Globalização contábil
Gazeta Mercantil - 03/07/2007
3 de Julho de 2007 - O furacão "globalização" vem alterando muita coisa no mundo corporativo, como técnicas de produção e de gestão corporativa, a relação do homem com o trabalho, enfim, além de proporcionar a expansão de novas tecnologias. Na administração, para se obter uma uniformidade de linguagem contábil, estabeleceram-se normas que se aplicam em qualquer lugar do mundo desenvolvido. Os dois métodos contábeis aplicados pelas maiores empresas do mundo são US GAAP (Generally Accepted Accounting Principles in the United States) e IFRS/IAS (International Financial Reporting Standards).
Por enquanto, o padrão de normatização mais utilizado é o US GAAP, em função da presença dominante de empresas norte-americanas nos mercados internacionais (39 das 100 maiores companhias internacionais estão localizadas nos Estados Unidos) e também do próprio predomínio do sistema fiscal desse país no mundo.
Apesar da grande presença das empresas norte-americanas, as normas do padrão US GAAP poderão sofrer alterações, uma vez que as principais economias no mundo, como a União Européia, Japão, Coréia e vários outros (recentemente também China), decidiram aplicar as IFRS/IAS para as empresas com capital aberto. A tendência é que haja uma mescla entre US GAAP e IFRS/IAS que melhor atenda ao mundo corporativo globalizado.O padrão normativo do IFRS/IAS teve origem na Europa e o processo de desenvolvimento das normas do IFRS/IAS congrega interesses de diversos países num aspecto multinacional. A decisão final sobre o conteúdo de uma nova norma de IFRS/IAS como também uma mudança das normas que já existem, é um sistema democrático definido pelo International Accounting Standards Board (IASB), um grêmio executivo formado por 14 membros de vários países.
Em relação ao padrão US GAAP, a Securities Exchange Commission (SEC) e o Financial Accounting Standards Board (FASB) têm autoridade para estabelecer normas contábeis para companhias públicas. Entretanto, a SEC e o FASB são instituições americanas. Conseqüentemente, observam os interesses de uma nação em particular.
Como hoje muitas empresas americanas têm atividades fora dos EUA e por outro lado muitas empresas não americanas usam o mercado financeiro daquele país, o IASB e o FASB entraram em um processo de convergência. O objetivo é que as bolsas de valores internacionais devam aceitar demonstrações financeiras, conforme normas das US GAAP e também IFRS/IAS, ou seja, a SEC vai aceitar demonstrações conforme as IFRS de uma empresa internacional que gostaria de listar as ações deles, como também a bolsa de valores de Londres deverá aceitar as demonstrações financeiras de uma empresa americana, conforme o padrão US GAAP.
Hoje em dia as normas contábeis brasileiras já são bastante influenciadas pelas normas internacionais, porém elas são determinadas por várias organizações, como Comissão de Valores Mobiliários (CVM), Banco Central (Bacen), Superintendência de Seguros Privados (Susep), entre outros. O debate sobre a responsabilidade na definição das normas contábeis está em torno do Projeto de Lei 3741/00, em trâmite no Congresso Nacional.
Uma orientação sobre as normas contábeis internacionais, ou a adaptação das IFRS/IAS, pode gerar grandes vantagens para empresas no Brasil. Além de oferecer melhor credibilidade às corporações, o acesso às normas internacionais proporciona melhor entendimento das demonstrações contábeis tanto no mercado financeiro local como no mercado europeu, no norte-americano ou na Ásia. Além disso, uma empresa adaptada a essas normas tem facilidade na captação de recursos, podendo gerar maior liquidez e valorização de suas ações.
(Gazeta Mercantil/Finanças & Mercados - Pág. 6)(Klaas Johnsen - Sócio diretor de auditoria da BDO Trevisan.)
03 julho 2007
Globalização contábil
Laudos de Avaliação
Há empresas para todos os gostos, tamanhos e bolsos. Na indústria de laudos de avaliação, também paga-se caro pela grife, embora a oferta seja democrática. Nas operações de compras de ações arquivadas na Comissão de Valores Mobiliários (CVM) neste ano, os preços dos serviços prestados pelos avaliadores variam de R$ 15,4 mil a US$ 4 milhões. O investimento numa grande assinatura, porém, não garante que os números serão aceitos pelos minoritários. As avaliações estão na berlinda e, cada vez mais, são o ponto nervoso das disputas societárias.Trata-se de um mercado disputado entre auditorias, empresas especializadas em consultoria financeira de toda sorte e bancos.
