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21 abril 2009

Resultados do Citi

O jornal Gazeta Mercantil publicou o seguinte texto sobre o resultado do Citibank, um lucro surpreendente de 1,6 bilhão de dólares:

Citi lucra US$ 1,6 bilhão no trimestre
Gazeta Mercantil - 20/4/2009

Nova York, 20 de Abril de 2009 - O Citigroup, gigante do setor bancário golpeado pela crise mundial, anunciou um lucro líquido relativo ao primeiro trimestre na sexta-feira, depois de mais de um ano de perdas espantosas e três planos de salvamento financeiro vindos de Washington.

O banco, que tem sede em Nova York, divulgou um lucro liquido de US$ 1,6 bilhão no primeiro trimestre, depois de uma perda de US$ 5,11 bilhões no mesmo período um ano antes. Contudo, ele anunciou uma perda de US$ 0,18 por ação devido a mudanças na sua estrutura de ações. Os resultados também foram ajudados por um ajuste na contabilidade que permitiu ao banco divulgar um ganho único de US$ 2,5 bilhões sobre as suas posições em derivativos.

A receita geral foi de US$ 24,8 bilhões, com alta de 99%. O ganho foi conduzido por resultados mais vigorosos relativos às comercializações e à melhoria nas suas baixas contábeis. A receita advinda de títulos e de operações bancárias (banking) foi de US$ 2,3 bilhões no trimestre, em relação aos US$ 4,6 bilhões nos três meses anteriores.

A melhora nos resultados não era esperada. Em um memorando enviado aos funcionários do Citigroup no mês passado, o principal executivo, Vikram S. Pandit, disse depois de mais de um ano de perdas espantosas e três resgates financeiros de Washington, que a companhia estava de novo fazendo dinheiro. Em média, os analistas pesquisados pela Thompson Reuters esperavam uma perda de US$ 0,34 por ação para o trimestre devido a receitas de US$ 22,9 bilhões.

As ações do banco vêm se recuperando de maneira firme depois de cair abaixo de US$ 1 no início de março, mas no acumulado do ano ainda estão em baixa de 40%.

A razão para a perda por ação do Citigroup foi ao pagamento de dividendos relativos a ações preferenciais e uma redefinição em janeiro do preço de conversão de US$ 12,5 bilhões em ações preferenciais conversíveis emitidas um ano antes. Isso resultou em uma redução do lucro disponível aos acionistas comuns de US$ 1,3 bilhão ou US$ 0,24 por ação. Sem isso, os ganhos por ação foram positivos.

Cortes

O Citigroup disse que suas despesas operacionais caíram 23% em relação a um ano antes e que havia reduzido sua força de trabalho em cerca de 13 mil pessoas, para 309 mil, desde o quarto trimestre de 2008.Ajudado pelas injeções do governo, o "Tier 1 capital ratio", uma medida da solidez financeira, foi de aproximadamente 11,8% no primeiro trimestre, em comparação com os 7,7% apurados um ano antes. "Nossos resultados neste trimestre refletem a solidez da operação do Citi e estamos satisfeitos com nosso desempenho", disse Pandit. "Com receitas de quase US$ 25 bilhões e um resultado líquido de US$ 1,6 bilhão, tivemos nosso melhor trimestre geral desde o segundo trimestre de 2007."

Ainda assim, os analistas permaneceram céticos sobre com que facilidade o banco conseguiria superar o panorama econômico ainda sombrio. O grupo de clientes institucionais do banco, que inclui sua unidade de investment banking, teve um lucro de US$ 2,83 bilhões depois de uma perda de U$ 6,3 bilhões um ano atrás. A área de clientes teve uma receita de US$ 9,5 bilhões, conduzida pela unidade de operações com receita de US$ 4,69 bilhões e de comercialização de títulos com US$ 1,9 bilhão.

A receita na sua unidade de cartões globais caiu 10%, principalmente devido às perdas de crédito maiores de seus monopólios de securitização na América do Norte. A receita relativa às transações bancárias dos consumidores caíram US$ 1,8 bilhão, conduzida por uma queda nas vendas de investimentos, efeito das mudanças do câmbio estrangeiro.

A receita relativa ao gerenciamento de riqueza caiu 20% no trimestre, refletindo os mercados de capitais ainda frágeis e uma debilitada receita advinda de investimentos no mundo.

O custo de crédito aumentou 76%, para US$ 10,3 bilhões, incluindo US$ 7,3 bilhões em perdas de crédito líquidas e um aumento de US$ 2,7 bilhões em reservas para futuras perdas de empréstimos.

Os analistas especulavam que o Citigroup continuaria a enfrentar problemas sob o peso cada vez maior da exposição aos defaults relacionados a empréstimos que têm a probabilidade de aumentar à medida que a recessão continua e mais americanos perdem seus empregos.(Gazeta Mercantil/Finanças & Mercados - Pág. 1)(The New York Times)


Um outro texto também foi publicado pelo New York Times, de autoria de Eric Dash, também na mesma data (e obtido através do Herald Tribune). O título já é mais interessante, pois usa o termo "contabilidade criativa", uma forma sutil. E no primeiro parágrafo o termo "fuzzy math" ou "matemática confusa". O texto afirma claramente que o banco usou a contabilidade criativa para obter seu resultado. A seguir, o texto completo:

Creative accounting helps Citigroup return to profit
Eric Dash - The New York Times - 20/4/2009
International Herald Tribune

New York: -- After more than a year of crippling losses and three bailouts from Washington, Citigroup said it had made money in the first quarter of the year. But the headline number - a net profit of $1.6 billion - was not quite what it seemed. Behind that figure was some fuzzy math.

Like several other banks that have recently reported surprisingly strong results, Citigroup used some creative accounting in the earnings reported Friday, all of it legal, to bolster its bottom line at a pivotal moment.

While wisps of recovery are appearing in the U.S. banking industry - mortgage lending and trading income are up industrywide - many banks are doing all they can to make themselves look good.

The timing is crucial. U.S. regulators are preparing to disclose the results of stress tests; the tests could determine which banks are strong enough to return the taxpayer dollars that they have accepted and which might need more. Many banks are eager to free themselves from the strings attached to the government bailout money, including restrictions on pay.

Meredith A. Whitney, a prominent research analyst, said in a recent report that what banks were doing amounted to a ''great whitewash.'' The industry's goal - and one that some policy makers share - is to create the impression that banks are stabilizing so private investors will invest in them, minimizing the need for additional taxpayer money, she said.

Citigroup posted its first profitable quarter in 18 months, in part because of unusually strong trading results. It also made progress in reducing expenses and improving its capital position.

But the long-struggling company also employed several common accounting tactics - gimmicks, critics call them - to increase its reported earnings.

One of the maneuvers, widely used since the financial crisis erupted last spring, involves the way Citigroup accounted for a decline in the value of its debt, a move known as a credit value adjustment. The strategy added $2.7 billion to the company's bottom line during the quarter, a figure that dwarfed Citigroup's reported net income. Here is how it worked.

Citigroup's debt has lost value in the bond market because of concerns about the company's health. But under accounting rules, Citigroup was allowed to book a one-time gain approximately equivalent to that decline because, in theory, it could buy back its debt at a lower cost in the open market. Citigroup did not actually do that, however.

''It's junk income,'' said Jack T. Ciesielski, the publisher of an accounting advisory service. ''They are making more money from being a lousy credit than from extending loans to good credits.''

Edward J. Kelly, Citigroup's financial chief, defended the practice of valuing its bonds at market prices since the company valued other investments the same way. The number fluctuates from quarter to quarter. For instance, Citigroup recorded a big loss in the fourth quarter of last year, when the prices of its bonds bounced back.

''I think it is unfair to focus on it in isolation rather than considering it with all the factors,'' Mr. Kelly said.

Other banks have taken a similar approach. Bear Stearns, now absorbed into JPMorgan Chase, and Lehman Brothers, which plunged into bankruptcy last autumn, took advantage of credit value adjustments as their bonds lost value last year, as did Goldman Sachs.

JPMorgan, which reported strong results last week, added $638 million to its first-quarter profit by availing itself of this adjustment. Bank of America and other large financial companies are expected to take similar steps when they report their results.

Citigroup also took advantage of beneficial changes in accounting rules related to toxic securities that have not traded in months. The rules took effect last month, after lobbying from the financial services industry.

Previously, banks were required to mark down fully the value of certain ''impaired assets'' that they planned to hold for a long period, which hurt their quarterly results. Now, they must book only a portion of the loss immediately. (Any additional charges related to the impairment may be booked over time, or when the assets are sold.)

For Citigroup, this difference helped inflate quarterly after-tax profits by $413 million and strengthened its capital levels.

Citigroup and other banks also benefit simply by taking a sunnier view of their prospects. Banks routinely set aside money to cover losses on loans that might run into trouble. By squirreling away less money, banks increase their profits.

That is what Citigroup did. During the fourth quarter, Citigroup added $3.7 billion to its consumer loan loss reserves, more than analysts had expected. In the first quarter, even though more loans were going bad, it set aside $2.4 billion.

Argentina e Iasb

Notícia sobre a adoção das normas internacionais na Argentina.

