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23 novembro 2011

Por que você quer ser um contador?

O blog "Não Posso Evitar" já foi apresentado a você aqui, aqui e aqui. Para quem não tem acompanhado (o que fortemente recomendamos), a publicação mais recente se refere a uma entrevista que o autor, Rodolfo Araújo, fez com o escritor do livro “Motivação 3.0”, Daniel Pink, que pode ser conferida na íntegra aqui.


Ressaltamos, porém, um trecho em especial:


RODOLFO: Seus pais disseram-lhe para ser advogado (Pink formou-se em Direito) ou contador e, em seguida, estas profissões foram terceirizadas para outros países – algo que eles não poderiam prever. Hoje você diz para seus filhos serem artistas. Não existe o risco de estas carreiras também serem substituídas, de alguma forma que não podemos prever hoje?

PINK: Certamente que sim. Por isso não digo para meus filhos serem artistas... (Ops!)

RODOLFO: Nem advogados...

PINK: De jeito nenhum! O que digo para meus filhos é para seguirem seu coração. Sua cabeça deve pensar estrategicamente, ou seja, pensar no que será valioso no futuro. O que será difícil de fazer de forma barata? O que será difícil de ser feito por uma máquina? O que resolve os problemas que você tem hoje?

Isto é uma parte. A outra é fazer algo que você realmente gosta. Algo que lhe traga prazer e significado e trabalhar duro nisto. Vamos tomar o contador como exemplo. Se um dos meus filhos me disser: “Eu quero ser contador”, eu não responderia “Não, não, não...”. Eu perguntaria: “Por que quer ser um contador?”. Se ele me responder: “Eu gosto de ajudar as pessoas a resolver complicados assuntos financeiros. Vejo beleza em fazer os dois lados de um balanço coincidirem”, eu lhe diria: “Você será um grande contador!”.

Seria difícil terceirizar este garoto. Seria difícil dar o seu trabalho para uma máquina fazer. Então, as pessoas que fazem algo de que realmente gostam, algo em que realmente acreditam – e se esforçam bastante – vão se dar bem. Assim, o que eu insisto, é que se descubra em que você é bom, o que gosta de fazer e trabalhe muito, muito duro. E seja ágil e capaz de aprender.

Contabilidade do Tráfico

A velha história da "contabilidade" do tráfico:

A contabilidade de uma das bocas de fumo da Rocinha, na Rua do Valão, revela que Antonio Francisco Bonfim Lopes, o Nem, buscou no álcool o remédio para seu desespero, diante da iminente invasão da polícia, em seus últimos dias como chefe do tráfico na maior favela do Rio. De acordo com a documentação apreendida segunda-feira por agentes da 16 DP (Barra), Nem gastou R$ 12.905 com uísque, energético e vodca em 22 dias. Neste mesmo período, entre 18 de outubro e 8 de novembro, Nem movimentou R$ 447 mil em uma única boca de fumo e promoveu festas e shows.

No dia 7 de novembro, ele chegou a ser atendido na UPA da Rocinha, ao misturar álcool e drogas. Análise da contabilidade mostra que, no dia 27 de outubro, Nem gastou R$ 2.750 com despesas referentes a um show de pagode. Os registros terminam exatamente dois dias antes da prisão de Nem, que foi encontrado por PMs do Batalhão de Choque na mala de um carro, no dia 10. Na documentação, Nem aparece com o apelido de Mestre. A contabilidade também faz referência a Thiago Schirmmer Caceres, conhecido como Pateta ou Leão, e a Rodrigo Belo Ferreira, o Rodrigão.

A dupla, apontada pela polícia como sucessora de Nem no comando do tráfico da Rocinha, tem contra si mandado de prisão expedido pelo Tribunal de Justiça do Rio.

— Os dois cadernos com a contabilidade serão enviados para a perícia. Tudo indica que os registros sejam de despesas bancadas pelo tráfico — disse o delegado Fernando Reis, que deverá encaminhar o caso para 15 DP (Gávea), onde Nem já é investigado por tráfico.

A contabilidade do tráfico foi apreendida pela polícia, junto com um lança-rojão, uma granada, cinco quilos de maconha e um colete à prova de balas. O material estava escondido dentro de uma galeria de esgotos, na Rua do Valão. Nas anotações existe uma série de gastos curiosos, que vai desde bebidas até despesas com uma academia de ginástica. No dia 21 de outubro, por exemplo, aparece o registro de R$ 640 ao lado da inscrição uísque mestre. O dinheiro é suficiente para comprar sete garrafas da bebida, dependendo do gosto do freguês, claro. No mesmo dia, outra anotação revela que Rodrigão seguiu os passos do chefe e gastou R$ 250 em uísque. Segundo a contabilidade, dois dias depois, Nem desembolsou R$ 1.490 para omprar energéticos, vodca e mais uísque



Fonte:aqui

Leia outros posts sobre o assunto:aqui, aqui

Desviou dinheiro e pôs culpa na depressão


A 1ª Câmara Criminal do TJ manteve condenação imposta na comarca de Laguna contra um bancário daquela cidade que desviou cerca de R$ 20 mil de diversas contas de clientes do HSBC Bank Brasil, onde trabalhava. Em sua apelação, o réu alegou estar em tratamento de depressão e, por conta da medicação, não era responsável por seus atos.

Na época dos fatos, o bancário exercia a supervisão de serviços a clientes e respondia pela tesouraria da agência local. Embora fosse necessária a senha de duas pessoas para realizar saques e transferências, o réu se valia da amizade com os colegas para obter os dados que utilizava no desvio dos recursos. Após as primeiras reclamações de furto por parte dos clientes, o réu não compareceu mais em serviço e apresentou um atestado para tratamento médico.

O banco realizou uma auditoria interna e verificou a responsabilidade do réu pelo desvio. Ele não negou, mas também não confirmou as acusações – preferiu apenas dizer que, em razão do seu estado de saúde, não lembrava sequer qual função exercia na instituição financeira. Para os desembargadores, o tratamento da depressão não pode ser o culpado pois, com exceção do último furto, os demais foram realizados em período anterior aos atestados.

“Assim, em relação aos fatos até aqui analisados, diferentemente do que consignado no recurso da defesa, não há dúvida quanto à responsabilidade do apelante, seja por provas documentais, seja por testemunhas”, afirmou o desembargador Newton Varella Júnior, relator do acórdão. A pena de mais de dois anos foi substituída por prestação de serviços à comunidade, pelo prazo da condenação, e por prestação pecuniária, além da restituição dos valores subtraídos. A decisão da câmara foi unânime.

Fonte: TJSC, Radio Crisciuma

22 novembro 2011

Rir é o melhor remédio



Fonte: Aqui

Chevron

A empresa de petróleo Chevron derramou petróleo na costa do Brasil. Pelas notícias preliminares, tudo leva a crer que a empresa cometeu erros. A consequência é um problema ambiental, onde a empresa deveria indenizar os efeitos. Em outras palavras, isto deveria afetar o passivo da empresa, com efeitos sobre o resultado futuro da empresa.

Observe no gráfico abaixo a reação do mercado nos últimos dias. Obviamente a análise aqui não torna possível isolar o efeito do problema ambiental das outras notícias; mas é interessante notar que no dia 14 a ação estava cotada um pouco acima de $105 e na sexta chegava num patamar inferior a $100, seu valor mínimo nos últimos trinta dias.

Duas outras notícias: A empresa foi multada em R$50 milhões e este valor corresponde a 0,014% da receita.

Revisão da IFRS 9




A nova regra de instrumentos financeiros do IFRS vai mudar apenas dois anos depois de ser editada e antes mesmo de virar obrigatória, o que está previsto para 1º de janeiro de 2015.

O Conselho de Normas Internacionais de Contabilidade (Iasb, na sigla em inglês) votou de forma unânime, na semana passada, a favor de uma revisão no pronunciamento IFRS 9, que trata de classificação e mensuração dos instrumentos financeiros.

Apesar do consenso, quem tiver a oportunidade de assistir o vídeo da reunião, disponível na página do órgão na internet, vai notar que existe um certo desconforto com a decisão. A ordem é para que a revisão seja “limitada” e rápida.

A questão é que alguns países já estão adotando o IFRS 9 de forma antecipada e não pega bem, além de criar custos, rever uma regra depois de tão pouco tempo e tendo em conta toda discussão feita antes de sua edição.

Há dois motivos para a decisão, sendo que um parece ser mais fácil de entender – e de explicar – para os membros da diretoria do Iasb. O órgão está discutindo neste momento um pronunciamento para o setor de seguros e chegou à conclusão de que haveria um descasamento na forma de mensuração dos ativos e passivos das seguradoras se o IFRS 9 fosse mantido. Uma mudança poderia resolver o caso.

Mas outro ponto que está por trás da revisão é a intenção de aproximar o pronunciamento da regra que os EUA pretendem criar sobre o tema. Sem uma revisão da forma como o IFRS 9 está escrito hoje e diante do entendimento dos americanos sobre a questão, a chance de se chegar a uma convergência nas regras de instrumentos financeiros é praticamente nula.

