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12 março 2012

To sir, with love

Ou: Ao Professor César

Queridos leitores, hoje convidamos uma doutoranda do programa Multiinstitucional e Inter-Regional de Pós Graduação em Contabilidade UnB/UFPB/UFRN para fazer uma postagem-visitante para o blog. Espero que gostem da novidade!

Olá leitores! Estou aqui, atendendo a um carinhoso e emocionante convite para participar desta interação entre contadores, estudantes e amigos que acompanham o blog. Os autores me deixaram totalmente livre para escrever sobre o assunto que eu me sentisse a vontade. Então... Resolvi atendê-los. Mas, não vou escrever sobre contabilidade, ou sobre pesquisas, nem sobre o amor que tenho por lecionar, muito menos sobre a minha tese.

Resolvi escrever como ex-aluna (no mestrado e duas vezes no doutorado), ex-orientanda (no mestrado), atual orientanda (no doutorado), coautora em vários artigos, em um livro e, principalmente, como fã incondicional do prof. César Augusto Tibúrcio Silva.

Tudo isso que citei, foram [várias] oportunidades únicas que eu tive na vida, de estar não somente na presença dele, mas trabalhando com ele, que tanto admiro. Não venho aqui rasgar seda. Não há espaço. Venho porque talvez nunca tenha conseguido dizer isso pessoalmente (pois sou super tímida), o que é inaceitável. Assim, aproveito o espaço, a oportunidade e a companhia de todos vocês para ressaltar a cada leitor como o professor César é um grande modelo e para agradecer por todas as grandes conquistas que, graças a várias pequenas atitudes dele, eu consegui alcançar.

Quando fiz a seleção do mestrado, extremamente introvertida, menina recém-formada de uma faculdade particular... Gente! Eu era totalmente crua de tudo...! O professor estava lá. No centro da minha banca de seleção, fazendo várias perguntas... Eu? Eu ali! Responder era apenas o meu segundo objetivo. O primeiro? Não gaguejar ou ficar muda. Tensão pura.

Sai da Universidade extremamente desacreditada, mas... quem diria!? Passei! Acho que viram algo em mim que eu ainda não percebia. Depois de algum um tempo, cursando o mestrado, um querido professor me confidenciou que foi graças ao professor César, ao voto dele de confiança em mim, que eu entrei. Fiquei emocionada! Mas o professor confidente riu, e me contou que falou para o professor César: “Ah é?! Você acredita!? Então você orienta!”. Risos. Fico imaginando a cena.

O curioso é que na época colegas da turma se demonstraram ciumentos, preteridos, pois o queriam como orientador. Mal sabiam eles de toda a minha história, de como fui parar ali. Acho que deve ser um sentimento normal, pois o professor realmente é um excelente orientador, que se destaca dentre outros, e isso é unanimidade entre os alunos. No fim do dia? Eu era a escolhida. Eu, a menina tímida, com medo de derrubar o copo d'água no meio da entrevista, fui escolhida como orientanda do Professor Doutor César Augusto Tibúrcio Silva! [Comentário da Isabel: Se me permitem opinar, acho que as verdadeiras histórias encantadas são como essa, não é mesmo!? Nada de Fulana sendo resgatada por Beltrano, casando e virando Princesa. Mas sim superarmos nossos medos, nossas limitações e termos alguém que acredite em nós naquele momento em que titubeamos].

Em minha caminhada, pressionei-me bastante, pois tive receio de decepcioná-lo como aluna, como orientadora. Mas, felizmente, deu tudo super certo. Nunca me esquecerei do discurso que ele fez no final da minha defesa: poucos alunos o tinham surpreendido tanto quanto eu. Imaginem! Que honra imensa ouvir aquilo, na frente da minha mãe, das minhas irmãs, de alguns amigos!!! Que honra foi simplesmente ouvir aquilo.

Ao concluir o mestrado, existia a possibilidade de voltar à UnB, pois o departamento estava com vagas abertas para um concurso. Recebi um e-mail do professor com incentivo a participar do processo seletivo. Fiquei super satisfeita por ele se lembrar de mim naquele momento!!! Por continuar acreditando em mim, no meu trabalho, na minha capacidade não só como pesquisadora, mas também como docente.

E assim foi e é a minha história [encantada]. Sempre sendo lembrada e incentivada por esse gênio, criativo, cheio de atividades, mas que não deixa de me convidar para trabalhos e pesquisas. Espero um dia poder seguir os passos dele e conseguir inspirar, ensinar e encorajar tão bem os alunos quanto ele.

Quando eu passei na seleção do doutorado, ele carinhosamente me ligou para me dar a notícia e me parabenizar. Ele falou: “tenho uma notícia boa e uma ruim para te dar.. qual você quer primeiro?” [É a cara dele!] e eu: “a ruim”!! E ele: “a ruim é que você será minha orientanda de novo, pois você passou na seleção do doutorado!!” E eu, radiante de felicidade: “e onde está a notícia ruim então???” [Que lindo!!!!]

E cá estou eu, tentando finalizar meu doutorado neste ano. Pensava em escrever algumas destes sentimentos e situações nos meus agradecimentos da tese. Mas já que estou tendo essa grande oportunidade, resolvi fazer isso logo!!! Publicamente, com o coração aberto, com a sinceridade mais pura. Professor: muito obrigada por me ensinar, por ser o meu exemplo, por ser aquele que me incentiva a ser melhor, a me dedicar cada vez mais e, especialmente, por me ajudar a ser como hoje sou – professora, pesquisadora e apaixonada pela academia. Obrigada de verdade por todas as oportunidades que tivemos de trabalharmos juntos. Saiba que o senhor é meu maior modelo. De coração e eternamente: muito obrigada!!

Lindo depoimento Fernanda. Coloquei alguns comentários [né!?] porque não aguentei. Espero que essa história inspire muitas pessoas. Claro que não será EXATAMENTE assim. Cada orientador age de uma forma! Inspirem-se. Mas que se inspirem pela atitude da Fernanda que, mesmo aflita, participou dos processos seletivos e hoje está no time das futuras primeiras doutoras formadas fora do circuito USP! Inspirem-se no professor que soube ver potencial que não estava escancarado em uma prosa rebuscada e confiante. Inspirem-se em quem lutou para terminar o mestrado, dar aulas, entrar no doutorado, construir uma carreira que poderá não ser das mais lucrativas financeiramente, mas que trará realização, orgulho e, quem sabe, mudará algumas vidas e trará mais amor ao mundo.

Parabéns ao querido professor César que construiu uma sólida carreira, influenciou inúmeras vidas e nos ilumina até hoje com sua criatividade sem fim.

Uma homenagem final de todos os leitores do blog [ignorem o "Glee" foquem na demonstração e gratidão, carinho e na música! - que é absolutamente linda] ao nosso adorável professor:

Rir é o melhor remédio

Em época de declaração de imposto de renda e de auditorias, nada mais oportuno:



Fonte: Aqui

NIG sobre Vendas


Definição – Quantos dias de vendas a empresa precisa para financiar a necessidade de investimento em giro.

