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19 julho 2007

Rir é o melhor remédio

Links

1. CVM Multa Executivo - Notícia de 11/07

2. ONG Doutores da Alegria - Um bom estudo de caso sobre doação e receita numa ONG

3. Mercados Adaptativos - Uma teoria alternativa a teoria clássica de finanças

Comportamento no investimento em ações

Uma pesquisa realizada por dois professores da Universidade de Illinois (“Information Diffusion Effects In Individual Investors’ Common Stock Purchases: Covet Thy Neighbors’ Investment Choices” The Review of Financial Studies, Zoran Ivkovich e Scott J. Weisbenner) mostra que a vizinhança pode ser um importante fator que induz os indivíduos a investir em ações. Os autores usaram dados de 35 mil casas, clientes de corretoras, entre 1991 a 1996. Usando o número do Código Postal, os autores determinaram as decisões de investimento dos aplicadores em uma ação se os vizinhos compraram aquela ação ou outra do mesmo setor. Segundo o NY times existe evidência que o comportamento na decisão de investimento seja influenciada pelo vizinho.

CVM condena Bolsa de Atletas

CVM reprova a Bolsa de Atletas
O Estado de São Paulo - 19/07/2007

A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) apontou irregularidades na chamada Bolsa de Atletas' do Palmeiras - projeto em que investidores adquirem parte dos direitos de jogadores para obter lucro.

De acordo com a entidade, há a "necessidade do registro da CVM para qualquer oferta pública de valores mobiliários, inclusive quando se tratar de contratos de investimento coletivo, que gerem direito de participação, de parceria ou de remuneração, cujos rendimentos advêm do esforço do empreendedor ou de terceiros, como seria o caso do investimento em sociedades em contas de participação relacionadas aos direitos federativos de jogadores, caso ele venha a ser oferecido ao público."

O diretor de Futebol do Palmeiras, Savério Orlandi, explicou que o clube paulista prestou esclarecimento à CVM há um mês. "E não se trata de algo público, nunca foi feito divulgação da Bolsa", garante. "São contratos particulares."D.A.B.


A reportagem deixou de contar que a CVM também condenou o Guarani Futebol Clube.

Impostos

Título da reportagem do jornal O Globo diz tudo:

Brasileiro pagou R$1,5 bi por dia em impostos à União

Desastre da Tam, segundo o WSJ

O acidente da TAM foi analisado pelo Wall Street Journal de 19/07/2007 (Politics & Economics: Brazil Crash Casts Light on Global Safety Concerns --- Air Infrastructure Fails to Keep Pace With Traffic Surge, por Matt Moffett, Andy Pasztor and Paulo Prada, p. A8). O jornal destaca que apesar do acidente ser "previsível" diante dos problemas do setor no Brasil, a tragédia também está vinculada a incapacidade da indústria da aviação em acompanhar o crescimento do setor com atenção para segurança.

O jornal cita que o tráfico deve crescer 8,3% este ano, comparado com o crescimento esperado de 4,4% do mundo, sendo dados a IATA. Apesar dos problemas, destaca-se que a segurança no ar na América Latina apresenta melhores desenvolvimentos que a existente na China e no Oriente Médio.

Apesar das considerações positivas, o WSJ destaca os tumultos nos aeroportos, os problemas de infra-estrutura, a relutância do presidente da república em agir de forma decisiva e os membros do governo que tentam minimizar a crise com frases que servem para enfurecer os passageiros (cita o caso específico da frase "relax and enjoy.")

18 julho 2007

Custo de uma xícara de Café

Terminei a leitura do livro Economista Clandestino, de Tim Harford. Algumas histórias interessantes, mas falta ao livro um pouco mais de fôlego. Confesso que espera mais. A análise do custo do café é possível de ser usada em sala de aula da disciplina de economia (micro) e custos ou similar. [aqui para ler o texto em inglês]. Basicamente Harford mostra que o custo de fazer um café numa loja é muito barato. Mas a análise sobre o comércio justo, que já tinha comentado antigamente no meu sítio foi tratada de forma superficial. Mas existem trechos interessantes, como a comparação entre Camarões (o país) e a China, quando o autor discute "por que os países pobres são pobres?".

