros.
Em sua primeira edição e com periodicidade anual, o IFGF traz dados de 2010 e informações comparativas com os anos de 2006 até 2009. O estudo é elaborado exclusivamente com dados oficiais, declarados pelos próprios municípios à Secretaria do Tesouro Nacional.
O indicador considera cinco quesitos: IFGF Receita Própria, referente à capacidade de arrecadação de cada município; IFGF Gasto com Pessoal, que representa quanto os municípios gastam com pagamento de pessoal, medindo o grau de rigidez do orçamento; IFGF Liquidez, responsável por verificar a relação entre o total de restos a pagar acumulados no ano e os ativos financeiros disponíveis para cobri-los no exercício seguinte; IFGF Investimentos, que acompanha o total de investimentos em relação à receita líquida, e, por último, o IFGF Custo da Dívida, que avalia o comprometimento do orçamento com o pagamento de juros e amortizações de empréstimos contraídos em exercícios anteriores.
Os quatro primeiros têm peso de 22,5% sobre o resultado final. O IFGF Custo da Dívida, por sua vez, tem peso de 10%, por conta do baixo grau de endividamento dos municípios brasileiros.
O índice varia entre 0 e 1, quanto maior, melhor é a gestão fiscal do município. Cada município é classificado com conceitos A (Gestão de Excelência, acima de 0,8001 pontos), B (Boa Gestão, entre 0,6001 e 0,8), C (Gestão em Dificuldade, entre 0,4001 e 0,6) ou D (Gestão Crítica, inferiores a 0,4 pontos).
Em sua estreia, o IFGF avaliou 5.266 cidades brasileiras, onde vive 96% da população. Dos 5.565 municípios do país, 297 não apresentaram seus dados fiscais ao Tesouro Nacional até o fechamento do trabalho, em setembro do ano passado. São 43 municípios da Bahia, 34 do Pará, 33 de Minas Gerais, 29 do Piauí, 23 do Maranhão, 22 de Goiás, oito do Rio de Janeiro, além de 105 de outros 19 estados brasileiros.
A situação fiscal é difícil ou crítica para quase 65% dos municípios brasileiros, enquanto a excelência na gestão fiscal está restrita a 2% das cidades do país. As regiões Sul e Sudeste concentram os municípios com melhor qualidade de gestão fiscal, com 81 cidades entre as 100 melhores do Brasil. Do lado oposto, aparecem Norte e Nordeste, com 93 municípios entre os 100 piores no que diz respeito à eficiência na gestão orçamentária das prefeituras. Os dados são do IFGF (Índice Firjan de Gestão Fiscal), criado pelo Sistema FIRJAN para avaliar a qualidade de gestão fiscal dos municípios brasileiros.
Em sua primeira edição e com periodicidade anual, o IFGF traz dados de 2010 e informações comparativas com os anos de 2006 até 2009. O estudo é elaborado exclusivamente com dados oficiais, declarados pelos próprios municípios à Secretaria do Tesouro Nacional.
O indicador considera cinco quesitos: IFGF Receita Própria, referente à capacidade de arrecadação de cada município; IFGF Gasto com Pessoal, que representa quanto os municípios gastam com pagamento de pessoal, medindo o grau de rigidez do orçamento; IFGF Liquidez, responsável por verificar a relação entre o total de restos a pagar acumulados no ano e os ativos financeiros disponíveis para cobri-los no exercício seguinte; IFGF Investimentos, que acompanha o total de investimentos em relação à receita líquida, e, por último, o IFGF Custo da Dívida, que avalia o comprometimento do orçamento com o pagamento de juros e amortizações de empréstimos contraídos em exercícios anteriores.
Os quatro primeiros têm peso de 22,5% sobre o resultado final. O IFGF Custo da Dívida, por sua vez, tem peso de 10%, por conta do baixo grau de endividamento dos municípios brasileiros.
O índice varia entre 0 e 1, quanto maior, melhor é a gestão fiscal do município. Cada município é classificado com conceitos A (Gestão de Excelência, acima de 0,8001 pontos), B (Boa Gestão, entre 0,6001 e 0,8), C (Gestão em Dificuldade, entre 0,4001 e 0,6) ou D (Gestão Crítica, inferiores a 0,4 pontos).
Em sua estreia, o IFGF avaliou 5.266 cidades brasileiras, onde vive 96% da população. Dos 5.565 municípios do país, 297 não apresentaram seus dados fiscais ao Tesouro Nacional até o fechamento do trabalho, em setembro do ano passado. São 43 municípios da Bahia, 34 do Pará, 33 de Minas Gerais, 29 do Piauí, 23 do Maranhão, 22 de Goiás, oito do Rio de Janeiro, além de 105 de outros 19 estados brasileiros.
Apesar de 2010 ter sido o ano de maior crescimento econômico do país desde 1986, o IFGF aponta que os municípios brasileiros estão, em média, em uma situação fiscal difícil. O índice Brasil atingiu 0,5321 pontos, influenciado pelo crítico desempenho do indicador de Receita Própria (0,2414 pontos), além da difícil situação retratada pelo IFGF Liquidez (0,5719) e pelo IFGF Gasto com Pessoal (0,5773). Por outro lado, o IFGF Investimentos atingiu seu maior nível desde 2006 (0,6163 pontos), enquanto o IFGF Custo da Dívida manteve a melhor pontuação entre os cinco indicadores avaliados pelo estudo (0,8055 pontos).
Fonte: Sistema FIRJAN
18 março 2012
Endividamento Oneroso
Definição – Mensura a participação do endividamento que gera despesa financeira para empresa em relação ao total do ativo
Fórmula – Endividamento = (Passivo Oneroso / Ativo) x 100
Sendo
Passivo Oneroso – Deve ser considerado somente o passivo que gera despesa financeira para a empresa: empréstimo, financiamento e debêntures. Não são considerados os passivos relacionados ao ciclo operacional ou referentes as dívidas com o governo.
Ativo – refere-se ao total do ativo da empresa. Nas empresas com desconto de duplicatas expressivo, este valor deverá ser considerado no passivo, pois se trata de um empréstimo com garantia.
Unidade de Medida – O valor está em percentagem. Como estamos usando dados do balanço patrimonial, o endividamento oneroso é uma informação de uma data específica, geralmente final de período.
Intervalo da medida – O índice pode variar entre zero e cem por cento, sendo que quando mais próximo de cem por cento mais endividada será a empresa. Pelo menos teoricamente o valor pode ser maior que cem, quando a empresa possui passivo a descoberto.
Como calcular – A fonte do índice é o balanço patrimonial da empresa.
A figura a seguir é o extrato do balanço da empresa Positivo Informática. Os valores estão em mil reais. Observe que se deve separar o passivo oneroso somente, que no caso corresponde aos empréstimos:
Passivo Oneroso = 236 441 + 116 377 = 352 818
O valor do ativo é obtido facilmente, conforme a figura abaixo:
Assim, o endividamento oneroso corresponde a:
Endividamento Oneroso 31/12/2011 = 352,8 / 1451 = 24,3%
Grau de utilidade – Moderado. É um índice pouco destacado na literatura e na prática, apesar de ser bastante útil. É interessante comparar o resultado com o endividamento. Na empresa que usamos como exemplo, o índice de endividamento é de 57,32% (661 milhões mais 171 milhões dividido por 1451). Ou seja, apesar do endividamento da empresa ser quase 60% do ativo, somente 24% gera despesa financeira.
Controvérsia de Medida – Pouca.
Observações Adicionais
a) Uma alternativa é comparar com o investimento da empresa, conforme demonstrado no índice ROI.
b) Apresentar um endividamento oneroso não significa algo ruim. Se a taxa de juros cobrada no empréstimo for reduzida, isto indica que a empresa consegue captar por um custo baixo e poderá aproveitar a alavancagem.
c) O endividamento oneroso possui um resultado menor que o endividamento. Esta diferença corresponde ao endividamento com passivo não onerosos. No caso da empresa Positivo, 33% da estrutura de financiamento é derivada de terceiros, de maneira não onerosa.
Endividamento
Ebitda
Margem Operacional
NIG sobre Vendas
Valor do Empreendimento
Capitalização
Margem Bruta
ROI
Liquidez Corrente
Fórmula – Endividamento = (Passivo Oneroso / Ativo) x 100
Sendo
Passivo Oneroso – Deve ser considerado somente o passivo que gera despesa financeira para a empresa: empréstimo, financiamento e debêntures. Não são considerados os passivos relacionados ao ciclo operacional ou referentes as dívidas com o governo.
Ativo – refere-se ao total do ativo da empresa. Nas empresas com desconto de duplicatas expressivo, este valor deverá ser considerado no passivo, pois se trata de um empréstimo com garantia.
Unidade de Medida – O valor está em percentagem. Como estamos usando dados do balanço patrimonial, o endividamento oneroso é uma informação de uma data específica, geralmente final de período.