Fórmula – (Necessidade de Investimento em Giro / Vendas Diárias)

Sendo

Necessidade de Investimento em Giro – corresponde aos valores diretamente vinculados ao ciclo operacional da empresa. Em geral os principais itens da necessidade de investimento em giro as contas a receber e estoques, do ativo circulante, e fornecedores e obrigações sociais e trabalhistas, do passivo circulante. Alguns itens podem eventualmente serem considerados se existir relação com o ciclo de compra, estocagem e venda da empresa. Assim,

Necessidade de Investimento em Giro = Estoques + Contas a Receber – Fornecedores – Obrigações Sociais e Trabalhistas

Vendas Diárias – corresponde a receita líquida de vendas,dividido pelo número de dias do período. Se a receita estiver relacionada com o trimestre, divide por noventa dias; se a receita for anual, por 360.

Unidade de Medida – Como a fórmula divide uma unidade monetária por unidade monetária por dias de vendas, a expressão final está em dias.

Intervalo da medida – A Necessidade de Investimento em Giro pode variar entre um número negativo e positivo. Espera-se que este valor não seja superior a um ano de dias de vendas, ou seja, 360, pois isto indicaria um excesso de investimento em capital de giro da empresa.

Como calcular – O cálculo utiliza informações do Balanço Patrimonial da empresa com a conta de vendas da Demonstração do Resultado.

A figura abaixo mostra informações do terceiro trimestre de 2011 da Drogasil.

A seguir o passivo da empresa:


O cálculo da Necessidade de Investimento em Giro da empresa é feito da seguinte forma:

NIG = 154 208 + 361 375 – 45 319 – 180 860 = R$ 289 404 mil

A figura a seguir mostra o extrato da demonstração do resultado a empresa:

Neste caso, a receita liquida de vendas do trimestre foi de R$599 849. Considerando noventa dias de operação no trimestre, tem-se que as vendas diárias foram de R$6.664 mil, aproximadamente.

O índice é obtido da seguinte forma:

NIG/Vendas Diárias = 289 404 / 6.664 = 43,42 ou 43 dias de vendas

Isto significa dizer que o investimento realizado pela empresa no capital de giro corresponde a 43 dias de vendas. A empresa precisa vender durante 43 dias para financiar suas necessidades de investimento em giro. É importante notar que parte do financiamento é feita pelos fornecedores.

Grau de utilidade – Moderada. Pode-se considerar um índice muito importante para as empresas comerciais. Ao contrário de alguns indicadores, restritos a empresas de capital aberto, este índice pode ser usado por qualquer tipo de empresa.

Controvérsia de Medida – Reduzida. Existe alguma controvérsia sobre o que incluir no numerador.

Observações Adicionais
a) Este índice também pode ser desdobrado em vários outros índices. Observe que

NIG sobre Vendas = (Estoques + Contas a Receber – Fornecedores – Obrigações Trabalhistas) / Vendas
NIG sobre Vendas = (Estoques/Vendas) + (Contas a Receber/Vendas) – (Fornecedores/Vendas) – (Obrigações Trabalhistas/Vendas)

NIG sobre Vendas = (Estoques/Vendas) x (CMV/CMV) + (Contas a Receber/Vendas) (Vendas a Prazo/Vendas a Prazo) – (Fornecedores/Vendas) x (Compras/Compras) – (Obrigações Trabalhistas/Vendas) x (Despesa de Salários / Despesa de Salários)

NIG sobre Vendas = (Prazo de Estocagem x % CMV nas Vendas) + (Prazo de Recebimento x % Vendas a Prazo) – (Prazo de Pagamento a Fornecedores x % Compras nas Vendas) – (Prazo de Pagamento de Salários x % Salários nas Vendas)

b) Como o analista pode usar vendas diárias do último trimestre ou do último ano, é possível fazer bastante variação no cálculo do índice. Veja o exemplo da Drogasil. Observe que na figura da demonstração do resultado também existe a informação das vendas acumuladas até final de setembro (segunda coluna de dados). Usando o valor de 1,7 bilhão de vendas nos três primeiros trimestres e dividindo este valor por 270 dias, vamos encontrar um NIG sobre Vendas de 46,3 dias.

c) Este índice pode apresentar um valor negativo. Isto ocorre em geral quando a empresa usa muito recurso de terceiro não oneroso, como fornecedores. Quando ocorre, isto significa que a empresa não coloca dinheiro seu no financiamento do giro. Empresas com posição dominante na negociação com fornecedores geralmente conseguem esta proeza.

d) O índice pode sofrer influencia da sazonalidade dos negócios. Nestes casos, recomenda-se que o analista esteja atento a este problema e use dados comparativos compatíveis. Empresas com forte crescimento também podem ter o índice influenciado.

e) Algumas empresas podem ter valores de estoques, fornecedores, contas a receber e obrigações trabalhistas no longo prazo. Apesar de esta situação ser uma exceção, sua inclusão ou não no índice irá depender de cada caso.

Veja também
Valor do Empreendimento 
Capitalização 
Margem Bruta 
ROI 
Liquidez Corrente 

Brasil exportará asnos para a China


Sucesso econômico chinês ,nas últimas décadas, tem por base políticas governamentais que estimularam a economia a evoluir na direção de sua maior vantagem comparativa: indústrias intensivas em mão de obra.
No caso do Brasil, encontramos uma vantagem comparativa bem curiosa: os asnos.Veja a reportagem:

Em meio a tantos produtos brasileiros exportados para a China, surgiu, recentemente, um novo objeto do desejo: o popular jegue nordestino. Há cerca de um mês, um acordo entre os dois países liberou o intercâmbio de asnos — também conhecidos como burros e jumentos, largamente utilizados na indústria de alimentos e na de cosméticos no país asiático.

Os chineses pretendem importar 300 mil jumentos por ano do Nordeste. Além de movimentar a economia local, a iniciativa vai resolver o problema de excesso de oferta de jegues na região. Com as facilidades de financiamento, houve grande crescimento do uso de motos para transporte e os jegues estão perdendo espaço.

Em junho do ano passado, um grupo de empresários chineses conversou, da Bahia ao Rio Grande do Norte, com fazendeiros e políticos. Aos políticos locais, o grupo propôs um programa de garantia de compra a preços de mercado, envolvendo até linhas de crédito, por meio de um sistema batizado de Projegue. Mas o projeto ainda não deslanchou.
Fonte: aqui

11 março 2012

Rir é o melhor remédio


Campanha divertida contra o cigarro

Indicadores

Nos últimos dias este blog postou um conjunto de textos sobre indicadores. A ideia é continuar com a postagem ao longo da semana.

Sempre tive uma grande inveja daqueles que conseguiam escrever livros de análise de balanços (meu eterno orientador Alexandre Assaf Neto e o amigo de blog, Alexandre Alcantara, são dois exemplos). Sempre tive dificuldade de ensinar este assunto. Acho muito complicado e difícil, já que nunca podemos estabelecer regras.