Clique aqui para ler toda reportagem
Convergência de normas contábeis será tema de evento
A Associação dos Analistas e Profissionais de Investimento do Mercado de Capitais (APIMEC-SP) vai promover o "IV SEMINÁRIO INTERNACIONAL - A CONVERGÊNCIA DAS NORMAS CONTÁBEIS". O evento acontecerá no dia 13 de setembro e sua realização parte da crença nos benefícios econômicos que a convergência das normas contábeis internacionais pode trazer, como a atração de maior volume de investimentos e a redução do custo de capital.
Estão previstos depoimentos sobre como foram os processos de convergência nas empresas e de que forma os usuários das informações estão vendo essas modificações. A intenção é oferecer exemplos práticos e numéricos das diversas situações e mudanças ocorridas.
(Diário Abrapp)
Enviado por Ricardo Viana
Ambev também encontra erros
AmBev encontra erros em balanços
De São Paulo
02/07/2007
A AmBev encontrou falhas nas demonstrações financeiras de acordo com as práticas contábeis americanas, conhecidas como US Gaap, relativas a 2005 e 2004. Em razão disso, atrasará a entrega da documentação completa de 2006 à Securities and Exchange Commission (SEC), a comissão de valores mobiliários americana, cujo prazo terminou na sexta-feira.
A companhia não esclareceu a origem das incorreções. Apenas informou, por e-mail, que os detalhes estarão no documento (20-F, na nomenclatura da SEC) que será enviado ao regulador dos EUA. Os ajustes reduzirão em 5,8% o lucro líquido de 2005, ou em R$ 139,2 milhões. O ganho reportado no período foi de R$ 2,85 bilhões. No balanço de 2004, quando a última linha ficou positiva em R$ 1,392 bilhão, haverá alta de 4,9% - ou de R$ 80,7 milhões.
De acordo a empresa, serão preparados novos balanços em US Gaap. Já as demonstrações financeiras pela legislação societária brasileira não sofrerão alteração. A expectativa da AmBev é entregar o 20-F no prazo de extensão permitido pela SEC, de 15 dias.
Os formulários de 2006 são os primeiros a conter parecer de auditores independentes sobre a qualidade do controle das empresas de seus processos internos. Tal verificação é exigida pela Lei Sarbanes-Oxley, de 2002, após os escândalos de fraudes contábeis naquele país. A AmBev atribui a necessidade dessas correções justamente ao "aperfeiçoamento de seu controle interno, feito a partir de 2006". Segundo a empresa, esse procedimento ajudará a evitar esses erros no futuro. (GV)
Valor Econômico
Enviado por Ricardo Viana
CVM e CPC estreiam ação conjunta
Do Valor Econômico de 02/07/2007:
Enviado por Ricardo Viana
As empresas brasileiras têm novidades na área contábil para aprender. Terão de avaliar melhor a necessidade de baixa contábil por deterioração (ou "redução do valor recuperável") de ativos. Além disso, aquelas que possuem ativos fora do Brasil não precisarão mais assumir a volatilidade cambial em seus balanços.
Na sexta-feira, duas minutas de pronunciamentos da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e do Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC) introduziram as questões. Foi a estréia das deliberações, desde que foi decidido que tratariam do tema em conjunto.
Em relação à deterioração dos ativos, já conhecida das companhias européias e americanas, ficou decidido que as empresas terão de reconhecer perdas sobre ativos quando seu valor não for recuperável ao longo do tempo ou numa eventual venda. Já sobre a questão cambial, foi estabelecido que as oscilações da moeda não devem transitar por balanço, para que os dividendos não sejam influenciados por essa variação. (GV)
Enviado por Ricardo Viana
Erro na Sabesp
Erro faz Sabesp republicar balanço de 2006
Valor Econômico - 03/07/2007
A Sabesp, companhia de saneamento do Estado de São Paulo, republicou, no sábado, as demonstrações financeiras de 2006 por conta de uma diferença de R$ 93,7 milhões em um item das "contas a receber" da empresa. O assunto havia sido motivo de ressalva no parecer do auditor no balanço publicado em 25 de abril. Segundo a Deloitte, a conta, que é de "natureza credora", apresentava um saldo devedor. "Foi um problema de contabilização", afirma Nara Maria Marcondes França, superintende contabilidade da Sabesp. Trata-se, diz, de uma conta que registra muitas transações e foi necessária uma revisão das rotinas de registro de valores para sanar o problema.A Sabesp tem ações negociadas no Novo Mercado da Bovespa e na Bolsa de Nova de York. A empresa está em meio à revisão de seus controles internos, um exigência da Securities and Exchange Commission (SEC), órgão regulador do mercado de capitais americano.