Los balances de las cotizantes locales se globalizan
Enrique Grotz, socio de Ernst & Young
El Cronista Comercial - 20/4/2009 - 015

Durante los últimos años, la globalización de la economía mundial tuvo una clara incidencia en la forma de realizar negocios, de acceder a fuentes de financiación, en las políticas de recursos humanos, en las normas tributarias y también en la aplicación de un lenguaje común para interpretar los estados contables en todos los mercados. Así surgió la iniciativa de una norma contable global.

Las IFRS (Normas Internacionales de Información Financiera, en su traducción al español), fueron identificadas por los interesados en mejorar la calidad de la información financiera (reguladores, empresarios, analistas, y usuarios en general) como las normas que de mejor manera podían satisfacer esa necesidad, y por ello están siendo adoptadas en forma progresiva por diversos países, entre ellos los que cuentan con los mercados más importantes en términos de inversión y desarrollo económico.

Con la reciente aprobación de la Resolución Técnica N 26 “Adopción de las Normas Internacionales de Información Financiera del Consejo de Normas Internacionales de Contabilidad (IASB)” por parte de la Federación Argentina de Consejos Profesionales de Ciencias Económicas, y la inminente adopción de esa resolución por la Comisión Nacional de Valores, muchas empresas argentinas incluidas en el régimen de oferta pública se integrarán al universo IFRS y otras podrán hacerlo a medida que sus organismos de control se lo permitan. Sin dudas, la conversión a IFRS representará el mayor desafío en términos de presentación de la información financiera de dichas empresas en los últimos años y será un proyecto con diversos actores y áreas de conocimiento, múltiples áreas funcionales afectadas, y con fechas a cumplir que modificarán en varios aspectos la organización de las empresas.

Los principales contenidos de la resolución son:

–Aplicación obligatoria: Las IFRS se aplicarán obligatoriamente a la preparación de estados contables de empresas incluidas en el régimen de oferta pública, con excepción de las empresas que estén autorizadas por la CNV a mantener los criterios contables de otro organismo regulador, tales como las entidades financieras, las compañías de seguros, cooperativas y asociaciones civiles.

–Aplicación opcional: Podrán ser aplicadas por todas las empresas no alcanzadas por, o exceptuadas de, su aplicación obligatoria. En los hechos, la aplicación de las IFRS en forma optativa estará condicionada a que el correspondiente organismo regulador acepte dicha aplicación. Las empresas que no opten por la aplicación continuarán empleando para la elaboración de sus estados contables las normas contables profesionales emitidas por la FACPCE hasta la fecha y las que emita en el futuro para este tipo de empresas.

–Fecha de vigencia y transición: La aplicación obligatoria u optativa tiene vigencia para los estados financieros correspondientes a ejercicios anuales que se inicien a partir del primero de enero de 2011 y para los períodos intermedios correspondientes a los referidos ejercicios, que deberán presentarse con su correspondiente información comparativa. No se admite la aplicación anticipada.

–Información complementaria a presentar en el período de transición: Las empresas obligadas a la aplicación deberán incorporar en los estados contables del ejercicio anterior al de aplicación de las IFRS en forma integral por primera vez, conciliaciones de cierta información financiera determinada de acuerdo con las normas contables anteriores y de acuerdo con las IFRS, considerando para ello las IFRS que la entidad deberá aplicar o estima optará por aplicar para la preparación de los estados contables anuales correspondientes al ejercicio que se inicie a partir del 1º de enero de 2011.

20 abril 2009

Rir é o melhor remédio


Fonte: New Yorker



Fonte: New Yorker


Fonte: NEW Yorker

Teste #58

A crise economia afetou algumas instituições financeiras. Ligue as instituições financeiras com os países de origem:

Instituições: Fortis - Hypo Real Estate Holding –Lehman Brothers –RBS –Sparisjóðabanki

Países: Alemanha - Benelux (Belgica Holanda e Luxemburgo) - Estados Unidos - Grã-Bretanha - Islândia

Resposta do anterior: Terrenos

Velocímetro


Fonte: Aqui

19 abril 2009

Rir é o melhor remédio


Fonte; Aqui

Quem perdeu com a crise: os oligarcas russos

Segundo a revista Forbes (via Blogging Stocks), a fortuna da elite dos milionários russos, conhecidos como oligarcas, sofreu uma redução de 73% em 2008.

O efeito principal ocorreu em relação ao preço dos commodities no mercado mundial.

Ainda segundo a revista (via blog do WSJ) a fortuna combinada dos cem russos mais ricos caiu em 142 bilhões de dólares.

Michael Prokhorov é o russo mais rico do mundo, agora com 9,5 bilhões e uma perda de 13,1 bilhões. O segundo é Roman Abramovich, mais conhecido como dono do clube de futebol Chelsea, que perdeu $16 bilhões, mas ainda possui $8,5 bilhões.

17 abril 2009

Rir é o melhor remédio




Fonte: Nova Matemática

Teste #57

Grau de Dificuldade: **

Você deve encontrar uma palavra que corresponde a um ativo, oito letras, usando a tabela de equivalência abaixo (o valor da letra corresponde a ordem do alfabeto) e com as seguintes pistas:

a) A soma das letras está acima da centena
b) Duas letras corresponde a metade das letras
c) A primeira letra menos a segunda letra é igual a sétima letra
d) A última letra menos um é igual a terceira (e também é igual a quarta letra)
e) A quinta letra é um número primo. A última letra também
f) A sexta letra refere-se a um número que ficou famoso nas costas de um jogador holandês em 1974



Resposta do Anterior: Crédito – ativo – banco – folha – diferida – seguro – mensal – resultado – caixa – depreciação – gerador. Confrontação

Links

The Economist: BNDES, o charme

Correlação elevada dos títulos em tempos de crise

Iasb e Fasb anunciam resposta a crise

Os executivos, seus salários e seu desempenho

Marcas que irão desaparecer (inclui Avis, AIG e Palm)

Fisco e Normas Contábeis

Fisco ainda assombra balanços
Valor Econômico - 17/4/2009

A safra dos balanços de 2008 terminou e as esperadas baixas contábeis que seriam motivadas pela crise não ocorreram. Havia grande expectativa de que as companhias corrigiriam para baixo o valor dos ativos comprados durante o cenário de exuberância e que embutiam perspectivas bem mais otimistas do que as atuais. Mas o ajuste não veio nem na proporção e nem na frequência esperadas.

Essa aposta estava calcada na estreia de uma das principais regras da contabilidade internacional, que passou a valer aqui com a nova legislação contábil: o teste de recuperabilidade ou "impairment".

Desde o balanço anual de 2008, as empresas estão no caminho do padrão internacional IFRS, que deve ser alcançado em 2010. Por isso, têm que testar o valor de registro de seus ativos.

O medo da Receita Federal explica a frustração da aposta para essa temporada. Mais uma vez, questões fiscais podem estar poluindo a qualidade dos balanços, influenciando o otimismo ou pessimismo das empresas.

Desde o começo, o processo de harmonização contábil brasileiro está envolto num esforço pela neutralidade fiscal. Foi um acordo de cavalheiros com essa finalidade entre Fisco e companhias abertas que permitiu que o Brasil entrasse na rota de adoção do IFRS.

Mas as empresas nunca estiveram completamente confortáveis com essa promessa. Nem mesmo a Medida Provisória 449, que criou o Regime Tributário Transitório (RTT), com vigência para 2008 e 2009, trouxe conforto. Pelo menos, não para todos os assuntos.

De forma simplificada, a MP garante que, na hora de calcular o imposto de renda e a contribuição social, as companhias irão desfazer todos os ajustes trazidos pela aplicação da nova legislação contábil (Lei 11.638) no balanço. A MP assegurou os anos de 2008 e 2009, enquanto a Receita trabalharia na criação de um regime fiscal definitivo. Consultada, a Receita não quis comentar o assunto.

O que pode ter afetado a disposição das companhias de corrigir o valor de seus ativos e ajustá-los ao cenário de crise é o benefício fiscal existente no ágio das aquisições. A regra atual da Receita permite que 34% desse valor seja revertido em economia fiscal, para ser aproveitada num intervalo entre cinco e dez anos.

O problema é que o RTT vale por dois anos, enquanto o benefício fiscal deve ser utilizado num prazo bem maior. Assim, para essa questão, o futuro ainda parece incerto. O tema está longe do consenso. Mas há mais sinais de alertas do que garantia da neutralidade na voz dos especialistas.

Sérgio Kubiaki, especialista em tributação da Terco Grant Thorton, explica que a preocupação se deve à diferença de prazos entre o período de aproveitamento fiscal do ágio - de cinco a dez anos - e a vigência do RTT, de apenas dois anos. "Qualquer um que diga saber o que virá para 2010 com certeza corre risco de errar", completa André Ferreira, sócio da auditoria da Terco.

Na opinião de Kubiak, a baixa contábil do ágio poderia colocar em risco as economias tributárias a partir de 2010. "Os anos de 2008 e 2009 estão garantidos pelo RTT, mas daí para frente depende de como vai ficar a regra."

Embora os auditores continuem enfatizando que o balanço deva espelhar a realidade econômica do negócio e não o planejamento fiscal da empresa, essa separação ainda não está completa. "Não é com a Receita que a companhia tem que se preocupar para decidir se tem baixa contábil ou não para fazer", enfatiza Sérgio Citeroni, sócio da Ernst & Young. Mesmo assim, admite a existência de sinais de preocupação com esse assunto.