Entretanto a análise de balanços é um assunto muito instigante. Até hoje me lembro da alegria ao ler a obra de Rees, onde ele comentava as condições necessárias para usar um índice. Foi a descoberta de algo tão banal, mas que raramente encontro na bibliografia da área. E da alegria de ganhar uma versão capa dura do livro do Foster, do amigo e ex-orientando Adilson Tavares. (Até então tinha a obra xerografada, já que o livro foi publicado na década de oitenta e nunca mais reimpresso)

Outro momento especial foi a descoberta do livro de Peter Temple, com 33 índices. Este livro é a inspiração destas postagens. Espero que os textos sejam uteis e instigantes, tanto quanto foram para mim as obras de Rees, Foster e Temple.

10 março 2012

Rir é omelhor remédio

Fonte: Aqui

E&Y e o Lobby

A Reuters apresenta uma questão interessante sobre a empresa de auditoria Ernst & Young. Segundo a Reuters (via aqui) revelou, existe um grupo consultivo (advisory group) dentro da empresa chamado Washington Council Ernst & Young. A função do grupo é "ajudar a gestão de oportunidades dos clientes e risco associado com o processo legislativo e regulatório". Isto é sinônimo de "lobby".

Nos Estados Unidos a atividade de lobby é regulamentada e legal. Onde estaria o problema? Entre os clientes do Washington Council algumas empresas que a Ernst & Young faz auditoria. Isto levanta a questão de uma empresa de auditoria que defende os interesses dos seus clientes. Seria contrário aos interesses do mercado, que deseja que a empresa seja realmente independente (afinal o parecer é dos auditores independentes)?

Em 2004 a empresa foi punida por violar as regras de independência. E o atual CEO da Ernst & Young possui uma empresa de lobby. A mesma empresa foi responsável pelo esquema Repo 105, revelado pelo relatório preparado por Valuskas.

Ecad e You tube

Sobre a proposta de cobrança do Ecad para os vídeos originários do Youtube, conforme postado aqui, o Google soltou um comunicado informando que não aprova a posição do Ecad. Parece também que nem as gravadoras são favoráveis a cobrança.

09 março 2012

Rir é o melhor remédio

Terrorismo. Passando Mentos e a Coca Cola.

Valor do Empreendimento (Enterprise Value)


Definição – Refere-se ao montante de dinheiro necessário para adquirir uma empresa e reduzir todas suas dívidas.

Fórmula – Valor do Empreendimento = Capitalização + Dívida – Caixa e Equivalentes

Sendo
Capitalização – valor de mercado do patrimônio líquido da empresa, resultante do preço de mercado da empresa pelo número de ações existentes;
Dívida – valor das dívidas de curto e longo prazo da empresa. Observe que são considerados somente os passivos onerosos (empréstimos, financiamentos e debêntures). Os passivos de funcionamento (fornecedores, impostos, salários a pagar, entre outros) não são considerados.
Caixa e Equivalentes – corresponde ao total existente no caixa da empresa, na mesma data das demais medidas.

Unidade de Medida – Valor expresso em unidade monetária. Como a informação da dívida é obtida nas demonstrações contábeis, o valor do empreendimento corresponde a montante de final de período (trimestre ou ano).

Intervalo da medida – Entre zero e infinito. Quanto maior a empresa, maior o valor do empreendimento. Entretanto, podem existir empresas com valor teórico do empreendimento negativo. Isto acontece quando o valor do caixa e equivalentes é tão grande que suplanta o total da dívida e capitalização. Este é caso é mais teórico do que prático, já que uma empresa como esta está sujeita ao processo de arbitragem: um investidor externo pode comprar suas ações no mercado, liquidar a dívida e ainda ter dinheiro.

Como calcular – O cálculo da capitalização já foi objeto de postagem específica. A este valor, somam-se somente os passivos onerosos e subtrai o caixa e equivalente da empresa. Estes valores são encontrados no balanço patrimonial da empresa.

A figura abaixo foi extraída da Gerdau (clique na imagem para ver melhor)

Considerando somente os empréstimos e financiamentos (1715 e 11182 milhões), as debêntures (42 e 744 milhões) e obrigações por compra de ações (533 milhões) tem-se uma dívida total de R$14 217 milhões.

Com respeito ao caixa da Gerdau, utiliza-se o caixa e equivalentes de 1.477 milhões, conforme figura a seguir:


Assim, o valor do empreendimento seria:

Valor do Empreendimento = 23520 + 14217 – 1477 = 36260 milhões de reais

Você precisaria de 36 bilhões de reais para comprar a Gerdau, pagar suas dívidas. E o caixa? Como você comprou a empresa, o caixa é seu, por isto este dado é retirado do cálculo.

Grau de utilidade – Regular. O fato de necessitar da capitalização restringe bastante seu uso, geralmente restrito as empresas de capital aberto. Além disto, e ao contrário da capitalização, a informação possui uma periodicidade que acompanha a divulgação das demonstrações contábeis.

Controvérsia de Medida – Existem algumas controvérsias em razão de algumas exclusões e adições. No exemplo apresentado anteriormente a inclusão da dívida foi bastante restrita, o que diminuiu o valor do empreendimento. Por outro lado, foi incluindo somente caixa e equivalentes. Se fosse incluído também as aplicações financeiras de curto prazo (3 bilhões de reais), o valor do empreendimento seria menor.

Cuidados Adicionais
a) Em geral podemos dizer que o valor do empreendimento corresponde ao que precisamos para comprar uma empresa e saldar suas dívidas. Mas isto é muito mais na teoria. Se começarmos a comprar as ações da Gerdau, o movimento natural do mercado é um aumento nos preços, o que aumentaria a capitalização. Além disto, para algumas empresas, o preço da ação negociada na bolsa não inclui o seu “controle”, o que tende a elevar ainda mais a capitalização;
b) Algumas empresas possuem aplicações financeiras de longo prazo, como era o caso da Gerdau no final de 2010. Em geral não se deve incluir estes valores no valor do empreendimento.
c) Uma vantagem do valor do empreendimento sobre a capitalização é considerar a estrutura de financiamento. Na Gerdau, quase 40% do valor é proveniente de dívidas com terceiros.
d) O valor do empreendimento pode ser usado de maneira relativa. Ou seja, comparando seu valor com as receitas totais, por exemplo. Isto aumenta o grau de utilidade da medida
e) Algumas bases de dados fornecem este número. É importante saber a forma de cálculo.
f) É possível simplificar a maneira de obter o valor do empreendimento somando a capitalização com o passivo da empresa e subtraindo caixa e equivalentes. No caso da Gerdau seria: 23520 + 17319 – 1477 = 39 362 milhões. Ou 3 bilhões acima do valor obtido anteriormente.

Veja também 

Capitalização
Margem Bruta 
ROI 
Liquidez Corrente 

Revendo o passado

Em 2009 postamos o seguinte comentário:

No entanto David Tweedie, [então] presidente do IASB afirma que os EUA podem ser forçados a adoptar as IFRS até 2011 devido à pressão política e económica.