Intervalo da medida – O índice pode variar entre zero e cem por cento, sendo que quando mais próximo de cem por cento mais endividada será a empresa. Pelo menos teoricamente o valor pode ser maior que cem, quando a empresa possui passivo a descoberto.
Como calcular – A fonte do índice é o balanço patrimonial da empresa.
A figura a seguir é o extrato do balanço da empresa Positivo Informática. Os valores estão em mil reais. Observe que se deve separar o passivo oneroso somente, que no caso corresponde aos empréstimos:
Passivo Oneroso = 236 441 + 116 377 = 352 818
O valor do ativo é obtido facilmente, conforme a figura abaixo:
Assim, o endividamento oneroso corresponde a:
Endividamento Oneroso 31/12/2011 = 352,8 / 1451 = 24,3%
Grau de utilidade – Moderado. É um índice pouco destacado na literatura e na prática, apesar de ser bastante útil. É interessante comparar o resultado com o endividamento. Na empresa que usamos como exemplo, o índice de endividamento é de 57,32% (661 milhões mais 171 milhões dividido por 1451). Ou seja, apesar do endividamento da empresa ser quase 60% do ativo, somente 24% gera despesa financeira.
Controvérsia de Medida – Pouca.
Observações Adicionais
a) Uma alternativa é comparar com o investimento da empresa, conforme demonstrado no índice ROI.
b) Apresentar um endividamento oneroso não significa algo ruim. Se a taxa de juros cobrada no empréstimo for reduzida, isto indica que a empresa consegue captar por um custo baixo e poderá aproveitar a alavancagem.
c) O endividamento oneroso possui um resultado menor que o endividamento. Esta diferença corresponde ao endividamento com passivo não onerosos. No caso da empresa Positivo, 33% da estrutura de financiamento é derivada de terceiros, de maneira não onerosa.
Endividamento
Ebitda
Margem Operacional
NIG sobre Vendas
Valor do Empreendimento
Capitalização
Margem Bruta
ROI
Liquidez Corrente
Conferência Mundial de Governança Corporativa
Apresentarão os discursos programáticos:
- Roque Benavides, Presidente e CEO, Association of Corporate Directors of Peru / Cia de Minas Buenaventura.
- Maria Helena dos Santos Fernandes de Santana, Presidente, CVM, Brasil.
Dentre os palestrantes:
- André Covre, CFO, Ultrapar, Brasil
- Stephen Harold Dover, Managing Director, International Chief Investment Officer, Franklin Templeton Investments, EUA
- Arminio Fraga, Founding Partner, Gavea Investimentos Ltda. Chairman of the Board, BM&FBovespa, Brasil
- Jon Feigelson, SMD, General Counsel & Head of Corporate Governance, TIAA-CREF, USA
- Andrea Grobocopatel, Vice President, Grupo Los Grobo, Argentina
- Catherine Howarth, CEO, Fairpensions, Reino Unido
- Eliane Lustosa, Partner, Triscorp Investments. Former Investment Director of Petros (Petrobras pension fund), Brasil
- Adalberto Palma, Executive President, Association of Mexican Financial Institutions, Mexico
- Peter Montagnon, Senior Investment Advisor, FRC, Reino Unido
- Anne Simpson, Senior Portfolio Manager, CalPERS, EUA
- Simon Wong, Executive Partner and Managing Director, Governance for Owners LLP, Reino Unido
- Zhang Zhengjun, Senior Research Fellow, Development, Research Centre of the State Council, China
17 março 2012
Gauss, Newton e a Maça

Certa vez, Carl Friedrich Gauss, o maior matemático desde a antiguidade e admirador incondicional de Isaac Newton, fez o seguinte comentário sobre a famosa "explicação" da descoberta da lei da gravidade. Ele a descreveu como:
Boba! Um home estúpido e intrometido perguntou a Newton como ele descobrira a lei da gravitação. Vendo que teria que lidar com um intelecto de criança, e querendo se ver livre do chato, Newton respondeu que uma maça caíra sobre seu nariz. O homem foi embora plenamente satisfeito e completamente esclarecido.
Fonte: Men of mathematics
A descoberta da lei da gravidade é tão simples como o Ovo de Colombo.
Boba! Um home estúpido e intrometido perguntou a Newton como ele descobrira a lei da gravitação. Vendo que teria que lidar com um intelecto de criança, e querendo se ver livre do chato, Newton respondeu que uma maça caíra sobre seu nariz. O homem foi embora plenamente satisfeito e completamente esclarecido.
Fonte: Men of mathematics
A descoberta da lei da gravidade é tão simples como o Ovo de Colombo.
Governança Corporativa: (Auto) Fiscalizar Conselhos?
Olha que interessante. Como publicado anteriormente, a Lei 12.353/2010 garante a participação de funcionários nos conselhos de administração das estatais - todas as empresas estatais, públicas e de economia mista, ligadas à União, com mais de 200 empregados, terão de se adequar.
No dia 6 de março a Petrobrás publicou: o empregado Sílvio Sinedino Pinheiro é o vencedor da primeira eleição de representante dos empregados no Conselho de Administração da empresa. No dia 13 de março, no Banco da Amazônia (BASA), o eleito foi o economista Antônio Ximenes. A Telebrás não divulgou a data das eleições, mas os candidatos já se escreveram entre os dias 8 e 14 de março. [Acredito que não haja auditoria independente verificando e auditando as eleições].
O Sistema Eletrobrás ainda está em processo eleitoral, indo para o segundo turno, mas já informou, conforme reportagem indicada por Luiz Otávio (a quem agradecemos) que vai aderir “a partir deste trimestre um sistema de avaliação de toda a sua diretoria e também dos membros do conselho de administração”. Achei uma atitude importante. E oportunamente criada de forma concomitante à criação de um novo “assento” nos Conselhos de Administração. A reportagem segue:
No dia 6 de março a Petrobrás publicou: o empregado Sílvio Sinedino Pinheiro é o vencedor da primeira eleição de representante dos empregados no Conselho de Administração da empresa. No dia 13 de março, no Banco da Amazônia (BASA), o eleito foi o economista Antônio Ximenes. A Telebrás não divulgou a data das eleições, mas os candidatos já se escreveram entre os dias 8 e 14 de março. [Acredito que não haja auditoria independente verificando e auditando as eleições].
O Sistema Eletrobrás ainda está em processo eleitoral, indo para o segundo turno, mas já informou, conforme reportagem indicada por Luiz Otávio (a quem agradecemos) que vai aderir “a partir deste trimestre um sistema de avaliação de toda a sua diretoria e também dos membros do conselho de administração”. Achei uma atitude importante. E oportunamente criada de forma concomitante à criação de um novo “assento” nos Conselhos de Administração. A reportagem segue:O presidente da Eletrobras, José da Costa Neto, diz que esse é um primeiro passo para tentar mudar de forma significativa a governança da empresa, hoje considerada falha por investidores e analistas que acompanham as ações. Inicialmente, o sistema de notas será feito com base apenas em autoavaliação de cada executivo e análise do conjunto da diretoria e do conselho. Segundo Costa Neto, a avaliação conjunta da diretoria será feita pelo conselho. No caso do conselho, não haverá uma avaliação externa, mas apenas uma análise do próprio grupo.Interessante. O sistema de Governança da Eletrobrás é considerado falho, eles vão implantar uma fiscalização pautada em uma autoavaliação [a meu ver: falho] ao invés de seguir a recomendação do IBGC [que é "o cara" quando se tratando de Governança] de que isso deveria ser realizado envolvendo um membro independente. É isso mesmo que a reportagem diz? Realmente. Ainda citando a reportagem "[...] Eletrobras, hoje marcada pelo grande loteamento de cargos entre partidos políticos. São três dezenas de diretorias fortemente disputadas a cada eleição presidencial."
Não haverá notas individualizadas, como sugere o Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC), ou mesmo um sistema de bônus e punição a partir do resultado das avaliações.
A ideia, entretanto, segundo Costa, é ir aos poucos tornando o sistema de avaliação mais robusto e torná-lo determinante em questões de bônus ou até de demissões. "Mas temos de ir aos poucos", disse Costa. "Tenho certeza que nessa primeira fase já vamos conseguir avaliar onde estamos falhando." [Risos]
Os critérios das análises levam em consideração a postura dos executivos, conhecimento da área, atuação com os diversos públicos da companhia, grau de preparo, conhecimento da estratégia do grupo, entre outros. Se der certo e o sistema evoluir, será uma revolução na governança da Eletrobras, hoje marcada pelo grande loteamento de cargos entre partidos políticos. São três dezenas de diretorias fortemente disputadas a cada eleição presidencial.