Abaixo, sobre o comércio justo

Quem Ganha com o Comércio Justo?

Uma reportagem do Wall Streat Journal, de junho de 2004, mostra que ganha com o denominado "comércio justo". Esse termo designa produtos que prometem doar percentagem das vendas para os produtores, geralmente trabalhadores pobres de um país pobre. Esses produtos incluem café, bananas, cacau, entre outros itens que são vendidos no varejo dos países ricos. O dinheiro adicional ajudaria produtores a financiar educação, saúde, treinamento etc.

Uma análise da planilha de custo de um desses produtos - café orgânico certificado como de comércio justo - vendido nos Estados Unidos mostra uma realidade diferente. Veja a tabela abaixo.


1,41 => Preço pago ao produtor do café
0,39 => Custos administrativos e frete
0,36 => Encolhimento durante a torrefação
2,50 => Custos operacionais e de manutenção da atacadista/ torrefadora
0,14 => Embalagem e custos diversos
=4,80 => Custo até a Torrefadora

5,00 => Preço que a torrefadora vende para as lojas
-4,80 => Custo total da torrefadora
=0,20 => Lucro da Torrefadora

8,49 => Preço de Venda das Lojas
5,00 => Preço que a loja comprou
=3,49 => Lucro da Loja antes das despesas

Fonte: Publicado no The Wall Street Journal Americas. Terça-feira, 8 de junho de 2004
e traduzido e publicado no O Estado de S. Paulo, p. B10.

Aquecimento global

Ainda sobre o aquecimento global e os relatórios sobre a previsão do clima no mundo. Dois pesquisadores, Green (isto mesmo) e Armstrong publicaram um texto onde discutem a parte técnica do relatório conhecido como IPCC.

"Nós conduzimos uma auditoria do capítulo 8 do IPCC WG1 Report. Nos encontramos informação suficiente para fazer julgamentos de 89 de um total de 140 princípios [de previsão]. Os procedimentos de previsão que foram usados violaram 72 princípios. Muitas das violações são, para nós, críticas."


Em outras palavras, o texto dos dois professores afirma que a base de conclusão do relatório é frágil tecnicamente. E que não é possível afirmar que haverá este ou aquele efeito referente ao aquecimento global. (Vide a neve em Buenos Aires, recentemente, onde não nevava desde o início do século XX)

No mesmo sentido, Taylor, do Heartland Institute, afirma que "muitas das afirmações de Gore faz em seu filme "Uma verdade inconveniente" tem sido refutadas pela ciência, tanto antes quanto depois que eles as fez."

Este é um problema quando existe um certo "consenso" quanto a um determinado assunto. Citando Debra Saunders quando a maioria dos cientistas acreditam num determinado ponto, neste caso o aquecimento global, começa a ignorar os cientistas que não acreditam.

Recentemente postei um comentário onde questionava os "benefícios" da harmonização contábil. Fui taxado de ser o "único" doutor que era contrário ao processo. (clique aqui para ler sobre isto)

Padronização

Anteriormente usei o teclado do computador para falar sobre padronização contábil (e aqui também). Agora um blog informa que Stan Leibowitz e Stephen Margolis mostram que a superioridade do teclado Dvoark é uma fábula. Mas obviamente que a adoção do teclado QWERTY no Brasil é um exemplo onde a padronização é ruim para o usuário.

Pesquisa e Blog

O PhD Satoshi Kanazawa, em conjunto com o também PhD Alan Miller publicaram na Psychology Today sobre algumas verdades politicamente incorretas. O texto atraiu a atenção do famoso blog Freakonomics que deu amplo destaque as posições dos autores. Anteriormente o mesmo blog já tinha dado um destaque a outra pesquisa de Kanazawa, sobre a atração de mulheres bonitas por homens feios.
(Além disto, fiz um vínculo para o artigo do Psychology Today)

Um blog especializado em estatística faz um comentário devastador sobre a pesquisa de Kanazawa. Basicamente os estudos de Kanazawa possuem erros estatísticos. Quando controla-se as variáveis intermediárias não existe nada que comprove que "pais bonitos tem mais filhas". Ou seja, a teoria não foi comprovada estatísticamente.