De forma simplificada, o ágio que dá direito a economia fiscal era calculado pela diferença entre o valor da aquisição da companhia e seu valor patrimonial. Esse saldo fica alocado numa conta do balanço chamada ativo intangível porque significa a expectativa de rentabilidade futura que será obtida com o bem. É justamente a crença em lucros futuros que dava o direito ao benefício tributário. Mas é também ela que guarda as gorduras nos preços dos ativos acumuladas nos últimos anos de euforia, antes da crise financeira.

Pelo teste de recuperabilidade, caso a companhia não encontrasse valor igual ou maior que o de seus registros para um ativo, teria que lançar no resultado a deterioração do bem - e explicar todos os seus motivos.

O valor de um ativo está na sua capacidade de gerar lucro no futuro próximo pelo uso ou pela venda. Caso nenhuma dessas expectativas seja igual ou maior que o montante descrito no balanço, há necessidade da baixa contábil.

Os especialistas acreditam que ao afirmar que o ágio perdeu valor - porque a expectativa de lucros futuros acabou ou diminuiu - a empresa pode levar a Receita a pensar em rever o benefício fiscal que esse ativo dava direito.

O receio deste pensamento pode ter contribuído na decisão da Perdigão de não baixar o ágio da Eleva, adquirida em janeiro de 2008. A companhia tem um saldo de ágio de R$ 1,5 bilhão, o que lhe proporcionará economia fiscal total da ordem de R$ 500 milhões, a ser aproveitada nos próximos dez anos. Em junho, a empresa havia feito a baixa integral desse ágio, mas a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) determinou a reversão dessa medida. A companhia não quis comentar o assunto.

Como o tema está distante do consenso, a Vale do Rio Doce, ao anunciar a baixa de R$ 2,4 bilhões do valor da Inco, afirmou que seu benefício fiscal estava garantido.

Alexsandro Broedel, professor da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas, Contábeis, Atuariais e Financeiras (Fipecafi), vê espaço para discussão. Para ele, o debate nem depende do fim do RTT.

Segundo ele, a regra tributária dá direito à economia sobre o ágio de expectativa de rentabilidade futura real e fundamentada. Ao fazer uma baixa contábil e justificar a perda de valor do ativo e, portanto, do ágio, a companhia pode fornecer argumentos à Receita sobre o fim do motivo do benefício fiscal.

Ferreira, da Terco, explica que a nova contabilidade oferecerá muito mais
informações sobre as companhias, o que poderá estimular a Receita a fazer algumas harmonizações com as regras definitivas.

Controle Interno do Banco Mundial

Banco Mundial falha no combate a fraudes
Valor Econômico - 17/4/2009

Os procedimentos do Banco Mundial para detectar fraudes em seu principal programa de assistência a países pobres foram classificados como "fraqueza estrutural" num relatório interno, aumentando os problemas do banco no tratamento de questões de corrupção.

O Grupo de Avaliação Interna do banco deu-lhe a pior nota possível para procedimentos de deteção de fraude no programa de assistência de US$ 40 bilhões, chamado de Associação Internacional de Fomento. Isso pode prejudicar contribuições à iniciativa, que oferece empréstimos sem juros e um programa de doações aos 78 países mais pobres do mundo.

O relatório de 690 páginas, o primeiro para o programa, foi completado no fim do ano passado. Desde então tornou-se objeto de longas discussões entre o alto escalão do banco e a divisão de avaliação independente sobre se a classificação de "fraqueza estrutural", a pior de quatro possíveis avaliações, era justificada. Nenhuma das outras notas do programa foram baixas.

"Os tradicionais sistemas de controle dos bancos não foram projetados para resolver questões como fraude e corrupção", disse Ian Hume, um dos autores do relatório. "Eles foram criados para garantir a eficiência e integridade financeira do banco - ao menor custo possível". Isso aumenta o risco de corrupção no uso dos financiamentos da AIF, disse ele.

Há anos que o Banco Mundial tem sido alvo de críticas de que não leva a corrupção suficientemente a sério, e alguns funcionários temiam que a publicação do relatório estivesse sendo adiada por motivos políticos. Funcionários do banco dizem que houve muita pressão especialmente dos Estados Unidos para divulgar o relatório.

"Tivemos uma interação dura mas cordial com a direção (do Banco Mundial) durante esse processo", disse Cheryl Gray, diretora do grupo de avaliação.

O relatório foi publicado no website da unidade na quarta-feira à tarde, mas não recebeu destaque. Sua presença era notada por um pequeno ícone no canto inferior direito da página. Gray disse que o grupo não pretendia esconder o relatório e que a divisão não divulgou um comunicado à imprensa porque o relatório era "técnico e tinha jargão demais". Depois de questionamentos feitos pelo Wall Street Journal, o documento ganhou mais destaque no site.

O relatório concluiu que o Banco Mundial tinha, "até recentemente, poucas ou nenhuma ferramenta específica" para tratar diretamente de fraude e corrupção "em todos os estágios do processo de financiamento". Um comitê assessor que apoiou a designação de "fraqueza estrutural" escreveu que questões de fraude e corrupção "envolvem um risco considerável à reputação, podendo possivelmente causar uma perda de confiança dos vários interessados" no banco.

Nos EUA, o governo do presidente Barack Obama pediu recentemente ao Congresso que aprove uma contribuição de US$ 3,7 bilhões em três anos à AIF. Um integrante da maioria democrata no Congresso disse que ainda é muito cedo para saber se o relatório dificultaria a aprovação dos recursos. Em 2007, o Banco Mundial obteve de países doadores e de fontes internas um total de US$ 41,6 bilhões em compromissos de fundos para a AIF em três anos.

Funcionários do Banco dizem que o programa da AIF enfrenta desafios particularmente difíceis, porque a corrupção geralmente é um problema especialmente nos países pobres. "Nós operamos em alguns dos locais mais difíceis do mundo", disse um integrante do alto escalão do Banco. "Estamos sempre tentando melhorar as coisas."

A diretoria do banco pressionou para mudar a designação do quesito fraude e corrupção melhorada um grau, para "deficiência significativa". O argumento era que o grupo de avaliação não levou em conta as medidas adotadas pelo banco no último ano para melhorar seus sistemas de fiscalização e controle.

"O banco está totalmente comprometido em melhorar seus esforços de administração e de combate à corrupção em suas atividades de fomento ao desenvolvimento", afirmou a diretoria em comunicado. Ele cita várias melhorias, incluindo a criação de um conselho consultor independente. O banco informou também que está tentando integrar melhor os órgãos de prevenção de fraudes e corrupção à suas operações gerais.

O relatório não examina casos específicos de corrupção, embora ressalte que isso já foi divulgado em várias ocasiões, a exemplo de contratos para construir postos de saúde na Índia. Em vez de investigar, o papel do grupo é avaliar os sistemas e procedimentos existentes para evitar a corrupção ou identificá-la quando ela ocorrer.

O relatório adota padrões semelhantes aos aplicados para garantir a boa governança das empresas. No geral, a AIF se saiu bem na avaliação. "A descoberta de uma única fraqueza estrutural (...) no contexto geral deve ser considerado um resultado relativamente respeitável", afirmou o relatório.

Durante décadas, o Banco Mundial basicamente ignorou a corrupção, considerando que alguma propina era o preço de se fazer negócios em países pobres. A partir de 1996, porém, o ex-presidente da instituição James Wolfensohn deu mais atenção ao tópico, como fez seu sucessor, Paul Wolfowitz, que segurou empréstimos a alguns países pobres por preocupação relativa à corrupção. Isso levou a acusações de que o banco estava aplicando regras de corrupção seletivamente.

Depois que Wolfowitz foi criticado por mostrar favoritismo a sua namorada, uma empregada do banco, alguns países em desenvolvimento trataram os esforços do banco como hipocrisia. Wolfowitz pediu demissão em 2007 e o atual presidente do Banco Mundial, Robert Zoellick, tem tentado despolitizar a questão da corrupção, especialmente pelo fortalecimento do Departamento de Integridade Institucional.

Avaliações de outras instituições ligadas ao governo americano também indicaram a tal "fraqueza estrutural". Um "relatório de transparência" do Departamento do Tesouro dos EUA para o ano fiscal encerrado em 30 de setembro de 2008 denunciou quatro ocorrências do mesmo tempo, incluindo três envolvendo os esforços de modernização da IRS, a receita federal americana, na segurança de seus sistemas de informática e na contabilidade, e uma das ocorrências envolve até os boletins financeiros do governo americano.

Economia e Comportamento 2

Muitos administradores de fundos quantitativos (...) têm incorporado questões comportamentais e feito dinheiro com elas.

Where can asset allocation go from here? - John Authers - 13 April 2009 - Financial Times
Surveys FNM1 - 24

Economia e Comportamento

(...) As idéias da economia comportamental serão provavelmente mais influentes num emergente novo mundo. (...) Mercados estão (...) sujeitos a uma ampla variedade de intervenções sociais e distorções. Eles não são máquinas (...)

Gear change on recovery road - Lindsay Tanner - 16 Abril 2009 - The Age – First – p. 8

Derivativos e Jogo


Um contrato de derivativo é formalmente identico a uma loteria, a uma aposta (simples ou composta ou a um jogo. (...) Igual a todas as formas de jogo (deliberadamente tomador de risco), jogar com mercado de derivativos pode ser viciante. Isto cria argumentos parternalistas para regular, restringir ou banir a atividade. (...)