De acordo com o presidente do IBGC, Gilberto Mifano, o sistema de avaliação dos membros do conselho de administração das companhias deveria ser feito por um consultor externo e isento para agregar valor à avaliação. A recomendação do IBGC também é que cada conselheiro seja analisado por seus pares, faça uma autoavaliação e todos avaliem a atuação do grupo. A Eletrobras, por enquanto, não fará um sistema de notas individualizadas entre os pares. Nem mesmo para a avaliação da diretoria. "Avaliar o desempenho dos diretores é um instrumento de gestão que toda empresa tem que ter", diz Mifano. "Avaliar o conselho é um instrumento de governança."
16 março 2012
Links
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Endividamento
Definição – Mede se uma empresa é muito ou pouco endividada, ou seja, se usa muito ou pouco capital de terceiros onerosos.
Fórmula – Endividamento = (Passivo / Ativo) x 100
Sendo
Passivo – corresponde a soma do passivo circulante e do passivo não circulante (de longo prazo) da empresa. Para as empresas que possuem um quantidade significativa de desconto de duplicatas, do lado do ativo, este valor deverá ser somado ao passivo.
Ativo – refere-se ao total do ativo da empresa. Nas empresas com desconto de duplicatas expressivo, este valor deverá ser considerado no passivo, pois trata-se de um empréstimo com garantia.
Unidade de Medida – O endividamento está expresso em percentagem. Assim, falamos que uma empresa possui 40% de endividamento, significando que o passivo representa 40% do ativo da empresa.
Intervalo da medida – A rigor o endividamento pode ser superior a 100%, quando a empresa possui passivo a descoberto (ou seja, patrimônio líquido negativo). O normal é que o índice esteja entre 0 e 100%, sendo que quando maior o índice maior o nível de endividamento.
Como calcular – Os valores do índice são encontrados no balanço patrimonial das empresas.
A figura a seguir foi retirada do balanço da Braskem, obtido aqui. Os valores estão expressos em reais mil.
O passivo corresponde a soma do circulante e do não circulante:
Passivo = 6629 975 + 15 640 221 = 22 270 196
O denominador é o ativo, que corresponde a 32 054 milhões de reais. Assim, o endividamento é dado por:
Endividamento = (22 270 / 32 054) x 100 = 69,5%
Ou seja, o endividamento da empresa é de quase 70%. Assim, o ativo é financiado por 30% de capital próprio e 70% de capital de terceiros.
Grau de utilidade – Elevado. É um dos índices mais relevantes para análise de uma empresa. Mostra se a empresa é muito ou pouco endividada.
Controvérsia de Medida – Pouca. Existem algumas medidas alternativas, mas nada que questione a forma de cálculo apresentada aqui.
Observações Adicionais
a) Uma possibilidade alternativa é relacionar o passivo com o patrimônio líquido. A desvantagem desta opção é que o intervalo da medida poderá variar entre zero e infinito. Já o índice passivo sobre ativo varia entre zero e cem por cento.
b) O fato de a empresa ser muito endividada não significa necessariamente algo ruim. Tudo irá depender da composição da dívida. No exemplo apresentado, observe que quase todo dívida de curto prazo da empresa é originária de fornecedores, que geralmente não tem despesas financeiras. Isto significa 5 bilhões de reais. Os financiamentos e empréstimos, geram despesa financeira, corresponde a algo em torno de 12 bilhões de reais. Além disto, quando a empresa consegue captar a um custo reduzido, numa operação com juros subsidiados, volumes elevados de financiamento pode permitir alavancar o resultado da empresa.
Veja também:
Ebitda
Margem Operacional
NIG sobre Vendas
Valor do Empreendimento
Capitalização
Margem Bruta
ROI
Liquidez Corrente
15 março 2012
Fluxo de Caixa Livre
Definição – O fluxo de caixa livre corresponde a movimentação do caixa com as atividades operacionais mais o fluxo decorrente dos investimentos de capital realizados.
Fórmula – Fluxo de Caixa Livre = Fluxo de Caixa das Atividades Operacionais – Gastos com manutenção de capital
Sendo
Fluxo de Caixa das Atividades Operacionais – refere-se ao fluxo das operações, conforme obtido na demonstração dos fluxos de caixa. Não devem ser consideradas neste item as despesas financeiras, que em algumas DFCs é parte do fluxo operacional.
Gastos com Manutenção de Capital – corresponde ao caixa usado para aquisição de imobilizado da empresa. Para as empresas que obtiveram receita com venda de imobilizado este valor deve ser retirado.
Unidade de Medida – O Fluxo de Caixa Livre está expresso em reais.
Intervalo da medida – Pode variar bastante, já que a unidade de medida é um número absoluto. Em geral o fluxo das atividade operacionais tende a ser positivo. Já os gastos com manutenção de capital geralmente são negativos. Quando o valor é negativo, considerando que a primeira parcela positiva, isto indicaria que a empresa está investimento dinheiro em imobilizados que precisam ser financiados por capital de terceiros ou pelos acionistas. Quando o fluxo de caixa livre é positivo isto significa que o caixa gerado nas operações é suficiente para financiar os investimentos de capital, sobrando dinheiro que será usado para remunerar o capital de terceiros e o capital próprio.
Como calcular – Algumas empresas calculam o fluxo de caixa livre. Entretanto, como não existe uma padronização, os métodos de cálculo podem variar muito. Os valores podem ser obtidos na DFC.
Considere a empresa Fibria e o seguinte extrato da DFC.
A última coluna corresponde a informação de 2010 e a penúltima de 2011, em milhões de reais. O fluxo operacional de 2011 foi de 1348 milhões de reais, mas está incluso juros pagos no financiamento, de 582.
Precisamos eliminar isto do fluxo operacional. Logo após, nas atividades de investimento, existem duas linhas: aquisição de imobilizado e receita na venda de imobilizado. Estas duas linhas correspondem ao gasto com capital. Assim o fluxo de caixa livre é dado por:
Fluxo de Caixa Livre de 2011 = (1348 + 582) – (1240 – 82) = 772 milhões de reais
Podemos fazer o mesmo cálculo para 2010:
Fluxo de Caixa Livre de 2010 = (1696 + 722) – (1066 – 20) = 1372 milhões de reais
Observe que a empresa reduziu o fluxo de caixa livre em 600 milhões de reais em razão da redução da geração de caixa das operações. Anualmente a empresa gasta em capital mais de 1 bilhão de reais.
Uma forma mais preguiçosa de calcular o fluxo de caixa livre é somar o fluxo das operações com o fluxo de investimento. No caso da Fribia isto representaria um Fluxo de Caixa Livre de 620 milhões e -122 milhões em 2011 e 2010, respectivamente.
Conforme afirmado anteriormente, algumas empresas calculam e apresentam esta informação. É o caso da Fibria. Entretanto seu cálculo parte do Ebitda ajustado, considera as despesas financeiras, o pagamento de dividendos e impostos. O valor obtido pela empresa está na figura a seguir
Esta forma de cálculo não é adequada e não reflete o fluxo de caixa livre.
Grau de utilidade – Moderada. O fluxo de caixa livre é um índice importante no longo prazo. Entretanto, em empresas com investimentos cíclicos, a medida pode gerar distorção. A rigor o melhor seria a projeção desta medida, pois representaria o fluxo de caixa previsto antes da distribuição do resultado da empresa.
Controvérsia de Medida – Muita. Observe no exemplo usado que a forma de cálculo da empresa é bastante divergente daquela que propomos.
Observações Adicionais
a) No longo prazo o fluxo de caixa livre deve ser positivo. Situações de valores negativos persistentes indicariam que a empresa não consegue gerar dinheiro para pagar seus financiadores;
b) Em alguns setores, os investimentos de capital são cíclicos. Isto faz com que períodos longos de fluxo de caixa livre positivo sejam acompanhados de períodos onde o fluxo pode ser negativo em razão do elevado volume de investimento. Nestes períodos a empresa geralmente evita pagar dividendos.
c) O fluxo de caixa livre pode ser usado comparando com as vendas anuais do período. Isto poderia facilitar a análise comparativa entre empresas de diferentes portes.
d) A rigor o gasto com manutenção de capital deveria ser estimado pelo analista, considerando todos os investimentos necessários para a empresa se manter no mercado.
e) Quando a empresa tem dificuldades de gerar caixa das operações existe uma tendência a reduzir o volume de investimento. Apesar disto permitir que o fluxo de caixa livre seja positivo num determinado exercício social, esta opção pode comprometer a participação da empresa no mercado.
Fórmula – Fluxo de Caixa Livre = Fluxo de Caixa das Atividades Operacionais – Gastos com manutenção de capital
Sendo
Fluxo de Caixa das Atividades Operacionais – refere-se ao fluxo das operações, conforme obtido na demonstração dos fluxos de caixa. Não devem ser consideradas neste item as despesas financeiras, que em algumas DFCs é parte do fluxo operacional.
Gastos com Manutenção de Capital – corresponde ao caixa usado para aquisição de imobilizado da empresa. Para as empresas que obtiveram receita com venda de imobilizado este valor deve ser retirado.