Apesar de verem como positivo o alinhamento com os EUA, alguns membros do Iasb sugerem que isso não deve ser feito a qualquer preço. Eles rejeitam fazer mudanças que levem a regra nova a parecer com a atual, considerada mais complexa e que já deu problemas no passado. E também não querem adiar ainda mais a data obrigatória do novo pronunciamento – o que pode ocorrer se eles tiverem que refazer o trabalho todo ou esperar uma decisão americana.

“Vejo que vocês temem que a gente caia num processo sem fim, de rediscutir toda a norma. Mas deixamos bem claro que isso não deve acontecer. Precisamos ter a certeza de que somos os mestres da nossa própria agenda e do nosso ritmo de trabalho”, disse o presidente do Iasb, Hans Hoogervorst, ao fim da sessão.

Fonte: Fernando Torres, Valor Economico

Olympus 4

Autoridades japonesas dizem que pelo menos US$ 4,9 bilhões não foram contabilizados num escândalo financeiro na Olympus e estão investigando se boa parte desse dinheiro foi para companhias relacionadas ao crime organizado.


Num memorando preparado por investigadores que circulou numa reunião recente das autoridades da Comissão de Vigilância das Bolsas de Valores do Japão, o escritório da promotoria de Tóquio e o Departamento e Polícia Metropolitana de Tóquio, as autoridades dizem que estão tentando determinar se a Olympus trabalhou com sindicatos do crime organizado para ocultar bilhões de dólares em prejuízos passados com investimentos, e depois pagou-lhes uma soma exorbitante por seus serviços.


O memorando - do qual o New York Times obteve uma cópia de uma pessoa próxima das investigações oficiais - parece vincular pela primeira vez os prejuízos da Olympus a grupos do crime organizado.


Ele também sugere que os investigadores acreditam que os pagamentos ilícitos da Olympus foram muito além do cerca de US$ 1,4 bilhão em comissões de fusão e pagamentos de aquisição que ficaram sob recente escrutínio, fazendo do caso um dos maiores escândalos da história corporativa do Japão.


Investigação interna


A Olympus, fabricante de aparelhos médicos por imagens e de câmeras digitais, anunciou recentemente que uma investigação interna havia revelado que a companhia usou uma série de aquisições deficitárias para ocultar prejuízos com investimentos nos anos 90, mantendo esses prejuízos fora dos livros durante décadas. A Olympus disse a um painel de especialistas independentes que ainda está contabilizando os números das perdas.


A companhia disse que todas as transações foram para mascarar prejuízos. Ela negou rumores de que tentou contratar notórios sindicatos do crime organizado do Japão, conhecidos como Yakuza, para ajudá-la a orquestrar o encobrimento.


Mas, segundo o memorando dos investigadores, a Olympus fez pagamentos que ultrapassam muitas vezes os prejuízos que buscava ocultar, e os investigadores suspeitam que boa parte do dinheiro adicional foi para grupos criminosos.


A Olympus gastou um total de 481 bilhões de ienes, ou US$ 6,25 bilhões, em pagamentos de aquisições, investimentos e honorários de consultoria questionáveis de 2000 a 2009, segundo o memorando, mas somente 105 bilhões de ienes receberam baixa ou foram contabilizados de alguma outra forma em suas declarações financeiras. Isso deixa 376 bilhões de ienes, ou US$ 4,9 bilhões, não contabilizados, segundo o documento.


Crime organizado


O memorando diz ainda que os investigadores acreditam que mais da metade dessa quantia foi canalizada para sindicatos do crime organizado, incluindo o maior do país, o Yamaguchi Gumi. O documento não deixa claro se a Olympus sabia desses vínculos, mas se isso for confirmado, uma associação com o crime organizado poderá provocar a retirada das ações da Olympus da Bolsa de Valores de Tóquio, pelas regras da bolsa.


O memorando sugere que a Olympus pode ter sido coagida pelo crime organizado, que sabia das fraudes ou ajudou nos encobrimentos anteriores, canalizando quantias cada vez maiores para fora da empresa.


"A Olympus foi explorada sobre seus encobrimentos, totalizando perdas de 50 bilhões de ienes, e desde 2000, mais de 200 bilhões de ienes desapareceram na economia subterrânea", diz o memorando.


Dirigentes da Olympus disseram na quinta-feira que não tinham nada a comentar de imediato. Em 26 de outubro, quando perguntado sobre a possibilidade do envolvimento de "forças antissociais" no escândalo, um eufemismo para crime organizado, o presidente da Olympus, Shuichi Takayama, disse: "Eu não reconheço absolutamente isso". Até agora, três diretores da empresa foram dispensados ou se demitiram.


Os problemas com as aquisições da Olympus foram ventilados pela primeira vez em agosto na revista japonesa Facta. O escândalo se aprofundou em outubro, depois que a Olympus demitiu seu presidente executivo, Michael C. Woodford, que disse ter sido destituído após questionar o conselho da companhia sobre alguns pagamentos.

Olympus pode ter ligação com a máfia - Investigações sobre fraudes contábeis na companhia japonesa apontam para possíveis pagamentos ao crime organizado no Japão - Estado de S Paulo - 18 de novembro de 2011

Olympus 3

No centro da ação da Olympus está uma técnica que já foi comum no Japão para ocultar prejuízos, chamada tobashi, que os reguladores financeiros japoneses toleravam antes de coibi-la no fim dos anos 90.


O esquema permitia que as companhias ocultassem prejuízos sobre ativos podres vendendo esses ativos para outras empresas, para depois recomprá-los mediante pagamentos, com frequência disfarçados em honorários de consultoria ou outras transações, quando as condições de mercado ou de lucratividade melhorassem.


O memorando dos investigadores japoneses historia os esforços da Olympus para saldar seus prejuízos anteriores com pagamentos camuflados como aquisições e honorários de consultoria supostamente afins para comprar companhias que pareciam ter pouca relação com suas atividades principais.


O documento confirma algumas informações previamente noticiadas pelo New York Times, segundo as quais boa parte dos pagamentos dos negócios foi feiro por meio da empresa de consultoria de gestão Global Company, chefiada por NobumasaYokoo, um ex-banqueiro do banco de investimento Nomura.


Segundo novas reportagens, o memorando também ajudou a arranjar esses acordos a ITX, uma empresa adquirida pela Olympus em 2003 e anteriormente chefiada pelo irmão mais velho de Yokoo, Akinobu Yokoo.


Ele é presidente de uma empresa de peças e serviços de aviação, a Jalux, que informou na quinta-feira que Yokoo não estava acessível para comentar.


Os escritórios de Tóquio da Global Company foram desocupados no começo de outubro.


Em outra companhia pertencente a Yokoo, um homem que se identificou somente como "Yamamoto" disse que Yokoo não era visto "fazia algum tempo" e havia dado instruções "para não falar com estranhos" sobre a Olympus.


Ninguém atendeu a campainha em seu endereço pessoal registrado em Tóquio, uma mansão protegida por cercas e câmeras.

/TRADUÇÃO DE CELSO PACIORNIK - Empresa tinha esquema para ocultar prejuízos - Estado de S Paulo

Olympus 2

A Olympus, fundada há 92 anos, tem a sua disposição caixa suficiente para continuar operando em meio às investigações sobre esquemas para ocultar perdas com investimentos, disse ontem o presidente da companhia, Shuichi Takayama.


"Continuamos concentrados em nosso trabalho e nossas responsabilidades. Nossa tesouraria vai cuidar das questões financeiras", escreveu Takayama na intranet da companhia, fornecendo depois uma cópia para a Bloomberg. Takayama disse que hospitais estão solicitando detalhes sobre o escândalo antes de se comprometerem com encomendas e que um hospital cancelou uma compra.


A fabricante japonesa de câmeras e maior produtora de endoscópios do mundo, que está sendo investigada por irregularidades contábeis por autoridades japonesas, britânicas e americanas, reuniu-se na quarta-feira com funcionários de instituições financeiras em Tóquio para pedir apoio a elas. Takayama escreveu que a Olympus "conseguiu a simpatia" de várias dezenas de instituições financeiras na reunião.


Os três maiores bancos do Japão tinham em 31 de março empréstimos combinados de longo prazo pendentes na Olympus de 235,2 bilhões de ienes (US$ 3,1 bilhões), segundo demonstrações financeiras divulgadas pela companhia de Tóquio em 29 de junho. Os empréstimos de longo prazo da Olympus cresceram para 527 bilhões de ienes nos últimos cinco anos, quando o ex-presidente do conselho de administração Tsuyoshi Kikukawa fez aquisições que incluíram a oferta hostil do Gyrus Group por US$ 2,1 bilhões.


Na semana passada, a Olympus disse que ocultou perdas com investimentos na década de 1990, usando comissões infladas pagas a consultores na aquisição da Gyrus - uma fabricante de equipamentos médicos - em 2008 e na compra de três outras companhias no Japão.


A Olympus informou ter contabilizado um lucro operacional inferior no primeiro semestre fiscal, comparativamente a igual período do ano passado. A retração se deveu à queda das vendas.