Fonte: Useless finance, harmful finance and useful finance – Financial Times – 12/4/2009

16 abril 2009

Rir é o melhor remédio


Para quem já está preparando sua declaração de imposto de renda

Fonte: aqui

Teste #56

Grau de Dificuldade: *

A figura abaixo deve ser completada adequadamente. Ao final, nos quadrados de cor amarela, irá surgir um termo contábil. Cada símbolo corresponde a uma única letra e isto ajudará você a completar todos os itens. Todos os termos estão relacionados com o capítulo 3 do livro de Contabilidade Básica

1. Um dos lados das partidas dobradas
2. Uma despesa diferida aumenta que lado da equação contábil?
3. Crédito do pagamento antecipado de um aluguel
4. Ajuste na ______ de pagamento da entidade no final do mês credita salário a pagar
5. As empresas aéreas geram quando vendem um bilhete que será usado no futuro: receita ____
6. Item que a contabilidade faz ajuste no final do exercício
7. Periodicidade normal do ajuste
8. Demonstração afetada pelo processo de ajuste
9. Regime de ______, usado em entidades de pequeno porte
10. Despesa diferida de ativos de longo prazo com vida útil finita
11. Base para o registro contábil: definição do fato _____



(Clique na figura para visualizar melhor)

Resposta do Anterior: auditor – agronegócios – não usava marreta; fiscal – terceiro setor – fazia conciliação bancária; analista de investimento – governo – lia o blog; gerencial – indústria – aplicava a entidade

Links

CFA é contra a mudanca na Contabilidade a Valor Justo

Hospedar uma olimpiada ou mesmo se candidatar aumenta o nivel do comercio do país

Mudanças na profissão contábil e no ensino

Harmonização contábil e referências

Contabilidade dos EUA

La contabilidad creativa en EE.UU. promete nuevas burbujas en el mercado
MARTÍN BURBRIDGE Buenos Aires
El Cronista Comercial - 16/4/2009 - 018

Wells Fargo inauguró la era de la “contabilidad creativa” en la que las entidades se benefician con un esquema más flexible para valuar activos caídos en desgracia. Por eso, mostrarían ganancias

Con la eliminación del mark-to-market, normativa contable que obligaba a los bancos a registrar sus activos tóxicos a precio de mercado, los balances de las entidades van a mejorar en los próximos meses, con el riesgo de generar nuevas burbujas en los mercados financieros.

Si Wall Street jugara a la quiniela, en los últimos días seguramente habría apostado “a la cabeza” del número 157. Porque acaban de conseguir la reforma de la normativa 157 de la FASB (Financial Accounting Standard Board, que es el organismo que determina las normas contables en EE.UU.), la cual obligaba a los bancos a registrar en sus balances los activos tóxicos a precios de mercado. En un contexto de crisis financiera, el valor de mercado de estos activos era, en palabras del economista francés Jacques Attali, “de cero a menos infinito”. Y esta contabilidad habría sido en parte responsable de que los balances trimestrales de los bancos fueran tan negativos desde principios de la crisis financiera.

Pero como la crisis comienza a pegar coletazos peligrosos en el resto de la economía estadounidense, el gobierno de Obama decidió relajar la normativa para permitir que los activos se valoren con otros criterios más flexibles, algo así como darle la llave de la bodega a un alcohólico. Porque ahora serán los bancos quienes determinarán la valuación de estos activos, lo que les permitirá mejorar sus resultados trimestrales al reducir las pérdidas. El primer efecto de esta contabilidad creativa fueron los resultados presentados por Wells Fargo (ganancia de u$s 3.000 millones en el primer trimestre de 2009). Y el segundo efecto que comienzan a vislumbrar algunos analistas sería el riesgo de alumbrar una nueva burbuja especulativa en el mercado de acciones.

La principal crítica que se le hace a la medida de flexibilizar el mark-to-market es que la reforma contable quita transparencia a los balances bancarios. Son pocos los que se preguntaron cómo hizo el Wells Fargo para alcanzar estos resultados, en un contexto de recesión económica, con los precios de las viviendas un 40% por debajo de sus valores record. Desde el anuncio de los resultados trimestrales, la acción de Wells Fargo creció un 23%, señal de que los operadores prefieren ver la posibilidad de ganancia en el corto plazo, y de paso alimentar un nuevo rally alcista.
Llama la atención que el gobierno estadounidense haya tomado esta medida, sobre todo después de que el mismo Obama declarara hace pocos días atrás que “no podemos volver al statu quo. Tenemos que poner fin a la especulación irresponsable, al crédito de baja calidad, a los bancos excesivamente apalancados y a la ausencia de controles”. Pero a la luz de la política llevada adelante por la Fed de emitir dinero en grandes cantidades para evitar que el consumo y la actividad económica se frenen, esta reforma de la normativa contable va en la misma dirección de enfrentar los problemas del sector financiero sin aplicar cirugía mayor y, en cambio, tratar de que las cosas se vayan acomodando. Al permitir que los bancos dejen de registrar los activos tóxicos al valor de mercado, el objetivo del gobierno es el de desactivar el nerviosismo que todavía persiste en los mercados financieros, que cambie la tendencia a deshacer posiciones en acciones de bancos, que mejore el precio de estas acciones y que las entidades financieras vuelvan a prestar dinero para que la economía estadounidense se recupere de a poco.

El riesgo de esta política es el de generar una nueva burbuja, algo que a la Fed no le preocupa demasiado, si uno mira la política de baja de tasas que ha llevado adelante en los últimos años. Y, por lo que se vio en estos últimos días por parte del Departamento del Tesoro, la prioridad estará puesta en recuperar la economía a toda costa y ‘patear‘ el riesgo de una nueva burbuja para más adelante. Como si fuera la Argentina, después se verá qué hacer cuando estalle (o quién se tendrá que hacer cargo de apagar el incendio).

Lei e Tributação

Novo regime traz dúvidas a investidores
Gazeta Mercantil – 16/4/2009

São Paulo, 16 de Abril de 2009 - A Medida Provisória 449, que veio para facilitar a relação do Brasil com o mercado internacional, trouxe o Regime de Tributação Transitória (RTT), com o objetivo esclarecer dúvidas contábeis. No entanto, o que era para elucidar, criou mais incertezas. Especialistas estão receosos e não sabem qual deve ser o valor do patrimônio líquido (PL) das empresas para calcular o ágio (valor pago em um investimento sobre o preço das ações da empresa investida), que em fusões representa a possibilidade de ganhos futuros, como aproveitá-lo na redução de impostos. Segundo a MP, por ser transitória, a empresa pode optar entre calcular pela velha ou pela nova forma. "Isto gera uma insegurança jurídica, principalmente com relação a fusões e aquisições", afirma Ricardo Borlan, do Lefosse, que opera no Brasil em parceria com a banca internacional Linklaters.

De acordo com o advogado, o artigo 16 desta MP modifica os critérios contábeis, mas como é um regime transitório, as empresas têm até o ano que vem para se atualizar (quando deve entrar em vigor). "Há uma dúvida: se deve fazer a adaptação aos cálculos agora ou deixar para depois e correr o risco de sofrer autuações da Receita Federal, por exemplo."

O principal problema é que ao calcular pela nova regra há uma oscilação do valor do patrimônio líquido da empresa - que é feito com o valor de mercado atualizado - e o ágio também pode variar. E caso o investidor queira lançar o resultado como uma despesa ou uma rentabilidade futura, quando incorporar a empresa, o ágio se tornará um ativo intangível. "Antes (da nova regra) o valor do PL poderia ser, por exemplo, de acordo com a base histórica da empresa e o ágio, lançado como lucro futuro, seria amortizado. Por isso, há vantagens em seguir a velha regra, mas corre-se o risco de autuações", diz Borlan.

A advogada Silvania Tognetti, do Barbosa, Müssnich e Aragão, também considera que há dúvidas quanto ao valor do patrimônio líquido da empresa. "Se o investidor jogar o ágio como lucro futuro, calculado com base no valor de mercado e a empresa se desvalorizar, o tributo que foi cobrado em cima do alto valor poderá não ser compensado no futuro (redução de imposto)", explica. E seu questionamento vai além. Para Silvania, a lei é necessária a medida que adapta as normas contábeis ao padrão internacional. "Antes um estrangeiro não sabia como investir no Brasil, porque não conhecia as regras contábeis, algo que só brasileiro entende", analisa. Porém, ela diz que não pode atrelar essa nova regra à área tributária. "O tributo deveria ser cobrado em cima de um acréscimo do ganho da empresa e não em relação à expectativa de lucro", complementa.

Atualização imediata
Para Ricardo Borlan, os mais conservadores estão optando por se atualizar agora. "Hoje, com a MP, deixar para calcular o ágio com base nas normas antigas é algo nebuloso. Mas há como provar que o texto da medida apresenta falhas técnicas", afirma. "O fato é que estamos em uma situação híbrida e ninguém ainda esclareceu estas dúvidas, que acontecem também em todos os casos em que envolvam o patrimônio líquido da empresa", ressalta Silvania.

No entanto, Mario Junqueira Franco Junior, do Martins, Chamon e Franco Advogados e Consultores, garante que a situação não muda e que não há motivos para não optar pelas velhas regras de contabilidade. "A legislação tributária ainda prevalece sobre a RTT, conforme a Lei das S.As.. Se a pessoa jurídica optar por levar o ágio como uma rentabilidade futura, pode ainda ser amortizado", esclarece o advogado.
(Gazeta Mercantil/Caderno A - Pág. 18)(Fernanda Bompan)

Auditorias

A notícia a seguir é bastante reveladora. Veja comentário ao final.