Segundo Mário Azevedo Arruda Sampaio, superintendente de relações com investidores da estatal, o erro no balanço não está diretamente relacionado à revisão imposta pela SEC.No entanto, ainda está em discussão com os auditores se a questão é ou não um problema de controle interno. A Deloitte terá que atestar a eficácia dos controles em parecer que acompanha o documento da SEC, o chamado 20-F. O prazo para entrega do 20-F é até o fim de junho, mas há uma "prorrogação regulamentar" de 15 dias. Na semana passada, a AmBev anunciou que usaria esse prazo por ter encontrado falhas nas demonstrações pelas regras americanas de 2004 e 2005.Com o ajuste no balanço, o lucro líquido da Sabesp passou de R$ 872,6 milhões para R$ 778,9 milhões.
Grifo meu. Na Gazeta Mercantil (Sabesp e AmBev anunciam republicação de balanços, 03/07/2007), a mesma notícia, recebeu um destaque um pouco diferente, mais positivo, eu diria:
A Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) fez um ajuste no item contas a receber no valor de R$ 93,7 milhões no balanço do exercício de 2006. A mudança resultou numa queda de 10,7% do lucro líquido do período, para R$ 778,9 milhões. Com isso, o ganho líquido, que havia sido 0,8% superior ao de 2005, agora ficou 10% menor. O item contas a receber, incluído no ativo circulante, foi reduzido em 7,7%, de R$ 1,2 bilhão para R$ 1,1 bilhão no novo resultado. Além disso, o patrimônio líquido da Sabesp no final de 2006 ficou 1% menor, recuando de R$ 9,1 bilhões para R$ 9,02 bilhões.
O ajuste foi uma prestação de contas sobre a ressalva feita no balanço de 2006 pela empresa de auditoria. Segundo Mário Sampaio, superintendente de relações com investidores da Sabesp, o ajuste não afeta os fundamentos da empresa, nem os dividendos pagos aos acionistas. "A maior parte do impacto será lançada na seção reserva de investimentos", disse o executivo.
As corretoras Socopa e Coinvalores não quiseram se manifestar sobre o assunto, mas puseram o papel da Sabesp em reavaliação. Na Bovespa, a notícia não mexeu com o ânimo dos investidores. A ação ON da companhia subiu 3,76%, para R$ 43,60, com a quarta maior alta do Ibovespa.
Links
1. Vínculo entre mobilidade social e limites da educação
2. A educação pode ter um importante papel como sinalizador. Um homem (mas não mulher) que possui graduação em artes recebe menos que se ele não fosse para a Universidade. Qual a razão disto? Talvez pelo fato de que um homem formado em artes seja visto como um "bon-vivant". O retorno de algumas graduações é zero no setor público.
3. Segundo a AT&T, homem usa, em média, mais o celular do que a mulher
4. A divisão de uma conta no restaurante
2. A educação pode ter um importante papel como sinalizador. Um homem (mas não mulher) que possui graduação em artes recebe menos que se ele não fosse para a Universidade. Qual a razão disto? Talvez pelo fato de que um homem formado em artes seja visto como um "bon-vivant". O retorno de algumas graduações é zero no setor público.
3. Segundo a AT&T, homem usa, em média, mais o celular do que a mulher
4. A divisão de uma conta no restaurante
Ipod
Um estudo da University of California procurou mostrar o valor por trás do iPod. (clique aqui para acesso ao estudo em pdf e aqui também, para um bom resumo de Hal Varian).
Mais do que confiar nos dados apresentados, o estudo mostra como é complexa a economia global e como é difícil traduzir esta complexidade nas estatísticas econômicas. Os autores usaram como parâmetro o iPod de 30 gigabite que custa 299 dólares. O item mais caro que compõe o produto é o hard drive, que é fabricado pela Toshiba, e custa $73. A Toshiba é uma empresa japonesa, que fabrica o hard drive na China. O hard drive representa 51% do custo das partes do iPod e a empresa tem uma margem de 26,5%. O display é fabricado pela Toshiba-Matsushita no Japão e representa 14%, com um custo de $20,39 dólares.