A empresa registrou um lucro operacional de 16,9 bilhões de ienes (US$ 220 milhões) no período de seis meses encerrado em 30 de setembro, comparativamente aos 19,8 bilhões de ienes do mesmo semestre do ano passado, segundo relatório encaminhado pela fabricante aos bancos credores na quarta-feira e divulgado ontem por meio da Bolsa de Tóquio.


A companhia isse que pretende divulgar seus resultados completos do segundo trimestre fiscal em 14 de dezembro, depois que o relatório for revisado pela auditoria.


Na semana passada, a empresa foi colocada sob observação para um possível cancelamento do registro pela Bolsa de Tóquio, depois de declarar que descumpriria o prazo para encaminhar os resultados. Durante o primeiro semestre fiscal, a companhia registrou 416 bilhões de ienes em vendas, comparativamente aos 419 bilhões de ienes do mesmo período do ano fiscal anterior, segundo o relatório.


A Nippon Life Insurance, maior acionista da Olympus, e sua subsidiária Nissay Asset Management reduziram a participação acionária conjunta na Olympus de 8,18% para 5,11%, segundo documento encaminhado ontem ao Ministério da Fazenda do Japão.


Para o diretor aposentado Koji Miyata, a Olympus deveria reconduzir Michael C. Woodford ao cargo de diretor para reconstituir a confiança perdida depois que a companhia reconheceu ter encoberto prejuízos.


Miyata, 70, instaurou o site "Olympus Grassroots" no dia 11 e tem atualmente pelo menos 356 pessoas registradas como adeptas da ideia, entre os quais alguns funcionários da ativa, disse ele. Miyata, que conhece Woodford há 25 anos, disse que não contatou o ex-principal executivo a respeito do site.


Woodford foi demitido como presidente e principal executivo em 14 de outubro, depois de ter entrado em confronto com o conselho de administração sobre pagamentos superdimensionados feitos aos prestadores de assessoria para a aquisição do Gyrus Group.


"Quero o apoio dos funcionários para que a direção possa reconduzir Woodford ao cargo", disse Miyata, que foi diretor da Olympus de 1995 a 2006, em entrevista concedida em Tóquio na quarta-feira. "Ele foi o único que agiu corretamente como diretor quando surgiram todas as denúncias."


A Olympus perdeu cerca de 70% de seu valor de mercado desde a demissão de Woodford. O Hospital da Universidade Okayama decidiu cancelar a compra de um endoscópio da Olympus, disse o doutor Yoshiro Kawahara, juntando-se à Southeastern Asset Management e a outros acionistas nas críticas à governança da empresa.


"Minha impressão é que a Olympus fez um giro de 180 graus", disse Kawahara em entrevista por telefone na quarta-feira. "Agora é uma empresa horrível para mim."


A Baillie Gifford e a Harris Associates estão entre os investidores que pedem a volta de Woodford. A Southeastern Asset, detentora de cerca de 5% do capital da Olympus, disse no dia 8 que os membros do conselho de administração da companhia deveriam pedir demissão imediatamente e que deveria ser convocada uma assembleia geral extraordinária dos acionistas.

Fonte: Valor Econômico - Olympus diz ter caixa para manter operação - Mariko Yasu, Takashi Amano e Chris Cooper | Bloomberg, de Tóquio ((Colaborou Kazuyo Sawa)

Olympus

tinha comentado anteriormente (postagem de 12 de novembro) o texto de Weil sobre os escândalos contábeis. Na sexta saiu o texto traduzido no Valor Econômico (18 nov 2011, via aqui), que apresento abaixo:

Se você por acaso adora acompanhar escândalos contábeis, então possivelmente nunca viu um período tão bom como os últimos meses, encerrado com chave de ouro pelos desdobramentos do desastre na Olympus. Por outro lado, se você trabalha como auditor numa grande firma de contabilidade, ficou muito mais difícil justificar que a sociedade deva valorizar os seus serviços.


O golpe praticado na Olympus era simples, ainda que os meios tenham sido, por vezes, exóticos. A fabricante japonesa de câmeras e endoscópios ocultou prejuízos tratando-os como ativos. Segundo a companhia, assim foi desde os anos 1990. Isso poderia ter permanecido em segredo, caso o executivo da Olympus, um britânico chamado Michael C Woodford, não tivesse feito pressão internamente para resolver o assunto, em resposta a uma reportagem de uma revista japonesa sobre alguns dos negócios menos ortodoxos da companhia. O conselho de administração da Olympus reagiu demitindo Woodford, apenas seis meses no cargo. Agora, vemos que suas advertências sobre as finanças da empresa estavam certas.


Onde estavam os auditores? Embora ainda não conheçamos a plena extensão do que eles sabiam e quando, basta ver quem eram os auditores externos para saborear o fascínio da história.


A auditoria da Olympus na década de 1990 era a afiliada japonesa da Arthur Andersen, à época uma das chamadas "Cinco Grandes" firmas de contabilidade. Depois que a Andersen entrou em colapso em 2002, a KPMG adquiriu sua operação no Japão, que atuava sob o nome de Asahi & Co, e assumiu a auditoria da Olympus. A KPMG permaneceu como auditora até 2009. A Olympus passou a usar os serviços da Ernst & Young no fim daquele ano.


Desse ângulo, parece que os fantasmas de Andersen ainda estão assombrando os corredores empresariais. A firma foi indiciada em 2002 devido a sua conduta como auditora da Enron, empresa americana de energia, no que equivaleu a sua sentença de morte. Na esteira desses acontecimentos, grandes fraudes contábeis vieram à tona em muitos dos ex-clientes da empresa - uma lista de nomes onde compareceram a WorldCom, Dynegy, Qwest, Freddie Mac e Refco. A Olympus parece estar a caminho de entrar para a mesma lista. Foi necessária apenas cerca de uma década a mais para os problemas emergirem.


O "Financial Times" informou no mês passado que a KPMG efetivamente levantou em determinado momento algum questionamento sobre a contabilidade da Olympus. Nenhuma divergência entre a KPMG e a Olympus foi divulgada publicamente, embora saiba-se agora que houve divergências, segundo um artigo, em 4 de novembro, no jornal britânico "Daily Telegraph".


A Ernst & Young também não levantou quaisquer problemas.


O mais recente relatório de auditoria da E&Y, firmado em 29 de junho, observou que a firma auditou as demonstrações financeiras da Olympus apenas para os anos fiscais de 2010 e 2011, e que os livros da empresa referentes a 2009 foram examinados "por outros auditores", que apresentaram um parecer sem ressalvas". Agora, tanto a Ernst & Young como a KPMG estão numa saia justa.


Podemos ouvir ecos de escândalos passados também no colapso da MF Global Holdings, construído em parte por meio de uma aquisição dos ativos da Refco em 2005, depois que a corretora de futuros faliu naquele mesmo ano. Os espectadores do escândalo Enron podem recordar, por exemplo, que os executivos da empresa de Houston não tinham como controlar a quantidade de dinheiro que a companhia tinha em determinado momento. Após as falências da Enron e da WorldCom, o Congresso aprovou em 2002 uma lei exigindo que os altos executivos certificassem a eficácia dos controles internos de suas empresas sobre seus relatórios financeiros. Relatórios de auditores sobre os controles internos tornaram-se também uma exigência.


A PricewaterhouseCoopers, auditoria externa da MF Global, disse em maio, que os controles MF estavam em ordem, e que tudo estava bem também com Jon Corzine, à época executivo-chefe da MF. Se essas afirmações estavam corretas é algo agora em questão. Mais de uma semana após a MF ter pedido concordata, há ainda cerca de US$ 600 milhões de clientes desaparecidos sem causa definida.


Então, no mês passado, houve a implosão do Dexia, gigantesco banco franco-belga que recebeu um socorro do governo para evitar seu colapso. Em março, o Dexia recebeu um parecer positivo da afiliada belga da Deloitte & Touche. O mercado finalmente percebeu que seu balanço era uma farsa.


São tantas as grandes companhias que sofreram colapsos após terem sua contabilidade aprovada pelas Quatro Grandes firmas de auditoria que muita gente considera seus pareceres uma piada. Afinal de contas, é o cliente quem paga as auditorias. (Opa, nenhum conflito nisso!) Há décadas as agências fiscalizadoras vêm tentado descobrir maneiras de contornar essa falha fundamental no modelo de negócios do setor, colocando em vigor todo tipo de regras exigindo que os auditores sejam "independentes", por mais tola que essa noção possa, por vezes, parecer. Apesar disso tudo, continuam assomando novas ondas de escândalos contábeis,.


No entanto, o próximo passo lógico - tirar da profissão contábil a sua galinha de ouro, tornando as auditorias voluntárias, em vez de obrigatórias, para as empresas de capital aberto -, sempre pareceu uma péssima ideia, porque seria praticamente um convite para mais fraudes. Nem há muito apetite para que terceiros, como governos nacionais, paguem pelas auditorias nas empresas. Os resultados provavelmente não seriam melhores.


Pelo menos, o público pode deleitar-se com o valor de entretenimento em todos esses escândalos. Pode não haver fiapos de otimismo quando tanta riqueza e tantas vidas são destruídas, mas é algo capaz de nos distrair da conclusão óbvia de que estamos atados, por ora, a um sistema que, muito frequentemente, não funciona.