Unidade de Medida – O Fluxo de Caixa Livre está expresso em reais.
Intervalo da medida – Pode variar bastante, já que a unidade de medida é um número absoluto. Em geral o fluxo das atividade operacionais tende a ser positivo. Já os gastos com manutenção de capital geralmente são negativos. Quando o valor é negativo, considerando que a primeira parcela positiva, isto indicaria que a empresa está investimento dinheiro em imobilizados que precisam ser financiados por capital de terceiros ou pelos acionistas. Quando o fluxo de caixa livre é positivo isto significa que o caixa gerado nas operações é suficiente para financiar os investimentos de capital, sobrando dinheiro que será usado para remunerar o capital de terceiros e o capital próprio.
Como calcular – Algumas empresas calculam o fluxo de caixa livre. Entretanto, como não existe uma padronização, os métodos de cálculo podem variar muito. Os valores podem ser obtidos na DFC.
Considere a empresa Fibria e o seguinte extrato da DFC.
A última coluna corresponde a informação de 2010 e a penúltima de 2011, em milhões de reais. O fluxo operacional de 2011 foi de 1348 milhões de reais, mas está incluso juros pagos no financiamento, de 582.
Precisamos eliminar isto do fluxo operacional. Logo após, nas atividades de investimento, existem duas linhas: aquisição de imobilizado e receita na venda de imobilizado. Estas duas linhas correspondem ao gasto com capital. Assim o fluxo de caixa livre é dado por:
Fluxo de Caixa Livre de 2011 = (1348 + 582) – (1240 – 82) = 772 milhões de reais
Podemos fazer o mesmo cálculo para 2010:
Fluxo de Caixa Livre de 2010 = (1696 + 722) – (1066 – 20) = 1372 milhões de reais
Observe que a empresa reduziu o fluxo de caixa livre em 600 milhões de reais em razão da redução da geração de caixa das operações. Anualmente a empresa gasta em capital mais de 1 bilhão de reais.
Uma forma mais preguiçosa de calcular o fluxo de caixa livre é somar o fluxo das operações com o fluxo de investimento. No caso da Fribia isto representaria um Fluxo de Caixa Livre de 620 milhões e -122 milhões em 2011 e 2010, respectivamente.
Conforme afirmado anteriormente, algumas empresas calculam e apresentam esta informação. É o caso da Fibria. Entretanto seu cálculo parte do Ebitda ajustado, considera as despesas financeiras, o pagamento de dividendos e impostos. O valor obtido pela empresa está na figura a seguir
Esta forma de cálculo não é adequada e não reflete o fluxo de caixa livre.
Grau de utilidade – Moderada. O fluxo de caixa livre é um índice importante no longo prazo. Entretanto, em empresas com investimentos cíclicos, a medida pode gerar distorção. A rigor o melhor seria a projeção desta medida, pois representaria o fluxo de caixa previsto antes da distribuição do resultado da empresa.
Controvérsia de Medida – Muita. Observe no exemplo usado que a forma de cálculo da empresa é bastante divergente daquela que propomos.
Observações Adicionais
a) No longo prazo o fluxo de caixa livre deve ser positivo. Situações de valores negativos persistentes indicariam que a empresa não consegue gerar dinheiro para pagar seus financiadores;
b) Em alguns setores, os investimentos de capital são cíclicos. Isto faz com que períodos longos de fluxo de caixa livre positivo sejam acompanhados de períodos onde o fluxo pode ser negativo em razão do elevado volume de investimento. Nestes períodos a empresa geralmente evita pagar dividendos.
c) O fluxo de caixa livre pode ser usado comparando com as vendas anuais do período. Isto poderia facilitar a análise comparativa entre empresas de diferentes portes.
d) A rigor o gasto com manutenção de capital deveria ser estimado pelo analista, considerando todos os investimentos necessários para a empresa se manter no mercado.
e) Quando a empresa tem dificuldades de gerar caixa das operações existe uma tendência a reduzir o volume de investimento. Apesar disto permitir que o fluxo de caixa livre seja positivo num determinado exercício social, esta opção pode comprometer a participação da empresa no mercado.
Estrutura Conceitual e Conservadorismo
Os resultados das pesquisas sobre a Hipótese do Mercado Eficiente sugerem que o preço das ações não é determinado apenas por informações contábeis. Ball e Brown (1968) afirmam que a falta de uniformidade nos princípios contábeis permitiu a manipulação dos lucros de forma a ofuscar a visão dos investidores.
Nos mais altos níveis teóricos, a estrutura conceitual da contabilidade define o escopo e o objetivo do financial reporting. No próximo nível fundamental teórico são definidas e identificadas as características qualitativas da informação financeira (relevância, fidelidade de representação, compreensibilidade, comparabilidade, oportunidade, verificabilidade); e os elementos básicos dos relatórios contábeis (ativos, passivos, patrimônio, receitas, despesas e lucro). No menor nível operacional, a estrutura conceitual trata princípios e preceitos de reconhecimento e mensuração dos elementos básicos, além do tipo de informação a ser divulgada (GODFREY et al, 2006).
Conforme Godfrey et al (2006), regulamentadores tentaram estabelecer ordem criando inúmeras resoluções e padrões contábeis. Algumas das regulamentações iniciais tratavam a essência de práticas adotadas com base em padrões arbitrários; outras eram resultados da influência direta de leis, regras governamentais, pressões de gestores, conveniência política.
Solomons (1978 apud GODFREY et al, 2006) vê a estrutura conceitual como uma defesa contra a interferência política na neutralidade dos relatórios contábeis. Ele nota que políticas contábeis podem ser implementadas apenas se fazendo um julgamento de valor, mas não há como provar que o julgamento de valor de qualquer grupo em particular é melhor para a sociedade do que aquele de outros.
Em setembro de 2002 o Financial Accounting Standards Board – FASB e o International Accounting Standards Board – IASB assinaram o acordo de Norwalk, no qual se comprometeram a desenvolver padrões de contabilidade compatíveis e de alta qualidade. O objetivo do Conceptual Framework é desenvolver uma estrutura conceitual em comum que seja tanto completa quanto internamente consistente, além de ser uma base segura para desenvolver padrões contábeis futuros.
Em setembro de 2010 o FASB publicou o Statement of Financial Accounting Concepts n. 8 – SFAC 8 (2010), atualizando estruturas conceituais anteriormente emitidas. No capítulo 3, que discorre sobre as características qualitativas da informação financeira útil, o Conselho (FASB, 2010) destaca a fidelidade de representação: para que seja útil, a informação deve não apenas reproduzir fenômenos relevantes, como também representar fielmente o fenômeno que se propõe a retratar. No parágrafo BC 3.19, do SFAC 8 (2010), é ressaltado que a representação fiel se distingue do que foi apresentado em versões precedentes ao descartar o conservadorismo como uma de suas características.
O conservadorismo implica que, quando em dúvida, deve-se escolher a alternativa contábil que tenha a menor chance de supervalorizar a receita ou os ativos da empresa. Isso acarreta a possibilidade de falta de confiabilidade, já que há espaço para decisões e avaliações subjetivas.
Basu (1997) interpreta o conservadorismo como sendo um mecanismo que ocasiona o reflexo mais rápido no lucro de más notícias do que de boas. Schroeder, Clark e Cathey (2009) afirmam que o princípio foi elaborado inicialmente para conter o otimismo gerencial, mas a crescente pressão por demonstrações mais confiáveis e relevantes reduziram a sua influência. Riahi-Belkaoui (2004) aponta que atualmente o conservadorismo é adotado principalmente como um guia para situações extraordinárias e que, por possibilitar erros, distorções e demonstrações enganosas, está destinado a ser menos utilizado.
Para verificar se a contabilidade conservadora induz uma assimetria informacional, Pope e Walker (1999) analisaram as diferenças na oportunidade de reconhecimento do lucro entre o Reino Unido e os Estados Unidos. Concluiu-se que no Reino Unido reconhecem-se as más notícias mais rapidamente que as empresas norte-americanas e que o lag no reconhecimento das boas notícias se atrasa em até um ano.
Frente a tal aspecto, há de se considerar que o conservadorismo contábil afete a análise das demonstrações.
Lev (1989) reitera que a relação entre lucros e retornos de diversos estudos é baixa. Kallunki e Martikainen (1997) propõem que um dos motivos para isso seria a falta da oportunidade do lucro em refletir eventos value-relevant. Isso ocorre, em parte, em decorrência das práticas contábeis adotadas atenderem à mensuração com base no custo histórico. Consequentemente, os contadores trocam a oportunidade no reconhecimento das mudanças nos ativos líquidos em favor da objetividade, verificabilidade e prudência.
E os lucros contábeis e retornos acionários?