Auditorias terão novas normas a partir de 2010
Valor Econômico – 16/4/2009

Em 2010 as firmas de auditoria terão de seguir novos padrões de conduta e qualidade. O objetivo é que não apenas as regras contábeis adotadas no país estejam alinhadas aos padrões internacionais, mas também as que regem o trabalho dos auditores.

O Instituto Brasileiro de Auditores Independentes (Ibracon) está trabalhando na tradução das normas para as firmas, junto com o Conselho Federal de Contabilidade (CFC). As regras originais são da Federação Internacional de Contadores (Ifac).
"Estamos muito dedicados a esse trabalho", afirmou Ana María Elorrieta, presidente nacional do Ibracon. O processo de tradução deve terminar até o fim de junho, para que haja tempo para a divulgação das normas e o treinamento dos profissionais.

As diretrizes internacionais são basicamente as mesmas das brasileiras. No entanto, o material é mais detalhado e específico. Prova disso é o tempo que deve ser gasto apenas na revisão da tradução: cerca de duas mil horas.

De acordo Ana María, com mais detalhes, a tendência é que as responsabilidades dos auditores fiquem mais bem definidas.

As normas internacionais estabelecem, por exemplo, os procedimentos do auditor para lidar com o valor justo dos ativos - conceito da contabilidade internacional que está estreando no Brasil, no balanço anual de 2008, com o processo de convergência ao padrão internacional IFRS.

Na prática, significa que ativos e passivos das empresas precisam ser contabilizados pelo seu valor econômico. Quando se tratar de um bem negociável, o registro deve ser pelo valor de mercado. Quando não houver liquidez, é preciso utilizar métodos matemáticos difundidos para estimar seu valor.

"Nas regras nacionais o assunto não é sequer mencionado, pois elas foram escritas antes do conceito chegar aqui."

Como os novas normas para as auditorias impõe uma série de detalhes para os procedimentos, a expectativa é que os profissionais precisem de mais tempo para realizar o trabalho.

O cumprimento das regras será fiscalizado pelo CFC. O papel do Ibracon é auxiliar na tradução das normas e no treinamento dos auditores. Mas a verificação da adequação das firmas e de seus profissionais ficará por conta do conselho nacional.
As próprias regras internacionais, produzidas pelo Ifac, passaram recentemente por um processo de revisão. O objetivo principal era tornar o texto mais acessível aos leitores, simplificando a linguagem, de forma e permitir sua adoção tanto para as grandes firmas de auditoria, como para as de menor porte.

A adoção das normas internacionais para os auditores não é obrigatória para os países que adotam o padrão IFRS. São processos distintos.

No Brasil, a decisão por alinhar também os trabalhos de auditoria foi tomada quando, em 2007, o Banco Central (BC) determinou a convergência dos balanços consolidados dos bancos brasileiros ao IFRS. Na mesma norma, o BC também pediu a adoção das regras de auditoria. "Passou quase despercebido", disse Ana María.

Além disso, em janeiro do ano passado, o próprio Ifac fez essa recomendação ao Brasil. Entretanto, os trabalhos de tradução só começaram neste ano porque foi preciso aguardar a finalização das revisões feitas pelo órgão internacional.

O processo de convergência das normas contábeis brasileiras para o IFRS estará concluído em 2010. Neste ano, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e o Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC) terminarão de emitir as regras necessárias para a migração completa. Entre normas e orientações concentuais, devem ser emitidos 32 pronunciamentos até setembro.

A harmonização ao padrão externo, porém, já estreou nos balanços anuais de 2008, quando as empresas brasileiras de capital aberto divulgaram seus números de acordo com a Lei 11.638, que lançou as bases para a convergência.

Apesar de estar prevista a emissão de várias novas regras neste ano, a adoção delas só começará nos balanços trimestrais de 2010. Com isso, os resultados anuais de 2009 serão comparáveis aos do ano passado


Grifo meu. Em resumo, o processo de convergência tornou-se um processo de tradução.

Raiva

(...) Recentemente, porém, percebemos nos chats de investidores americanos um sentimento igualmente forte, bem descrito na psicologia, mas de pouca consideração nos modelos econômicos: a raiva. Mais especificamente, pudemos notar que alguns investidores estavam agindo em função da raiva.

(...) As razões presumíveis são as frustrações com a perda de riqueza e com a perda de um modelo em que todos acreditavam, e se seguem à busca de culpados e à imensa vontade de punir. É aí que entra o inédito: ver pessoas punindo, com raiva, a partir de vendas maciças e a descoberto. Não são profissionais. São investidores comuns, com discursos patriotas, às vezes simplistas. Mas é marcante a diferença do discurso destas pessoas do de outros que compram ou vendem por ganância ou medo.

(...) A pesquisa acadêmica mostra que isto pode estar acontecendo. Inúmeros desvios da teoria de mercados eficientes já foram documentados pelas finanças comportamentais. A grande importância das emoções no nosso processo de tomada de decisão é cada vez mais compreendida e estudada: elementos afetivos assumem seu papel ao lado de processos cognitivos de alto nível.

(...) Mas existem evidências de que o medo e a raiva têm efeitos opostos na percepção do risco: enquanto pessoas com medo fizeram avaliações de risco pessimistas e fizeram escolhas avessas ao risco, pessoas com raiva expressaram avaliações otimistas em relação ao risco e fizeram escolhas propensas ao risco.

Talvez porque quem tem raiva se sinta mais no controle da situação do que quem tem medo. Isso apesar de a raiva e o medo, ambos, terem uma valência negativa.

Quando os investidores agem em função da raiva
15 Abril 2009 - Valor Econômico - Paulo Possas & Flávia Possas

Economia experimental e Economia Comportamental

“Eu nunca entendi direito a diferença entre economia experiemental e economia comportamental. Minha impressao é que isto é simplesmente uma questão de atitude diante da teoria dos jogos: experimental a favor, comportamental contra. O viés anti-teoria dos jogos não é dos fundadores Kahneman e Tversky.

Noam Nisan, via Market Designer

15 abril 2009

Rir é o melhor remédio


Da série Livros Estranhos. Fonte (e outros casos): Aqui

Teste #55

Grau de Dificuldade: ***

Encontraram no céu quatro contadores: um auditor, um fiscal de tributos, um analista de investimento e um contador gerencial. Cada um tinha trabalhado em empresas de diferentes setores: agronegócios, terceiro setor, governo e indústria. Todos receberam a chave de São Pedro por quatro motivos diferentes, mas todos passíveis do prêmio eterno: sempre usou o princípio da entidade; fazia a conciliação bancária semanal da sua conta corrente; jamais usou ou insinuou usar o princípio da marreta; e era leitor diária do blog Contabilidade Financeira. Com base nas dicas abaixo descubra cada um dos personagens:

a) o analista de investimento lia sempre o blog Contabilidade Financeira, mas não trabalhava no terceiro setor
b) aquele que trabalhava no agronegócios nunca usou ou insinuou usar o princípio da marreta
c) o contador gerencial era da indústria, mas não fazia a conciliação semanal de sua conta corrente;
d) o auditor não trabalhou no terceiro setor

Resposta do Anterior: 1850 – Obrigatoriedade da escrituração contábil e da elaboração do Balanço anual no Brasil; 1902 – Escola Prática de Comércio, de segundo grau; 1903 – publicação das demonstrações financeiras da US Steel acompanhada da declaração da Price Waterhouse Company assegurando que ela foi auditada; 1916 – pesquisa da Federal Trade Commission mostra que metade das demonstrações não incluem a depreciação; 1970 – adoção de relatórios trimestrais nos EUA
Fonte: King. More Than a Numbers Game e Schmidt (História do Pensamento Contábil)

Satyam e Avaliação

A empresa Tech Mahindra venceu o leilão para compra das ações da Satyam Computer Services, uma empresa indiana da área de terceirização de serviços. Conforme notícia do jornal Valor Econômico (Controle da Satyam fica com a Tech Mahindra, 14/04/2009) o lance da Tech Mahindra indicaria um valor de 1,1 bilhão pela empresa, representando um ágio de 23% em relação ao último preço de fechamento no mercado. O valor superou a oferta mais próxima, segundo o artigo.

A Satyam ficou conhecida por problemas contábeis, num escândalo parecido com a Enron de anos atrás.

A questão interessante no processo de venda é que os compradores tiveram que fazer suas estimativas com base em informações poucos confiáveis por duas razões. Em primeiro lugar, a contabilidade da empresa não consegue expressar adequadamente a realidade da empresa. Afinal, o escândalo da Satyam foi de fraude contábil. Em segundo lugar, os problemas da empresa geraram uma série de ações judiciais. Em outras palavras, o comprador está também assumindo um passivo que poderá ser substancial ou não, dependendo dos acontecimentos futuros.

Em geral afirmamos que o valor de uma empresa corresponde a fluxo de caixa futuro descontado. Em situações de maior incerteza os analistas têm diversas possibilidades para fazer estes cálculos. Em qualquer um destes casos os riscos são elevados.