O maior temor para o cartel das Quatro Grandes deve ser que os investidores um dia fiquem tão fartos, que exijam uma mudança total no status quo, por concluir que nada têm a perder. Ainda não chegamos a esse ponto, mas poderemos. Se as auditorias não conseguirem descobrir uma forma de reincutir valor em seu produto mais básico, até mesmo soluções horríveis poderão começar a parecer melhorias substanciais.

Judiciário

Um estudo realizado por dois economistas derruba a tese de que as decisões do Judiciário são mais favoráveis ao devedor. A pesquisa "Pró-devedor ou Pró-credor? Medindo o Viés dos Juízes Brasileiros" analisou 1.687 decisões do Superior Tribunal de Justiça (STJ) e mostra que em 53,6% dos casos os vencedores foram os credores. Em disputas contra empresas, por exemplo, as instituições financeiras saíram vitoriosas em 70% das decisões.


A pesquisa, dos economistas Luciana Luk-Tai Yueng e Paulo Furquim de Azevedo, avaliou decisões entre 1998 e 2008. Eles queriam verificar se realmente existiria uma tendência pró-devedor - apresentada sistematicamente como uma das causas dos spreads elevados no Brasil. Apesar de não haver esse favorecimento, outros dois problemas foram apontados como prejudiciais ao mercado de crédito: o tempo de tramitação do processo e as divergências de entendimentos entre as instâncias. Segundo a pesquisa, 54,3% das decisões foram reformadas total ou parcialmente pelo STJ. 


É interessante que a pesquisa concentrou na última instância, onde a atividade lobista talvez seja mais efetiva. Veja que as decisões contras as instituições financeiras representam 30% dos casos. Sabe-se que estas entidades possuem uma despesa significativa com bancas de advocacia de qualidade.

21 novembro 2011

Rir é o melhor remédio

Fonte: Aqui

Europa x Big Four

Segundo o The Telegraph, o relatório do comissário Michel Barnier sobre o setor de auditoria sofreu um atraso. Barnier tinha planos de divulgar na quarta um relatório sobre a quebra do oligopólio das quatro grandes empresas de auditoria (foto). O novo prazo é 30 de novembro e o atraso se deve a crise do euro.

Para as grandes empresas o atraso pode ser útil para tentar mudar o foco das reformas propostas. Segundo o presidente da Price, publicado no jornal inglês, as propostas poderiam aumentar os custos num momento onde existe muita turbulência financeira.

A ideia central de Barnier é dividir a auditoria em pelo menos duas empresas, a chamada auditoria especial conjunta.

Que economia está pior, a dos EUA, Europa ou China?

Ian Bremmer e Nouriel Roubini Especial para The Wall Street Journal

Não admira que os mercados globais estejam tão nervosos. As três maiores economias do planeta não podem continuar pelo mesmo rumo de suas trajetórias atuais, e todo mundo sabe disso. Os investidores procuram nervosamente sinais de que a China está caminhando para um desaquecimento brusco, que os Estados Unidos vão afundar de novo na recessão, e que a zona do euro vai simplesmente implodir.

Nos três casos, empurrar com a barriga tem mitigado o desastre até agora, mas a tarefa está cada vez maior e mais pesada. Qual economia será a primeira a tropeçar nos seus problemas?

Na Europa, as decisões mais difíceis foram adiadas porque os principais protagonistas não concordam sobre como e por que os problemas começaram. A Alemanha e outros países mais ricos põem a culpa na farra de gastos da Grécia, Portugal e Itália, e temem que um resgate concedido logo venha aliviar a pressão sobre esses perdulários para que mudem seu comportamento. Os países devedores, por sua vez, julgam que toda a zona do euro está fora de equilíbrio e que os países mais prósperos como a Alemanha deveriam exportar menos e consumir mais, para endireitar a situação.

Outros europeus dizem que uma moeda comum não pode sobreviver indefinidamente quando a política monetária é administrada por uma entidade central, mas cada governo decide quanto cobrar de impostos e quanto gastar. Outros ainda alertam que o acesso ao mercado de capitais exige algum tipo de seguro coletivo, de preferência sob a forma de um título em euros. Não surpreende que a Alemanha resista a essa solução, pois implica uma transferência gradual da riqueza das economias mais fortes para a periferia do euro, uma "união de transferência" dos países ricos para os mais pobres.

No entanto, outro ponto de vista europeu sustenta que os planos de austeridade agora concebidos pela Alemanha e o Banco Central Europeu são piores do que a própria doença. O continente precisa de crescimento, não apenas de reformas e de um aperto de cintos, argumentam eles, e apenas uma onda de estímulos em toda a área do euro pode conseguir isso.

Os 17 países e quatro instituições europeias agora enredados na crise do euro vão continuar empurrando com a barriga, mas essa procrastinação não pode ser sustentada. Os mercados já estão perdendo a confiança em uma reforma feita em pequenas etapas. As dúvidas sobre a Itália, uma economia grande demais para ser resgatada, só vão aumentar a volatilidade.

A Europa será a primeira a parar de procrastinar e empurrar com a barriga: espere uma moratória desordenada da Grécia, mais problemas para os bancos europeus e uma recessão acentuada em todo o continente.

Na China, a necessidade de reformas econômicas também é óbvia. Já são quatro anos desde que o premiê Wen Jiabao advertiu pela primeira vez que o modelo econômico do país é "instável, desequilibrado, descoordenado e, em última análise, insustentável", e os três anos desde que a crise financeira deixaram claro que o crescimento chinês continua perigosamente dependente das exportações para a Europa, Estados Unidos e Japão.

Para garantir a expansão econômica (e a estabilidade política) de longo prazo, o governo chinês tem que descobrir uma maneira de incentivar os consumidores do país a comprar mais produtos de fabricação local. Isto exigirá uma transferência maciça de riqueza do Estado e das empresas estatais para as famílias do país.

Mas Pequim está rumando para a direção oposta. A liderança reagiu à turbulência dos mercados ocidentais não impulsionando o consumo, mas sim aumentando as despesas estatais e privadas em investimentos fixos, que hoje respondem por quase a metade do crescimento da China. O resultado foi um boom no setor imobiliário residencial e comercial, maiores gastos governamentais em infraestrutura e mais empréstimos baratos dos bancos estatais para empresas estatais.

De fato, um sério obstáculo às reformas é o fato de que a China continua tão investida em seu modelo de capitalismo com gestão estatal. Das 42 firmas chinesas listadas na edição de 2010 da "Fortune 500", 39 eram estatais, e três quartos das 100 maiores empresas de capital aberto do país são controlados pelo governo. Dirigentes do partido que têm interesse no sucesso das estatais acumularam um poder considerável na liderança, e resistem ferozmente aos esforços para transferir a riqueza das estatais para as empresas privadas e os cidadãos comuns.

A China tem reservas disponíveis de caixa e moeda estrangeira para adiar a crise. Mas o crescimento do país já está encolhendo, as tensões financeiras estão aumentando, e há boas razões para temer que os dias em que a China ainda poderá empurrar com a barriga também já estão contados.

E com isso, sobram os Estados Unidos.

Ninguém pode restaurar a confiança na saúde fiscal americana de longo prazo sem um plano com credibilidade para cortar os gastos com benefícios governamentais e com a defesa, e ao mesmo tempo aumentar as receitas, que estão agora no ponto mais baixo em 60 anos como proporção do PIB. Mas que não se espere nenhuma solução imediata de Washington. A atual campanha presidencial só vai exacerbar o partidarismo mesquinho e o impasse político, ou seja, os problemas estruturais da economia norte-americana tendem a persistir.

Mas a longo prazo, o futuro parece muito mais brilhante para os EUA do que para a Europa ou China. Os Estados Unidos ainda são o líder em tecnologia de ponta, do tipo que expande o potencial econômico de um país a longo prazo, desde energias renováveis e aparelhos médicos até a nanotecnologia e computação na "nuvem". Com o tempo, essas vantagens trarão um crescimento econômico mais robusto.

Os EUA também têm uma vantagem demográfica. Na Europa, a queda nas taxas de natalidade e o crescente sentimento contra a imigração indicam que a população vai diminuir em até 100 milhões de pessoas até 2050. Na China, graças em parte à política do filho único, a população economicamente ativa já começou a se contrair. Em 2030, cerca de 250 milhões de chineses terão passado dos 65 anos, e proporcionar-lhes pensões e assistência médica será muito caro.

Apesar do debate sobre a imigração ilegal, a população americana provavelmente aumentará de 310 milhões para cerca de 420 milhões até meados do século. Entre 2000 e 2050, segundo cálculos de Mark Schill, do Praxis Strategy Group, a força de trabalho americana deve crescer 37%. Enquanto isso, a chinesa vai diminuir em 10% e a europeia em 21%.

Por fim, apesar da crescente exasperação do público americano, os EUA têm muito mais probabilidade do que a Europa ou a China de parar de empurrar as coisas com a barriga. Nada vai mudar muito em 2012, ano da eleição presidencial, mas 2013 abre a oportunidade de uma verdadeira reforma fiscal.