Educação e negócio

Educação não é mercadoria'
Instituições buscam melhorar gestão
ENSINO SUPERIOR Rede privada tem queda no ritmo de crescimento de faculdades, universidades e centros universitários; setor abre capital
Renata Cafardo Simone Iwasso
O Estado de São Paulo - 16/07/2007

A entrada de recurso estrangeiro no ensino superior privado, por meio da abertura de capitais, insere as instituições educacionais na mesma lógica de funcionamento de qualquer outra empresa, transformando o que seria um direito numa mercadoria. O raciocínio, extremamente crítico ao processo que está ocorrendo no Brasil, é da educadora Regina Vinhais, da Universidade de Brasília (UnB). "Sou totalmente contra qualquer tipo de iniciativa nesse sentido. Educação não é mercadoria, é direito da sociedade."

De acordo com a professora, um dos riscos embutidos nessa abertura para investimentos é a preocupação comercial, com o lucro, em detrimento da qualidade de ensino. "Temos de buscar uma qualidade internacional, mas não entrar em conglomerados, como está ocorrendo", diz.

"Se tiver risco para o ensino, é só de melhorar", discorda o ex-ministro Paulo Renato Souza. Para ele, maior profissionalismo das instituições resulta em mais qualidade da educação. "Isso não quer dizer que vão deixar de existir instituições como USP ou Harvard", completa. Paulo Renato acredita que são perfis diferentes de instituições que passam a formar o cenário do ensino superior. As particulares, que partem para uma abertura de capital, buscam mais e mais alunos e um ensino de massa. "O desafio delas não é oferecer excelência, e sim tentar fazer diferença na vida daquele aluno." R.C. e S.I.

Diminuiu o ritmo de crescimento do número de universidades, centros universitários e faculdades privadas no Brasil. O índice de aumento entre 2006 e 2007, até agora, está em 0,14%. O porcentual é muito inferior ao crescimento médio de 13% registrado anualmente desde 1997. Desde o ano passado, instituições fecharam, outras foram compradas por grandes grupos e poucas cresceram. Num setor já consolidado e de concorrência voraz, só sobrevive agora quem investir para profissionalizar a gestão. E a novidade da vez é a venda de ações na Bolsa de Valores. Na semana passada, a maior universidade do País em número de alunos, a Estácio de Sá, abriu seu capital para investidores. A expectativa é captar R$ 800 milhões. O grupo mineiro Pitágoras, que tem 190 mil alunos em escolas e faculdades, seguiu o mesmo caminho no início deste mês.

As duas foram embaladas pelo sucesso da precursora nesse tipo de operação no ensino superior brasileiro, a Anhanguera Educacional. A procura pelas ações da instituição foi 12 vezes maior que o esperado, e o valor total da operação ficou em US$ 250 milhões (R$ 466,9 milhões). "É um movimento fantástico, você consegue atrair investimentos cada vez maiores", diz Alexandre Saigh, sócio do Banco Pátria, responsável pela operação da Anhanguera. Depois da abertura, a instituição, que surgiu no interior do Estado, comprou o Centro Universitário Ibero-Americano (Unibero) e chegou à capital. O processo de aquisições deve continuar, já que a Anhanguera prometeu a seus acionistas que cresceria cerca de 30%.

"Ao abrirem o capital, as instituições são obrigadas a ter uma relação de governança com transparência absoluta. Não pode haver caixa 2, nepotismo", diz o ex-ministro da Educação e deputado federal (PSDB-SP), Paulo Renato Souza. A nova realidade se choca com a tradição no País de instituições educacionais formadas por grupos familiares, muitas vezes de gestão amadora, estrutura de custo pesada e inchada. Nesse cenário, investidores internacionais são bem-vindos porque, mesmo sendo acionistas minoritários, estão mais acostumados com a cobrança e o monitoramento de resultados, diz Paulo Renato. A Anhanguera teve 75% de suas ações compradas por estrangeiros, uma tendência que pode se repetir com outras instituições. A limitação da participação de capital estrangeiro em universidades chegou a ser discutida na reforma universitária do Ministério da Educação, mas não saiu do papel. NOVO GRANDE NEGÓCIO'