Ativos não Operacionais

A avaliação de empresas é necessária frente a vários processos de negociações e pode ser realizada por meio de métodos distintos como o do Fluxo de Caixa Descontado, do Método de Múltiplos, do Valor Patrimonial, dentre outros. Quando o valor da empresa é calculado pelo método de Fluxo de Caixa Descontado devem ser realizados alguns ajustes quanto aos ativos não operacionais. De tal modo, o objetivo do trabalho foi verificar qual o tratamento sugerido pela teoria quanto aos ativos não operacionais para a avaliação das empresas e quais são os tratamentos de tais ativos não operacionais na prática. Outrossim, o objeto do estudo são os laudos de avaliação das ofertas públicas de ações publicados pela Comissão de Valores Mobiliários no período de 2005 a 2010. Para tanto, utilizou-se de uma pesquisa documental e qualitativa com a aplicação de uma análise de conteúdo. Como resultado observou-se que o tratamento dado aos ativos não operacionais condiz com a literatura pesquisada, sendo que a maioria dos laudos que adotam o Fluxo de Caixa Descontado e que contêm a palavra-chave “ativos não operacionais” considera tais itens em sua avaliação como ajustes após o cálculo do valor presente das empresas. Contudo, como o observado também na literatura, alguns laudos declaravam claramente que não consideravam tais itens em sua avaliação. Portanto, nota-se que a discussão que permeia na literatura em relação aos ativos não operacionais é refletida na prática.

O TRATAMENTO DOS ATIVOS NÃO OPERACIONAIS NA AVALIAÇÃO DE EMPRESAS - Luciana Miyuki Ikuno, Isabel Cristina Henriques Sales, César Augusto Tibúrcio Silva.

Fonte: Aqui

08 março 2012

Rir é o melhor remédio

Itálico

Links


Imprensa e Economia
Vídeo do WSJ: o cemitério de aviões no Brasil ou como nossa lei é morosa

Financial Times: Brasil é a sexta economia do mundo 

The Economist: Espanha mente nos dados do deficit 

Apple
Apple e o momento Nike na China

Apple baixa o preço do iPad 2 lá fora 

Ipad 3 em números 

Auditoria
KPMG investigada na Inglaterra 

PCAOB x BDO 

Banco Central
BC deixa de registrar operações de câmbio por causa da queda de energia em Brasília  (não seria o caso de comprar um gerador decente?)

Mesmo com corte na taxa de juros, ainda é alto 

Vale
Vale dá garantias para pagar a dívida com IR 

Vale possui 30 bilhões de ações tributárias 

Vale sofre derrota na justiça 

Listas
As praias mais bonitas (e secretas) do mundo 

os maiores produtores de petróleo do mundo 

15 filmes que foram fracasso de bilheteria 

Patrimônio dos bilionários brasileiros 

Outros
Europa quer cota para mulheres nos boards 

Sanções contra a Olympus no Japão 

Na Inglaterra, recém-formados estão conseguindo empregos poucos qualificados 


Capitalização

Definição – Corresponde ao valor de mercado da empresa. É obtido através das cotações das ações da empresa no mercado de ações pelo número de ações existente. Também denominado de valor de mercado, muito embora este nome seja controverso.

Fórmula – Capitalização = Preço por ação x número de ações
Sendo

Preço por ação = corresponde ao preço de negociação da ação no mercado acionário numa determinada data ou pregão.

Número de ações = diz respeito ao número de ações da empresa


Unidade de Medida – O valor está expresso em unidades monetárias. Assim, grandes empresas terão uma capitalização que poderá ser de bilhões de reais. Além disto, a informação da capitalização é dada diariamente. Desta forma, afirma-se que a “capitalização da Vale do Rio Doce refere-se ao dia 7 de março de 2012, após o fechamento do mercado”.


Intervalo da medida – Na teoria pode variar entre zero a infinito. As grandes empresas possuem capitalização acima de um bilhão de real. Para empresas de capital fechado não é possível obter esta informação.


Como calcular – Esta informação pode ser calculada através dos seguintes passos:

a) Obtenha o número de ações existentes por cada tipo de ação. Esta informação está nas demonstrações contábeis das empresas. Em algumas empresas isto está destacado no próprio balanço patrimonial. Outra opção é observar as notas explicativas

b) Coletar a cotação de cada ação no mercado acionário. Geralmente as empresas brasileiras possuem ação negociada na Bovespa. A informação do preço da ação pode aparecer no próprio endereço da empresa ou então numa base de dados.



Os passos anteriores podem ser difíceis já que: algumas empresas possuem negociação em mais de uma bolsa de valores; existem ações em tesouraria; podem existir mais de um tipo de ação, algumas delas com baixo número de negociação no mercado acionário; entre outros aspectos.



Esta informação é possível obter em endereços na internet. Alguns deles são pagos (Economática) ou possuem restrições no acesso (Comdinheiro ou Infomoney). Mas existem base onde a informação é pública. A figura a seguir mostra a capitalização da Vale  do Rio Doce obtida num destes endereços:



Algum leitor teria outra sugestão?


Grau de utilidade – Moderado. É aplicável somente as companhias com ações na bolsa de valores, o que reduz muito o grau de abrangência. Além disto, a complexidade do cálculo pode afetar seu resultado. Entretanto, é importante salientar que a capitalização pode ser usada para obter outros índices.


Controvérsia de Medida – Existe alguma controvérsia para as empresas com ações de baixa liquidez ou ações com direitos exclusivos. Outro aspecto é uma empresa com ações negociada em diversas bolsas, inclusive no exterior. Neste caso, o valor da cotação deve considerar a conversão da taxa de câmbio, o que aumenta os problemas deste valor.

Cuidados Adicionais
a) O valor de mercado de uma empresa varia diariamente. Isto significa que este indicador esta sempre se alterando. A página da Wikipedia da empresa informava que a capitalização era de 190 bilhões de dólares, superior aos 164 bilhões da figura acima. Isto pode ser positivo, pois torna seu valor bastante dinâmico.

b) O valor depende da distribuição de dividendos. Quando uma empresa ainda não distribuiu dividendo, o preço da ação já considera a expectativa deste dividendo. Logo após a distribuição, o preço tende a cair. Em empresas com distribuição em intervalos menores, mensais, por exemplo, este problema não é tão expressivo.

c) A capitalização é mais importante para empresas com ações pulverizadas.

d) O valor da capitalização deve ser considerado com ressalva pode existe o efeito tamanho. Empresas de grande porte tendem a ter uma capitalização maior que empresas de pequeno porte. O ideal seria considerar esta informação de maneira relativa, através da divisão pela receita de vendas, por exemplo.

e) A capitalização é influenciada por fatores externos, como crises e euforias do mercado. A figura abaixo mostra a história da capitalização da Vale nos últimos anos. O elevado valor da empresa em 2007 e a redução da capitalização em momento posterior é consequência da crise financeira.

f) Em empresas com baixa liquidez a capitalização pode estar sujeita a transações atípicas do mercado, devendo ser considerada com muito cuidado.

g) Empresas que fazem parte do índice do mercado, como o Ibovespa, tendem a ter uma capitalização maior que as empresas que não participam deste índice.

h) Para empresas com ações negociadas em bolsas de diferentes países, a capitalização pode ser influenciada pelo comportamento da taxa de câmbio e pelos impostos. Este efeito é controverso, já que existe o processo de arbitragem.