No próximo mês de novembro os republicanos provavelmente ganharão o controle das duas casas do Congresso. Se um republicano for eleito presidente, o Partido Republicano enfrentará uma enorme pressão pública para implementar as reformas prometidas. Mesmo se o presidente Obama for reeleito, a perspectiva de um grande acordo é promissora. Ele estará liberado das demandas políticas imediatas e, tal como outros presidentes em segundo mandato, Obama poderá começar a considerar o seu legado presidencial.

Que ninguém se engane: os desafios diante dos EUA são formidáveis, e um impasse político persistente pode atrasar as reformas fiscais e estruturais muito necessárias. Mas tudo é relativo, e neste momento a melhor aposta é sem dúvida os Estados Unidos.

Bremmer é presidente do Eurasia Group e autor de "The End of the Free Market" (O fim do livre mercado, em tradução livre). Roubini é presidente da Roubini Global Economics e professor da faculdade de Administração Stern, da Universidade de Nova York.

Pesquisas brasileiras publicadas em inglês

Recentemente terminei de ler o livro “Pérolas da Redação Científica”, de Gilson Volpato (ed. Cultura Acadêmica) que me foi indicado pelo professor Cláudio Santana, a quem agradeço.

As pérolas, como aponta Volpato, são equívocos transmitidos constantemente e que atrapalham ao pesquisador alcançar uma ciência de bom nível. Para desenvolver o assunto, o autor menciona as tais “pérolas”, quais as possíveis origens, equívocos teóricos que as envolvem, implicações na prática e a correção, ou qual seria a melhor forma de agir.

O livro é dividido em algumas etapas atrativas: Publicação; Concepção do Artigo; Autoria; Idioma; Estilo de Redação; Projeto de Pesquisa; Título; Resumo; Introdução; Material e Métodos; Resultados; Discussão; Conclusões; Citações; Agradecimentos. Considero que todo professor que orienta trabalhos de conclusão de curso e, especialmente, os que ensinam metodologia de pesquisa deveriam ler essa obra.

Sempre que pertinente comentaremos alguns tópicos. Hoje falaremos sobre um muito curioso, a pérola 28, que afirma que “estudos regionais devem ser publicados em português”. Essa é a pérola – a verdade é que ‘estudos regionais não precisam ser publicados em português’. Acho que muitos de nós sabemos disso, mas é raro encontrar artigos de pesquisadores da nossa área escritos em outras línguas. O mais interessante é que algumas universidades oferecem recursos que cobrem os custos de tradução – verifiquem na sua faculdade ou reitoria. Na UnB, por exemplo, existem editais publicados pelo Decanato de Pesquisa e Pós-Graduação (DPP) que cumprem essa e outras funções.

A CAPES exige que os professores publiquem certa quantidade de trabalhos, que o programa de pós-graduação alcance certo nível para que a avaliação seja boa. Todavia, é complicado publicar apenas no Brasil. Os periódicos são escassos, especialmente os que pontuam mais. O tempo de avaliação é longo, podendo chegar a dois anos entre o momento em que o trabalho é submetido até ser efetivamente publicado. Porque não investir na internacionalização das nossas pesquisas? Na disseminação do conhecimento que é desenvolvido aqui, mas que nunca chega aos maiores centros de discussão mundiais?

Cito um ótimo exemplo para nos inspirar (enviado por Luciana Ikuno, a quem agradeço):

Disclosure and cost of equity capital in emerging markets: The Brazilian case
Alexsandro Broedel Lopes, Roberta Carvalho de Alencar
The International Journal of Accounting 45 (2010) 443–464

Tenham uma ótima leitura!

Transformador

Abaixo, um trecho de um reportagem publicado domingo no Estado de S Paulo. Parece cômico, mas não é:

As três horas que os clientes da Light, no Rio, ficaram sem luz em dezembro do ano passado já custaram R$ 275 milhões aos consumidores do Sudeste e Centro-Oeste. Essa fatura, já repassada às contas de luz, é consequência da falta de um transformador na subestação do Grajaú, de Furnas, avaliado em R$ 12 milhões. Ou seja: o valor pago pelos clientes foi 23 vezes maior do que o investimento necessário para comprar o equipamento.


A falta desse transformador deixou o sistema que atende o Rio vulnerável, sobretudo no verão, quando aumenta a demanda de energia. Para evitar novos apagões por sobrecarga, foi ligada a termoelétrica Barbosa Lima Sobrinho, da Petrobrás. O custo médio mensal para acionar a usina é de R$ 25 milhões.


Levantamento do mercado obtido pelo Estado mostra que o maior valor mensal pago até agora foi em janeiro (R$ 45,7 milhões). Nos três primeiros meses do ano, a fatura chegou a R$ 104,8 milhões. A despesa total, que atingiu R$ 275 milhões em setembro, foi rateada na conta de luz dos consumidores do Sul e Centro-Oeste sob o nome de Encargos de Serviços do Sistema (ESS). E a fatura pode aumentar se o transformador não for reposto até dezembro.


O valor pago pelos ESS encarece o megawatt/hora em R$ 8, revela uma fonte do setor. "É um custo pela incompetência de uma empresa", critica a fonte. A conta é repassada a consumidores residenciais, comerciais e industriais. "Quando Furnas comunicou o ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico) o problema, foi ligada a termoelétrica Barbosa Lima Sobrinho e não desligaram mais", disse a fonte.

Dívida Externa do Brasil

O gráfico mostra a dívida externado Brasil, desde 2000, em bilhões de dólares. Desde 2007 a dívida vem crescendo de forma constante. Este crescimento decorre do financiamento externo do setor privado e transferências de fundos de investimentos.

Custo do Kindle


Para cada tablet Kindle Fire que vende, a Amazon recebe praticamente o mesmo valor que gastou para produzi-lo, estimou a consultoria IHS iSuppli, ressaltando a agressividade com a qual a empresa tenta controlar o custo de um dispositivo que encabeça a sua incursão no mercado de tablets.


O Fire, de US$ 199, é vendido por menos da metade do preço do iPad mais barato da Apple e tem o objetivo de ser uma "máquina de vendas" para músicas, vídeos e livros vendidos pela Amazon na internet.


O custo total de componentes do aparelho totaliza US$ 185,60. Somado ao custo de montagem, o preço sobe para US$ 201,70, estimou a IHS iSuppli.


Fonte; Folha de S Paulo

20 novembro 2011

Rir é o melhor remédio


Um domingo "escandalosamente feliz" para os leitores !
(Via aqui)

Natura integra projeto global para relatório mais transparente



A forma como a Natura se comunica com seus investidores será tomada como exemplo na criação de um modelo global de relatório que integre informações financeiras e não financeiras. A empresa é umas das 50 companhias, ao lado de Nestlé, Microsoft, Coca-Cola, Tata, entre outras, que farão parte de um projeto piloto do Comitê Internacional para Relatórios Integrados (IIRC, na sigla em inglês) para testar a nova abordagem, cujo principal objetivo é dar pistas sobre o futuro do negócio.

A Natura adota o relatório único, com dados financeiros e de sustentabilidade, desde antes da abertura de capital, em 2004, conta Roberto Pedote, o vice-presidente de finanças, jurídico e de tecnologia da informação. "Quando a empresa se comunica, ela procura abordar os diversos aspectos do negócio, não só os financeiros, como sua relação com a sociedade e o meio ambiente", diz.

Na visão do presidente do conselho do IIRC, Mervyn King, a Natura só faz isso porque a preocupação com a sustentabilidade do negócio está incorporada na gestão da companhia, desde o processo de produção. Pedote conta que toda decisão na companhia passa por uma avaliação de impacto não só financeiro, mas também na sociedade, como no caso da abertura de uma comunidades de fornecedores na Amazônia, ou no meio ambiente, quando da fabricação de uma nova linha de produtos.

Mas o trabalho não está terminado. Pedote cita, por exemplo, a necessidade de a comunicação das informações não financeiras ser feita com um olhar prospectivo. De maneira geral, diz, o relatório hoje trata do passado. Outro aspecto é integrar, de fato, os balanços financeiro e socioambiental, como pretende o IIRC. É aí que começa um dos desafios.

O primeiro passo é integrar as equipes, a fim de alinhar o discurso, segundo o professor Nelson Carvalho, da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo, que também faz parte do IIRC. Enquanto o relatório financeiro é feito pela controladoria ou diretoria de finanças, o de sustentabilidade é feito pelo marketing, cujo mandato é vender a companhia. No relatório integrado, exemplifica, se o balanço financeiro mostrar um passivo ambiental ou trabalhista, a empresa vai ter de se explicar.

As companhias também poderão fazer conexões entre medidas gerenciais adotadas, por exemplo, para reduzir a emissão de poluentes e o reflexo disso no caixa. "Hoje, esse 'link' não é relatado", diz Carvalho. O professor conta ainda que a ideia é trabalhar não só com fatos, mas também com premissas - auditadas - e projeções para todas as atividades da empresa, incluindo as que afetam colaboradores, sociedade e ambiente. A nova contabilidade já incorpora uma visão prospectiva, porque traz o conceito do valor justo. Mas o desafio, diz o professor, é encontrar a ligação entre informações qualitativas e quantitativas.