Collins e Kothari (1989) ressaltam a importância de se considerar a estrutura de lead-lag entre os retornos e os lucros, já que as informações envolvidas nos lucros contábeis provavelmente não serão capturadas pelos preços acionários durante o período fiscal de forma contemporânea. Consequentemente, os retornos devem ser acumulados ao longo de um período determinado em torno do ano fiscal. Kothari (1992) considera que a natureza do processo contábil de mensuração do custo histórico limita a habilidade de refletir a expectativa do mercado quanto aos lucros futuros. De tal modo, os lucros seriam liderados pelos preços acionários.
A assimetria dos lucros decorrente do conservadorismo contábil tem forte poder explicativo sobre o declínio na associação lucros-retornos, conforme demonstrado por Ryan e Zarowin (2003). Balachandram e Mohanram (2011), ao contrário, não encontraram evidências de que a contabilidade é a fonte da redução temporal da value relevance das informações contábeis. Lim e Park (2011), por sua vez, analisaram o decaimento da associação entre lucros e retornos com hipóteses de pesquisas desenvolvidas com base na estrutura lead-lag das variáveis. Os autores concluíram que o declínio ocorreu devido ao aumento do ruído nos retornos acionários e não em consequência a ruídos no desenvolvimento das métricas contábeis, tal como lucro líquido ou fluxo de caixa.
Nota-se que vários estudos que focaram a relação lucros-retornos atribuíram a fraca associação encontrada a deficiências no sistema de mensuração contábil (LEV, 1989; LEV; THIAGARAJAN, 1993; RYAN; ZAROWIN, 2003). Essa, entretanto, pode ser uma conclusão prematura, pois, dentre outros aspectos, há de se reconhecer a relação contemporânea entre as variáveis.
Fonte: SALES, I. C. H. A dinâmica da relação entre lucros contábeis e os retornos acionários nas empresas brasileiras de capital aberto. 87f. Dissertação (Mestrado em Ciências Contábeis) – Programa Multiinstitucional e Inter-Regional de Pós Graduação em Ciências Contábeis da UnB/UFPB/UFRN, 2011.
Nos mais altos níveis teóricos, a estrutura conceitual da contabilidade define o escopo e o objetivo do financial reporting. No próximo nível fundamental teórico são definidas e identificadas as características qualitativas da informação financeira (relevância, fidelidade de representação, compreensibilidade, comparabilidade, oportunidade, verificabilidade); e os elementos básicos dos relatórios contábeis (ativos, passivos, patrimônio, receitas, despesas e lucro). No menor nível operacional, a estrutura conceitual trata princípios e preceitos de reconhecimento e mensuração dos elementos básicos, além do tipo de informação a ser divulgada (GODFREY et al, 2006).
Conforme Godfrey et al (2006), regulamentadores tentaram estabelecer ordem criando inúmeras resoluções e padrões contábeis. Algumas das regulamentações iniciais tratavam a essência de práticas adotadas com base em padrões arbitrários; outras eram resultados da influência direta de leis, regras governamentais, pressões de gestores, conveniência política.
Solomons (1978 apud GODFREY et al, 2006) vê a estrutura conceitual como uma defesa contra a interferência política na neutralidade dos relatórios contábeis. Ele nota que políticas contábeis podem ser implementadas apenas se fazendo um julgamento de valor, mas não há como provar que o julgamento de valor de qualquer grupo em particular é melhor para a sociedade do que aquele de outros.
Em setembro de 2002 o Financial Accounting Standards Board – FASB e o International Accounting Standards Board – IASB assinaram o acordo de Norwalk, no qual se comprometeram a desenvolver padrões de contabilidade compatíveis e de alta qualidade. O objetivo do Conceptual Framework é desenvolver uma estrutura conceitual em comum que seja tanto completa quanto internamente consistente, além de ser uma base segura para desenvolver padrões contábeis futuros.
Em setembro de 2010 o FASB publicou o Statement of Financial Accounting Concepts n. 8 – SFAC 8 (2010), atualizando estruturas conceituais anteriormente emitidas. No capítulo 3, que discorre sobre as características qualitativas da informação financeira útil, o Conselho (FASB, 2010) destaca a fidelidade de representação: para que seja útil, a informação deve não apenas reproduzir fenômenos relevantes, como também representar fielmente o fenômeno que se propõe a retratar. No parágrafo BC 3.19, do SFAC 8 (2010), é ressaltado que a representação fiel se distingue do que foi apresentado em versões precedentes ao descartar o conservadorismo como uma de suas características.
O conservadorismo implica que, quando em dúvida, deve-se escolher a alternativa contábil que tenha a menor chance de supervalorizar a receita ou os ativos da empresa. Isso acarreta a possibilidade de falta de confiabilidade, já que há espaço para decisões e avaliações subjetivas.
Basu (1997) interpreta o conservadorismo como sendo um mecanismo que ocasiona o reflexo mais rápido no lucro de más notícias do que de boas. Schroeder, Clark e Cathey (2009) afirmam que o princípio foi elaborado inicialmente para conter o otimismo gerencial, mas a crescente pressão por demonstrações mais confiáveis e relevantes reduziram a sua influência. Riahi-Belkaoui (2004) aponta que atualmente o conservadorismo é adotado principalmente como um guia para situações extraordinárias e que, por possibilitar erros, distorções e demonstrações enganosas, está destinado a ser menos utilizado.
Para verificar se a contabilidade conservadora induz uma assimetria informacional, Pope e Walker (1999) analisaram as diferenças na oportunidade de reconhecimento do lucro entre o Reino Unido e os Estados Unidos. Concluiu-se que no Reino Unido reconhecem-se as más notícias mais rapidamente que as empresas norte-americanas e que o lag no reconhecimento das boas notícias se atrasa em até um ano.
Frente a tal aspecto, há de se considerar que o conservadorismo contábil afete a análise das demonstrações.
Lev (1989) reitera que a relação entre lucros e retornos de diversos estudos é baixa. Kallunki e Martikainen (1997) propõem que um dos motivos para isso seria a falta da oportunidade do lucro em refletir eventos value-relevant. Isso ocorre, em parte, em decorrência das práticas contábeis adotadas atenderem à mensuração com base no custo histórico. Consequentemente, os contadores trocam a oportunidade no reconhecimento das mudanças nos ativos líquidos em favor da objetividade, verificabilidade e prudência.
E os lucros contábeis e retornos acionários?
Collins e Kothari (1989) ressaltam a importância de se considerar a estrutura de lead-lag entre os retornos e os lucros, já que as informações envolvidas nos lucros contábeis provavelmente não serão capturadas pelos preços acionários durante o período fiscal de forma contemporânea. Consequentemente, os retornos devem ser acumulados ao longo de um período determinado em torno do ano fiscal. Kothari (1992) considera que a natureza do processo contábil de mensuração do custo histórico limita a habilidade de refletir a expectativa do mercado quanto aos lucros futuros. De tal modo, os lucros seriam liderados pelos preços acionários.
A assimetria dos lucros decorrente do conservadorismo contábil tem forte poder explicativo sobre o declínio na associação lucros-retornos, conforme demonstrado por Ryan e Zarowin (2003). Balachandram e Mohanram (2011), ao contrário, não encontraram evidências de que a contabilidade é a fonte da redução temporal da value relevance das informações contábeis. Lim e Park (2011), por sua vez, analisaram o decaimento da associação entre lucros e retornos com hipóteses de pesquisas desenvolvidas com base na estrutura lead-lag das variáveis. Os autores concluíram que o declínio ocorreu devido ao aumento do ruído nos retornos acionários e não em consequência a ruídos no desenvolvimento das métricas contábeis, tal como lucro líquido ou fluxo de caixa.
Nota-se que vários estudos que focaram a relação lucros-retornos atribuíram a fraca associação encontrada a deficiências no sistema de mensuração contábil (LEV, 1989; LEV; THIAGARAJAN, 1993; RYAN; ZAROWIN, 2003). Essa, entretanto, pode ser uma conclusão prematura, pois, dentre outros aspectos, há de se reconhecer a relação contemporânea entre as variáveis.
Fonte: SALES, I. C. H. A dinâmica da relação entre lucros contábeis e os retornos acionários nas empresas brasileiras de capital aberto. 87f. Dissertação (Mestrado em Ciências Contábeis) – Programa Multiinstitucional e Inter-Regional de Pós Graduação em Ciências Contábeis da UnB/UFPB/UFRN, 2011.
Entrevista com Nicholas Lardy
Nicholas R. Lardy é um dos maiores especialistas em economia chinesa e, recentemente, lançou um livro sobre a sustantabilidade do crescimento econômico chinês após a crise financeira de 2008.Dois capítulos estão disponíveis aqui. Na entrevista abaixo, o economista norte-americano considera que as principais distorções econômicas na China são: juros negativos pagos nos depósitos bancários, alta taxa de poupança, baixo consumo e câmbio subvalorizado. Eis alguns trechos interessantes:
O crescimento da China corre o risco de sofrer uma lenta e prolongada desaceleração, alerta o pesquisador Nicholas Lardy. As taxas de expansão, hoje na casa dos 9% ou 10% ao ano, podem cair à metade, com severas consequências para várias partes do mundo, incluindo o Brasil.