Outro aspecto relevante do caso da Satyam é que em leilões é comum a figura da vitória de piro ou maldição do vencedor (winners curse). O fato de o lance vencedor estar muito acima do segundo colocado pode ser um sinal desta situação. Entretanto, como o nível de informação disponível era reduzido, talvez parte do reduzido valor da empresa seja em decorrência do elevado desvio-padrão inerente na estimativa.

Derivativos

Derivativos, teses e regulamentação - Ruy Dourado e Rubens Pieroni Cambraia
Valor Econômico - 15/4/2009

Após os recentes resultados divulgados por meio de balanços, que apresentam prejuízos financeiros em várias empresas causados pelos chamados "derivativos tóxicos", tornou-se lugar comum contrapor, de um lado, os bancos querendo que os contratos sejam cumpridos e, de outro lado, companhias que verificaram esses prejuízos alegando, dentre outras questões, o desequilíbrio desses contratos e a ocorrência de força maior. (...)

Ocorre que, do mesmo modo que esses produtos podem ser utilizados para proteger a empresa contra riscos financeiros, eles também podem servir como forma de especulação. Basta considerar como exemplo a empresa que não tem recebíveis em dólar e contrata o swap de câmbio. Essa empresa poderá ter ganhos financeiros com a queda do dólar, mas terá prejuízos financeiros consideráveis com uma eventual desvalorização do real. Portanto, a empresa que usa o produto financeiro como hedge não sofrerá perdas financeiras, porque está protegida contra os riscos da oscilação da moeda. Por outro lado, concluiriam alguns, se a empresa verificou prejuízos financeiros, é sinal de que especulou. Esse é um dos argumentos que tem sido utilizado nas recentes disputas judiciais.

No entanto, tal conclusão não é válida para todas as situações, não sendo razoável generalizar, como se tem visto em algumas opiniões parciais. Os casos judiciais de que se tem notícia não debatem produtos financeiros apresentados isoladamente à empresa, mas sim negócios complexos que não permitem concluir simplesmente que a companhia estava especulando.

Com efeito, ao buscarem recursos junto aos bancos, algumas vezes é oferecido às empresas o contrato de câmbio, quase como um acessório ao contrato de mútuo, em troca de taxas de juros reduzidas. Dentro desse contrato de câmbio são estipuladas fórmulas que limitam os possíveis ganhos da empresa, o que não ocorre na situação oposta. Esse modelo não pode ser considerado um contrato puro de câmbio. A empresa, que muitas vezes encontra-se em estado de necessidade, buscando recursos para desenvolver seu negócio, nem sempre especula. E muitas vezes as informações repassadas não são suficientes para a ampla compreensão do negócio.

Seja pelo desequilíbrio, seja pela informação insuficiente, o fato é que muitos bancos têm aceitado renegociar essas dívidas, quase que reconhecendo os excessos. Nos casos em que não há negociação espontânea, fica a cargo do Poder Judiciário intervir, dentro de seus limites, na relação negocial. Quanto ao desfecho das ações em curso perante o Judiciário, apenas com as decisões de mérito, em cada caso específico, é que será possível dizer quem tem razão. Previsões tendem a ser generalistas e, sobre esse assunto, não passam de mera especulação; são tão impossíveis quanto, anos atrás, prever a crise mundial atual.

Portanto, ao invés de debater teses, talvez seja mais oportuno investigar os derivativos em si, remontando à sua origem, regulamentando-os adequadamente. Mais do que debater apenas quem tem razão em casos específicos, que se decidirão à luz de suas peculiaridades, a hora é apropriada para se discutir o regramento desses produtos financeiros, tornando-os mais seguros e inteligíveis, especialmente aos juízes, que precisarão sobre eles decidir.

Satyam

Satyam escapa de falência embaraçosa
Valor Econômico - 15/4/2009

O mundo empresarial indiano vem fazendo um bom trabalho de limitação de danos com a Satyam Computer Services. Três meses atrás, a companhia, que está no centro do maior escândalo empresarial ocorrido na Índia desde a liberalização de sua economia, parecia impossível de ser salva, depois que seu fundador, B. Ramalinga Raju, confessou que vinha inflando a contabilidade da empresas há anos. Parecia certo que a ameaça de processos da parte de acionistas, a recessão econômica, a fuga de clientes para provedores de serviços concorrentes e o espírito de equipe abalado nas fileiras da companhia iriam devastá-la.

Mas os sábios que caíram de paraquedas no conselho de administração da Satyam estão nos estágios finais do processo de busca de um novo proprietário. A Tech Mahindra - uma companhia de terceirização de tecnologia da informação controlada pelo conglomerado industrial Mahindra & Mahindra e parcialmente controlada pelo grupo de telecomunicações BT, do Reino Unido - venceu na segunda-feira o leilão de uma participação de controle, avaliando o quarto maior grupo de serviços de TI da Índia em pouco mais de US$ 1 bilhão. Supondo que as autoridades indianas aprovarão o negócio, a Tech Mahindra vai salvar a Índia corporativa da falência embaraçosa da Satyam.

Isso será festejado, especialmente pelos 50 mil funcionários da Satyam. Mas nada garante que as companhias de controle familiar que dominam o universo da bolsa de valores indiana tenham aprendido a lição com o caso, mesmo depois de algumas delas terem ampliarem seus conselhos de administração para que eles tenham mais diretores independentes. O primeiro-ministro Manmohan Singh deu o sinal verde aos investidores, ontem, dizendo estar "confiante" de que o sistema regulador possui "flexibilidade e força" para garantir que um escândalo como esse nunca mais acontecerá.

Isso é pensamento positivo. Mesmo assim, com o índice de ações Sensex (que mede a bolsa indiana) acumulando valorização de 30% desde o ponto mais baixo registrado em 9 de março, os investidores estão sendo generosos. Isso se deve em parte ao fato das avaliações continuarem benevolentes: o mercado está sendo negociado a uma relação P/L de cerca de 9,5. Se a Índia corporativa quiser reconquistar os múltiplos festivos do passado - e um acesso fácil aos mercados de capitais internacionais -, ela terá de fazer mais para mostrar que leva a governança corporativa a sério.

Boa e má notícia

Ex-diretor da VCP indenizará minoritário de ON de Aracruz
14 Abril 2009
Valor Econômico

O ex-diretor de relações com investidores da Votorantim Celulose e Papel (VCP) Valdir Roque firmou acordo com a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) para indenizar investidores de ações ordinárias, não controladores, da Aracruz, por ter prestado informação incorreta na época da primeira tentativa do grupo Votorantim de adquirir o controle da empresa - em 6 agosto de 2008.

Ele se comprometeu a pagar R$ 860,5 mil a 30 investidores já identificados e que foram prejudicados pela comunicação do executivo. Eles serão informados pela autarquia, para que autorizem a divulgação de seu nome e dados para que Roque faça o pagamento.

(...) A informação dada pelo então diretor fez com que alguns investidores comprassem ações da Aracruz no meio do pregão, antes que a VCP, no fim daquele mesmo dia, divulgasse comunicado corrigindo a declaração do executivo.

(...) Apesar de Roque, que já se desligou da empresa, assinar o compromisso, o inquérito do caso mostra que a Votorantim Industrial, dona da VCP, se comprometeu a arcar com as despesas.


O que aparentemente era um progresso para o nosso mercado de capitais mostrou-se um retroscesso: o pagamento irá cair na conta de despesas da empresa, prejudicando os acionistas.

Crise chega no casamento

(...) A indústria de casamentos nos Estados Unidos, que movimenta US$ 60 bilhões por ano, está encolhendo junto com o resto da economia, afirma Millie Martini Bratten, editora-chefe da revista Brides, de Nova York. Os casais estão reduzindo o champanhe e a quebra de empresas, como floriculturas e bufês, está forçando-os a mudar de planos. (...) O custo médio de uma festa de casamento nos Estados Unidos caiu 24% no ano passado em relação a 2007, para US$ 21,8 mil e recuou no primeiro trimestre para US$ 19 mil, segundo a Wedding Report, empresa norte-americana de pesquisa do setor .

O número de troca de votos provavelmente vai cair este ano, pois todas as contrações econômicas desde 1945 foram seguidas por um declínio no número de casamentos, afirma Shane McMurray, principal executivo da empresa. Segundo ele, o número de casamentos de 2002 foi 100 mil menor que o de 2001, quando os EUA estiveram em recessão por oito meses.

Noivas ficam sem festas de seus sonhos devido à recessão global
14 Abril 2009 - Gazeta Mercantil – Caderno C – P. 6 – Bloomberg News


Alguns links interessantes sobre o tema, já publicado anteriormente:

O preço de um casamento feliz ou economia em Desperate Housewives

Casamentos mais caros

Estimativa do custo de um casamento

Casamento vale a pena?