"O setor de ensino superior caminha para atingir a maturidade, em um nível de profissionalização nunca antes obtido em sua história", acredita o consultor da área e presidente da Hoper Educacional, Ryon Braga. Os estudos da consultoria mostram que, nos próximos quatro anos, entre cinco e oito novos grupos de educação devem abrir capital. "Das cinco maiores instituições privadas do Brasil, duvido que alguma delas não irá daqui para frente abrir o capital", completa o especialista no setor e proprietário da CM Consultoria, Carlos Monteiro. A tendência atual - que não atinge apenas o setor educacional - é explicada por uma conjunção de fatores internos e externos. O Brasil vive um momento de economia estável e queda de juros, o que torna a Bolsa de Valores um caminho atraente para captar recursos. "A educação é um novo grande negócio, como já disse Bill Gates", completa o ex-ministro. Paulo Renato acredita que ainda há espaço para crescimento no número de alunos no ensino superior privado - hoje são 3,2 milhões no País -, principalmente porque o governo tem financiado as mensalidades. Programas como o Universidade para Todos (ProUni) oferecem milhares de bolsas por ano em instituições particulares para estudantes de baixa renda. Há especialistas, no entanto, que defendem que só o crescimento das vagas em universidades públicas vai aumentar o índice atual de apenas 11% dos jovens de 18 a 24 anos no ensino superior. Segundo números do MEC há atualmente 2.141 instituições privadas de ensino superior no Brasil. Em 2006, eram 2.138. As aparentes três instituições a mais são, na verdade, um resultado entre as que fecharam e as que foram abertas de um ano para o outro. O MEC ainda não tem o número do total de novas instituições de 2007. Entre 2005 e 2006, porém, o índice de crescimento havia sido de 10,5%, com 204 novas instituições. Desde 1997, foram criadas mais de 1.400 universidades, faculdades ou centros universitários no País.

Muitas delas, no entanto, devem ser compradas ou fundidas umas às outras. "As instituições terão de trabalhar num mercado onde ou você cresce ou é engolido, como o que acontece no sistema bancário", diz Monteiro. Para Braga, cerca de 600 instituições devem "sair do mapa" nos próximos anos. O que vale mais para fechar um bom negócio é o status de centro universitário ou de universidade. As instituições que recebem uma das duas nomenclaturas - criadas pelo governo federal nos anos 90 - têm o direito de abrir novos cursos sem prévia autorização do MEC, ao contrário do que ocorre com faculdades. A cidade-sede também faz diferença; instituições em São Paulo, onde há muitos alunos em potencial, são mais valorizadas. Apesar de ainda não confirmado, circula no mercado que a Estácio de Sá pagou R$ 60 milhões pelo Centro Universitário Radial (UniRadial), com cerca de 10 mil alunos.

No ano passado, a Faculdade Tancredo Neves fechou as portas por falta de alunos. A Anhembi Morumbi continua existindo, mas teve, em 2005, 51% de seu capital comprado pela Laureate Education, uma rede internacional de universidades. Outros grupos do exterior também já negociam a sua entrada no País por meio de compra de instituições.

Custo no Iraque

Um artigo de Nicholas Kristof ('Inspiring Progress' On Iraq?), publicado no The New York Times (12/07/2007) e no Estado de S Paulo (13/07/2007, p A13, Ocupação custa US$250 mil por minuto) apresenta alguns fatos interessantes sobre custo da guerra:

=> O custo médio de um soldado no Iraque aumentou para 390 mil dólares por ano, conforme um estudo do Congressional Research Service.

=> O custo total será, em 2007, de $135 bilhões, o que significa um pouco mais de 250 mil dólares por minuto.

=> O gasto total da guerra seria suficiente para financiar a saúde dos norte-americanos que não possuem segupo por 30 anos.

Provavelmente nestes dados não constam o custo que será incorrido no futuro, como as pensões para os soldados mortos.

Crime: causa x efeito

Uma reportagem do Estado de S. Paulo (Estudo liga gravidez indesejada a crimes violentos em cidades de SP SEGURANÇA Queda de 10% no número de crianças que vivem com mães solteiras reduziria em 5,1% os homicídios, de Fernando Dantas, 16/07/2007, p. c1) informa que a gravidez indesejada pode ser uma das causas dos crimes violentos em São Paulo. Esta conclusão faz parte de um estudo feito por um economista, Gabriel Hartung, usando dados de 643 dos 645 municípios de São Paulo.