Valor: O programa de estímulo feito pela China durante a crise financeira de 2008 criou novos desequilíbrios na economia?
Lardy: O programa de estímulo teve características positivas, mas também fragilidades e desvantagens. É preciso reconhecer que, sem ele, o crescimento chinês poderia ter caído muito. O crescimento já estava se desacelerando no terceiro trimestre de 2008 e, sem o programa de estímulo, a China teria vários trimestres de baixo crescimento, talvez ao redor de 4% ou 5%. O pacote não foi perfeito, mas, ainda assim, foi muito melhor do que a alternativa de deixar a economia desacelerar.
Valor: Mas o estímulo não contribuiu para criar uma bolha no mercado imobiliário?
Lardy: Uma das grandes lições do Ocidente, nos últimos anos, especialmente nos Estados Unidos, é que, se você tiver uma distorção financeira, há uma tendência para acumular posições insustentáveis no lado dos ativos. O mesmo princípio se aplica na China. Os juros reais dos depósitos bancários têm sido, na média, negativos nos últimos oito anos. A taxa de câmbio se mantém subvalorizada, menos agora do que quatro anos atrás, mas ainda assim subvalorizada. Essas são as duas maiores distorções na China. Elas levaram a investimentos em excesso na indústria, já que a taxa de câmbio subvalorizada torna as manufaturas mais lucrativas, às custas dos serviços. Os juros negativos nos depósitos levaram as famílias a investir grande parte de suas economias em imóveis. Os setores imobiliário e industrial se tornaram inflados. Em algum momento haverá uma correção. Não diria que necessariamente será o estouro de uma bolha, mas pode ser uma correção que levará muitos anos.
Valor: Governos locais tomaram grandes empréstimos para investir em infraestrutura. Poderá haver uma crise fiscal?
Lardy: O uso de companhias de investimento dos governos locais criou um problema, mas não creio em crise fiscal. O retorno econômico de muitos desses projetos de investimento deverá ser razoavelmente alto. O problema é que foram financiados com dinheiro de curto prazo, e muitos terão retorno financeiro apenas no longo prazo. Esses projetos deveriam ser financiados por empréstimos de longo prazo ou pelo orçamento. Agora, o governo está dizendo para os bancos rolarem esses empréstimos. Outro problema é que, em muitos casos, as tarifas cobradas por esses projetos de infraestrutura são muito baixas. Os sistemas de metrô estão perdendo dinheiro, assim como os serviços de saneamento básico. É preciso reformar o sistema de tarifas, para refletirem os verdadeiros custos e para serem subsidiadas pelo orçamento dos governos.
Valor: Projetos gigantescos, como a rede de trens de alta velocidade, são sustentáveis?
Lardy: O sistema de trens de alta velocidade será muito bom para a China no longo prazo. Mas o retorno desses projetos deve aparecer daqui a pelo menos uma década, quando uma parte maior do sistema ferroviário estiver construída. Esse é mais um projeto que tem retorno de longo prazo, mas o prazo médio do seu financiamento é de cerca de dois anos.
Valor: Por que os chineses poupam tanto?
Lardy: A taxa de poupança tem sido alta por décadas, mas aumentou ainda mais a partir de 2004, quando os juros em depósitos bancários se tornaram negativos. Os chineses não têm sistemas adequados de seguro-saúde e social. Por isso, tendem a poupar para terem um auto-seguro. Conforme as taxas de juros se tornaram negativas, os chineses intensificaram essa tendência. Essa é também uma das razões por que o consumo na China é tão baixo.
Valor: Por que os juros caíram ao território negativo?
Lardy: A China não tinha taxas de juros tão baixas antes de 2003. O governo adotou a estratégia de subvalorizar o câmbio, e o Banco Central teve que se engajar em intervenções maciças no mercado de câmbio. Para manter a inflação sob controle, foi preciso fazer operações de esterilização. Eles mantiveram os juros baixos como forma de minimizar os custos dessas operações de esterilização. Outra preocupação é evitar que, com os juros altos, fluxos de capitais sejam atraídos. Eles têm controles de capitais, mas controles não são perfeitos, e investidores querem colocar dinheiro na China por causa da expectativa de apreciação cambial. Há ainda a preocupação de manter o sistema bancário lucrativo, para absorver a inadimplência nos empréstimos. Em 2002 e 2003, o governo teve que recapitalizar os maiores bancos estatais, incluindo o uso maciço de dinheiro público para se livrar de empréstimos inadimplentes. O governo decidiu manter uma grande margem entre os custos de captação dos bancos e os juros cobrados nos empréstimos, e por isso criaram um sistema com um teto para os juros pagos nos depósitos bancários e um piso nos juros dos empréstimos.
Valor: O superávit em conta corrente da China diminuiu em 2011, e a taxa de câmbio vem se apreciando. A China está finalmente reequilibrando seu setor externo?
Lardy: O superávit em conta corrente foi de 2,8% do PIB no ano passado, uma redução bastante substancial em relação ao pico de 2007, quando chegou a 10,8% do PIB. A taxa de câmbio ponderada pelas trocas comerciais vem se apreciando de forma significativa desde 2005. Além disso, o crescimento de muitos dos parceiros comerciais da China se desacelerou bastante. O crescimento da China se desacelerou um pouco, mas a diferença entre o crescimento da China e de seus maiores parceiros comerciais se tornou maior. Isso reduziu a demanda por produtos exportados pela China, em comparação com a demanda por produtos importados.
Valor: Parece haver algum consenso sobre o que fazer para reequilibrar a economia chinesa. Mas há vontade política para tanto?
Lardy: Os obstáculos de política econômica são substanciais. A taxa de câmbio permanece subvalorizada há pelo menos oito anos. Ela beneficiou o setor manufatureiro, tornando-o mais lucrativo. Os juros negativos nos depósitos deram um tremendo empurrão no setor imobiliário, que se tornou muito maior e mais poderoso. O tipo de distorção que surgiu na economia chinesa gerou benefícios para algumas regiões geográficas e setores econômicos às custas de outros. Os setores que ganharam estão bem representados no governo e vão se opor a mudanças. As famílias são as grandes perdedoras, porque o rendimento que receberam do setor financeiro é bem mais baixo do que deveria ser. Mas elas não têm representação no sistema político e não estão organizadas. Então, as reformas devem levar um longo tempo para ser implementadas.
O crescimento da China corre o risco de sofrer uma lenta e prolongada desaceleração, alerta o pesquisador Nicholas Lardy. As taxas de expansão, hoje na casa dos 9% ou 10% ao ano, podem cair à metade, com severas consequências para várias partes do mundo, incluindo o Brasil.
Valor: O programa de estímulo feito pela China durante a crise financeira de 2008 criou novos desequilíbrios na economia?
Lardy: O programa de estímulo teve características positivas, mas também fragilidades e desvantagens. É preciso reconhecer que, sem ele, o crescimento chinês poderia ter caído muito. O crescimento já estava se desacelerando no terceiro trimestre de 2008 e, sem o programa de estímulo, a China teria vários trimestres de baixo crescimento, talvez ao redor de 4% ou 5%. O pacote não foi perfeito, mas, ainda assim, foi muito melhor do que a alternativa de deixar a economia desacelerar.
Valor: Mas o estímulo não contribuiu para criar uma bolha no mercado imobiliário?
Lardy: Uma das grandes lições do Ocidente, nos últimos anos, especialmente nos Estados Unidos, é que, se você tiver uma distorção financeira, há uma tendência para acumular posições insustentáveis no lado dos ativos. O mesmo princípio se aplica na China. Os juros reais dos depósitos bancários têm sido, na média, negativos nos últimos oito anos. A taxa de câmbio se mantém subvalorizada, menos agora do que quatro anos atrás, mas ainda assim subvalorizada. Essas são as duas maiores distorções na China. Elas levaram a investimentos em excesso na indústria, já que a taxa de câmbio subvalorizada torna as manufaturas mais lucrativas, às custas dos serviços. Os juros negativos nos depósitos levaram as famílias a investir grande parte de suas economias em imóveis. Os setores imobiliário e industrial se tornaram inflados. Em algum momento haverá uma correção. Não diria que necessariamente será o estouro de uma bolha, mas pode ser uma correção que levará muitos anos.
Valor: Governos locais tomaram grandes empréstimos para investir em infraestrutura. Poderá haver uma crise fiscal?