Espírito animal

Estou lendo o livro Animal Spirits. Com muita calma. Parei na questão da ilusão da moeda, que quero ler com mais calma ainda. Mas enquanto isto, mais análises sobre o livro. Uma do polêmico Delfim Neto:

O espírito animal
Antonio Delfim Netto - 14 Abril 2009 - Valor Econômico
A tese da maioria dos economistas de que existe um mercado financeiro "perfeito" é um "conto de fadas malvadas" (...)
Felizmente começa a fazer-se alguma claridade sobre as verdadeiras razões que levaram à atual crise financeira internacional. Acaba de ser publicado um livro extraordinário que precisa ser urgente e competentemente traduzido. Deve transformar-se em leitura obrigatória de todos os que desejam um esclarecimento cuidadoso e sofisticado, mas sem complicações, sobre o assunto. Trata-se do volume "Animal Spirits", escrito por dois extraordinários economistas George A. Akerlof e Robert J. Shiller (Princeton University Press, 2009), cujo subtítulo é "Como a psicologia humana comanda a economia e porque ela é importante para o capitalismo global". Apenas um aperitivo (em tradução livre) para estimular o leitor. "Nossa visão de como a economia funciona deve ser adotada não apenas porque ela explica a história macroeconômica. Deve sê-lo porque explica, também, os detalhes operacionais da economia capitalista. Há abundantes evidências do espírito animal discutido nos primeiros cinco capítulos: confiança, equidade, corrupção, ilusão monetária e histórica. Essas são as motivações reais das pessoas reais. E são ubíquas. A presunção da macroeconomia do 'mainstream' de que elas não têm importância choca-nos pelo absurdo. O absurdo é ainda maior porque o espírito animal joga um papel crucial nas respostas às oito questões relativas à economia capitalista que levantamos neste livro: 1) Por que as depressões acontecem? 2) Por que os Bancos Centrais têm poder real? 3) Por que existe o desemprego involuntário? 4) Por que existe uma troca entre inflação e desemprego no longo prazo? 5) Por que a poupança é tão instável? 6) Por que o mercado de ações varia tão selvagemente? 7) Por que há ciclos? e, finalmente, 8) Por que continua a existir uma minoria na pobreza?"

14 abril 2009

Rir é o melhor remédio

Piadinhas sobre o homem:

O que aconteceu com a mulher que conseguiu entender os homens?
Ela morreu de tanto rir e não teve tempo de contar a ninguém

Qual o menor livro do mundo?
Tudo que os homens sabem sobre as mulheres

Qual a diferença entre os homens e as frutas?
Um dia as frutas amadurecem

Por que as pilhas são melhores que os homens
Porque elas têm pelo menos um lado positivo

Por que são necessários milhões de espermatozóides para fecundar um ovo?
Porque eles são masculinos, e se negam a perguntar o caminho.

Quando um homem perde 90% de sua inteligência?
Quando fica viúvo

Qual a diferença entre o homem e o papagaio?
Você pode ensinar o papagaio a falar cordialmente

Enviado por Denise Tibúrcio

Teste #54

Faça a relação entre o ano e o acontecimento contábil respectivo:

1850 – 1902 – 1903 – 1916 – 1970

Adoção de relatórios trimestrais nos EUA
Escola Prática de Comércio, de segundo grau
Obrigatoriedade da escrituração contábil e da elaboração do Balanço anual no Brasil
Pesquisa da Federal Trade Commission mostra que metade das demonstrações não incluem a depreciação
Publicação das demonstrações financeiras da US Steel acompanhada da declaração da Price Waterhouse Company assegurando que ela foi auditada

Resposta do Anterior: Alexandre – Corintians; Niyama – Lusa; Iudicibus – Palmeiras

Links

Onde estão (produtos antigos de informática)?

Mercado acionário é eficiente?

Mercado acionário é eficiente 2?

15 previsões que falharam

Soccer nos EUA

Contabilidade honesta com razoáveis baixas

Contabilidade e Crise

QUEM SE OCUPA das idas e vindas da Bolsa no curtíssimo prazo já se pergunta até onde vai o atual estirão do Ibovespa. Por curtíssimo prazo entenda-se o período que vai até maio. Não há meios de prever o que será da Bolsa nem no "longo prazo" (no Brasil, um ano), que dirá daqui a dois meses. Mas, até maio, estão agendadas notícias que podem balançar o coreto.

Começou a temporada americana de balanços. Balanços merecem cada vez menos crédito, mas isso não vem muito ao caso. Desde março, bancos dos EUA dizem que tiveram um "grande" primeiro bimestre. As Bolsas dos EUA subiram, o que se refletiu aqui e deu mais impulso à alta motivada pela volta dos estrangeiros à Bovespa. Analistas de bancos por ora certeiros e famosos nos EUA, como Meredith Whitney e Mike Mayo, deram de ombros, dizendo que o otimismo banqueiro é cascata.

Mas o mercado deu de ombros para os analistas e seguiu comprando. Nem se importa com o fato de que a estimativa de resultados bancários seja agora ainda mais incerta, pois o conselho que regula a contabilidade nos EUA [FASB] relaxou normas de avaliação de ativos e registro de perdas.

GE, Johnson & Johnson e Nokia também divulgam balanços, além de perspectivas para o ano. Essas empresas são termômetros da economia real. Caso pintem um cenário ruim, isso em tese deveria derrubar os bancos (que correriam mais risco de perdas com calotes de empresas e consumidores). Enfim, sejam "bons" os balanços de bancos, maquiados ou não, quem comprou no boato venderá no "fato", derrubando a Bolsa? Por quanto tempo?

Além de balanços, virá o resultado dos "testes de estresse" de 19 bancões dos EUA. Trata-se de uma espécie de auditoria conduzida pelas autoridades americanas a fim de verificar se essas instituições precisam de mais capital. Se ignora qual tipo de informação o governo divulgará, mas entre abril e maio vai se saber algo sobre a necessidade de capital.

Os tais "testes" foram espinafrados, mas são ansiosamente esperados. Nouriel Roubini e Paul Krugman lembram, com mais ou menos ênfase, que as previsões de PIB, desemprego e preço de imóveis que baseiam tais testes são otimistas demais, quando não já desatualizados pela realidade. Portanto, os resultados do "teste" seriam maquiados.

Uns críticos dizem que o governo não pode revelar muitos dados do "teste", pois isso poderia arrebentar bancos. Outros, que a falta de transparência pode causar medos. Logo, ninguém sabe de nada do impacto dos "testes de estresse" sobre as ações. Mas trata-se de um bom motivo para detonar "volatilidades", ainda mais após semanas de alta.

Para piorar a confusão, a Bovespa tem suas particularidades. Mais e mais aparecem relatórios dizendo que commodities e cia. (Petrobras, Vale etc.) e "emergentes" como o Brasil podem ter um desempenho superior ao da média mundial. Boatos sobre a "recuperação" ou "crise" da China (grande consumidora de commodities) levantam e derrubam Bolsas e os papéis das duas maiores empresas brasileiras.

Mas não seria descabido esperar dias agitados e de "realização de lucros" (venda de ações para embolsar ganhos). Até maio, pode vir um período de recesso na alta da Bolsa.

A Bovespa e os bancos americanos
Folha de São Paulo - 14/4/2009 - VINICIUS TORRES FREIRE

Os maiores bancos brasileiros

1 ITAU
2 BANCO DO BRASIL
3 BRADESCO
4 SANTANDER
5 CEF
6 HSBC
7 VOTORANTIM
8 SAFRA
9 NOSSA CAIXA
10 CITIBANK

Por total de ativos. Fonte: Bacen via Seeking Alpha

13 abril 2009

Rir é o melhor remédio


Fonte: New Yorker

Teste #53

Grau de Dificuldade: **

Você pretende presentear professores de contabilidade dos seus times do coração. Para cada professor, coloque o time que ele torce. Uma dica: todos são clubes que já foi campeão de São Paulo e não existe time repetido:

Alexandre Assaf Neto
Jorge Katsumi Niyama
Sérgio de Iudicíbus

Resposta do Anterior: Fonte: aqui Em vez de uma convergência durante a pior crise financeira desde a depressão talvez o que e necessário é um pouco mais de competição entre os reguladores

Bancos brasileiros

Especialista questiona "ascensão" de bancos brasileiros em ranking
Valor Econômico - 13/4/2009

A crise global colocou os bancos brasileiros em destaque nos rankings internacionais de lucro, rentabilidade e valor de mercado. Mas, o professor Alexandre Assaf Neto, do Instituto Assaf, que faz análises financeiras e econômicas, alerta que os bancos brasileiros ganharam destaque por motivos equivocados.

O fato de serem pouco alavancados, por exemplo, elogiado por analistas em contraposição à política de assumir riscos exagerados dos bancos americanos, é consequência de uma distorção do mercado brasileiro, diz Assaf Neto. "Os bancos brasileiros parecem conservadores porque o juro alto lhes permite ganhar dinheiro aplicando em títulos públicos. Mas, é uma característica de banco ganhar com a alavancagem", afirmou.

Para ele, a política de juro elevado é fruto de um "período irregular" da economia; e os bancos não devem montar sua estratégia com base em uma situação de "desequilíbrio". "Distorções do mercado validaram políticas erradas. O que era nosso patinho feio virou mérito. Mas isso é fruto de um período irregular", acrescentou.

Estudo feito por Assaf Neto com base no balanço dos três maiores bancos brasileiros - Itaú Unibanco, Banco do Brasile Bradesco - mostra baixa participação do crédito nos ativos totais, apesar do forte crescimento das carteiras em 2008.

O BB é o banco mais alavancado dos três, com ativos totais 16,4 vezes maiores do que o patrimônio líquido. No Bradesco, o índice é de 13,5 vezes; e no Itaú, de 9,9 vezes.