"O valor contábil de uma empresa como a Natura nunca será igual ao valor econômico", afirma King, do IIRC. Segundo ele, não dá para colocar na conta ou avaliar ativos intangíveis, como boa reputação e governança, empregados orgulhosos e motivados. Mas King ressalta que a Natura tem consumidores satisfeitos e uma imagem de empresa que explora os recursos naturais de forma sustentável, o que tem impulsionado seu crescimento econômico.

Toda essa cultura da Natura, acrescenta Pedote, traduz-se numa marca valiosa. Mas colocar isso numa conta é perigoso, explica o executivo, uma vez que abre espaço para um "trade off" [negociação] de princípios. Do ponto de vista do investidor, diz, quando mais de uma empresa estiver adotando o relatório integrado, será possível compará-las para tomar uma decisão.

Pedote reconhece que a boa reputação da companhia não se reflete necessariamente no desempenho das ações da companhia. "Tem investidor que está conosco desde a abertura de capital, porque acredita no valor da empresa", diz. Para King, do IIRC, quem tem esse olhar não é operador, mas o investidor que aposta no negócio, na companhia e quer saber se ela vai sobreviver.

O relatório piloto da Natura, assim como o das outras empresas, servirá de base para um modelo padrão, juntamente com as sugestões que estão sendo colhidas em audiência internacional liderada pelo IIRC até o dia 14 de dezembro. A ideia, conta o professor Carvalho, é chegar no formato final até o fim de 2012 para então levar a proposta ao G-20, a fim de legitimá-la. "Mas isso é apenas o começo de uma jornada que pode levar 20 anos para se transformar em normas", diz.


Fonte: Alessandra Bellotto De São Paulo
Valor Econômico 14/11/11

Leia o post: Divulgação de informações não financeiras

19 novembro 2011

Rir é o melhor remédio

Diante dos prédios do Citi, Bank of America, Goldman Sachs e AIG, trocadilho com "Too Big to Fail" (Muito grande para falir) e "Too Big to Jail" (muito grande para prisão)

Home Equity



A notícia de que sua filha Camila havia sido aprovada para o doutorado em química na Universidade da Califórnia em Berkeley, nos EUA, chegou como uma grande alegria e uma preocupação para a enfermeira Monica Cases da Silveira, 47.

Embora a estudante fosse contar com uma bolsa de estudo, muitos gastos referentes à viagem e à estadia no exterior deveriam ser cobertos pela família, que, entretanto, não dispunha do dinheiro.

Depois de pesquisarem as alternativas de crédito disponíveis, Monica e o marido, Cid, optaram por usar o apartamento em que vivem, em São Paulo, como caução para emprestar R$ 50 mil.

“Nós ficamos apreensivos, porque se trata do nosso único bem. Mas vimos que os juros eram muito menores do que os cobrados nas demais opções. Pareceu-nos a melhor solução”, afirma a mãe, que em julho embarcou a filha para a temporada de estudos nos EUA.

Pouco conhecida no país, essa modalidade de empréstimo que aceita casas, terrenos e até salas comerciais em garantia está crescendo notavelmente como uma fonte mais barata de recursos para a realização de projetos pessoais e a abertura e a ampliação de pequenos negócios.

Enquanto os grandes bancos cobram juros mensais a partir de 2,5% no crédito pessoal, as taxas do empréstimo com garantia de imóvel vão de 1,4% a 1,6% (veja quadro).

Os clientes também recorrem a esse tipo de operação para dar entrada em imóvel na planta e, assim, esperar que fique pronto enquanto continua morando no antigo.

E todos aproveitam para incluir na quantia solicitada valores de outras dívidas caras, como a do cartão de crédito e a do cheque especial.

PRÓS E CONTRAS

“Esse produto não foi lançado exatamente como um substituto do crédito pessoal tradicional, e sim para permitir que o brasileiro usufrua do seu patrimônio sem precisar se desfazer dele”, explica Elyseu Mardegan Junior, diretor da BM Sua Casa, financeira especializada na ferramenta.

A carteira da empresa deve fechar 2011 em R$ 1,5 bilhão, um aumento de cinco vezes ante os R$ 300 milhões de dois anos atrás.

Contudo esse empréstimo não é adequado para todas as situações, levando-se em conta que a transação é de longo prazo -no mínimo cinco anos- e compromete uma propriedade importante.

“Não se recomenda quando se tem o objetivo de resolver uma emergência ou de custear despesas cotidianas”, alerta Humberto Teófilo, superintendente da Caixa Econômica Federal, que viu esse crédito se multiplicar por 20, passando de R$ 70 milhões para R$ 1,7 bilhão, entre o final de 2009 e este ano.

O interessado também precisa realizar um planejamento cuidadoso para se certificar de que terá condições folgadas de honrar as parcelas.

Em caso de falta de pagamento, não havendo acordo para um refinanciamento, o imóvel penhorado vai a leilão. Descontado o débito com o banco, a diferença fica com o inadimplente.

A fácil execução da pendência, por causa da mudança do gênero do contrato de hipoteca para alienação fiduciária -que dá a posse do bem para a instituição financeira até a quitação-, ajuda a explicar em parte o atual crescimento da modalidade.

Fonte: Denyse Godoy, Folha de S.Paulo



Só porque você dança bem

Você é competente naquilo que faz, mas por alguma razão outras pessoas são escolhidas em seu lugar? Você conhece seu produto melhor do que qualquer outro, mas vendedores aparentemente inexperientes vendem muito mais? Sua empresa, ou departamento, está implantando novas estratégias e táticas administrativas, mas uma concorrente, aparentemente menos organizada e frágil, está tomando o mercado e sendo muito mais bem sucedida?

Talvez seu problema seja o de estar confundindo ficção com realidade. Na ficção que nos contaram, o importante eram as coisas, estratégias, sistemas, produtos, planilhas, crenças. Na realidade, o importante são as pessoas. Não existe nada sem pessoas.

Não existem vendas – portanto, não existe economia de mercado – não existem casamentos, não existem famílias e, para ser franco, não existe sequer civilização.
Tudo o que você faz, começa e termina em pessoas. Se você tivesse que passar o resto da sua vida com todas as riquezas do universo... sozinho em uma ilha deserta, de que valeria qualquer sucesso?

Você – e eu – precisamos compartilhar o tempo, a vida e as experiências com outras pessoas.

Empresas que se esquecem deste fator, se concentrando somente no balanço do trimestre, acabam soterradas por guerrilheiros dos negócios ou sabotadas por inúmeros funcionários descontentes que, na melhor das hipóteses, entram em "operação padrão".

Você pode ser genial, mas as pessoas gostam de trabalhar com você? (Eu não perguntei se elas gostam de passear com você. Isso é fácil. Perguntei se elas gostam de trabalhar com você). Seus chefes, subordinados e colegas confiam em você como profissional e gostam de trabalhar com você? Se apenas uma dessas perguntas tiver como resposta "não", você ficará abaixo de onde pode chegar. Se não gostam de estar com você, se notam que você as vê somente como um instrumento (para gerar vendas, por exemplo), o primeiro vendedor "amigo" que aparecer vai tomar seu cliente. Para sempre. Seus funcionários veem você como um líder, ou como um analista, que corta pessoal sem se preocupar com a "moral" das tropas. Alguém em quem não podem confiar?

Agora, deixe-me esclarecer um ponto. Isso não significa que você deva ser "amigo" de todos, ou um bajulador. Seja você mesmo. Sempre. Dá menos trabalho!

Faça o que tem que ser feito. Mas, se você não é parte da solução na empresa, na família, no romance, no clube ou na sociedade, então você é parte do problema.
E se este é seu caso, cuidado: problemas não são convidados para subir na empresa. Problemas não são bem vindos ao casamento. Problemas não são eleitos. Problemas são e-v-i-t-a-d-o-s, mesmo que inconscientemente. '

Seja a solução, concentrando-se nas pessoas. O que elas realmente buscam? Do que precisam? O que querem?

Você deve buscar a competência técnica, claro. Mas não precisa ser perfeito como um robô, porque somente pessoas avançam. Robôs a gente constrói, ou desliga. E o único modo de pessoas avançarem com lastro duradouro é quando são apoiadas por outras pessoas. Você é apoiado por outras pessoas?

Em outras palavras, depois da sua competência técnica, seus relacionamentos são a fonte mais importante para o seu futuro, em todos os níveis.

Seja na carreira, na família ou na sociedade. Por isso, lembre-se do que disse Michael Leboeuf: só porque você dança bem, não significa que vai ser convidado para o baile. E o baile da vida é bem curto. Curto demais. Não espere a última música para entender isso. Tudo começa, e termina, nas pessoas.


Por Aldo Novak

18 novembro 2011

Rir é o melhor remédio

Evolução das Ferramentas

Teste 532


Considere a seguinte notícia sobre o Enem:

O modelo híbrido do Enem alavanca o número de interessados em realizar a prova - neste ano, chegou-se a um número recorde de 5,3 milhões -, mas resulta em um preço alto para a organização e aplicação. A abstenção em 2011 foi menor que a do ano passado, entretanto ainda representa mais de um quarto dos inscritos. Segundo o Ministério da Educação (MEC), 26,4% dos candidatos faltaram - como comparação, esse índice fica em torno de 6 % a 8% em um vestibular como o da Fuvest.