Lardy: O uso de companhias de investimento dos governos locais criou um problema, mas não creio em crise fiscal. O retorno econômico de muitos desses projetos de investimento deverá ser razoavelmente alto. O problema é que foram financiados com dinheiro de curto prazo, e muitos terão retorno financeiro apenas no longo prazo. Esses projetos deveriam ser financiados por empréstimos de longo prazo ou pelo orçamento. Agora, o governo está dizendo para os bancos rolarem esses empréstimos. Outro problema é que, em muitos casos, as tarifas cobradas por esses projetos de infraestrutura são muito baixas. Os sistemas de metrô estão perdendo dinheiro, assim como os serviços de saneamento básico. É preciso reformar o sistema de tarifas, para refletirem os verdadeiros custos e para serem subsidiadas pelo orçamento dos governos.
Valor: Projetos gigantescos, como a rede de trens de alta velocidade, são sustentáveis?
Lardy: O sistema de trens de alta velocidade será muito bom para a China no longo prazo. Mas o retorno desses projetos deve aparecer daqui a pelo menos uma década, quando uma parte maior do sistema ferroviário estiver construída. Esse é mais um projeto que tem retorno de longo prazo, mas o prazo médio do seu financiamento é de cerca de dois anos.
Valor: Por que os chineses poupam tanto?
Lardy: A taxa de poupança tem sido alta por décadas, mas aumentou ainda mais a partir de 2004, quando os juros em depósitos bancários se tornaram negativos. Os chineses não têm sistemas adequados de seguro-saúde e social. Por isso, tendem a poupar para terem um auto-seguro. Conforme as taxas de juros se tornaram negativas, os chineses intensificaram essa tendência. Essa é também uma das razões por que o consumo na China é tão baixo.
Valor: Por que os juros caíram ao território negativo?
Lardy: A China não tinha taxas de juros tão baixas antes de 2003. O governo adotou a estratégia de subvalorizar o câmbio, e o Banco Central teve que se engajar em intervenções maciças no mercado de câmbio. Para manter a inflação sob controle, foi preciso fazer operações de esterilização. Eles mantiveram os juros baixos como forma de minimizar os custos dessas operações de esterilização. Outra preocupação é evitar que, com os juros altos, fluxos de capitais sejam atraídos. Eles têm controles de capitais, mas controles não são perfeitos, e investidores querem colocar dinheiro na China por causa da expectativa de apreciação cambial. Há ainda a preocupação de manter o sistema bancário lucrativo, para absorver a inadimplência nos empréstimos. Em 2002 e 2003, o governo teve que recapitalizar os maiores bancos estatais, incluindo o uso maciço de dinheiro público para se livrar de empréstimos inadimplentes. O governo decidiu manter uma grande margem entre os custos de captação dos bancos e os juros cobrados nos empréstimos, e por isso criaram um sistema com um teto para os juros pagos nos depósitos bancários e um piso nos juros dos empréstimos.
Valor: O superávit em conta corrente da China diminuiu em 2011, e a taxa de câmbio vem se apreciando. A China está finalmente reequilibrando seu setor externo?
Lardy: O superávit em conta corrente foi de 2,8% do PIB no ano passado, uma redução bastante substancial em relação ao pico de 2007, quando chegou a 10,8% do PIB. A taxa de câmbio ponderada pelas trocas comerciais vem se apreciando de forma significativa desde 2005. Além disso, o crescimento de muitos dos parceiros comerciais da China se desacelerou bastante. O crescimento da China se desacelerou um pouco, mas a diferença entre o crescimento da China e de seus maiores parceiros comerciais se tornou maior. Isso reduziu a demanda por produtos exportados pela China, em comparação com a demanda por produtos importados.
Valor: Parece haver algum consenso sobre o que fazer para reequilibrar a economia chinesa. Mas há vontade política para tanto?
Lardy: Os obstáculos de política econômica são substanciais. A taxa de câmbio permanece subvalorizada há pelo menos oito anos. Ela beneficiou o setor manufatureiro, tornando-o mais lucrativo. Os juros negativos nos depósitos deram um tremendo empurrão no setor imobiliário, que se tornou muito maior e mais poderoso. O tipo de distorção que surgiu na economia chinesa gerou benefícios para algumas regiões geográficas e setores econômicos às custas de outros. Os setores que ganharam estão bem representados no governo e vão se opor a mudanças. As famílias são as grandes perdedoras, porque o rendimento que receberam do setor financeiro é bem mais baixo do que deveria ser. Mas elas não têm representação no sistema político e não estão organizadas. Então, as reformas devem levar um longo tempo para ser implementadas.
14 março 2012
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Ebitda
Definição – O EBITDA é a sigla para lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização. Corresponde a uma forma de calcular um lucro, obtido a partir da demonstração do resultado, sem levar em consideração estes itens.
Fórmula – Ebitda = Lucro Operacional Antes do Imposto de Renda e Despesa Financeira + Depreciação + Amortização
Sendo
Lucro Operacional – corresponde ao resultado operacional da empresa, antes do cálculo do imposto de renda. Ou seja, corresponde ao resultado proveniente dos ativos da empresa. Isto deveria incluir as receitas financeiras, assim como o resultado com investimentos realizados em outras empresas e outros tipos de receitas. Como nós calculamos o lucro operacional correto antes da despesa financeira, não é necessário incluir a despesa financeira no cálculo.
Depreciação e Amortização – refere-se a parcela destas despesas, que podem estar nas despesas operacionais ou no custo dos produtos industrializados pela empresa que foram vendidos no período.
Unidade de Medida – O Ebitda está expresso em reais.
Intervalo da medida – A rigor, pode variar de um número negativo até um número positivo. Entretanto como não considera as despesas financeiras, os impostos e a depreciação e amortização, o Ebitda tende a ser positivo. A história deste índice mostra que ele foi divulgado exatamente por transformar resultados operacionais negativos em Ebitda positivo. Ou seja, é um índice que foi criado para ser positivo.
Como calcular – A CVM tem uma instrução própria mostrando como as empresas devem calcular o Ebitda para fins de divulgação. Esta instrução foi criada em razão das diversas formas que estavam sendo usadas no mercado para obter este valor. Ela é válida para empresas de capital aberto.
Iremos mostrar como se deve fazer o cálculo para qualquer tipo de empresa. A figura a seguir mostra a demonstração do resultado da Gerdau S/A obtida no seguinte endereço.
Com a figura acima é possível calcular o lucro operacional antes das despesas financeiras.
Lucro Operacional = Resultado antes dos Tributos sobre o Lucro + Despesas Financeiras =1 981 661 + 298 451 = 2 280 112 mil reais
Observe que a despesa financeira é somada uma vez que não entra no cálculo do lucro operacional.
É necessário obter a informação da depreciação e amortização. Em geral este valor é obtido na Demonstração dos Fluxos de Caixa. Veja o extrato desta demonstração para Gerdau S/A a seguir
Lembrando que
Ebitda = Lucro Operacional + Amortização e Depreciações
Ebitda = 2 280 112 + 128 383 = 2 408 495 mil reais.
Ou seja, o Ebitda da Gerdau S/A foi de 2,4 bilhões de reais em 2011.
Grau de utilidade – Regular. Alguns investidores usam o Ebitda para empresas novas, tentando projetar o seu grau de viabilidade. Em algumas empresas o Ebitda é usado para fins de remuneração.
Controvérsia de Medida – Muita. O Ebitda tem sido considerado um substituto do fluxo de caixa por alguns analistas. Não é. O Ebitda tem sido usado como uma aproximação da agregação de valor de uma empresa. Não existe nenhuma vinculação comprovada entre o Ebitda e o valor da empresa, na teoria e na prática. O Ebitda tem sido usado por empreendimentos recentes, em buscas de novos investidores. Durante a bolha da internet e nos períodos de crescimento da bolsa, cresceu o uso deste índice. Desconfie de uma empresa que enfatiza o resultado pelo Ebitda, mas não pelo índices mais conservadores.
Observações Adicionais
a) O Ebitda também tem sido usado em certos índices, seja no numerador ou no denominador. Assim, é possível encontrar “ebitda sobre vendas” ou “valor do empreendimento sobre ebitda”.
b) Em geral o resultado do Ebitda é mais favorável para empresa que o lucro operacional. Por este motivo, as empresas com prejuízo operacional preferem destacar o Ebitda, que tende a apresentar um resultado melhor para empresa.
c) O Ebitda é muito controverso. O famoso investidor Warren Buffett, numa de suas cartas anuais para os acionistas de sua empresa, criticou esta medida.
Leia mais:
Fórmula – Ebitda = Lucro Operacional Antes do Imposto de Renda e Despesa Financeira + Depreciação + Amortização
Sendo
Lucro Operacional – corresponde ao resultado operacional da empresa, antes do cálculo do imposto de renda. Ou seja, corresponde ao resultado proveniente dos ativos da empresa. Isto deveria incluir as receitas financeiras, assim como o resultado com investimentos realizados em outras empresas e outros tipos de receitas. Como nós calculamos o lucro operacional correto antes da despesa financeira, não é necessário incluir a despesa financeira no cálculo.
Depreciação e Amortização – refere-se a parcela destas despesas, que podem estar nas despesas operacionais ou no custo dos produtos industrializados pela empresa que foram vendidos no período.