O crescimento médio do crédito nos três bancos foi de 27,9% em 2008. A maior carteira é a do BB, com R$ 166,3 bilhões; Itaú Unibanco e Bradesco têm carteiras exatamente iguais, de R$ 133,4 bilhões cada. Ainda assim, a carteira de crédito representou na média 34,4% dos ativos totais, oscilando de 30,4% no caso do Bradesco a 37,4% no do BB. Em outras palavras, para cada R$ 100,00 investidos, R$ 34,40 estão aplicados em crédito, "atividade básica do negócio". Para o professor, quando os juros caírem mais, os bancos terão que dar mais crédito para ter lucro.

Os bancos brasileiros também apresentaram elevada rentabilidade em relação ao patrimônio líquido. Em levantamento feito pela Economatica, eles mostraram os maiores retornos entre instituições das Américas no balanço de 2008. O líder da região é o BB, com retorno sobre o patrimônio de 32,5% (32,4%, segundo Assaf Neto); em seguida vem o Bradesco, com 23,6%. Itaú Unibanco, com 21,5% (21,9%, segundo Assaf Neto), fica ligeiramente abaixo do Santander chileno, que teve retorno de 21,8% e foi na região o que mais se aproximou dos brasileiros.

Mas, Assaf Neto contrapõe que o elevado retorno do BB é "fruto principalmente da baixa participação do capital próprio". Segundo levantamento do Banco Central, o patrimônio líquido do Banco do Brasil era de R$ 29,9 bilhões no fim de 2008, enquanto o do Bradesco era de R$ 4,7 bilhões e o do Itaú Unibanco, R$ 44,8 bilhões.

Em relação a 2007, o lucro líquido dos três bancos cresceu, em média, 28,6%. O destaque foi o crescimento no Banco do Brasil (74%) e a redução do lucro líquido do Bradesco (4,86%) em 2008. O retorno sobre ativos dos bancos no país é o dobro da média mundial de 1%, atingindo 1,97% na média dos três bancos, com 1,74% no Bradesco, 1,98% no BB e 2,21% no Itaú Unibanco.

O estudo do Instituto Assaf também avaliou a eficiência dos bancos. As instituições financeiras analisadas utilizaram, em média, 35,9% de suas receitas de intermediação financeira para cobrirem as despesas administrativas e de pessoal em 2008. O banco mais eficiente neste indicador gastou 28% das receitas, e o menos eficiente, o equivalente a 42,7% das receitas financeiras. A diferença de eficiência entre as duas instituições é grande, podendo-se prever a existência de espaço para os bancos ganharem maior margem operacional numa eventual redução do spread, avalia Assaf Neto.

Outra forma de se demonstrar a eficiência operacional de uma instituição é calcular quanto cada uma gastou por dia útil em que manteve suas agências funcionando. Em média, as instituições financeiras gastaram R$ 81,6 milhões por dia útil de funcionamento em 2008.

Das receitas financeiras apropriadas em 2008, 13,8% dos recursos foram direcionados, em média, para cobrir devedores duvidosos. As despesas de pessoal e as despesas administrativas e operacionais consumiram 35,9% das receitas de intermediação dos bancos.

Os bancos apuraram em 2008 o equivalente a 20,5% de suas receitas de intermediação na cobrança de serviços e tarifas de seus clientes. As receitas de serviços e tarifas representam, em média, a 147,8% das despesas com pessoal.

As instituições obtiveram, em 2008, uma margem líquida 14,2%. Em outras palavras, do total das receitas de intermediação obtidas no exercício, restaram 14,2% na forma de lucro líquido, sendo o restante consumido pelos custos e despesas.

Do total da riqueza gerada pelos bancos no exercício de 2008, 34,6% foram destinados à remuneração de pessoal, 27,1% no pagamento de tributos, e 38,3% para remuneração dos acionistas (lucro líquido).

Dia do Beijo



Hoje é o dia mundial do beijo. Aproveite!
Gazeta Mercantil - 13/4/2009

(...) beijar, um verbo tão gostoso de conjugar que ganhou um dia só para ele, comemorado no mundo inteiro. E é hoje, 13 de abril! Então, não perca tempo, pois efeméride não tem esse nome à toa. Ela é efêmera.

(...) A questão remete, de início, à pré-história, quando uma necessidade alimentar gerou tal hábito. Afinal, no tempo das cavernas, as mães desmamavam os filhos, mastigavam a comida bem trituradinha e depois passavam a pasta resultante diretamente para a boca da prole, a exemplo do que ocorre com várias espécies do reino animal. Nada romântico ou erótico, hein?

Mais tarde, na Grécia Antiga, o ósculo funcionou como diferenciador de hierarquias: os subordinados tocavam com os lábios os superiores no peito, nas mãos, nos joelhos ou nos pés, de acordo com o nível social a que pertenciam. Na Idade Média, a prática era vista como uma forma de selar acordos entre os homens, e a Igreja Católica condenava os atos que não tivessem essa intenção.

No Brasil, a chegada da família real portuguesa, em 1808, importou uma modalidade de subserviência até então desconhecida pelos nativos: o beija-mão. Uma vez por dia, D. João VI abria as portas de seu palácio para receber a plebe, ouvir queixas e conceder benefícios. Cada súdito devia se ajoelhar diante do monarca e beijar-lhe as costas da mão direita - a mesma com que ele segurava suas indefectíveis coxinhas de frango sob o abrasador sol tropical. Ao fim da cerimônia, o monarca lusitano livrava-se da baba alheia impregnada na pele lavando-se numa bacia de água.

Na Rússia, desde a época mais sisuda da ditadura comunista, é comum que o cerimonial diplomático exija dos homens um cumprimento efusivo, coroado com um beijo na boca. Em decorrência desse costume arraigado, não foram poucos os líderes globais em visita ao país que tiveram de trocar saliva com Nikita Krushev e Leonid Brejnev.

Bicocas eleitoreiras

Por aqui, políticos em campanha adoram distribuir bicocas entre as criancinhas. Pense no trauma de ser agarrado por Paulo Maluf ou Luiza Erundina... não há terapia que dê conta! Outra figura pública que merece destaque nesse quesito (sem intenções eleitoreiras, porém) é o português José Alves de Moura, o Beijoqueiro, preso mais de 60 vezes por estalar a bochecha, à revelia, de personalidades como o cantor Frank Sinatra, o papa João Paulo II e o ator Stephan Nercessian.

Na literatura, por sua vez, o beijo adquire função mágica nos contos de fadas: serve para despertar personagens moribundos ou transformar sapos em príncipes. E, no cinema, rende cenas inesquecíveis. "A Um Passo da Eternidade", por exemplo, causou escândalo na sociedade conservadora americana de 1953 ao exibir o desentupidor-de-pia molhado, estalado e salgado que Burt Lancaster e Débora Kerr protagonizam numa praia deserta. Já no desenho animado "A Dama e o Vagabundo, dos Estúdios Disney, a cocker Lady e o Vira-Lata encostam os focinhos num beco sob o luar, embalados por espaguete e música italiana. A moçada das novas gerações, no entanto, deve ter como referência o malho que a bela Mary Jane Watson (Kirsten Dunst) sapeca no Homem-Aranha (Tobey Maguire), no primeiro longa-metragem da trilogia do personagem Marvel. Ou, para não sair da mitologia super-heroica, o grude voado entre o Superman e a Mulher-Maravilha em "O cavaleiro das Trevas 2", de Frank Miller. Dessa - e de outra - troca de fluidos corporais nasce a filha do casal, Lara.

Rodin na berlinda

Muitos orientais consideram o beijo um gesto tão detestável que, certa vez, a célebre escultura de Rodin que retrata dois amantes com as bocas e os corpos colados foi escondida atrás de um biombo durante uma exposição em Tóquio. Mas há casos ainda mais radicais. O beijo de Judas em Jesus, extraído de um episódio bíblico, ganhou conotação de punhalada nas costas. E o beijo da morte, da tradição mafiosa, prenuncia uma execução sumária.

Ah, só mais um tiquinho de cultura inútil: o beijo mais longo registrado pelo "Livro dos Recordes" durou 419 horas. E Madonna adora beijar outras cantoras para alavancar carreiras decadentes.

Obviamente, o dia internacional do beijo não celebra essas tolices, meras curiosidades. A data é dedicada ao carinho e ao tesão embutidos no gesto. Portanto, escove bem os dentes, chupe uma bala de hortelã e aproveite!

(Gazeta Mercantil/Caderno D - Pág. 4)(marcelo alencar)

Desenho, Fonte aqui

12 abril 2009

Rir é o melhor remédio


Feliz Páscoa

Fonte: aqui

Rir é o melhor remédio


Fonte: Aqui

Liquidez nos fundos

Uma notícia antiga, mas importante para o investidor brasileiro:

CVM estuda mudar regras para carteiras com ativos pouco líquidos
30/3/2009 - Gazeta Mercantil

A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) estuda junto com a Associação Nacional dos Bancos de Investimento (Anbid) alterar algumas regras para os fundos que aplicam em ativos de baixa liquidez.

O objetivo, segundo o gerente de acompanhamento de fundos da CVM, Luiz Américo de Mendonça Ramos, é garantir que esses fundos tenham liquidez suficiente para honrar os pedidos de resgate.

No ano passado, alguns gestores que aplicavam em ativos de baixa liquidez foram obrigados a vendê-los com grande desconto no mercado para fazer frente aos pedidos de resgate, o que acabou impactando o retorno dos fundos. "O ideal é que os gestores montem uma carteira com aplicações compatíveis com o prazo de carência para resgate", afirma Ramos. (...)