É fácil lembrar do famoso estudo de Levitt - autor do best-seller Freakonomics - que registrou um vínculo entre legalização do aborto e redução da criminalidade. Este estudo ainda é muito polêmico já que Levitt cometeu um erro estatístico no seu estudo.

Como não existe legalização do aborto no Brasil, Hartung mostrou um vínculo entre a redução do número de crianças vivendo com mãe solteira e homicídios. A reportagem afirma que "segundo o pesquisador, o trabalho aponta o controle de natalidade como instrumento fundamental para o combate à criminalidade no Brasil. Pessoalmente, ele também defende a descriminalização do aborto. "O meu estudo é uma evidência de que a gravidez indesejada aumenta o crime", diz Hartung, que faz doutorado na Escola de Pós-Graduação em Economia (EPGE) da Fundação Getúlio Vargas (FGV), no Rio."

Mais recentemente um artigo do Washington Post comenta uma pesquisa realizada por Rick Nevin onde a presença de chumbo foi a causa da variação nos crimes violentos nos Estados Unidos. A proposta decorre da constatação de que a exposição ao chumbo torna a criança mais violenta. Anteriormente, existia presença de chumbo na gasolina e na tinta usada nos Estados Unidos. Nevin afirma que este não é o único fator a explicar a redução no crime, mas é o principal.

Esta não é a única explicação para a redução na criminalidade nos Estados Unidos. clique aqui para ler

Links

1. Sindrome do Aplauso Excessivo (SAE)

2. Cade, aquisição e fusão

3. A concentração na imprensa norte-americana. Uma análise de Murdoch, pelo NY times

Bovespa

Os avanços da bovespa
Gazeta Mercantil - 18/07/2007

18 de Julho de 2007 - A Bovespa tem sido um dos grandes destaques mundiais em termos de captação de recursos através de oferta de ações.

Entre os países emergentes, a Bovespa figura em terceiro lugar, perdendo apenas para as bolsas de Hong Kong e de Xangai, o que apenas reflete o tamanho e o crescimento da China, mas de qualquer forma a Bovespa ainda supera com folga - principalmente quando analisamos apenas as novas companhias vindo a mercado - as bolsas que vêm em seguida na lista, como as bolsas da África do Sul, da Índia, de Istambul, de Teerã e da Coréia.

Mesmo incluindo-se os desenvolvidos, a posição da Bovespa é de destaque mundial. Figurando na sétima posição, a Bovespa está atrás apenas das duas bolsas chinesas, da bolsa da Espanha, do Canadá, da Austrália e das mais tradicionais bolsas do mundo: a de Londres e a de Nova York (Nyse). Se considerássemos apenas as novas companhias vindo a mercado, a Bovespa ainda estaria na frente das bolsas da Espanha e do Canadá, ficando muito próxima da australiana, perdendo ainda apenas para as mais tradicionais americanas (nesse caso, incluiria a Nasdaq) e londrina e para as chinesas.

Desses dados podemos chegar a algumas conclusões. Primeiro, que a Bovespa efetivamente vive um momento um tanto excepcional, em parte como resultado de mais de uma década de oferta reprimida, quando nenhuma nova companhia conseguiu emitir ações no Brasil.

Por outro lado, há também uma conjuntura internacional muito positiva, bastante líquida, e que os países emergentes têm conseguido tirar proveito disso, particularmente a China, o Brasil, a Índia e a África do Sul. Este último quase não aparece nos destaques da mídia, mas além de ter tido um volume relevante de captações também está entre as principais bolsas de países emergentes, com tamanho apenas um pouco menor que a Bovespa. Na verdade, é uma bolsa que é um bom benchmark de comparação para a Bovespa.

Finalmente, esses dados também dizem muito sobre a sustentabilidade do movimento de aberturas de capital. Apesar de o atual ritmo ser acima do esperado, os dados mostram que outras bolsas de países emergentes de destaque também têm conseguido captar recursos consistentemente e que a Bovespa tem total condição de continuar sendo uma alternativa viável de captação de recursos.