O custo com os faltosos este ano foi de R$ 63,7 milhões - quando calculado um valor de R$ 45 por aluno inscrito. O governo cobra R$ 35 para o aluno fazer a prova, mas 71% são isentos. O contrato de aplicação do Enem teve aumento de 190% em um ano: saltou de R$ 128,5 milhões, em 2010, para R$ 372,5 milhões.

Fonte: Estado de São Paulo

Com base nas informações:
a) Qual o valor da receita obtida pelo governo com o Enem?
b) Como foi obtido o custo dos faltosos?
c) Sabe-se que o contrato de aplicação é de 372,5 milhões. Qual o valor do contrato por aluno?
d) Como o governo cobra R$35 por aluno inscrito, isto significa que o subsídio corresponde ao contrato por aluno menos este valor?


Resposta do Anterior: a) $500 x 10 mil – 4,5 = 500 mil, margem de 10%; b) 1400x 10 mil – 4,5 = 9,5 (margem de 68%); c) 500 x 9 mil – 4,5 = 0; d) 600 x Q – 4,5 = 0 ou Q = 7500


Contas pagas: o que você deve guardar e o que pode jogar fora

Já aconteceu de você receber correspondência de um fornecedor cobrando uma despesa que você sabe que já pagou? Pois é, pagou mas não tem como provar, porque não guardou ou não sabe onde guardou o comprovante?

Para comprovar o pagamento você precisa achar o boleto, a fatura, o extrato bancário, seja qual for a forma de pagamento utilizada. São muitos os comprovantes e os recibos de contas pagas que vão se acumulando, desorganizadamente, em gavetas, envelopes, pastas, bolsas, em casa ou no escritório. Será que estamos guardando os documentos certos? Por quanto tempo temos que guardá-los?

Não há regra única nesse assunto. Alguns documentos devem ser mantidos por prazo bem longo; outros, não. Segundo o Código Civil, cada obrigação contratual tem prazo específico para o credor exigir seu cumprimento. Passado esse período, a dívida prescreve, ou seja, não poderá mais ser cobrada, mesmo que não tenha sido paga.

IMPOSTOS

Carnês de IPTU, declarações do IR e outros documentos devem ser guardados por cinco anos, contados do primeiro dia útil do ano seguinte ao do pagamento.

Significa, na prática, que o prazo pode chegar a seis anos. Esse é o prazo para a União, os Estados, o Distrito Federal e os municípios cobrarem os contribuintes.

Aluguel e condomínio

Guarde os recibos de pagamento de aluguel por três anos e os de condomínio por cinco anos. Vale a pena solicitar à administradora do condomínio, em intervalos de tempo, uma declaração de que você não possui débito.

CRÉDITO IMOBILIÁRIO

Para os imóveis, conserve os recibos de pagamento das parcelas até que seja feito o registro da escritura no Cartório de Registro de Imóveis. Depois disso, o comprador adquire a propriedade plena sobre o imóvel.

Os recibos de consórcio devem ser mantidos até que a administradora oficialize a quitação do pagamento do bem e este seja liberado.

Consórcios

Para os consórcios, deve-se manter os comprovantes até que seja dada a quitação. A liberação da alienação fiduciária é a prova de que o pagamento foi feito.

PLANO DE SAÚDE

Guarde por cinco anos os recibos de assistência médica. Quem tem contrato de seguro-saúde deve guardar os documentos por um ano.

CARTÃO DE CRÉDITO

Mantenha os comprovantes dos pagamentos do cartão de crédito por cinco anos. Para discussão dos juros aplicados, o prazo é de três anos.

GARANTIAS

Se adquirir um bem durável (eletrodomésticos, eletroeletrônicos ou veículos automotores), guarde a nota fiscal durante toda a vida útil do produto.

Assim, poderá garantir-se contra o chamado “vício oculto”, um defeito que pode aparecer após a garantia do fabricante e que não surge pelo desgaste natural do bem.

Em relação a produtos e serviços não duráveis (alimentos, por exemplo), preserve o documento pelo menos durante o prazo da garantia legal de 30 dias.

INSS

Para efeito de Previdência Social, profissionais autônomos devem guardar o carnê do INSS até o pedido do benefício da aposentadoria. Pelo mesmo motivo, trabalhadores devem guardar os contracheques.

QUITAÇÃO

De acordo com a lei nº 12.007/2009, as empresas prestadoras de serviços públicos ou privados são obrigadas a emitir e a encaminhar ao consumidor declaração de quitação anual de débitos.

Portanto, sempre que você receber uma declaração de determinado fornecedor afirmando a quitação de seus compromissos em determinado exercício, guarde apenas essa declaração e jogue fora todos os boletos e documentos relativos aos 12 pagamentos feitos durante o exercício considerado quitado.

ORGANIZE

Não basta guardar. Organize a papelada para que você saiba onde está e como pode achar determinado comprovante. Adote um método com o qual você se sinta confortável e no controle da situação. Separe por tipo de conta, ou por ordem de vencimento (meses) e por ano.

Aproveite a tecnologia dos tempos modernos e transforme os documentos em arquivos digitais que podem ser arquivados em uma pasta no seu computador.

Lembre-se de manter um arquivo “backup desse” e de outros arquivos digitais.

Conheça o Código de Defesa do Consumidor e consulte o site do Idec (Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor).

Fonte: Marcia Dessen, Folha de S.Paulo

FAF

Em postagem anterior no dia de ontem mostramos que a FAF é a entidade maior no que diz respeito ao estabelecimento de normas contábeis nos Estados Unidos. Estão subordinadas à FAF tanto o Fasb quanto o Gasb, por exemplo.

Segundo o CFO, o presidente da FAF, John Brennan, escreveu uma correspondência à SEC sobre a eventual redução do papel do FASB nas normas contábeis dos Estados Unidos. Isto poderia "enfraquecer" a influência positiva das normas contábeis dos Estados Unidos na melhoria dos padrões contábeis dos investidores. Em lugar de um conjunto de normas internacionais, a FAF considera mais adequada alcançar normas comparáveis.

Bancos Brasileiros e Europa

O bancos brasileiros tem 16 bilhões em ativos vinculados a zona do Euro. Boa parte refere-se a relação do Santander com sua matriz.

Só com Portugal, Espanha e Itália, os bancos brasileiros tinham "a receber", respectivamente, US$ 1,542 bilhão, US$ 1,690 bilhão e US$ 525 milhões em junho deste ano, último dado do BIS. (...)


Com a Grécia, que terá calote de 50% de sua dívida, os bancos brasileiros têm só US$ 7 milhões. Somando todos os Piigs, os bancos do Brasil têm US$ 3,772 bilhões "a receber".

(Fonte: Folha de São Paulo) Isto representa 0,14% dos ativos dos bancos.

BRICs e Exportação

A figura mostra a participação das exportações na economia de cinco países: Brasil, China, Índia, Rússia e Coréia do Sul. Além disto, também mostra a participação dos produtos agrícolas (azul), mineração (cinza claro) e manufaturados (cinza escuro). A Coréia é o país que mais depende das exportações, seguida pela China e Rússia. Além disto, tanto a China quanto a Coréia estão exportando manufaturados. O Brasil depende pouco do comércio exterior e aparentemente sua exportação é diversificada.

17 novembro 2011

Rir é o melhor remédio



Tudo se copia. Cartazes de Filme

Links


Contabilidade


Problema de evidenciação na MF Global

Deloitte e MF Global

História das fraudes de auditoria

Os problemas contábeis do Groupon

Energisa irá recorrer da republicação do balanço

Modelos

As modelos com maiores receitas

O índice Gisele (foto), com ações de empresas que patrocinam Bunchen, cresceu mais que Dow Jones

Ciência

Nada de errado em gostar de trabalhar

Pessoas idosas compensam declinio cognitivo e tomam melhores decisões

O pensadores mais influentes

Futebol


Vídeo: um ator chamado Altintop

Coreia do Norte é campeã não oficial de futebol

Marca Neymar

Contabilidade e Economia

Será que a decisão contábil pode afetar os rumos da economia? O vínculo entre a contabilidade e economia sempre existiu. Mas recentemente uma discussão apresentada na University of Texas, de Austin, fez uma conciliação entre estes dois campos do conhecimento.

Michael Crawley estudou os efeitos do conservadorismo sobre as políticas macroeconômicas. Usando o modelo de Basu para mensurar o conservadorismo, muito conhecido dos pesquisadores contábeis, Crawley mensurou o lucro agregado das empresas dos Estados Unidos, no período de 1929 a 2007. Neste mesmo período, Crawley usou dados de contas nacionais para verificar a relação entre as variáveis. A ideia é a seguinte: o conservadorismo afeta os resultados mensurados das empresas. Estes resultados, por sua vez, fazem parte do cálculo das contas nacionais, que por sua vez são usadas pelos formuladores de políticas econômicas, em especial o Banco Central.