Veja também
Margem Bruta
ROI
Liquidez Corrente

Palestra

Wordle: Palestra do Presidente do Iasb no México
O discurso do presidente do Iasb no México (aqui o texto completo), o destaque para os termos "Iasb", "standards", "financial", "reporting". Mas observe a presença de "important" e "work". 

ECAD, YouTube e Blogs

Ontem o Daniel Pedrinha compartilhou um texto no Facebook (publicado originalmente no Olhar Digital) que merece a nossa atenção. Os blogs de contabilidade, a princípio, não se encaixam em nenhuma das categorias detalhadas pelo Ecad, mas este tipo de exploração, ao meu ver, é arcaico e inaceitável.

Se você tem um blog ou site sem fins lucrativos, é melhor ficar de olho no conteúdo. Especialmente se forem clipes do YouTube, os "embedados", já que o Escritório Central de Arrecadação e Distribuição (Ecad) está cobrando uma taxa mensal para portais, blogs e sites feitos por colaboradores que utilizam os códigos de incorporação dos vídeos nas postagens. O motivo seria por violar os direitos autorais dos responsáveis pelo vídeo.

[...]

Para uma página sem fins lucrativos, como é o caso do Caligraffiti, o valor cobrado pelo Ecad é de R$ 352,59 mensais. O blog dos designers foi classificado na categoria de webcasting, ou seja, transmissão de programas originários da própria internet. Outros tópicos envolvem o podcasting (trechos de programas publicados na internet que podem ser baixados em mp3), simulcasting (transmissão simultânea inalterada) e ambientação de sites (uso de fundo musical no site).

Todas essas informações foram enviadas pelo própro Ecad por e-mail a Uno de Oliveira, um dos responsáveis pelo blog que, sem saber da existência da cobrança, entrou em contato com o escritório do Ecad, em São Paulo.

"Eles disseram que o YouTube paga [os direitos autorais], pois é um transmissor, mas os blogs são retransmissores e também têm de pagar. O Ecad está dentro da lei, não está cobrando indevidamente, mas essa lei é totalmente defasada. Eles se baseiam nela para criar alguma brecha e ganhar mais dinheiro e vão contra um princípio básico da internet: o de compartilhar e divulgar as coisas", criticou o designer.

Por orientação de advogados, enquanto o caso é analisado, Uno tirou o Caligraffiti do ar na semana passada. O designer publicou na última sexta-feira (02/03) que voltou após conversar com "blogueiros, advogados especializados e formadores de opinião" e "todos concordam que esse tipo de atitude inibiria a blogosfera brasileira, que utiliza muito material compartilhado de grandes canais de vídeo online. Por opiniões unânimes decidimos recolocar o site no ar e encarar a briga, caso realmente eles queiram isso".

Explicação
Questionada sobre o ocorrido, a assessoria do Ecad confirma que, pela lei, os blogs são obrigados a pagar por vídeos embedados do YouTube. De acordo com a entidade, os sites são retransmissores pois "o uso de músicas em blogs se trata de uma nova execução". Além disso, o Ecad argumenta que não há cobrança em dobro, já que as diversas formas de utilização são independentes entre si.

"O direito de execução pública no modo digital se dá através do conceito de transmissão existente na lei e presente no art. 5º inciso II da Lei 9.610/98, que transmissão ou emissão é a difusão de sons ou de sons e imagens, por meio de ondas radioelétricas; sinais de satélite; fio, cabo ou outro condutor; meios ópticos ou qualquer outro processo eletromagnético, portanto isso inclui a internet", afirma a assessoria do Ecad.

A entidade ainda nega que haja um trabalho de cobrança focado em blogs e sites, mas alerta que todo usuário que executa música publicamente em site/blog, ao ser captado, pode receber um contato. O Ecad diz ainda que o seu foco é "a conscientização e o esclarecimento quanto à necessidade do pagamento da retribuição autoral, não somente por conta da exigência legal, mas pelo respeito aos autores e suas obras".

Arredondamento?

O juro baixou de 10,5% para 9,75%. 

Decatlo Interno

Fonte: Aqui

07 março 2012

Rir é o melhor remédio





Propagandas criativas

Margem Bruta


Definição – A margem bruta apresenta quanto à empresa obtém de retorno das vendas, retirando os custos das mercadorias vendidas e serviços prestados. A margem bruta representa quanto sobra após considerar estes custos.

Quanto maior a margem bruta, maior a rentabilidade das vendas.

Fórmula – Margem Bruta = (Lucro Bruto / Vendas Líquidas) x 100

Sendo

Lucro Bruto = lucro obtido após retirar das vendas o custo das mercadorias e serviços prestados.

Vendas Líquidas = representa as vendas da empresa após retirar as devoluções, os impostos incidentes sobre vendas, os abatimentos e outras deduções. Não se confunde com o faturamento da empresa: uma agência de turismo que vende passagem de companhia aérea e recebe um percentual da venda, o faturamento é o valor da passagem, enquanto a venda corresponde ao percentual recebido.

Os dados são obtidos na demonstração de resultado de cada empresa.

Para algumas situações, as notas explicativas também são importantes, quando existe confusão entre faturamento e venda.

A margem bruta diz respeito ao próprio período da demonstração de resultado.

Unidade de Medida – A multiplicação por cem na fórmula transforma o valor unitário em percentagem. Ou seja, a margem bruta é expressa em percentual, que corresponde ao percentual do lucro sobre a venda.

Também é possível traduzir o resultado da margem bruta da seguinte forma: quantas unidades monetárias sobram da venda após retirar os custos das mercadorias e serviços prestados.

Intervalo da medida – Em geral o lucro bruto é positivo numa empresa. Nesta situação a margem bruta varia entre 0% a 100%, não existindo margem negativa. Nas empresas em fase de conquista de mercado pode ocorrer lucro bruto negativo. Neste caso, a margem bruta irá variar entre -100% a 100%.

Como calcular – A figura a seguir foi extraída das demonstrações contábeis do terceiro trimestre de 2011 da Sabesp, em Mil Reais.

O cálculo da margem bruta é dado por:

Margem Bruta = (956.749/2.591.262) x 100 = 36,92%

Isto significa dizer que de cada R$1 de venda de bens ou prestação de serviços pela empresa, o lucro é de 0,37 centavos.

Grau de utilidade – Medianamente elevado. Em algumas empresas a margem líquida e a margem operacional podem ser mais informativas.

Controvérsia de Medida – Reduzida, para alguns setores onde existem formas diferentes de determinar o valor da receita, como é o caso do setor de construção civil.

Cuidados Adicionais
a) Em alguns setores e em algumas empresas pode não ser possível de calcular a margem bruta. É o caso de algumas empresas do setor elétrico

b) Existe uma relação entre a margem bruta e o mark-up. O mark-up corresponde a margem bruta dividida pela participação do CMV nas vendas:

Lucro Bruto / Vendas = (Lucro Bruto/CMV) x (CMV / Vendas ) = markup x % CMV

ou

Margem Bruta = Markup / (1 + markup)

c) A margem bruta pode variar conforme o tipo de negócio da empresa. Num comércio varejista, uma margem acima de 40% é elevada. Mas isto talvez não seja para uma empresa com um grande volume de receita de serviços.

d) A margem bruta também depende da forma como é apurado o custo. De acordo com os critérios de custo, o valor da margem poderá sofrer alterações. Entretanto, as empresas não gostam de divulgar informações mais detalhadas sobre seus custos.