Usando as informações do custo do iPod, os pesquisadores mostraram que as empresas norte-americanas capturaram 163 dólares do produto. Já o Japão obteve $26 de valor adicionado. Entretanto, isto não é tão simples assim já que o resultado não fica necessáriamente nestes países.
Um bom estudo de caso para nossas aulas de custos.
Preço do Produto

O gráfico mostra a grande variação no preço da cocaína em diversos locais do mundo. O local mais barato é a Colômbia, conde custa dois dólares a grama, menos que um Big Mac. Os países mais distantes da América Central e do Sul ou mais isolados possuem preços mais elevados. Na Nova Zelândia o preço chega a 714 dólares. Outros fatores que influencia neste preço é a existência de competição entre os fornecedores ou restrições ao comércio. Como qualquer outro tipo de produto.
Fonte: The Economist
02 julho 2007
Boa gestão no Futebol
Brasil pode ter clube global com boa gestão
Folha de São Paulo - 01/07/2007
(...) "Os clientes dos times são seus torcedores", afirma Peter Draper, um dos responsáveis pelo processo de profissionalização do clube [Manchester], que ocupou o cargo de diretor de marketing por dez anos, até o ano passado. "É impossível construir um negócio sem saber exatamente quem são esses clientes."
(...) Para chegar lá, diz Draper, os clubes brasileiros poderiam passar por um processo semelhante ao do Manchester. Doze anos atrás, o time percebeu que não havia, em seus quadros, executivos com habilidades gerenciais. Foi ao mercado contratar profissionais e equipou-se com as mesmas ferramentas de gestão das empresas.
Traçou então metas e ligou-as aos resultados, inclusive os dos campos. Ao mesmo tempo, colocou em prática metodologias de governança, auditoria e fiscalização, bem como metas agressivas de negócios.
Aqui para ler completo
Previsão
A previsão do mercado possui muitas vantagens, em especial sobre os chamados "focus groups". Geralmente a previsão do mercado é realizada através de apostas, que encoraja opiniões diversas entre os participantes. Isto não ocorre com o "focus groups", que são dominados por pessoas mais carismáticas no seu consenso.
Um exemplo do uso do mercado no processo de previsão ocorre com os filmes de Hollywood, no Hollywood Stock Exchange.
Aqui uma reportagem da New Yorker. Aqui um comentário sobre o assunto
Um exemplo do uso do mercado no processo de previsão ocorre com os filmes de Hollywood, no Hollywood Stock Exchange.
Aqui uma reportagem da New Yorker. Aqui um comentário sobre o assunto
Importância da Contabilidade numa IPO
(...) é preciso ter uma contabilidade de excelente padrão. A maioria das companhias fechadas mantém uma contabilidade mínima, apenas voltada para o pagamento de impostos.
Para ir ao mercado, os controles precisam ser significativamente melhorados, garantindo não apenas números confiáveis, mas também sólidas análises gerenciais, como margens por produtos, por exemplo.
Indo além, não devemos desprezar o fato que muitos setores da economia brasileira são absolutamente informais - um jeito um tanto mais polido de dizer que o caixa dois é uma instituição no segmento. Na verdade, só o fato de ter que limpar as contas - e isso é absolutamente necessário para ter um parecer favorável dos auditores e conseguir listar - já é um impeditivo para um bom número de companhias, principalmente nesses setores.
Gazeta Mercantil/Finanças & Mercados - Pág. 4, Márcio Veríssimo - Preparando-se para abrir o capital - 27/06/2007
Clique aqui para ler completo
01 julho 2007
Links
1. Chris Benoit - Foi uma coincidência? (aqui e aqui)
2. Os piores versos da Música Popular Brasileira - uma listagem interessante, mas incompleta.
3. Combatendo as epidemias globais - Do blog Conjuntura Contábil
2. Os piores versos da Música Popular Brasileira - uma listagem interessante, mas incompleta.
3. Combatendo as epidemias globais - Do blog Conjuntura Contábil
30 junho 2007
Rir é o melhor remédio
Conta uma história de que certo macumbeiro resolveu colocar seus serviços a disposição do Botafogo, o grande time comandado pelo técnico João Saldanha. Saldanha, experiente nestes assuntos, entregou um cartão para o macumbeiro. Este quis saber o que era isto. Saldanha disse que era o endereço do São Cristovão. "Faça um estágio no São Cristovão. Se der resultado eu te contrato".