Crawley demonstrou que este vínculo ocorre e tem influencias relevantes. Segundo sua estimativa, entre 1963 a 2007, o lucro e o produto interno bruto seria em média 114 bilhões a mais por ano na ausência do conservadorismo.

Crawley chama a atenção que entre os usuários da informação contábil deveria ter um especial destaque os reguladores.

Fonte: Macroeconomic consequences of accounting: the effect of accouting conservatism on macroeconomic indicators and the Money supply.  Michael Crawley

Bancos chineses são sólidos, mas as vulnerabilidades trazem riscos



Os bancos chineses são sólidos, mas acumulam vulnerabilidades que podem criar riscos no futuro, alerta o Fundo Monetário Internacional (FMI) e o Banco Mundial (Bird) em documento conjunto que faz um amplo exame do sistema financeiro do país. Os principais riscos são a rápida expansão do crédito, altos preços de imóveis, desintermediação financeira e deficiências no monitoramento do sistema financeiro.

O FMI e o Bird fizeram um teste de estresse incluindo os 17 principais bancos chineses. Eles atravessariam muito bem cenários desfavoráveis como alta da inadimplência, queda nos preços dos imóveis, oscilações na curva de juros ou movimentos na taxa de câmbio. Mas se vários desses eventos ocorrerem ao mesmo tempo, afirmam os organismos, “o sistema bancário será severamente afetado”.

O FMI e o Bird, porém, fazem uma grande ressalva às suas conclusões – elas podem não ser as mais exatas porque seus técnicos não tiveram acesso a todos os dados de que precisavam. Alguns dados são imprecisos, insuficientes ou simplesmente inexistentes. Em alguns casos, a equipe que fez o relatório não teve acesso a informações que as autoridades chinesas consideram confidenciais.

O relatório expõe os desafios de fazer uma análise confiável da solidez do sistema bancário da China, que vem ganhando importância nas últimas décadas e, para muitos analistas econômicos, representa uma fonte relevante de risco à contínua expansão da segunda maior economia do mundo.

O documento, divulgado nesta madrugada, faz parte de uma iniciativa mais ampla do FMI e Bird para analisar a solidez dos bancos dos 25 países considerados sistemicamente importantes – ou seja, cuja quebra poderá repercutir na economia de outros países ou do mundo como um todo. O Brasil faz parte da lista, assim como o México, a Turquia e grande parte das economias desenvolvidas. “Acreditamos que os riscos são administráveis e podem ser gerenciados por reformas”, disse um dos principais autores do relatório, Jonathan Fiechter, do FMI. Ele ponderou que outros países, incluindo os Estados Unidos, deixaram de fornecer dados que consideram sigilosos para as equipes do FMI e do Bird.

As 17 instituições financeiras incluidas no teste de estresse representavam 83% dos bancos comerciais chineses e 66% do sistema bancário no fim de 2010, data que serve de base para os exercícios.

Se o índice de inadimplência, que estava em 1,1% das carteiras em 2010, subir 400%, nenhum dos bancos cairá abaixo dos requerimentos mínimos de capital, de 8%. Houve uma melhora considerável em relação a 2008, quando bancos que representam 25% dos ativos teriam capital abaixo dos níveis exigidos.

De lá para cá, o que melhorou foi basicamente a queda da inadimplência, que passou de 7,5% para 1,1% das carteiras. Esse é o resultado da limpeza no balanço de alguns bancos e também da rápida expansão do crédito. “O rápido crescimento do crédito, porém, poderá resultar numa deterioração na qualidade dos ativos nos próximos anos”, pondera o relatório.

Outra parte do teste de estresse investigou o impacto de uma possivel crise no mercado imobiliário. Foram construídos dois cenários, um deles supondo uma queda de 30% nos preços dos imóveis. O impacto seria relativamente modesto – queda menor que 1 ponto percentual no índice de requerimento de capital.

Segundo o FMI e o Bird, o aperto monetário recente feito na China conseguiu conter a expansão do crédito imobiliário e o avanço dos preços dos imóveis. Os empréstimos imobiliários respondem por apenas 20% dos ativos dos bancos, diz o relatório, índice relativamente pequeno quando comparado com percentuais nos Estados Unidos e Hong Kong, por exemplo.

Mas nesse número não estão considerados empréstimos que usam imóveis como colateral. Nos cinco maiores bancos chineses, eles correspondem por 30% a 45% das carteiras. “Uma grande correção nos preços dos imóveis poderá reduzir o valor dos colaterais e, dessa forma, a recuperação de valores no caso de imadimplência”, afima o relatório.

Os bancos chineses estão vulneráveis, porém, a choques macroeconômicos que afetem diferentes váriaveis ao mesmo tempo, como inadimplência, preços de imóveis, juros e câmbio. Se o crescimento cair a 4% ao ano, mostra o teste de estresse, cerca de 25% dos bancos cairiam abaixo dos níveis mínimos de capital. Para o FMI e o Bird, isso corrobora estimativa anterior feita pelo próprio organismo de que uma queda de um ponto percentual no crescimento da China leva a um aumento de pelo menos 1% na taxa de inadimplência.

Outro risco relevante, aponta o FMI e o Bird, é a crescente desintermediação financeira. A China implementa sua política monetária por meio de limites quantitativos para o crédito. Para driblar os limites, bancos criam veículos financeiros fora de seus balanços para conceder empréstimos.

O relatório aponta também fragilidades na regulação e supervisão. A China não tem, por exemplo, uma autoridade independente com mandato para monitorar o surgimento de riscos sistêmicos. Também falta um sistema de resolução de crises bancárias. A coleta de dados é outra área que precisa melhorar, segundo o FMI e o Bird, incluindo informações sobre o nível de alavancagem, descasamento de prazos entre captações e empréstimos, operações de crédito de grandes volumes e posições financeiras mantidas fora do balanço.

O relatório faz uma série de recomendações às autoridades chinesas, entre elas o uso de taxas de juros como principal instrumento de política monetária. Não há, porém, nenhuma obrigração para a China em implementá-las.

Fonte: Alex Ribeiro Valor Economico

Reconhecimento da Receita

Sobre o reconhecimento da receita (vide também postagem de ontem deste blog), o Valor Econômico também publicou um texto sobre o assunto:

O princípio básico da norma é que a receita deve ser reconhecida quando um bem ou serviço é transferido para o comprador, com a possibilidade de isso ocorrer em um único momento ou ao longo do tempo.

"Não tenho dúvida de que a nova redação resolve a questão das incorporadoras, de que há transferência continuada nos contratos usados no Brasil. A leitura da norma não permite outra interpretação" disse Alexsandro Broedel, diretor da Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Ele já entendia que a regra atual provocava o mesmo entendimento, mas admitia que "o texto era ruim", o que permitia interpretações distintas.

Com o aval da CVM e do Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC), as incorporadoras brasileiras vêm fazendo a contabilização conforme o andamento das obras e dizendo que isso está de acordo com o IFRS, adotado de forma obrigatória no Brasil em 2010.


Mas os auditores dessas empresas pensam de outra forma e, para não ser obrigados a dizer simplesmente que os balanços estão incorretos, vinham afirmando que as informações estavam de acordo com o "IFRS brasileiro". Eles mencionam ainda, em um parágrafo de ênfase, que o Comitê de Interpretações do IFRS (Ifric) está analisando a questão e que, a depender da solução encontrada, as companhias podem ter que rever o método de reconhecimento de receita.

Para as principais firmas de auditoria brasileiras, dentro do padrão internacional de contabilidade conforme ele existe hoje, a receita de venda de um imóvel só seria registrada no momento da entrega das chaves. (...)

A nova norma divide os ativos em dois tipos, um mais parecido com um produto de prateleira e outro com uma encomenda específica, ou seja, que o vendedor não pode vender facilmente para outro cliente, sem ter outros custos.


No primeiro caso entra, por exemplo, um veículo. O comprador escolhe a marca, o modelo e os acessórios, mas a loja não tem a obrigação de entregar um carro com determinado chassi. Se o comprador desiste do negócio, ele pode facilmente ser vendido a outro cliente.


No caso de imóveis no Brasil, o mais comum é que o comprador escolha um apartamento específico, de um determinado bloco e andar. Por exemplo, a unidade 112 do bloco B. A incorporadora não pode entregar um apartamento de outro andar ou bloco ao cliente, mesmo que do mesmo tamanho e com as mesmas características.


Nessa segunda categoria, a proposta de norma diz que é preciso se cumprir apenas uma de três condições para que o reconhecimento da receita seja feito ao longo do tempo: que haja transferência dos benefícios ao comprador ao longo do tempo; que no caso de outra empresa ter que concluir o contrato a partir de determinado ponto ela não tenha que refazer o trabalho da primeira desde o início; que a empresa tenha direito de receber pelo serviço prestado até determinado momento.

Segundo Broedel, há consenso de que as duas primeiras condições existem no Brasil, ainda que bastasse que uma delas fosse atingida. Ao falar do benefício transferido, ele destaca que o comprador de um imóvel no Brasil pode vendê-lo durante a fase da construção e ficar com o lucro, caso ele exista.