Veja também
ROI

Liquidez Corrente

Teste 542

Se o teste anterior era muito difícil, este é o teste mais fácil que já fiz. (Na verdade foi a Flávia Carvalho que deu a dica. Ela sugeriu chamar a postagem de "Os deuses devem estar loucos"). Observe a foto tirada de um livro nacional. O que tem de errado aí? Não acredito que você não saiba !

Resposta do Anterior: todas as alternativas são possíveis. Fonte: Do Economists Recognize an Opportunity Cost when they see one? Joel Potter e Shane Sanders. Southern Economic Journal.

Banqueiro condenado

O bilionário banqueiro texano, Allen Stanford, foi condenado pelo roubo de US$ 7 bilhões em dinheiro de seus clientes usado para financiar um estilo de vida suntuoso que incluía patrocínio a um torneio internacional de críquete, iates e propriedades em ilhas caribenhas.


Depois de um julgamento de seis semanas em Houston, e no quinto dia de deliberação dos jurados, os oito homens e quatro mulheres que formam o júri votaram pela condenação de Stanford, por 13 das 14 acusações que lhe eram movidas, entre as quais fraude, conluio e obstrução de investigação da Securities and Exchange Commission (SEC, a CVM dos EUA). Ele foi considerado inocente por uma acusação de fraude telegráfica.


(...) Os promotores acusaram Stanford de iludir os investidores em seu material de marketing, prometendo que seu dinheiro seria investido em ativos de fácil negociação, tais como ações e títulos, quando em lugar disso ele utilizou o dinheiro para comprar dois jornais no Caribe, ilhas e aviões.


Também pagou subornos, transferidos via contas em bancos suíços, a um fiscal de Antígua, para que este interferisse com a investigação da SEC, e também a um contador local, para que ele aprovasse as contas do banco e suas transações de empréstimo.

Banqueiro americano é condenado por fraude de US$ 7 bilhões - KARA SCANNEL - DO FINANCIAL TIMES, EM NOVA YORK

Defesa de Tese

Dia 21 de março (quarta-feira) teremos a defesa de tese de Ducineli Régis Botelho com o título “EPISTEMOLOGIA DA PESQUISA EM CONTABILIDADE INTERNACIONAL: ENFOQUE CULTURAL-REFLEXIVO”.

A comissão examinadora será a seguinte:

Prof. Dr. Jorge Katsumi Niyama – UnB/UFPB/UFRN (Orientador)
Prof. Dr. Paulo Roberto Barbosa Lustosa – UnB/UFPB/UFRN (Membro Interno)
Prof. Dr. Tomás de Aquino Guimarães – PPGA/UnB (Membro Não Vinculado ao Programa)
Prof. Dr. Carlos Renato Theóphilo – UNIMONTES (Membro Externo)
Prof. Dr. Sérgio de Iudícibus – PUC/SP (Membro Externo)
Profª. Drª. Fátima de Souza Freire – UnB/UFPB/UFRN (Suplente)

A defesa será às 10:30 hs, no Auditório do Instituto de Química, da UnB.

Nota: Primeira defesa FEMININA do Programa!!

Paradoxo do Imposto de Renda

Minha primeira sogra era uma dessas pessoas que tentam burlar o imposto de renda. Uma vez, no intervalo de um filme ou coisa assim, ela lançou um paradoxo muito profundo: “O problema é que nós tentamos convencer o banco de que somos ricos e, ao mesmo tempo, convencer o governo de que somos pobres. E depois eles chegam e cruzam os dados”.

Acho que esse é basicamente o paradoxo dos países que ficam tentando incentivar o turismo e, ao mesmo tempo, conter a imigração.

Em 2007, por exemplo, a prefeitura de Barcelona e o governo da Catalunha investiram dois milhões de euros na produção de “Vicky Cristina Barcelona”. No ano seguinte, companhias americanas que nem tinham voos diretos para Barcelona criaram esses voos. Todo mundo queria ser Rebecca Hall e ser baleado na mão por uma amante latina enlouquecida.

No entanto, ao mesmo tempo que pagava Woody Allen para incentivar o turismo, a Espanha tentava convencer os imigrantes a irem “para casa” porque o país estava pobre demais para “sustenta-los”. Será que eles não entendem que uma hora o turista realmente empolgado cruza os dados e resolve estender as férias?

Quando minha ex-sogra colocou o paradoxo do imposto de renda na roda, criei um pequeno climão dizendo que ela poderia simplesmente decidir se preferiria pagar menos taxas no banco ou menos imposto ao governo.

Acho que alguém poderia fazer algo semelhante explicando para a União Europeia que tudo seria mais simples se eles escolhessem se querem ganhar o dinheiro dos turistas ou economizar o que dizem gastar com os imigrantes.

Sei que nem todo mundo escolhe o país para onde vai migrar por conta da sedução de um filme ou de uma viagem, mas eu não subestimaria a sedução das coisas fúteis se fosse você. No fim das contas, supridas as necessidades muito básicas, todo mundo quer morar no lugar que lhe promete sonhos.


Juliana Cunha

06 março 2012

Rir é o melhor remédio

Crise na Europa

Links


Listas
Dez pontes bonitas

Dez castelos

Financiamento
Aprovado fundo de pensão dos servidores públicos

Crowdfunding para financiar compras de jogadores e ensaios “artísticos”

Crise
Islândia quer adotar o dólar do Canadá

Custo da quebra da Grécia pode ser de 1 trilhão

O segredo da Finlândia (com a Grécia)

Regulador e Empresa
Empresas ainda têm dificuldade de lidar com o Sped Fiscal

Banco Central vai cobrar 65 bilhões do Nacional e Econômico

Suiça investiga a Vale

Videos
Motorista no limite - Peru

Helicopteros Robôs tocam tema de James Bond

Faz 50 anos que Chamberlain fez 100 pontos numa partida de basquete

Retorno Sobre o Investimento - ROI

Definição – relaciona o lucro operacional com o investimento da empresa. O retorno sobre o investimento, também denominado de ROI, mostra a taxa de retorno obtida pela empresa para seus financiadores, seja capital próprio ou capital de terceiros.

Quanto maior o ROI maior o retorno obtido.


Fórmula – Retorno sobre o Investimento = (Lucro Operacional/Investimento) x 100

Sendo
Lucro Operacional = lucro obtido pela empresa antes de remunerar seus financiadores. Existem algumas controvérsias sobre o que se deve considerar ou não no lucro operacional. Basicamente todo resultado decorrente do investimento realizado na empresa deve entrar no lucro operacional. Isto inclui as receitas financeiras e o resultado de investimentos em outras empresas, mas não as despesas financeiras, que devem ser excluídas.