Um Consultor Brasileiro
Roberto Shinyashiki (RS, a partir de agora) é escritor e consultor organizacional. A formação de RS é psiquiatra, conforme reportagem da Folha de S. Paulo de 2004 (Psicologia olímpica do Brasil é questionada Folha de São Paulo - 29/08/2004)
A primeira participação de RS em esportes foi o uso de suas idéias no Corinthians, dem 1998. O Timão ganhou os campeonatos paulistas de 1995 e 1997 e estava na disputa para o título de 1998, que foi do São Paulo. No ano seguinte, já sem inspiração do guru, o Corinthians conseguiu seu intento.
Em 2000 ele foi contratado pelo COB para ajudar a delegação brasileira do Jogos de Sidney. Segundo a reportagem da Folha de 13/09/2000 (Bastidores - Shinyashiki passa de guru a "supertécnico" do COB)
Esta mesma reportagem lembra que no ano anterior ele foi contratado para ajudar a seleção masculina de basquete do Brasil. O Brasil não conseguiu a avaga para os jogos.
Como se sabe, o desempenho do Brasil em Sidney foi um dos piores da sua história (vide a reportagem O fiasco dos abençoados, Gazeta Mercantil, 3/10/2000). Talvez seja por que RS utiliza de métodos que não são reconhecidos pela ciência (vide, novamente, Psicologia olímpica do Brasil é questionada Folha de São Paulo - 29/08/2004 e também Conselho de Psicologia não reconhece prática de andar na brasa, Agência Jornal do Brasil, 15/08/2000)
Quatro anos depois, o COB decidiu optar por um psicólogo em Atenas (reportagem Brasil troca as brasas pelo divã na Grécia, Folha de São Paulo de 26/05/2004).
Cada vez que é convidado para uma palestra RS cobra R$15 mil (conforme O mundo milionário dos gurus do momento, Estado de S. Paulo de 11/04/2004).
Neste momento, RS faz uma propaganda no Estado de S. Paulo com o seguinte título "Turbine sua Carreira - Os segredos dos campeões".
A primeira participação de RS em esportes foi o uso de suas idéias no Corinthians, dem 1998. O Timão ganhou os campeonatos paulistas de 1995 e 1997 e estava na disputa para o título de 1998, que foi do São Paulo. No ano seguinte, já sem inspiração do guru, o Corinthians conseguiu seu intento.
Em 2000 ele foi contratado pelo COB para ajudar a delegação brasileira do Jogos de Sidney. Segundo a reportagem da Folha de 13/09/2000 (Bastidores - Shinyashiki passa de guru a "supertécnico" do COB)
Responsável pelos nervos dos brasileiros nos Jogos, ele vai dividir espaço com os treinadores e tem carta branca do presidente do COB, Carlos Arthur Nuzman, para circular por todos os cantos da Vila Olímpica, opinando sobre o que lhe convir.
"Posso ir para onde eu quiser. Posso entrar em qualquer lugar. A idéia é que eu esteja nos ginásios, nos estádios, junto com eles (técnicos)", diz o psiquiatra, exibindo sua credencial administrativa.
Daí, segundo ele, surgiu a idéia de prestar atendimento instantâneo, in loco, às equipes que precisarem de seus serviços.
(...) A influência do psiquiatra junto a Nuzman é tanta que ele teve carta branca para colocar os preciosos pés dos atletas brasileiros sobre um caminho de brasas.
Descalços, atletas e dirigentes esportivos pisavam nas brasas e gritavam frases como "Brasil, eu posso! Raça!".
A "vivência" foi colocada em prática antes de a delegação embarcar para a Austrália e é um dos pontos altos dos métodos do psiquiatra para motivar atletas.
Esta mesma reportagem lembra que no ano anterior ele foi contratado para ajudar a seleção masculina de basquete do Brasil. O Brasil não conseguiu a avaga para os jogos.