Unidade de Medida – O Ebitda está expresso em reais.
Intervalo da medida – A rigor, pode variar de um número negativo até um número positivo. Entretanto como não considera as despesas financeiras, os impostos e a depreciação e amortização, o Ebitda tende a ser positivo. A história deste índice mostra que ele foi divulgado exatamente por transformar resultados operacionais negativos em Ebitda positivo. Ou seja, é um índice que foi criado para ser positivo.
Como calcular – A CVM tem uma instrução própria mostrando como as empresas devem calcular o Ebitda para fins de divulgação. Esta instrução foi criada em razão das diversas formas que estavam sendo usadas no mercado para obter este valor. Ela é válida para empresas de capital aberto.
Iremos mostrar como se deve fazer o cálculo para qualquer tipo de empresa. A figura a seguir mostra a demonstração do resultado da Gerdau S/A obtida no seguinte endereço.
Com a figura acima é possível calcular o lucro operacional antes das despesas financeiras.
Lucro Operacional = Resultado antes dos Tributos sobre o Lucro + Despesas Financeiras =1 981 661 + 298 451 = 2 280 112 mil reais
Observe que a despesa financeira é somada uma vez que não entra no cálculo do lucro operacional.
É necessário obter a informação da depreciação e amortização. Em geral este valor é obtido na Demonstração dos Fluxos de Caixa. Veja o extrato desta demonstração para Gerdau S/A a seguir
Lembrando que
Ebitda = Lucro Operacional + Amortização e Depreciações
Ebitda = 2 280 112 + 128 383 = 2 408 495 mil reais.
Ou seja, o Ebitda da Gerdau S/A foi de 2,4 bilhões de reais em 2011.
Grau de utilidade – Regular. Alguns investidores usam o Ebitda para empresas novas, tentando projetar o seu grau de viabilidade. Em algumas empresas o Ebitda é usado para fins de remuneração.
Controvérsia de Medida – Muita. O Ebitda tem sido considerado um substituto do fluxo de caixa por alguns analistas. Não é. O Ebitda tem sido usado como uma aproximação da agregação de valor de uma empresa. Não existe nenhuma vinculação comprovada entre o Ebitda e o valor da empresa, na teoria e na prática. O Ebitda tem sido usado por empreendimentos recentes, em buscas de novos investidores. Durante a bolha da internet e nos períodos de crescimento da bolsa, cresceu o uso deste índice. Desconfie de uma empresa que enfatiza o resultado pelo Ebitda, mas não pelo índices mais conservadores.
Observações Adicionais
a) O Ebitda também tem sido usado em certos índices, seja no numerador ou no denominador. Assim, é possível encontrar “ebitda sobre vendas” ou “valor do empreendimento sobre ebitda”.
b) Em geral o resultado do Ebitda é mais favorável para empresa que o lucro operacional. Por este motivo, as empresas com prejuízo operacional preferem destacar o Ebitda, que tende a apresentar um resultado melhor para empresa.
c) O Ebitda é muito controverso. O famoso investidor Warren Buffett, numa de suas cartas anuais para os acionistas de sua empresa, criticou esta medida.
Leia mais:
Capital
Circulante Líquido, Capitalização, Cobertura
de dívida, Cobertura
de investimento, Composição
do Endividamento, Crescimento
Sustentável, Custo
da Dívida, Distribuição
do Valor adicionado, Dividend
yield, Dividendo
por lucro, Ebitda,
Endividamento, Endividamento
Oneroso, FC
sobre VE, FC
sobre Vendas, FCL
sobre VE, FCO
sobre Ativo, FCO
sobre Passivo, Fluxo
de Caixa Livre, Giro
do Ativo, Grau
de Alavancagem Operacional, Investimento
sobre Depreciação, Liquidez
Corrente, Lucro
Econômico, Lucro
Líquido sobre Ativo, Lucro
por ação, Margem
Bruta, Margem
Líquida, Margem
Operacional, NIG
sobre Vendas, PLC, Prazo
de Pagamento a Fornecedores, Preço
sobre vendas, Retorno
Total, ROI, RSPL, Taxa
de Queima, Valor
do Empreendimento, Valor
Econômico Agregado,
Iguaçu
A Companhia Iguaçu de Café Solúvel, uma das três maiores exportadoras de café do País, informou que está investigando irregularidades contábeis em seus balanços. A empresa, vice-líder no Brasil no segmento de café solúvel, é controlada pelo grupo japonês Marubeni. De acordo com fato relevante enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a empresa informa que foram encontradas "inconsistência nos custos dos estoques" e que contratou um consultoria especializada para apurar os desvios e descobrir os responsáveis.
A irregularidades devem ter reflexos sobre os resultados do do exercício encerrado em 31 de dezembro de 2011, divulgou a companhia, que resolveu adiar o pagamento aos seus acionistas de juros sobre o capital.
Fonte: Aqui
A irregularidades devem ter reflexos sobre os resultados do do exercício encerrado em 31 de dezembro de 2011, divulgou a companhia, que resolveu adiar o pagamento aos seus acionistas de juros sobre o capital.
Fonte: Aqui
Desigualdade de renda nos EUA
Segundo o economista Emmanuel Saez, da Universidade da Califórnia, durante a depressão de 2007 a 2009,o rendimento médio real por família norte-americana caiu drasticamente em 17,4%; a maior queda em dois anos desde a Grande Depressão. O rendimento médio real para o percentil superior -ou seja, indivíduos que obtiveram renda superior a 352 mil dólares, também denominados de os 1% de maior renda- caiu ainda mais rápido (36,3 por cento de queda), o que levou a uma diminuição na participação na renda total do país, de 23,5% para 18,1%. A renda média real para os 99% inferiores também caiu acentuadamente em 11,6%, de longe o maior declínio em dois anos, desde a Grande Depressão.
O gráfico abaixo apresenta a participação na renda total do país, de cada grupo indicado na legenda. Antes de 2008, os 1% tinham renda semelhante com o mesmo grupo antes da crise de 1929. Posteriormente, com o advento das crises , a renda de ambos os grupos caiu substancialmente em ambos os períodos. Não obstante, em 2010, a renda dos 1% de maior renda já era semelhante e um pouco superior ao do mesmo grupo pós-29. Assim, nas palavras de Saez, conclui-se que " a crise de 2008 só irá reduzir a renda dos mais ricos de forma temporária e não irá desfazer o aumento substancial que vem ococorrendo desde 1970. Além disso, excluindo os ganhos capital realizados dos mais ricos, em 2010, a participação do decil superior era de 46,3%, mais alta que em 2007."
O gráfico abaixo apresenta a participação na renda total do país, de cada grupo indicado na legenda. Antes de 2008, os 1% tinham renda semelhante com o mesmo grupo antes da crise de 1929. Posteriormente, com o advento das crises , a renda de ambos os grupos caiu substancialmente em ambos os períodos. Não obstante, em 2010, a renda dos 1% de maior renda já era semelhante e um pouco superior ao do mesmo grupo pós-29. Assim, nas palavras de Saez, conclui-se que " a crise de 2008 só irá reduzir a renda dos mais ricos de forma temporária e não irá desfazer o aumento substancial que vem ococorrendo desde 1970. Além disso, excluindo os ganhos capital realizados dos mais ricos, em 2010, a participação do decil superior era de 46,3%, mais alta que em 2007."

Em outro estudo denominado "The Evolution of Top Incomes in an Egalitarian Society", os autores compararam a participação dos 1% de maior renda em 7 países, no período de 1900 a 2004. É interessante observar que os EUA e a Suécia, países com sistemas muito diferentes de distribuição de renda, juntamente com o Reino Unido e o Canadá apresentam o maior aumento na participação dos 1%, na renda nacional nos útlimos 100 anos. Não é tão simples indicar os motivos da crescente desigualdade de renda nos EUA, pois o tema ainda é controverso. Todavia, economistas acreditam que a demanda por mão de obra cada vez mais especializada e técnica, decorrentes de desenvolvimento tecnológico e crescimento do comércio internacional, talvez explique a crescente desigualdade de renda.
Nos EUA, as causas para a desigualdade apontadas pelos 99% - indíviduos com renda inferior aos 1% - são atribuídas a politicas públicas que privilegiam os mais ricos. Todavia, é temerário culpar o sistema capitalista e o governo por fracassos individuais. Observe que os protestos em Wall Street atacam os banqueiros, lobistas e grandes corporações multinacionais, no entanto, artistas, esportistas, músicos e outros profissinais bem sucedidos, que fazem parte dos 1% de maior renda, raramente são alvos de protesto. Muitos dos que protestam tomaram decisões individuais incorretas no passado - como por exemplo, comprar imóveis com financiamentos elevados - e agora querem culpar os outros por suas derrotas. É claro que muitos cidadãos, por situações alheias às suas vontades, dependem da ajuda do governo.
13 março 2012
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