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05 julho 2018

Presidente maluco, subsídios, aviação e contabilidade

Esta é uma história maluca que envolve um presidente também maluco, subsídio governamental, aviação e contabilidade.

Há alguns anos, as companhias aéreas do oriente médio, como a Qatar Airlines, adotaram uma postura agressiva de oferecer passagens baratas e serviços de "qualidade". Assim, era muito mais interessante comprar um bilhete das empresas do oriente médio do que das empresas comerciais. Geralmente o único senão era que o voo deveria fazer uma escala no país da companhia aérea. Mesmo assim, as vantagens eram substanciais e as outras empresas deixaram de concorrer com estas empresas.

Com a ascensão de Trump ao governo dos Estados Unidos, aquele país começou a pressionar estas empresas. O governo alegava que existia subsídios estatais para as empresas aéreas por parte dos Emirados Árabes e do Catar. A pressão envolve a divulgação contábil das demonstrações destas empresas.

Uma consequência indireta do acordo é que os indianos terão agora voos diretos para os Estados Unidos, o que tinha deixado de existir com a política agressiva das empresas aéreas dos árabes.

Papel da auditoria

“A profissão de auditoria vive a pressão permanente de aumentar a capacidade de análise de informação, de melhorar a forma como testa os dados recolhidos e de encontrar novas formas de desafiar os pressupostos que lhe são apresentados”, defende Rui Martins, Assurance Leader da EY. O responsável evidencia assim a existência de uma pressão que tem tendência a acentuar-se com o aumento da sofisticação dos modelos de negócio dos clientes, a adoção massiva de novas tecnologias e o próprio ritmo de mudança dos mercados.

“É importante ter presente que o auditor não é imune a situações de fraude e que, apesar de receber do seu cliente a confirmação de que lhe foi transmitida toda a informação relevante para formar a sua opinião, há casos em que isso poderá nem sempre ter acontecido”, afirma Rui Martins.

Assim, as novas regras também vieram impor responsabilidade acrescida aos órgãos de fiscalização, sobre os quais impende a responsabilidade de selecionar os auditores, sendo que, enquanto profissão regulada, cada anomalia detetada serve para identificar novos mecanismos de salvaguarda, para melhorar a qualidade das auditorias e a independência do auditor. Aliás, frisa, “estas foram também algumas das motivações que levaram às recentes alterações na legislação, que acreditamos ser um fator no sentido da mitigação destes riscos e um motivo adicional para confiança dos mercados no papel do auditor externo”.


Continue lendo aqui. Sobre governança corporativa, aqui

Rir é o melhor remédio

Gato e cartaz de filmes:





04 julho 2018

Aposta errada

A seguradora alemã Allianz apostou na vitória da Alemanha na Copa do Mundo:

Antes do início da competição, varejistas ofereceram promoções e prêmios aos clientes caso a Alemanha vencesse a Copa. Para cobrir esses potenciais pagamentos, pediram seguros para a Allianz. A companhia recusou-se a vender essas apólices, apostando na vitória da seleção alemã.


Burrice da seguradora, já que a probabilidade de vitória da Alemanha era menos de 20% antes do início da Copa. Um executivo da empresa insistiu: “qualquer um acreditava que a Alemanha era a favorita”.

Nos sites de aposta, as chances do Brasil vencer subiram para 26,57%.

Preso primeiro-ministro da Malásia

Em meados de 2017 surgiu uma acusação estranha sobre o desvio de 630 milhões de dólares do fundo soberano da Malásia em uma série de fatos envolvendo o governo do país asiático, um fundo de Abhu Dubai, Goldman Sachs e outras coisas.

Na terça, o ex-primeiro-ministro da Malásia, Najib Razak (foto), foi preso. No início do ano, o político perdeu a reeleição, talvez em decorrência do desaparecimento do dinheiro do fundo soberano e o aparecimento de centenas de milhões de dólares nas suas contas bancárias pessoais. Nas seis propriedades de Najib, a polícia tinha encontrado 273 milhões de dólares no mês passado, entre jóias, bolsas, relógios e outros itens.

Najib negou as acusações.

Uganda inova na tributação

O governo de Uganda, um país localizado na África, está inovando na área tributária: instituiu um imposto pelo uso de mídia social no país, incluindo WhatsApp, Facebook, Twitter e Skype, entre outros. O imposto é cobrado através das grandes empresas de telecomunicações do país (MTN, Airtel, Africell). No total são 58 sites onde os usuários pagam para ter acesso ao conteúdo.