Por outro lado, fica a questão de qual vai ser o futuro da Bovespa. Entre os mercados mais avançados, vê-se uma tendência crescente de consolidação, seja a verificada no passado recente entre algumas bolsas européias (e ainda há espaço para mais), seja a aliança entre a Nyse e a Euronext ou a compra da Nasdaq de participação na Bolsa de Londres ou da bolsa sueca, além, claro, da recente fusão de CBOT e CME formando a maior bolsa do mundo - de commodities e futuros nesse caso.

Naturalmente, o papel que se espera natural da Bovespa é o de consolidadora do mercado de capitais da América Latina. O primeiro desafio seria a barreira da língua, uma vez que, operando totalmente em português, fica muito mais complexa a integração com bolsas onde os participantes falam espanhol - nesse sentido, por exemplo, a bolsa do México levaria uma vantagem sobre nós.

Ao mesmo tempo, ainda que a Bovespa consiga desempenhar esse papel de consolidação, a soma de todas as bolsas latino-americanas excetuando-se a mexicana não representa cerca de 30% da capitalização de mercado atual da Bovespa, o que não faria com que ela saltasse de patamar. Ao mesmo tempo, a do México, que representa pouco menos da metade da Bovespa, tenderia mais facilmente para as bolsas americanas que para a nossa.

Representando a décima-sétima posição entre as capitalizações de mercado das companhias listadas e a vigésima-primeira entre as médias diárias de negociação, parece hoje improvável que a Bovespa desapareça, até pela facilidade de transação, mas é de se esperar que ela acabe se juntando a um grupo de bolsas estrangeiras, seja através de parcerias operacionais ou através de uma eventual venda de participação.

Enquanto isso, a Bovespa tem cumprido com excelência o seu papel de viabilizar as aberturas de capital no Brasil, crescendo organicamente e aproveitando o boom brasileiro e buscando viabilizar novas opções para atrair mais companhias e investidores, como o Bovespa Mais e o próprio Novo Mercado.

Diz-se que a própria Bovespa pretende abrir o capital, talvez então a gente descubra que ela já tem um plano para responder essas questões.

(Gazeta Mercantil/Finanças & Mercados - Pág. 4)(Márcio Veríssimo - Consultor)

Diretor Volta

Sergio Weguelin volta ao cargo na CVM inocentado
Valor Econômico - 18/07/2007

"Se eu soubesse que demoraria tanto, não teria me afastado", diz Sérgio Weguelin, diretor da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) que enfrentou na pele a lentidão dos processos de investigação da autarquia. Ele retornou ontem as suas tarefas no órgão regulador de mercado, depois de 10 meses longe das atividades. No cargo desde novembro de 2004, Weguelin volta para seu posto tranqüilo com o resultado das investigações sobre sua conduta no caso da reestruturação da Telemar. Ele foi transformado no pivô de uma suspeita de vazamento de informação da CVM, a respeito do parecer 34. O documento foi determinante para os rumos da reorganização planejada pela operadora, que acabou barrada pelos acionistas minoritários. No final de agosto passado, ao saber que a autarquia estava sendo acusada, por meio de carta anônima que circulou na imprensa, o diretor revelou ao então presidente Marcelo Trindade uma troca de emails com um investidor estrangeiro.

Diante do mal estar com a situação, decidiu voluntariamente se afastar do cargo, para garantir transparência aos procedimentos. Mas acreditava que retornaria ao trabalho em dois ou três meses, no máximo. "Na verdade, pensei em menos de um mês. Quando o Marcelo (Trindade), falou dois ou três meses já foi um choque."A causa de seu afastamento foi a resposta a um e-mail de um representante de um fundo internacional que questionava a operação da Telemar e debochava da governança corporativa no Brasil. Weguelin disse sucintamente na sua mensagem que a CVM avaliava a formulação de um parecer de orientação sobre o tema, mas sem mencionar o conteúdo do documento - que sequer estava pronto. As relações com esse investidor tiveram início de um contato no exterior, quando apresentava a melhora da governança corporativa no mercado brasileiro, no âmbito de um projeto do regulador, com a Bovespa, BM&F e outros - o Best.Weguelin foi alvo de investigação interna da CVM e também de uma comissão de sindicância do Ministério da Fazenda. A conclusão de ambos os processos é de que o diretor é inocente, pois não forneceu nenhuma informação sobre o conteúdo do parecer. Além disso, predominou o entendimento que sua conduta diante do questionamento foi adequada. Ele não errou ao informar ao estrangeiro que a autarquia avaliava a formulação de um parecer. (...)