Como se sabe, o desempenho do Brasil em Sidney foi um dos piores da sua história (vide a reportagem O fiasco dos abençoados, Gazeta Mercantil, 3/10/2000). Talvez seja por que RS utiliza de métodos que não são reconhecidos pela ciência (vide, novamente, Psicologia olímpica do Brasil é questionada Folha de São Paulo - 29/08/2004 e também Conselho de Psicologia não reconhece prática de andar na brasa, Agência Jornal do Brasil, 15/08/2000)
Quatro anos depois, o COB decidiu optar por um psicólogo em Atenas (reportagem Brasil troca as brasas pelo divã na Grécia, Folha de São Paulo de 26/05/2004).
Cada vez que é convidado para uma palestra RS cobra R$15 mil (conforme O mundo milionário dos gurus do momento, Estado de S. Paulo de 11/04/2004).
Neste momento, RS faz uma propaganda no Estado de S. Paulo com o seguinte título "Turbine sua Carreira - Os segredos dos campeões".
29 junho 2007
Carona
O problema do free-riding (carona) é muito discutido na economia, em especial na área de finanças públicas e teoria de mercados. Os caronas são agentes que consumem mais do que a parcela justa de recursos. O problema dos caronas é como evitar ou impor um limite a este consumo.
Um exemplo é o gasto com segurança: nenhuma pessoa de um país pode ser excluído do benefício da segurança, nem mesmo aqueles que não pagam impostos ou que são contrários a existência dela.
Considere uma rua onde os moradores resolveram pagar uma pessoa para fazer a segurança. Todos os moradores aceitam pagar, exceto um. Se a melhoria for implantanda, o morador que não paga será um carona, usufruindo do benefício. Isto torna-se um problema quando os demais moradores se recusam a melhorar a segurança se um deles for carona.
Um outro exemplo ocorreu com o serviço de rádio, que foi criado no final do século XIX. Como implantar este serviço de forma lucrativa? O problema do carona era sério. Em 1922, Herbert Hoover, então secretário de Comércio dos Estados Unidos, chegou a afirmar que não existia nenhum método prático para que os ouvintes pagassem pelo serviço. Seria o caso do governo ser responsável pelo mesmo?
A solução ocorreu de forma interessante: A ATT descobriu que poderia ganhar dinheiro vendendo propaganda. E isto solucionou o problema do carona.
Este mesmo caso poderia ser aplicado para a televisão e para ferramentas de busca da internet.
E a Contabilidade? O problema do carona também ocorre na contabilidade. Um exemplo importante e interessante são as demonstrações contábeis das empresas de capital aberto. Quem financia o sistema de divulgação das informações é a empresa e, em última instância, os atuais acionistas. Mas qualquer pessoa pode ter acesso as informações, inclusive os concorrentes e indivíduos que não terão nenhum vínculo futuro com a empresa. Estes seriam os caronas da contabilidade.
Um exemplo é o gasto com segurança: nenhuma pessoa de um país pode ser excluído do benefício da segurança, nem mesmo aqueles que não pagam impostos ou que são contrários a existência dela.
Considere uma rua onde os moradores resolveram pagar uma pessoa para fazer a segurança. Todos os moradores aceitam pagar, exceto um. Se a melhoria for implantanda, o morador que não paga será um carona, usufruindo do benefício. Isto torna-se um problema quando os demais moradores se recusam a melhorar a segurança se um deles for carona.
Um outro exemplo ocorreu com o serviço de rádio, que foi criado no final do século XIX. Como implantar este serviço de forma lucrativa? O problema do carona era sério. Em 1922, Herbert Hoover, então secretário de Comércio dos Estados Unidos, chegou a afirmar que não existia nenhum método prático para que os ouvintes pagassem pelo serviço. Seria o caso do governo ser responsável pelo mesmo?
A solução ocorreu de forma interessante: A ATT descobriu que poderia ganhar dinheiro vendendo propaganda. E isto solucionou o problema do carona.
Este mesmo caso poderia ser aplicado para a televisão e para ferramentas de busca da internet.
E a Contabilidade? O problema do carona também ocorre na contabilidade. Um exemplo importante e interessante são as demonstrações contábeis das empresas de capital aberto. Quem financia o sistema de divulgação das informações é a empresa e, em última instância, os atuais acionistas. Mas qualquer pessoa pode ter acesso as informações, inclusive os concorrentes e indivíduos que não terão nenhum vínculo futuro com a empresa. Estes seriam os caronas da contabilidade.
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