O processo de cobrança é relativamente simples. A operadora configura a rede para o pagamento. Antes de acessar, o valor do imposto é descontado do pacote de dados. Quando acessa um dos sites, o software da operadora verifica o pagamento e libera o acesso.

A cobrança é ruim, pois estes sites impulsionam o uso da internet. Mas caso não implementasse a cobrança, poderiam ser multados ou suspensos pelo regulador. A medida parece ser impopular entre os ugandenses.

Leia mais sobre Uganda: O custo do casamento em Uganda

Entidade na prática

Um bom exemplo de aplicação do conceito de entidade. A SEC, entidade que regula o mercado de capitais dos EUA, concluiu uma investigação sobre a Dow Chemical. Segundo a SEC, a Dow não divulgou cerca de 3 milhões de dólares em benefícios pagos para o ex-presidente Andrew Liveris (ao lado). Neste valor estão inclusos uso pessoal de aviões da empresa em eventos esportivos e dívidas de Liveris, pagas pela empresa, com uma instituição de caridade que Liveris presidia.

Pelo problema, a Dow irá pagar 1,75 milhão de dólar e deverá adotar medidas internas sobre o assunto.

Quando parar de ler um livro

É muito comum estar diante do seguinte dilema: comecei a ler um livro e não estou gostando. Devo seguir ou parar? Uma regra interessante, que encontrei aqui, é a regra do 50.

Basicamente consiste em "dar ao livro 50 páginas". Ao final deste número, pergunte se você está gostando. Se sim, continue a leitura. Se a resposta for não, abandone a leitura e procure outro livro. Nada impede que você retorne a leitura mais tarde.

Há um problema nesta dica com os livros eletrônicos, onde a numeração das páginas muda, conforme o tamanho das letras. A regra pode ser alterada para um percentual (talvez 20%).

Justiça e Eike

O grande destaque do Brasil, para a imprensa internacional, foi a condenação de Eike Batista. O assunto foi notícia na Reuters, BBC, entre outros. O empresário, fundador e presidente do grupo EBX, foi condenado na terça a 30 anos de prisão, por crimes de corrupção e lavagem de dinheiro, além de ter pago suborno ao ex-governador Sérgio Cabral. Além da pena, Batista deverá pagar multa de 53 milhões de reais e perder o passaporte.

Batista chegou a ser uma das pessoas mais poderosas do Brasil e um dos homens mais ricos do mundo, com uma fortuna de 30 bilhões de dólares em 2012.

Rir é o melhor remédio




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03 julho 2018

Valor da discriminação

No ano passado foi divulgado um estudo que mediu o valor / preço da dor. Usando outra metodologia, com uma amostra menor, um estudo dinamarquês mediu o preço da discriminação no trabalho.

O estudo foi publicado no American Economic Journal: Applied Economics e envolveu um experimento. Tradicionalmente os estudos de discriminação são realizados através da análise dos currículos por parte dos empregadores e a chance de um nome usado em pessoas de raça negra, por exemplo Benedito, ser convidado para entrevista (vide Gneezy e List, Lo que importa es el porqué, por exemplo, onde os autores mostram o que ocorreu com List após a conclusão do seu doutorado). Este tipo de estudo tradicional de discriminação tem um grande problema: não é possível mensurar o preço da discriminação.

Usando adolescentes dinamarqueses, dois cientistas propuseram uma tarefa, que seria realizada em etapas. Em um primeiro momento, os jovens trabalhariam sozinhos, sendo possível medir a produtividade de cada um deles. Na segunda etapa, os jovens podiam escolher um parceiro, já que o trabalho seria em grupo. E o pagamento desta segunda etapa seria com base na produtividade da equipe. A informação sobre a produtividade individual era fornecida, assim como o nome do potencial parceiro. Alguns nomes eram tipicamente dinamarqueses e outros muçulmanos.

Caso um dinamarquês escolhesse um colega menos produtivo, mas com nome dinamarquês, isto seria um sinal que estaria disposto a abrir mão de dinheiro por conta da discriminação. A pesquisa descobriu que o valor da discriminação chegava a 8% dos ganhos. Assim, este seria o valor para trabalhar com alguém da mesma etnia. Um ponto importante é que a pesquisa descobriu que a discriminação ocorria tanto entre aqueles com nomes dinamarqueses, quanto com aqueles com nomes mulçumanos. Mas existe um limite: quando o custo é muito alto, os jovens aceitavam trabalhar com alguém de outra etnia.

Dois aspectos importantes da pesquisa: (1) um experimento não precisa ser invalidado se o mesmo é feito com uma pequena parcela da população (estudantes dinamarqueses); (2) não é o tamanho da amostra que determina a qualidade da pesquisa.

Rir é o melhor remédio

Domingo, final de noite, após assistir um filme argentino, a Netflix recomenda: O Vazio do Domingo.

02 julho 2018

Novos números da Steinhoff

No final do ano passado, a varejista da África do Sul revelou que estava com problemas. O caso envolvia inclusive a empresa de auditoria, a Deloitte.

Na sexta, a empresa divulgou uma revisão dos número contábeis. O gráfico abaixo, da Bloomberg, é bastante interessante:

O patrimônio líquido da empresa reduziu em 11 bilhões de euros, o que inclui lucros superestimados de 1 bilhão. O que achei mais interessante foi a redução de Caixa e Equivalentes. Existe algo mais tangível em um balanço do que Caixa e Equivalentes?

A empresa declarou que ainda está em continuidade, apesar da fraude contábil e da existência de dívida de 10,6 bilhões de euros. E muitos processos judiciais dos acionistas.

Consumo de energia e jogos da Seleção

 Brasil x Costa Rica
 Brasil x México
 Brasil x Sérvia
Brasil x Suíça

Os gráficos mostram a redução no consumo de energia elétrica durante os jogos do Brasil. Os dados são da ONS, via portal G1. Se você acha que isto é coisa de alienado, em 2010 a redução no consumo de água foi observado no Canadá, durante um jogo de hóquei.

Tudo pela Aramco

Para atrair a maior oferta pública de ações da história, a bolsa de Londres criou uma categoria específica, para enquadra a Aramco. A empresa de petróleo da Arábia Saudita deverá fazer sua oferta pública, mas ainda não escolheu a bolsa. Criando uma categoria de "sovereign-owned firms" (empresa de propriedade soberana), a bolsa de Londres pretende aumentar suas chances de derrotar Nova Iorque e Hong Kong para sediar a oferta, informou a The Economist.

Os defensores dos acionistas e grandes investidores são críticos, dizendo que enfraquece os padrões de governança e as proteções dos acionistas minoritários

(Grato Sérgio Nazaré, pela dica)

30 junho 2018

Felicidade e Idade

Um novo estudo sobre satisfação com a vida abrangendo sete enormes pesquisas a mais de 1,3 milhões de pessoas numa amostra aleatória em 51 países diferentes, mostra que a felicidade segue uma forma em U ao longo de uma vida: a maioria das pessoas identificam altos graus de felicidade no final da adolescência e início dos 20 anos, seguidas por uma fase em que se se tornam cada vez mais infelizes – a tingindo o ponto mais baixo na satisfação com a vida por volta dos 50 anos – para finalmente recuperarem a capacidade de serem felizes. 

O estudo, dado a conhecer pelo World Economic Fomrum, adianta que perguntou sobre a felicidade de formas diferentes, mas as respostas tendem sempre para o mesmo padrão: a forma em U.
 

A juventude e a velhice são períodos de relativa felicidade, conclui o estudo, enquanto a meia-idade aparenta ser o pior período da vida – que na maioria dos casos ‘bate no fundo’ por volta dos 50 anos.

Estas semelhanças são ainda mais notáveis, dadas não apenas as diferenças dos inquéritos mas também a extensão das geografias em que foram efetuados. Os dados incluem o Inquérito Social Geral (54 mil inquiridos americanos), o Inquérito Social Europeu (316 mil inquiridos em 32 países europeus) e o inquérito da Understanding Society (416 mil inquiridos na Grã-Bretanha), entre outros.

Note-se que o pior período da vida das pessoas não tem nada a ver, ou pode não ter, com miséria, dificuldades financeiras, desemprego, ou outro drama pessoal qualquer. “Há uma evidência em que os seres humanos experimentam uma meia-idade psicológica em baixo. As causas exatas não são totalmente claras. Uma explicação comum é que em países ricos a meia-idade é entre o final dos 40 anos e início dos 50, altura em que estão frequentemente no auge das suas carreiras (com todas as dores de cabeça que isso acarreta), e muitas estão a lidar com crianças adolescentes indisciplinadas”, afirma o estudo.
 

Há também algum desacordo sobre a universalidade da curva de felicidade em forma de U. Os analistas que investigaram as tendências encontraram variações diferentes na curva, particularmente entre nações menos ricas.

Ainda assim, os autores do estudo afirmam que as provas que já reuniram são uma ótima ferramenta de trabalho para psicólogos e economistas.



Fonte: Aqui

Mudança no trabalho

Dados de 1950 até os dias atuais mostram, nos EUA, que a mudança no mercado de trabalho fez com que as mulheres ficassem mais felizes e menos cansadas

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