17 julho 2007

Brasil e Normas Internacionais

Padrão internacional pressupõe aumento de responsabilidades
Gazeta Mercantil - 17/07/2007

São Paulo, 17 de Julho de 2007 - As companhias brasileiras vão enfrentar vários desafios para adotar o padrão contábil internacional, o International Financial Reporting Standadrs (IFRS). O primeiro obstáculo a ser vencido é o próprio contexto da norma. Como o IFRS é baseado em princípios, sua aplicação requer uma grande dose de interpretação, o que pressupõe um aumento das responsabilidades de quem está preparando e auditando as informações, comenta Gregory Gobetti, sócio de instituições financeiras da Ernest Young, uma das quatro maiores empresas de consultoria e auditoria do mundo. "Trata-se de um conjunto de normas diferentes para os brasileiros, reunidas em 1.500 páginas e em língua inglesa, que terão que usadas para preparar o balanço e sua utilização pressupõe alterações nos processos internos de controle e nos sistemas de informações das companhias", diz.

O consultor conta que há dificuldades na opção que atingem o próprio negócio. A escolha de um determinado principio podem geram lucro ou prejuízo na contabilização de uma operação, afirma.

A língua e a adaptação do meio acadêmico são outros limitadores, na avaliação de Gobetti. "As faculdades no Brasil não formam profissionais nessa área", diz. Só nas grandes consultorias e na empresas com matriz na Europa há profissionais com experiência nas normas do IFRS, acrescenta. O prazo para a adaptação das empresas européias terminou em dezembro de 2005.

No Brasil, a utilização da norma contábil internacional foi determinada pela Instrução nº 457 da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), publicada no último dia 13. A instrução diz que a adoção do IFRS é opcional entre 2007 e 2009 e que a partir de 2010 a utilização do padrão será necessária. A instrução da CVM acompanha medida do Banco Central que já determinou que as instituições financeiras adotem o padrão internacional também a partir de 2010.

Ao contrário do BC, porém, a instrução da CVM não tem força de lei. Para se tornar obrigatória, a medida ainda precisa que a legislação sobre a contabilidade das companhias seja tirada do âmbito da lei atualmente em vigor, que é tão antiga que não prevê sequer normas para a contabilização de operações com derivativos.

O projeto que tira a contabilidade do âmbito da lei está em tramitação no Congresso e espera-se que até 2010 já esteja aprovado. O projeto de lei transfere a regulação contábil brasileira para a Comissão Nacional de Normas Contábeis (CNC), que será a versão brasileira do International Accounting Standard Board (IASB), o regulador das normas internacionais. O CNC, de acordo com Gobetti, já tem compromisso com o padrão contábil internacional.

(Gazeta Mercantil/Finanças & Mercados - Pág. 4)(Lucia Rebouças)

Pan

Ana Flávia Sgobin conquistou medalha de prata no ciclismo. Ana Flávia trabalha num escritório de contabilidade.

China

CHINA: País implanta padrões internacionais de contabilidade
Gazeta Mercantil News (Tempo Real) - 13/07/2007

SÃO PAULO, 13 de julho de 2007 - As companhias estatais chinesas e as grandes e médias empresas privadas adotarão até o fim de 2009 novos padrões internacionais de contabilidade de acordo com as Normas Internacionais de Informação Financeira (NIIF).

O diretor do departamento de contabilidade do ministério da Fazendo, Liu Yuting, explicou que as novas diretrizes se aplicarão primeiro nas empresas estatais em 2008 e se ampliarão para alcançar a empresas privadas um ano depois. (...)

Links

1. As melhores fotos, por ano

2. Impactos da mudança no clima no mundo

3. Por que leio clássicos

4. O impacto do tempo nos rostos das atrizes de Hollywood

5. Quanto vale um nome