Investimento = também denominado de ativo líquido. Diz respeito ao valor do ativo menos os passivos não onerosos (passivos de funcionamento), que inclui fornecedores, salários e encargos, impostos a pagar.

Os dados são obtidos no balanço patrimonial e na demonstração de resultado de cada empresa. Para algumas situações, as notas explicativas também são importantes, quando a empresa não divulga, de maneira segregada, as despesas das receitas financeiras.

Por dividir uma informação de um período (lucro operacional) por uma informação de uma data (investimento), o retorno sobre investimento refere-se a um período de tempo, como um ano específico ou um trimestre.

Unidade de Medida – Ao dividir um valor monetário por outro valor monetário, o resultado não possui uma medida específica. Entretanto, ao multiplicarmos por cem estamos considerando esta medida em percentual. Assim, pode-se comparar o retorno do investimento de uma empresa com outros retornos, com um título sem risco. Mas é importante lembrar que ao usar o lucro operacional de um trimestre, por exemplo, o retorno obtido será o retorno do trimestre.

Intervalo da medida – Como o lucro operacional pode variar entre um número negativo e um número positivo, o intervalo esperado da medida varia entre menos 100% até infinito. Usualmente o resultado deve ser positivo.

Como calcular – A figura a seguir mostra o balanço de 31 de dezembro de 2011 da B2W, em milhões de reais.


A seguir, a demonstração de resultado no quarto trimestre de 2011, também em milhões de reais:

Para calcular o lucro operacional temos que separar tudo que é proveniente do ativo líquido (investimento) daquilo que é decorrente dos financiadores (terceiros e próprio). Partindo do Resultado Operacional antes do Resultado Financeiro temos que adicionar as receitas financeiras, a equivalência patrimonial e outras despesas operacionais:

Lucro Operacional = Resultado Operacional Antes do Resultado Financeiro + Receitas Financeiras + Equivalência Patrimonial + Outras receitas (despesas) não operacionais

O investimento é obtido retirando do ativo os passivos não onerosos. No caso da empresa

Investimento = Ativo – Fornecedores – Salários, provisões e Contribuições Sociais


O cálculo do ROI é obtido através da relação dos dois valores encontrados:

ROI = (72,8 / 2.802,8) x 100 = 2,6% ao trimestre

Isto corresponde a um retorno anual de 10,8%. É possível comparar este rendimento com outras empresas e até mesmo, com as devidas ressalvas, com outros investimentos.

Grau de utilidade – Elevado. Esta é uma das medidas de desempenho mais relevantes de uma empresa. É importante para comparar empresas de setores diferentes.

Controvérsia de Medida – A forma como se calcula o ROI pode variar conforme o analista, tanto pelo denominador quanto pelo numerador.

Cuidados Adicionais

a) Pelo menos na teoria pode ocorrer uma situação esdrúxula onde o ativo líquido seria negativo. Nestes casos é preferível não usar o ROI.

b) A medida do lucro operacional varia na literatura. No passado a legislação brasileira considerava as despesas financeiras como parte do lucro operacional, o que não faz nenhum sentido lógico. Alguns optam por não considerar as receitas e despesas não operacionais. Como a classificação deste item é questionável e tende a cair em desuso, é aconselhável que os valores sejam considerados no lucro operacional. Da mesma forma, em países mais desenvolvidos, é comum retirar do ativo todo passivo circulante. Assim, o investimento corresponderia ao ativo menos o passivo circulante. Em razão do grande volume de empréstimo e financiamento de curto prazo ainda presente na estrutura das empresas brasileiras, aconselha a considerar somente o passivo não oneroso.

c) O Retorno sobre o investimento também é conhecido como índice Du Pont. Historicamente este índice era usado na Du Pont para fazer análise de desempenho das empresas do grupo, que era bastante diversificado.

d) Uma forma de enriquecer a análise do ROI é usar a expressão de cálculo mais expandida:

ROI = Lucro Operacional / Investimento Líquido
ROI = (Lucro Operacional / Investimento Líquido) x (Vendas/Vendas)
ROI = (Lucro Operacional / Vendas) x (Vendas/Investimento Líquido)
ROI = Margem Operacional x Giro do Ativo

Veja também:

Entrevista com Jeffrey Sachs



Jeffrey Sachs, um dos economistas mais importantes e influentes do mundo, concedeu entrevista ao Valor Econômico, onde trata de desenvolvimento sustentável e da Rio+20. Eis alguns pontos interessantes:

Valor: O senhor disse em discurso nas Nações Unidas que a Rio+20 deveria ser honesta e admitir as mais de duas décadas de fracasso global na área ambiental. O que quis dizer?

Jeffrey Sachs: A conferência do Rio em 1992 foi uma grande conquista da legislação ambiental internacional. Três grandes tratados ambientais saíram de lá: a Convenção do Clima, a da Biodiversidade e a do Combate à Desertificação. Quando olhamos para tudo isso 20 anos depois, temos três fundamentos da lei internacional, mas sem muito resultado. A mudança climática piorou dramaticamente e não temos um arcabouço no qual trabalhar. Registramos perdas gigantes em biodiversidade e enfrentamos secas cada vez mais fortes nas regiões áridas. Acho que é justo dizer que nos últimos 20 anos houve muito debate sobre legislação e acordos, mas não muito progresso em ações concretas. Penso que teríamos de sair da Rio+20 com caminhos práticos. Em outras palavras: esses problemas não devem ser deixados mais ao crivo de advogados. É preciso encontrar abordagens de desenvolvimento sustentável que façam sentido, que sejam mensuráveis e possíveis de replicar. É disso que se trata.

Valor: Mudando de assunto: o Brasil descobriu um volume imenso de petróleo no mar. Poderia trilhar o caminho errado, do passado?

Sachs: Há dois pontos bem diferentes quando se pensa sobre o que fazer com o petróleo no mar. O primeiro é como explorar esse petróleo de maneira segura. Os EUA viveram um enorme desastre nesse campo em 2010 e frequentemente essas empresas são desonestas, míopes, corrompem os legisladores. Os EUA têm um sistema regulatório todo corrompido por empresas que cortaram custos onde não deviam, comportaram-se mal e terminamos com um grande desastre. Mesmo em um país como o Japão, vimos como o sistema que controlava uma usina nuclear era horrivelmente mal gerenciado. Então, a primeira coisa que eu diria é que o Brasil deveria ter um sistema de gerenciamento ambiental muito sério, capacitado e técnico. O segundo ponto é sobre o que vamos fazer com o petróleo nesse mundo. Claro, continuaremos usando petróleo por algumas décadas ainda e evidentemente o Brasil vai explorar seu petróleo. Mas é preciso colocar a questão do combustível fóssil dentro de uma moldura climática séria.

Valor: Estamos vivendo o fim do capitalismo?

Sachs: Penso que precisamos modernizar o capitalismo. Veja as economias que, na minha opinião, têm o melhor desempenho: Noruega, Suécia, Dinamarca, Holanda e Alemanha.

Valor: Por que o senhor escolhe essas?

Sachs: Porque equilibram mercado com políticas sociais e ambientais. Fazem isso de maneiras diferentes e não são perfeitas, mas são países altamente produtivos, orientados pelo mercado, com baixa desigualdade, taxas bem baixas de pobreza, igualdade entre homens e mulheres. São generosos nas licenças-maternidade e paternidade e nas férias porque acreditam em uma vida equilibrada. São economias baseadas em mercados dentro de regimes capitalistas, mas não são a face implacável do capitalismo. Os governos dos países escandinavos têm níveis de corrupção muito baixos porque não deixam os negócios ditarem a política, deixam os governos regulamentarem os negócios. Acho que são bons modelos. Não são perfeitos, mas mostram que podemos ter uma economia de mercado e ao mesmo tempo uma sociedade muito humana. Os EUA são um modelo muito pobre neste momento. É corrupto, altamente desigual, ambientalmente negligente e tem preços excessivos no sistema de saúde porque deixaram o setor privado dominar a nossa política. É um exemplo de mercado que foi longe demais. Os modelos escandinavos são de sociedades equilibradas, éticas e moderadas. Espero que esses países continuem muito prósperos. Neste momento eles estão muito bem, dão ótimas condições de vida às pessoas, mostram como evitar a corrupção e provam, no meu ponto de vista, que é possível ter um capitalismo não imprudente. Eles usam a bandeira da social-democracia. Isso, na minha cabeça, são boas descrições.

Guerra dos Tronos

Eu tenho alguns vícios. Um deles é... Assistir séries. Anteriormente já foram postados tópicos sobre Numb3rs e Lie To Me. Atualmente falei sobre Os Simpsons e New Girl. Ainda não existe esquema de 10 passos para a cura, então ótimo. Vou continuar postando algumas coisas aqui, vez ou outra.

O lema dos seriadores anônimos (ou não tão anônimos) é: trocamos 40 minutos de sono por um episódio de série. (Tão bom encontrar gente como a gente!).

Pois bem. Estamos (Erika Chad, Frederico Batista, eu e vários outros nerds super estilosos e fofos) lendo os 5 livros que já saíram de as “Crônicas de Gelo e Fogo”, do escritor George R. R. Martin. O primeiro livro, “Guerra dos Tronos” se tornou uma série famosíssima.
Posteriormente, cada livro será uma temporada (mas sabe-se lá porque a série ganhou o título do primeiro livro apenas).
A abertura original é genial. Muito bem feita! Vejam só:


Mas hoje? Vim mesmo mostrar a homenagem de Os Simpsons. Há! Perdoem-me! O meu lado nerd-empolgado me impede de ignorar essa riqueza que a Erika Chad (agradeço MUITO) enviou:


E você? Já assistiu a série? Leu os livros?

05 março 2012

Rir é o melhor remédio

Privacidade, Google e Facebook

Liquidez Corrente

Definição – compara os ativos de curto prazo com as dívidas (passivo) de curto prazo de uma empresa. A liquidez corrente mostra se no curto prazo, geralmente um ano, os ativos são suficientes para cobrir as obrigações de curto prazo.

Quando a liquidez corrente é maior que a unidade isto significa dizer que o capital de giro líquido é positivo.

Fórmula – Liquidez Corrente = Ativo Circulante/Passivo Circulante

Sendo
Ativo Circulante = também denominado de ativo corrente. Engloba o caixa e equivalentes, aplicações de curto prazo (títulos e valores mobiliários), contas a receber, estoques, adiantamentos a terceiros, despesas antecipadas, entre outros.
Passivo Circulante = corresponde ao passivo de curto prazo, denominado também de passivo corrente. Compreende fornecedores, financiamentos e empréstimos de curto prazo, impostos a pagar de curto prazo, dividendos propostos, salários e encargos a pagar, entre outras.

Os dados podem ser obtidos no balanço patrimonial de cada empresa. Por dividir duas informações de uma mesma data, a liquidez corrente diz respeito a uma data específica. Assim, falamos em liquidez corrente de 31 de dezembro de um determinado ano.

Unidade de Medida – Por dividir um valor monetário por outro valor monetário, a liquidez corrente não possui uma unidade de medida.

Intervalo da medida – Como os valores de ativo e passivo circulante são positivos, a liquidez corrente varia entre zero a infinito. Isto faz com que a distribuição do índice num determinado setor assuma uma distribuição assimétrica à esquerda. A maioria das empresas possuem uma liquidez entre 0,5 a 3,5.

Como calcular – A figura abaixo mostra o balanço de 31 de setembro de 2011 da Drogasil em R$Mil

O cálculo da liquidez é realizado dividindo o Ativo Circulante pelo Passivo Circulante:

Liquidez Corrente = 751.699/316.231 = 2,38 (aproximadamente)

Isto significa dizer que os ativos de curto prazo da empresa são 2,38 maiores que as obrigações de curto prazo. Isto significa que a empresa possui ativos suficientes para quitar as obrigações de curto prazo.

Grau de utilidade – Elevado. A liquidez corrente é um dos índices mais usados e citados na literatura. Além disto, faz parte dos modelos de concessão de crédito de instituições financeiras.

Cuidados Adicionais
a) É aconselhável fazer reclassificações no balanço, o que pode afetar no resultado final da liquidez da empresa. Assim, as contas a receber que são negociadas numa operação de factoring devem ser retiradas do ativo e transferidas para o passivo. Isto tende a reduzir a liquidez para os casos onde o ativo circulante é superior ao passivo circulante. Outra situação é o caso de conta corrente com saldo negativo. É usual classificar este valor como passivo.
b) Para alguns analistas a liquidez corrente é muito ampla e considera alguns ativos de baixa liquidez. Assim, retiram-se os ativos de menor liquidez, como estoques e despesas antecipadas. Este índice é conhecido como liquidez seca. Situações práticas mostram que relação entre a liquidez seca e a liquidez corrente é muito próxima, o que reduz a importância deste cálculo.
c) Não existe um padrão aconselhável para liquidez. Em setores de comércio varejista seria interessante uma liquidez menor que em setores com sazonalidade, por exemplo. No comércio, baixa liquidez pode significar maior nível de eficiência nas atividades operacionais. Já as empresas de maior porte podem operar com menor liquidez corrente que empresas de pequeno porte. Empresas que dominam a cadeia de suprimento também podem operar com menor liquidez.
d) Como a liquidez corrente faz parte de modelos de concessão de crédito de instituições financeiras, e alguns destes modelos consideram que liquidez maior representa menor risco. É possível que as empresas sejam incentivadas a melhorar seu desempenho de liquidez. Isto pode ser feito usando o caixa para pagar dívidas de curto prazo. Em geral, este procedimento, aumenta a liquidez quando o índice é menor que a unidade.
e) Alguns ativos e passivos que são usados na liquidez podem não expressar um recebimento ou pagamento até o final do próximo exercício social. É o caso de certos financiamentos que estão classificados no curto prazo por cláusulas existentes no contrato.
f) A liquidez corrente é influenciada pelo ciclo operacional da empresa. Quando existe sazonalidade isto pode alterar o resultado do índice.

Esta é uma série de textos sobre os principais índices usados na análise das demonstrações contábeis.  Outros textos publicados foram: